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FACULDADES INTEGRADAS CAMPOS SALLES

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA

ANDERSON VIEIRA CORDEIRO DA SILVA


ANGELICA CABRAL
DAIANE ANTONIELLI FERREIRA
GUILHERME BARBOSA
LUDMILA NERI NICOLETTI
RUTE NASCIMENTO DE AMORIM

CADEIA DE SUPRIMENTOS DO AÇÚCAR E ETANOL

São Paulo
2017
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 03
1. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E CADEIA DE SUPRIMENTOS .................. 04
2. PLANTAÇÃO E CULTIVO ................................................................................... 06
2.1 MUDAS .............................................................................................................. 06
3. COLHEITA ........................................................................................................... 10
4. FABRICAÇÃO DO ETANOL ................................................................................ 12
4.1 ARMAZENAMENTO DO ETANOL ..................................................................... 12
5. FABRICAÇÃO DO AÇÚCAR ................................................................................ 16
5.1 SECAGEM ......................................................................................................... 18
5.2 ARMAZENAGEM DO AÇÚCAR......................................................................... 19
6. GERAÇÃO DE VAPOR E ENERGIA.................................................................... 21
7. TRANSPORTES ................................................................................................... 22
8. EXPORTAÇÃO DO AÇÚCAR............................................................................... 23
9. EXPORTAÇÃO DO ETANOL ............................................................................... 25
10. CONSIDERAÇÃOES FINAIS.............................................................................. 27
11. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................... 28
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INTRODUÇÃO

O planejamento estratégico da cadeia de suprimento deve atender as demandas


atuais, propondo alternativas as deficiências de infra-estrutura e mantendo o negócio
em níveis competitivos para o mercado. Os desafios logísticos associados à gestão
de fluxo e às crescentes demandas nas diversas cadeias de suprimentos estão cada
vez mais presentes na atividade comercial. Tradicionalmente, os participantes da
cadeia de suprimento buscam atingir suas metas individualmente, otimizando suas
operações estratégicas; contudo, ineficiências e desequilíbrios são criados ao longo
da cadeia. Nas últimas décadas, os grandes avanços na pesquisa de base
incrementaram a produtividade, para atender as novas e elevadas demandas do
mercado globalizado. É chegada a hora de realizar investimentos proporcionais em
pesquisa, que busquem alternativas inovadoras e eficientes para a logística global a
fim de sustentar este ritmo de desenvolvimento comercial.
Objetivo deste trabalho é detalhar a Cadeia de Suprimentos do Açúcar e Álcool,
apresentando estudos, apoiados na revisão conceitual de cadeias de suprimentos,
planejamento estratégico, gestão de fluxo global e integração dos setores.
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1. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E CADEIA DE SUPRIMENTOS

A cadeia de suprimento destina-se a designar como um todo à estrutura projetada


adequadamente para atender à demanda de um mercado específico (Slack, 2002).
Este conceito de uma maneira geral, compões a visão de Cadeia e assim, surge a
estratégias apropriadas para os parceiros de negócios. O processo estratégico de
gerenciamento da cadeia de suprimento reúne supridores, produtores,
transportadores, distribuidores, e clientes para uma dinâmica com um fluxo
constante de informações, produtos e fundos, que agregam valor para os clientes e
demais participante (Lambert, Cooper e Pagh, 1998). Para poder visualizar
globalmente uma cadeia de suprimento, a priori, é necessário conhecer o ciclo de
vida do produto, e em seguida é preciso analisar a interação entre os seus
participantes.
A cooperação requer que comportamentos específicos sejam adotados, posturas,
em vez de um ponto de vista estratégico isolado. Os objetivos da cooperação
parecem ser: 1. Considerar incertezas em diversas variáveis de negócio como:
demanda, preço, custo e suprimento. 2. Manter a supervisão e o controle da
gerência sobre o fornecedor de serviços. 3. Atingir as metas que são acessíveis
apenas por meio de esforços combinados de diversas organizações. 4. Resolver
problemas ou aproveitar oportunidades.
O planejamento estratégico da cadeia de suprimentos requer informações ou
parâmetros, sejam quantitativos e qualitativos, normalmente associados às três
principais variáveis logísticas; o tempo, a informação e o recurso. No método de
parceria estratégica, fornecedores, fabricantes e distribuidores estão desenvolvendo
diferentes formas de integrar as atividades. Estas empresas colocam a gestão de
logística e operações no coração de seus pensamentos. Nos últimos anos a forte
tendência à globalização e o concomitante aumento na pressão de competitividade
tem levado muitas empresas a desenvolverem a logística como parte de sua
estratégia corporativa para assegurar vantagens de custo e serviços (Mc Ginnis e
Kohn, 2002). O planejamento estratégico das operações e de logística é entendido
de forma melhor como um conceito multidimensional que engloba todas as
atividades críticas da empresa fornecendo-lhe um sentido de unidade, direção,
propósito; e contendo ainda decisões focadas, objetivos claros, diferenciais
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competitivos e uma resposta adequada ao mercado. Muitas atividades em um


sistema logístico são antagônicas e contraditórias. Estabelecer o equilíbrio destes
“trade-offs” através de decisões estruturais e infraestruturais é vital para a
sustentabilidade do negócio.
.
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2. PLANTAÇÃO E CULTIVO

A cana-de-açúcar pode ser produzida em diversos tipos de solo, entretanto, os


rendimentos  diminuem à medida que as características de solo vão se afastando
daquelas consideradas ideais. São muitas as características que podem influenciar o
desenvolvimento da cana-de-açúcar. O solo ideal deve apresentar boa capacidade
de infiltração, para que a planta possa absorver à água de modo satisfatório e para
que os excessos sejam drenados, a capacidade de armazenamento da água precisa
estar próxima a 150 milímetros. Dessa forma, haverá água disponível para suprir as
necessidades hídricas da cana nos períodos entre as chuvas e, ainda, manterá o
solo húmido, impedindo a formação de uma barreira mecânica para o
desenvolvimento das raízes, os solos arenosos são menos indicados para o cultivo
da cana, pois não apresentam boa capacidade de armazenamento de água e, ainda,
favorecem perdas de nutrientes por lixiviação e o aumento da população de
nematoides, a cana-de-açúcar é bastante tolerante à acidez e alcalinidade. Seu
cultivo desenvolve-se em solos com pH entre 4 e 8,5, sendo que o ideal gira em
torno de 6,5.
É evidente que para obter produtividade satisfatória é necessário recuperar a
fertilidade dos solos, tanto nas camadas superficiais como nas mais profundas,
quando estes não apresentarem condições ideais para o cultivo da cana. O Ideal é
recuperar o solo para novos plantios através de corretivos (calcário e gesso), desta
forma a produtividade aumentará.

2.1 MUDAS

Segundo o Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, a nova metodologia do plantio


da cana de açúcares, o sistema de Mudas pré-brotadas (MPB) de cana é uma
tecnologia de multiplicação que poderá contribuir para a produção rápida de mudas,
associando elevado padrão de fitossanidade, vigor e uniformidade de plantio. Outro
grande benefício está na redução da quantidade de mudas que vai a campo. Para o
plantio de um hectare de cana, o consumo de mudas cai de 18 a 20 toneladas, no
plantio convencional, para 2 toneladas no MPB. “Isso significa que 18 toneladas que
seriam enterradas como mudas irão para a indústria produzir álcool e açúcar,
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gerando ganhos”, explica Mauro Alexandre Xavier, pesquisador do IAC, da


Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Imagem 1: Corte de Minirrebolos, com a Tecnologia MPB já estão com os gemas .

Imagem 2: Tratamento dos Minirrebolos, separação de gemas e banho térmico e


tratados com fugicidas.

Imagem 3: Caixas de brotação, os minirrebolos são colocados em caixas para


britação com substratos próprios e levados á estufa, com umidade controlada.
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Imagem 4: Individualização ou Repicagem, depois de 12 dias na estufa, as gemas


são individualizadas e cada uma é colocada em tubete próprio.

Imagem 5: Aclimatação, A muda fica 15 dias na estufa para desenvolvimento das


raízes.

Imagem 6: Rustificação, nesta etapa a aclimatação é pelo sol.


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Imagem 7: Muda Pré-Brota, após 60 dias deste ciclo, a muda é retirada do tubete e
pronta pra ser planta.

Controle de pragas: “As falhas ocorridas nas áreas de plantios decorrem da falta de
uniformidade de diversos fatores do sistema atual, muitas vezes deve-se ao uso
excessivo de mudas que brotam e acabam competindo por água luz e nutrientes”,
explica o pesquisador. Já o novo método aumenta a uniformidade nas linhas de
plantio e, consequentemente, reduz as falhas.
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3.COLHEITA

Após o tempo de plantio é esperada a época mais seca do ano, que por sua vez é a
época para a realização da colheita da cana-de-açúcar, por ser o produto que
contém grande quantidade de açucares e que expande o crescimento de produção
do álcool e do açúcar, é o mais utilizado. No Brasil, a principal matéria-prima
utilizada para a produção do etanol é a cana-de-açúcar. Nos Estados Unidos, utiliza-
se o milho. Inclusive, o Brasil responde por 35% da produção mundial de etanol,
ficando atrás somente dos Estados Unidos, que responde por 37,5%. Outras
matérias-primas que podem ser utilizadas na produção de álcool são suco de frutas,
beterraba, substâncias zamiáceas, tais como o arroz, o trigo e a batata; e
substâncias celulósicas, como a madeira e o papel. Evidente que a colheita pode ser
feita com corte manual assim sendo o modo mais comum de colheita da cana-de-
açúcar, porém é alvo de muitas polêmicas relacionadas à queima da cana antes da
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colheita, que visa facilitar o corte da cana inteira, porém apresenta uma
desvantagem por precisar de muita mão de obra. Por ser uma colheita manual, é
necessário que a cana seja lavada para diminuir as impurezas, que afetam
negativamente seu processamento. Cerca de uma tonelada de cana-de-açúcar
colhida dá origem a 70 litros de etanol. E também pode ser feito o corte mecanizado,
que proporciona a redução de cerca de 20% dos custos de produção, quando
comparado com o corte manual. Entretanto, o corte mecanizado no Brasil ainda
precisa ser aprimorado, pois as máquinas nacionais utilizadas nessa atividade ainda
são, em sua maioria, precárias, apresentando baixo rendimento e necessitando
frequentemente de manutenção. Entretanto, no corte mecanizado, a cana não pode
ser lavada, pois as perdas de sacarose seriam muito elevadas e é por isso que
algumas usinas estão começando a utilizar o sistema de limpeza a seco, baseado
em jatos de ar sobre a cana. Abaixo segue ciclo do setor sucroalcooleiro.

Imagem: Google

No Brasil devido à extensão geográfica as condições para colheita e processamento


podem variar, sendo no centro-sul de março a novembro e no norte-nordeste de
setembro a abril, devido a esse fator o país tem capacidade para produzir e suprir o
ano todo.
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4. FABRICAÇÃO DO ETANOL

A cana-de-açúcar quando chega à usina, é pesada antes de ser descarregada. No


Brasil e em Cuba as usinas pagam por peso de cana recebida independente do teor
de sacarose da cana, já em países como os Estados Unidos o pagamento é feito de
acordo com o teor de sacarose existente na cana. Uma parte da cana recebida é
descarregada na mesa alimentadora, através de equipamentos chamados Hylos,
que são grandes guinchos que retiram a cana do caminhão, a outra parte é
empilhada pelo mesmo processo num depósito o qual serve para estocagem, que
será processada durante o período da noite. Esta cana é transportada do depósito,
para as mesas alimentadoras através de pontes rolantes, que são equipadas com
garras hidráulicas. A cana é triturada nas moendas das usinas, liberando assim o
seu caldo conhecido como garapa. A garapa contém elevado teor de sacarose
(açúcar – C12H22O11) e, por isso, pode também sofrer cristalização e ser utilizada
na produção de açúcar comum. Feito esse processo, sobra o bagaço da cana-de-
açúcar, mas ele não é desperdiçado e sim queimado nas caldeiras para liberar
energia que é usada na produção da eletricidade para a própria usina. A garapa é
aquecida a cerca de 105ºC e produz o melaço, isto é, uma solução de cerca de 40%
de sacarose. Essa parte é importante para deixar o caldo o mais puro possível e,
assim, não haver contaminantes na próxima etapa. O melaço é levado para sofrer
fermentação. Isso é feito por inocular o micro-organismo (levedura) Saccharomyces
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cerevisae, que, na presença de sacarose, produz uma enzima


denominada invertase. Esta atua como catalisadora da reação de hidrólise da
sacarose, produzindo glicose e frutose.
Atuação da enzima invertase como catalisadora da reação de hidrólise da sacarose
Depois esse micro-organismo origina outra enzima, a zimase, que catalisa a
transformação da glicose e da frutose em etanol:
Atuação da zimase como catalisadora da reação de formação do etanol a partir da
glicose e frutose

Nesse processo de fermentação, ocorre a liberação intensa de bolhas. Isso ocorre


pela presença do gás carbônico que foi liberado na reação anterior. Essa reação
também é bastante exotérmica, ou seja, libera muito calor.

Fermentação (Figura 3)

Imagem: Google

Na fermentação do melaço, obtém-se o chamado mosto fermentado, que, por sua


vez, é levado para a destilação fracionada. Esse é um processo de separação dos
componentes de misturas homogêneas. Assim, por meio dessa técnica, obtém-se o
álcool comum a 96 ºGL (graus Gay-Lussac), o que significa que ele possui 96% de
etanol e 4% de água. Para medir a pureza do álcool fabricado, costuma-se utilizar
um alcoômetro, que é um aparelho com as graduações na parte externa de seu tubo
de vidro e com chumbo na parte inferior que fica submerso em um líquido. A
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graduação igual a 0ºGL corresponde ao valor da água pura, e a graduação de


100ºGL, ao etanol puro.

Alcoômetro (figura 4)

Alcoômetro - um tipo de densímetro usado para medir a pureza do álcool

O álcool ao qual costuma ser mais referido no dia a dia é, na verdade, o etanol, esse
composto, também conhecido como álcool comum ou álcool etílico, possui uma
diversidade muito ampla de aplicações. Foi intensamente estudado por cientistas
como por exemplo Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP
(Fundação de amparo e pesquisa de São Paulo), que publicou no site “A pesquisa
no etanol da cana”. O álcool sendo a matéria-prima tem como utilização na
fabricação de remédios, na síntese de compostos orgânicos (como o acetaldeído, o
ácido acético e o éter comum); como também em combustível de automóveis, como
solvente de tintas, vernizes e perfumes; é usado misturado com a gasolina; em
bebidas alcoólicas, em soluções desinfetantes e como antisséptico. Tendo em vista
a importância do álcool, é interessante conhecer como ele é fabricado por um outro
processo, além da cana-de-açúcar. A reação de hidratação do etileno:
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Fórmula: CH2 = CH2 + H2O → H3C — CH2 — OH

Observa-se que em países onde não há muito território disponível para plantações,
costuma-se utilizar esse processo para a produção de álcool. Para acelerar a
reação, usa-se o ácido sulfúrico como catalisador.

Fonte: Autores do projeto


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5. FABRICAÇÃO DO AÇÚCAR

As tecnologias de produção de álcool e do açúcar são muito semelhantes, visando


os processos de todas as usinas brasileiras, há variações nos tipos e qualidades dos
equipamentos, controles operacionais e, principalmente, nos níveis de estratégias
gerenciais. Existe, atualmente, uma boa integração entre as áreas agrícolas e
industriais das usinas, o que permite aperfeiçoar toda a cadeia produtiva nas
unidades mais bem gerenciadas. O sistema de pagamento de cana em uso estimula
o produtor independente de cana a entregar a matéria-prima em boas condições,
pois há penalidades ou prêmios dependendo da qualidade da cana entregue na
usina. Com efeito, ele leva em conta, incentivos pelo maior teor de sacarose na cana
e deságios pela matéria estranha mineral e os açúcares redutores presentes.
Após a lavagem adequada da cana-de-açúcar, ela é levada para a esteira que nela
tem dois conjuntos de picadores instalados, pelos quais a cana passa, dividindo-se
em pedaços pequenos e curtos, iniciando o processo de desintegração, de suma
importância, porque permite maior extração do caldo, fornecendo à moenda um
material finalmente dividido, assegurando uma regular alimentação à mesma. O
desfibrador tem como objetivo a preparação e a desintegração da cana, retalhando e
fazendo tornar-se fragmentos, facilitando a extração pelas moendas. Ele é
constituído por dois cilindros dispostos horizontalmente, possuindo uma superfície
construída de maneira que rasgue e desfibre a cana para que a moenda possa
trabalhá-la com eficiência e rapidez. O desfibrador é instalado sozinho após o
conjunto de picadores e antes do separador magnético. Para produzir o açúcar deve
haver o processo de Tratamento do caldo que promove a retirada de todas as
impurezas solúveis e insolúveis do caldo, como areia, bagacilho, argila. Isso é feito
por intermédio dos processos de aquecimento, tratamento químico, decantação e
peneiramento. A Evaporação esta após o tratamento, onde obtemos um caldo de
cana transparente, de cor levemente amarelada que contem basicamente água, sais
minerais e açúcares. A finalidade da evaporação é a retirada de pelo menos 75% da
água presente nesse caldo clarificado para transformá-lo em um xarope
concentrado, com aproximadamente 65° brix (% de sólidos solúveis). O processo de
Cozimento visa a cristalização e recuperação de 80% a 85% da sacarose presente
no xarope. O sistema utilizado transforma o xarope em massa que posteriormente
será centrifugada. E Nessa Centrifugação, a massa passa por um processo de
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separação física. O açúcar é centrifugado e lavado com água quente e vapor, tendo
como subproduto o mel que poderá ser utilizado no processo de fabricação de
etanol também. Após a centrifugação a produto vai para a secagem. O açúcar é
encaminhado aos secadores para a secagem e, posteriormente peneirado. Na
sequencia, é envasado em big-bags de 1200Kg e armazenado para
comercialização.
 

Processo de fabricação do açúcar (Figura 5)


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Fonte: Autores do projeto

5.1 SECAGEM

Depois de sair da centrífuga, o açúcar é resfriado e peneirado. Embora a qualidade


do produto não seja estabelecida nesta etapa, o processo deve manter uma série de
cuidados para conservar as características obtidas nas fases anteriores, realizada
simultaneamente ao resfriamento, a operação de secagem tem o objetivo de reduzir
a umidade do açúcar a níveis que permitam sua armazenagem por períodos mais ou
menos longos, com condições de preservação da qualidade para consumo como
produto alimentício, um dos cuidados deve ser com o secador. Se mal operado ou
sub-dimensionado, o equipamento tende a piorar a qualidade do açúcar, além de
provocar a degradação do produto no período de armazenagem – as principais
conseqüências são empedramento e o aumento de cor, para evitar esse tipo de
problema, o secador tem que estar bem dimensionado e ser operado de acordo com
as aplicações para as quais foi projetado. Algumas usinas excedem a capacidade
dos equipamentos quando aumentam produção, porque o custo para compra de um
novo é alto, o engenheiro Helgo Ackermann, diretor da Iprosucar Consultoria,
descreve que é possível adequar um secador existente a uma capacidade
aumentada, em, no máximo, 30%, pela alteração de alguns parâmetros de processo,
desde que observados os limites operacionais. A partir desse índice, segundo os
especialistas, a economia é falsa e dá início a prejuízos. “Se o secador estiver mal
dimensionado, ele pode danificar os cristais do açúcar. Tem consumidor que não
aceita o produto dessa maneira”, aponta Lopes
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5.2 ARMAZENAGEM DO AÇÚCAR

Mesmo que corretamente realizada, a secagem ainda não representa o fim do


cuidado com a qualidade do açúcar. Durante o período de estocagem ou de
manipulação, o açúcar pode sofrer grandes transformações em suas características
físicas e químicas. “Além de empedrar, o açúcar pode amarelar, quebrar, incorporar
material estranho”. A principal perda de qualidade será na cor’, define o pesquisado
Marcelo Ramos, segundo entrevistado, todo açúcar, mesmo aqueles produzidos
com a melhor qualidade, sofre um acréscimo de cor ao longo da armazenagem.
Essa elevação da coloração passa a se tornar um problema quando ocorre em
grande intensidade num curto espaço de tempo, “Assim, para um açúcar ter sua cor
elevada de 120 para 130 UI no espaço de tempo de seis meses é perfeitamente
aceitável, mas a elevação de 120 para 180 UI (acréscimo de 50%) no mesmo
período configuraria um problema”. Os causadores tanto da cor do açúcar, como de
seu escurecimento durante a armazenagem, são impurezas coloridas ou compostas,
denominados precursores que podem reagir quimicamente resultando em
compostos coloridos, para evitar o problema, o processo é complexo e a
preocupação deve começar na escolha da variedade da cana.
Os polifenóis são compostos presentes no colmo da cana, a presença de
aminoácidos influencia tanto na geração de cor como de um escurecimento do
açúcar durante a sua armazenagem, mas, as causas das principais transformações
que o açúcar pode sofrer durante a armazenagem são as de natureza puramente
físicas, que podem resultar no seu empedramento, e de caráter químico,
características causadoras de escurecimento, segundo Marcelo, as principais
mudanças físicas que o açúcar pode ter na armazenagem estão relacionadas à
higroscopicidade, que é a propriedade de interagir hidricamente com a atmosfera
que o envolve, perdendo e ganhando umidade, já o escurecimento ocorre porque os
compostos precursores de cor que participam da composição do açúcar reagem
quimicamente. Mas a mera presença dos reagentes (polifenóis ou aminoácidos) não
significa necessariamente que o produto sofrerá um aumento significativo em sua
cor ao longo de semanas ou meses de armazenagem, para que o escurecimento
ocorra é necessário que existam condições favoráveis às reações. “É necessária
além da presença dos reagentes, a participação de um solvente (água) que é o meio
onde as reações químicas podem ocorrer”, explica Marcelo, o controle da
temperatura é também preponderante porque influencia algumas reações de
escurecimento. Para que a armazenagem possa ser realmente segura, os
especialistas recomendam temperatura inferior a 35oC, “Açúcar armazenado quente
significa uma grande probabilidade de ocorrer uma elevação de sua cor”, garante
Marcelo, também deve-se ter cuidado com a umidade, considerada um fator
prejudicial à armazenagem do açúcar - além de tornar o produto susceptível a
empedrar, ela serve de meio para que ocorram reações de escurecimento. “A
exposição do açúcar a uma atmosfera acima de 50 % pode resultar na absorção de
umidade pelo produto, sendo que esta água poderá atuar como meio onde as
reações de escurecimento podem ocorrer”, esclarece o pesquisado, por isso, o
armazém de açúcar deve apresentar condições também de hermeticidade para que
as oscilações da umidade relativa e temperatura da atmosfera não afetem o produto
armazenado, recomenda-se que o prédio não tenha luz natural e seja hermético. As
pilhas devem respeitar altura do local para não causar problema de compactação.
“Em geral, no armazenamento devem ser considerados cuidados na adequação
estrutural como pisos, pé-direito e telhado na instalação, cuidados no manejo
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interno, inibindo a presença de vetores e protegendo as embalagens, mantendo-as


limpas”, completa Marcelo.
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6. GERAÇÃO DE VAPOR E ENERGIA

O Brasil é referência internacional em tecnologia sucroalcooleira, além de possuir


um clima favorável e terras férteis que garantem elevado teor de sacarose da cana,
baixo custo da terra e da mão-de-obra, elevada produtividade e usa o bagaço e a
palha de cana para a co-geração de energia elétrica, garantindo o autoconsumo ou
a venda de energia, as usinas de outros países são essencialmente açucareiras, ao
passo que as usinas brasileiras têm flexibilidade de destino da cana, para álcool ou
para açúcar, podendo maximizar receitas.

O bagaço resultante da extração é enviado para as caldeiras através de esteiras


transportadoras onde será queimado nas fornalhas para a vaporização da água. O
vapor gerado irá alimentar o processo, e também as turbinas dos geradores de
energia que irão alimentar o restante da unidade, e o excedente é vendido para a
companhia de energia. A fuligem produzida na queima do bagaço, que é arrastada
junto com os gases pela chaminé, é separada para a redução do lançamento de
poluentes na atmosfera e adicionada à torta dos filtros na compostagem para a
adubação no campo.
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7. TRANSPORTES

Dos cinco modos de transporte existentes apenas três são utilizados no escoamento
do açúcar. O modo aéreo é extremamente caro para o transporte de ‘commodities’ e
o modo dutoviário não é utilizado às características físicas do produto.
Portanto, o ideal para este produto é as modalidades ferroviárias, hidroviária e
rodoviária.
Por ser um produto de baixo valor agregado, transportado em grandes quantidade,
frequentemente em longas distancias e no qual há grande importância do custo de
transporte em detrimento do serviço, o açúcar é naturalmente destinado a ferrovias.
O entrevistado Marcelo Sebastião Ramos responsável pelo setor de logística da
Usina São Martinho via e-mail no dia 25 maio de 2017, confirma a informação a
cima.
A Usina São Martinho é interliga à linha férrea principal com acesso ao Porto de
Santos, para onde o açúcar é transportado. E também utiliza a linha ta de Paulínia,
no interior de São Paulo, um dos grandes polos de distribuição de combustíveis.
Dessa forma, o açúcar e o etanol produzido na São Martinho, são transportados aos
clientes via modal rodoviário e ferroviário.
E na entrevista foi possível entender a grande demanda dessas modalidade na
Usina como o açúcar, 80% via modal ferroviário e 20% rodoviário. No caso do
etanol, 30% via modal ferroviário e 70% via modal rodoviário. Nosso desafio para os
próximos anos é aumentar o transporte de etanol via ferrovia. Segue um descritivo
da utilização do modal ferroviário na São Martinho.
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8. EXPORTAÇÃO DO AÇÚCAR

Durante a década de 1820, o açúcar equivalia à cerca de 30%, o algodão 21%, o


café 18% e couros e peles 14% do total das exportações. Apenas vinte anos depois,
o café alcançaria 42%, enquanto o açúcar 27%, os couros e peles 9% e o algodão
8% do total das exportações. Entretanto, isto não significou uma diminuição na
produção desses produtos, pelo contrário, mas "refletia uma diferença no
crescimento relativo desses setores". Neste período de apenas vinte anos, as
"exportações brasileiras dobraram em volume e triplicaram em valor nominal",
enquanto seu valor em líbras esterlinas aumentou em 40%.
O Brasil lidera o mercado mundial nas exportações de açúcar com uma fatia de
43,5% e 57,5% no etanol, o que representa apenas 5,2% de todas as exportações
nacionais. A cultura do país é exportadora e o consumo interno de açúcar é estável,
em torno de 11 milhões de toneladas por ano, isso significa que qualquer
crescimento da produção nacional gera maior excedente exportável o que favorece
a economia do país.

Fonte: Autores do grupo


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Os preços do açúcar são balizados no mercado internacional, na Bolsa de Nova


Iorque (NYBOT), exemplo: açúcar demerara (bruto), sendo a unidade de medida à
libra peso (453,6 gramas). O açúcar branco ou refinado tem contrato na Bolsa de
Londres; à unidade de medida é a tonelada, abaixo segue histórico de exportação
nos últimos 17 anos:

Histórico de exportação de açúcar no Brasil


Ano Soma de Quant. (kg) Soma de US$
2000 6.502.373.093 $ 1.199.110.875,00
2001 11.173.214.207 $ 2.279.058.288,00
2002 13.354.298.697 $ 2.093.636.374,00
2003 12.914.379.928 $ 2.140.002.217,00
2004 15.763.925.191 $ 2.640.227.402,00
2005 18.147.023.679 $ 3.918.828.224,00
2006 18.870.133.169 $ 6.166.960.184,00
2007 19.358.899.825 $ 5.100.437.391,00
2008 19.472.457.708 $ 5.482.964.688,00
2009 24.294.090.245 $ 8.377.818.489,00
2010 27.999.821.256 $ 12.761.682.665,00
2011 25.356.973.090 $ 14.940.115.258,00
2012 24.342.170.773 $ 12.844.573.465,00
2013 27.154.009.175 $ 11.841.909.463,00
2014 24.126.537.997 $ 9.458.979.129,00
2015 24.012.212.629 $ 7.641.352.526,00
2016 28.932.359.986 $ 10.435.387.279,00
2017 7.254.177.230 $ 3.204.518.824,00
Total Geral 349.029.057.878 $ 122.527.562.741,00
Fonte: Autores do grupo
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9. EXPORTAÇÃO DO ETANOL

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais e o maior exportador de etanol.


Atualmente, o etanol brasileiro representa a melhor e mais avançada opção para a
produção sustentável de biocombustíveis em larga escala no mundo, o país é o
candidato natural a liderar a produção economicamente competitiva e a exportação
mundial de etanol porque tem o menor custo de produção e o maior rendimento em
litros por hectare, apresenta balanço energético inigualável e domínio tecnológico
nas áreas industrial e agrícola, com possibilidade de ampliar a produção, porém para
barrar a crescente das exportações brasileiras de etanol para os EUA, o país aplica
taxas de U$$0,54 por galão, para contornar a tarifa a maior parte das vendas é feitas
via países do caribe, com El Salvador, Jamaica e Costa Rica, onde não há cobrança
de tarifas. Porém, os custos de produção cotados em dólar são dependentes da
matéria-prima petroquímica (fertilizantes e defensivos agrícolas). 60% do etanol
produzido no mundo é originado da cana-de-açúcar e da beterrada, os 40%
restantes são de grãos como o milho, onde o EUA leva vantagem.

O consumo de álcool está mais relacionado ao preço da gasolina, lançamentos da


indústria automobilística e do percentual de mistura de álcool à gasolina que oscila
entre 20% e 27%. Abaixo segue histórico de exportação nos últimos 17 anos:
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Histórico de exportação de etanol no Brasil


Ano Soma de Vol.(litro) Soma de US$
2000 227.257.911 $ 34.785.662,00
2001 345.674.985 $ 92.145.756,00
2002 789.152.458 $ 169.153.287,00
2003 757.374.991 $ 157.962.387,00
2004 2.408.292.028 $ 497.740.226,00
2005 2.600.617.439 $ 765.529.199,00
2006 3.416.554.598 $ 1.604.730.220,00
2007 3.530.144.797 $ 1.477.645.917,00
2008 5.118.696.439 $ 2.390.109.630,00
2009 3.308.384.051 $ 1.338.152.452,00
2010 1.905.419.432 $ 1.014.260.873,00
2011 1.967.556.106 $ 1.491.777.642,00
2012 3.098.297.691 $ 2.186.191.155,00
2013 2.903.009.502 $ 1.868.939.267,00
2014 1.394.076.201 $ 898.030.947,00
2015 1.861.759.758 $ 880.475.282,00
2016 1.793.490.747 $ 896.343.108,00
2017 344.931.467 $ 225.492.931,00
Total Geral 37.770.690.601 $ 17.989.465.941,00
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10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Existem diversos desafios, mas para os menores produtores os desafios são alto
endividamento do setor e o segundo é a questão dos preços do açúcar , devido o
baixo valor agregado.

Os problemas climáticos contribui com a redução das safras e também a dificuldade


de encontrar mão de obra disponível para realizar o serviço, se torna um grande
agravante para o setor.

Segundo o site especializado ‘Nova Cana ‘, as usinas estão abrindo falencia devido
grande endividamento em todo o pais. As canaviais, criam grandes expectativas,
porém o clima não esta contribuindo para ser realizado. Contudo, a solução é o
investimento em ganho de produção, isso representa a renovação dos canaviais,
que permite uma rentabilidade maior por hectare de terra.

As usinas já estão adotando esse procedimento desde a safra 2011/2012. Esse é o


tipo de investimento mais fácil e, relativamente, mais barato. E também aumentar o
ganho é investir em melhoramento das plantas das usinas. Para ter maior eficiência
e modernização. Isso é um investimento mais caro e em longo prazo. E o retorno
também é em longo prazo.
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11. BIBLIOGRAFIA

http://www.unica.com.br – acesso em 20/mai/2017.


http://balanca-comercial.info – acesso em 18/mai/2017.
http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2011/11/etanol - acesso em 23/mai/2017
http://www.unicadata.com.br/historico-de-exportacao.php?idMn=22&tipoHistorico=9 -
acesso em 24/mai/2017.
https://www.novacana.com/tag/43-exportacao-de-etanol/ - acesso em 19/mai/2017.
http://www.datagro.com - acesso em 19/mai/2017.
http://www.conab.gov.br/index.php - acesso em 18/mai/2017.
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAASVoAK/producao-alcool - acesso em
17/05/17.
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/processo-producao-alcool.htm -
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https://www.novacana.com/usina/como-e-feito-processamento-cana-de-acucar/
24/05/17
http://site.usinasantaadelia.com.br/conteudo/fabricacao-de-acucar#prettyPhoto
24/05/17

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