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José Maria Pascoal Júnior – 05/04/20

O Fim da Eternidade
Um thriller de ficção científica, O Fim da Eternidade é uma obra bem singular de Isaac Asimov, publicada em 1955,
a partir da ideia de uma nuvem de cogumelo de uma explosão nuclear em que o autor lera, ao folear uma revista Time,
alguns anos antes. Basicamente, ela foca em viagens através do tempo e, tal qual as viagens espaciais, é um dos grandes
temas pesquisados e escritos por Asimov.
O enredo se baseia nas ações e seus desdobramentos, de um técnico pertencente a uma instituição conhecida
por Eternidade, criada poucos séculos depois do século XX, cuja grande finalidade é analisar os acontecimentos que
ocorrem em cada época e viajar no tempo, com a intenção de promover ações que alterem a realidade de determinado
período, tudo com a finalidade de evitar que grandes catástrofes possam ocorrer com as pessoas daquela tempo. O
grande objetivo era preservar nossa espécie de Homo Sapiens, dos malefícios do destino, nem que para tal, fosse
necessário alterá-lo.
Um exemplo de alteração da realidade seria analisar uma pessoa responsável por uma descoberta que causasse
um grande mal, determinando que os membros da Eternidade, também conhecido por eternos, viajassem momentos
antes do primeiro encontro dos pais daquela pessoa, realizando uma mudança mínima, como o atraso de um ônibus, de
tal sorte que esses progenitores não se conhecem e não gerassem aquele filho, impedindo assim aquela descoberta e,
por consequência, seu efeito nefasto.
Os personagens, na sequência de seu protagonismo, são Andrew Harlan, técnico da Eternidade; Noys Lambent
amante e companheira de Harlan e que terá um papel decisivo na trama; Computador Twissell, um dos mais altos
conselheiros da Eternidade, uma pessoa com o nome de computador que tenta a todo custo preservar aquela instituição;
Computador Finge, também conselheiro da Eternidade e que tem certas desavenças com Twissell, mas que acompanha
toda uma conspiração que pode levar ao fim da Eternidade; e por fim o jovem Cooper que tem um papel decisivo na
criação e fim dessa organização que tenta manipular o destino.
A obra trata especialmente do paradoxo temporal, um fenômeno ainda impossível, em que uma pessoa viaja ao
no tempo com destino ao passado e sua simples presença poderá ter resultados logicamente impossíveis, como encontrar
consigo mesmo em uma versão mais jovem. Trata, também, da questão do livre arbítrio, na verdade retirando este do ser
humano, na medida em que, se há uma organização que cuida de todo o destino dos homens, principalmente, fazendo-
os evitar os sofrimentos, não há escolhas verdadeiras. A questão da manipulação do futuro pode remeter à conotação do
controle social exercido nas sociedades, um tema bem relevante à época em que o livro foi escrito.
Embora a trama seja bem fiel ao momento do pós guerra do século passado, principalmente, por conta dos efeitos
da bomba atômica no imaginário daquela sociedade, o autor se esmera em criar um contexto sofisticado, pelo menos no
que se refere à ficção científica. Para tal, esbanja termos bem técnicos, como mudança mínima necessária, resposta
máxima desejada, mudança da realidade, paradoxo temporal, linguagem intertemporal padrão, fisiotempo e outros
termos.
Olhando a obra atualmente, sob meu ponto de vista pessoal, pode parecer um excesso de fantasia, até mesmo
uma conjectura infantil, no sentido de que o autor cria um verdadeiro faz de conta, como o fato, por exemplo, dos
personagens viajarem em caldeiras com poucos painéis controladores do tempo. Não fica claro no livro, como os eternos
viajam através dos séculos, o que não desmerece a leitura nem um pouco, em qualquer parte desta.
Asimov tem um estilo de escrita bem pessoal e diferenciado, retendo a atenção do leitor com uma crescente de
acontecimentos, usando termos rebuscados, sem que comprometa o fácil entendimento do enredo. É interessante como
consegue descrever em detalhes o estado emocional de seus personagens e suas relações sentimentais, claro que
remetendo às posturas e costumes que as pessoas tinham nos anos 1950.
Falando do autor, Isaac Azimov foi um judeu russo de nascimento, tendo sua família ido morar em Nova York,
ainda bebê, fugindo da Revolução Comunista. Aos 19 anos, publicava histórias de ficção científica, cursando logo depois
a faculdade de bioquímica e concluído seu doutorado aos 28 anos. Foi escritor e professor, com mais de quinhentas
publicações, escrevendo sobre os avanços do pós segunda guerra, como foguetes, robôs, laser, computadores e
exploração espacial. Dedicou-se a esclarecer como a robótica poderia auxiliar a vida humana, bem como as questões
éticas, criando ele mesmo o termo robótica. Costumava ler sobre um determinado assunto e depois resumi-lo de forma
mais palatável à maioria. Na verdade, Isaac era um visionário, um futurista que previu várias coisas muitos anos antes,
como a fibra ótica, a internet e os microchips, dentre outros, vindo a falecer no ano de 1992.
Por fim, a obra em que se baseou esta resenha foi a edição de 1974, de título original The End Of Eternety,
traduzida por Luiz Carlos Nunes, da editora Hemus, existindo pelo menos mais seis edições diferentes. Ela pode ser
baixada no site lelivros, em: http://lelivros.love/book/download-o-fim-da-eternidade-isaac-asimov-em-epub-mobi-e-
pdf/. Acesso em 05 abr. 2020. Segundo consta, é uma das melhores leituras de Asimov, com pouco mais de 250 páginas,
uma leitura fácil e obrigatória para que gosta do autor e de ficção científica.
Paz e Bem!

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