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Aula 02

Português p/ Polícia Legislativa do Senado Federal (com videoaulas)

Professores: Janaína Efísio, Rafaela Freitas


Português p/ Polícia Legislativa do Senado Federal
Teoria e Questões Comentadas
Profª Rafaela Freitas Aula 02

Aula 02
Formação, estrutura e emprego das classes de palavras.

Olá, alunos! Animados para a aula 01?

Nosso estudo de hoje será bem interessante e muito importante!


Olharemos com atenção para as palavras!! Vamos estudar a formação das
palavras, a estrutura delas e as classes gramaticais as quais pertencem!
Com vocês... a fabulosa MORFOLOGIA!!

SUMÁRIO
1. CLASSES DE PALAVRAS VARIÁVEIS E INVARIÁVEIS...............................02
2. ESTRUTURA DOS VOCÁBULOS.............................................................04
3. DERIVAÇÃO......................................................................................16
4. COMPOSIÇÃO...................................................................................20
5. ESTUDO DAS CLASSES GRAMATICAIS..................................................22
6. COLOCAÇÃO PRONOMINAL.................................................................59
7. VERBO.............................................................................................64
QUESTÕES COMENTADAS ......................................................................70
LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA......................................91
GABARITO..........................................................................................103

Venham comigo!

“O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista


esperançoso.”
Ariano Suassuna

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MORFOLOGIA

Trata-se do estudo da estrutura, da formação e da classificação das


palavras. O objetivo da morfologia é estudar as palavras olhando para elas
isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou período (disso trata
a sintaxe). A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes
de palavras ou classes gramaticais. São elas:

VARIÁVEIS (sofrem flexões):

1. SUBSTANTIVO: designa os seres reais ou fictícios


Ex.: pato, ave, Deus, lobisomem, alegria,
Barbacena, dó, pé-de-moleque

2. ADJETIVO: indica as características dos seres


Ex.: bela, selvagem, brasileiro, amarelo-claro,
famoso, azul

3. ARTIGO: acompanha o substantivo, determinando-o ou


generalizando-o
Ex.: o, a, os, as / um, uma, uns, umas

4. NUMERAL: indica quantidade ou ordem dos seres


Ex.: um, dois, primeiro, décimo, meio, dobro

5. PRONOME: é a palavra que substitui ou acompanha um


substantivo (nome) em relação às pessoas do discurso
Ex.: Ela veio à nossa casa.

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6. VERBO: indica processo, exprimindo ação, estado ou fenômeno


Ex.: voar, cantar, sofrer, ser, estar, chover, nevar

INVARIÁVEIS:

7. ADVÉRBIO: modifica essencialmente o verbo exprimindo uma


circunstância (modo, tempo, lugar)
Ex.: bem, mal, muito, meio, talvez, calmamente, hoje, logo, aqui,
perto, sim, não

8. PREPOSIÇÃO: liga duas palavras estabelecendo entre elas certas


relações (posse, companhia)
Ex.: A casa é DE Luís.

Principais tipos: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre,
para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.

9. CONJUNÇÃO: liga duas orações coordenando-as, subordinando-


as
Ex.: Ele chora E ri ao mesmo tempo.
É verdade QUE ele fala muito?
Sairei QUANDO me pedirem.

10. INTERJEIÇÃO: palavra ou locução que expressa apelos, emoções,


ou ideias mal estruturadas
Ex.: Ah!, Ai!, Olá!, Valha-me Deus!
Macacos me mordam!

Quanto à função, pode-se agrupar as palavras em:

Principais, Adjuntas, Conectivas, Classe Especial

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 PRINCIPAIS: Substantivo, Verbo


 PRINCIPAIS e ADJUNTAS: Pronome e Numeral
 ADJUNTAS (sempre): Artigo, Adjetivo, Advérbio
 CONECTIVAS: Preposição e Conjunção
 CLASSE ESPECIAL: Interjeição

Então, galera, antes de falar mais


detalhadamente sobre as classes gramaticais, vamos estudar a
estrutura e a formação das palavras? Vocês irão gostar!!

ESTRUTURA DOS VOCÁBULOS

Trata-se do estudo dos elementos formadores das palavras. Assim,


compreendemos melhor o significado de cada uma delas. Observe os exemplos
abaixo:
art-ista
brinc-a-mos
cha-l-eira
cachorr-inh-a-s

A análise das palavras destes exemplos mostra-nos que as palavras


podem ser divididas em unidades menores, a que damos o nome de
elementos mórficos ou morfemas.

Vamos analisar a palavra "cachorrinhas":


Nessa palavra observamos facilmente a existência de quatro elementos.
São eles:
cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja, aquele que contém
o significado.

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inh - indica que a palavra é um diminutivo


a - indica que a palavra é feminina
s - indica que a palavra se encontra no plural

Morfemas: unidades mínimas de caráter significativo.


Obs.: existem palavras que não comportam divisão em unidades menores,
tais como: mar, sol, lua, etc.

São elementos mórficos:


1) Raiz, radical, tema: elementos básicos e significativos
2) Afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temática: elementos
modificadores da significação dos primeiros
3) Vogal de ligação, consoante de ligação: elementos de ligação ou
eufônicos.

 Raiz

É o elemento originário e irredutível em que se concentra a significação


das palavras, consideradas do ângulo histórico. É a raiz que encerra o sentido
geral, comum às palavras da mesma família etimológica.

Observe o exemplo:

A raiz noc [Latim nocere = prejudicar] tem a significação geral de


causar dano, e a ela se prendem, pela origem comum, as palavras nocivo,
nocividade, inocente, inocentar, inócuo, etc.

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Uma raiz pode sofrer alterações. Veja o exemplo:


at-o
at-or
at-ivo
aç-ão
ac-ionar

 Radical

Observe o seguinte grupo de palavras:

livr- o

livr- inho

livr- eiro

livr- eco

Agora, duas perguntas:


Você reparou que há um elemento comum nesse grupo?
Você reparou que o elemento livr serve de base para o significado?

Esse elemento (livr) é chamado de radical (ou semantema).

Radical: elemento básico e significativo das palavras, consideradas sob o


aspecto gramatical e prático. É encontrado através do despojo dos elementos
secundários (quando houver) da palavra.

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Por Exemplo:
cert-o
cert-eza
in-cert-eza

Radicais Gregos

O conhecimento dos radicais gregos é de indiscutível importância para a


exata compreensão e fácil memorização de inúmeras palavras. Apresentamos
a seguir duas relações de radicais gregos. A primeira agrupa os elementos
formadores que normalmente são colocados no início dos compostos, a
segunda agrupa aqueles que costumam surgir na parte final.

Radicais que atuam como primeiro elemento

Forma Sentido Exemplos

Aéros- ar Aeronave

Ánthropos- homem Antropófago

Autós- de si mesmo Autobiografia

Bíblion- livro Biblioteca

Bíos- vida Biologia

Chróma- cor Cromático

Chrónos- tempo Cronômetro

Dáktyilos- dedo Dactilografia

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Déka- dez Decassílabo

Démos- povo Democracia

Eléktron- (âmbar) Eletricidade Eletroímã

Ethnos- raça Etnia

Géo- terra Geografia

Héteros- outro Heterogêneo

Hexa- seis Hexágono

Híppos- cavalo Hipopótamo

Ichthýs- peixe Ictiografia

Ísos- igual Isósceles

Makrós- grande, longo Macróbio

Mégas- grande Megalomaníaco

Mikrós- pequeno Micróbio

Mónos- um só Monocultura

Nekrós- morto Necrotério

Néos- novo Neolatino

Odóntos- dente Odontologia

Ophthalmós- olho Oftalmologia

Ónoma- nome Onomatopeia

Orthós- reto, justo Ortografia

Pan- todos, tudo Pan-americano

Páthos- doença Patologia

Penta- cinco Pentágono

Polýs- muito Poliglota

Pótamos- rio Potamologia

Pséudos- falso Pseudônimo

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Psiché- mente Psicologia

Riza- raiz Rizotônico

Techné- arte Tecnografia

Thermós- quente Térmico

Tetra- quatro Tetraedro

Týpos- figura, marca Tipografia

Tópos- lugar Topografia

Zóon- Animal Zoologia

Radicais que atuam como segundo elemento:

Forma Sentido Exemplos

-agogós Que conduz Pedagogo

álgos Dor Analgésico

-arché Comando, governo Monarquia

-dóxa Que opina Ortodoxo

-drómos Lugar para correr Hipódromo

-gámos Casamento Poligamia

-glótta; -glóssa Língua Poliglota, glossário

-gonía Ângulo Pentágono

-grápho Escrita Ortografia

-grafo Que escreve Calígrafo

-grámma Escrito, peso Telegrama, quilograma

-krátos Poder Democracia

-lógos Palavra, estudo Diálogo

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-mancia Adivinhação Cartomancia

-métron Que mede Quilômetro

-nómos Que regula Autônomo

-pólis; Cidade Petrópolis

-pterón Asa Helicóptero

-skopéo Instrumento para ver Microscópio

-sophós Sabedoria Filosofia

-théke Lugar onde se guarda Biblioteca

Radicais Latinos

Radicais que atuam como primeiro elemento:

Forma Sentido Exemplo

Agri Campo Agricultura

Ambi Ambos Ambidestro

Arbori- Árvore Arborícola

Bis-, bi- Duas vezes Bípede, bisavô

Calori- Calor Calorífero

Cruci- cruz Crucifixo

Curvi- curvo Curvilíneo

Equi- igual Equilátero, equidistante

Ferri-, ferro- ferro Ferrífero, ferrovia

Loco- lugar Locomotiva

Morti- morte Mortífero

Multi- muito Multiforme

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Olei-, oleo- Azeite, óleo Oleígeno, oleoduto

Oni- todo Onipotente

Pedi- pé Pedilúvio

Pisci- peixe Piscicultor

Pluri- Muitos, vários Pluriforme

Quadri-, quadru- quatro Quadrúpede

Reti- reto Retilíneo

Semi- metade Semimorto

Tri- Três Tricolor

Radicais que atuam como segundo elemento:

Forma Sentido Exemplos

-cida Que mata Suicida, homicida

Arborícola, vinícola,
-cola Que cultiva, ou habita
silvícola

-cultura Ato de cultivar Piscicultura, apicultura

-fero Que contém, ou produz Aurífero, carbonífero

-fico Que faz, ou produz Benefício, frigorífico

-forme Que tem forma de Uniforme, cuneiforme

-fugo Que foge, ou faz fugir Centrífugo, febrífugo

-gero Que contém, ou produz Belígero, armígero

-paro Que produz Ovíparo, multíparo

-pede Pé Velocípede, palmípede

-sono Que soa Uníssono, horríssono

-vomo Que expele Ignívomo, fumívomo

-voro Que come Carnívoro, herbívoro

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 Afixos

Afixos são elementos secundários (geralmente sem vida autônoma) que


se agregam a um radical ou tema para formar palavras derivadas. Sabemos
que o acréscimo do morfema "-mente", por exemplo, cria uma nova palavra a
partir de "certo": certamente, advérbio de modo. De maneira semelhante, o
acréscimo dos morfemas "a-" e "-ar" à forma "cert-" cria o verbo acertar.
Observe que a- e -ar são morfemas capazes de operar mudança de classe
gramatical na palavra a que são anexados. Quando são colocados antes do
radical, como acontece com "a-", os afixos recebem o nome de prefixos.
Quando, como "-ar", surgem depois do radical, os afixos são chamados de
sufixos.
Exemplos:

Prefixo Radical Sufixo

in at ivo

em pobr ecer

inter nacion al

 Desinências

Desinências são os elementos terminais indicativos das flexões das


palavras. Existem dois tipos:

Desinências Nominais: indicam as flexões de gênero (masculino e


feminino) e de número (singular e plural) dos nomes.

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Exemplos:

alun-o aluno-s

alun-a aluna-s

o/a = desinências de gênero


(masculino ou feminino)

s = desinência de número. Marca o


plural. A ausência dela marca o
singular.

Só podemos falar em desinências nominais de gênero


e de número em palavras que admitem tais flexões, como nos exemplos
acima. Em palavras como mesa, tribo, telefonema, por exemplo, não temos
desinência nominal de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos
desinência nominal de número.

Desinências Verbais: indicam as flexões de número e pessoa e de


modo e tempo dos verbos.

Exemplos:
compr-o
compra-s
compra-mos
compra-is
compra-m
compra-va

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compra-va-s

A desinência "-o", presente em "am-o", é uma desinência número-


pessoal, pois indica que o verbo está na primeira pessoa do singular; "-va",
de "ama-va", é desinência modo-temporal: caracteriza uma forma verbal do
pretérito imperfeito do indicativo, na 1ª conjugação.

 Vogal Temática

Vogal Temática é a vogal que se junta ao radical, preparando-o para


receber as desinências. Nos verbos, distinguem-se três vogais temáticas:

Vogal temática A - Caracteriza os verbos da 1ª conjugação.


Exemplos: buscar, buscavas, etc.

Vogal temática E - Caracteriza os verbos da 2ª conjugação.


Exemplos: romper, rompemos, etc.

Vogal temática I - Caracteriza os verbos da 3ª conjugação.


Exemplos: proibir, proibirá, etc.

 Tema

Tema é o grupo formado pelo radical mais vogal temática. Nos verbos
citados acima, os temas são: busca-, rompe-, proibi-

 Vogais e Consoantes de Ligação


As vogais e consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos
eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a pronúncia de uma
determinada palavra.

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Exemplo: Parisiense (paris= radical, ense=sufixo, vogal de ligação=i)

Outros exemplos: gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l-ada,


cafe-t-eira, cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc.

FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a


derivação e a composição. A diferença entre ambos consiste basicamente
em que, no processo de derivação, partimos sempre de um único radical,
enquanto no processo de composição sempre haverá mais de um radical.

Derivação

É o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, chamada derivada, a


partir de outra já existente, chamada primitiva. Observe o quadro abaixo:

Primitiva Derivada

mar marítimo, marinheiro, marujo

terra enterrar, terreiro, aterrar

Observamos que "mar" e "terra" não se formam de nenhuma outra


palavra, mas, ao contrário, possibilitam a formação de outras, por meio do
acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, mar e terra são palavras primitivas,
e as demais, derivadas.

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Radical: parte comum das palavras derivadas, carrega a base da


significação: marítimo, marinheiro, marujo (rad. mar) / enterrar, terreiro,
aterrar (rad. terr).
Prefixo: afixo colocado antes do radical: a (prefixo) + terrar = aterrar.
Sufixo: afixo colocado após o radical: mar + ítimo (sufixo) = marítimo

Tipos de Derivação

Derivação Prefixal ou Prefixação

Resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu


significado alterado.
crer- descrer
ler- reler
capaz- incapaz

Derivação Sufixal ou Sufixação

Resulta de acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer


alteração de significado ou mudança de classe gramatical.

Risonho
Papelaria
Alfabetização

Na palavra alfabetização, o sufixo -ção transforma em substantivo o


verbo alfabetizar. Este, por sua vez, já é derivado do substantivo alfabeto
pelo acréscimo do sufixo -izar.
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Derivação Parassintética ou Parassíntese

Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de


prefixo e sufixo à palavra primitiva. Por meio da parassíntese formam-se
nomes (substantivos e adjetivos) e verbos.

Vejamos a palavra " triste". Do radical "trist-" formamos o verbo


entristecer através da junção simultânea do prefixo "en-" e do sufixo "-ecer".

A presença de apenas um desses afixos não é


suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua não existem as
palavras "entriste", nem "tristecer".

Exemplos:

Palavra Inicial Prefixo Radical Sufixo Palavra Formada

mudo e mud ecer emudecer

alma des alm ado desalmado

Não confunda derivação parassintética com derivação prefixal e


sufixal (juntas), pois, no primeiro caso, o acréscimo de sufixo e de prefixo é
obrigatoriamente simultâneo. Já nas palavras desvalorização e
desigualdade, os afixos são acoplados em sequência: desvalorização

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provém de desvalorizar, que provém de valorizar, que por sua vez provém
de valor (derivação prefixal e sufixal).
É impossível fazer o mesmo com palavras formadas por parassíntese: não
se pode dizer que expropriar provém de "propriar" ou de "expróprio", pois
tais palavras não existem. Logo, expropriar provém diretamente de próprio,
pelo acréscimo concomitante de prefixo e sufixo.

Derivação Regressiva

Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por


acréscimo, mas por redução.

Exemplos:

comprar (verbo) beijar (verbo)

compra (substantivo) beijo (substantivo)

Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou se ocorre o


contrário, podemos seguir a seguinte orientação:
- Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o verbo
palavra primitiva.
- Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o contrário.

Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam ações,


logo, são palavras derivadas. O mesmo não ocorre, porém, com a palavra

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âncora, que é um objeto. Neste caso, um substantivo primitivo que dá


origem ao verbo ancorar.

Por derivação regressiva, formam-se basicamente substantivos a partir de


verbos. Por isso, recebem o nome de substantivos deverbais. Note que na
linguagem popular, são frequentes os exemplos de palavras formadas por
derivação regressiva. Veja:
o portuga (de português)
o boteco (de botequim)
o comuna (de comunista)

Ou ainda:
agito (de agitar)
amasso (de amassar)
chego (de chegar)

Normalmente, um verbo é criado a partir de um substantivo. Na derivação


regressiva, a língua procede em sentido inverso: forma o substantivo a partir
do verbo.

Derivação Imprópria

A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer


qualquer acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical.
Neste processo:

1) Os adjetivos passam a substantivos


Os bons serão contemplados.

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2) Os particípios passam a substantivos ou adjetivos


Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso.

3) Os infinitivos passam a substantivos


O andar de Roberta era fascinante.
O badalar dos sinos soou na cidadezinha.

4) Os substantivos passam a adjetivos


O funcionário fantasma foi despedido.
O menino prodígio resolveu o problema.

5) Os adjetivos passam a advérbios


Falei baixo para que ninguém escutasse.

6) Palavras invariáveis passam a substantivos


Não entendo o porquê disso tudo.

7) Substantivos próprios tornam-se comuns.


Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente)

COMPOSIÇÃO

É processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou


mais radicais. Existem dois tipos:

Composição por Justaposição


Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração
fonética.
Passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor

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Obs.: em "girassol" houve uma alteração na grafia (acréscimo de um "s")


justamente para manter inalterada a sonoridade da palavra.

Composição por Aglutinação


Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um
ou mais de seus elementos fonéticos.
embora (em boa hora)
fidalgo (filho de algo - referindo-se à família nobre)
hidrelétrico (hidro + elétrico)
planalto (plano+ alto)

Redução

Algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma


reduzida. Observe:
auto - por automóvel
cine - por cinema
micro - por microcomputador
Zé - por José

Como exemplo de redução ou simplificação de palavras, podem ser


citadas também as siglas, muito frequentes na comunicação atual. (Se
desejar, veja mais sobre siglas na seção "Extras" -> Abreviaturas e Siglas)

Hibridismo

Ocorre hibridismo na palavra em cuja formação entram elementos de


línguas diferentes.
auto (grego) + móvel (latim)

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Onomatopeia
É a tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os ruídos
da natureza.
Exemplos: miau, zum-zum, piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc.

Agora sim, queridos, vamos fundo no estudo


das classes gramaticais!!

SUBSTANTIVO

I – CLASSIFICAÇÃO

a) COMUM: designa seres da mesma espécie


Ex.: estudante, dança, felicidade, cardume

b) PRÓPRIO: designa seres específicos, um único ser


Ex.: Paula, Brasília, Pirineus, África, Tietê

c) PRIMITIVO: não derivam de outra palavra


Ex.: Bruxa, mar, sol, alma, dor, Paula, homem

d) DERIVADO: formados a partir de outra palavra


Ex.: Brasília, covardia, felicidade, estudo, maresia

e) SIMPLES: possui apenas um radical


Ex.: Gato, caneta, política, boiada, bando, estudo

f) COMPOSTO: possui mais de um radical


Ex.: Girassol, lobisomem, rodapé, couve-flor

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g) CONCRETO: seres com existência própria


Ex.: Mar, sol, areia, alma, fada, Deus, Ana Maria

h) ABSTRATO: designam qualidade, ação, estado, sentimento


Ex.: Covardia, luta, felicidade, calor, viagem

i) COLETIVO: conjunto de seres da mesma espécie

Alcateia (lobos), Arsenal (armas),


Corja (bandidos), Código (leis),
Atlas (mapas), Banca (examinadores),
Mó (gente), Enxoval (roupas)

Cada substantivo possui quatro classificações, a não ser que seja


um coletivo:
Ex.: Casa: comum, simples, concreto e primitivo
Brasília: comum, próprio, concreto, derivado
Enxame: comum, simples, concreto, primitivo e derivado

ADJETIVO

I – CLASSIFICAÇÃO SEMÂNTICA:

a) RESTRITIVO:

Não pode ser aplicado a todos os seres da mesma espécie

Ex.: Aluno inteligente / Mulher sincera / Cidade limpa

b) EXPLICATIVO: (sem restrição)

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Pode ser aplicado a todos os seres da mesma espécie

Ex.: Homem mortal / Água mole / Animal irracional

c) UNIFORME: (sem flexão de gênero)

Ex.: Aluno(a) gentil, inteligente e fiel.

d) BIFORME: (com flexão de gênero)

Ex.: Aluno bonito, dedicado e sincero.


Aluna bonita, dedicada e sincera.

II – CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL:

a) SIMPLES: um só radical

Ex.: lindo, elegante, bom, verde, famoso

b) COMPOSTO: mais de um radical

Ex.: azul – claro, político – social, cor – de – abóbora

c) PRIMITIVO: original

Ex.: fácil, nobre, ruim, sério, ágil, bom

d) DERIVADO: provem de outro vocábulo

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Ex.: hospitalar, feioso, amável, brasileiro

III – ADJETIVO PÁTRIO

Refere-se à pátria, ao lugar de origem dos seres:

 Acre – Acreano
 Moscou – Moscovita
 Barbacena – barbacenense
 Belo Horizonte – belorizontino
 Etiópia – etíope
 Guatemala – guatemalteco

IV – LOCUÇÃO ADJETIVA

É uma expressão que caracteriza um substantivo, formada por


preposição + substantivo. Normalmente possue um adjetivo correspondente.

 Amor DE MÃE = materno


Locução Adjetivo

 Nariz DE ÁGUIA = aquilino


Locução Adjetivo

 Paixão SEM FREIO = desenfreada


Locução Adjetivo

 Rosto DE ANJO = angelical


Locução Adjetivo

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 Folha DE PAPEL = (sem adjetivo correspondente)


Locução

 Cão DE RAÇA = (sem adjetivo correspondente)


Locução

Flexão nominal (substantivos e adjetivos)

PRINCIPAIS DESINÊNCIAS NOMINAIS


Gênero masculino (-o)
feminino (-a)
Número singular (não há)
plural (-s)

Os substantivos e os adjetivos são as classes nominais que mais sofrem


flexões. Vamos estudar cada uma separadamente.

1. Flexão dos substantivos

FLEXÃO DE GÊNERO:

a) Masculino e Feminino: algumas palavras possuem apenas o masculino


ou o feminino, não tendo, portanto, o gênero oposto correspondente. Veja:

O cometa A libido
O champanha A alface
O clã A apendicite
O dó A cal
O herpes A comichão

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O cometa é sempre masculino. A alface é sempre feminino.

b) Biformes: são aqueles substantivos que têm o correspondente do outro


gênero, com palavras que possuem o mesmo radical.
O pardal = A pardoca
O judeu = A judia
O herói = A heroína
O sargento = A sargenta
O cachorro = A cachorra

Dentro dos biformes, temos ainda os heterônimos:

O cavaleiro - A amazona
O zangão - A abelha
O pai - A mãe
O boi – A vaca

Observe que são formas correspondentes, mas não possuem o mesmo


radical.

c) Uniformes

 Epicenos: usados para animais

O Jacaré
A cobra MACHO
O peixe ou
A mosca FÊMEA

Observe que são dois vocábulos, apenas um designa macho e fêmea.

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 Sobrecomuns: usados para pessoas


A pessoa
O sósia
A mascote
A vítima
O algoz

Também não possuem uma forma para o masculino e outra para o


feminino. A pessoa, por exemplo, é sempre um vocábulo feminino, referindo-
se tanto a um homem quanto a uma mulher.

 Comuns-de-dois: a mudança do determinante (artigo, adjetivo ou


pronome) vai distinguir o gênero do vocábulo.

O / A estudante
Bom / Boa ciclista
Meu / Minha colega
O / A rival

FLEXÃO DE NÚMERO:

Plural dos Compostos

Para entender o plural dos compostos, é importante relembrar quais são


as classes gramaticas variáveis e quais são as classes invariáveis:
Variáveis: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome e verbo
Invariáveis: advérbio, preposição, interjeição e conjunção

a) Em palavras compostas, ambos se flexionam se o vocábulo for


composto por:

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- Substantivo + Substantivo = COUVES – FLORES


- Substantivo + Adjetivo = BOIAS – FRIAS
- Adjetivo + Substantivo = PUROS – SANGUES
- Numeral + Substantivo = TERÇAS – FEIRAS

b) Somente o primeiro elemento varia se for composto por:

- Substantivo + Substantivo (o segundo determinando, especificando o


primeiro) = POMBOS – CORREIO
PEIXES – ESPADA

- Substantivo + preposição + Substantivo =


ÁGUAS – DE – COLÔNIA
MULAS – SEM – CABEÇA

c) Somente o segundo elemento varia se for composto por:

- Verbo (o verbo não vai para o plural) + Substantivo = ARRANHA –


CÉUS

 Guarda – noturno > Guardas – noturnos


(substantivo + adjetivo)
Nesse caso, o guarda vai para o plural porque não é o verbo, é o
substantivo, significa a pessoa que trabalha de guarda.

- Advérbio + Adjetivo = ALTO – FALANTES

- Prefixo + Substantivo = VICE – DIRETORES

- Grão / Grã / Bel + substantivo = GRÃO – DUQUES


GRÃ – DUQUESAS

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- Onomatopeias = TIQUE – TAQUES

- Palavras repetidas = RECO – RECOS

As palavras a seguir merecem atenção especial

 Bem – te – vi > Bem – te – vis


 Bem – me – quer > Bem – me – queres

d) Invariáveis (vocábulos que nunca mudam, o que vai variar é o


determinante que vier antes):

 Verbo + Advérbio = O /OS BOTA-FORA


 Verbos Antônimos = O /OS SENTA–LEVANTA
 Frases Substantivas = O / OS DEUS–NOS–ACUDA
O / OS LOUVA–A–DEUS
 Verbo + Subst. Plural = O / OS CONTA–GOTAS

e) Substantivos que admitem dois plurais:

 salvo – conduto > salvos – condutos


salvo – condutos

 padre – nosso > padres – nossos


padre – nossos

 pisca – pisca > Pisca – piscas / Piscas – piscas

 xeque – mate > xeques – mates

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xeques – mate

 fruta – pão > frutas – pães


frutas – pão

 guarda – marinha > Guardas – marinhas


Guardas – marinha

ATENÇÃO! Variação menos importante para concurso com relação


aos substantivos:

GRAU:
A) Aumentativo: Analítico: Casa grande
Boca enorme
Sintético: Casarão / Bocarra

B) Diminutivo: Analítico: Casa pequena


Porta mínima
Sintético: Casebre ou Casinha
Portinhola ou Portinha

2. Flexão dos Adjetivos

Acompanham os substantivos e flexionam em número, gênero e grau para


fazer a concordância com eles.

Ex.: Roupa bela, locais proibidos, visita agrabilíssima

FLEXÃO DOS ADJETIVOS COMPOSTOS:

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Regra geral:

Somente o último elemento (se for ADJETIVO) do composto pode


flexionar--se em gênero e número.

Ex.: Instrumento médico–cirúrgico


Sala médico–cirúrgica
Trauma afetivo–emocional
Traumas afetivo–emocionais

 Invariáveis: azul–marinho / azul–celeste


 Flexionam-se ambos os termos: surdo(a) (s) – mudo(a) (s)
 Se o último elemento for SUBSTANTIVO, o composto fica
INVARIÁVEL

Ex.: Bandeira (s) azul – turquesa


Camisa (s) cor – de – abóbora
Fita (s) rosa

GRAU: flexão importante com relação aos adjetivos

I . COMPARATIVO:

a) Igualdade (tão / tanto ... como / quanto)

Ex.: Os alunos eram tão dedicados como / quanto os


mestres.

b) Inferioridade (menos ... (do) que)

Ex.: O salário era menos interessante (do) que o trabalho.

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c) Superioridade (mais ... (do) que)

Ex. : Perla era mais feia (do) que sua irmã.

II. SUPERLATIVO:

a) Relativo de Inferioridade: (o menos ... de)


Ex.: Seu chute era o menos confiável do time.

b) Relativo de Superioridade: (o mais ... de)


Ex.: O brasileiro tem sido o mais confiante dos homens.

c) Absoluto Analítico: (com auxílio de advérbio)


Ex.: Os concursos têm sido extremamente difíceis.

d) Absoluto Sintético: (com auxílio de sufixos)


Ex.: Aquelas modelos são magríssimas. (vernáculo)
Aquelas modelos são macérrimas. (erudito)

A lista a seguir é para marcar a diferença do superlativo erudito daquele


que usamos em nosso cotidiano.

 Amargo – amaríssimo
 Áspero – aspérrimo
 Célebre – celebérrimo
 Cristão – cristianíssimo
 Cruel – crudelíssimo
 Doce – dulcíssimo
 Fiel – fidelíssimo

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 Frio – frigidíssimo
 Humilde – humílimo
 Íntegro – integérrimo
 Magro – macérrimo
 Negro – nigérrimo
 Pobre – paupérrimo
 Sagrado – sacratíssimo

Usam-se as formas mais bom, mais mau, mais grande e mais


pequeno quando se comparam qualidades do mesmo ser!

Ex.: Aquele aluno é mais bom que inteligente.


Esta sala é mais grande do que confortável.

No mais, usam-se as formas sintéticas MELHOR, PIOR, MAIOR e MENOR.

Ex.: João é menor que seu irmão. (mais pequeno)

João é MAIS grande QUE forte.

Duas características comparadas em um mesmo ser, ok!

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ARTIGO

O, A, OS, AS

I – ARTIGO DEFINIDO:

Definem um ser dentre tantos de sua espécie, indicando-lhe gênero e


número.
Ex.: Chamem o jovem. (aquele jovem, sexo masculino)

II – ARTIGO INDEFINIDO:

UM, UMA, UNS, UMAS

Designam qualquer ser dentro da espécie, deixando-o vago; determinam


gênero e número.

Ex.: Contratem uma jovem. (qualquer jovem, sexo feminino)

 O artigo definido é facultativo antes de:


 Possessivos: Amanhã visitarei (o) seu pai.
 Nomes próprios: Maria sempre estuda com (o) Paulo.

 Omite-se o artigo antes da palavra casa no sentido de “lar”: Não


saio de casa. Vou para casa. Ficarei em casa.

 Usa-se TODO ou TODO O :


TODO país participará do evento. (qualquer país)
TODO O país participará do evento. (o país inteiro)

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INTERJEIÇÃO

É a classe especial que demonstra o “estado de espírito” do falante. Várias


outras classes gramaticais podem desenvolver função de interjeição.

EXPRIMEM:
 Advertência: Alerta! Cuidado! Calma! Atenção! Olha!
 Afugentamento: Fora! Rua! Saia!
 Alegria: Ah! Oh! Eta!
 Alívio: Ufa! Arre! Também!
 Animação: Coragem! Avante! Força!
 Chamamento: Alô! Olá! Psiu! Hei! Ô!
 Aplauso: Bravo! Viva! Bis!
 Aversão: Xi! Ih! Credo!
 Cessação: Alto! Basta! Chega!
 Desejo: Oxalá! Tomara! Viva!
 Dor: Ai! Ui!
 Espanto: Ué! Uai! Puxa! Caramba! Oba!
 Impaciência: Hum! Puxa! Raios!
 Incredulidade: Qual! Ora!
 Reprovação: Francamente!
 Satisfação: Oba! Boa! Opa!
 Saudação: Salve! Adeus! Viva!
 Silêncio: Psiu! Silêncio! Caluda!
 Terror – medo: Uh! Ui! Cruzes! Barbaridade!

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NUMERAL

EMPREGO:

1) Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos etc.,


empregam-se:

 De 1 a 10 > os ordinais:

Ex.: João Paulo II (segundo)


Ano III (terceiro)
D. Pedro I (primeiro)

 De 11 em diante > cardinais:

Ex.: Papa Pio XI (onze)


Século XXI (vinte e um)

2) Na sucessão de leis, decretos, artigos, portarias, avisos etc.,


empregam-se:

 De 1 a 9 > ordinais: lei 7ª / portaria 8ª


 De 10 em diante > cardinais: artigos 43 e 47

3) O numeral AMBOS é dual porque sempre se refere a dois seres,


mas a expressão pleonástica AMBOS OS DOIS é correta desde que usada
com discrição:

Ex.: Perguntaram se Maria e Joana são minhas filhas. Respondi-lhes que o


são AMBAS AS DUAS (ou ambas de duas).

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4) Décimo primeiro ou undécimo


Décimo segundo ou duodécimo
HUM e TREIS são formas erradas, só aceitas em preenchimento de
cheques para evitar fraudes bancárias.

PREPOSIÇÕES

São usadas basicamente para unir palavras em frases nominais e verbais.


São importantíssimas no estudo da transitividade verbal e da regência.

São divididas em:

I – Preposições Essenciais (sempre são desta classe): a, ante, até,


após, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás

II – Preposições Acidentais (palavras eventualmente usadas como


preposições): afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante,
menos, salvo, segundo, tirante, visto etc.

Ex.: Salvo melhor juízo, julgo correta a expressão.


Ela sofreu um acidente durante o exercício.
Eles se vestem conforme a moda.

III – Locução Prepositiva: ao lado de, abaixo de, a despeito de, apesar
de, de acordo com, por causa de etc.

Ex.: O perigo morava ao lado de todos.


Passamos no concurso graças a nossa capacidade.

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CONJUNÇÃO

As conjunções são elementos importantíssimos na coerência do texto, pois


elas são uma das formas de unir orações. Uma conjunção mal colocada
modifica o valor semântico estabelecido entre as orações e pode anular um
texto, fazê- lo ficar sem sentido.
São divididas didaticamente entre coordenativas e subordinativas:

I – COORDENATIVAS: unem orações independentes entre si

 Aditivas: e, nem, mas também, mas ainda, como também, bem como
 Adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto,
não obstante
 Alternativas: ou, ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja
 Conclusivas: logo, portanto, senão, por isso, por conseguinte, pois
(após o verbo)
 Explicativas: porque, que, porquanto, pois (antes do verbo)

II – SUBORDINATIVAS: unem orações dependentes entre si

 Integrantes: que, se
 Causais: porque, visto que, pois que, como, já que
 Comparativas: como, (mais) que, (menos) que, assim como, (tanto –
tão) quanto
 Condicionais: se, caso, uma vez que, desde que, salvo se, sem que
 Concessivas: embora, ainda que, se bem que, conquanto, mesmo que
 Conformativas: conforme, segundo, consoante, como
 Consecutivas: (tão)...que, (tal)...que, de modo que
 Finais: para que, a fim de que, de sorte que, de forma que
 Proporcionais: à medida que, à proporção que, quanto mais...menos

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 Temporais: quando, mal, logo que, assim que, sempre que, depois que

Aqui cabe a pergunta:

É preciso decorar as conjunções?

Cada um tem um jeito de estudar que facilita a compreensão, mas eu


penso que decorar hoje te leva a esquecer amanhã! Até porque, algumas
conjunções nem sempre ficam no grupo a que elas pertencem, o contexto
conta mais em uma análise, veja:

Corri muito e nao consegui chegar antes do avião decolar!


A conjunção e está no grupo das aditivas, mas, na frase dada, não está
indicando adição, ao contrário, está incicando oposição!

DICA:

Mais vale analisar as conjunções em um dado contexto do que


decorar apenas a qual grupo ela pertence!

Preposição x Conjunção

Enquanto a preposição une palavras de uma oração, a conjunção une as


orações!
Vamos voltar a um exemplo dado anteriormente:
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Eles se vestem conforme a moda.


O conforme é uma conjução conformativa sendo usada como preposição
nesta oração. Basta observar que ela une o substantivo moda ao verbo
vestir.
Já em:

Tudo aconteceu conforme prevíamos.


Conforme é uma conjunção que une duas orações: “tudo aconteceu” e
“prevíamos”, dando ideia de conformidade.

ADVÉRBIO

Trata-se de uma classe gramatical muito comum em orações e que tem


um papel fundamental na sintaxe (estuda a função das palavras na frese), pois
tem como função dar circunstância ao verbo. Veja:

Meu sobrinho nasceu.

Sujeito: meu sobrinho.


Verbo intransitivo (NÃO pede complemento): nasceu.

É claro que, diante dessa oração, algumas pessoas perguntariam:


Quando? Onde? Como ele nasceu? Para responder a essas perguntas, usamos
os advérbios! Então teremos:

Meu sobrinho nasceu ontem, no Rio de Janeiro, de parto normal.

Ontem (advérbio): dá circunstância de TEMPO ao verbo.

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No Rio de Janeiro (locução advérbial): dá circunstância de LUGAR ao


verbo.
De parto normal (locução adverbial): dá circunstância de MODO ao
verbo.

Os advérbios são circunstanciadores do verbo. NÃO SÃO


COMPLEMENTOS, são termos acessórios da oração.

Do ponto de vista sintático, o advérbio vem associado ao verbo, ao


adjetivo ou ao próprio advérbio, podendo inclusive modificar uma frase
inteira! Vejam:
Exemplos
 O juiz morava longe >> o advérbio “longe” modifica o verbo “morar”.
 O dia está muito calmo >> O advérbio “muito” modifica o adjetivo
“calmo”.
 Falava muito bem >> O advérbio “muito” modifica um outro advérbio, o
“bem”.
 Certamente, você saberá como proceder na hora oportuna >> o
advérbio “certamente” modifica TODA a oração que vem a seguir.

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ATENÇÃO:

Os advérbios são assim chamados na análise morfológica das


classes de palavras, no estudo sintático das funções das
palavras, eles são chamados de adjuntos adverbiais, ou seja,
possuem a função de dar circunstâncias de tempo, lugar,
intensidade, entre outras, ao verbo.

Listei agora os principais tipos de advérbios e as circunstâncias


que exprimem:

 Afirmação: sim, certamente, deveras, realmente


 Dúvida: talvez, quiçá, decerto, acaso, porventura
 Negação: não, absolutamente, tampouco, nunca
 Intensidade: muito, pouco, bastante, mais, menos,
meio, extremamente
 Lugar: aqui, ali, acolá, perto, longe, dentro, fora
 Modo: bem, mal, assim, depressa, calmamente
 Tempo: agora, já, depois, breve, cedo, novamente
 Advérbios interrogativos: onde, aonde, como, quando, por que

Ex.: Como você aprendeu a dirigir?


Como = advérbio interrogativo.

O homem veio depressa ver o ocorrido.


Depressa = advérbio de modo, indica o modo como o homem veio.

Certamente tudo dará certo!


Certamente = advérbio de certeza.

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Estou muito animada com o evento.


Muito = advérbio de intensidade.

As palavras terminadas em “mente” são tipicamente advérbios, são os


chamados modalizadores, uma vez que modalizam, ou seja, marcam opinião
do emissor sobre aquilo que está sendo dito.
Exemplos:
Felizmente tudo acabou.
Comumente ele está aqui.

Felizmente e comumente = advérbio modalizador

Flexão do Advérbio

Muito importante saber: os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não


apresentam variação em gênero e número. Isso quer dizer que não existe
“estou meia cansada”, pois “meio”, indicando intensidade, é advérbio e NÃO
deve variar em gênero ou em número. O correto é: estou meio cansada.

Alguns advérbios, porém, admitem a variação em grau. Observe:

Grau Comparativo
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo que o
comparativo do adjetivo:
De igualdade: tão + advérbio + quanto (como)
Exemplo:

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Renato fala tão alto quanto João.

De inferioridade: menos + advérbio + que (do que)


Exemplo:
Renato fala menos alto do que João.

De superioridade:
Analítico: mais + advérbio + que (do que)
Exemplo
Renato fala mais alto do que João.

Exemplo:
Renato fala melhor que João.

Grau Superlativo
O superlativo pode ser analítico ou sintético:

Analítico: acompanhado de outro advérbio.


Exemplo:
Renato fala muito alto.
Muito = advérbio de intensidade
Alto = advérbio de modo

Sintético: formado com sufixos.


Exemplo:
Renato fala altíssimo.

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As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são comuns na língua


popular. Observe:
Maria mora pertinho daqui. (Muito perto)
A criança levantou cedinho. (Muito cedo)

PRONOME

Antes das demais classificações, precisamos compreender o uso


pronominal em duas situações, veja:

 Pronome Substantivo: quando ele substitui um substantivo, fica no


lugar dele em uma frase, fazendo remissão textual.

Ex.: Tudo nos une, nada nos separa.

Os pronomes em destaque substituem coisas e pessoas na frase.

 Pronome Adjetivo: determina o substantivo, funcionando mesmo


como um adjetivo.

Ex.: Todo homem é mortal

O pronome todo está ligado ao substantivo homem.

I – CLASSIFICAÇÃO: para entendermos o uso dos pronomes, vamos vê-


los divididos em grupos.

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Os pronomes podem ser:


1) Pessoais: subdividem-se em retos e oblíquos.

a) Retos: funcionam como sujeito ou predicativo.

1ª pessoa – eu / nós
2ª pessoa – tu / vós
3ª pessoa – ele (a) / eles (as)

Ex.: Eu não sou ele.


Sujeito predicativo

O uso do pronome pessoal reto é como o sujeito da oração, posição que


nenhum outro pronome pode assumir.

b) Oblíquos: funcionam como complementos (verbais e nominais) ou


adjuntos

Singular
1ª pessoa - Me mim comigo
2ª pessoa - Te ti contigo
3ª pessoa - Se si consigo o, a, lhe

Plural
Exemplos:
1ª pessoa - Nos conosco
2ª pessoa - Vos convosco
Beijou–me com amor.
3ª pessoa - Se si consigo os, as, lhes
O.D.

O verbo beijar é transitivo direto e pede um complemento, que, no caso, é


quem foi beijado, me é o objeto direto!

Entregou–me o livro.
O.I.

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O verbo entregar é transitivo direto e indireto, entrega-se alguma coisa


(OD) a alguém (OI). No caso da oração, entregou o livro (OD) a mim (me -
OI)

Tenha–me respeito.
C. Nominal

Analisando sintaticamente a oração, temos: ter... o quê? Respeito (OD).


Respeito a quem? A mim (me – complemento nominal).

Tapou–me a boca.
Adjunto Adnominal

Vejam: tapou o quê? A minha boca. Minha é adjunto adnominal de


boca.

 Os pronomes ele, nós, vós, eles serão considerados oblíquos


quando estiverem em funções sintáticas próprias do pronome oblíquo > O
diretor convidará todos ELES (OD), se estiver na posição de sujeito, será
classificado como reto > Ele convidará a todos. ELE é o sujeito, então é
pronome reto.

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Emprego de o, a, os, as

1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os pronomes: o, a,


os, as não se alteram.
Exemplos:
Chame-o agora.
Deixei-a mais tranquila.

2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se


para lo, la, los, las.
Exemplos:
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.

3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão), os pronomes


o, a, os, as alteram-se para no, na, nos, nas.
Exemplos:
Chamem-no agora.
Põe-na sobre a mesa.

4) As formas combinadas dos pronomes oblíquos: mo, to, lho, no-lo, vo-
lo, formas em desuso, podem ocorrer em próclise, ênclise ou mesóclise.
Ex.: Ele mo deu. (Ele me deu o livro)

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 O, A, OS, AS

 Objeto Direto = Jamais O acompanharei.


 Sujeito do infinitivo = Deixei – O ficar no quarto.

 LHE, LHES - só não terá a função de Objeto Direto, podendo ser


Objeto Indireto, Complemento Nominal e Adjunto Adnominal.

 O.I. (2ª pessoa) = Façam o que LHES convêm.


 Compl. Nominal = Tenho – LHE respeito.
 Adj. Adnominal = Beijei – LHE o rosto.

 Uso de EU – TU / MIM – TI
Existe grande confusão na língua falada sobre isso! Mas vejam:

 Ele trouxe um presente para MIM. – CORRETO - Após preposição e


em posição de complemento, usa-se o oblíquo.
 Ele trouxe um presente para EU. – ERRADO - O EU e o TU são
sempre retos.
 Ele trouxe um presente para EU usar na festa. – CORRETO - O EU é
sujeito do infinitivo usar.
 Ele trouxe um presente para mim usar na festa. – ERRADO - Embora
comum na linguagem falada, está errado de acordo com a gramática
normativa: nada de oblíquo na posição de sujeito!

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 É fácil para MIM trabalhar aqui. – CORRETO - A frase está invertida,


cuidado: Trabalhar aqui é fácil para mim.
 O namoro acabou, nada mais há entre MIM e TI. – CORRETO - Não
podemos usar os pronomes retos EU e TU nesse caso, pois não estão
em posição de sujeito!
 Pesam suspeitas sobre você e MIM. – CORRETO - Não podemos usar
o pronomes reto EU no lugar de MIM, pois a posição não é de sujeito.

 O diretor ficou satisfeito CONOSCO.


O diretor ficou satisfeito com NÓS todos.

Caso seja usado um determinante após o conosco, o pronome deve ser


desmembrado: com nós.

 SE, SI, CONSIGO – são sempre reflexivos


Ex.: Ele trouxe CONSIGO o irmão.
Ele não SE dá com a irmã.
Ele guardou o livro para SI.

c) Tratamento: usados no relacionamento social e em


correspondências oficiais.

Você (V.) = para um ser igual


Vossa Alteza (V.A.) = Príncipes e Princesas
Vossa Majestade (V.M.) = Reis e Rainhas
Vossa Eminência (V.Emª) = Cardeais
Vossa Excelência (V.Exª) = Altas patentes

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Vossa Senhoria (V.Sª) = Linguagem comercial


Vossa Santidade (V.S.) = Papas

Cuidado com a concordância com relação ao uso dos pronomes de


tratamento. Embora eles sejam usados para a segunda pessoa do
discurso, os pronomes de tratamento fazem concordância em 3ª pessoa.

1ª pessoa do discurso: emissor


2ª pessoa do discurso: receptor
3ª pessoa do discurso: o assunto

Ex.: Vossa Alteza soubeste do ocorrido? ERRADO! O verbo saber deverá


concordar em terceira pessoa com o pronome de tratamento!
Vossa alteza soube do ocorrido? CORRETO!

Emprego dos pronomes Vossa e Sua:

 VOSSA - para falar com...


 SUA – para falar de...

Ex.: Vossa Excelência gostaria de um chá? (falando com a própria Alteza)


Sua Alteza, o príncipe, estará presente. (referindo-se à Alteza)

2) Possessivos: indicam posse

1ª pessoa – meu (a) (s) / nosso (a) (s)

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2ª pessoa – teu (a) (s) / vosso (a) (s)


3ª pessoa – seu (a) (s) / seu (a) (s)

 O pronome SEU quase sempre traz ambiguidade.


Ex.: Chegaram Pedro, Maria e SEU filho.

De quem é o filho? De Pedro, de Maria ou seu?

 Constitui pleonasmo vicioso usar pronome possessivo para se


referir a partes do próprio corpo.

Ex.: Estou sentindo muita dor no MEU joelho.

 Os pronomes pessoais podem funcionar como possessivos:


Ex.: Beijou-lhe a boca avidamente.
Beijou a boca dela.
Lhe = pronome pessoal usado como possessivo

Pegou-me a mão com força.


Pegou a minha mão.
Me = pronome pessoal usado como possessivo

3) Demonstrativos: posição do ser no tempo e no espaço

1ª pessoa – este (a) (s) / isto


2ª pessoa – esse (a) (s) / isso

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3ª pessoa – aquele (a) (s) / aquilo

Emprego

a) Em relação às pessoas

AQUI – Veja ESTES livros. (os livros estão perto do emissor)


AÍ – Não carregues ESSA culpa. (a culpa é de quem ouve, do receptor)
LÁ – AQUILO que vês em alto-mar é a salvação. (longe de quem emite e
de quem recebe a mensagem)

b) Em relação ao tempo da mensagem

Sei apenas ISTO: nada somos. (o que ainda SERÁ falado)


Estudar muito? ISSO não quero. (o que já FOI falado recentemente)
AQUILO que disse é sério? (FOI falado há bastante tempo, passado
remoto)

c) Em relação ao tempo cronológico

PRESENTE – ESTE foi o século mais importante de todos.


PASSADO e FUTURO – Uma noite DESSAS irei à sua casa.
PASSADO e FUTURO distantes – AQUELE tempo era bom.

d) Localizando termos da oração

ÚLTIMO da série (ESTE) – PRIMEIRO da série (AQUELE)

Ex.: Diálogo entre pais e filhos é difícil: ESTES não querem ouvir nada, e
AQUELES querem falar muito.
Estes: filhos

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Aqueles: pais

 São também pronomes demonstrativos TAL, MESMO, PRÓPRIO,


SEMELHANTE, O.

Ex.: Pediram-me que voltasse, mas não O farei.


As garotas MESMAS não disseram TAL coisa.

Os Dêiticos
Pode ser que a banca use a denominação dêiticos para se referir aos
elementos linguísticos que fazem referência ao falante, à situação de
produção de um dado enunciado ou mesmo ao momento em que o
enunciado é produzido. Nós acabamos de estudar os pronomes
demonstrativos, não só eles, mas os pessoais e os advérbios de lugar e de
tempo, em geral, funcionam como dêiticos, elementos que evidentemente se
encarregam de "embrear" o enunciado, situando-o no contexto espaço-
temporal em que se realiza.
Trata-se, pois, da utilização de palavras apontando para a situação em
que o discurso é materializado. Por isso, é indispensável que haja o
conhecimento partilhado dessa situação de produção para que os elementos
dêiticos façam sentido na interação comunicativa.

Dependendo da localização do referente, um elemento linguístico pode ser


classificado como dêitico ou como anafórico. Se o referente se localizar no
texto, então o elemento que é usado para referir-se a ele é uma anáfora.
Neste caso, ocorre uma remissão a um referente anteriormente citado e, por

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isso, passível de ser reconhecido pelo interlocutor. Mas, estando o referente


na situação comunicativa imediata, então o elemento linguístico de que se vale
para apontá-lo é um dêitico.

Na prática: qual é a diferença entre dêiticos e as anáforas?

Basicamente, a diferença está no fato de que os dêiticos fazem referência


ao contexto extralinguístico, enquanto os anafóricos retomam elementos já
citados e situados no ambiente linguístico. Por exemplo:

1- Chegamos a São Paulo hoje. Esta cidade me inspira!

2- Aquele livro sobre a mesa não é meu.

Em (1) o demonstrativo ESTA refere-se a um elemento linguístico já


citado: anáfora, pois.
Em (2) o pronome AQUELE faz referência a algo que não está no contexto
linguístico, mas extralinguístico. Trata-se, portanto, de um dêitico.

4) Indefinidos: refere-se à 3ª pessoa do discurso de maneira vaga

Principais indefinidos:
 Algo, algum, bastante, cada, certo, mais, menos, muito, nada, qualquer,
ninguém, alguém, vários

Ex.: Alguém sabe em que matéria paramos?


Tenho bastantes livros. (vários – varia para o plural porque aqui é
um pronome, não advérbio)

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 LOCUÇÕES PRONOMINAIS: cada um, cada qual, seja quem for, todo
aquele que, qualquer um, quem quer que

 Certos amigos nem sempre são amigos certos.


Pronome indefinido Adjetivo de amigos
 Recebi muito apoio. Chorei muito.
Pronome indefinido Advérbio

A classificação vai depender do uso!

5) Interrogativos: usado em frases interrogativas diretas ou


indiretas

QUEM foi o maior jogador do mundo?


QUE loucura é essa?
QUANTOS candidatos foram aprovados?
Não sei QUEM fez tal acusação.
Gostaria de saber QUAL é seu nome.

6) Relativos: substitui um termo comum a duas orações,


estabelecendo uma relação de subordinação entre elas.

O banco não oferece produtos. (primeira oração) + Você não precisa de


produtos. (segunda oração) O banco não oferece produtos de que você
não precisa. (período composto unido pelo relativo que)

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Muito importante!!!

Emprego:

a) QUEM: refere-se sempre a pessoas. Acompanhado de prep. “a”


com verbo transitivo direto (V.T.D.).
Conheça a mulher A QUEM amo.

b) QUE: refere-se a coisas ou a pessoas e ao antecedente mais


próximo.
Você é a pessoa QUE sempre chega na hora.
O estudo é o caminho QUE conduz ao sucesso.

c) QUAL: refere-se a coisas ou a pessoas e ao antecedente mais


distante. Sempre é acompanhado de artigo “o” ou “a”.
Aquele é o candidato do concurso O QUAL obteve o 1º lugar.
Antecedente
mais distante

d) ONDE: indica lugar. Equivalente a “em que” ou “no qual”, mas


não pode ser substituído por eles.
Visitaremos a casa ONDE nasceu Bilac.
Ela sabe AONDE você quer chegar.

* quero o relatório onde falo da petrobrás. ERRADO = onde apenas


para LUGAR!

ATENÇÃO: “aonde” e “donde” são usados apenas com verbos de


movimento.
Aonde você está indo?

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e) QUANTO: após “tanto”, “todo” e “tudo”


Não gaste num dia tudo QUANTO ganhas no mês.

f) CUJO: refere-se a um antecedente, mas concorda com o


consequente, indicando POSSE. Sempre é pronome adjetivo.

ATENÇÃO: NÃO admite artigo (antes ou depois)


Há pessoas CUJA inimizade nos honra. >> antecedente pessoas,
concorda com inimizade.

g) COMO: antecedentes sempre: maneira, modo, forma


Este é o modo COMO deves estudar.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

É a parte da gramática que trata da correta colocação dos pronomes


oblíquos átonos na frase. Embora, na linguagem falada, a colocação dos
pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas normas devem ser
observadas, sobretudo, na linguagem escrita.

A ordem natural na Língua Portuguesa é o uso da ênclise, mas


existe uma prioridade na colocação pronominal: 1º tente fazer
próclise, depois mesóclise e em último caso, ênclise.

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Próclise

É a colocação pronominal antes do verbo. A próclise é usada:

1) Quando o verbo estiver precedido de palavras atrativas, ou seja,


que atraem o pronome para antes do verbo. São elas:

a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, jamais etc.


Ex.: Não se esqueça de mim.

b) Advérbios
Ex.: Agora se negam a depor.

c) Conjunções subordinativas
Ex.: Soube que me negariam.

d) Pronomes relativos
Ex.: Identificaram duas pessoas que se encontravam desaparecidas.

e) Pronomes indefinidos
Ex.: Poucos te deram a oportunidade.

f) Pronomes demonstrativos.
Ex.: Disso me acusaram, mas sem provas.

2) Orações iniciadas por palavras interrogativas.


Ex.: Quem te fez a encomenda?

3) Orações iniciadas por palavras exclamativas.


Ex.: Quanto se ofendem por nada!

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4) Orações que exprimem desejo (orações optativas).


Ex.: Que Deus o ajude.

Mesóclise

Usa-se dizer que é a colocação pronominal no meio do verbo, mas, na


verdade, é a colocação entre o verbo e a desinência. A mesóclise é usada:

1) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do


pretérito, contanto que esses verbos não estejam precedidos de palavras que
exijam a próclise.

Exemplos:
Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no
mundo. (Verbo no futuro do presente)
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia nessa viagem.
(Verbo no futuro do pretérito)

Ênclise

É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a


próclise e a mesóclise não forem possíveis:

1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo.


Ex.: Quando eu avisar, silenciem-se todos.

2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal.


Ex.: Não era minha intenção machucar-te.

3) Quando o verbo iniciar a oração.

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Ex.: Vou-me embora agora mesmo.

4) Quando houver pausa antes do verbo.


Ex.: Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo.

5) Quando o verbo estiver no gerúndio.


Ex.: Recusou a proposta fazendo-se de desentendida.

O pronome poderá vir proclítico ou não quando o infinitivo estiver


precedido de preposição ou palavra atrativa.
Exemplos:
É preciso encontrar um meio de não o magoar.
É preciso encontrar um meio de não magoá-lo.

Colocação pronominal nas locuções verbais

1) Quando o verbo principal for constituído por um particípio:

a) O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar.


Ex.: Haviam-me convidado para a festa.

b) Se antes da locução verbal houver palavra atrativa, o pronome oblíquo


ficará antes do verbo auxiliar.
Ex.: Não me haviam convidado para a festa.

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Se o verbo auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito,


ocorrerá a mesóclise, desde que não haja palavra atrativa antes dele.
Ex.: Haver-me-iam convidado para a festa.

2) Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou


um gerúndio:
a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo
auxiliar ou depois do verbo principal.

Exemplos:
Devo esclarecer-lhe o ocorrido.
Devo-lhe esclarecer o ocorrido.
Estavam chamando-me pelo alto-falante.
Estavam-me chamando pelo alto-falante.

b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do


verbo auxiliar ou depois do verbo principal.

Exemplos:
Não posso esclarecer-lhe o ocorrido.
Não lhe posso esclarecer o ocorrido.
Não estavam chamando-me.
Não me estavam chamando.

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VERBO

É a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e


voz. Pode indicar, entre outros processos: ação (correr), estado (ficar),
fenômeno (chover), ocorrência (nascer) e desejo (querer).
O que caracteriza um verbo são suas flexões, não o que ele significa.
Observe que palavras como corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito
próximo ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam, porém,
todas as possibilidades de flexão que esses verbos possuem.

I – CLASSIFICAÇÃO:

1) Regulares: não há alteração fonética no radical e também as


desinências ficam inalteradas
Ex.: amar, amava, amará, amo

2) Irregulares: há alteração no radical e/ou nas desinências


Ex.: fazer, faço, fez, fiz

3) Defectivos: são os verbos que não são conjugados em todas as


pessoas, tempos ou modos. Os mais importantes são:

a) Abolir, colorir, banir, ruir, extorquir, feder: não possuem a 1ª


pessoa do singular (eu) do presente do indicativo e não são conjugados no
presente do subjuntivo; nos outros tempos são completos.

b) Reaver, precaver-se, falir, remir, adequar: no presente do


indicativo, só são conjugados na 1ª e na 2ª pessoas do plural (nós e vós) e
não são conjugados no presente do subjuntivo; nos outros tempos, são
completos.

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c) Doer, acontecer, ocorrer: são conjugados em todos os tempos,


mas somente nas terceiras pessoas (ele e eles).

4) Abundantes: possuem duas ou mais formas equivalentes,


geralmente no particípio.
Ex.: acender: acendido / aceso
fritar: fritado / frito
aceitar: aceitado / aceito
expulsar: expulsado / expulso
morrer: morrido / morto

 HAVER: nós havemos ou hemos

5) Anômalos: formados por mais de um radical – SER e IR


Ex.: sou, és / fui / era ... vou / fui / irei ...

Em uma locução verbal, temos:

6) Auxiliar: é o primeiro verbo de uma locução verbal, aquele que se


flexiona.
Ex.: Estava lendo.
Auxiliar: estar

7) Principal: é o segundo verbo de uma locução verbal, o que


encerra o sentido básico do grupo. Está sempre em uma das formas nominais
(gerúndio, particípio ou infinitivo).
Ex.: Quero sair.
Principal: sair

III – CONJUGAÇÕES

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1ª conjugação: vogal temática “A” = andar, estar


2ª conjugação: vogal temática “E” = vender, fazer
3ª conjugação: vogal temática “I” = partir, sair

IV – FORMAS NOMINAIS

São três as formas nominais que o verbo pode assumir:

Infinitivo = amar
Gerúndio = amando
Particípio = amado

V – FLEXÃO DOS VERBOS

1) Número: singular ou plural

Ex.: falo, falas, fala (singular)


falamos, falais, falam (plural)

2) Pessoa: são três

1ª pessoa – quem fala: eu (sing.), nós (pl.)


2ª pessoa – com quem se fala: tu (sing.), vós (pl.)
3ª pessoa – de quem se fala: ele (sing.), eles (pl.)

3) Modo: são três

a) Indicativo: apresenta o fato de maneira real, de ocorrência certa.


Ex.: Caminho todas as manhãs.

b) Subjuntivo: apresenta o fato de maneira duvidosa, hipotética.

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Ex.: Ele quer que eu estude muito.

c) Imperativo: apresenta o fato como ordem, pedido, súplica.


Ex.: Saia agora e não olhes para trás.

4) Tempo: são três

a) Presente: fato corrido no momento da fala, corriqueiro, constante,


futuro próximo, presente histórico.

Exemplos:
Espero por você. (momento da fala)
Caminho sempre. (ação corriqueira)
Deus é pai. (fato constante)
Amanhã viajo. (futuro próximo)
Em 1500, Cabral descobre o país. (presente histórico)

b) Pretérito:

Perfeito – refere-se a uma ação pontual no passado.


Ex.: Vendi meu carro.
Ação pontual de vender uma vez.

Imperfeito – refere-se a uma ação duradoura no passado.


Ex.: Escrevia uma carta...
Passou um tempo escrevendo...

Mais-que-perfeito – passado distante, remoto.


Ex.: Ele fizera tudo na vida.

c) Futuro:

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Futuro do presente – futuro certo de ocorrer.


Ex.: Farei uma viagem.

Futuro do pretérito – futuro condicionado a algo do passado.


Ex.: Esperaria se pudesse.
Algo impedirá a ação de ocorrer no futuro.

5) Voz: são três vozes do verbo (ativa, passiva e reflexiva).

a) Ativa: o sujeito pratica a ação


Ex.: Mário pintou a varanda.

b) Passiva: o sujeito sofre a ação

 ANALÍTICA – verbo ser conjugado + Verbo Transitivo Direto (VTD) no


particípio
Ex.: A varanda foi pintada por Mário.

A varanda: sujeito paciente


por Mário: agente da passiva

 SINTÉTICA – VTD + partícula apassivadora SE


Ex.: Pintou-se a varanda.

c) Reflexiva: o sujeito pratica e sofre a ação ao mesmo tempo


Ex.: Lúcia pintou-se. (se - pronome reflexivo)

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VI – FORMAÇÃO DO IMPERATIVO

 Do Presente do Indicativo e do Presente do Subjuntivo, forma-se o


Imperativo Afirmativo e do Presente do Subjuntivo, forma-se o Imperativo
Negativo.

Pres.Indicativo Imper.Afirmativo Pres.Subjuntivo Imper.Negativo

Estudo ___________ Estude ______________

Estudas > Estuda (tu) Estudes > Não estudes (tu)

Estuda Estude (você) < Estude > Não estude (você)

Estudamos Estudemos (nós) < Estudemos > Não estudemos


(nós)

Estudais > Estudai (vós) Estudeis > Não estudeis (vós)

Estudem Estudem (vocês) < Estudem > Não estudem(vocês)

 O verbo SER foge, na segunda pessoa (tu e vós), a essa regra. Seu
Imperativo Afirmativo é:
SÊ (tu)
SEJA (você)
SEJAMOS (nós)
SEDE (vós)
SEJAM (vocês)

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TEXTO 1 - CONSTRUIR A REALIDADE


José Antonio Marina

Todos queremos viver em liberdade e procuramos construir caminhos para


alcançar esse propósito. Se limitações e dificuldades de atuar. Ficamos em
uma rua sem saída.
Felizmente, a inteligência nos permite encontrar soluções e nos possibilita
criar alternativas. O pensamento liberta! Não nos contentamos em conhecer,
não nos basta possuir, não somos seres passivos. Nossos projetos buscam
conectar-se à realidade e ampliá-la. Por exemplo, milhares de pessoas leem
livros de autoajuda, pois desejam mudar sua própria realidade, ainda que os
resultados sejam pequenos. Então, por que continuam lendo? Porque a simples
ideia de que “se pode” mudar enche o coração de esperança.
Em muitas ocasiões, nos sentimos presos à realidade, sem poder agir,
limitados pelas contingências da vida. Felizmente, a inteligência nos diz que,
dentro de certos limites - a morte é um deles -, a realidade não está
totalmente decidida; está esperando que acabemos de defini-la. A realidade
não é bela nem feia, nem justa nem injusta, nem exultante nem deprimente,
não há maniqueísmo. A vida é um conjunto de possibilidades que devem ser
construídas. Por isso, nada é definitivo, tudo está por vir. As coisas adquirem
propriedades novas quando vamos em direção a elas com novos projetos.
Observemos essa explosão do real em múltiplas possibilidades. Cada coisa
é uma fonte de ocorrências, cada ponto se converte na intersecção de infinitas
retas, ou de infinitos caminhos. Cada vez mais se desfazem os limites entre o
natural e o artificial.

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01. (TJ-RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) A frase do texto 1 que


se encontra na voz passiva é:
a) “nos sentimos impossibilitados de estar plenamente livres”;
b) “não nos basta possuir”;
c) “então, por que continuam lendo?”;
d) “nos sentimos presos à realidade”;
e) “cada vez mais se desfazem os limites”.

Comentário: para ganhar tempo em uma questão como essa, já indico um


macete!
MACETE: para uma oração estar na voz passiva, é preciso que cumpra uma
das duas necessidades: possuir ter o verbo “ser” + o particípio de uma verbo
qualquer. Exemplo: a menina foi socorrida pelo corpo de bombeiros (verbo
“ser” + particípio do verbo “socorrer) OU ter o pronome “se” apassivando a
oração (pronome apassivador). Exemplo: quebrou-se o vidro (verbo “quebrar”
na terceira pessoa do singular + pronome apassivador “se”).

Sendo assim, vamos as alternativas buscando a voz passiva:


a) “nos sentimos impossibilitados de estar plenamente livres”; - ERRADA!
Não tem verbo ser nem pronome apassivador! – Voz reflexiva.
b) “não nos basta possuir”; - ERRADA! Não tem verbo ser nem pronome
apassivador! – Voz ativa.
c) “então, por que continuam lendo?”; - ERRADA! Não tem verbo ser nem
pronome apassivador! – Voz ativa.
d) “nos sentimos presos à realidade”; - ERRADA! Não tem verbo ser nem
pronome apassivador! – Voz reflexiva.
e) “cada vez mais se desfazem os limites”. - CERTA - os limites (sujeito)
sofrem a ação(passivo) de serem desfeitos. Como temos o pronome "se",
chamamos voz passiva sintética.

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Com o macete, podemos ganhar tempo eliminando “de cara” aquelas


alternativas que não possuam nem verbo “ser”, nem o apassivador “se”.
GABARITO: E

TEXTO BASE PARA AS QUESTÕES DE 02 a 06.

Os sete erros que devem ser evitados em tempos de seca

O primeiro desses “erros” era “usar água da chuva para beber, tomar
banho e cozinhar”. Segundo o aviso, “A água da chuva armazenada em casa
não pode ser usada para beber, tomar banho e cozinhar porque ela contém
uma alta concentração de poluentes atmosféricos, que podem causar mal à
saúde. Essa água só é indicada para consumo com tratamento químico, feito
somente por especialistas, não bastando ferver ou filtrar. Por isso, é melhor
usá-la apenas na limpeza da casa”.

02. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) Ao colocar a frase “sete


erros que devem ser evitados em tempos de seca” na voz passiva, o autor do
texto obtém um efeito discursivo, que é
(A) não indicar o agente da ação verbal.
(B) obter um peso maior na ordem dada.
(C) direcionar o conselho para os leitores.
(D) provocar certo suspense sobre os conselhos.
(E) minimizar os problemas citados.

Comentário: na oração “sete erros que devem ser evitados em tempos de


seca”, temos como sujeito paciente “sete erros”, mas não temos explicitado o
agente da passiva, ou seja, aquele que pratica a ação de evitar tais erros. Tal
fato produz efeito discursivo de generalizar a ação, não especificando um ou
outro que deva evitar os erros, mas sim toda a população.
GABARITO: A

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03. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) A frase que identifica o


primeiro erro – “Usar água da chuva para beber, tomar banho e cozinhar” –
emprega a forma verbal do infinitivo. Com isso, o autor do texto consegue um
resultado conveniente para esse tipo de texto, que é
(A) não personalizar as ações.
(B) não situar as ações no tempo.
(C) não identificar os locais das ações.
(D) descrever as ações de forma precisa.
(E) citar as ações em sequência cronológica.

Comentário: esse tipo de texto tenta conscientizar a população como um


todo, sem especificar alguém ou grupo específico. Deixar o verbo no infinitivo é
um recurso para se fazer isso.
GABARITO: A

04. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) “Essa água só é


indicada para consumo com tratamento químico, feito somente por
especialistas, não bastando ferver ou filtrar”.
O segmento sublinhado mostra formas reduzidas; a forma reduzida do
verbo “bastar” poderia ser adequadamente substituída por
(A) mas não basta ferver ou filtrar.
(B) pois não basta ferver ou filtrar.
(C) logo não bastaria ferver ou filtrar.
(D) quando não bastará ferver ou filtrar.
(E) caso não baste ferver ou filtrar.

Comentário: a oração reduzida “não bastando ferver ou filtrar” estabelece


relação de explicação com a oração anterior, sendo assim, deve ser, na forma
desenvolvida, introduzida por uma conjunção que expresse também tal relação
contextual. Vamos analisar as alternativas:

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(A) mas não basta ferver ou filtrar. – conjunção “mas” estabelece


oposição. ERRADA.
(B) pois não basta ferver ou filtrar. – conjunção “pois” estabelece relação
de explicação. CORRETA.
(C) logo não bastaria ferver ou filtrar. – conjunção “logo” estabelece
conclusão. ERRADA.
(D) quando não bastará ferver ou filtrar. – conjunção “quando”
estabelece tempo. ERRADA.
(E) caso não baste ferver ou filtrar. – conjunção “caso” estabelece
condição. ERRADA.
Atente para o fato de que a FGV não cobra classificação das conjunções,
mas a relação de sentido que elas estabelecem em determinados contexto,
como ocorreu nesta questão.
GABARITO: B

05. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) O texto mostra três


ocorrências do pronome demonstrativo.

I. “O primeiro desses ‘erros’...”


II. “Essa água só é indicada para consumo...”
III. “Por isso é melhor usá-la...”

Sobre essas ocorrências, assinale a afirmativa inadequada.


(A) Todas as ocorrências se referem a termos já citados anteriormente.
(B) Os erros referidos em I são os sete erros apontados.
(C) A água citada em II se refere à água da chuva armazenada em casa.
(D) Em III, o demonstrativo aponta o motivo de evitar-se a água em
certos casos.
(E) Todas as ocorrências se referem a termos proximamente citados.

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Comentário: o pronome demonstrativo é um importante elemento


coesivo, retoma um termo citado anteriormente para evitar repetição
desnecessária. Vejamos as assertivas:
I. “O primeiro desses ‘erros’...” – “desses” refere-se a “erros”.
II. “Essa água só é indicada para consumo...” – “essa” refere-se a “água”.
III. “Por isso é melhor usá-la...” – “la” refere-se a “água”.
Vamos analisar as alternativas:
(A) Todas as ocorrências se referem a termos já citados anteriormente. –
CORRETO. Referem-se a “água” e “erros”.
(B) Os erros referidos em I são os sete erros apontados. – CORRETA.
(C) A água citada em II se refere à água da chuva armazenada em casa.
– CORRETA. Água que deve ser tratada.
(D) Em III, o demonstrativo aponta o motivo de evitar-se a água em
certos casos. – CORRETA.
(E) Todas as ocorrências se referem a termos proximamente citados. –
ERRADA. Os relativos não se referem a algo citado proximamente, mas
simplesmente a algo já citado.
GABARITO: E

06. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) “A água da chuva


armazenada em casa não pode ser usada para beber, tomar banho e cozinhar
porque ela contém uma alta concentração de poluentes atmosféricos, que
podem causar mal à saúde. Essa água só é indicada para consumo com
tratamento químico, feito somente por especialistas, não bastando ferver ou
filtrar. Por isso, é melhor usá-la apenas na limpeza da casa”.

Assinale a opção que apresenta o conectivo sublinhado nesse segmento


que tem um sinônimo incorretamente indicado.
(A) para = a fim de.
(B) porque = visto que.
(C) com = após.

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(D) por = com.


(E) na = para a.

Comentário: precisamos encontrar a alternativa que traga uma


substituição de conectivo que NÃO pode ocorrer, uma vez que o sentido
original seria alterado. A melhor maneira de resolver uma questão como esta é
substituir no texto os termos grifados pela possibilidade das alternativas e ver
se é possível, se não altera o sentido:
“A água da chuva armazenada em casa não pode ser usada a fim de que
(ok! Mantem-se a ideia de finalidade) beber, tomar banho e cozinhar visto que
(ok! Mantem-se a ideia de explicação) ela contém uma alta concentração de
poluentes atmosféricos, que podem causar mal à saúde. Essa água só é
indicada para consumo após (ok! Mantem-se a ideia condição) tratamento
químico, feito somente por especialistas, não bastando ferver ou filtrar. Com
(Não!! O “por isso” expressa ideia de conclusão, não presente em “com isso”
que indica continuação, causa/consequência) isso, é melhor usá-la apenas
para a (ok! Mantem-se a ideia de finalidade, uso) limpeza da casa”.
GABARITO: D

07. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) Na frase “Escolas de


São Paulo vetam até escova de dente para economizar água.”, o emprego do
até mostra um modalizador, ou seja, um termo em que o enunciador do texto
expressa uma opinião.
Nesse caso, a opinião é de que
(A) há um exagero na medida.
(B) mostra um cuidado exemplar na medida tomada.
(C) indica uma dúvida sobre o efeito pretendido.
(D) ocorrem inúmeros outros casos de economia de água.
(E) demonstra um apoio à medida tomada.

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Comentário: a tomada de opinião é contra a medida exagerada de


economizar água evitando que o aluno escove os dentes, o que é uma prática
extremamente necessária para a saúde bucal. A preposição “até” foi usada
para modalizar a fala demonstrando opinião do autor.
GABARITO: A

Texto base para as próximas três questões.

“O caminho para baixo era estreito e íngreme, e tanto os homens quanto


os animais não sabiam onde estavam pisando, por causa da neve; todos os
que saíam da trilha ou tropeçavam em algo perdiam o equilíbrio e
despencavam no precipício. A esses perigos eles resistiam, pois àquela altura
já se haviam acostumado a tais infortúnios, mas, por fim, chegaram a um
lugar onde o caminho era estreito demais para os elefantes e até para os
animais de carga. Uma avalanche anterior já havia arrastado cerca de
trezentos metros da encosta, ao passo que outra, mais recente, agravara
ainda mais a situação. A essa altura, os soldados mais uma vez perderam a
calma e quase caíram em desespero.”
(Políbio, Histórias)

08. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) “tanto os homens


quanto os animais”; “todos os que saíam da trilha ou tropeçavam em algo”.
Nesses dois segmentos do texto 4, os conectores tanto/quanto e ou indicam,
respectivamente:
(A) comparação e alternância;
(B) semelhança e alternância;
(C) adição e adição;
(D) comparação e adição;
(E) adição e alternância.

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Comentário: temos que analisar o significado dos conectores dentro do


contexto para não haver erros. Observe que, em “tanto os homens quanto os
animais”, os conectores tanto/quanto indicam adição de termos, no caso,
“homens” e “animais”, não comparação. Atenção, pois, em “todos os que
saíam da trilha ou tropeçavam em algo”, o conector ou também indica adição,
não alternância como é possível esperar do uso desta conjunção, pois são
ações que coexistem.
GABARITO: C

09. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) Duas formas verbais


sucessivas do texto 4 que mostram sucessão cronológica de ações são:
(A) sabiam / estavam pisando;
(B) saíam / tropeçavam;
(C) perdiam / despencavam;
(D) resistiam / haviam acostumado;
(E) chegaram / era.

Comentário: os verbos “perdiam” e “despencavam” estão em sucessão


cronológica, pois, no texto, primeiro os homens perdiam o equilíbrio, depois
despencavam no precipício: “todos os que saíam da trilha ou tropeçavam em
algo perdiam o equilíbrio e despencavam no precipício”
GABARITO: C

10. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) “chegaram a um


lugar onde o caminho era estreito”; nesse segmento do texto 4 ocorre o
emprego correto do vocábulo sublinhado. A frase abaixo em que o emprego do
mesmo vocábulo também mostra correção é:
(A) Os soldados sentiram desespero pelo momento onde todos estavam.
(B) Em função do mau tempo por onde passavam, decidiram mudar o
caminho.

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(C) No final da tarde, onde as nuvens se escondiam, tudo era mais


perigoso.
(D) Na viagem, onde tudo era desconhecido, as surpresas preocupavam.
(E) No meio da noite, onde o medo aumenta, o comandante tranquilizava
a todos.

Comentário: o uso correto do pronome “onde” é fazendo referência a um


lugar. Na frase “chegaram a um lugar onde o caminho era estreito”, o
antecedente do “onde” é “lugar”, corretamente. Vamos analisar as
alternativas, procurando o uso correto do mesmo termo:
(A) Os soldados sentiram desespero pelo momento onde todos estavam.
ERRADO. O “onde” está retomando “momento”, que NÃO é um lugar.
(B) Em função do mau tempo por onde passavam, decidiram mudar o
caminho.
CORRETO. “Onde” refere-se ao lugar em que estavam e apresentava mau
tempo.
(C) No final da tarde, onde as nuvens se escondiam, tudo era mais
perigoso.
ERRADO. “Onde” ligado à “tarde”.
(D) Na viagem, onde tudo era desconhecido, as surpresas preocupavam.
ERRADO. “Onde” ligado à “viagem”
(E) No meio da noite, onde o medo aumenta, o comandante tranquilizava
a todos.
ERRADO. “Onde” ligado à “noite”
GABARITO: B

11. (TJ/SC – 2015 – Assistente Social – FGV) Considerando-se a


relação lógica existente entre os dois segmentos dos pensamentos (Millôr
Fernandes) adiante citados, o espaço pontilhado que NÃO poderá ser
corretamente preenchido pela conjunção mas é:

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(A) Guio bem, ............... o motor do meu carro sempre foi pra mim um
mistério insondável.
(B) Condenam-se muito os excessos, ............... também há um limite
para o mínimo.
(C) Eu sofro de mimfobia, tenho medo de mim mesmo, ............... me
enfrento todo dia.
(D) A pobreza não é necessariamente vergonhosa, ............... há muito
pobre sem vergonha.
(E) Pobreza extrema é quando uma pessoa não entra na favela,
............... acha aquele ambiente grã-fino demais para ela.

Comentário: a melhor forma de resolver uma questão como essa é


substituir o pontilhado pelo que se sugere (no caso, pelo mas) em cada
alternativa. Após a substituição, a relação de oposição deve estar bem
estabelecida:
(A) Guio bem, mas o motor do meu carro sempre foi pra mim um mistério
insondável.
(B) Condenam-se muito os excessos, mas também há um limite para o
mínimo.
(C) Eu sofro de mimfobia, tenho medo de mim mesmo, mas me enfrento
todo dia.
(D) A pobreza não é necessariamente vergonhosa, mas há muito pobre
sem vergonha.
(E) Pobreza extrema é quando uma pessoa não entra na favela, mas acha
aquele ambiente grã-fino demais para ela.
A única junção de orações em que a relação de oposição não é possível é
na alternativa E. O ideal é o uso da conjunção “pois” ou outra que expresse
explicação.
(E) Pobreza extrema é quando uma pessoa não entra na favela, pois acha
aquele ambiente grã-fino demais para ela.
GABARITO: E

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TEXTO 1 – BEM TRATADA, FAZ BEM


Sérgio Magalhães, O Globo

O arquiteto Jaime Lerner cunhou esta frase premonitória: “O carro é o


cigarro do futuro.” Quem poderia imaginar a reversão cultural que se deu no
consumo do tabaco?
Talvez o automóvel não seja descartável tão facilmente. Este jornal, em
uma série de reportagens, nestes dias, mostrou o privilégio que os governos
dão ao uso do carro e o desprezo ao transporte coletivo. Surpreendentemente,
houve entrevistado que opinou favoravelmente, valorizando Los Angeles – um
caso típico de cidade rodoviária e dispersa.
Ainda nestes dias, a ONU reafirmou o compromisso desta geração com o
futuro da humanidade e contra o aquecimento global – para o qual a emissão
de CO2 do rodoviarismo é agente básico. (A USP acaba de divulgar estudo
advertindo que a poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito.)
O transporte também esteve no centro dos protestos de junho de 2013.
Lembremos: ele está inter-relacionado com a moradia, o emprego, o lazer.
Como se vê, não faltam razões para o debate do tema.

12. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) “Surpreendentemente,


houve entrevistado que opinou favoravelmente”; nesse segmento do texto 1,
os termos verbo + advérbio (opinou favoravelmente) poderiam ser
substituídos por um só verbo como “concordou” ou “apoiou”, reduzindo a
extensão do texto. A frase abaixo em que essa mesma estratégia foi
empregada de forma adequada é:
a) entregar-se totalmente ao estudo do problema / voltar-se para;
b) purificar integralmente a gasolina / deturpar a gasolina;
c) distinguir claramente a causa do problema / identificar;
d) providenciar urgentemente mudanças na lei / realizar;
e) apagar totalmente um texto / destruir.

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Comentário: A questão pede a substituição na frase dos termos Verbo +


Advérbio (“opinou favoravelmente”) por um só verbo com o fito de reduzir a
extensão do texto. Assim, devemos buscar dentre as assertivas a que melhor
substitui o Verbo + Adverbio por um só verbo, como requerido. Vamos analisar
as alternativas para encontrar a correspondente:
a) entregar-se totalmente ao estudo do problema / voltar-se para; -
ERRADO.
Entregar-se totalmente = dedicar-se!
b) purificar integralmente a gasolina / deturpar a gasolina; - ERRADO.
Purificar = limpar! CUIDADO! Deturpar = alterar, corromper, desfigurar,
estragar.
c) distinguir claramente a causa do problema / identificar; - CORRETO.
Distinguir claramente = identificar!
d) providenciar urgentemente mudanças na lei / realizar; - ERRADO.
Providenciar urgentemente = prover!
e) apagar totalmente um texto / destruir. – ERRADO.
Apagar totalmente = ocultar! Nem sempre ocultar, apagar totalmente é
destruir!
GABARITO: C

TEXTO 3 – A FAMÍLIA MUDOU


Teresinha Saraiva

Nasci e vivi minha infância numa família constituída por três gerações,
vivendo sob o mesmo teto, harmoniosa e amorosamente: meus avós, meus
pais, meus tios casados, minhas tias solteiras e nós, os oito netos. Éramos 20
pessoas. Os homens trabalhavam e as mulheres dedicavam-se à gerência da
casa e à educação das crianças. Na minha família só havia, inicialmente, uma
mulher que trabalhava fora, minha mãe, que era professora. Muitos anos
depois, três de minhas tias solteiras foram trabalhar fora.

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Lembro-me até hoje, embora muitas décadas tenham se passado, da


enorme sala de jantar, com uma grande mesa retangular onde se sentavam 12
adultos, para as refeições e para as prolongadas conversas, e uma mesa oval,
onde se sentavam as oito crianças e adolescentes – os netos.
Vivi uma infância tranquila numa família nuclear unida. Minha
adolescência e juventude já foi passada numa família constituída por meus
pais, ambos trabalhando e contribuindo para o sustento da família, meu irmão
e eu. Todos os domingos nos reuníamos à família inicial, na enorme casa da
Rua do Bispo, hoje integrando o espaço físico ocupado pela Universidade
Estácio de Sá, em inesquecíveis almoços e ceias.
A família brasileira mudou.

13. (Prefeitura de Florianópolis – 2014 – Administrador – FGV) “Os


homens trabalhavam e as mulheres dedicavam-se à gerência da casa e à
educação das crianças”.
As formas verbais sublinhadas indicam ação:
a) repetida e duradoura;
b) iniciada e terminada no passado;
c) ocorrida antes de outra ação passada;
d) iniciada no passado e mantida no presente;
e) iniciada no presente e continuada no futuro.

Comentário: ambas as formas verbais estão no pretérito imperfeito do


indicativo, que indica uma ação durativa, ação que durou um determinado
tempo com ou sem intervalos. Pensando assim, a resposta correta é a A, pois
os homens trabalharem e as mulheres dedicarem-se à gerência da casa são
ações constantes, duradouras e repetidas.
b) iniciada e terminada no passado - pede verbos no pretérito perfeito.
c) ocorrida antes de outra ação passado - pede verbos no pretérito mais-
que-perfeito.

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d) iniciada no passado e mantida no presente – pede verbo no presente


(ação corriqueira).
e) iniciada no presente e continuada no futuro – pede verbo no futuro.
GABARITO: A

Texto base para as duas próximas questões.

Texto I
A maçã não tem culpa

Pela lenda judaico-cristã, o homem nasceu em inocência. Mas a perdeu


quando quis conhecer o bem e o mal. Há uma distorção generalizada
considerando que o pecado original foi um ato sexual, e a maçã ficou sendo
um símbolo de sexo.
Quando ocorreu o episódio narrado na Bíblia, Adão e Eva já tinham filhos
pelos métodos que adotamos até hoje. Não usaram proveta nem recorreram à
sapiência técnica e científica do ex-doutor Abdelmassih. Numa palavra,
procederam dentro do princípio estabelecido pelo próprio Senhor: “Crescei e
multiplicai-vos". O pecado foi cometido quando não se submeteram à condição
humana e tentaram ser iguais a Deus, conhecendo o bem e o mal. A folha de
parreira foi a primeira escamoteação da raça humana.
Criado diretamente por Deus ou evoluído do macaco, como Darwin
sugeriu, o homem teria sido feito para viver num paraíso, em permanente
estado de graça. Nas religiões orientais, creio eu, mesmo sem ser entendido
no assunto (confesso que não sou entendido em nenhum assunto), o homem,
criado ou evoluído, ainda vive numa fase anterior ao pecado dito original.
Na medida em que se interioriza pela meditação, deixando a barba crescer
ou tomando banho no Ganges, o homem busca a si mesmo dentro do universo
físico e espiritual. Quando atinge o nirvana, lendo a obra completa do meu
amigo Paulo Coelho, ele vive uma situação de felicidade, num paraíso possível.
Adão e Eva, com sua imensa prole, poderiam ter continuado no Éden se não

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tivessem cometido o pecado. A maçã de Steve Jobs não tem nada a ver com
isso.
Repito: o pecado original não foi o sexo, o ato do sexo, prescrito pelo
próprio latifundiário, dono de todas as terras e de todos os mares. A
responsabilidade pelo pecado foi a soberba do homem em ter uma sabedoria
igual à de seu Criador.
(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo)

14. (PROCEMPA – 2014 – Analista em TI e Comunicação – FGV) “Há


uma distorção generalizada considerando que o pecado original foi um ato
sexual”.
No segmento sublinhado, a forma do gerúndio “considerando” pode ser
corretamente substituída por
a) “quando se considera”.
b) “ao considerar-se”.
c) “que considera”.
d) “caso se considere”.
e) “à medida que se considera”.

Comentário: em questões da banca FGV, precisamos ter cuidado, pois


duas alternativas podem estar corretas. No caso da questão em análise, A e B
estão corretas. Qual escolher? Aquela que estiver MAIS correta! Quando
usamos o gerúndio, temos uma ideia temporal vinculada. Sabendo disso,
temos que buscar a alternativa que melhor dê conta dessa ideia. Assim,
podemos excluir as alternativas c, d, e, vejam:
c) que considera - o "que" é um pronome relativo, sendo assim, retoma
"distorções" ou seja, foge totalmente do que foi pedido.
d) caso se considere - trata-se de uma hipótese vinculada à conjunção
“caso”.
e) à medida que se considera- trata-se de uma oração proporcional, ideia
de proporção.

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Agora vamos analisar a A e a B para encontrarmos a mais correta. Por


que a A é mais correta que a B? Pelo fato de a B apresentar outra oração
reduzida e, sendo assim, não faz sentido substituir uma oração reduzida por
outra. Dessa forma, a oração desenvolvida em A passa uma ideia mais clara e
completa. Portanto a A é a alternativa correta.
GABARITO: A

15. (PROCEMPA – 2014 – Analista em TI e Comunicação – FGV)


Assinale a opção que indica a frase que se apresenta na voz passiva.
a) “Na medida em que se interioriza.”
b) “o pecado original foi um ato sexual”.
c) “mesmo sem ser entendido no assunto”.
d) “não sou entendido em nenhum assunto”.
e) “o homem teria sido feito para viver num paraíso”.

Comentário: existe a voz passiva sintética (que apresenta o “se”


apassivador) e a analítica (verbo “ser” + o particípio de algum verbo). As
alternativas que não têm uma dessas duas possibilidades não estarão na voz
passiva.
a) “Na medida em que se interioriza.” – voz reflexiva.
b) “o pecado original foi um ato sexual”. – voz ativa.
c) “mesmo sem ser entendido no assunto”. – voz ativa. Ainda que haja o
verbo “ser”, “entendido” tem papel adjetivo, não de particípio, de verbo.
d) “não sou entendido em nenhum assunto”. – voz ativa. Ainda que haja o
verbo “ser”, “entendido” tem papel adjetivo, não de particípio, de verbo.
e) “o homem teria sido feito para viver num paraíso”. – “o homem” é o
sujeito paciente.
GABARITO: E

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Nosso jeitinho

Um amigo meu, estrangeiro, já há uns seis anos morando no Brasil,


lembrava-me outro dia qual fora sua principal dificuldade - entre várias - de se
adaptar aos nossos costumes. “Certamente foi lidar com o tal do jeitinho”,
explicou. “Custei a entender que aqui no Brasil nada está perdido, nenhum
impasse é definitivo: sempre haverá como se dar um jeitinho em tudo, desde
fazer o motor do carro velho funcionar com um pedaço de arame até conseguir
que o primo do amigo do chefe da seção regional da Secretaria de Alimentos
convença este último a influenciar o Diretor no despacho de um processo”.
Meu amigo estrangeiro estava, como se vê, reconhecendo a nossa
“informalidade” - que é o nome chique do tal do jeitinho. O sistema - também
batizado pelos sociólogos como o do “favor” - não deixa de ser simpático,
embora esteja longe de ser justo. Os beneficiados nunca reclamam, e os que
jamais foram morrem de inveja e mantêm esperanças. Até o poeta Drummond
tratou da questão no poema “Explicação”, em que diz a certa altura: “E no fim
dá certo”. Essa conclusão aponta para uma espécie de providencialismo
místico, contrapartida divina do jeitinho: tudo se há de arranjar, porque Deus
é brasileiro. Entre a piada e a seriedade, muita gente segue contando com
nosso modo tão jeitoso de viver.
É possível que os tempos modernos tenham começado a desfavorecer a
solução do jeitinho: a informatização de tudo, a rapidez da mídia, a divulgação
instantânea nas redes sociais, tudo se encaminha para alguma transparência,
que é a inimiga mortal da informalidade. Tudo se documenta, se registra, se
formaliza de algum modo - e o jeitinho passa a ser facilmente desmascarado,
comprometido o seu anonimato e perdendo força aquela simpática
clandestinidade que sempre o protegeu. Mas há ainda muita gente que acha
que nós, os brasileiros, com nossa indiscutível criatividade, daremos um jeito
de contornar esse problema. Meu amigo estrangeiro, por exemplo, não perdeu
a esperança.
(Abelardo Trabulsi, inédito)

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16. (TCE-RS – 2014 - Auditor Público Externo - Engenharia Civil -


Conhecimentos Básicos – FCC) Transpondo-se para a voz passiva o
segmento sublinhado em É possível que os tempos modernos tenham
começado a desfavorecer a solução do jeitinho, a forma obtida deverá
ser:
a) tenha começado a ser desfavorecida.
b) comecem a desfavorecer.
c) terá começado a ser desfavorecida.
d) comecem a ser desfavorecidos.
e) estão começando a se desfavorecer.

Comentário: a oração toda na voz passiva, respeitando o tempo e o modo


verbal, além da concordância com o sujeito paciente é: É possível que a
solução do jeitinho tenha começado a ser desfavorecida pelos tempos
modernos.
GABARITO: A

17. (Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ - 2011 – Administrador –


FJG) “E, como não temos o controle sobre a natureza, precisamos trabalhar
com o imponderável e revesti-lo de cuidados compatíveis com as possibilidades
do universo em convivência.”
Em “trabalhar com o imponderável” verifica-se derivação imprópria, isto é,
o adjetivo imponderável passa a designar, como substantivo, “o elemento
indefinível que influi em determinada matéria ou assunto”. Também ocorre
derivação imprópria em:
a) O efeito da fé é duradouro
b) Homens solidários sentem prazer em cooperar.
c) Os fiéis realizaram belíssima procissão.
d) Grandes catástrofes unem as comunidades.

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Comentário: ocorre derivação imprópria quando uma palavra muda de


classe gramatical em determinado contexto. Vejamos cada alternativa.
a) O efeito da fé é duradouro >> efeito = subst. / duradouro =
adjetivo
b) Homens solidários sentem prazer em cooperar. >> Homens = subst.
/ solidários = adjetivo
c) Os fiéis realizaram belíssima procissão. >> fiel = adjetivo,
normalmente, mas transformou-se em uma palavra substantivada pela
presença do artigo "Os", logo tem-se uma derivação imprópria. Belíssima =
adjetivo / procissão = substantivo
d) Grandes catástrofes unem as comunidades >> grandes = adjetivo
/ catástrofes = subst. / comunidades = subst.
GABARITO: C

Atenção: Responda à questão com base no texto.

TEXTO

EUA dizem que um ataque ao Irã uniria o país, hoje dividido

WASHINGTON (Reuters) − Um ataque militar contra o Irã uniria o país,


que está dividido, e reforçar a determinação do governo iraniano para buscar
armas nucleares, disse o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert
Gates, nesta terça-feira.
Em pronunciamento ao conselho diretor do Wall Street Journal, Gates
afirmou ser importante usar outros meios para convencer o Irã a não procurar
ter armas nucleares e repetiu as suas preocupações de que ações militares
somente iriam retardar − e não impedir − que o país obtenha essa capacidade.
(http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2010 /11/16/eua-dizem-que-um-
ataque-ao-ira-uniria-o-pais-hoje-dividido.jhtm?action=print, em 16/11/2010)

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18. (DP/RS - 2011 - Defensor Público – FCC) Das palavras a seguir, a


única formada por derivação prefixal e sufixal é
a) destinação.
b) desocupação.
c) criminológico.
d) carcereiro.
e) preventivamente.

Comentário: a derivação prefixal e sufixal ocorre quando um vocábulo é


formado através do acréscimo de um prefixo e de um sufixo ao seu radical,
sendo que um dos afixos podem ser retirados e a palavra não ficará sem
sentido. É o que ocorre com a palavra “desocupação”, da alternativa B:
Des (prefixo) + ocupa (radical) + ção = desocupação.
Vejamos a formação das palavras das outras alternativas:
Todas são formadas por derivação sufixal apenas.
a) destinação
c) criminológico.
d) carcereiro.
e) preventivamente.
GABARITO: B

LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

TEXTO 1 - CONSTRUIR A REALIDADE


José Antonio Marina

Todos queremos viver em liberdade e procuramos construir caminhos para


alcançar esse propósito. Se limitações e dificuldades de atuar. Ficamos em
uma rua sem saída.
Felizmente, a inteligência nos permite encontrar soluções e nos possibilita
criar alternativas. O pensamento liberta! Não nos contentamos em conhecer,

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não nos basta possuir, não somos seres passivos. Nossos projetos buscam
conectar-se à realidade e ampliá-la. Por exemplo, milhares de pessoas leem
livros de autoajuda, pois desejam mudar sua própria realidade, ainda que os
resultados sejam pequenos. Então, por que continuam lendo? Porque a simples
ideia de que “se pode” mudar enche o coração de esperança.
Em muitas ocasiões, nos sentimos presos à realidade, sem poder agir,
limitados pelas contingências da vida. Felizmente, a inteligência nos diz que,
dentro de certos limites - a morte é um deles -, a realidade não está
totalmente decidida; está esperando que acabemos de defini-la. A realidade
não é bela nem feia, nem justa nem injusta, nem exultante nem deprimente,
não há maniqueísmo. A vida é um conjunto de possibilidades que devem ser
construídas. Por isso, nada é definitivo, tudo está por vir. As coisas adquirem
propriedades novas quando vamos em direção a elas com novos projetos.
Observemos essa explosão do real em múltiplas possibilidades. Cada coisa
é uma fonte de ocorrências, cada ponto se converte na intersecção de infinitas
retas, ou de infinitos caminhos. Cada vez mais se desfazem os limites entre o
natural e o artificial.

01. (TJ-RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) A frase do texto 1 que


se encontra na voz passiva é:
a) “nos sentimos impossibilitados de estar plenamente livres”;
b) “não nos basta possuir”;
c) “então, por que continuam lendo?”;
d) “nos sentimos presos à realidade”;
e) “cada vez mais se desfazem os limites”.

TEXTO BASE PARA AS QUESTÕES DE 02 a 06.

Os sete erros que devem ser evitados em tempos de seca

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O primeiro desses “erros” era “usar água da chuva para beber, tomar
banho e cozinhar”. Segundo o aviso, “A água da chuva armazenada em casa
não pode ser usada para beber, tomar banho e cozinhar porque ela contém
uma alta concentração de poluentes atmosféricos, que podem causar mal à
saúde. Essa água só é indicada para consumo com tratamento químico, feito
somente por especialistas, não bastando ferver ou filtrar. Por isso, é melhor
usá-la apenas na limpeza da casa”.

02. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) Ao colocar a frase “sete


erros que devem ser evitados em tempos de seca” na voz passiva, o autor do
texto obtém um efeito discursivo, que é
(A) não indicar o agente da ação verbal.
(B) obter um peso maior na ordem dada.
(C) direcionar o conselho para os leitores.
(D) provocar certo suspense sobre os conselhos.
(E) minimizar os problemas citados.

03. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) A frase que identifica o


primeiro erro – “Usar água da chuva para beber, tomar banho e cozinhar” –
emprega a forma verbal do infinitivo. Com isso, o autor do texto consegue um
resultado conveniente para esse tipo de texto, que é
(A) não personalizar as ações.
(B) não situar as ações no tempo.
(C) não identificar os locais das ações.
(D) descrever as ações de forma precisa.
(E) citar as ações em sequência cronológica.

04. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) “Essa água só é


indicada para consumo com tratamento químico, feito somente por
especialistas, não bastando ferver ou filtrar”.

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O segmento sublinhado mostra formas reduzidas; a forma reduzida do


verbo “bastar” poderia ser adequadamente substituída por
(A) mas não basta ferver ou filtrar.
(B) pois não basta ferver ou filtrar.
(C) logo não bastaria ferver ou filtrar.
(D) quando não bastará ferver ou filtrar.
(E) caso não baste ferver ou filtrar.

05. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) O texto mostra três


ocorrências do pronome demonstrativo.

I. “O primeiro desses ‘erros’...”


II. “Essa água só é indicada para consumo...”
III. “Por isso é melhor usá-la...”

Sobre essas ocorrências, assinale a afirmativa inadequada.


(A) Todas as ocorrências se referem a termos já citados anteriormente.
(B) Os erros referidos em I são os sete erros apontados.
(C) A água citada em II se refere à água da chuva armazenada em casa.
(D) Em III, o demonstrativo aponta o motivo de evitar-se a água em
certos casos.
(E) Todas as ocorrências se referem a termos proximamente citados.

06. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) “A água da chuva


armazenada em casa não pode ser usada para beber, tomar banho e cozinhar
porque ela contém uma alta concentração de poluentes atmosféricos, que
podem causar mal à saúde. Essa água só é indicada para consumo com
tratamento químico, feito somente por especialistas, não bastando ferver ou
filtrar. Por isso, é melhor usá-la apenas na limpeza da casa”.

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Assinale a opção que apresenta o conectivo sublinhado nesse segmento


que tem um sinônimo incorretamente indicado.
(A) para = a fim de.
(B) porque = visto que.
(C) com = após.
(D) por = com.
(E) na = para a.

07. (DPE/MS – 2015 – Administrador – FGV) Na frase “Escolas de


São Paulo vetam até escova de dente para economizar água.”, o emprego do
até mostra um modalizador, ou seja, um termo em que o enunciador do texto
expressa uma opinião.
Nesse caso, a opinião é de que
(A) há um exagero na medida.
(B) mostra um cuidado exemplar na medida tomada.
(C) indica uma dúvida sobre o efeito pretendido.
(D) ocorrem inúmeros outros casos de economia de água.
(E) demonstra um apoio à medida tomada.

Texto base para as próximas três questões.

“O caminho para baixo era estreito e íngreme, e tanto os homens quanto


os animais não sabiam onde estavam pisando, por causa da neve; todos os
que saíam da trilha ou tropeçavam em algo perdiam o equilíbrio e
despencavam no precipício. A esses perigos eles resistiam, pois àquela altura
já se haviam acostumado a tais infortúnios, mas, por fim, chegaram a um
lugar onde o caminho era estreito demais para os elefantes e até para os
animais de carga. Uma avalanche anterior já havia arrastado cerca de
trezentos metros da encosta, ao passo que outra, mais recente, agravara
ainda mais a situação. A essa altura, os soldados mais uma vez perderam a
calma e quase caíram em desespero.”

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(Políbio, Histórias)

08. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) “tanto os homens


quanto os animais”; “todos os que saíam da trilha ou tropeçavam em algo”.
Nesses dois segmentos do texto 4, os conectores tanto/quanto e ou indicam,
respectivamente:
(A) comparação e alternância;
(B) semelhança e alternância;
(C) adição e adição;
(D) comparação e adição;
(E) adição e alternância.

09. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) Duas formas verbais


sucessivas do texto 4 que mostram sucessão cronológica de ações são:
(A) sabiam / estavam pisando;
(B) saíam / tropeçavam;
(C) perdiam / despencavam;
(D) resistiam / haviam acostumado;
(E) chegaram / era.

10. (TJ/BA – 2015 – Analista Judiciário – FGV) “chegaram a um


lugar onde o caminho era estreito”; nesse segmento do texto 4 ocorre o
emprego correto do vocábulo sublinhado. A frase abaixo em que o emprego do
mesmo vocábulo também mostra correção é:
(A) Os soldados sentiram desespero pelo momento onde todos estavam.
(B) Em função do mau tempo por onde passavam, decidiram mudar o
caminho.
(C) No final da tarde, onde as nuvens se escondiam, tudo era mais
perigoso.
(D) Na viagem, onde tudo era desconhecido, as surpresas preocupavam.

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(E) No meio da noite, onde o medo aumenta, o comandante tranquilizava


a todos.

11. (TJ/SC – 2015 – Assistente Social – FGV) Considerando-se a


relação lógica existente entre os dois segmentos dos pensamentos (Millôr
Fernandes) adiante citados, o espaço pontilhado que NÃO poderá ser
corretamente preenchido pela conjunção mas é:
(A) Guio bem, ............... o motor do meu carro sempre foi pra mim um
mistério insondável.
(B) Condenam-se muito os excessos, ............... também há um limite
para o mínimo.
(C) Eu sofro de mimfobia, tenho medo de mim mesmo, ............... me
enfrento todo dia.
(D) A pobreza não é necessariamente vergonhosa, ............... há muito
pobre sem vergonha.
(E) Pobreza extrema é quando uma pessoa não entra na favela,
............... acha aquele ambiente grã-fino demais para ela.

TEXTO 1 – BEM TRATADA, FAZ BEM


Sérgio Magalhães, O Globo

O arquiteto Jaime Lerner cunhou esta frase premonitória: “O carro é o


cigarro do futuro.” Quem poderia imaginar a reversão cultural que se deu no
consumo do tabaco?
Talvez o automóvel não seja descartável tão facilmente. Este jornal, em
uma série de reportagens, nestes dias, mostrou o privilégio que os governos
dão ao uso do carro e o desprezo ao transporte coletivo. Surpreendentemente,
houve entrevistado que opinou favoravelmente, valorizando Los Angeles – um
caso típico de cidade rodoviária e dispersa.
Ainda nestes dias, a ONU reafirmou o compromisso desta geração com o
futuro da humanidade e contra o aquecimento global – para o qual a emissão

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de CO2 do rodoviarismo é agente básico. (A USP acaba de divulgar estudo


advertindo que a poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito.)
O transporte também esteve no centro dos protestos de junho de 2013.
Lembremos: ele está inter-relacionado com a moradia, o emprego, o lazer.
Como se vê, não faltam razões para o debate do tema.

12. (TJ/RJ – 2014 – Analista Judiciário – FGV) “Surpreendentemente,


houve entrevistado que opinou favoravelmente”; nesse segmento do texto 1,
os termos verbo + advérbio (opinou favoravelmente) poderiam ser
substituídos por um só verbo como “concordou” ou “apoiou”, reduzindo a
extensão do texto. A frase abaixo em que essa mesma estratégia foi
empregada de forma adequada é:
a) entregar-se totalmente ao estudo do problema / voltar-se para;
b) purificar integralmente a gasolina / deturpar a gasolina;
c) distinguir claramente a causa do problema / identificar;
d) providenciar urgentemente mudanças na lei / realizar;
e) apagar totalmente um texto / destruir.

TEXTO 3 – A FAMÍLIA MUDOU


Teresinha Saraiva

Nasci e vivi minha infância numa família constituída por três gerações,
vivendo sob o mesmo teto, harmoniosa e amorosamente: meus avós, meus
pais, meus tios casados, minhas tias solteiras e nós, os oito netos. Éramos 20
pessoas. Os homens trabalhavam e as mulheres dedicavam-se à gerência da
casa e à educação das crianças. Na minha família só havia, inicialmente, uma
mulher que trabalhava fora, minha mãe, que era professora. Muitos anos
depois, três de minhas tias solteiras foram trabalhar fora.
Lembro-me até hoje, embora muitas décadas tenham se passado, da
enorme sala de jantar, com uma grande mesa retangular onde se sentavam 12

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adultos, para as refeições e para as prolongadas conversas, e uma mesa oval,


onde se sentavam as oito crianças e adolescentes – os netos.
Vivi uma infância tranquila numa família nuclear unida. Minha
adolescência e juventude já foi passada numa família constituída por meus
pais, ambos trabalhando e contribuindo para o sustento da família, meu irmão
e eu. Todos os domingos nos reuníamos à família inicial, na enorme casa da
Rua do Bispo, hoje integrando o espaço físico ocupado pela Universidade
Estácio de Sá, em inesquecíveis almoços e ceias.
A família brasileira mudou.

13. (Prefeitura de Florianópolis – 2014 – Administrador – FGV) “Os


homens trabalhavam e as mulheres dedicavam-se à gerência da casa e à
educação das crianças”.
As formas verbais sublinhadas indicam ação:
a) repetida e duradoura;
b) iniciada e terminada no passado;
c) ocorrida antes de outra ação passada;
d) iniciada no passado e mantida no presente;
e) iniciada no presente e continuada no futuro.

Texto base para as duas próximas questões.

Texto I
A maçã não tem culpa

Pela lenda judaico-cristã, o homem nasceu em inocência. Mas a perdeu


quando quis conhecer o bem e o mal. Há uma distorção generalizada
considerando que o pecado original foi um ato sexual, e a maçã ficou sendo
um símbolo de sexo.
Quando ocorreu o episódio narrado na Bíblia, Adão e Eva já tinham filhos
pelos métodos que adotamos até hoje. Não usaram proveta nem recorreram à

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sapiência técnica e científica do ex-doutor Abdelmassih. Numa palavra,


procederam dentro do princípio estabelecido pelo próprio Senhor: “Crescei e
multiplicai-vos". O pecado foi cometido quando não se submeteram à condição
humana e tentaram ser iguais a Deus, conhecendo o bem e o mal. A folha de
parreira foi a primeira escamoteação da raça humana.
Criado diretamente por Deus ou evoluído do macaco, como Darwin
sugeriu, o homem teria sido feito para viver num paraíso, em permanente
estado de graça. Nas religiões orientais, creio eu, mesmo sem ser entendido
no assunto (confesso que não sou entendido em nenhum assunto), o homem,
criado ou evoluído, ainda vive numa fase anterior ao pecado dito original.
Na medida em que se interioriza pela meditação, deixando a barba crescer
ou tomando banho no Ganges, o homem busca a si mesmo dentro do universo
físico e espiritual. Quando atinge o nirvana, lendo a obra completa do meu
amigo Paulo Coelho, ele vive uma situação de felicidade, num paraíso possível.
Adão e Eva, com sua imensa prole, poderiam ter continuado no Éden se não
tivessem cometido o pecado. A maçã de Steve Jobs não tem nada a ver com
isso.
Repito: o pecado original não foi o sexo, o ato do sexo, prescrito pelo
próprio latifundiário, dono de todas as terras e de todos os mares. A
responsabilidade pelo pecado foi a soberba do homem em ter uma sabedoria
igual à de seu Criador.
(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo)

14. (PROCEMPA – 2014 – Analista em TI e Comunicação – FGV) “Há


uma distorção generalizada considerando que o pecado original foi um ato
sexual”.
No segmento sublinhado, a forma do gerúndio “considerando” pode ser
corretamente substituída por
a) “quando se considera”.
b) “ao considerar-se”.
c) “que considera”.

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d) “caso se considere”.
e) “à medida que se considera”.

15. (PROCEMPA – 2014 – Analista em TI e Comunicação – FGV)


Assinale a opção que indica a frase que se apresenta na voz passiva.
a) “Na medida em que se interioriza.”
b) “o pecado original foi um ato sexual”.
c) “mesmo sem ser entendido no assunto”.
d) “não sou entendido em nenhum assunto”.
e) “o homem teria sido feito para viver num paraíso”.

Nosso jeitinho

Um amigo meu, estrangeiro, já há uns seis anos morando no Brasil,


lembrava-me outro dia qual fora sua principal dificuldade - entre várias - de se
adaptar aos nossos costumes. “Certamente foi lidar com o tal do jeitinho”,
explicou. “Custei a entender que aqui no Brasil nada está perdido, nenhum
impasse é definitivo: sempre haverá como se dar um jeitinho em tudo, desde
fazer o motor do carro velho funcionar com um pedaço de arame até conseguir
que o primo do amigo do chefe da seção regional da Secretaria de Alimentos
convença este último a influenciar o Diretor no despacho de um processo”.
Meu amigo estrangeiro estava, como se vê, reconhecendo a nossa
“informalidade” - que é o nome chique do tal do jeitinho. O sistema - também
batizado pelos sociólogos como o do “favor” - não deixa de ser simpático,
embora esteja longe de ser justo. Os beneficiados nunca reclamam, e os que
jamais foram morrem de inveja e mantêm esperanças. Até o poeta Drummond
tratou da questão no poema “Explicação”, em que diz a certa altura: “E no fim
dá certo”. Essa conclusão aponta para uma espécie de providencialismo
místico, contrapartida divina do jeitinho: tudo se há de arranjar, porque Deus
é brasileiro. Entre a piada e a seriedade, muita gente segue contando com
nosso modo tão jeitoso de viver.

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É possível que os tempos modernos tenham começado a desfavorecer a


solução do jeitinho: a informatização de tudo, a rapidez da mídia, a divulgação
instantânea nas redes sociais, tudo se encaminha para alguma transparência,
que é a inimiga mortal da informalidade. Tudo se documenta, se registra, se
formaliza de algum modo - e o jeitinho passa a ser facilmente desmascarado,
comprometido o seu anonimato e perdendo força aquela simpática
clandestinidade que sempre o protegeu. Mas há ainda muita gente que acha
que nós, os brasileiros, com nossa indiscutível criatividade, daremos um jeito
de contornar esse problema. Meu amigo estrangeiro, por exemplo, não perdeu
a esperança.
(Abelardo Trabulsi, inédito)

16. (TCE-RS – 2014 - Auditor Público Externo - Engenharia Civil -


Conhecimentos Básicos – FCC) Transpondo-se para a voz passiva o
segmento sublinhado em É possível que os tempos modernos tenham
começado a desfavorecer a solução do jeitinho, a forma obtida deverá
ser:
a) tenha começado a ser desfavorecida.
b) comecem a desfavorecer.
c) terá começado a ser desfavorecida.
d) comecem a ser desfavorecidos.
e) estão começando a se desfavorecer.

17. (Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ - 2011 – Administrador –


FJG) “E, como não temos o controle sobre a natureza, precisamos trabalhar
com o imponderável e revesti-lo de cuidados compatíveis com as possibilidades
do universo em convivência.”
Em “trabalhar com o imponderável” verifica-se derivação imprópria, isto é,
o adjetivo imponderável passa a designar, como substantivo, “o elemento
indefinível que influi em determinada matéria ou assunto”. Também ocorre
derivação imprópria em:

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a) O efeito da fé é duradouro
b) Homens solidários sentem prazer em cooperar.
c) Os fiéis realizaram belíssima procissão.
d) Grandes catástrofes unem as comunidades.

Atenção: Responda à questão com base no texto.

TEXTO

EUA dizem que um ataque ao Irã uniria o país, hoje dividido

WASHINGTON (Reuters) − Um ataque militar contra o Irã uniria o país,


que está dividido, e reforçar a determinação do governo iraniano para buscar
armas nucleares, disse o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert
Gates, nesta terça-feira.
Em pronunciamento ao conselho diretor do Wall Street Journal, Gates
afirmou ser importante usar outros meios para convencer o Irã a não procurar
ter armas nucleares e repetiu as suas preocupações de que ações militares
somente iriam retardar − e não impedir − que o país obtenha essa capacidade.
(http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2010 /11/16/eua-dizem-que-um-
ataque-ao-ira-uniria-o-pais-hoje-dividido.jhtm?action=print, em 16/11/2010)

18. (DP/RS - 2011 - Defensor Público – FCC) Das palavras a seguir, a


única formada por derivação prefixal e sufixal é
a) destinação.
b) desocupação.
c) criminológico.
d) carcereiro.
e) preventivamente.

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1) E 3) A
2) A 4) B
5) E 12) C
6) D 13) A
7) A 14) A
8) C 15) E
9) C 16) A
10) B 17) C
11) E 18) B

Caros alunos, foi um prazer estar com vocês em mais uma aula!

Espero que não deixem passar nenhuma dúvida! Vocês podem e devem
entrar em contato comigo para resolvermos juntos qualquer problema!

Obrigada e contem comigo!

Abraço,
Rafaela Freitas

Contato: Fórum de dúvidas ou pelo e-mail:


professorarafaelafreitas@gmail.com

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