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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CATALÃO

INSTITUTO DE QUÍMICA

Química Geral Prática

2022
SUMÁRIO

Instruções Gerais para o Trabalho no Laboratório ............................................. 01

Experimento 1 - Medidas de Massa e Volume - Determinação de Densidade ........ 07

Experimento 2 - Manuseio do Bico de Bunsen - Teste da Chama .......................... 10

Experimento 3 - Separação de Misturas ................................................................. 15

Experimento 4 – Estequiometria ............................................................................. 17

Experimento 5 - Ácidos e Bases ............................................................................. 19

Experimento 6 - Preparo de Soluções .................................................................... 23

Experimento 7 - Titulação Ácido-Base .................................................................... 25

Experimento 8 - Equilíbrio Químico ........................................................................ 28

Experimento 9 - Termoquímica: Calor Específico (c) .............................................. 31

Experimento 10 - Propriedades Físicas de Líquidos ............................................... 33


INSTRUÇÕES GERAIS PARA O TRABALHO NO LABORATÓRIO

Para sua proteção e bom desempenho nas tarefas manuais e


experiências desenvolvidas neste laboratório de Química, solicitamos a
rigorosa observância das regras de segurança descritas abaixo.

1. Nas dependências do laboratório, é obrigatória a utilização de óculos de


proteção, calças compridas, jaleco e calçado fechado de couro ou similar.
2. Não inicie qualquer experiência sem a autorização do professor.
3. O trabalho em laboratório exige concentração, portanto não converse
desnecessariamente nem distraia seus colegas.
4. É proibido fumar nas dependências do laboratório.
5. Utilize sempre pêras de borracha para pipetar os reagentes. Jamais faça
este procedimento utilizando a boca.
6. Nunca tente identificar reagentes químicos pelo cheiro, colocando o nariz
diretamente na borda do frasco. Isto pode ser muito perigoso.
7. Quando estiver manuseando produtos químicos, não leve as mãos à boca
ou aos olhos.
8. Lave cuidadosamente as mãos com bastante água e sabão, após terminar a
execução do experimento.
9. Não coloque alimentos nas bancadas, armários e geladeiras dos
laboratórios.
10. A vidraria de laboratório não deve ser utilizada como utensílio doméstico.
11. É proibido se alimentar no laboratório.
12. Não use lentes de contato. Elas podem ser danificadas por produtos
químicos, causando graves lesões.
13. Trabalhe com produtos tóxicos somente na capela.
14. Evite o contato de produtos tóxicos com a pele.
15. Interrompa o trabalho imediatamente, caso apresente algum sintoma de
intoxicação. Avise o professor ou o técnico do laboratório e dirija-se para fora
do laboratório.
16. Em caso de quebra de vidrarias, derramamento de líquidos inflamáveis,
produtos tóxicos ou corrosivos, tome as seguintes providências: interrompa o

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trabalho; avise as pessoas próximas sobre o ocorrido; não tente fazer a
limpeza; alerte imediatamente o responsável pelo laboratório.
17. Somente use chamas em locais permitidos.
18. Antes de acender o bico de Bunsen, verifique: vazamentos; dobras no tubo
de gás; ajuste inadequado entre o tubo de gás e suas conexões; a existência
de inflamáveis ao redor. Qualquer irregularidade, não acenda, comunique o
responsável pelo laboratório. Após o uso, verifique se os registros de gás estão
fechados corretamente.
19. Sem a autorização do professor ou do técnico de laboratório é
expressamente proibido: abrir frascos e manipular reagentes químicos; ligar
qualquer equipamento; abrir registro de ar comprimido ou de gás; descartar
reagentes na pia.
20. Caso tenha dúvida, informe-se com o professor ou técnico do laboratório
sobre a forma correta de descartar resíduos dos experimentos.
21. Cabelos longos devem ser acomodados com presilhas ou touca para evitar
contato acidental com reagentes ou chama.
22. Não mantenha sobre a bancada de trabalho, bolsas e outros objetos
pessoais estranhos ao experimento.
23. Antes de colocar as mãos sobre chapas de aquecimento, telas de amianto
ou outro equipamento que gere calor, verifique se os mesmos não estão com
temperatura elevada.
24. Seringas e outros materiais pérfuro-cortantes devem ser descartados em
recipiente próprio. Jamais jogue estes materiais no lixo comum.
25. Identifique a saída de emergência do laboratório e a localização do
chuveiro e lava-olhos. Em caso de incêndio ou acidente, dirija-se a estes locais,
mantendo a calma.
26. Não tente utilizar extintores de incêndio ou hidrantes, caso não tenha
conhecimento. Comunique o fato ao responsável pelo laboratório ou à
vigilância da universidade.

LEMBRE-SE SEMPRE:
VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL PELA SEGURANÇA!

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VIDRARIAS COMUNS

Nas aulas práticas de Química Geral, o aluno terá a oportunidade de


manusear os seguintes materiais:

1. Tubo de ensaio: usado em reações químicas, principalmente em testes de


reações.
2. Copo de Béquer: usado no aquecimento de líquidos, reações de
precipitação, etc.
3. Frasco de Erlenmeyer: usado em titulações e aquecimento de líquidos.
4. Balão de fundo chato: usado para aquecer e armazenar líquidos.
5. Balão de fundo redondo: usado em reações com desprendimento de gases e
também para aquecerem líquidos.
6. Balão de destilação: usado em destilações. Possuindo saída lateral para
condensação dos vapores.
7. Proveta ou cilindro graduado: usado em medidas aproximadas de volumes
de líquidos.
8. Pipeta volumétrica: mede volumes fixos de líquidos.
9. Pipeta graduada: usada para medir volumes variáveis de líquidos.
10. Funil de vidro: usado em transferência de líquidos e em filtrações de
laboratório. O funil com colo longo de estrias é chamado de funil analítico.
11. Frasco de reagentes: usado no armazenamento de soluções.
12. Bico de Bunsen: usado no aquecimento de laboratório.
13. Tripé de ferro: usado para sustentar a tela de amianto.
14. Tela de amianto: usada para distribuir uniformemente o calor em um
aquecimento de laboratório.
15. Cadinho de porcelana: usado para aquecimento a seco (calcinações) no
Bico de Bunsen e na Mufla.
16. Triângulo de porcelana: usado para sustentar cadinhos de porcelana em
aquecimentos diretos no bico de Bunsen.
17. Estante para tubo de ensaio: suporte de tubo de ensaio,
18-19. Funis de separação: usados na separação de líquidos imiscíveis.

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20. Pinça de madeira: usada para segurar tubos de ensaio durante
aquecimentos diretos no bico de Bunsen.
21. Almofariz e Pistilo: usado para triturar e pulverizar sólidos.
22. Cuba de vidro: usada para banhos de gelo e fins diversos.
23. Vidro de relógio: usado para cobrir béqueres em evaporações, pesagens e
fins diversos.
24. Cápsula de porcelana: usada para evaporar líquidos em soluções.
25. Placa de Petri: usada para cultivo de colônias de microorganismos e em
fins diversos.
26. Dessecador: usado para resfriar substâncias em ausência de umidade.
27. Pesa-filtro: usada para pesar sólidos que absorvem umidade.
28. Lima triangular: usada para cortes de vidro.
29. Bureta: usada para medir volumes precisos de líquidos, em análises
volumétricas.
30. Frasco lavador: usado para lavagens, remoção de precipitados e outros
fins.
31. Pisseta: usada para os mesmos fins do frasco lavador.
32. Balão volumétrico: usado para preparar e diluir soluções.
33. Picnômetro: usado para determinar a densidade de líquidos.
34. Suporte universal: usado junto com a garra para sustentação de peças.
35. Argola para funil: usado como suporte de funil.
36. Mufla: usada para sustentar garras.
37. Garra metálica: usada para sustentação de peças, tais como condensador,
funil de decantação e outros fins.
38-39. Kitassato e funil de Büchner: usado em conjunto para filtrações a vácuo.
40. Trompa de vácuo: usada em conjunto com o Kitassato e o funil de Büchner.
41. Termômetro: usado para medidas de temperaturas em diversos fins.
42. Vara de vidro: usada para montagens de aparelhos, interligações e outros
fins.
43. Bastão de vidro: usada para agitar soluções, transporte de líquidos na
filtração e outros fins.
44. Furador de rolhas: uso relativo ao nome.
45. Kipp: usado na produção de gases, tais como H2S, CO2 etc.

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46. Tubo em U: usado em eletrólise e outros fins.
47. Pinça metálica Casteloy: usada para transporte de cadinhos e outros fins.
48. Escova de limpeza: usada para limpeza de tubos de ensaio e outros
materiais.
49-50. Pinça de Mohr e Pinça de Hoffman: usadas para impedir ou diminuir
fluxos gasosos.
51. Garra para condensador: usado para sustentar condensadores na
destilação.
52-53-54. Condensadores: usado para condensar os gases ou vapores na
destilação.
55-56. Espátulas: usada para transferência de substâncias sólidas.
57. Estufa: usada para secagem de materiais (até 200º C).
58. Mufla: usada para calcinações (até 1500º C)

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EXPERIMENTO 1
MEDIDAS DE MASSA E VOLUME – DETERMINAÇÃO DE DENSIDADE

1. INTRODUÇÃO

Usualmente os experimentos de química envolvem medidas de massa e


de volume. Essas medidas possibilitam uma relação entre o mundo
macroscópico e mundo molecular, para que possam ser estabelecidas as
relações estequiométricas previstas nas reações químicas.
O instrumento mais importante para medidas de massa é a balança. Em
um laboratório de química geralmente está disponível balanças analíticas, com
precisão de 0,1 mg (0,0001g). As balanças modernas são eletrônicas e
dispõem de um sensor de pressão que é a peça principal de um mecanismo
eletrônico que oferece a leitura direta do peso da amostra em um mostrador
digital.
Para a medida de volume um laboratório de química dispõe de uma
série de vidrarias graduadas para aferir corretamente os mais diversos volumes
desejados. Dentre essas vidrarias, destacam-se a proveta, a bureta, a pipeta e
o balão volumétrico. Esses materiais não devem ser secos em estufas ou
submetidos a grandes variações de temperatura, pois pode ocorrer dilatação, e
consequentemente, perca da graduação.

2. OBJETIVO

Utilizar as técnicas para medida de massa e medida de volume para


determinar a densidade de sólidos e líquidos.

3. MATERIAIS E REAGENTES NECESSÁRIOS

• balança analítica • picnômetro


• vidrarias volumétricas • amostras sólidas
• vidrarias não-volumétricas • amostras líquidas

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4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1. Determinação da densidade absoluta de sólidos por medidas


geométricas

- Tome o sólido e meça com auxílio de um paquímetro o tamanho dos lados da


forma geométrica.
- Pese a amostra.
- Repita o procedimento para outros sólidos disponíveis.

4.2. Determinação da densidade absoluta de sólidos por deslocamento de


volume

- Pese a amostra.
- Coloque água destilada na proveta, sem permitir que o volume máximo da
proveta seja atingido (o volume da amostra mais o volume do líquido não deve
atingir o volume máximo da proveta).
- Mergulhe a amostra na proveta;
- Determine o deslocamento de água produzido pela imersão do sólido.
- Repita o procedimento para outros sólidos disponíveis.

4.3. Determinação da densidade relativa de líquidos - método do


picnômetro

A- Calibração do volume do picnômetro

- Lave o picnômetro com água destilada e utilize uma pequena fração de


acetona para secar (peça orientações ao professor).
- Manusear o picnômetro sempre utilizando papel toalha, não encostar
diretamente com a mão.
- Aguarde a evaporação do solvente e pese o picnômetro vazio em uma
balança analítica.

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- Encha o picnômetro com água destilada (conforme instruções dadas na aula),
enxugue cuidadosamente a parte externa e determine a massa do mesmo com
a água.
- Use a densidade da água para determinar o volume do picnômetro.

B- Medidas da densidade de líquidos

- Seque novamente o picnômetro com acetona.


- Em seguida encha o picnômetro com o solvente (cuidado para não haver a
formação de bolhas) e coloque a tampa de maneira que o excesso de líquido
escorra pelo capilar. Com um pano ou papel poroso, enxugue o líquido
presente na parte externa do picnômetro. Raspe a parte superior.
- Pese o picnômetro (contendo o líquido) em uma balança analítica e anote a
massa.
- Repita o procedimento para os outros líquidos disponíveis.

5. ORIENTAÇÕES PARA O RELATÓRIO

- Apresentar os valores de densidades para cada sólido ou líquido obtidos


através dos experimentos conduzidos para a determinação da massa e do
volume.
- Comparar os valores obtidos com dados tabelados.

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EXPERIMENTO 2
MANUSEIO DO BICO DE BUNSEN - TESTE DA CHAMA

1. INTRODUÇÃO

1.1. Bico de Bunsen

O bico de Bunsen foi inventado por Robert Wilhelm Bunsen em 1965. É


utilizado em laboratório com a finalidade de produzir calor através da
combustão. Para que ocorra a combustão é necessária a reação entre o
combustível e o comburente.
O combustível usado no laboratório é o gás comum de rua ou G.L.P
(propano, C3H8 e butano, C4H10) e o comburente o oxigênio do ar atmosférico.
Desta reação tem-se como produtos o gás carbônico (CO2), o monóxido de
carbono (CO), vapor de água e calor.
Quando as quantidades dos componentes da combustão são
estequiométricas, isto é, não existe excesso de nenhum deles, obtém-se a
maior quantidade de calor da reação. Qualquer componente da reação sem
reagir, rouba o calor da reação, abaixando o poder calorífico da chama.
O bico de Bunsen é constituído de: base (local por onde entra o
combustível); anel (controla a entrada de ar – comburente) e corpo (onde
ocorre a mistura dos componentes da combustão), conforme Figura 1.

Figura 1. Esquema de um bico de Bunsen.


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Como se observa na figura acima, com o anel de regulagem do ar
primário parcialmente fechado, distingue-se três zonas da chama:
a) Zona externa: violeta pálida, quase invisível, onde os gases expostos ao ar
sofrem combustão completa, resultando CO2 e H2O. Esta zona é chamada de
zona oxidante.
b) Zona intermediária: luminosa, caracterizada por combustão incompleta, por
deficiência do suprimento de O2. O carbono forma CO (monóxido de carbono) o
qual se decompõe pelo calor, resultando em diminutas partículas de C que,
incandescentes dão luminosidade à chama. Esta zona é chamada de zona
redutora.
c) Zona interna: limitada por uma “casca” azulada, contendo os gases que
ainda não sofreram combustão.
Dependendo do ponto da chama a temperatura varia, podendo atingir
1560o C. Abrindo-se o registro de ar, dá-se entrada de suficiente quantidade de
O2 (do ar), dando-se na região intermediária combustão mais acentuada dos
gases, formando, além do CO, uma quantidade maior de CO2 (dióxido de
carbono) e H2O, tornando assim a chama quase invisível.
Os procedimentos básicos, na operação correta do bico de Bunsen são:
1. Fechar o anel de entrada do ar primário (combustão incompleta);
2. Abrir moderadamente a válvula do gás;
3. Acender a chama;
4. Abrir o anel de ar primário e ajustar a cor da chama regulando a entrada de
ar (uma chama azul tendo um cone interno é a mais adequada);
5. Fechar a entrada de ar primário;
6. Fechar a válvula do gás.

1.2. Teste da chama

Quando um átomo de um elemento químico se encontra em seu estado


fundamental, seus elétrons ocupam os níveis mais baixos de energia possíveis.
Por outro lado, quando o átomo absorve energia de uma fonte externa, um ou
mais elétrons absorvem essa energia e saltam para níveis externos de maior
energia (mais energéticos). Quando uma situação como essa ocorre, diz-se

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que o átomo se encontra em um estado excitado. A energia (E) que o elétron
absorve para saltar de um nível para outro e dada por:
ΔE = E2 - E1
Sendo:
E2: a energia do nível mais energético
E1: a energia do nível menos energético.

Portanto, se a quantidade de energia fornecida for menor do que ΔE, o


elétron permanece em sua camada. Por outro lado, se a quantidade de energia
fornecida for maior que ΔE, o átomo (no estado excitado) encontra-se em uma
situação onde existe espaço livre em níveis de energia mais baixos. Assim, o
elétron excitado, ou seja, o elétron que se encontra em um nível mais
energético, pode cair deste nível e ocupar este espaço livre. Quando isso
acontece, o átomo volta, então, ao seu estado fundamental, ao mesmo tempo
em que emite esta energia (na forma de luz) que foi primeiramente absorvida
na forma de radiação eletromagnética. Como os átomos podem ter diferentes
camadas, podem ocorrer diferentes transições eletrônicas (absorção e
emissão). Nesse sentido, as transições envolvidas para cada espécie estarão
relacionadas com valores bem definidos de energia. Quando essas emissões
ocorrem na região do visível (comprimentos de onda entre 400 nm e 750 nm),
pode-se identificar visualmente uma determinada espécie a partir da cor
emitida. Na Tabela 1 são apresentados alguns exemplos de coloração de
chamas, devido à presença de alguns cátions em estado excitado.

Tabela 1. Coloração típica de chamas.


Elemento Cor da Chama Elemento Cor da chama
Antimônio Azul-esverdeada Cobre Verde
Arsênio Azul Estrôncio Vermelho-tijolo
Bário Verde-amarelada Lítio Carmim
Cálcio Alaranjada Potássio Violeta
Chumbo Azul Sódio Amarela
Fonte: VAITSMAN, D. S.; BITTENCOURT, O. A. Ensaios químicos qualitativos.
Rio de Janeiro: Interciência, 1995.

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2. OBJETIVO

Aprender a utilizar o bico de Bunsen e as técnicas de aquecimento em


laboratório; identificar, por meio da cor produzida, alguns cátions metálicos.

3. MATERIAIS E REAGENTES NECESSÁRIOS

• bico de Bunsen • fio de alumínio


• béqueres • fita de magnésio
• termômetro • esponja de aço
• tripé • CaCl2 sólido
• tela de amianto • LiCl sólido
• tubo de ensaio • CuSO4 sólido
• pinça de metal • KCl sólido
• água destilada • Sr(NO3)2 sólido
• corante azul de metileno • BaCl2 sólido
• fio de cobre • NaCl sólido

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1. Mobilidade molecular em líquidos

- Em um béquer de 100 mL, aqueça 50 mL de água até ebulição.


- A um segundo béquer de 100 mL, adicione 50 mL de água de torneira, na
temperatura ambiente.
- Cuidadosamente e sem agitação, adicione a cada um dos béqueres, da
mesma maneira, algumas gotas de solução de corante azul de metileno e
observe as diferenças de comportamento do corante.
- Utilize um termômetro para medir as temperaturas da água nos dois béqueres
e anote as suas observações sobre a mobilidade das moléculas.

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4.2. Ponto de fusão de metais

- Com o auxílio de uma pinça de METAL, prenda um pedaço de fio de cobre e


exponha o metal à chama do bico de Bunsen.
- Identifique em qual região da chama o metal funde.
- Identifique as temperaturas aproximadas de cada uma das regiões da chama
do bico de Bunsen, de acordo com o ponto de fusão do metal testado, e anote
as suas observações.
- Repita o procedimento para os outros metais disponíveis.

4.3. Teste da chama

- Acenda o bico de Bunsen e calibre a entrada de ar de modo a obter um


chama azulada quase transparente.
- Limpe o fio que será utilizado no experimento com uma esponja de aço e
enxágue com água destilada.
- Este processo deve ser repetido até que o fio, quando aquecido, não
apresente coloração à chama.
- Molhe o fio com água destilada e o coloque em contato com os seguintes sais
(um sal de cada vez): CaCl2, LiCl, CuSO4, KCl, Sr(NO3)2, BaCl2, NaCl.
- Enxágue o fio com água destilada sempre que for mudar de sal.
- Leve o fio até a chama e observe a coloração para cada um dos sais. Anote
os resultados.

OBSERVAÇÃO: O cloreto de sódio normalmente contamina as demais


amostras, adulterando os resultados; por este motivo, deve ser deixado por
último.

5. ORIENTAÇÕES PARA O RELATÓRIO

- Explicar o funcionamento do bico de Bunsen, abordando combustão, entrada


de ar no equipamento, cor da chama, os responsáveis pelas cores dos sais.

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EXPERIMENTO 3
SEPARAÇÃO DE MISTURAS

1. INTRODUÇÃO

As misturas de substâncias são constituídas por vários componentes


(sólidos, líquidos ou gasosos). Na natureza, raramente encontramos
substâncias puras. Em função disso, é necessário utilizarmos métodos de
separação se quisermos obter uma determinada substância. Para a separação
dos componentes de uma mistura, ou seja, para a obtenção separada de cada
uma das suas substâncias puras que deram origem à mistura, utilizamos um
conjunto de processos físicos. Esses processos não alteram a composição das
substâncias que formam uma dada mistura.
A escolha dos melhores métodos para a separação de misturas exige
um conhecimento anterior de algumas das propriedades das substâncias
presentes. Muitas vezes, dependendo da complexidade da mistura, é
necessário usar vários processos diferentes, numa sequencia que se baseia
nas propriedades das substâncias presentes na mistura.

2. OBJETIVO

Separar uma mistura de substâncias através de processos físicos.

3. MATERIAIS E REAGENTES NECESSÁRIOS

• balança analítica • condensador reto


• mistura (água, etanol, cloreto • proveta
de sódio e cobre) • béquer
• balão de fundo redondo • funil
• manta de aquecimento • termômetro

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4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

- Pese um papel filtro e anote a massa.


- Filtre a mistura (água, etanol, cloreto de sódio e cobre) utilizando o papel filtro
previamente pesado para separar o cobre.
- Coloque o papel filtro em um vidro de relógio para secar em estufa a 50ºC.
- Depois de seco pese o papel filtro com o cobre e por diferença determine sua
massa.
- Transfira o filtrado para um balão de fundo redondo.
- Acople o balão de fundo redondo, contendo o filtrado, ao sistema de
destilação.
- Aqueça o balão com o auxílio de uma manta de aquecimento.
- Ao iniciar o processo de destilação, anote a temperatura de ebulição do
líquido destilado (ponto de ebulição do etanol = 78,4ºC).
- Interrompa a destilação quando a temperatura começar a ultrapassar 80ºC.
- Anote o volume de etanol coletado na proveta.
- Desligue a manta de aquecimento e aguarde por, aproximadamente, 10
minutos para o resfriamento do sistema.
- Transfira o conteúdo do balão de fundo redondo para uma proveta de 25 mL e
anote o volume de água restante.
- Pese um béquer de 50 mL.
- Transfira o conteúdo da proveta para o béquer previamente pesado.
- Aqueça cuidadosamente o béquer, com o auxílio de um bico de Bunsen, até a
completa evaporação da água.
- Espere esfriar, pese o béquer contendo o cloreto de sódio e determine sua
massa por diferença.

5. ORIENTAÇÕES PARA O RELATÓRIO

- Determinar quantas fases visíveis havia na mistura inicial e quantas


substâncias puras foram isoladas.
- Fazer a comparação das quantidades iniciais de cada substância com as
quantidades obtidas e descrever o nome de cada processo de separação
utilizado.
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EXPERIMENTO 4
ESTEQUIOMETRIA

1. INTRODUÇÃO

Uma equação química, tal como a apresentada abaixo, representa uma


reação química sob dois aspectos:

NaOH(aq) + HCl(aq) → NaCl(aq) + H2O(l)

Aspecto qualitativo: através das fórmulas químicas, indica quais são as


substâncias (reagentes e produtos) envolvidas na reação.
Aspecto quantitativo: indica as quantidades relativas de reagentes
consumidos e de produtos formados, através dos coeficientes
estequiométricos.
Através do cálculo estequiométrico, pode-se determinar as quantidades
de reagentes consumidos e de produtos formados nas reações químicas.

2. OBJETIVO

Analisar aspectos qualitativos e quantitativos de uma reação química.

3. MATERIAIS E REAGENTES NECESSÁRIOS

• Solução de Na2SO4 0,5 mol.L-1


• Solução de BaCl2 0,5 mol.L-1
• Tubos de ensaio
• Estante para tubos
• Pipeta graduada
• Pipeta volumétrica

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4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

- Numere 5 tubos de ensaio.


- Adicione em cada tubo 1,0 mL da solução de BaCl2 0,5 mol.L-1.
- Adicione os seguintes volumes da solução de Na2SO4 0,5 mol.L-1 em cada tubo:
Tubo 1 2 3 4 5
Vomume da solução de Na2SO4 (mL) 0,5 1,0 2,0 3,0 4,0

- Agite todos os tubos, aguarde cerca de 3 minutos e observe a altura dos


precipitados.
- Somente para o tubo 2 proceda à montagem do sistema completo para filtração.
- Para isso, pese um papel de filtro seco antes da filtração.
- Realize a filtração, evitando o contato da pele com a solução.
- Após a filtração (este procedimento deve ser repetido por 3 vezes e com a
própria água de lavagem), leve o papel de filtro contendo o precipitado à estufa e
deixe secando por 20 minutos.
- Não descarte a água de lavagem na pia. Descarte no recipiente fornecido em
aula.
- Após a secagem, pese o papel de filtro, anote a massa de precipitado
recuperada e calcule o rendimento da reação.

5. ORIENTAÇÕES PARA O RELATÓRIO

- Expressar a reação química, bem como todos os cálculos estequiométricos,


determinando qual é o reagente limitante.
- Explicar por que foi selecionado o tubo 2 para a continuidade do experimento.

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EXPERIMENTO 5
ÁCIDOS E BASES

1. INTRODUÇÃO

Ácidos e bases são geralmente apresentados como substâncias químicas


perigosas, capazes de provocar danos materiais e à saúde pelo seu poder de
corrosão. Contudo, a presença de ácidos e bases nos produtos utilizados no
cotidiano é mais ampla e menos agressiva do que se imagina. Os ácidos e as
bases são constituintes de refrigerantes, alimentos, remédios, produtos de
higiene ou cosméticos.
Os indicadores ácido-base são substâncias que possuem a propriedade
de mudar de cor em função da concentração de íons hidrônio (H3O+) do meio.
A Tabela 1 mostra o comportamento dos ácidos e bases em presença de
alguns indicadores.

Tabela1. Comportamento de ácido e bases na presença de alguns indicadores.


Indicador Cor em meio ácido Cor em meio básico
Fenolftaleína Incolor Rosa
Alaranjado de metila Vermelho Amarelo

2. OBJETIVO

Identificar substâncias ácidas e básicas, mediante o uso de indicadores


ácido-base em meio aquoso.

3. MATERIAIS E REAGENTES NECESSÁRIOS

• Tubos de ensaio • Solução de NaOH 0,1 mol.L-1


• Solução de fenolftaleína • Solução de bicarbonato de
• Solução de alaranjado de sódio (NaHCO3)
metila • Solução de cal (óxido de
• Solução de HCl 0,1 mol.L-1 cálcio - CaO)

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• Solução de sabão em pó • Vinagre
• Leite de magnésia • Solução de NH4OH 1,0 mol.L-1
• Água sanitária • Solução de azul bromotimol

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1. Identificação de substâncias

1- Numere 8 tubos de ensaio.


2- Coloque aproximadamente 1 mL das seguintes substâncias em tubos de
ensaio diferentes:
a) solução de HCl 0,1 mol.L-1
b) solução de NaOH 0,1 mol.L-1
c) solução de bicarbonato de sódio (NaHCO3)
d) solução de cal (óxido de cálcio - CaO)
e) solução de sabão em pó
f) Leite de magnésia
g) água sanitária
h) vinagre
3- Verifique o caráter básico de cada solução, adicionando 2 gotas de solução de
fenolftaleína.
4- Repita as etapas 1 e 2.
5- Verifique o caráter ácido de cada solução, adicionando 2 gotas de solução de
alaranjado de metila.
6- Anote todas as observações.

4.2. Reação de neutralização

4.2.1. Trabalhando com uma solução considerada como ácida

- Selecione uma solução considerada ácida na etapa 4.1 com o indicador


alaranjado de metila.

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- Acrescente lentamente e sob agitação, a solução de NaOH 0,1 mol.L-1 até que
a solução mude de coloração.
- Anote todas as observações.

4.2.2. Trabalhando com uma solução considerada como básica

- Selecione uma solução considerada básica na etapa 4.1 com o indicador


fenolftaleína.
- Acrescente lentamente e sob agitação, a solução de HCl 0,1 mol.L-1 até que a
solução mude de coloração.
- Anote todas as observações.

4.3. Sangue do diabo

- Adicione 2 gotas de fenolftaleína em um béquer de 50 mL.


- Acrescente aproximadamente 20 mL de água e agite o sistema.
- Adicione 8 gotas de NH4OH 1,0 mol.L-1 à solução preparada e observe.
- Pingue, com o auxilio de uma pipeta Pasteur, algumas gotas da solução
preparada em um pedaço de pano.
- Deixe o sistema em repouso e depois de um certo tempo explique o ocorrido.

4.4. Reação com óxido

- Em um frasco de Erlenmeyer adicione 20 mL de água da TORNEIRA e em


seguida adicione 4 gotas de azul de bromotimol.
- Observe a cor adquirida.
- Com o auxílio de um canudo de refresco, assopre fazendo a solução borbulhar.
- Observe a mudança de cor.
- Aqueça a solução, com auxílio de uma chapa de aquecimento, e observe a
nova mudança.
- Explique o resultado.

21
5. ORIENTAÇÕES PARA O RELATÓRIO

- Expressar a estrutura química de cada indicador usado neste experimento.


- Expressar as reações ocorridas nos itens 4.2.1 e 4.2.2.
- Expressar (usando reações químicas) porque indicadores mudam de cor na
presença de ácidos e bases.

22
EXPERIMENTO 6
PREPARO DE SOLUÇÕES

1. INTRODUÇÃO

Solução é qualquer sistema homogêneo constituído por um soluto e um


solvente. Soluto dissolvido é a fase dispersa, é aquele que está em menor
quantidade. Solvente é o dispersante, é aquele que está em maior quantidade. A
concentração de uma solução pode ser expressa de diversas formas, tais formas
são chamadas de unidades de concentração.

2. OBJETIVO

Compreender a natureza e a importância das soluções e preparar


soluções com diferentes concentrações.

3. MATERIAIS E REAGENTES

• balões volumétricos • balança analítica


• pipetas • NaOH sólido
• béqueres • KMnO4 sólido
• espátula

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1. Preparo de 50 mL de uma solução 0,005 mol.L-1 de permanganato de


potássio

- Calcule a quantidade de massa de KMnO4 necessária para preparar 50 mL de


uma solução 0,005 mol.L-1.
- Pese a massa calculada em um béquer de 50 mL e anote exatamente a massa
observada na balança.

23
- Dissolva o KMnO4 com água destilada e vá transferindo a solução para o balão
volumétrico de 50 mL.
- Lave várias vezes o béquer e transfira para o balão volumétrico até próximo ao
volume de 50 mL.
- Complete, com água destilada, o volume para 50 mL até a marca de aferição do
balão, com auxilio de uma pipeta Pasteur.
- Feche o balão e agite para homogeneizar a solução.

4.2. Diluição de uma solução 0,005 mol.L-1 de permanganato de potássio


para o preparo de 50 mL de uma solução 0,0001 mol.L-1

- Calcule o volume da solução de KMnO4 0,005 mol.L-1 necessária para preparar


50 mL de uma solução 0,0001 mol.L-1.
- Com auxílio de uma pipeta transfira o volume calculado para um balão
volumétrico de 50 mL.
- Complete, com água destilada, o volume para 50 mL até a marca de aferição do
balão com auxílio de uma pipeta Pasteur.
- Feche o balão e agite para homogeneizar a solução.

4.3. Preparo de 100 mL de uma solução de hidróxido de sódio 0,1 mol L-1

- Calcule a quantidade de massa de NaOH necessária para preparar 100 mL


uma solução 0,10 mol.L-1.
- Pese a massa calculada em um béquer de 50 mL, de maneira rápida pois o
NaOH é muito higroscópico.
- Dissolva o NaOH com água destilada e vá transferindo a solução para o balão
volumétrico de 100 mL.
- Complete, com água destilada, o volume para 100 mL até a marca de aferição
do balão, com auxilio de uma pipeta Pasteur.
- Feche o balão e agite para homogeneizar a solução.

IMPORTANTE: reserve essa solução em um frasco rotulado para futura


utilização (próximo experimento).

24
EXPERIMENTO 7
TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE

1. INTRODUÇÃO

Solução é qualquer sistema homogêneo constituído por um soluto e um


solvente. Ao contrário do que se pensa usualmente, também existem soluções
sólidas (aço) e gasosas (ar atmosférico), embora as soluções líquidas são mais
comuns no laboratório de química.
O soluto é a fase dispersa, presente em menor quantidade. O solvente é o
dispersante, presente em maior quantidade. A água é conhecida como o solvente
universal, pois ela é um dos melhores solventes na natureza, capaz de dissolver
uma infinidade de substâncias, como sais, gases, açúcares, proteínas, etc. O
plasma sanguíneo por exemplo, é constituído de glóbulos vermelhos, glóbulos
brancos e plaquetas. Este plasma contém água, onde estão dissolvidas outras
substâncias como as vitaminas e a glicose. A água serve como transporte dessas
substâncias para o resto do corpo.
Diversas são as formas de expressar a quantidade de soluto e de solvente
presente em uma solução. A essa quantificação dá-se o nome de concentração
da solução. As formas mais usuais para expressar a concentração são: ppb,
ppm, concentração molar e concentração massa/volume.
Um padrão primário é um composto com pureza suficiente para permitir a
preparação de uma solução padrão mediante a pesagem direta da quantidade da
substância, seguida pela diluição até um volume definido de solução. A solução
que se obtém é uma solução padrão primária. Os padrões primários são muito
utilizados para padronização de soluções através de titulação.
Na análise titulométrica, às vezes chamada de análise volumétrica, trata-
se a substância a ser determinada com um reagente adequado, adicionado na
forma de uma solução padronizada, e determina-se o volume de solução
necessário para completar a reação. As reações titulométricas comuns são as de
neutralização (reações ácido-base), a complexação, a precipitação e as reações
de oxidação-redução.

25
O ácido acético (CH3OOH) é um ácido fraco, tendo um Ka de 1,8 x 10-5.
Ele é amplamente usado em química industrial na forma de ácido acético glacial
99,8% (m/m) (densidade de 1,051 g/cm3) ou em soluções de diferentes
concentrações. Na indústria alimentícia é consumido com vinagre, que é uma
solução diluída do ácido acético glacial (3,5 a 8% m/v). A legislação brasileira
estabelece em 4% o teor mínimo de ácido acético para vinagre.

2. OBJETIVO

Determinar a concentração de uma solução através de uma titulação.

3. MATERIAIS E REAGENTES NECESSÁRIOS

• balança analítica • biftalato de potássio sólido (secar


• bureta de 25 mL em estufa a 120ºC / 30 min)
• frascos de Erlenmeyer • fenolftaleína
• solução de NaOH 0,1 mol.L-1 • vinagre comercial
(preparado experimento anterior)

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1. Padronização da solução de NaOH

- Pese aproximadamente 0,2000 g de biftalato de potássio e transfira para um


frasco de Erlenmeyer de 250 mL.
- Dissolva em, aproximadamente, 25 mL de água destilada e adicione 2 gotas do
indicador fenolftaleína.
- Adicione a solução de NaOH (utilize a solução preparada no experimento
anterior) na bureta e titule a solução do biftalato de potássio.

26
4.2. Quantificação de ácido acético em vinagre comercial.

- Adicione 2 mL de vinagre comercial em um frasco de Erlenmeyer.


- Complete o volume com, aproximadamente, 15 mL de água destilada e adicione
2 gotas do indicador fenolftaleína.
- Adicione a solução de NaOH (utilize a solução preparada no experimento
anterior) na bureta e titule a solução do vinagre.

5. ORIENTAÇÕES PARA O RELATÓRIO

- Determinar a concentração da solução de NaOH através da utilização do


biftalato de potássio na titulação para padronização.
- Determinar a concentração do ácido acético na solução de vinagre comercial.

27
EXPERIMENTO 8
EQUILÍBRIO QUÍMICO

1. INTRODUÇÃO

Não existem reações irreversíveis, todas as reações químicas ocorrem em


ambos os sentidos, geralmente mostrando preferência por um dos sentidos,
evoluindo para um estado final de equilíbrio, onde há, na maioria das vezes,
predominância de reagentes ou de produtos, conforme as energias envolvidas. O
que ocorre muitas vezes é que a mencionada preferência por um dos sentidos é
tão pronunciada que, no equilíbrio, a concentração dos reagentes é tão baixa que
mal se consegue detectar a presença dos mesmos. Diz-se, aí, que a reação é
irreversível.
Em uma reação em equilíbrio químico, as concentrações de todas as
espécies envolvidas são constantes (todavia, deve-se lembrar que o equilíbrio é
dinâmico, isto é, as reações direta e inversa ocorrem com a mesma velocidade).

aA + bB  cC + dD

v1 = v2 → k1[A]a . [B]b = k2[C]c . [D]d


k = k1/k2 = [C]c . [D]d / [A]a . [B]b

Onde k é chamada de constante de equilíbrio da reação, e os colchetes indicam


que as concentrações das substâncias A, B, C e D, estão expressas em mol/litro.

O significado desta constante de equilíbrio é importante. O valor numérico


de k será elevado se o equilíbrio favorecer a formação de produtos. Se a reação
ocorrer apenas em pequena extensão, na posição de equilíbrio predominarão os
reagentes e, portanto, o valor numérico de k será pequeno.
Em geral, o equilíbrio químico é função da temperatura, já que a maior
parte das reações químicas ocorre liberando calor (exotérmicas) ou absorvendo
calor (endotérmicas); para algumas reações, o equilíbrio também depende da
pressão.

28
O princípio de Le Chatelier estabelece que qualquer alteração em uma (ou
mais) das concentrações das espécies envolvidas no equilíbrio, ou na
temperatura ou na pressão (no caso de haver reagentes gasosos), provocará
uma reação do sistema de maneira a restabelecer o equilíbrio. Isso ocorre com a
minimização da alteração provocada por meio de deslocamento do equilíbrio no
sentido dos reagentes (as concentrações dos reagentes aumentam enquanto as
dos produtos diminuem) ou dos produtos (as concentrações dos produtos
aumentam e as dos reagentes diminuem).

2. OBJETIVO

Observar visualmente como o equilíbrio é afetado com perturbações


externas.

3. MATERIAIS E REAGENTES NECESSÁRIOS

• tubos de ensaio
• pipetas
• balão volumétrico de 50 mL
• solução de FeCl3 0,1 mol.L-1
• solução de NH4SCN 0,1 mol.L-1
• solução de K2CrO4 0,1 mol.L-1
• solução de K2Cr2O7 0,1 mol.L-1
• solução de HCl 1,0 mol.L-1
• solução de NaOH 1,0 mol.L-1
• NH4Cl sólido

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4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1. Equilíbrio de cloreto de ferro III e tiocianato de amônio

- Em um balão de 50 mL adicione 2 mL de solução de FeCl3 0,1 mol.L-1 e 2 mL


de solução de NH4SCN 0,1 mol.L-1.
- Observe a coloração e em seguida complete o volume com água destilada.
- Em quatro tubos de ensaio, numerados de 1 a 4, adicione em cada um 5 mL
da solução resultante.
- Reserve o tubo 4 pois ele será utilizado como controle.
- Ao tubo 1, adicione 2 mL de solução de FeCl3 0,1 mol.L-1, agite e compare
com a cor da solução do tubo 4.
- Ao tubo 2, adicione 2 mL de solução de NH4SCN 0,1 mol.L-1, agite e compare
com a cor da solução do tubo 4.
- Ao tubo 3, adicione uma pontinha de espátula de NH4Cl sólido, agite e
compare com a cor da solução do tubo 4.

4.2. Equilíbrio de cromato de potássio e de dicromato de potássio

- Numere 4 tubos de ensaio de 1 a 4.


- Nos tubos 1 e 2 adicione 2 mL de solução de K2CrO4 0,1 mol.L-1.
- Nos tubos 3 e 4 adicione 2 mL de solução de K2Cr2O7 0,1 mol.L-1.
- No tubo 1 adicione 1 mL de solução de HCl 1,0 mol.L-1, agite e compare com
a cor da solução do tubo 2.
- No tubo 3 adicione 1 mL de solução de NaOH 1,0 mol.L-1, agite e compare
com a cor da solução do tubo 4.

5. ORIENTAÇÕES PARA O RELATÓRIO

- Expressar todas as reações químicas e explicar os fenômenos observados


em cada reação.

30
EXPERIMENTO 9
TERMOQUÍMICA: CALOR ESPECÍFICO (c)

1. INTRODUÇÃO

Quando se fornece a mesma quantidade de calor para diferentes


substâncias com massas iguais, estas apresentam comportamento diferentes,
ou seja, uma se aquece mais rapidamente que a outra. Esta diferença de
comportamento térmico está associada com outra característica do material
que é o calor específico (c).

2. OBJETIVO

Determinar o calor específico das amostras de metal.

3. MATERIAIS E REAGENTES NECESSÁRIOS

• Proveta de 100 mL • béquer 100 mL


• calorímetro • bico de bunsen
• termômetro • tripé
• amostras de metal • tela de amianto
• balança • pinça metálica

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

- Coloque 100 mL de água (medidos com a proveta) que corresponde a 100 g


de água (dágua = 1,0 g.cm-3) no calorímetro e meça a temperatura inicial da
água (Ti água).
- Pese as peças de metal disponíveis.
- Coloque uma das peças de metal em um béquer com água (aprox. 80 mL) e
aqueça o conjunto até atingir a temperatura de ebulição. Meça esta
temperatura que será a temperatura inicial de peça de metal (Ti metal).

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- Rapidamente retire a peça da água em ebulição com o auxílio de uma pinça,
coloque-a no calorímetro e tampe-o.
- Monitore a temperatura até ficar constante, ou seja, até atingir o equilíbrio
térmico. Meça esta temperatura (Tf).
- Repita esse procedimento com a outra peça metálica.

5. ORIENTAÇÕES PARA O RELATÓRIO

- Determine o calor específico de cada metal utilizado e compare com os


valores teóricos.

32
EXPERIMENTO 10
PROPRIEDADES FÍSICAS DE LÍQUIDOS

1. INTRODUÇÃO

Enquanto todos os gases são perfeitamente miscíveis entre si, esse não
é o caso dos líquidos. Dois líquidos podem ser completamente miscíveis,
parcialmente miscíveis ou imiscíveis. Exemplos bem conhecidos desse
comportamento diferenciado são os sistemas água/álcool e água/óleo.
A miscibilidade entre dois líquidos baseia-se na semelhança da
constituição das respectivas moléculas, e consequentemente, na semelhança
dos tipos de interação intermolecular em cada substância.
A gasolina é um produto combustível derivado intermediário do petróleo,
na faixa de hidrocarbonetos de 5 a 20 átomos de carbono. Existe um índice
mínimo permitido de octanagem para a gasolina comercializada no Brasil, que
varia conforme seu tipo.
O álcool etílico, umas das substâncias adicionadas à gasolina, tem vital
papel na sua combustão, pois sua função é aumentar a octanagem em virtude
do seu baixo poder calorífico. Além disso, o fato propicia uma redução na taxa
de produção de CO. A porcentagem de álcool é regulamentada por Lei, e
recentemente foi estabelecido um novo padrão que é de 18 a 24%.

2. OBJETIVO

Observar visualmente algumas propriedades físicas de líquidos.

3. MATERIAIS E REAGENTES NECESSÁRIOS

• tubos de ensaio • pentanol


• proveta • octanol
• béquer • hexano
• bastão de vidro • solução aquosa saturada de iodo
• etanol • gasolina comum
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4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1. Miscibilidade de líquidos

- Adicione 2 mL de água a 3 tubos de ensaio.


- Ao primeiro tubo acrescente 2 mL de etanol, ao segundo tubo acrescente 2mL
de pentanol e ao terceiro tubo acrescente 2 mL de octanol.
- Agite, deixe em repouso e depois observe.

- Adicione 2 mL de hexano a 3 tubos de ensaio.


- Ao primeiro tubo acrescente 2 mL de etanol, ao segundo tubo acrescente 2mL
de pentanol e ao terceiro tubo acrescente 2 mL de octanol.
- Agite, deixe em repouso e depois observe.

- Adicione 2 mL de solução aquosa saturada de iodo em um tubo de ensaio


com tampa.
- Acrescente 1 mL de hexano, aguarde um minuto e coloque a tampa no tubo.
- Agite, deixe a mistura em repouso e depois observe.

4.2. Determinação de etanol na gasolina

- Coloque 50 mL de gasolina comum em uma proveta de 100 mL e depois


adicione 50 mL de água destilada.
- Agite a mistura com o auxilio de um bastão de vidro.
- Deixe a mistura na proveta em repouso até a total separação das fases.
- Determine o volume final da fase aquosa.

5. ORIENTAÇÕES PARA O RELATÓRIO

- Avaliar a miscibilidade entre os líquidos estudados.


- Explicar as cores observadas no experimento com iodo.
- Calcular a porcentagem de etanol na gasolina e comentar o resultado obtido
em relação à legislação.

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