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SENAI - Rolamentos e Mancais PDF
SENAI - Rolamentos e Mancais PDF
MANCAIS E ROLAMENTOS
1
Presidente da FIEMG
Olavo Machado Júnior
Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica
Elaboração
SENAI – “José Aparecido de Oliveira”
Daniel Garcia – Instrutor de Formação Profissional Metal Mecânica
2
Sumário
1. ROLAMENTOS ..................................................................................................................5
1.1 Introdução ...........................................................................................................................5
1.2 Visão geral sobre o rolamento ...............................................................................................6
1.3 Tipos de cargas ....................................................................................................................7
1.3.1 Rolamentos Radiais..........................................................................................................7
1.3.2 Rolamentos Axiais............................................................................................................8
1.3.3 Rolamentos Combinados / Mistos ou Auto Compensadores .................................................8
1.4 Elementos Rolantes ..............................................................................................................9
1.4.1 Rolos Cilíndricos .............................................................................................................9
1.4.2 Rolos Tipo Agulha............................................................................................................9
1.4.3 Rolos Cônicos ................................................................................................................10
1.4.4 Esférico .........................................................................................................................10
1.5 Vedações ...........................................................................................................................12
1.6 Tipos de Rolamentos...........................................................................................................13
1.6.1 Visão Geral dos tipos de rolamentos ................................................................................13
1.6.2 Radial ...........................................................................................................................15
1.6.3 Axial .............................................................................................................................16
1.6.4 Rolamentos para uso específico ......................................................................................16
1.7 Aplicações dos Rolamentos .................................................................................................17
1.7.1 Rolamentos de carreira simples composto por elementos rolantes esféricos ........................17
1.7.2 Rolamentos de esferas com contato angular (oblíquo).......................................................17
1.7.3 Rolamentos composto por elementos rolantes cônicos. ......................................................17
1.7.4 Rolamentos com carreira dupla e elementos rolantes do tipo esférico. Tipo radial e de contato
angular. .....................................................................................................................................18
1.7.5 Rolamentos axiais composto por elementos rolantes esféricos, cônicos ou cilíndricos..........18
1.7.6 Rolamentos composto por elementos rolantes cilíndricos. .................................................19
1.7.7 Rolamentos auto compensadores composto por elementos rolantes cilíndricos....................19
1.7.8 Rolamentos auto compensadores composto por elementos rolantes cônicos. .......................20
1.7.9 Rolamentos auto compensadores de esferas. ....................................................................20
1.7.10 Rolamentos combinado. .............................................................................................20
1.8 Cuidados ...........................................................................................................................22
1.9 Identificação ......................................................................................................................23
1.9.1 Tabela de Símbolos das Séries de Rolamentos ..................................................................24
1.9.2 Exemplo 1 .....................................................................................................................25
1.9.3 Exemplo 2 .....................................................................................................................25
1.9.4 Exemplo 3 .....................................................................................................................25
1.9.5 Exemplo 4 .....................................................................................................................25
1.9.6 Exemplo 5 .....................................................................................................................26
1.9.7 Exemplo 6 .....................................................................................................................26
1.9.8 Exemplo 7 .....................................................................................................................26
1.9.9 Exemplo 8 .....................................................................................................................26
1.9.10 Posicionamento e Significado do Número de Identificação dos Rolamentos ....................27
1.10 Prevenção de Falhas Prematuras ....................................................................................28
1.10.1 Montagem Incorreta ..................................................................................................28
1.10.2 Lubrificação Inadequada ...........................................................................................28
1.10.3 Contaminação ...........................................................................................................28
1.10.4 Fadiga ......................................................................................................................29
1.11 Defeitos Comuns ............................................................................................................30
1.11.1 Desgaste ...................................................................................................................30
1.11.2 Fadiga ......................................................................................................................30
1.11.3 Falhas Mecânicas ......................................................................................................30
1.12 Manutenções e Reparos ..................................................................................................32
1.12.1 Precauções para o manuseio adequado dos Rolamentos ...............................................32
1.12.2 Instalações ................................................................................................................32
1.12.2.1 Instalação de Rolamentos com Furos Cilíndricos .........................................................33
1.12.2.2 Instalação de Rolamentos com Furos Cônicos .............................................................35
1.12.3 Operação de Inspeção................................................................................................36
3
1.12.4 Remoção ...................................................................................................................38
1.12.4.1 Remoção do Anel Interno ...........................................................................................38
1.12.4.2 Remoção do Rolamento com Furo Cilíndrico ...............................................................39
1.12.4.3 Remoção do Rolamento com Furo Cônico ...................................................................39
1.12.5 Inspeção de Rolamentos .............................................................................................40
1.12.5.1 Limpeza dos rolamentos .............................................................................................40
1.12.5.2 Inspeção e Avaliação de Rolamentos ...........................................................................41
1.12.6 Manutenção e Inspeção ..............................................................................................41
1.12.6.1 Manutenção, Inspeção e Correção de Anormalidades ...................................................41
1.12.6.2 Ocorrências nos Rolamentos e Contra Medidas ...........................................................42
1.13 Aplicações de Rolamentos na Mineração .........................................................................44
2. MANCAIS.........................................................................................................................47
2.1 Introdução .........................................................................................................................47
2.2 Estrutura Geral ..................................................................................................................48
2.3 Mancais de Deslizamento ....................................................................................................48
2.3.1 Tipos de Mancais de Deslizamento ..................................................................................49
2.3.2 Materiais Utilizados .......................................................................................................50
2.3.3 Função dos Mancais de Deslizamentos ............................................................................51
2.3.4 Vantagens e Desvantagens..............................................................................................52
2.3.5 Aplicações .....................................................................................................................53
2.3.6 Lubrificação e Atrito ......................................................................................................53
2.3.7 Inspeção de Mancais de Deslizamento em máquinas operando ..........................................54
2.3.8 Frequência das inspeções em Mancais de Deslizamento ....................................................54
2.3.9 Limpeza em Mancais de Deslizamento .............................................................................55
2.4 Mancais de Rolamentos ......................................................................................................56
2.4.1 Mancais de Esfera..........................................................................................................56
2.4.2 Mancais de Roletes ........................................................................................................57
2.4.3 Mancais de Agulhas .......................................................................................................57
2.4.4 Técnica de Manutenção em Mancais de Rolamentos .........................................................58
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1. ROLAMENTOS
1.1 Introdução
5
1.2 Visão geral sobre o rolamento
Elementos rolantes
ou girantes
6
1.3 Tipos de cargas
Axial
7
1.3.2 Rolamentos Axiais
8
1.4 Elementos Rolantes
• Rolos Cilíndricos;
• Rolos tipo Agulhas: As agulhas têm no máximo 5mm de diâmetro e seu
comprimento é de 3 a 10 vezes maior que seu diâmetro;
• Rolos Cônicos;
• Esféricos.
Suportam elevada carga radial e via de regra nenhuma carga axial. Somente quando
equipados com anéis de encosto podem receber pequenas cargas axiais. São rolamentos
que podem deslocar-se axialmente sobre as pistas, compensando assim as dilatações
longitudinais do eixo ou eventuais erros de posicionamento dos mancais. São rígidos e,
portanto, não podem ser montados em mancais independentes, salvo em aplicações muito
especiais.
9
1.4.3 Rolos Cônicos
Suportam elevadas cargas radicais e axiais (axiais num único sentido). Devem ser sempre
montados em pares, a fim de suportar cargas nos dois sentidos. Graças à possibilidade de
regular a sua folga, conseguem-se montagens bastante rígidas. Exemplo: rolamentos de
pinhão. As capacidades de carga axial e radial dos rolamentos de rolos cônicos variam
bastante em função do ângulo de contato de seus rolos e pistas, quando maior esse ângulo,
maior a capacidade de carga axial e menor a radial.
1.4.4 Esférico
São rolamentos adequados para altas rotações. Suportam cargas radiais e axiais. Podem ser
fornecidos com vários tipos de blindagem ou placas, com ranhura para anel de retenção no
anel externo (capa). Em algumas execuções são fornecidos pré - lubrificados, não devendo
por isso, ser lavados nem aquecidos para a montagem. São rolamentos compactos, baratos
e de fácil aquisição.
10
11
1.5 Vedações
12
1.6 Tipos de Rolamentos
13
14
1.6.2 Radial
15
1.6.3 Axial
16
1.7 Aplicações dos Rolamentos
Exemplos de aplicações:
Motores elétricos, alternadores, ventilação industrial, compressores, bombas de
aquecimento, secadoras, instalações frigoríficas, foto copiadoras, máquinas têxteis e
aparelhos eletrodomésticos.
As pistas dos anéis internos e externos dos rolamentos com uma carreira de esferas de
contato radial são desniveladas uma em relação à outra. Adaptado para aplicações onde se
combinam cargas radiais e axiais.
Exemplos de aplicações: Caixa de redutores, hastes de máquinas ferramenta.
17
1.7.4 Rolamentos com carreira dupla e elementos rolantes do tipo esférico. Tipo
radial e de contato angular.
Substituem rolamentos com carreira simples visando suportar maiores cargas radiais e
cargas axiais nos dois sentidos.
Exemplos de aplicações: Motores elétricos, aparelhos eletrodomésticos, hastes de
máquinas para madeira, redutores, material agrícola.
Suportam cargas axiais muito elevadas e são pouco sensíveis aos choques. As
cargas radiais devem por sua vez ser evitadas.
Exemplos de aplicações: Eixos verticais pesados, turbo alternadores, pivôs de gruas.
18
1.7.6 Rolamentos composto por elementos rolantes cilíndricos.
19
1.7.8 Rolamentos auto compensadores composto por elementos rolantes cônicos.
22
1.9 Identificação
23
1.9.1 Tabela de Símbolos das Séries de Rolamentos
24
1.9.2 Exemplo 1
1.9.3 Exemplo 2
1.9.4 Exemplo 3
1.9.5 Exemplo 4
25
1.9.6 Exemplo 5
1.9.7 Exemplo 6
1.9.8 Exemplo 7
1.9.9 Exemplo 8
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1.9.10 Posicionamento e Significado do Número de Identificação dos Rolamentos
27
1.10 Prevenção de Falhas Prematuras
Cerca de 20% de todas as falhas prematuras nos rolamentos são causadas por má
montagem (usualmente impactos fortes) e pelo desconhecimento da disponibilidade das
ferramentas de montagem incorretas.
1.10.3 Contaminação
28
1.10.4 Fadiga
29
1.11 Defeitos Comuns
1.11.1 Desgaste
Deficiência de lubrificação;
Presença de partículas abrasivas;
Oxidação (ferrugem);
Desgaste por patinação (girar em falso);
1.11.2 Fadiga
30
Sulcamento: é provocado pela batida de uma ferramenta qualquer sobre a pista
rolante.
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1.12 Manutenções e Reparos
2. Manuseio Cuidadoso
Choques pesados durante o manuseio dos rolamentos provocam escoriações e
esmagamentos, que resultam
em causa das falhas; em casos extremos podem ocorrer lascamentos e trincas;
conseqüentemente, faz se
necessário tomar o máximo de cuidado quando do manuseio.
3. Ferramentas Apropriadas
Usar sempre as ferramentas apropriadas para a manipulação de rolamentos, evitar a
improvisação de
ferramentas ou dispositivos.
4. Prevenção da Oxidação
Ao manusear os rolamentos é necessário o cuidado em manter as mãos limpas, pois, a
própria transpiração nas
mãos se torna a causa da oxidação; se possível usar luvas.
1.12.2 Instalações
32
Os rolamentos não devem ser abertos antes da montagem. Em caso de lubrificação à
graxa, os rolamentos podem ser lubrificados sem que sejam lavados. Normalmente, mesmo
no caso de lubrificação a óleo, não há necessidade de serem lavados, entretanto, nos
rolamentos para instrumentos de medição ou para aplicação em altas rotações (que utilizam
lubrificante sintético), retira-se o protetivo antioxidante aplicado no rolamento, lavando-os
em óleo de limpeza filtrado. Os rolamentos que assim tiverem o protetivo antioxidante
removidos, não podem ficar expostos sem a proteção adequada devido a facilidade em se
oxidar. Os rolamentos pré-lubrificados, blindados ou vedados em ambos os lados, não
devem ser lavados para a utilização. Os métodos de instalação diferem de acordo com os
tipos de rolamentos e das condições de ajuste. Normalmente, como são em maior número
os casos de carga rotativa no eixo, o anel interno necessita de ajuste com interferência.
Rolamentos com furo cilíndrico são usualmente instalados por meio de uma prensa ou do
aquecimento; rolamentos com furo cônico podem ser instalados diretamente sobre eixos
cônicos ou através de buchas de fixação cônicas.
Os rolamentos instalados nas caixas ou nos alojamentos são ajustados com folga,
contudo nos casos em que há interferência no anel externo, é comum fazer uso de uma
prensa. Além deste, há o método de ajuste por contração através da instalação do
rolamento esfriado, como meio de esfriamento pode ser usado o gelo-seco. Neste caso,
devido a condensação da umidade do ar na superfície do rolamento, inerente ao processo, é
necessário um adequado tratamento preventivo contra a oxidação.
33
INSTALAÇÃO POR AQUECIMENTO
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AQUECEDOR INDUTIVO
Os rolamentos com furo cônico são diretamente instalados em eixos com assento
cônico ou em eixos com assento cilíndrico por meio de buchas de fixação ou de buchas de
desmontagem, figuras 4 e 5. Os rolamentos autocompensadores de rolos de maior porte são
frequentemente instalados com o uso da pressão hidráulica. Na figura 6, o exemplo da
instalação em que a porca hidráulica pressiona a bucha, e na figura 7, o método em que,
pelas perfurações na bucha, é injetado o óleo sob pressão e a bucha por sua vez é deslocada
por parafusos. Com a expansão radial do anel do rolamento, uma bucha é inserida
axialmente com parafusos de ajustes.
Os rolamentos autocompensadores de rolos são instalados verificando-se a redução da
folga radial, com base no deslocamento axial da tabela 1. A folga radial pode ser medida
com o auxílio do calibre de lâminas; nesta medição, conforme a figura 8, as folgas de
ambas as carreiras devem ser verificadas ao mesmo tempo, tomando-se o cuidado em
manter os dois valores mais ou menos iguais pelo ajuste da posição relativa dos anéis
interno e externo.
Quando as dimensões dos rolamentos se tornam maiores, os anéis externos se
deformam ovalizando-se pelo próprio peso ao serem instalados nos eixos. Neste caso, se a
folga for medida no ponto mais baixo do rolamento deformado, o valor obtido será maior
que a folga real; é necessário lembrar que se esta folga incorreta for usada para determinar
o deslocamento axial na tabela 1, a interferência se tornará maior e a folga residual poderá
ser demasiadamente pequena. Nesta condição, conforme a figura 9 pode ser usada como
folga residual à metade da somatória da folga do ponto mais baixo c e dos locais a e b da
posição lateral na direção horizontal.
O rolamento autocompensadores de esferas ao ser instalado com bucha de fixação, para
que a folga residual não fique demasiadamente pequena, deve ter assegurada uma folga
que permita o fácil alinhamento do anel externo.
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1.12.3 Operação de Inspeção
Após a instalação ter sido finalizada o teste de giro deve ser realizado para confirmar a
instalação correta do rolamento.
As máquinas de pequeno porte são movimentadas manualmente para verificar a
suavidade do giro. Os itens a serem verificados são: pequenos trancos devidos a partículas
estranhas, escoriações ou esmagamentos; inconstância do torque devido a falhas nas
instalações ou falhas no assento; e torque excessivo de origem em folga demasiadamente
reduzida, desalinhamento ou atrito de vedação. Não havendo anormalidades, pode-se
efetuar o giro acionado.
As máquinas de grande porte, por não permitirem o movimento manual, devem ser
acionadas sem carga e imediatamente desligadas, e durante o movimento inercial,
verificadas a existência ou não de anormalidades como, vibração, ruído e partes girantes
em contato indevido; após isto, pode ser efetuado o giro acionado.
O giro acionado deve ser iniciado sem carga e em baixa rotação, elevando
gradativamente até as condições estabelecidas de funcionamento. As verificações a serem
efetuadas durante esta etapa inicial de giro são: a existência ou não de ruído anormal; a
mudança de temperatura no rolamento; vazamento e alteração na cor do lubrificante etc.
Constatada alguma anormalidade no teste inicial de giro, a operação deve ser
imediatamente interrompida, a máquina inspecionada, e se necessário o rolamento
removido para inspeção.
A temperatura do rolamento pode ser estimada, geralmente, pela temperatura da
superfície externa do alojamento, no entanto, se for possível medir a temperatura
diretamente no anel externo do rolamento, através do furo de lubrificação, por exemplo,
será o mais conveniente.
A temperatura do rolamento deve aumentar gradualmente até se estabilizar;
normalmente de uma a duas horas após o início da operação. Caso haja alguma
anormalidade, no rolamento ou na instalação, a temperatura do rolamento pode aumentar
rapidamente tornando-se demasiadamente alta; nestes casos pode-se ter como causa, o
excesso de lubrificante, a folga reduzida do rolamento, a instalação deficiente, o atrito
excessivo do sistema de vedação, entre outras.
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A seleção incorreta do tipo de rolamento ou do sistema de lubrificação podem ser,
também, causas de aquecimento nos casos de alta rotação. O ruído de giro pode ser
percebido com o auxílio do estetoscópio ou de similares. As falhas podem ser
identificadas por um alto som metálico, alto som constante ou som inconstante, e como
causa destes, a lubrificação deficiente, a precisão deficiente no assento do eixo e
alojamento, danos no rolamento e a penetração de partículas estranhas, são as mais
comuns. As possíveis causas e as contramedidas para as ocorrências anormais,
referenciadas acima, são apresentadas na tabela 2.
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1.12.4 Remoção
A remoção de um anel externo ajustado com interferência pode ser efetuada conforme
figura 10, pelo auxílio de parafusos em vários furos roscados previamente efetivados, em
disposição circunferencial; a remoção deve ser efetuada apertando uniformemente os
parafusos. Os furos roscados enquanto não estiverem em uso deverão ficar lacrados com
bujões. No caso de rolamentos separáveis, como os de rolos cônicos, alguns rasgos podem
ser feitos no encosto do alojamento, conforme figura 11, para sacar o anel externo pelo
auxílio de um apoio e prensa, ou com batidas leves.
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1.12.4.2 Remoção do Rolamento com Furo Cilíndrico
A remoção ideal do anel interno é aquela efetuada com o auxílio de uma prensa,
bastando neste caso, somente atentar para que a força de remoção seja imposta apenas no
anel interno (Figura 12). Dispositivos extratores como os das figuras 13 e 14 são de uso
frequente.
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1.12.5.2 Inspeção e Avaliação de Rolamentos
Os rolamentos após serem muito bem limpos são examinados para avaliar a
possibilidade ou não da reutilização. A inspeção minuciosa deve verificar a existência ou
não de anormalidades e danos como: a redução na precisão dimensional, o aumento da
folga interna do rolamento, o estado de desgaste da gaiola, o estado da superfície de ajuste,
da superfície de rolagem, da superfície dos corpos rolantes, entre outros. Os tipos não
separáveis como os rolamentos de esferas, quando de menor porte, permitem confirmar a
suavidade no giro, mantendo o anel interno na horizontal em uma das mãos e girando o
anel externo.
Os rolamentos separáveis, como o de rolos cônicos, permitem a verificação dos corpos
rolantes e a pista do anel externo individualmente. Os rolamentos de maior porte, por não
permitirem o giro manual, devem ser verificados com atenção: o aspecto visual dos corpos
rolantes, a superfície da pista, a gaiola e a superfície de contato no rebordo. Quanto maior
for o nível de importância do rolamento, maior deverá ser a seriedade dos exames.
A avaliação quanto a possibilidade ou não da reutilização deve ser efetuada somente
após considerar o grau de danos, a capacidade da máquina, o grau de importância, as
condições de trabalho e o intervalo de tempo até a próxima inspeção. Entretanto, se
qualquer dos seguintes defeitos for observado, a reutilização do rolamento é inviabilizada,
sendo necessária a substituição por uma peça nova:
Quando houver trincas ou lascados no anel interno, no anel externo, nos corpos
rolantes ou na gaiola.
Quando houver escapamento na pista ou nos corpos rolantes.
Quando houver arranhadura significativa na pista, no rebordo ou nos corpos
rolantes.
Quando o desgaste da gaiola for significativo ou os rebites estiverem soltos.
Quando houver oxidação ou escoriações na superfície da pista ou dos corpos
rolantes.
Quando houver impressões ou marcas de impacto significativo na superfície da
pista ou dos corpos rolantes.
Quando houver deslizamento significativo na superfície do furo ou na superfície do
anel externo.
Quando houver alteração significativa na cor devido ao calor.
Quando houver danos significativos nas placas de blindagem ou de vedação.
41
A inspeção durante o funcionamento deve abranger itens como: o ruído no rolamento,
vibrações, temperatura e o estado do lubrificante; caso for encontrada alguma
anormalidade durante o funcionamento a causa deve ser identificada e eliminada através de
medidas corretivas, referenciando-se na tabela 2. Conforme a necessidade, o rolamento
deve ser removido para um exame pormenorizado.
Os principais procedimentos após a remoção deverão ser verificados no parágrafo 5,
inspeção de rolamentos.
42
43
1.13 Aplicações de Rolamentos na Mineração
44
45
46
2. MANCAIS
2.1 Introdução
Os mancais são de grande relevância para o perfeito funcionamento das máquinas, caso
ocorram falhas nos mancais grandes prejuízos podem ser percebidos na produção. Existem
dois tipos de mancais mais utilizados:
Deslizamento
Rolamento
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2.2 Estrutura Geral
b.1) Mancais planos - comumente chamados de radiais. São os que suportam carga
perpendicular ao eixo de rotação.
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b.2) Mancais de escora – também conhecido como de encosto. São projetados para
trabalharem sob ação de cargas axiais.
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Todos os tipos especificados acima são utilizados em mancais de bombas de água,
motores marítimos, trens de laminação mancam de vagões ferroviários.
4. Alumínio: Suas ligas resistem bem à corrosão produzida pela acidez do lubrificante.
São muito usados em mancais de motores de explosão, alguns compressores,
equipamentos aeronáuticos.
5. Prata: Mancais com prata são muito usados em aeronaves e motores diesel. São
camadas (0.001 à 0.005 in) de prata depositada internamente em mancais de aço.
6. Ferro fundido: São raramente usados.
7. Grafite: é misturado com cobre, bronze, e plásticos, obtendo assim, uma maior
diminuição do coeficiente de fricção.
8. Plásticos: Muito utilizados em máquinas de indústrias têxteis, alimentícias, com
produtos corrosivos, oxigênio líquido.
51
Sendo elementos de máquinas sujeitos às forças de atrito, os mancais de
deslizamento deverão apresentar um sistema de lubrificação eficiente. Lembremos
que as forças de atrito geram desgastes e calor e, no caso dos mancais de
deslizamento, opõem-se, também, ao deslocamento dos eixos.
Vantagens:
- amortece as vibrações, os choques e ruídos;
- construção simples;
- mancais de grandes diâmetros são mais baratos;
- suportam altas pressões.
Desvantagens:
- atrito maior de partida;
- consumo maior de lubrificante;
- exige maiores cuidados com a circulação do lubrificante e manutenção;
- maior estático e dinâmico (torque).
2.3.5 Aplicações
Atrito no mancal
O movimento das peças nos mancais é dificultado por uma resistência chamada atrito.
Quando se trata de superfícies de rotação com corpos rolantes, chama-se atrito de
rolamento, enquanto para as peças deslizantes chama-se atrito de deslizamento.
As superfícies de deslizamento sem camada intermediária de sustentação movem-se
com atrito sólido. Neste movimento são arrancadas partículas salientes. Esse tipo de atrito
pode ser evitado com lubrificação, como que flutuando sobre a camada de lubrificante.
Esse processo de lubrificação chama-se lubrificação Flutuante.
No atrito de flutuação quase não ocorre desgaste, porém, quando ocorrem arranques,
paradas ou mudanças no sentido de movimentos intermitentes, o atrito passa a se
caracterizar como ATRITO MISTO.
No atrito misto, tem-se em parte atrito seco e, em parte atrito líquido, o que acarreta
desgaste. Em mancais principais e de precisão, recomenda-se que se tenha sempre o atrito
flutuante.
Quando em rotação, o eixo desloca-se para uma posição lateral, na direção do sentido
de rotação.
Com esse desvio lateral do motor, deforma-se um espaço cuneiforme no lado oposto. O
lubrificante deve afluir através de uma ranhura a essa folga em forma de cunha, para que
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nele se forme uma cunha de material lubrificante, originando-se assim forças de pressão
que suportem o eixo.
Tipos de lubrificação
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quantidade de calor que eles geram. Essa quantidade de calor é avaliada pela temperatura
do conjunto.
Para exemplificar a frequência de inspeções em conjuntos que possuem A U L A
mancais de deslizamento, observe os seguintes casos:
Mancais de eixos que sustentam polias: uma vez por mês;
Mancais de cabeçotes ou caixas de engrenagens: a cada vinte dias;
Mancais de apoio pequenos: uma a cada dois meses.
É importante salientar que os períodos estipulados para as inspeções podem variar de
acordo com as condições de trabalho citadas anteriormente.
55
2.4 Mancais de Rolamentos
Este tipo de mancal é utilizado quando é necessário maior velocidade e menor atrito.
Quando o eixo gira dentro do furo é produzido o atrito denominado de escorregamento.
Para reduzir esse atrito utiliza-se o rolamento: que é um elemento de máquina que permite
o movimento relativo controlado entre duas ou mais partes. Eles limitam as perdas de
energia produzidas pelo atrito.
O comportamento do mancal de rolamento pode ser verificado através do tato e da
audição. No entanto, para fazer a avaliação do processo de giro, é necessário girar o
rolamento lentamente através do tato, isso permite constatar se o movimento está tendo
dificuldades para girar ou não. Já na avaliação pela audição é necessário que o rolamento
gire através de rotações reduzidas, levando em consideração o ruído emitido que se
classificam como: raspantes, estrepitoso ou metálico; se isto ocorrer é porque as pistas
estão sujas, descascadas, com folgas ou com falta de lubrificação.
O mancal de rolamento é constituído de dois anéis concêntricos e entre esse anéis são
colocados elementos rolantes como:
56
2.4.2 Mancais de Roletes
Os corpos rolantes que estão entre os anéis são de pequenos diâmetros de no máximo 5
mm e comprimento 3 a 10 vezes maior que o diâmetro. Estes são utilizados para
mecanismos oscilantes em razão dos rolamentos de agulha ter alta rigidez, onde o espaço
radial é limitado e a carga não é constante.
57
2.4.4 Técnica de Manutenção em Mancais de Rolamentos
a) Vibrações de rolamentos
As duas formas mais simples e menos precisas de detectar vibrações dos rolamentos é a
chave de fenda e o estetoscópio. Com eles, o técnico responsável é capaz de realizar uma
análise qualitativa do ruído do equipamento em operação e analisar a necessidade de
intervenção nesse dispositivo ou não, porém não há nenhum valor numérico que atue como
indicador para prever o estado do dispositivo. Nesse sentido, existem medidores de
vibração que podem detectar com precisão se os níveis de vibração do equipamento são ou
não aceitáveis. A utilização de instrumentos que gerem indicadores numéricos é uma
forma fundamental de monitoração para o emprego de um plano de manutenção preditiva.
Em caso de vibrações excessivas, torna-se necessário realizar um balanceamento do
mancal.
b) Balanceamento do mancal
Caso haja um desbalanceamento do mancal, é calculada a massa de contrapeso que
deve ser inserida e sua posição angular.
c) Temperatura elevada
Alta temperatura do rolamento também é um indicador de problemas, como
lubrificação deficiente ou em excesso, presença de sujeiras, excesso de carga, folga interna
muito pequena, início de desgastes, excesso de pressão nos retentores, calor proveniente de
fonte externa, entre outros. A temperatura pode ser determinada por modernos
termômetros digitais ou por giz sensitivo.
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d) Ultrassom
O ultrassom é um tipo de ensaio mecânico que pode prever a formação de falhas
mecânicas em mancais e rolamentos em seu estágio inicial, sendo mais eficiente que os
métodos tradicionais de calor e vibração.
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