A DEFICIÊNCIA DE

BORO e
MOLIBDÊNIO
de

ANA PRIMAVESI
 

BETERRABA COM SINTOMAS TÍPICAS DA

DEFICIÊNCIA DE BORO
 Falta de
BORO

e MOLIBDÊNIO,molibdênio
Falta de em
couve-flor
Coração
molibdênio
SUA AÇÃO NO
em couve-
afetado
VEGETALprensado”
flor:coração

de
ANA PRIMAVESI
A DEFICIÊNCIA DE

BORO
 O SEGREDO DO BORO
(Epstein, 1972, Mengel & Kirkby,1979, Lukashi, 1999)

O boro é indispensável na transformação de

MONO-SACARIDEOS (O PRIMERO PRODUTO
FOTOSSINTETIZADO) para
DI-SACCARIDEOS (QUE CONSEGUEM MIGRAR NA
PLANTA DAS FOLHAS PÁRA AS RAÍZES)
SEUS GRUPOS CARBOXÍLICOS (COOH- ) CRIAM
A ‘PRESSÃO OSMÓTICA’ NA RAIZ QUE A ABILI-
TA A ABSORVER ÁGUA E NUTRIENTES.
A PRESSÃO DE ÁGUA É TANTO MENOR QUANTO MAIS SOLUTOS EXISTEM. O

A DEFICIÊNCIA DE
FLUXO DA ÁGUA É DA SOLUÇÃO MAIS FRACA PARA A MAIS CONCENTRADA =
MENOS ATIVA Müller, 1972
(EPSTEIN,1972, MENGEL & KIRKBY, 1978)

BORO
ÁGUA e MOLIBDÊNIO
COOH e minerais

EM VEGETAIS
de

ANA PRIMAVESI
SE FOI ADUBADO E FALTAR
BORO O FLUXO É DA
 CÉLULA VEGETAL PARA O SOLO =
PLANTA PERDE ÁGUA. porque seu
potencial osmótico é fraco (poucos
COOH-) e o do solo elevado (adubo
em solução)
 FALTA BORO :

PONTO
VEGTATIVO
MORTO
FLOR
DEFORMADA
 

RAIZES SEM BORO, MINUSCULOS

Prof. H.Harris,1972
 Seg.Bergmann (1976)
 As plantas têm a maior necessidade em Boro quando:
 FORMAM SUA MASSA FOLIAR
 NA ÉPOCA DA FLORESCÊNCIA
 QUANDO INICIAM A FORMAÇÃO DOS FRUTOS.

A NECESSIDADE DAS PLANTAS EM BORO;

 MONO-COTILEDONOS (CAPIM) + 2- 5 ppm
 DI-COTILEDONOS + 20-70 ppm
 PLANTAS COM SEIVA LEITOSA 80-90 ppm

 A deficiência de Boro aumenta com

 O pH alto ( > 7,o )
 Calagem corretiva em solos arenosos (Sto.Angelo)
 Na estufa após 3 a 4 anos de uso,( solo alcalino)
SINTOMAS DA
DEFICÊNCIA DE BORO
 PONTO VEGETATIVO PEQUENO OU MORTO
 FORMAÇÃO DE ‘LEQUE’ DE GALHOS NOVOS AO
REDOR DO BROTO PEQUENO OU MORTO.
 FRUTAS COM CORTIÇA , RACHADAS E MANCHAS
ESCURAS NA CARNE (Maçã, cacau,batatinhas
 CAULES RACHAM – RAIZES ÔCAS
 SUPERBROTAÇÃO NA BASE DOS PÉS
 POUCAS FLORES E FRUTAS,QUEDA PRECOCE DAS
CAPSULAS DE SEMENTE
 RAIZES: PEQUENAS, PONTAS MORTAS,ROSETAS
Folhas do broto enrolam e Broto morrendo
viram para traz = Def, Ca = Def, B
DEFICIÊNCIA DE BORO EM MANGUEIRA
 

Maçã com cortiça interna e externa

Deficiência de BORO em moranguinhos
( de Frank D.Johnson)
SINAIS DA DEFICIÊNCIA DE
BORO EM RAÍZES, FRUTOS E
TRONCOS
 EM BETERRABA VERMELHA: Anéis
esbranquiçados
 EM NABOS: Raiz oca
 EM BANANEIRAS, 2º Anel do tronco
aguado ou apodrecido,
 EM CACAU: Raízes muito superficiais,
frutos escurecem rapidamente quando
cortados
 Broto morto 

Beterraba com
deficiênciência
de BORO
Deficiência de BORO em beterraba (vide aneis mais claros)
 

Prof.Tokeshi, 2002
NA RAIZ
OS NUTRIENTES QUE SE
TORNAM MAIS DISPONÍVEIS
EM :
pH baixo  de 4,5 à 5,6
BORO, COBRE, FERRO,ZINCO MANGANÊS

pH mais elevado  5,6 à 8,o

NITROGÊNIO, POTÁSSIO, FÓSFORO, CÁLCIO,
MAGNÉSISIO, MOLIBDÊNIO
Solos compactados sempre são ácidos ,ou muito alcalinos
vários elementos tornam-se tóxicos como:
em solos de pH ácido: Al, Fe, Mn
em solos de pH alcalino: Mo, Se ,Fl
SOLO DURO, COMPACTADO, ANAERÓBIO,ÁCIDO
Deficiência de BORO em Tomate
 

DEFICIÊNCIA DE BORO EM EUCALIPTO

 

AMENDOIM, EPITELO GERMINATIVO MORTO = FALTA BORO

Deficiência de
BORO
em repolho:
Raiz mal
desenvolvida.
Caule oco
A DEFICIÊNCIA
DE

MOLIBDÊNIO
 MOLIBDÊNIO
 ENCONTRA-SE ESPÉCIALMENTE EM
BASALTOS, ROCHAS CALCÁRIAS e
SEDIMENTOS RICOS EM MATÉRIA
ORGÂNICA.
 EM MEIO ÁCIDO REAGE SEMELHANTE AO
FÓSFORO = DESAPARECE
 É COMERCIALIZADO COMO : MOLIBDATO
DE SÓDIO OU DE AMÔNIO
Uma proteína se forma de:

 3 amino-ácidos em base de N
 1 amino-ácido em base de enxofre (S) e
 Mo como catalisador
Lembre-se: durante 1 semana de chuva
Cultura viçosa com proteína formada cresce
mais.
Cultura viçosa somente com amino-ácidos
formados (falta Mo) amarelece.
MOLIBDÊNIO FAZ PARTE
DE VARIAS ENZIMAS.
 EPECIALMENTE DE NITROGENASE ( em Microrganismos que
fixam N2 e o transformam a NH4 )
 REDUCTASE DE NITRATOS
 OXIDASE DE SULFETOS
 É RELACIONADO COM O TRANSPORTE DE ELETRONS,
 É NECESSÁRIO PARA VARIAS REAÇÕES BIO-QUÍMICAS (Vidor C.
& Perez,J.R.R.1988)

É MUITO MÓVEL NA PLANTA PODENDO TRANSLOCAR-SE DAS

FOLHAS VELHAS ÀS NOVAS.

NORMALMENTE APARECE COMO ANIÓN

Mengel & Kirkby,1978

CADEIA DE DENITRIFICAÇÃO
(seg. MENGEL & KIRKBY,1991)
 DEFICIÊNCIA DE Mo
 O MOLIBDÊNIO, APESAR DE SER DE SOLOS
NEUTROS a ALCALINOS, É ABSORVIDO
COMO ANION.
 A DEFICIÊNCIA SEMPRE APARECE PRIMEIRO NAS
FOLHAS MAIS VELHAS
 Plantas que gostam de solos ácidos precisam menos
Mo do que as que gostam de solos para neutros como
Leguminosas e Crucíferas

Por isso leguminosas com 20 a 25% fomentam o desenvolvimento

e saúde animal . porém
mais que 25% na forragem causam diarréia e timpanismo no
gado.
 FOLHA NORMAL

DEFICIÊNCIA DE MOLIBDÊNIO EM REPOLHO:FOLHAS ESTREITAS

 Molibdênio X C o b r e
 Falta Mo

DEFICIÊNCIA DE MOLIBBDÊNIO EM ALFACE

sem Mo normal
 Faltou Mo

Depois foi adubado

Com Mo 

Deficiência de Molibdênio em fumo

As plantas necessitam de
Molibdênio
 Monocotiledonos 0,1 ppm
 Dicotilendos 0,1 a 0,5 ppm
 (muitos não reagem mais acima de 0,3 ppm)
 Normalmente sementes são até 10 x mais ricos em
Mo, de modo que uma deficiência em plantas
novas, ocorre raramente.
 Níveis mais altos de Mo em pastos são perigosos
para os animais desequilíbram o Cu. (animais
pretos desbotam para ruivo)
 Acidificando o solo os problemas desaparecem.
 Molibdênio é necessário
 Para todos organismos fixadores de N como rizóbios
(simbiontes) e Azotobacter (livre).
 É indispensável para a formação de proteÍnas, (junto
com o N e S) em todas as plantas,

 Com somente 50% de Mo do total necessário:

a) não se formam mais proteínas
b) ocorre acumulação de nitratos que pode levar até
a intoxicação de animais e homens.
 A deficiência é mais pronunciada nas margens das
folhas (foto Kirlian)
FOTO KIRLIAN

FOLHA DE FEIJÃO: FALTA Mo. K e Ca

Se o teor normal de Mo na
celula vegetal (3000 atomos)
baixa à metade :
 Não tem mais divisão celular
 Ocorre a redução de amino-ácidos
 Não se formam mais proteínas
 Ocorre a decomposição de proteínas
com acumulação de nitratos

Quando se aduba com nitratos a necessidade

de Mo é maior do que quando se aplica
amônia
Deficiência de Molibdênio em couve-flor: coração ’prensado’
Interligação Cu x Mo
 Fe – Cu – Mo = 500 – 10 – 1 , que ocorre em
plantas, animais e homens.
 Cloroses induzidas pelo excesso de
 Cu, Zn, Co, podem ser eliminados por Mo
 Excesso de Mo = defic. de Cu : diarréia em
vacas leiteiras.(por isso trevo que absorve
muito Mo causa diarréia no gado que piora
com calagem e elevação do pH ( = mais Mo a
disposição)
Hammond,J. 1951
A INTERLIGAÇÃO Mo x Ca
EXPLICADO PELO “FUNDO
PRETO” EM TOMATES:
 No “fundo preto” falta cálcio no solo e
nas folhas. Mas uma adubação foliar
com Ca não faz efeito. Tem de ser no
solo - Por quê ? -
 Porque na falta de Ca a planta não
conseguiu absorver Mo que causa o
fundo preto. Aplicando Mo foliar os
sintomas desaparecem dentro de
poucos dias.
Deficiência de Molibdênio em Tomates  “fundo preto”
 Curuqueré do repolho e
até saúvas são falta de
Molibdênio
 A larvinha da borboleta Ascia monuste
orseis L. ataca somente couve, repolho,
couve-flor etc. quando estes são deficientes
em Mo. Adubando com Mo a borboleta e
suas larvinhas somem.
 O “amarelinho” em laranjeras (Sprague, 1949) é
falta de Mo
 Saúvas não cortam folhas com proteínas
formadas. Adubando com Mo as saúvas não
cortam mais as folhas e somem.
 
Curucuré
Ascia monuste orseis
Saúvas somente carregam folhas que não formaram proteínas
 Quanto mais ácido um solo
tanto mais deficiente em Mo
= Todos os solos ácidos são compactados
(falta O2) e sofrem de
 deficiência de P, Cu e Mo e excesso de Al,
Mn e Fe.
 Pode se remover a acidez pela calagem
neutralizando o Al, Fe, Mn, (não é durável) ou
= Pode-se remover a acidez pela adubação com
Matéria Orgânica (que agrega e oxida o solo)
(Döbereiner, 1965)
Arroz + 0,50 mg Fe Arroz + 1,25 mg Fe Arroz + 2,50 mg Fe
Deficiente Normal Tóxico
Em micronutrientes falta e excesso são muito pertos
 Deficiência de Mo
e plantas indicadoras.
Plantas indicadoras
Todas a Brassicaceas,
plantas com seiva leitosa (Euphorbeaceas),
o capim Sprobulo poiretti,L.)
São diferentes :segundo: a gravidade da deficiência. - do adubo
, nitrogenado que foi aplicado (NO3 ou NH4) – da idade e espécie
vegetal - Muitas vezes a deficiência de N (falta de proteínas) ou de
Fe parecem-se à deficiência de Molibdênio.
Na análise química da folha: podem aparecer grandes quantidades de
N e de amino-ácidos ( geralmente tomados por proteínas)
Determinação mais segura:adubação foliar com Mo a 0,005 a 0,01% .
Se a planta reage positivamente é Mo que falta.
Também existem plantas indicadoras da deficiência de Molibdênio.
LEITERINHA
(Euphorbia
Heterophylla, L)

Todas as plantas
Com seiva leitosa
são tóxicas e
muitas
indicadoras da
deficiência de
Molibdênio
 Sporobulo
,
Poiretti (L)

Indica a deficiência
de molibdênio no
pasto
Bibliografia citada:
Bergmann .W, Plant diagnosis and Plant Analysis VRB
Fischer, Jena.1976.
Bussler, W. The importance of balanced fertilizers with 12
mineral nutrientes, Scient Varia, 38:503, 1972.
Camargo de, O.A. Micronutrientes no solo, em Enxofre e
micronutrientes na agricultura brasileira. XVII
Reun.bras. Fertil.Solo, Londrina, 1988, p 103.
Dazzo,F.B.& Yanni,Y.G. The natural rhizobium--cereal crop
association as an example of plant-bactéria interaction
in: Uphoff,N. Biological Approaches of Sustainable Soil
Systems, ed.CRC Taylor & Francis,Boca Raton, Fl, USA
Epstein, E. Mineral Nutrition of Plants, J.Willey & Sons
Inc;N.Y.1972.
Hammond,J. Avances en Fisiologia Zootecnica Editorial
Acriba, Zaragoza, 1959.
Lukashi,H. Micronutrients, Agric.Research ARS / USDA vol.7
:22, 1999
Mengel,K. & Kirkby,E.A. Priciples of plant nutrition. Potash
Inst. Bern, 1978.
Primavesi,A, Manejo ecológico do solo, ed.18, edit.Nobel, São
Paulo, 2004
Uphoff, N. Biological Approaches to Sustainable Soil Systems
CRC Taylor & Francis, Boca Raton FL .USA, 2006, p.91
Vidor, C.& Perez J.R.R. Nutrição das plantas com molibdênio
e cobalto em: Enxofre e Micronutrientes na Agricultura
brasileira. Londrina / PR, 1988, p 179.