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I.

INTRODUÇÃO

O sector administrativo e Financeiro muita das vezes caracteriza como o seio e foco da empresa,
e por isso, tem sido o sector mais sensivel pelo facto de transmitir a relação monetaria em
operações transacionais com os dififerenres provedores (Clientes, credores, fornecedores,
trabalhadores, devedores, sócios, accionistas e entre otros).

Todo sector administrativo de uma entidade, tem o caractér imperioso no ambito de elaboração e
apresentar Demonstrações Financeiras (DF’s) para o conhecimento e o consumo aos respectivos
(usuários) desta informação. Assim como, após a verificação destas informações, claro que os
usuários, na pessoa de sócios pode solicitar uma auditoria de modo que veja as contas da
entidade, e assim ver em que estágio o seu investimento está. Portanto, cabe ao auditor emitir
parecer sobre os demonstrativos, sendo que esse parecer é o elemento fundamental que torna as
informações prestadas em documentos de alta confiabilidade.

A auditoria interna é de extrema importância para as organizações, apresentando como uma


actividade que procura avaliar as ameaças e as oportunidades, evidenciando seus pontos fortes e
fracos e nessa base, garantir os requisitos que possibilitam melhorias correctivas e procedimentos
adequados e bem como definir as directrizes estratégicas voltadas para a gestão do negócio.

De acordo com Crepaldi (2013):

A administração de uma sociedade tem o dever de apresentar


demonstrações contáveis e divulgações adequadas e esclarecedoras à
opinião pública. O parecer dos auditores sobre esses demonstrativos é
elemento fundamental na extensão que se traduz em sinónimo de
confiabilidade as informações prestadas. (pág. 1)

Nesse sentido, a auditoria mostra seu papel e sua tamanha importância para o bom desempenho
de qualquer entidade, através de normas e técnicas, que foram sendo desenvolvidas e elaboradas
baseadas em princípios éticos. É salutar que a auditoria desenvolva suas actividades pautadas e
em consonância com a estrutura administrativa da empresa, todavia cada uma tem sua
singularidade e seu espaço dentro da entidade. Ou seja, a auditoria não substitui a função
administrativa, nem vice versa.
De forma sintética, pode-se definir auditoria interna como o levantamento de procedimentos e
rotinas dentro de uma entidade. A actividade de auditoria interna baseia-se em controlar as áreas-
chaves dentro das empresas, evitando supostas fraudes, desfalques e subornos, mediante testes de
auditoria, que serão aplicados pelo profissional da contabilidade e foram estruturados e
fundamentados na necessidade que os usuários das informações contáveis objectivam. O
contador agrega credibilidade e confiabilidade ao emitir seu parecer sobre a situação económica
e financeira da entidade. Para que possa desenvolver um excelente trabalho, o auditor interno
precisa do apoio da administração e dos executivos das entidades.

Portanto, com o propósito de obter o possível resultado, vamos apresentar o tema a indagar de
forma a observar e acreditar na importância da auditoria, e assim quais são os seus pressupostos
para o alcance dos objectivos almejados pelos detentores de capital.

Não obstante, apresentamos o seguinte tema:

IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA PARA AS EMPRESAS PRIVADAS, CASO


MOGAS NACALA PORTO (2016 – 2018).
I.1. Delimitação do Tema

O presente projecto científico aborda o tema de “Importância da Auditoria Interna para as


empresas privadas, caso MOGAS Nacala Porto (2016– 2018).

Segundo o Marconi e Lakatos (2003), “delimitar a pesquisa e o tema é estabelecer limites para a
investigação. A pesquisa pode ser limitada em relação ao assunto, a extensão, e a uma série de
factores”.

Por vezes, nem sempre há necessidade da delimitação, pois o próprio assunto ou o tema e os seus
objectivos podem estabelecer limites.

Também temos por ilustrar o objecto da pesquisa, o campo de investigação (a localização) e ao


nível da investigação. Estes itens fazem acontecer de forma positiva a investigação do tema para
se chegar a um determinado ponto.

Nestes moldes, pretendemos focar a empresa MOGAS, com a sede em Maputo e sucursal na
cidade de Nacala Porto, Província de Nampula. Onde a sua actividade é comercial, dedica-se na
venda de gás e outros.

I.2. Problematização

Segundo Marconi e Lakatos, (2003), problema consiste em um enunciado explicitado de forma


clara, compreensível e operacional, cujo melhor modo de solução é uma pesquisa ou pode ser
resolvido por meio de processos científicos. Conjugando com Kerlinger (In:Schrader, 1974),
considera que o problema se constitui em uma pergunta científica quando explicita a relação de
dois ou mais fenómenos (factos, variáveis) entre si, adequando-se a uma investigação
sistemática, controlada, empírica e critica. Conclui-se disso que perguntas retóricas,
especulativas e afirmativas (valorativas) não são perguntas científicas.
Com a evolução das sociedades e com o crescimento das organizações, tanto no tamanho como
na diversificação das suas actividades, o controlo ficou mais complexo, passando a requerer no
seio das organizações, a existência de um órgão interno, suportado por profissionais capazes de
auxiliar na supervisão das diferentes actividades visando salvaguardar todo o património da
empresa.

Contudo, há necessidade de controlo mais rígido e o acompanhamento contínuo dos processos de


uma organização. São constantes, fazendo com que a auditoria interna surja como uma
actividade necessária para garantir a adequação de todos os procedimentos de controlo interno,
colaborando e disponibilizando informações que possibilitam aos gestores na tomada de decisões
mais ajustadas.

Perante este contexto é feita a seguinte questão de pesquisa: Qual é importância da auditoria
interna no processo de tomada de decisão na Mogas, Nacala?

I.3. Justificativa.

Para GIL (2002), a justificativa trata-se de uma apresentação inicial do projecto. Que pode
incluir factores que determinam a escolha do tema, sua relação com experiência profissional ou
académica do autor, assim como sua vinculação à área temática.

No meio de muita concorrência empresarial, sempre torna-se imprescindível criar uma visão
estratégica no processo de seguimento da actividade económica para a sustentabilidade da
empresa tendo em vista que, pode ocorrer falha nos controlo interno aplicada na gestão
empresarial, levando a ocorrer erros e fraudes e o não cumprimento das normas contabilísticas e
financeiras. Um dos instrumentos muito utilizados para fazer frente à possibilidade de ocorrerem
procedimentos divergentes do previsto é a auditoria interna que actua fortemente em busca da
conformidade e consistência nas suas aplicações contabilísticas e financeiras. Por conseguinte, a
auditoria interna é uma ferramenta que garante o cumprimento dos objectivos traçados pela
gestão empresarial (sócios, gestores, accionistas, e outros usuários da informação financeira), no
que tange o futuro da empresa. É com base nesse principio que o presente trabalho pretende
aferir a importância do auditor interno no processo da tomade de decisão para as empresas, neste
caso tangente a Mogas Nacala Porto.

I.4. Objectivos

De acordo com Pillet (1999), objectivos consiste numa descrição clara dos resultados que
desejamos alcançar com a nossa actividade.

Dando face às seguintes questões já abaixo colocadas para dar o comprimento a problematização
do tema, estão formadas algumas questões que vão colaborar na obtenção das possíveis soluções
e respostas, de modo a alcançar o devido objectivo.

I.4.1. Obectivo Geral


 Analisar, a importância da auditoria interna para a tomada de decisão na Mogas, em
Nacala Porto.
I.4.2. Objectivos Específicos
 Perceber como é feita a auditoria interna da empresa.
 Apontar as etapas a considerar na actuação e realização da auditoria interna.
 Ilustrar a importância da auditoria interna da empresa.
 Demonstrar o processo de decisão na gestão empresarial, após a auditoria interna.

I.5. Hipoteses

Na visão de Cervo e Bervian (1996:26), consiste na suposição de uma causa ou de uma lei
destinada a explicar provisoriamente um fenómeno até que os factos venham contradizer ou
afirmar.

……..
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Propedeuticamente, torna-se imperioso e imprescindível falar sobre a Contabilidade Financeira,


esta que faz a grande parte do trabalho em alusão.

II.1. Contabilidade Financeira

É o campo da contabilidade relacionado com o resumo, analise e relatórios de transacções


financeiras relativas a um negócio.

Sintetiza a aplicação da matéria contabilística de conformidade com a proposta teórica e prática


de origem anglo-americana (financial accounting)1, que surgiu em meados do século XX,
representa uma vertente na contabilidade que a direcciona para a gestão financeira do capital
aplicado da entidade e cuida da elaboração das (Demonstrações Financeiras)2 mediante
princípios de contabilidade geralmente aceites (Financial Accounting – Definition KWHS3.
Wharton Business School).

II.2. Algumas terminologias a considerar no decorrer da pesquisa.


II.2.1. Auditoria

Sá (1998), define Auditoria:

Como sendo uma tecnologia contável aplicada ao sistemático exame dos


registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de
consideração contábil, visando apresentar opiniões, conclusões críticas e
orientações sobre situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal,
pública ou privada, quer ocorridos, quer por ocorrer ou prospectados e
diagnosticados. ( p. 25)

1
Contabilidade Financeira.
2
Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial em Moçambique, aprovado pelo Decreto 70/2009, de 22 de
Dezembro, diz que são uma representação estruturada da posição financeira e do desempenho financeiro de uma
entidade. O objectivo das demonstrações financeiras consiste em proporcionar informações sobre a posição
financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa de uma entidade que seja útil a um conjunto alargado de
utilizadores quando tomam decisões económicas.
3
Contabilidade Financeira – Definição do KWHS.
Para o Almeida (2012), “A auditoria é o exame de demonstrações e registros administrativos. O
auditor observa a exatidão, integridade e autenticidade de tais demonstrações, registros e
documentos”.

Portanto, Auditoria consiste no levantamento, no estudo e avaliação sistemática das transações,


procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras decorrentes nas empresas.

II.2.2. Activo

Activo é o recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimentos passados e do


qual se espera que fluam para a entidade benefícios económicos futuros.4

Este conceito é conjugado com o manual do Sistema de Contabilidade para o sector empresarial
em Moçambique, aprovado pelo Decreto nº 70/2009, de 22 de Dezembro.

II.2.3. Custos

Para Martins (2000), é o gasto necessário para fabricar os produtos da empresa, é o gasto relativo
ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Portanto, o custo também é
um gasto. Só que reconhecido como tal, isso é como, custo, na efectiva utilização como insumo
de produção, para a fabricação de um produto. Conjugando com o Padoveze (1997), onde diz
que são os gastos, não investimentos, necessários para fabricar os produtos da empresa. São os
gastos efetuados pela empresa que farão nascer os seus produtos.

II.2.4. Independência do auditor interno

O conceito de independência encontra-se subjacente ao próprio conceito de auditoria interna.


Assim, a independência na realização das ações é uma das questões fundamentais para o bom
desempenho da função do auditor interno e, consequentemente, para a utilidade do serviço
prestado, tanto mais necessária quanto os trabalhos a desenvolver entrarem nos caminhos da
gestão (Marques, 1997 citada por Teixeira, 2006).

4
Lopes (2017:140)
Morais e Martins (2013) afirmam: “A independência permite que os auditores internos emitam
juízos imparciais e sem preconceitos, o que é essencial para a adequada realização das
Auditorias.”

II.2.5. Carta/Estatuto de Auditoria Interna

É importante que a administração da organização aprove o estatuto da Auditoria Interna,


possibilitando ao auditor interno desenvolver a sua atividade de forma independente e objetiva,
cumprindo com todas as suas responsabilidades.

Moeller (2009, p. 274) citado por Madeira (2013, p. 15) afirma, “[a]n internal audit charter is a
formal document […] to describe the mission, independence, objectivity, scope, responsibilities,
authority, accountability, and standards of the internal audit function for an enterprise”.

II.2.6. O Controlo Interno


É uma forma de organização que pressupõe a existência de um plano e de sistemas coordenados
destinados a prevenir a ocorrência de erros e irregularidades ou minimizar as suas consequências
e maximizar o desempenho da entidade em que se insere5.

II.2.7. Tipos do Controlo


Segundo Marçal e Marques (2011), é possível distinguir três tipos de controlo:
II.2.7.1. Controlo da Organização
O organograma de uma entidade surge como resultado da definição e atribuição de
responsabilidades e da delegação de competências ou autoridade a indivíduos que, a diferentes
níveis hierárquicos, são responsáveis pelas tomadas de decisão e/ou execução de decisões
anteriormente tomadas a níveis mais altos da hierarquia. Uma clara definição das
responsabilidades e dos limites da autoridade, juntamente com uma adequada segregação de
funções contribui para o controlo total existente na entidade e constitui um controlo de
importância fundamental.

5
Tribunal de Contas (1999) – Manual de auditoria e de procedimentos;
II.2.7.2. Controlo dos procedimentos

Procedimentos de controlo inseridos no processamento e registo de determinadas transações.


Inclui-se nesta categoria o controlo contabilístico que visa garantir a fiabilidade dos registos
contabilísticos, facilitar a revisão das operações financeiras autorizadas pelos responsáveis e a
salvaguarda dos ativos.

II.2.7.3. Controlo dos sistemas de informação

O controlo dos sistemas de informação consubstancia-se nos dispositivos pelos quais a


informação é produzida e fornecida aos responsáveis pela gestão, de forma que possa ser
controlada, revista e usada.

II.2.8. Relação da Auditoria com o Controlo Interno


De acordo com Morais e Martins (2013), o controlo tem uma perspetiva dinâmica na
organização, permitindo-lhe manter o domínio enquanto a auditoria avalia esse grau de domínio
atingido.

O IIA6 define que a atividade de auditoria interna deve auxiliar a organização a manter os
controlos efetivos através da avaliação da sua eficácia e eficiência, promovendo a melhoria
contínua.
Em suma, a auditoria assume uma função de supervisão do controlo interno, enquanto este
assume uma função com carácter preventivo.
Assim, antes de elaborar o plano ou programa de auditoria, é necessário observar como se
encontram os controlos da entidade.
Segundo Rodrigues (2013), a existência de um auditor eficiente e atuante, em qualquer
organização, é considerado como um ponto forte para efeitos de controlo interno.

6
IIA – The Institute of Internal Auditors. International Standards for professional practice of internal auditing .
O auditor deve efetuar o levantamento do sistema contabilístico e do controlo interno, avaliar o
seu grau de confiança e com base na avaliação efetuada, estabelecer a extensão dos
procedimentos de auditoria e o momento da sua aplicação.

II.3. Auditoria Intera

Etimologicamente, a palavra auditoria tem origem no verbo latino audire que significa ouvir,
sendo portanto o auditor reconhecido como aquele que ouve, o ouvinte. Nos primórdios da
auditoria, as conclusões dos auditores fundamentavam-se principalmente nas informações
verbais que lhes eram transmitidas.
Todavia, o conceito de auditoria tem evoluído com o decurso do tempo, refletindo a evolução
verificada nas organizações. Hoje em dia, existem vários tipos e conceitos de auditoria com
aceitação generalizada, nomeadamente a auditoria interna.

O Auditing Concepts Committee definiu em 1992 auditoria como o processo sistemático de obter
e avaliar prova acerca da correspondência entre informações, situações ou procedimentos e
critérios pré-estabelecidos, assim como, comunicar conclusões aos interessados. (Auditing
Concepts Committee, 1992).

Segundo o IIA, traduzido pelo IPAI, a auditoria interna é definida como uma atividade
independente, de garantia e de consultoria, destinada a acrescentar valor e a melhorar as
operações de uma organização. Ajuda a organização a alcançar os seus objetivos, através de uma
abordagem sistemática e disciplinada, na avaliação e melhoria da eficácia dos processos de
gestão de risco, de controlo e de governação.
Efetivamente a auditoria é um processo sistemático pois consiste numa sequência de
procedimentos lógicos e organizados sendo a prova a essência da auditoria. Auditar é assim
atestar a conformidade das informações, situações ou procedimentos com os citérios pré-
estabelecidos que correspondem aos princípios ou normas, regulamentos ou acordos.

O principal resultado da auditoria será assim divulgar, através de um relatório escrito, com um
determinado grau de confiança, as conclusões resultantes do trabalho efetuado a todos os que
necessitam da informação do auditor, tais como, clientes, Estado, funcionários, público em geral,
etc.
Para Crepaldi (2013), define a auditoria interna, sendo uma actividade de avaliação independente
dentro da empresa, que se destina a revisar operações, como um serviço prestado à
administração. Constitui um controle gerêncial que funciona por meio da análise e avaliação .

2.3.1. Princípios e Normas de Auditoria


Qualquer atividade desenvolve-se segundo regras e princípios e a Auditoria não é exceção.
Assim, na opinião de Marques e Almeida (2004), desde finais do século XIX que os especialistas
em Contabilidade e Auditoria, sobretudo nos países mais avançados, procuram regulamentar a
sua profissão e homogeneizar as normas, práticas e relatórios.

As normas de auditoria representam os requisitos a serem observados pelo auditor no exercício


das atividades de auditoria. Não existem regras absolutas de aplicação a todas as situações com
que o auditor se depara, até porque o trabalho de auditoria exige muitas vezes um juízo pessoal.
O estabelecimento das normas cumpre uma função de uniformidade profissional, evita confusões
entre os destinatários da informação e delimita a responsabilidade do auditor.

Existem vários organismos internacionais que emitem normas de auditoria, dos quais se
destacam o IIA (The Institute of Internal Auditors), o IFAC (International Federation of
Accounts), e a INTOSAI (The International Organisation of Supreme Audit Institutions).

As Normas Internacionais para a Prática Profissional de Auditoria Interna (NIPPAI) são


emanadas pelo IIA. Esta entidade criou inclusivamente uma estrutura conceptual para a prática
da profissão de auditor que contém:

 Definição de auditoria;
 Código de Ética;
 Normas Internacionais;
 Práticas Recomendadas;
 Tomadas de Posição; e
 Guias Práticos.

2.3.2. Ética do Auditor Interno


É de facto inegável que as competências técnicas dos auditores internos são essenciais para um
desempenho adequado das funções que exercem nas entidades, como suporte ao controlo interno
implantado e acrescentando valor.
No entanto, no contexto do mundo atual, em paralelo com o conjunto de
conhecimentos/capacidades exigidas ao auditor interno no desenvolvimento da sua atividade, é
crucial que valores como integridade e ética sejam o desiderato dos auditores internos (Teixeira,
2006).

Ética pode ser definida como “Parte da Filosofia que estuda os fundamentos da moral; Conjunto
de regras de conduta”7.

2.3.3. Normas para a prática profissional da auditoria interna

As normas para a prática profissional da auditoria interna são emanadas pelo IIA e têm registado,
ao longo do tempo, várias alterações sendo, periodicamente revistas e publicadas. As normas,
conforme referenciadas no PPF (Professional Practices Framework), são os critérios como as
operações de um departamento de auditoria interna são avaliadas e mensuradas, destinando-se a
clarificar o modo como a prática de auditoria interna deverá ser exercida. As normas têm como
objectivo:

 Delinear princípios básicos que representem a prática de auditoria interna tal como ela
deverá ser;
 Proporcionar um enquadramento para o desempenho e promoção de um vasto conjunto
de actividades de auditoria interna;
 Estabelecer uma base para a avaliação do desempenho da auditoria interna;

7
2 "ética", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/%C3%A9tica [consultado
em 21-09-2019].
 Promover a melhoria dos processos e das operações das organizações. 42 No novo
Enquadramento de Práticas Profissionais, as normas para a prática da auditoria interna
dividem-se em três conjuntos:
 Normas Funcionais (série 1000): descrevem a especificidade das organizações e dos
indivíduos que desempenham serviços de auditoria interna;
 Normas de Desempenho (série 2000): descrevem a natureza de serviços de auditoria
interna e proporcionam critérios de qualidade segundo as quais o desempenho destes
serviços poderá ser avaliado.
 Normas de Implementação: desenvolvem-se em torno das normas funcionais e de
desempenho, proporcionando uma orientação aplicável a casos específicos de trabalhos
de auditoria.

As normas funcionais e de desempenho aplicam-se a todos os serviços de auditoria interna e as


normas de implementação aplicam-se àquelas duas na execução de trabalhos específicos.

2.3.4. Independência do auditor interno

O conceito de independência encontra-se subjacente ao próprio conceito de auditoria interna.


Assim, a independência na realização das acções é uma das questões fundamentais para o bom
desempenho da função do auditor interno e, consequentemente, para a utilidade do serviço
prestado, tanto mais necessária quanto os trabalhos a desenvolver entrarem nos caminhos da
gestão (Marques, 1997, p. 60). Embora alguns autores considerem que, na prática, a
independência da auditoria interna é significativamente menor do que a independência da
auditoria externa, daí usar-se, muitas vezes, o termo “independente” para tratar do auditor
externo, esta situação acaba por induzir a compreensão dos utilizadores, levando-os a acreditar
que o auditor interno não tem o mesmo grau de independência. Contudo, observando que as
diferenças de procedimentos entre os auditores internas e externo se encontram no objectivo, no
utilizador e na forma de actuação, pode-se concluir que a independência se impõe no exercício
das auditorias interna e externa, mantendo a transparência e a confiança nos serviços realizados.
Morais e Martins (2003, p. 72), afirmam que: “A independência permite que os auditores
internos emitam juízos imparciais e sem preconceitos, o que é essencial para a adequada
realização das Auditorias.” A este propósito, a Norma 1100 (Independência e Objectividade) do
Enquadramento de Práticas Profissionais de Auditoria Interna (2004a, p.5) nesse sentido afirma
que “A actividade 43 de auditoria interna deverá ser independente, e os auditores internos
deverão ser objectivos no desempenho do seu trabalho”. A amplitude e profundidade adicional
da informação que os auditores internos poderão proporcionar, poderá ser apenas assegurada
quando a função se mantém independente, daí que a gestão poderá ser claramente prejudicada
por falta da independência da auditoria interna. Poderão não somente surgir conflitos de interesse
no seio da hierarquia da auditoria interna, como poderá também a informação não chegar aos
destinatários de quem mais a necessita. Sem o acesso não filtrado das revelações da auditoria
interna, os gestores poder-se-ão ver privados de oportunidades em ganhar eficiência, aumento de
eficácia e evitar a fraude. Em suma, a independência do auditor interno deve estar pautada na
ética profissional e na consciencialização acerca do papel social que deve exercer, ou seja, na
accountability. A auditoria interna presta, quando solicitada, serviços de consultoria, daí a
importância em analisar o papel desempenhado pela auditoria interna quando presta serviços no
âmbito da consultoria interna.

2.3.5. Relatório de Auditoria Interna

O lado visível da actividade da auditoria interna é o relatório. É o resultado das investigações,


estudos e análises efectuadas durante o trabalho de campo e conclui expressando por escrito a
opinião sobre a área auditada e as suas recomendações. O processo de elaboração dos relatórios
de auditoria interna é complexo e delicado. É necessário ter presente que eles assinalam
deficiências e falhas de controlos, sistemas e procedimentos de que são responsáveis, em última
instância, os mais altos níveis directivos das organizações. Incluem ainda sugestões e
recomendações de como eliminar tais falhas e deficiências. 46 A norma nº2400 - “Comunicação
dos Resultados” das Normas para a prática Profissional de Auditoria Interna do IIA (2004a),
prescreve que os auditores internos deverão comunicar os resultados do trabalho e essa
comunicação deverá incluir os objectivos do trabalho e o seu âmbito bem como as conclusões
aplicáveis, recomendações e planos de acção. O trabalho a desenvolver por qualquer auditor,
quer interno ou externo, inclui a avaliação do controlo interno, embora essa avaliação e análise
possam ser desenvolvidas em perspectivas diferentes.
2.3.6. Decisão e informação
No dia a dia, as decisões são tomadas quase a todo o momento. Umas vezes decisões simples,
outras vezes mais complicadas. Para as decisões mais simples não são necessárias muitas
informações, já para as mais complexas deve-se obter um número maior de informações, de
forma a minimizar o risco de uma escolha equivocada. As informações para a tomada de decisão
devem ser necessárias, relevantes, fidedignas e tempestivas, para que os resultados planeados
pelo gestor sejam alcançados, pois este procura a decisão óptima para a sua organização.
Neste contexto, pode-se afirmar que a qualidade da informação está directamente associada a
boas decisões. Deste modo, sejam elas mais simples ou complicadas, as decisões podem afectar
o resultado de uma situação tanto positiva quanto negativamente, no caso de informações
impróprias e inoportunas transmitidas ao gestor.
Os gestores envolvem-se diariamente com o processo decisório nos seus negócios. Afinal, gerir é
tomar decisões, devendo portanto, optar por estratégias, mercados, produtos, processos, políticas,
pessoas, preços, e outros; decisões que envolvem muitas vezes grandes

2.3.7. Modelos de decisão


Os modelos de decisão são utilizados para identificar o curso de acções futuras. São utilizados,
ainda, para descrever ou representar os dados importantes de um processo e as suas inter-
relações.

Beuren (2000, p.17) afirma que:


“A partir da escolha de um grupo de variáveis e uma especificação das suas
interrelações,
projectadas para representar um processo ou sistema real, total ou

parcialmente, um modelo é a descrição do funcionamento de um sistema, representando uma


construção em particular, utilizando-se da teoria, a qual lhe serve como suporte conceitual”.
Assim, um modelo deve ser delineado de maneira que, apresente a sua estrutura da melhor forma
possível, caracterizando cada detalhe da operação para que o seu auxílio, como ferramenta de
gestão, possa ser eficiente e eficaz.
Um modelo de decisão pode permitir trazer várias alternativas e ao gestor caberá escolher a
melhor delas para atingir os seus objectivos da melhor forma. Por isso, a estruturação de um
problema num modelo de decisão, fornece ao gestor uma visão muito mais ampla das
alternativas viáveis ao seu problema-chave.
Muitos são os modelos de decisão e caberá ao gestor escolher o melhor modelo, que irá
adequar-se ao problema em questão. Assim, os modelos de decisão como ferramenta de auxílio
ao gestor, apresentam as suas contribuições de acordo com as informações recebidas, para a
escolha da melhor alternativa.

Todavia, não se deve confundir o processo de tomada de decisão com os modelos de decisão
pois, o modelo de decisão é um meio para atingir o objectivo, enquanto o processo decisório é
muito mais amplo, e tem etapas definidas e necessárias em níveis administrativos diferentes.

2.3.8. O papel desempenhado pela auditoria interna no processo de tomada de decisão


No processo de tomada de decisão, a maior dificuldade é a incerteza em relação ao futuro, mas
esta pode ser reduzida com um bom modelo de decisão baseado em informações fidedignas e
oportunas, recolhidas pela auditoria interna quase que diariamente. A informação que a auditoria
interna possui é a informação necessária para alimentar o modelo de decisão do gestor para que
ele tome as decisões mais acertadas. A dificuldade do gestor em utilizar algum modelo de
decisão provém da inclusão e informação correcta.
Esta dificuldade diminui à medida que o gestor entende que o trabalho que o auditor interno
desenvolve, lhe pode fornecer informações muito valiosas e adequadas.
Todos os modelos delineados e implantados devem ser alimentados com informações fidedignas
e adequadas a fim de que se possa oferecer um resultado favorável e aceitável acerca de uma
decisão. Estes dados confiáveis e tempestivos podem ser obtidos junto da auditoria interna, pois
esta conhece a fundo os procedimentos da empresa e conhece, igualmente as suas fraquezas.
Deste modo, com o auxílio dos trabalhos dos auditores internos, um gestor consegue alimentar o
seu modelo de decisão com informações reais e fidedignas, para que a sua tomada de decisão
seja a mais tempestiva possível.

Assim, Beuren (2000, p.21) salienta que:

“A concepção de um sistema de informações que auxilie o gestor a melhorar as suas


decisões não depende apenas da identificação dos modelos decisórios dos gestores e de
suas necessidades informativas. Muitas vezes, faz-se necessário repensar o próprio
modelo de decisão, além de utilizar informação adicional para determinar a
probabilidade de ocorrência de cada estado da natureza, a fim de reduzir o problema
da incerteza”.

Quando Beuren (2000, p.21) cita “(…) informação adicional (…)”, pode-se incluir a informação
da auditoria interna como informação adicional de qualidade para alimentar o modelo de decisão.
E, também, quando destaca no texto “(…) a fim de reduzir o problema da incerteza”, pode-se
remeter ao trabalho da auditoria interna que executa as suas tarefas a fim de aumentar o padrão
de eficiência, o que resultará numa informação fidedigna e real para o gestor no seu modelo de
decisão.
Uma empresa que possui um eficiente controlo interno implantado pode-se amparar em
informações fiáveis, uma vez que este controlo ainda será avaliado pela auditoria interna como
parte da sua função.

III. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES

Para Gil (1999) a elaboração do cronograma responde a pergunta quando a pesquisa deve ser
dividida em partes fazendo-se a precisão do tempo necessário para passar de uma fase a outra.

É tempo necessário para a realização de cada uma das partes propostas da monografia.
Período – Mês
N
º Actividade Abril-Junho Julho-Setembro Outubro Novembro

1 Levantamento da Literatura        

2 Elaboração do Projecto        

Trabalho do campo:        

3 Entrevista/inquérito        

4 Recolha de Dados        

Análise e interpretação        

5 de dados recolhidos        
Desenvolvimento dos
6 Capítulos        

Conclusão e Impressão        

7 do trabalho        

8 Entrega do trabalho        

IV. ORÇAMENTO

Valor Sub Total


Nº Material Quantidade Preço unitário (MZN)
1 Resma 2 350,00 700,00
2 Esferográfica 10 50,00 500,00
3 Transporte …….. ……… 2.750,00
4 Lanche ……… ……... 7.000,00
5 Digitação 37 ……... 1.000,00
Impressão e
6 Encadernação ……... ……… 2.000,00
7 Internet ……… ……… 500,00
8 TOTAL 14.450,00

V. Bibliografia

 Lakatos, EM & Marconi, Marina de A. (1992). Metodologia do trabalho científico:


procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projecto e relatório, publicações e
trabalhos científicos. (4ª ed) São Paulo: Atlas.
 Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo. (5ª ed) Atlas. 2003
 Crepaldi, S.A. (2013). Auditoria contábil: teoria e prática, (9 ª. ed.) São Paulo: Atlas;
 Cervo, A. L & Bervian. (1992). Metodologia científica. (3ª ed) São Paulo: Atlas
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VI. APENDICE

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