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Unidade executora: CFP/José Aparecido de Oliveira

SENAI/Conceição do Mato Dentro

MANCAIS E ROLAMENTOS

1
Presidente da FIEMG
Olavo Machado Júnior

Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica

Diretor Regional do SENAI MG e


Superintendente de Conhecimento e Tecnologia
Lúcio José de Figueiredo Sampaio

Gerente de Educação Profissional


Edmar Fernando de Alcântara

Elaboração
SENAI – “José Aparecido de Oliveira”
Daniel Garcia – Instrutor de Formação Profissional Metal Mecânica

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Sumário
1. ROLAMENTOS ..................................................................................................................5
1.1 Introdução ...........................................................................................................................5
1.2 Visão geral sobre o rolamento ...............................................................................................6
1.3 Tipos de cargas ....................................................................................................................7
1.3.1 Rolamentos Radiais..........................................................................................................7
1.3.2 Rolamentos Axiais............................................................................................................8
1.3.3 Rolamentos Combinados / Mistos ou Auto Compensadores .................................................8
1.4 Elementos Rolantes ..............................................................................................................9
1.4.1 Rolos Cilíndricos .............................................................................................................9
1.4.2 Rolos Tipo Agulha............................................................................................................9
1.4.3 Rolos Cônicos ................................................................................................................10
1.4.4 Esférico .........................................................................................................................10
1.5 Vedações ...........................................................................................................................12
1.6 Tipos de Rolamentos...........................................................................................................13
1.6.1 Visão Geral dos tipos de rolamentos ................................................................................13
1.6.2 Radial ...........................................................................................................................15
1.6.3 Axial .............................................................................................................................16
1.6.4 Rolamentos para uso específico ......................................................................................16
1.7 Aplicações dos Rolamentos .................................................................................................17
1.7.1 Rolamentos de carreira simples composto por elementos rolantes esféricos ........................17
1.7.2 Rolamentos de esferas com contato angular (oblíquo).......................................................17
1.7.3 Rolamentos composto por elementos rolantes cônicos. ......................................................17
1.7.4 Rolamentos com carreira dupla e elementos rolantes do tipo esférico. Tipo radial e de contato
angular. .....................................................................................................................................18
1.7.5 Rolamentos axiais composto por elementos rolantes esféricos, cônicos ou cilíndricos..........18
1.7.6 Rolamentos composto por elementos rolantes cilíndricos. .................................................19
1.7.7 Rolamentos auto compensadores composto por elementos rolantes cilíndricos....................19
1.7.8 Rolamentos auto compensadores composto por elementos rolantes cônicos. .......................20
1.7.9 Rolamentos auto compensadores de esferas. ....................................................................20
1.7.10 Rolamentos combinado. .............................................................................................20
1.8 Cuidados ...........................................................................................................................22
1.9 Identificação ......................................................................................................................23
1.9.1 Tabela de Símbolos das Séries de Rolamentos ..................................................................24
1.9.2 Exemplo 1 .....................................................................................................................25
1.9.3 Exemplo 2 .....................................................................................................................25
1.9.4 Exemplo 3 .....................................................................................................................25
1.9.5 Exemplo 4 .....................................................................................................................25
1.9.6 Exemplo 5 .....................................................................................................................26
1.9.7 Exemplo 6 .....................................................................................................................26
1.9.8 Exemplo 7 .....................................................................................................................26
1.9.9 Exemplo 8 .....................................................................................................................26
1.9.10 Posicionamento e Significado do Número de Identificação dos Rolamentos ....................27
1.10 Prevenção de Falhas Prematuras ....................................................................................28
1.10.1 Montagem Incorreta ..................................................................................................28
1.10.2 Lubrificação Inadequada ...........................................................................................28
1.10.3 Contaminação ...........................................................................................................28
1.10.4 Fadiga ......................................................................................................................29
1.11 Defeitos Comuns ............................................................................................................30
1.11.1 Desgaste ...................................................................................................................30
1.11.2 Fadiga ......................................................................................................................30
1.11.3 Falhas Mecânicas ......................................................................................................30
1.12 Manutenções e Reparos ..................................................................................................32
1.12.1 Precauções para o manuseio adequado dos Rolamentos ...............................................32
1.12.2 Instalações ................................................................................................................32
1.12.2.1 Instalação de Rolamentos com Furos Cilíndricos .........................................................33
1.12.2.2 Instalação de Rolamentos com Furos Cônicos .............................................................35
1.12.3 Operação de Inspeção................................................................................................36

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1.12.4 Remoção ...................................................................................................................38
1.12.4.1 Remoção do Anel Interno ...........................................................................................38
1.12.4.2 Remoção do Rolamento com Furo Cilíndrico ...............................................................39
1.12.4.3 Remoção do Rolamento com Furo Cônico ...................................................................39
1.12.5 Inspeção de Rolamentos .............................................................................................40
1.12.5.1 Limpeza dos rolamentos .............................................................................................40
1.12.5.2 Inspeção e Avaliação de Rolamentos ...........................................................................41
1.12.6 Manutenção e Inspeção ..............................................................................................41
1.12.6.1 Manutenção, Inspeção e Correção de Anormalidades ...................................................41
1.12.6.2 Ocorrências nos Rolamentos e Contra Medidas ...........................................................42
1.13 Aplicações de Rolamentos na Mineração .........................................................................44
2. MANCAIS.........................................................................................................................47
2.1 Introdução .........................................................................................................................47
2.2 Estrutura Geral ..................................................................................................................48
2.3 Mancais de Deslizamento ....................................................................................................48
2.3.1 Tipos de Mancais de Deslizamento ..................................................................................49
2.3.2 Materiais Utilizados .......................................................................................................50
2.3.3 Função dos Mancais de Deslizamentos ............................................................................51
2.3.4 Vantagens e Desvantagens..............................................................................................52
2.3.5 Aplicações .....................................................................................................................53
2.3.6 Lubrificação e Atrito ......................................................................................................53
2.3.7 Inspeção de Mancais de Deslizamento em máquinas operando ..........................................54
2.3.8 Frequência das inspeções em Mancais de Deslizamento ....................................................54
2.3.9 Limpeza em Mancais de Deslizamento .............................................................................55
2.4 Mancais de Rolamentos ......................................................................................................56
2.4.1 Mancais de Esfera..........................................................................................................56
2.4.2 Mancais de Roletes ........................................................................................................57
2.4.3 Mancais de Agulhas .......................................................................................................57
2.4.4 Técnica de Manutenção em Mancais de Rolamentos .........................................................58

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1. ROLAMENTOS

1.1 Introdução

Rolamentos são normalmente elementos metálicos que apresentam forma cilíndrica


composta por vários sub elementos. São vazados em sua parte central visando o
acoplamento em um eixo.
Os rolamentos limitam ao máximo as perdas de energia provenientes do atrito.
Possuem principalmente a função de sustentar (apoio) um sistema de transmissão de torque
suportando muitas vezes esforços simples ou combinados.
Este elemento apresenta uma grande variedade de tamanhos, consequentemente pode
ser utilizados em diversos campos de aplicação na área industrial.

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1.2 Visão geral sobre o rolamento

Elementos rolantes
ou girantes

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1.3 Tipos de cargas

Os rolamentos são classificados principalmente segundo a direção de carga a ser


suportada:
• Radial
• Axial
• Combinado
Radial

Axial

1.3.1 Rolamentos Radiais

Os rolamentos radiais são constituídos basicamente de dois anéis concêntricos, sendo o


anel externo montado na caixa do mancal e o anel interno montado no eixo.
Entre os anéis existem os elementos girantes que podem ser esferas, rolos cilíndricos,
rolos tipo agulha ou rolos cônicos.
Para manter a uniformidade do espaçamento entre os elementos girantes e,
principalmente, para diminuir o atrito entre eles, existem as gaiolas.

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1.3.2 Rolamentos Axiais

A diferença fundamental entre os rolamentos radiais e os rolamentos axiais é que


nestes os anéis são montados lado a lado.

1.3.3 Rolamentos Combinados / Mistos ou Auto Compensadores

Os rolamentos auto compensadores são insensíveis a desalinhamentos angulares do


eixo em relação à caixa. São particularmente adequados para aplicações em que possa
haver deflexões do eixo ou desalinhamento consideráveis.
Apresenta o menor atrito entre todos os rolamentos, o que lhes permite funcionar com
uma temperatura mais baixa mesmo em altas velocidades.

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1.4 Elementos Rolantes

Os elementos rolantes podem apresentar 4 formas:

• Rolos Cilíndricos;
• Rolos tipo Agulhas: As agulhas têm no máximo 5mm de diâmetro e seu
comprimento é de 3 a 10 vezes maior que seu diâmetro;
• Rolos Cônicos;
• Esféricos.

1.4.1 Rolos Cilíndricos

Suportam elevada carga radial e via de regra nenhuma carga axial. Somente quando
equipados com anéis de encosto podem receber pequenas cargas axiais. São rolamentos
que podem deslocar-se axialmente sobre as pistas, compensando assim as dilatações
longitudinais do eixo ou eventuais erros de posicionamento dos mancais. São rígidos e,
portanto, não podem ser montados em mancais independentes, salvo em aplicações muito
especiais.

1.4.2 Rolos Tipo Agulha

Funcionam de maneira análoga aos rolamentos de rolos cilíndricos. Apresentam


vantagens quanto a sua pequena altura de seção e elevada capacidade de carga. São muito
utilizados nas engrenagens do câmbio de automóveis em geral, face à necessidade de se
obter montagens bastante compactas.
Nessas aplicações, às vezes, o próprio eixo substitui o anel interno e o cubo da
engrenagem o externo, o rolamento é constituído apenas por uma gaiola e as agulhas.
Naturalmente tanto o eixo como o cubo da engrenagem devem ser tratados para
alcançar características semelhantes às das agulhas: dureza 58 a 64 HRC.

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1.4.3 Rolos Cônicos

Suportam elevadas cargas radicais e axiais (axiais num único sentido). Devem ser sempre
montados em pares, a fim de suportar cargas nos dois sentidos. Graças à possibilidade de
regular a sua folga, conseguem-se montagens bastante rígidas. Exemplo: rolamentos de
pinhão. As capacidades de carga axial e radial dos rolamentos de rolos cônicos variam
bastante em função do ângulo de contato de seus rolos e pistas, quando maior esse ângulo,
maior a capacidade de carga axial e menor a radial.

1.4.4 Esférico

São rolamentos adequados para altas rotações. Suportam cargas radiais e axiais. Podem ser
fornecidos com vários tipos de blindagem ou placas, com ranhura para anel de retenção no
anel externo (capa). Em algumas execuções são fornecidos pré - lubrificados, não devendo
por isso, ser lavados nem aquecidos para a montagem. São rolamentos compactos, baratos
e de fácil aquisição.

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1.5 Vedações

Previne a contaminação por penetração de partículas e retém o lubrificante no


rolamento.
Quanto às Vedações podem ser:
Abertos
Selados (em um ou ambos os lados)
Blindados.

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1.6 Tipos de Rolamentos

Os rolamentos são subdivididos em três grupos: Axiais, Radiais e Especiais.

1.6.1 Visão Geral dos tipos de rolamentos

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14
1.6.2 Radial

15
1.6.3 Axial

1.6.4 Rolamentos para uso específico

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1.7 Aplicações dos Rolamentos

1.7.1 Rolamentos de carreira simples composto por elementos rolantes esféricos

Exemplos de aplicações:
Motores elétricos, alternadores, ventilação industrial, compressores, bombas de
aquecimento, secadoras, instalações frigoríficas, foto copiadoras, máquinas têxteis e
aparelhos eletrodomésticos.

1.7.2 Rolamentos de esferas com contato angular (oblíquo)

As pistas dos anéis internos e externos dos rolamentos com uma carreira de esferas de
contato radial são desniveladas uma em relação à outra. Adaptado para aplicações onde se
combinam cargas radiais e axiais.
Exemplos de aplicações: Caixa de redutores, hastes de máquinas ferramenta.

1.7.3 Rolamentos composto por elementos rolantes cônicos.

Indicado para aplicações em cargas combinadas com grandes esforços.


Exemplos de aplicações: Eixos de redutores, mudança de transmissão com pinhão
cônico, bombas, compressores, indústrias papeleiras.

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1.7.4 Rolamentos com carreira dupla e elementos rolantes do tipo esférico. Tipo
radial e de contato angular.

Substituem rolamentos com carreira simples visando suportar maiores cargas radiais e
cargas axiais nos dois sentidos.
Exemplos de aplicações: Motores elétricos, aparelhos eletrodomésticos, hastes de
máquinas para madeira, redutores, material agrícola.

1.7.5 Rolamentos axiais composto por elementos rolantes esféricos, cônicos ou


cilíndricos

Suportam cargas axiais muito elevadas e são pouco sensíveis aos choques. As
cargas radiais devem por sua vez ser evitadas.
Exemplos de aplicações: Eixos verticais pesados, turbo alternadores, pivôs de gruas.

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1.7.6 Rolamentos composto por elementos rolantes cilíndricos.

Aplicado onde as cargas radiais são elevadas e as velocidades de rotação altas.


As cargas axiais aplicadas a estes rolamentos devem permanecer pequenas.
Exemplos de aplicações: Motores elétricos pesados, caixas de eixos de vagões,
vagonetas de pressão, cilindros de laminadores.

1.7.7 Rolamentos auto compensadores composto por elementos rolantes cilíndricos.

Suportam cargas radiais muito grandes e cargas axiais moderadas.


Exemplos de aplicações: Peneiras, trituradores, moedores, gaiola de laminador,
pesados redutores, pesados ventiladores industriais, cilindros de máquinas impressoras,
máquinas de pedreiras.

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1.7.8 Rolamentos auto compensadores composto por elementos rolantes cônicos.

Suportam cargas radiais e axiais muito grandes.


Exemplos de aplicações: equipamentos pesados em geral, com eixos solicitados
tanto na direção radial quanto axial.

1.7.9 Rolamentos auto compensadores de esferas.

Dotados de 2 fileiras de esferas e uma pista esférica sobre o anel externo.


Exemplos de aplicações: Eixos longos e flexíveis, aplicações Industriais padrão,
química, agricultura.

1.7.10 Rolamentos combinado.

Dotados de dois tipos de elementos girantes. Suporte simultaneamente grandes


cargas radiais e axiais.
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21
1.8 Cuidados

Na troca de rolamentos, deve-se tomar muito cuidado, verificando sua procedência


e seu código correto.
Antes da instalação é preciso verificar cuidadosamente os catálogos dos fabricantes
e das máquinas, seguindo as especificações recomendadas.

Na montagem, entre outros, devem ser tomados os seguintes cuidados:

Verificar se as dimensões do eixo e cubo estão corretas;


Usar o lubrificante recomendado pelo fabricante;
Remover rebarbas;
No caso de reaproveitamento do rolamento, deve-se lavar e lubrificar
imediatamente para evitar oxidação;
Não usar estopa nas operações de limpeza;
Trabalhar em ambiente livre de pó e umidade.

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1.9 Identificação

Os números de identificação dos rolamentos são designações que expressam o tipo


do rolamento, as dimensões principais, a precisão dimensional e de giro, a folga interna e
outras especificações, sendo constituídos pelo número básico e símbolos suplementares
alfanuméricos.
As dimensões principais dos rolamentos normalmente usados, em grande parte dos
casos, são baseadas no plano geral das dimensões principais da norma ISO, os números de
identificação destes rolamentos normais são regulamentados pela JIS B 1513 (Números de
Identificação dos Rolamentos).

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1.9.1 Tabela de Símbolos das Séries de Rolamentos

24
1.9.2 Exemplo 1

1.9.3 Exemplo 2

1.9.4 Exemplo 3

1.9.5 Exemplo 4

25
1.9.6 Exemplo 5

1.9.7 Exemplo 6

1.9.8 Exemplo 7

1.9.9 Exemplo 8

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1.9.10 Posicionamento e Significado do Número de Identificação dos Rolamentos

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1.10 Prevenção de Falhas Prematuras

1.10.1 Montagem Incorreta

Cerca de 20% de todas as falhas prematuras nos rolamentos são causadas por má
montagem (usualmente impactos fortes) e pelo desconhecimento da disponibilidade das
ferramentas de montagem incorretas.

1.10.2 Lubrificação Inadequada

Embora os rolamentos “vedados para vida” possam ser montados e aquecidos,cerca


de 36% das falhas prematuras são causadas por especificação incorreta e aplicação
inadequada do lubrificante. Sendo assim, o rolamento falhará muito antes de sua duração,
pois geralmente são os componentes menos acessíveis das máquinas.
Lubrificação muito frequente ou negligenciada constitui um problema.

1.10.3 Contaminação

Um rolamento é um componente de precisão que não funcionará eficazmente a


menos que tanto ele próprio como os seus lubrificantes estejam isolados de contaminação.
14% de todas as falhas prematuras são atribuídas aos problemas de contaminação.

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1.10.4 Fadiga

Sempre que as máquinas estejam sobrecarregadas, servidas incorretamente ou sem


apoio, os rolamentos sofrem as consequências, resultando em 34% de todas as falhas
prematuras nos rolamentos. Podem-se evitar falhas súbitas ou inesperadas desde que os
rolamentos negligenciados ou fadigados emitam sinais de alarme, que podem ser
detectados e interpretados com a utilização de equipamentos de monitorização.

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1.11 Defeitos Comuns

1.11.1 Desgaste

Deficiência de lubrificação;
Presença de partículas abrasivas;
Oxidação (ferrugem);
Desgaste por patinação (girar em falso);

1.11.2 Fadiga

A origem da fadiga está no deslocamento da peça, ao girar em falso.


A peça se descasca principalmente nos casos de carga excessiva. Descascamento
parcial revela fadiga por desalinhamento, ovalização ou por conificação do alojamento.

1.11.3 Falhas Mecânicas

Brinelamento: é caracterizado por depressões correspondentes aos roletes ou


esferas nas pistas do rolamento. Resulta de aplicação da pré-carga, sem girar o
rolamento, ou da prensagem do rolamento com excesso de interferência.

Goivagem: é defeito semelhante ao de brinelamento, mas provocado por partículas


estranhas que ficam prensadas pelo rolete ou esferas nas pistas.

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Sulcamento: é provocado pela batida de uma ferramenta qualquer sobre a pista
rolante.

Queima por corrente elétrica: é geralmente provocada pela passagem da corrente


elétrica durante a soldagem. As pequenas áreas queimadas evoluem rapidamente
com o uso do rolamento e provocam o deslocamento da pista rolante.

Rachaduras e Fraturas: resultam, geralmente, de aperto excessivo do anel ou cone


sobre o eixo. Podem, também, aparecer como resultado do girar do anel sobre o
eixo, acompanhado de sobrecarga.

Emgripamento: pode ocorrer devido a lubrificante muito espesso ou viscoso. Pode


acontecer, também, por eliminação de folga nos roletes ou esferas por aperto
excessivo.

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1.12 Manutenções e Reparos

1.12.1 Precauções para o manuseio adequado dos Rolamentos

Os rolamentos por serem componentes mecânicos de alta precisão, requerem cuidados


proporcionais para serem manipulados, pois por mais que se utilizem rolamentos de alta
qualidade, o desempenho esperado não poderá ser obtido se não forem manuseados
adequadamente. As principais precauções a serem observadas são as seguintes:

1. Limpeza do Rolamento e da Área Adjacente


A sujeira, mesmo invisível a olho nu, apresenta efeito nocivo sobre os rolamentos,
portanto, é fundamental evitar a entrada de sujeira mantendo limpos os rolamentos e a área
circundante.

2. Manuseio Cuidadoso
Choques pesados durante o manuseio dos rolamentos provocam escoriações e
esmagamentos, que resultam
em causa das falhas; em casos extremos podem ocorrer lascamentos e trincas;
conseqüentemente, faz se
necessário tomar o máximo de cuidado quando do manuseio.

3. Ferramentas Apropriadas
Usar sempre as ferramentas apropriadas para a manipulação de rolamentos, evitar a
improvisação de
ferramentas ou dispositivos.

4. Prevenção da Oxidação
Ao manusear os rolamentos é necessário o cuidado em manter as mãos limpas, pois, a
própria transpiração nas
mãos se torna a causa da oxidação; se possível usar luvas.

1.12.2 Instalações

O método de montagem de rolamentos afeta diretamente a sua precisão, a vida e o


desempenho, portanto, a sua montagem merece atenção especial. Suas características
devem primeiro ser cuidadosamente estudadas, e então eles devem ser montados de forma
adequada. Recomenda-se que os procedimentos de manuseio de rolamentos
sejam estudados pelos engenheiros de projeto e que as normas de manuseio sejam
estabelecidas de acordo com os seguintes itens:

1. Limpeza dos rolamentos e partes relacionadas;


2. Verificação das dimensões e do acabamento das partes relacionadas;
3. Montagem;
4. Inspeção após a montagem;
5. Lubrificação.

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Os rolamentos não devem ser abertos antes da montagem. Em caso de lubrificação à
graxa, os rolamentos podem ser lubrificados sem que sejam lavados. Normalmente, mesmo
no caso de lubrificação a óleo, não há necessidade de serem lavados, entretanto, nos
rolamentos para instrumentos de medição ou para aplicação em altas rotações (que utilizam
lubrificante sintético), retira-se o protetivo antioxidante aplicado no rolamento, lavando-os
em óleo de limpeza filtrado. Os rolamentos que assim tiverem o protetivo antioxidante
removidos, não podem ficar expostos sem a proteção adequada devido a facilidade em se
oxidar. Os rolamentos pré-lubrificados, blindados ou vedados em ambos os lados, não
devem ser lavados para a utilização. Os métodos de instalação diferem de acordo com os
tipos de rolamentos e das condições de ajuste. Normalmente, como são em maior número
os casos de carga rotativa no eixo, o anel interno necessita de ajuste com interferência.
Rolamentos com furo cilíndrico são usualmente instalados por meio de uma prensa ou do
aquecimento; rolamentos com furo cônico podem ser instalados diretamente sobre eixos
cônicos ou através de buchas de fixação cônicas.
Os rolamentos instalados nas caixas ou nos alojamentos são ajustados com folga,
contudo nos casos em que há interferência no anel externo, é comum fazer uso de uma
prensa. Além deste, há o método de ajuste por contração através da instalação do
rolamento esfriado, como meio de esfriamento pode ser usado o gelo-seco. Neste caso,
devido a condensação da umidade do ar na superfície do rolamento, inerente ao processo, é
necessário um adequado tratamento preventivo contra a oxidação.

1.12.2.1 Instalação de Rolamentos com Furos Cilíndricos

INSTALAÇÃO COM USO DA PRENSA

Na instalação de pequenos rolamentos, o método mais largamente usado é o da


prensagem. Conforme a figura 1, o dispositivo de instalação é apoiado no anel interno,
que é lentamente prensado até que sua face lateral toque integralmente no assento de
encosto do eixo. O apoio do dispositivo de instalação no anel externo quando da instalação
do anel interno, deve ser evitado de todas as formas, pois será a causa de escoriações e
esmagamentos nas pistas de rolagem e elementos rolantes. Ainda, na execução do trabalho,
recomenda-se aplicar óleo na superfície de ajuste; mesmo nos casos de se instalar batendo
com o martelo, inevitável por falta de alternativa, o dispositivo de apoio deve ser usado.
Este último método, por se tornar com frequência causa de danificações no rolamento,
restringe-se para os casos de pequena interferência, não devendo ser usado para grandes
interferências e rolamentos médios e grandes.
Os rolamentos não separáveis, como os rolamentos fixos de esferas, onde houver
necessidade de se instalar com interferência tanto o anel interno como o anel externo,
ambos os anéis devem ser forçados simultaneamente, usando o tipo de dispositivo de
instalação conforme a figura 2, com o auxílio de uma prensa hidráulica ou por meio da
rosca. Nos rolamentos autocompensadores de esferas, pela facilidade do anel externo
desalinhar-se, é preferível o uso deste tipo de dispositivo mesmo que não seja o ajuste com
interferência.
Nos rolamentos separáveis como os de rolos cilíndricos e os de rolos cônicos, o anel
interno e o anel externo podem ser instalados separadamente no eixo e na caixa. A
montagem do anel interno e do anel externo instalados em separado é importante que seja
efetuada com cuidado para que não haja erros de alinhamento entre o anel interno e o anel
externo. A união forçada pode causar esmagamentos e arranhaduras na superfície de
rolagem.

33
INSTALAÇÃO POR AQUECIMENTO

Os grandes rolamentos exigem uma grande força de prensagem, dificultando a


execução do trabalho de instalação; em virtude disto, o emprego da dilatação do rolamento
por aquecimento em banho de óleo é bastante difundido. Este método evita a aplicação de
qualquer esforço desnecessário ao rolamento e, ao mesmo tempo, permite uma instalação
bastante rápida.
A temperatura de aquecimento pode ser definida em função da dimensão do rolamento
e a interferência prevista, baseando-se referencialmente na figura 3.

As precauções a serem tomadas quando do emprego de aquecimento são as seguintes:

Não aquecer o rolamento acima de 120°C;


Para evitar o contato do rolamento no fundo do tanque, deve ser estudado o uso de
uma tela de suporte ou mantê-lo suspenso;
Aquecer o rolamento cerca de 20 ~ 30°C acima da requerida, para que a instalação
não seja dificultada pelo esfriamento do anel interno;
Após a instalação, o rolamento esfria e contrai também na largura, por isto, o
rolamento deve ser pressionado firmemente contra o encosto do eixo com a porca
ou ferramenta apropriada, de modo a evitar folga entre o rolamento e o encosto;
Rolamentos vedados e blindados não podem ser aquecidos com banho de óleo.

34
AQUECEDOR INDUTIVO

Além do aquecimento em óleo os aparelhos que aquecem os rolamentos através da


indução eletromagnética são bastante utilizados. No aparelho de aquecimento de
rolamentos a bobina incorporada, ao ser alimentada, cria um campo eletromagnético que
induz a circulação de corrente no rolamento, aquecendo-o em decorrência da resistência do
próprio corpo.
Consequentemente, sem usar o fogo ou o óleo, é possível aquecer uniformemente e em
curto tempo, além de permitir a execução limpa e tornar eficiente o trabalho de
aquecimento dos rolamentos.
No caso de instalação e remoção relativamente frequentes, tal como ocorre com os
rolamentos de rolos cilíndricos em cilindros de laminação ou em eixos de rodeiros
ferroviários, o trabalho poderá ser facilitado com o uso do dispositivo
de indução, específico para a instalação e remoção do anel interno deste tipo de rolamento.

1.12.2.2 Instalação de Rolamentos com Furos Cônicos

Os rolamentos com furo cônico são diretamente instalados em eixos com assento
cônico ou em eixos com assento cilíndrico por meio de buchas de fixação ou de buchas de
desmontagem, figuras 4 e 5. Os rolamentos autocompensadores de rolos de maior porte são
frequentemente instalados com o uso da pressão hidráulica. Na figura 6, o exemplo da
instalação em que a porca hidráulica pressiona a bucha, e na figura 7, o método em que,
pelas perfurações na bucha, é injetado o óleo sob pressão e a bucha por sua vez é deslocada
por parafusos. Com a expansão radial do anel do rolamento, uma bucha é inserida
axialmente com parafusos de ajustes.
Os rolamentos autocompensadores de rolos são instalados verificando-se a redução da
folga radial, com base no deslocamento axial da tabela 1. A folga radial pode ser medida
com o auxílio do calibre de lâminas; nesta medição, conforme a figura 8, as folgas de
ambas as carreiras devem ser verificadas ao mesmo tempo, tomando-se o cuidado em
manter os dois valores mais ou menos iguais pelo ajuste da posição relativa dos anéis
interno e externo.
Quando as dimensões dos rolamentos se tornam maiores, os anéis externos se
deformam ovalizando-se pelo próprio peso ao serem instalados nos eixos. Neste caso, se a
folga for medida no ponto mais baixo do rolamento deformado, o valor obtido será maior
que a folga real; é necessário lembrar que se esta folga incorreta for usada para determinar
o deslocamento axial na tabela 1, a interferência se tornará maior e a folga residual poderá
ser demasiadamente pequena. Nesta condição, conforme a figura 9 pode ser usada como
folga residual à metade da somatória da folga do ponto mais baixo c e dos locais a e b da
posição lateral na direção horizontal.
O rolamento autocompensadores de esferas ao ser instalado com bucha de fixação, para
que a folga residual não fique demasiadamente pequena, deve ter assegurada uma folga
que permita o fácil alinhamento do anel externo.

35
1.12.3 Operação de Inspeção

Após a instalação ter sido finalizada o teste de giro deve ser realizado para confirmar a
instalação correta do rolamento.
As máquinas de pequeno porte são movimentadas manualmente para verificar a
suavidade do giro. Os itens a serem verificados são: pequenos trancos devidos a partículas
estranhas, escoriações ou esmagamentos; inconstância do torque devido a falhas nas
instalações ou falhas no assento; e torque excessivo de origem em folga demasiadamente
reduzida, desalinhamento ou atrito de vedação. Não havendo anormalidades, pode-se
efetuar o giro acionado.
As máquinas de grande porte, por não permitirem o movimento manual, devem ser
acionadas sem carga e imediatamente desligadas, e durante o movimento inercial,
verificadas a existência ou não de anormalidades como, vibração, ruído e partes girantes
em contato indevido; após isto, pode ser efetuado o giro acionado.
O giro acionado deve ser iniciado sem carga e em baixa rotação, elevando
gradativamente até as condições estabelecidas de funcionamento. As verificações a serem
efetuadas durante esta etapa inicial de giro são: a existência ou não de ruído anormal; a
mudança de temperatura no rolamento; vazamento e alteração na cor do lubrificante etc.
Constatada alguma anormalidade no teste inicial de giro, a operação deve ser
imediatamente interrompida, a máquina inspecionada, e se necessário o rolamento
removido para inspeção.
A temperatura do rolamento pode ser estimada, geralmente, pela temperatura da
superfície externa do alojamento, no entanto, se for possível medir a temperatura
diretamente no anel externo do rolamento, através do furo de lubrificação, por exemplo,
será o mais conveniente.
A temperatura do rolamento deve aumentar gradualmente até se estabilizar;
normalmente de uma a duas horas após o início da operação. Caso haja alguma
anormalidade, no rolamento ou na instalação, a temperatura do rolamento pode aumentar
rapidamente tornando-se demasiadamente alta; nestes casos pode-se ter como causa, o
excesso de lubrificante, a folga reduzida do rolamento, a instalação deficiente, o atrito
excessivo do sistema de vedação, entre outras.
36
A seleção incorreta do tipo de rolamento ou do sistema de lubrificação podem ser,
também, causas de aquecimento nos casos de alta rotação. O ruído de giro pode ser
percebido com o auxílio do estetoscópio ou de similares. As falhas podem ser
identificadas por um alto som metálico, alto som constante ou som inconstante, e como
causa destes, a lubrificação deficiente, a precisão deficiente no assento do eixo e
alojamento, danos no rolamento e a penetração de partículas estranhas, são as mais
comuns. As possíveis causas e as contramedidas para as ocorrências anormais,
referenciadas acima, são apresentadas na tabela 2.

37
1.12.4 Remoção

Os rolamentos podem ser removidos para inspeções periódicas, para substituição ou


para outras finalidades. Nos casos da reutilização destes rolamentos, ou no caso da
necessidade de inspecionar as condições dos rolamentos, a remoção deve ser feita com os
mesmos cuidados da instalação, para não danificar os componentes ou o rolamento.
Especialmente na remoção dos rolamentos ajustados com interferência o trabalho se torna
difícil, por isso, na fase de projeto, deve ser estudada suficientemente a configuração dos
conjugados para facilitar a remoção. Conforme a necessidade, é importante desenhar e
deixar fabricado o dispositivo de remoção. A remoção deve ser planejada estudando no
desenho as condições de ajuste, a sequência e o método de remoção, visando uma perfeita
e segura execução do trabalho.

1.12.4.1 Remoção do Anel Interno

A remoção de um anel externo ajustado com interferência pode ser efetuada conforme
figura 10, pelo auxílio de parafusos em vários furos roscados previamente efetivados, em
disposição circunferencial; a remoção deve ser efetuada apertando uniformemente os
parafusos. Os furos roscados enquanto não estiverem em uso deverão ficar lacrados com
bujões. No caso de rolamentos separáveis, como os de rolos cônicos, alguns rasgos podem
ser feitos no encosto do alojamento, conforme figura 11, para sacar o anel externo pelo
auxílio de um apoio e prensa, ou com batidas leves.

38
1.12.4.2 Remoção do Rolamento com Furo Cilíndrico

A remoção ideal do anel interno é aquela efetuada com o auxílio de uma prensa,
bastando neste caso, somente atentar para que a força de remoção seja imposta apenas no
anel interno (Figura 12). Dispositivos extratores como os das figuras 13 e 14 são de uso
frequente.

As garras dos extratores, em todos os casos mostrados, devem apoiar suficientemente


na lateral do anel interno, para que isto seja possível, a dimensão do encosto no eixo e a
abertura de rasgos no encosto, conforme figura 14, deve ser estudada.
A remoção do anel interno dos grandes rolamentos pode ser efetuada pelo auxílio da
pressão de óleo; este método visa facilitar a remoção aplicando pressão de óleo através de
furos no eixo; nos rolamentos mais largos, o trabalho de remoção por este método é
efetuado em conjunto com os dispositivos extratores. Ainda, para a remoção do anel
interno dos rolamentos de rolos cilíndricos tipos NU e NJ podem ser usado o aquecimento
por indução; neste método, o anel interno é expandido por um rápido aquecimento local
para ser removido, figura 15. O aquecimento por indução é também usado para a instalação
do anel interno destes rolamentos no eixo.

1.12.4.3 Remoção do Rolamento com Furo Cônico

A remoção dos rolamentos relativamente pequenos, instalados com buchas de fixação,


pode ser efetuada conforme figura 18, apoiando o anel interno num batente preso ao eixo
por uma braçadeira, soltando em algumas voltas a porca de fixação e removendo a bucha
com batidas de martelo na barra apoiada na mesma. Na figura 16, o procedimento de
remoção da bucha de desmontagem através do aperto da porca; caso o procedimento de
39
remoção seja dificultado, a bucha pode ser sacada com o auxílio de parafusos em vários
furos roscados previamente efetivados na porca, em disposição circunferencial, figura 17.
A remoção dos rolamentos de maior porte, pode ser facilitada com o auxílio da pressão
hidráulica. Na figura 19, o método de remoção do rolamento, expandindo o anel interno
através da pressão do óleo injetado pelos furos abertos no eixo de assento cônico; durante
esta operação, o rolamento pode soltar-se repentinamente, por isto, para evitar qualquer
incidente maior, a porca deve ser usada para escorar e limitar o deslocamento da peça. O
método de sacar a bucha pelo uso da porca hidráulica é ilustrado na figura 20.

1.12.5 Inspeção de Rolamentos

1.12.5.1 Limpeza dos rolamentos

O rolamento removido para inspeção, primeiramente, deve ter o aspecto visual


registrado e o volume residual do lubrificante verificado, e após recolhida a amostra do
lubrificante para análise, o rolamento deve ser lavado; em geral, são usados como fluido de
limpeza o querosene e óleos leves. A limpeza dos rolamentos removidos deve ser efetuada
em duas fases: limpeza preliminar e limpeza final; cada um dos tanques, deve ter uma tela
metálica ou equivalente para apoiar os rolamentos e evitar o contato destes com a sujeira
do fundo do tanque. Na limpeza preliminar é necessário tomar muito cuidado, pois se o
rolamento for girado com partículas estranhas podem ocorrer escoriações na superfície de
rolagem; no banho da limpeza preliminar, a graxa lubrificante e outros resíduos devem ser
removidos mediante o emprego de meios como a escova, e após relativamente limpos são
passados para a limpeza final.
O trabalho da limpeza final deve ser efetuado com cuidado, girando o rolamento
imerso no fluido de limpeza; ainda é bom lembrar que o fluido de limpeza deve ser
mantido sempre limpo.

40
1.12.5.2 Inspeção e Avaliação de Rolamentos

Os rolamentos após serem muito bem limpos são examinados para avaliar a
possibilidade ou não da reutilização. A inspeção minuciosa deve verificar a existência ou
não de anormalidades e danos como: a redução na precisão dimensional, o aumento da
folga interna do rolamento, o estado de desgaste da gaiola, o estado da superfície de ajuste,
da superfície de rolagem, da superfície dos corpos rolantes, entre outros. Os tipos não
separáveis como os rolamentos de esferas, quando de menor porte, permitem confirmar a
suavidade no giro, mantendo o anel interno na horizontal em uma das mãos e girando o
anel externo.
Os rolamentos separáveis, como o de rolos cônicos, permitem a verificação dos corpos
rolantes e a pista do anel externo individualmente. Os rolamentos de maior porte, por não
permitirem o giro manual, devem ser verificados com atenção: o aspecto visual dos corpos
rolantes, a superfície da pista, a gaiola e a superfície de contato no rebordo. Quanto maior
for o nível de importância do rolamento, maior deverá ser a seriedade dos exames.
A avaliação quanto a possibilidade ou não da reutilização deve ser efetuada somente
após considerar o grau de danos, a capacidade da máquina, o grau de importância, as
condições de trabalho e o intervalo de tempo até a próxima inspeção. Entretanto, se
qualquer dos seguintes defeitos for observado, a reutilização do rolamento é inviabilizada,
sendo necessária a substituição por uma peça nova:
Quando houver trincas ou lascados no anel interno, no anel externo, nos corpos
rolantes ou na gaiola.
Quando houver escapamento na pista ou nos corpos rolantes.
Quando houver arranhadura significativa na pista, no rebordo ou nos corpos
rolantes.
Quando o desgaste da gaiola for significativo ou os rebites estiverem soltos.
Quando houver oxidação ou escoriações na superfície da pista ou dos corpos
rolantes.
Quando houver impressões ou marcas de impacto significativo na superfície da
pista ou dos corpos rolantes.
Quando houver deslizamento significativo na superfície do furo ou na superfície do
anel externo.
Quando houver alteração significativa na cor devido ao calor.
Quando houver danos significativos nas placas de blindagem ou de vedação.

1.12.6 Manutenção e Inspeção

1.12.6.1 Manutenção, Inspeção e Correção de Anormalidades

A manutenção e a inspeção são realizadas com a finalidade de manter o maior tempo


possível às condições originais dos rolamentos. Através destas, as falhas são
antecipadamente remediadas, garantindo a confiabilidade operacional, possibilitando o
aumento da produtividade e a redução de custos. A manutenção requerida é aquela
realizada periodicamente, segundo procedimentos específicos que correspondam às
condições operacionais das máquinas, abrangendo o acompanhamento da condição em
operação, a complementação ou troca do lubrificante, e a desmontagem periódica para
avaliações.

41
A inspeção durante o funcionamento deve abranger itens como: o ruído no rolamento,
vibrações, temperatura e o estado do lubrificante; caso for encontrada alguma
anormalidade durante o funcionamento a causa deve ser identificada e eliminada através de
medidas corretivas, referenciando-se na tabela 2. Conforme a necessidade, o rolamento
deve ser removido para um exame pormenorizado.
Os principais procedimentos após a remoção deverão ser verificados no parágrafo 5,
inspeção de rolamentos.

1.12.6.2 Ocorrências nos Rolamentos e Contra Medidas

Os rolamentos corretamente cuidados podem ser usados por um longo período, em


geral, até a vida de fadiga, contudo, há casos de ocorrências inesperadamente rápidas que
não permitem a utilização continuada. Estas ocorrências prematuras em relação à vida de
fadiga são os limites de uso, naturalmente denominadas de quebras ou acidentes que na sua
grande maioria têm como causas: a falta de cuidados quanto a instalação, utilização e
lubrificação; a penetração de partículas estranhas do exterior e a falta ao considerar a
influência do calor no eixo e alojamento.
Ao se avaliar uma ocorrência no rolamento, por exemplo, a ocorrência de arranhadura
no rebordo do anel de rolamento de rolos, pode ser considerada como provável causa
desta: a lubrificação insuficiente ou inadequada; a deficiência do sistema de relubrificação;
a penetração de partículas estranhas; desvios de instalação; flexão excessiva do eixo;
ou a combinação destes.
Assim, examinando somente a peça que apresentou o problema, é difícil determinar a
verdadeira causa deste. Entretanto, se for do conhecimento, a máquina onde o rolamento é
usado, as condições de trabalho, a configuração dos conjugados, e se a situação anterior e
posterior ao da ocorrência estiverem claras, o estado do rolamento danificado pode ser
relacionado a várias causas, que ponderadas, possibilitarão a prevenção contra a
reincidência de ocorrências semelhantes.
Os tipos mais representativos de ocorrências de rolamentos, as causas e as
contramedidas, estão relacionados na tabela 3.

42
43
1.13 Aplicações de Rolamentos na Mineração

44
45
46
2. MANCAIS

2.1 Introdução

O carro de boi é utilizado para transporte de alimentos e animais, sendo muito


requisitado em algumas regiões do país. Este transporte, mesmo parecendo muito simples
em sua construção e reparo, não seria útil se lhe faltasse um elemento de máquina: o
mancal.
Segundo, ANDRADE JÚNIOR (1994), mancal é definido como um dispositivo fixo
fechado, sobre o qual é apoiado um eixo. Sua função é comportar um eixo, e existem duas
formas principais empregadas para esse propósito: o mancal de deslizamento, na qual há
uma bucha de material macio entre a base do mancal e o eixo, tratando-se de uma solução
para baixas rotações; e o mancal de rolamento, adequado para maiores rotações.
O carro de boi se constitui de uma superfície plana, um eixo e dois mancais que estão
fixados nas extremidades inferiores da superfície. O eixo se encaixa nos mancais e seu
estado é estático e apenas as rodas se movimentam neste tipo de transporte.

Os mancais são de grande relevância para o perfeito funcionamento das máquinas, caso
ocorram falhas nos mancais grandes prejuízos podem ser percebidos na produção. Existem
dois tipos de mancais mais utilizados:

Deslizamento
Rolamento

47
2.2 Estrutura Geral

2.3 Mancais de Deslizamento

Os mancais de deslizamento são muito encontrados em máquinas onde um eixo


qualquer sofre forças e o mancal serve de aparo e de guia para este eixo.
Os mancais se dividem em dois tipos principais: mancais de guia e mancais de fricção.
48
Para um aumento da vida útil dos mancais de deslizamento é indispensável o uso de
lubrificantes adequados para cada aplicação. Outro fator importante é a escolha do
lubrificante e sua frequência de relubrificação.

2.3.1 Tipos de Mancais de Deslizamento

A função do mancal de deslizamento é servir de apoio para eixos girantes. Estes


mancais estão sujeitos às forças de atrito devido a rotação do eixo, ou seja, o atrito ocorre
devido ao contato da superfície do eixo com o mancal.
Os mancais são constituídos de uma bucha fixada em um suporte e são utilizados em
máquinas pesadas e em equipamentos de baixa rotação, porque a baixa velocidade evita o
superaquecimento dos equipamentos expostos ao atrito. São simples de montar e
desmontar. A vida útil dos mancais de deslizamento poderá ser prolongada seguindo
alguns parâmetros: os materiais necessitam ser muito bem escolhidos e apropriados a partir
do desenvolvimento do projeto de fabricação. O projeto de fabricação deverá prever os
modos para os trabalhos de manutenção, conservação, limpeza, lubrificação, alinhamento e
reposição, mas no caso de possíveis danos faz-se importante considerar as principais
funções dos mancais de deslizamento, que são: apoiar e guiar os eixos.

a) Mancais de guia - Muito encontrados em máquinas ferramentas, onde a mesa


desliza sobre suas guias. Não suportam muita carga, o movimento relativo entre
eles é de translação.
b) Mancais de fricção - Quando uma das superfícies móveis é um eixo e o
deslizamento é executado considerando-se o movimento relativo de rotação entre o
eixo e o mancal. Existem três tipos específicos:
Planos
Escora
Guia

b.1) Mancais planos - comumente chamados de radiais. São os que suportam carga
perpendicular ao eixo de rotação.

49
b.2) Mancais de escora – também conhecido como de encosto. São projetados para
trabalharem sob ação de cargas axiais.

b.3) Mancais guias – servem praticamente para evitar o deslizamento do eixo.

2.3.2 Materiais Utilizados

Geralmente a base do mancal é de ferro fundido ou podendo também ser de aço,


dependendo muito de fatores técnicos envolvidos no projeto do mancal.
Para a confecção da bucha utilizam-se diversos materiais, dos quais destacam-se em
ordem de emprego os seguintes materiais:
1. Metal patente: são ligas fundamentalmente a base de Estanho (89%), Antimônio
(8%), Cobre (3%). Este metal é muito utilizado.
2. Ligas binárias de Cobre e Chumbo (20 à 40% de Chumbo): A boa resistência a
fadiga indica o seu uso em mancais que trabalham em condições severas.
3. Bronzes: Três são os principais tipos de bronzes:
- Bronze a base de Estanho;
- Bronze a base de Chumbo;
- Bronze de alta resistência.

50
Todos os tipos especificados acima são utilizados em mancais de bombas de água,
motores marítimos, trens de laminação mancam de vagões ferroviários.
4. Alumínio: Suas ligas resistem bem à corrosão produzida pela acidez do lubrificante.
São muito usados em mancais de motores de explosão, alguns compressores,
equipamentos aeronáuticos.
5. Prata: Mancais com prata são muito usados em aeronaves e motores diesel. São
camadas (0.001 à 0.005 in) de prata depositada internamente em mancais de aço.
6. Ferro fundido: São raramente usados.
7. Grafite: é misturado com cobre, bronze, e plásticos, obtendo assim, uma maior
diminuição do coeficiente de fricção.
8. Plásticos: Muito utilizados em máquinas de indústrias têxteis, alimentícias, com
produtos corrosivos, oxigênio líquido.

2.3.3 Função dos Mancais de Deslizamentos

A principal função dos mancais de deslizamento, existentes em máquinas e


equipamentos, é servir de apoio e guia para os eixos girantes.

Os mancais de deslizamento são elementos de máquinas sujeitos às forças de atrito.


Tais forças surgem devido à rotação dos eixos que exercem cargas nos alojamentos dos
mancais que os contêm.
A vida útil dos mancais de deslizamento poderá ser prolongada se alguns parâmetros
de construção forem observados:
Os materiais de construção dos mancais de deslizamento deverão ser bem
selecionados e apropriados a partir da concepção do projeto de fabricação.
O projeto de fabricação deverá prever as facilidades para os trabalhos de
manutenção e reposição, considerando as principais funções dos mancais de
deslizamento que são apoiar e guiar os eixos.

51
Sendo elementos de máquinas sujeitos às forças de atrito, os mancais de
deslizamento deverão apresentar um sistema de lubrificação eficiente. Lembremos
que as forças de atrito geram desgastes e calor e, no caso dos mancais de
deslizamento, opõem-se, também, ao deslocamento dos eixos.

É importante que o projeto de construção dos mancais de deslizamento contemple a


facilidade de desmontagem e troca de equipamentos, bem como a compatibilidade
entre o dimensionamento dos mancais com as cargas que os sujeitarão.

Na construção de mancais de deslizamento, o projeto deverá levar em conta, além


das funções próprias desses elementos, o meio ambiente no qual eles trabalharão.
Normalmente, o ambiente no qual os mancais de deslizamento trabalham é cheio de
poeira e outros resíduos ou impurezas.

2.3.4 Vantagens e Desvantagens

As velhas perguntas se são melhores os mancais de rolamento ou os de


escorregamento, pode-se hoje em dia com a afirmação de que cada um dos dois tipos tem
suas qualidades particulares, e que nenhum deles satisfaz a todas as exigências.
52
Há casos em que apenas mancais de escorregamento podem ser usados, outros em que
somente rolamentos constituem uma boa solução e, finalmente, aqueles em que os dois
tipos oferecem solução satisfatória. A decisão depende das propriedades de maior
importância para cada aplicação.

Vantagens:
- amortece as vibrações, os choques e ruídos;
- construção simples;
- mancais de grandes diâmetros são mais baratos;
- suportam altas pressões.

Desvantagens:
- atrito maior de partida;
- consumo maior de lubrificante;
- exige maiores cuidados com a circulação do lubrificante e manutenção;
- maior estático e dinâmico (torque).

2.3.5 Aplicações

- Motores de automóveis e aviões


- Motores a gás e a óleo
- Motores marítimos
- Máquinas a vapor estacionárias
- Bombas e compressores alternativos
- Turbinas a vapor
- Motores e bombas rotativas

2.3.6 Lubrificação e Atrito

Atrito no mancal

O movimento das peças nos mancais é dificultado por uma resistência chamada atrito.
Quando se trata de superfícies de rotação com corpos rolantes, chama-se atrito de
rolamento, enquanto para as peças deslizantes chama-se atrito de deslizamento.
As superfícies de deslizamento sem camada intermediária de sustentação movem-se
com atrito sólido. Neste movimento são arrancadas partículas salientes. Esse tipo de atrito
pode ser evitado com lubrificação, como que flutuando sobre a camada de lubrificante.
Esse processo de lubrificação chama-se lubrificação Flutuante.
No atrito de flutuação quase não ocorre desgaste, porém, quando ocorrem arranques,
paradas ou mudanças no sentido de movimentos intermitentes, o atrito passa a se
caracterizar como ATRITO MISTO.
No atrito misto, tem-se em parte atrito seco e, em parte atrito líquido, o que acarreta
desgaste. Em mancais principais e de precisão, recomenda-se que se tenha sempre o atrito
flutuante.
Quando em rotação, o eixo desloca-se para uma posição lateral, na direção do sentido
de rotação.
Com esse desvio lateral do motor, deforma-se um espaço cuneiforme no lado oposto. O
lubrificante deve afluir através de uma ranhura a essa folga em forma de cunha, para que

53
nele se forme uma cunha de material lubrificante, originando-se assim forças de pressão
que suportem o eixo.

Tipos de lubrificação

a) Lubrificação sólida ou limitada: é aquela onde a película de óleo se rompe não


resistindo às condições de trabalho. É como se não existisse lubrificante algum entre as
superfícies;
b) Lubrificação fluída: acontece quando as superfícies são separadas pela interposição
de uma película lubrificante;
c) Lubrificação semi-fluída: ocorre quando a espessura da película inicia a fase
perigosa de poder se romper, pois tende a se encaminhar para a zona onde as condições de
lubrificação são limitadas.

Existem cinco formas principais de lubrificação:

Hidrodinâmica: Separa as superfícies de carregamento de carga do mancal por um


filme relativamente espesso de lubrificante, a fim de prevenir o contato metal-metal. Este
tipo de lubrificação não depende da introdução do lubrificante por pressão, mas requer a
existência de um suprimento adequado constantemente. A lubrificação hidrodinâmica
também é conhecida como lubrificação de filme completo ou fluida;

Hidrostática: Usa o ar ou água como lubrificante, introduzido na área de suporte de carga,


a uma pressão alta o suficiente que possa separar as superfícies com um filme
relativamente espesso de lubrificante. Então ao contrário da hidrodinâmica, esse tipo de
lubrificação não requer movimento entre uma superfície e outra. Essa lubrificação deve ser
considerada no projeto de mancais em que as velocidades são pequenas ou zero e a
resistência friccional deve ser a mínima absoluta;

2.3.7 Inspeção de Mancais de Deslizamento em máquinas operando

Inspeção de mancais de deslizamento em máquinas operando exige que o mecânico de


manutenção conheça, previamente, o programa de inspeção.
Além disso, o mecânico de manutenção deverá deter, previamente, as informações a
respeito dos problemas, tais como: ruídos anormais, excesso de vibrações e gradiente de
temperatura dos mancais.
Conhecendo previamente o programa de inspeção e de posse das informações a
respeito dos problemas, o mecânico de manutenção deverá selecionar as ferramentas e os
equipamentos a serem utilizados na manutenção. Após isso, todas as uniões dos mancais
terão de ser examinadas quanto aos ruídos, aquecimento e vazamentos de lubrificante. Os
eixos deverão ser inspecionados quanto às folgas e vibrações.

2.3.8 Frequência das inspeções em Mancais de Deslizamento

A frequência das inspeções em mancais de deslizamento depende, principalmente, das


condições de trabalho que eles suportam, ou seja, da velocidade com que os eixos giram
apoiados neles, da frequência de lubrificação, das cargas que eles suportam e da

54
quantidade de calor que eles geram. Essa quantidade de calor é avaliada pela temperatura
do conjunto.
Para exemplificar a frequência de inspeções em conjuntos que possuem A U L A
mancais de deslizamento, observe os seguintes casos:
Mancais de eixos que sustentam polias: uma vez por mês;
Mancais de cabeçotes ou caixas de engrenagens: a cada vinte dias;
Mancais de apoio pequenos: uma a cada dois meses.
É importante salientar que os períodos estipulados para as inspeções podem variar de
acordo com as condições de trabalho citadas anteriormente.

2.3.9 Limpeza em Mancais de Deslizamento

Os mancais desmontados devem ser lavados com querosene para dissolver o


lubrificante usado e eliminar as impurezas. Após a lavagem dos mancais, eles deverão ser
lubrificados com o mesmo tipo de lubrificante anteriormente usado, desde que esse tipo
não seja o causador de algum provável dano.
No local de funcionamento dos mancais, a limpeza deve ser contínua nas proximidades
para eliminar os elementos estranhos que poderiam contaminar o lubrificante, tais como:
água, partículas metálicas, pó, abrasivos, ácidos etc.

55
2.4 Mancais de Rolamentos

Este tipo de mancal é utilizado quando é necessário maior velocidade e menor atrito.
Quando o eixo gira dentro do furo é produzido o atrito denominado de escorregamento.
Para reduzir esse atrito utiliza-se o rolamento: que é um elemento de máquina que permite
o movimento relativo controlado entre duas ou mais partes. Eles limitam as perdas de
energia produzidas pelo atrito.
O comportamento do mancal de rolamento pode ser verificado através do tato e da
audição. No entanto, para fazer a avaliação do processo de giro, é necessário girar o
rolamento lentamente através do tato, isso permite constatar se o movimento está tendo
dificuldades para girar ou não. Já na avaliação pela audição é necessário que o rolamento
gire através de rotações reduzidas, levando em consideração o ruído emitido que se
classificam como: raspantes, estrepitoso ou metálico; se isto ocorrer é porque as pistas
estão sujas, descascadas, com folgas ou com falta de lubrificação.
O mancal de rolamento é constituído de dois anéis concêntricos e entre esse anéis são
colocados elementos rolantes como:

Esfera, Rolete e Agulha.

As figuras abaixo representam os três tipos de mancais: esfera, rolete e agulha.

2.4.1 Mancais de Esfera

Mancal de rolamento esfera é apropriado para rotações mais elevadas. A transmissão


do anel com a esfera é precisa e desse modo à lubrificação é essencial, pois as esferas
fazem seu movimento em um único caminho entre os anéis, permitindo o livre movimento
do eixo.

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2.4.2 Mancais de Roletes

São elementos de máquinas com o formato de rolos cônicos, cilíndricos ou barriletes


espalhados por todo centro entre os dois anéis como as esferas, mas somente permitem que
os rolos fiquem fixos e utilizados quando se precisa de velocidades menores e cargas
maiores.

2.4.3 Mancais de Agulhas

Os corpos rolantes que estão entre os anéis são de pequenos diâmetros de no máximo 5
mm e comprimento 3 a 10 vezes maior que o diâmetro. Estes são utilizados para
mecanismos oscilantes em razão dos rolamentos de agulha ter alta rigidez, onde o espaço
radial é limitado e a carga não é constante.

Nesta tabela abaixo são apresentados alguns tipos de rolamentos agulha:

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2.4.4 Técnica de Manutenção em Mancais de Rolamentos

Os dois principais indicadores de problemas com mancais de rolamentos são excesso


de vibração e de temperatura.

a) Vibrações de rolamentos
As duas formas mais simples e menos precisas de detectar vibrações dos rolamentos é a
chave de fenda e o estetoscópio. Com eles, o técnico responsável é capaz de realizar uma
análise qualitativa do ruído do equipamento em operação e analisar a necessidade de
intervenção nesse dispositivo ou não, porém não há nenhum valor numérico que atue como
indicador para prever o estado do dispositivo. Nesse sentido, existem medidores de
vibração que podem detectar com precisão se os níveis de vibração do equipamento são ou
não aceitáveis. A utilização de instrumentos que gerem indicadores numéricos é uma
forma fundamental de monitoração para o emprego de um plano de manutenção preditiva.
Em caso de vibrações excessivas, torna-se necessário realizar um balanceamento do
mancal.

b) Balanceamento do mancal
Caso haja um desbalanceamento do mancal, é calculada a massa de contrapeso que
deve ser inserida e sua posição angular.

c) Temperatura elevada
Alta temperatura do rolamento também é um indicador de problemas, como
lubrificação deficiente ou em excesso, presença de sujeiras, excesso de carga, folga interna
muito pequena, início de desgastes, excesso de pressão nos retentores, calor proveniente de
fonte externa, entre outros. A temperatura pode ser determinada por modernos
termômetros digitais ou por giz sensitivo.

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d) Ultrassom
O ultrassom é um tipo de ensaio mecânico que pode prever a formação de falhas
mecânicas em mancais e rolamentos em seu estágio inicial, sendo mais eficiente que os
métodos tradicionais de calor e vibração.

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