“No plano de fundo da peça, está uma
CuCAMus'15 CuCAMus'15
percepção a respeito da linguagem.
Manrique chama atenção para o fato de
que o trabalho do compositor é criar um
recorte, definir algo a partir da partitura,
criar um mundo sonoro específico. Em outras palavras, o
que faz o compositor é “fechar”. Na dança, no entanto, em
especial na improvisação proposta por Marila, o caminho é
outro: a coreografia, em tempo real, refere-se ao “abrir”.
“São linguagens distintas, com pressupostos diferentes, e
por isso mesmo o diálogo entre elas pode levar a uma
reflexão sobre as regras e caminhos de cada uma delas”,
diz Manrique. E Marila segue em direção parecida quando
afirma que para o universo da dança, em um trabalho como
esse é “possível vislumbrar um novo método de trabalho
com o intuito de quebrar a padronização do movimento”.
Mais do que isso. Na conversa com o público, após a
apresentação, coloca-se outra questão de fundo: qual a
função – ou o sentido – do trabalho do criador e do
intérprete?”
Curto Circuito Acadêmico Musical Curto Circuito Artístico Musical
O CuCAMus é um projeto/ circuito que está
nascendo em 2015. O objetivo principal é incentivar APRESENTA
a  circulação musical curitibana de forma
contextualizada na Universidade. Por isso, o projeto
tem 20 eventos ao longo do ano letivo de 2015. “Estudo nº1 para bailarina e quarteto"
Cada evento possui duas partes: uma performance
(ao vivo ou gravada) e um debate, apresentação de com Marila Velloso
pesquisa, troca de ideias ou discussão sobre o e
tema do evento - o mesmo da performance.
Além disso, o CuCAMus nasce com o intuito de José Luis Manrique
revelar  temas e repertórios pouco conhecidos,
entremeados com aqueles velhos companheiros do
ouvido e da mente.
Equipe CuCAMus'15
Coordenação/ Curadoria: Prof. Me. Caio M. Nocko
Co-Produção/ Curadoria adjunta: Bia Cervellini
Co-Produção/ Fotografia: Karina Schwitzky
Vídeo: Yuri Martins e Teobaldo Minatto Scussel
Envie sua proposta de evento pelo site:
http://cucamus.jimdo.com
cucamus.fap@gmail.com
facebook.com/cucamus
twitter.com/cucamus
Unespar | Curitiba II (Fap)
Auditório Antônio Melillo
Curitiba II
(Faculdade de Artes do Paraná)
17/09/2015 - 19H
 Marila Velloso
Doutora em Artes Cênicas pela Universidade Federal
da Bahia (2011); Professora, Practitioner e Educadora do
Movimento Somático pela Body-Mind Centering® (EUA
e Alemanha); Mestre em Comunicação e Semiótica/
PUC-SP (2005); Especialista em Consciência Corporal/
Dança/Faculdade de Artes do Paraná; Licenciada e
Bacharel em Dança/PUC-PR; Formada pela Escola de
Danças Clássicas do Teatro Guaíra/1983. Fez inúmeros
cursos de dança e criação no Brasil, EUA e Europa. Tem
suas pesquisas voltadas para o objeto da dança
contemporânea de caráter investigativo; da Dança e da
Educação Somática; e das políticas culturais em dança.
Dançarina e coreógrafa. Professora no Curso de Dança
da Faculdade de Artes do Paraná/ UNESPAR, desde
1991.
Foi Coordenadora de Dança da Fundação Cultural de
Curitiba, de 2005 a 2009, coordenando a Casa
Hoffmann – Centro de Estudos do Movimento onde
desenvolveu com Fabiana Britto (UFBA) um Programa
para bolsistas e residentes em dança contemporânea de
caráter investigativo.
José Luis Manrique
Compositor peruano radicado em Curitiba, atualmente
graduando do 3º ano do curso Superior de Composição
e Regência na Universidade Estadual do Paraná
(UNESPAR - Curitiba I). Integra desde 2014 o Grupo de
Pesquisa Núcleo Música Nova (CNPq) da mesma
universidade e o Núcleo de Composição SESI/EMBAP
com a orientação dos compositores Harry Crowl e
Indioney Rodrigues.
Estudo nº 1 para bailarina e
quarteto
Esta pesquisa entre música e dança começou
entre os meses de maio e agosto de 2015 e foi
mostrada, no seu estágio atual, em uma
apresentação no dia 21 de agosto, no TEUNI da
Universidade Federal do Paraná/UFPR como parte
da III Bienal Música Hoje. A ideia do “Estudo nº 1
para dançarina e quarteto” surge inicialmente dentro
do Núcleo de Composição SESI- EMBAP quando foi
proposto, pelo orientador Harry Crowl, trabalhar
elementos não musicais como material inicial das
obras. Foi assim que o compositor José Luis
Manrique escolheu integrar a dança às suas
composições e convidou a dançarina Marila Velloso
para participar como co-criadora e pesquisadora.
Juntos, criam uma linguagem própria que explora o
corpo como ator direto no som produzido pelos
instrumentos, a partir de uma estrutura e composição
musical definidas. Esta linguagem demanda do
dançarino conhecimentos específicos tanto de
regência como de teoria musical, desenvolvendo uma Conforme se seguiram os estudos e ensaios junto
proposta inovadora e altamente desafiante para aos músicos e à criadora-intérprete, Marila Velloso,
quem dança. De outro modo, os músicos são outros aspectos puderam ser observados à exemplo
desafiados a traduzirem os movimentos dançados de uma Interatividade Analógica tendo em vista que
também, em tempo real, o que exige uma espécie de
o corpo move e produz o som e que cada parte do
corporalização e sincronicidade afinada entre esses e
a dançarina. corpo (dois braços e duas pernas) está relacionado a
um instrumento musical específico que possui regras
Por outro lado, a dança é desprovida de uma estabelecidas na composição musical segundo os
tradição de notação como acontece com as diferentes movimentos de cada um dos membros da
partituras musicais. E para esta linguagem é preciso dançarina. Cada movimento estabelece uma relação
deixar registrado na partitura algum tipo de notação diferente com cada instrumentista e, portanto, uma
que informe aos músicos sobre momentos chave da
sonoridade distinta. A partir disso, a composição da
dança. Para isso foi convidada a participar, a artista
dança se estabelece, em tempo real, pois é
visual, Julia Kobus Arbigaus, que desenhou parte dos
movimentos chaves da dança, na partitura dos improvisada no momento presente da encenação.
músicos.