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I Pessoa
orno desenvolver e melhorai
seus relacionamentos
CAMPUS
I
Todos nós nos envolvemos
com pessoas, em qualquer
setor de negócios, o tempo
todo. Por este motivo, vale
a pena aproveitar todas
as informações deste guia
eminentemente prático.
Desvendar Pessoas
apresenta detalhadamente
as oito habilidades básicas
relacionadas à inteligência
interpessoal e fornece um
plano poderoso para aumentar
sua eficácia em qualquer
relacionamento - com
supervisores, colegas
de trabalho, marido ou mulher,
parentes e amigos.
Você aprenderá a:
Desvendar
Pessoas
Como desenvolver e melhorar
seus relacionamentos
CA MP U S
Do original
Peop/e Smart: developing your interpersonal inteiligence
Tradução autorizada da edição publicada por Berrett-Koehler, Inc.
Copyright © 2000 by Mel Silberman e Freda Hansburg
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5.988 de 14/ 12/ 73.
Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora,
poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados
eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros.
Copidesque
Elisabeth Lissovsky
Revisão Gráfica
Mariflor Brenlla Rial Rocha
Edna Rocha
Projeto Gráfico
Editora Campus Ltda.
A Qualidade da Informação
Rua Sete de Setembro, 111 — 16 2 andar
20050- 002 Rio de Janeiro RJ Brasil
Telefone: (21) 509- 5340 Fax (21) 507- 1991
E-mail: info@campus.com.br
ISBN 85- 352- 0794- 5
(Edição original: ISBN 1- 57675- 091- 4)
CDD - 158.2
01- 0339 C D U - 159.942
01 02 03 04 5 4 3 2 1
Sumário
Prefácio 7
O s Autores 233
ín dice 235
Prefácio
V ocê às vezes tem menos sucesso do que deveria, de acordo com sua inte-
ligência e ética profissional?
Você gostaria que seus relacionamentos com pessoas próximas fossem mais
harmoniosos e satisfatórios?
M E L SILBERMAN
Pr in cet on , N J
Maio de 2000
j
O que Significa
Inteligência Interpessoal"?
• supervisionar funcionários
• trabalhar em equipe
• vender no varejo
• comparecer a festas
lidavam com fatos, n ú m er os e m áqu in as. Est a dist in ção talvez jamais
ten h a sido exata, mas sua falta de exat idão tornou-se in discutível atual-
men te: boas h abilidades de relacion amen to com pessoas são u m a exi-
gên cia para qualquer emprego, in clu in do aqueles mais t écn icos. Nossa
vida dom ést ica t am b é m exige h abilidades superiores de com u n icação
com pessoas, en quan to ten tamos lidar com novos papéis e novas con di-
ções de vida. O "ramo que lida com pessoas" n ão é mais o d om ín io de
poucas pessoas. Ele in clu i você e todos que você con h ece.
O século X X I apr esen t ar á u m m u n do em constante m u d an ça e alta-
men te in terligado. Você provavelmen te con qu ist ar á m u it o pouco sozi-
n h o, mas com outras pessoas pod er á con quistar m u it o. Cad a vez mais, o
sucesso depen der á de sua in t eligên cia para lidar com os outros.
Pergunte a algu ém que passa n a r u a o que sign ifica ser in teligen te nas
relações interpessoais e você pod er á obter u m a resposta como "Ah , é
u m a pessoa que sabe realmente como fazer as coisas... algu ém que sabe
como con quistar aliados". U m a segunda pessoa poderia responder "al-
gu ém sim pát ico, receptivo e divert ido". Em b or a algumas poucas pessoas
possam queixar-se por que t êm esses dois atributos, eles representam
u m a visão m u it o lim it ada do que sign ifica ter talento com pessoas. Ser
inteligente para pessoas é ter u m a in t eligên cia multifacetada, n ão lim it a-
da às suas h abilidades polít icas ou sua generosidade social, mas que i n -
clui u m a ampla gama de capacidades interpessoais. Ser in teligen te para
pessoas sign ifica que você é bom em oito h abilidades:
Habilidade número 1
Compreender as Pessoas
O grau em que você consegue compreen der os outros t em u m i m -
pacto con siderável sobre seu sucesso em cada área da vida. As pessoas
que compr een dem outras comun icam-se melh or, in flu en ciam o que
outros pen sam e fazem e resolvem con flitos de u m modo saudável. Para
descobrir o que move as pessoas, você deve aprender a escutar at ivamen -
te, a sen tir empatia e a reconh ecer as opin iões dos outros. Você precisa
saber como fazer perguntas que esclar eçam o que a pessoa está ten tan do
#
#
O QUE SIGNIFICA "INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL"? 13
dizer. Compr een der as pessoas sign ifica ir além das palavras que dizem e
aprender como interpretar o que n ão foi dito. Você t am b é m deve saber
"ler " os estilos e motivos das pessoas, para poder trabalh ar com elas de
forma eficaz.
Habilidade número 2
Expressar-se Claramente
Ser inteligente para pessoas sign ifica t r an smit ir sua mensagem com
clareza. Expressar-se claramen te é import an t e em qualquer relaciona-
men t o, pessoal ou profission al. Quan do você se prolon ga in t er min avel-
men te n a ten tativa de comun icar algo, dificilmen te ob t ém o resultado
desejado. Você deve aprender a ser objetivo quan do a brevidade é neces-
sária, oferecendo, ao mesmo tempo, detalhes suficientes para esclarecer
qualquer con fusão. É import an t e, além disso, dizer as coisas de modo
que suas palavras sejam lembradas. Você t am b é m deve sentir quan do a
outra pessoa pode ajudá- lo a ser mais claro, verifican do se ela compreen -
deu o que você disse.
Habilidade número 3
Declarar suas Necessidades
Para ser inteligente para pessoas, você precisa ser franco. Precisa esta-
belecer e impor seus limites. Se você tenta ser tudo com todas as pessoas,
acabar á por desapon t á- las. Você t am b é m precisa ser direto com seus de-
sejos. Deixar no ar o que deseja de outros apenas leva a desapontamento
e frust ração. Depois que isso acontece, você muitas vezes sente-se ir r it a-
do com os outros e perde a calma e a con fian ça n ecessárias para dar o
melh or de si.
Habilidade número 4
Dar e Receber Feedback
Ser inteligente para pessoas significa ter a capacidade para dar feedback
facilmente e fazê-lo sem ofender. O feedback que você oferece deve ser
14 Desvendar Pessoas
descritivo, con creto, com a in t en ção de ser útil. Ele deve t am b é m ser
oport un o, isento de r ecr imin ações e pr át ico. É sensato adquir ir o h ábit o
de pedir feedback, além de dá- lo. N ã o receber feedback é como usar an to-
lh os. Sem feedback, você precisa sempre imagin ar o que a out r a pessoa
está pensando a seu respeito. Para in cen t ivar outros a responderem às
suas solicit ações de feedback, você deve en cor ajá-los a organizar e expres-
sar seus pensamentos, e deve ouvir o que est ão dizen do com a men te
aberta.
Habilidade número 5
Influenciar os Outros
A pessoa in teligen te para pessoas é capaz de levar outros à ação. Para
estar em u m a posição de maior coman do e in fluen ciar outros, você deve
tornar-se o tipo de pessoa capaz de en trar em sin t on ia com outros, trazer
à ton a suas necessidades e ligá-las de u m modo eficaz ao que você tem a
oferecer-lhes. Você t am b é m deve saber como reduzir a resistên cia à m u -
dan ça e como fazer apelos con vin cen tes.
Habilidade número 6
Resolver Conflitos
Habilidade número 7
Atuar em Equipe
A capacidade de u m a pessoa para ser interpessoalmente in teligen te
con st it ui u m desafio, quan do o trabalh o em equipe en tra em cen a. To-
dos n ós estamos en volvidos em algum tipo de trabalh o em equipe, seja
em nossos empregos, com nosso côn ju ge, em u m grupo do bairro ou em
u m a or gan ização de pr est ação de serviços volu n t ár ios. Fazer parte de
u m a equipe é difícil, porque você t em menos con trole pessoal sobre o
resultado do que teria sozin h o. Isso muitas vezes é frustran te, pois você
t em men os oportun idades para declarar seus pontos de vist a e persuadir
outros. At u ar em equipe exige h abilidades especiais, como complemen -
tar os estilos de outros, coordenar os esforços dos membros da equipe
sem ser despót ico e desenvolver u m consenso.
Habilidade número 8
Mudar e Inovar
Fin almen t e, pessoas com talento para lidar com outras são flexíveis e
adapt áveis; elas compreen dem que diferentes pessoas seguem estilos di-
versos. U m a das formas de sair de u m impasse em u m relacion amen to é
mudar o modo como você age nesta relação. Pessoas que t êm sucesso n a
melh or a de relacion amen tos são aquelas que conseguem desligar-se de
velh os h ábit os e sair da r ot in a, mesmo se esses h ábit os são út eis em
algumas sit u ações, e fazer coisas novas e diferen tes. Isso é arriscado, de
modo que é importan te saber at é que pon to você pode colocar seu pes-
coço n a reta.
cada qual oferecendo u m a base firme para o pr óxim o. Desen volver h abi-
lidades em u m a área t am b é m traz ben efícios em outras áreas. Você co-
m eçar á a pensar nessas h abilidades integradas como chaves para o con -
serto e desen volvimen to de relacion amen tos que n em sempre ch egaram
aos níveis que você gostaria.
Ao desenvolver essas h abilidades, você t am b é m descobr ir á muit os
ben efícios:
Ao inf luenciar os out ros posit ivament e, você é valorizado. Muit as pes-
soas d ão conselh os, mas as pessoas recebem bem seus conselhos apenas
se você faz isso de u m modo con strutivo. Seus conselhos serão buscados
porque são sinceros, convincentes e út eis.
Ao resolver conf lit os ef icient ement e, você se t orna conf iável. Se você
for gen til com as pessoas mas abordar agressivamente o con flito, n ão
m agoar á n in gu ém n em fará in imigos. Isso in spir ar á outros a negociar de
u m modo justo.
O QUE SIGNIFICA "INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL"? 17
Cruze seus braços sem pensar. Agora, cruze-os ao contrário, para mudar
o braço que ficará por cima. É uma sensação estranha, não? Pode apostar
que sim. Bem, fique assim por um minuto. Agora, cruze suas pernas sem
pensar. Sim, a parte superior de seu corpo ainda está desconfortável mas
a parte inferior de seu corpo está confortável. Agora, cruze as penas ao
contrário. Todo o seu corpo parece estar em uma posição incomoda. Ago-
ra volte ao modo como você normalmente cruza braços epernas. Sente-se
melhor? Esse é o verdadeiro "você". É confortável fazer as coisas como
estamos acostum ados.
O modo como nos ajustamos nesses dois temas básicos det ermin a,
em grande parte, como nos relacion amos com outros. U m a vez que nos-
so estilo é u m pouco fixo, n in gu ém deve esperar ou desejar u m a m u dan -
ça radical, mas podemos olh ar-n os n o espelho, sen tir orgulh o por nossos
pontos fortes e avaliar nossas deficiên cias e procurar modos de trabalh ar
com pontos fortes e fracos.
Pense em tornar-se apto em termos interpessoais como você pen saria
em tornar-se fisicamente apto. Em b or a nosso tipo corporal, bagagem
gen ét ica e idade lim it em o que podemos realizar fisicamente, ain da po-
COMO DESENVOLVER SUA INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL 21
demos aumen tar nossa apt idão física em relação ao que somos h oje. O
mesmo é verdadeiro em relação à apt idão interpessoal.
E m Desvendar Pessoas você en con t r ar á u m processo em quatro eta-
pas, realístico e factível, para a melh ora de sua in t eligên cia interpessoal.
Pontuação na Habilidade I:
QUAL É O SEU NÍVEL DE INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL
Pontuação na Habilidade 2:
Pontuação na Habilidade 3:
_ 4. Peço feedback & outros para melhorar a mim mesmo, não para caçar cum-
primentos.
Pontuação na Habilidade 4:
Pontuação na Habilidade 5:
Pontuação na Habilidade 6:
QUAL É O SEU NÍVEL DE INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL 27
Pontuação na Habilidade 7:
_ I. Quando um relacionamento não está indo bem, t omo a iniciativa para fazer
algo a respeito.
_ 2. Consigo perceber os padrões existentes em meus relacionamentos com
outras pessoas.
_ 3. M esmo se a culpa não é minha, disponho-me afazer mudanças significativas
em meu comport ament o, quando necessário.
_ 4. Estou disposto a assumir riscos, quando necessário.
_ 5. Sou flexível. Se algo não funciona, volto atrás.
Pontuação na Habilidade 8:
E en t ão, você está pron to para com eçar a melh orar seu QP? Se está,
vamos até a Habilidade de In t eligên cia Interpessoal 1, que diz respeito a
compreen der o que mot iva as pessoas.
Habilidade I
de Inteligência Interpessoal
Compreender as Pessoas
te virá à r eun ião e já ou vi dizer que ele foi super cr ít ico com o
outro executivo de con tas.
LARRY: Você n ão precisa preocupar-se.
LAURA: Be m , eu estou preocupada! Já m u dei m in h a estratégia para a
campan h a três vezes e eu...
LARRY: (In t er r ompen do) Tu do dar á certo.
LAURA: N ã o , mas...
LARRY: Você sempre se sai bem. Sabe, tivemos u m a decisão favorável à
oposição à Vector n a Eu r opa. Assim , agora o clien te quer provo-
car u m a in terferên cia n a patente american a, depois de t udo, por-
que...
LAURA: (Baten do com o prato n a mesa) Aq u i está seu espaguete!
LARRY: ... podemos requerer a in validade da arte an terior que descobri-
mos sem que eles t en h am a seu favor u m a su posição de validade.
(Baixa o jor n al). E en t ão, como foi o seu dia? Laura? (Percebe
que ela saiu) Jamais entenderei essa mulh er !
Com par e Lar r y com Pete. Pete é u m m éd ico que tran smite a seus
pacientes a sen sação de que esses são as ún icas pessoas importan tes em
sua vida n o momen t o em que as atende, embora t en h a u m a sala de
espera lotada. Com o ele consegue isto? Para in ício de con versa, sua equi-
pe de fun cion ár ios t em in st r uções para n ão in t erromper as consultas
com os pacientes exceto em u m a em er gên cia. Ele escuta os pacientes
en quan to esses con tam-lh e seus problemas em detalhes e geralmente
parafraseia o que escuta, para mostrar que está compreen den do. Algu m
tempo atrás, Dr . Pete ach ava que, t ão logo escutasse o suficien te para
fazer u m diagn óst ico, deveria in t erromper o paciente e dar suas reco-
m en dações, porque isso era o mais pr át ico a fazer. En t r et an t o, ao longo
dos anos ele apren deu que in t er r omper as pessoas cedo demais muitas
vezes leva a erros de diagn óst ico. Ele t am b é m percebeu que quan do per-
cebem que estão sendo realmente escutados, os pacientes oferecem mais
in for m ações.
O D r . Pete t am b é m apren deu que as pessoas podem ter suas pr ópr ias
razões para n ão seguirem suas r ecom en dações de tratamen to. Elas po-
32 Desvendar Pessoas
" Deseje"
Conquistando a Motivação para Entender
Melhor as Outras Pessoas
N o t r ab al h o :
• Quando você entrevista um candidato a emprego.
• Quando alguém de sua equipe mostra-se menos cooperativo do que o
normal.
• Quando seu chefe t em expectativas que não lhe parecem sensatas.
• Quando um cliente diz que não gostou de sua proposta.
• Quando sua secretária diz que está com excesso de trabalho.
• Quando a sugestão de um colega parece-lhe absurda.
HABILIDADE 1: COMPREENDERAS PESSOAS 33
Em casa:
• Quando seu parceiro parece muito nervoso.
• Quando seu filho está irritável.
• Quando o professor liga para falar do comport ament o de seu filho na
escola.
• Quando seu melhor amigo está zangado com você.
• Quando seu parceiro parece deprimido sem razão aparente.
• Quando seu filho diz que está sendo provocado por outras crianças na
escola.
• Quando sua mãe queixa-se de algo que lhe parece sem importância.
• Quando sua filha adolescente pára de falar com você.
Aprenda
Três Modos de Compreender Melhor as Pessoas
Pessoas com in t eligên cia interpessoal, aquelas com altos QPs, vêem a
com pr een são como u m processo ativo. Elas sabem que é n ecessário u m
esforço deliberado e que isso exige o uso de seus olh os, ouvidos, vozes,
cérebros e corpos. E m resumo, essas pessoas escutam e obser vam para
captarem as palavras e a lin guagem corporal; elas esclarecem o sign ifica-
do do que ouvem, fazendo perguntas e respondendo aos sen timen tos e
per cepções de outros; e in t er pr et am o com por t am en t o para iden tifica-
34 Desvendar Pessoas
rem a m ot ivação por trás das ações das pessoas. Exam in em os cada u m a
dessas h abilidades em mais detalhes.
Co l o q u e- se n a Si t u ação d o Fal an t e
O filósofo grego Zen o afir m ou: "Temos dois ouvidos, mas u m a só
boca para que possamos ouvir mais e falar men os." Decid a se a out r a
pessoa merece sua at en ção e ofereça toda a sua con cen t r ação ao ouvi-la.
Imagin e a luz de u m h olofote enfocada no falante. Se você est á fazen-
do out r a coisa que possa dist raí-lo, pare. E m vez de trabalh ar em sua
mesa, por exemplo, considere levantar-se e ir para outro local, den tro ou
fora de seu escr it ór io, para aju dá- lo a concentrar-se no falante. Se ne-
cessário, peça para n ão ser in t er r ompido en quan to con versa com essa
pessoa.
Obviam en t e, existem sit uações em que você n ão consegue prestar
at en ção como gostaria: quan do est á n o meio de out ra tarefa, corren do
para a porta, com dor, n o ch uveiro ou en volvido com out r a coisa. Para
poder prestar at en ção, escolh a u m momen t o e local razoavelmente livres
de dist r ações. Às vezes é melh or adiar u m a conversa import an t e do que
dividir sua con cen t r ação e arriscar-se a mal-en ten didos. Nesse caso, você
pode dizer: "Ser á que p od er íam os conversar mais tarde? Assim poderei
dar-lh e a at en ção que você merece."
HABILIDADE 1: COMPREENDERAS PESSOAS 35
tre-se n a essên cia do que est ão dizen do, mas dê-lh es tempo suficiente
para expressarem-se.
Fin almen t e, tente esvaziar sua men te en quan to escuta com at en ção.
Patrícia A n n Ball, ex-presidente da Nat ion al Speakers Association , con ta
a seguinte h ist ór ia:
Quando minha filha era pequena, ouvi dela uma fase incrível, que
recordo sempre. "O que você disse, mamãe? Não ouvi você. Eu estava
ocupada pensando em minha própria resposta!" Ela disse-me isso porque
eu a recriminava naquele instante. Tenha muito cuidado quando estiver
ouvindo alguém mas não estiver escutando, porque está ocupado demais
com sua "própria resposta". (Straight Talk Is Mor e T h a n W ords, p. 35.)
D em o n st r e I n t er esse
Você ob t ém mais in for m ações quan do demon stra interesse pelo que
outros t êm a dizer. Isso acontece porque outras pessoas est ão mais pro-
pensas a comun icar-se abertamente quan do sabem que est ão sendo real-
men te ouvidas. Por exemplo, será que você consegue recordar alguma
conversa que man teve com algu ém que olh ava o tempo todo para outros
pon tos da sala, ou batucava com u m lápis no tampo da mesa? O u com
algu ém que lh e en viava u m olh ar vazio, sem expr essão, e m an t in h a os
br aços cruzados en quan to você falava? Com o você reagiu? A maior ia das
pessoas tende a responder a este tipo de comportamen to retraindo-se ou
calando-se.
O s in d ivíd u os h abilidosos n a leit u r a de pessoas fazem qu est ão de
man t er u m a con exão com elas. Eles fazem con tato visu al con for t ável e
flexível, sem evitar o olh ar de qu em fala n em fitá-lo excessivamen te.
Eles en viam sin ais en corajadores, olh an do para o falan te ou in clin an -
do-se par a a fren te, acen an do e espelh an do com suas expr essões faciais
o que est ão ou vin do (sor r ir é bom , mas n ão se qu em fala est á descre-
ven do o fun eral da m ãe ). Suas ações são o elemen to mais básico de sua
com u n icação. Se seus sin ais n ão- ver bais n ão com bin am com sua fala,
outros sen t ir ão a au sên cia de algo e d em on st r ar ão d escon fian ça ou
reserva.
HABILIDADE 1: COMPREENDER AS PESSOAS 37
Quan do quiser demon strar interesse como ouvin te, tente entender o
que o falante quer ver recon h ecido ou apreciado. Tr an sm it a en ten di-
men to sobre a im por t ân cia do que está ouvin do. Recon h ecimen to é u m
modo import an t e de aumen tar a con fian ça e in cen tivar outros a serem
mais abertos com você.
Lei a a Li ng uag em Co r p o r al
As ações dizem mais que as palavras. Estima-se que apenas 7 % do
impacto que temos sobre outros vêm de nossas escolhas de palavras. O s
9 3 % restantes devem-se à nossa lin guagem corporal e como dizemos o
que dizemos (t om de voz, r it m o e volume da fala). Além disso, nossa
lin guagem corporal é in con scien te em sua maior parte e possivelmente é
a for ma mais h on esta de com u n icação. Assim , é impossível compreen -
der as pessoas sem prestar m u it a at en ção aos seus movimen tos corporais,
expressão facial e qualidades vocais.
Exist e o perigo, por ém , de chegarmos a con clusões apressadas com
base em u m ú n ico comportamen to. Quan do u m a pessoa está de br aços
cruzados, será que ela faz isso porque se sente am eaçad a ou simplesmen -
te n ão acredita no que você está dizendo? Ser á que o silên cio da pessoa
sign ifica irritação? O u medo? O u perplexidade? Ser á que u m a pessoa
com as m ãos nos bolsos está escondendo algo ou critican do o que você
diz (ou sente frio nas m ãos)?
Ler sinais n ão-verbais corretamente depende de perceber u m agru-
pamen to de comportamen tos. Por exemplo, quan do u m a pessoa fecha
seus olh os, cruza os br aços e permanece em silên cio, provavelmen te ela
está rejeitando o que você diz! A tabela a seguir oferece u m guia razoável
para ler o estado emocion al de u m a pessoa.
Falt a de int eresse Olhar vazio, rabiscar, olhar em volta, voz monót ona, bater os
pés incessantemente, batucar na mesa
HABILIDADE 1: COMPREENDER AS PESSOAS 39
Raiva Rubor facial, voz alta, dedo apontando para o falante, olhos
duros, pernas/ braços cruzados, cenho franzido
Par af r asei e
Ao parafrasear, você devolve ao falante o que este lh e disse. Faça isso
repetindo sua mensagem, acurada e sucin tamen te, em suas pr ópr ias pa-
lavras. Paráfrases ajudam a esclarecer o sign ificado, de duas man eiras
importan tes. E m pr imeir o lugar, ao oferecer sua ver são do que ou viu ,
você testa sua com p r een são. Se você en ten deu m al, o falante t em a
oportun idade de cor r igir a mensagem. Se você en ten deu corretamen te,
obt er á a con fir m ação disso. E m segundo lugar, u m a par áfr ase demon s-
tra sua at en ção e interesse, "recompen san do" o falante e in cen tivan do-o
a prosseguir, em u m nível mais profun do. Isso aumen t a suas chances de
saber o que o falante realmente t em em men te.
As pessoas às vezes rejeitam a n oção da par áfr ase, geralmente porque
já t iver am exper iên cias negativas com ela. Parafrasear n ão é eficiente se
feito como pu r a r epet ição:
Reaj a à Em o ção
O s sentimentos são u m aspecto crucial do sign ificado. O modo como
algu ém se sente acerca de u m acon tecimen to m u it a vezes é bem mais
import an t e do que as cir cun st ân cias que o en volvem. Ain d a assim, m u i-
tas pessoas h esitam em responder a outras em u m nível emocion al. Elas
podem ach ar que os sentimentos são pessoais demais para serem discut i-
dos. Se você evita reconhecer os sen timen tos de outras pessoas, est á sa-
crifican do u m aspecto cr ucial da com pr een são e da con exão que pode
manter. Quan do você consegue traduzir suas obser vações em u m a refle-
xão acurada do estado emocion al de algu ém n o momen t o, isto permite-
lh e compar t ilh ar u m poderoso recon h ecimen to do sign ificado.
Co m o a paráfrase, a resposta à em oção envolve refletir sobre a m en -
sagem do falante ou , essencialmente, preen ch er as lacun as: "Você se sen-
te ." Respostas às em oções são particularmen te válidas quan do o
t om de voz e lin guagem corporal de quem fala t r an smit em forte emo-
ções (por ex., olh os lacrimejan tes ou m an d íb u las cerradas), ou quan do
44 Desvendar Pessoas
3. I n t er p r et an d o o Co m p o r t am en t o
A m aior ia das pessoas con corda com o ditado "As ações falam mais
que as palavras". En t r et an t o, compreen der as ações de algu ém muitas
vezes é difícil. Você pode entender por que pessoas parecidas com você
comportam-se de determin ada man eir a. Con t u d o, quan do precisa lidar
com in divídu os cujas necessidades, estilos e bagagens de vida são sign ifi-
cativamen te diferentes das suas, as coisas podem ficar confusas. Três h a-
bilidades essenciais que o aju dar ão a in terpretar o comportamen to de
outros são avaliar seus objetivos, determinar seus estilos pessoais c reconhecer
suas diferenças.
Aval i e o s Ob j et i v o s
Todos n ós buscamos três objetivos básicos, em variados graus, para
nos sen tirmos seguros e dignos: controle, conexão e com petência.
Estar n o controle sign ifica ter poder sobre sua vida — sentar-se n o
banco do motorista, em vez de an dar de caron a, por assim dizer. O s
in divídu os que crescem em ambientes com demasiado ou m u it o pouco
46 Desvendar Pessoas
con trole podem desenvolver pr eocu pações profundas acerca do con tro-
le, quan do adultos. Cr ian ças com u m pai ou m ãe que abusa de álcool,
por exemplo, com frequên cia, crescem em u m ambiente familiar caót ico,
onde o comportamento é errático e imprevisível. Quando adultas, elas
podem preocupar-se excessivamente em man ter lares muit o organizados e
rotinas regulares. Muit as vezes, pessoas com necessidades excessivas de
controle ten tam controlar outros, em vez de aceitarem que o m áxim o que
podemos fazer é controlar a n ós mesmos. Outras n ão se preocupam em
controlar aqueles ao seu redor, mas con trolam excessivamente a si mes-
mas. U m exemplo extremo é alguém com u m transtorno alimentar.
E m contraste, pessoas que se relacion am com outras cedendo o con -
trole (digamos, algu ém que apren deu, desde cedo n a vida, a con viver
com u m pai demasiadamente r ígido e provocador) parecem fracas, in de-
cisas ou excessivamente respeitosas. Elas ten dem a per mit ir que outros as
con t r olem. E m vez de buscarem o con trole, tornam-se dependentes de
outros. U m exemplo clín ico é algu ém com agorafobia.
A conexão com outros sign ifica in clu são, en volvim en t o, parceria,
apoio, amor, afeto e afiliação. Pessoas com pr eocu pações ligadas à cone-
xão t emem ser deixadas de fora ou ignoradas. Pr eocupações extremas
com a con exão podem desenvolver-se a par t ir de experiên cias precoces
de aban don o ou su per pr ot eção. O s in divídu os demasiadamente preocu-
pados com a con exão podem parecer carentes ou in trometidos. Eles po-
dem viver suas vidas através de outras pessoas.
Pessoas que sen tem desconforto em relação à con exão podem ser
retraídas ou evitar outras pessoas. Essas pessoas muitas vezes sentem-se
ambivalentes quan to a conectarem-se com outros: podem desejar fazer
isso, mas t êm medo ou acreditam que n ão merecem tal associação. E m
vez de ligarem-se aos outros, conseguem apenas u m distanciamento maior.
Esses in divídu os podem buscar at en ção pela rebeldia ou desvios de com -
port amen t o. As respostas que ob t êm geralmente r efor çam sua am bi-
valên cia. Essas são as pessoas que vivem de acordo com o ditado: "Falem
m al, mas falem de m i m . "
Quan do a competência é o objetivo, as pessoas preocupam-se em ter
sucesso e demon strar talento e d om ín io para si mesmas e para os outros.
HABILIDADE 1: COMPREENDER AS PESSOAS 47
mais útil oferecer-lhe algum a em patia pelo que vem passando, bem como
algum as escolhas adicionais em sua rotina cotidiana.
O jovem conta am argam ente a um am igo: "Eu ficava maluco porque ela
estava sempre me pedindo para fazer coisas! Quero dizer, essa mulher
instalou um aparelho de ar-condicionado em seu quarto. Ela m esm a
trocava o óleo do carro, pelo amor de Deus! E então ficava pedindo-me
para fazer coisinhas idiotas para ela, como trocar o cartucho de tinta do
aparelho defax ou verificar a pressão dos pneus. Era ridículo!" Enquanto
isso, ela diz à am iga: "Ele jamais demonstrava seu amor por mim! Nun-
ca me abraçava nem me cham avapor apelidos carinhosos. E então, quando
eu pedia pequenos favores como, digam os, verificar a pressão dos pneus
do meu carro, apenas para sentir que ele se preocupava comigo, ele nega-
va-se afazer!" O homem tinha um foco sobre sua competência, enquanto
ela estava tentando manter uma ligação maior com ele.
• Co m o você aprende?
Sentidos (S): atentando para fatos, dados, para "o que está à vista"
Intuição (N): atentando para possibilidades, padrões gerais, "para a situa-
ção geral"
• Co m o você decide?
Pensando (T): pela lógica, por parâmetros objetivos
Sentindo (F): por valores, pela harmonia interna
mais urgente para consertar coisas, por exemplo, en quan to as mulh eres
podem preocupar-se mais com a empatia, quan do algo parece errado.
Difer en ças n a or ien t ação sexual t am b é m podem criar barreiras para a
com pr een são. Pessoas gays e lésbicas muit as vezes sentem-se menospre-
zadas e desaprovadas pela cult ur a domin an t e e podem perceber alguns
eventos e cir cun st ân cias de acordo com essa visão.
Faixa etária: Adu lt os mais velh os que cresceram duran te a Depr essão
n orte-american a podem jamais sentir-se realmente seguros em termos
financeiros. A ger ação pós- gu er r a tende a definir-se como a cult ur a do-
min an t e e cresceu com u m a expectativa de que seu padr ão de vida me-
lh or ar ia cada vez mais. A Ger ação X apren deu a viver com u m m u n do
de possibilidades t ecn ológicas em constante t r an sfor m ação. N ã o deve
causar espanto, portan to, o abismo entre ger ações.
Nossas diferen ças apresentam muitos desafios para compreen dermos
e apreciarmos un s aos outros. Elas são parte do tecido de nossas vidas.
Quan do podemos ouvir e ver outros com toda a riqueza de sua diversi-
dade, torn amo-n os mais sábios.
Experimente
Exercícios para Melhorar a Compreensão
Pense nessas atividades como "experiên cias com a m u d an ça". Eles
são oportun idades para experimen tar cada u m a das h abilidades en volvi-
das em compr een der outras pessoas, com o u m a p r ep ar ação par a a
im plem en t ação de seus pr ópr ios objetivos para a m u d an ça pessoal. Ten -
te u m a ou mais dessas experiên cias e fique à von tade para in ven t ar algu-
mas por con ta pr ópr ia.
HABILIDADE 1: COMPREENDER AS PESSOAS 53
Ou v i r e Ob ser v ar
1. Inicie um registro diário de suas conversas em casa ou no trabalho, duran-
t e alguns dias, e registre a frequência com que interrompe as pessoas.
Você pode fazer isso informalmente, colocando um objeto, como uma
moeda ou clipe de papel, em determinado bolso sempre que perceber
que está interrompendo alguém. Calcule a porcentagem de suas conver-
sas que incluíram interrupções. O que você acha de sua taxa de interrup-
ções? Se você não está satisfeito, escolha uma pessoa ou situação especí-
fica e, durante um dia inteiro, abstenha-se absolutamente de interrompê-
la. Perceba como isso o faz sentir-se e como os outros respondem. Veja
se pode identificar o que o impede de prestar atenção, depois leia sobre
as barreiras e as prescrições que ofereceremos logo a seguir, para selecio-
nar possíveis soluções.
2. Pense em uma pessoa que você considera o melhor ou a melhor ouvinte,
alguém com quem você se sente absolutamente à vontade para conver-
sar. Durante uma semana, estude seu comport ament o não-verbal em
conversas que esta pessoa mantém com você e com outros. O que a
pessoa diz, que transmite interesse e aceitação? Anot e alguns dos com-
portamentos dessa pessoa. Depois, observe se qualquer desses compor-
tamentos é parte de seu próprio repertório atual. Se não, quais deles
você estaria disposto a experimentar? Escolha um ou dois e coloque-os
em prática.
I n t er p r et ação d o Co m p o r t am en t o
1. Pense em alguém que você simplesmente não consegue compreender.
Pense no comport ament o desta pessoa em algumas situações. Qual pa-
rece ser seu objetivo principal: cont role, conexão ou competência? Os
objetivos dessa pessoa são diferentes dos seus? Depois de reconhecer
o objetivo dessa pessoa na maioria das situações você consegue com-
preendê-la melhor? Você mudaria alguma coisa em seu próprio compor-
tamento ao lidar com essa pessoa no futuro?
2. Identifique alguém o mais diferente possível de você. Em uma escala de I
a 10, onde I é a classificação mais baixa e 10 a mais alta, classifique seu
grau de compreensão sobre os valores, comportamento e motivação dessa
pessoa. Agora, relacione alguns dos pontos em que essa pessoa difere de
você, incluindo objetivos, estilo pessoal e fatores demográficos. Quais
dessas diferenças podem estar interferindo com sua capacidade para com-
preender esta pessoa? Tente imaginar-se como se fosse ela, vendo o mundo
por seus olhos. Co m o você se sente? De que maneira as coisas parecem
diferentes? Agora, reavalie sua compreensão acerca dessa pessoa. Há al-
guma mudança?
Coloque em Ação
Superando as Próprias Barreiras à Mudança Duradoura
Exist e u m ditado que diz: "Todos quer em crescer, mas n in gu é m quer
m u dar ." Mu d ar é difícil, especialmen te par a adultos. Devem os estar pre-
parados para en con t r ar barreiras e empecilh os, mesmo quan do r ealmen -
te desejamos compreen der m elh or as outras pessoas. Par a isso, é út il
HABILIDADE 1 : COMPREENDER AS PESSOAS 55
Vo cê n ão co n seg u e m an t er a at en ção p o r m u i t o t em p o .
Force sua atenção, fingindo que t erá que fazer um teste sobre o que a
pessoa está dizendo. Parafraseie muito e resuma de quando em quando
para manter seu foco. Imagine que você é um jornalista ou entrevistador
que anota tudo cuidadosamente.
O q u e o o u t r o d i z não f az sen t i d o .
Sonde para compreendê- la melhor e use as habilidades de esclarecimen-
t o do significado. Pode ser que a pessoa esteja confusa ou usando uma
moldura de referência muito diferente da sua. Faça perguntas, parafraseie
e responda às emoções da pessoa para compreender melhor o que ela
lhe diz. Imagine quais possam ser seus objetivos.
Expressar-se Claramente
ticas dos au t om óveis que ven de até as opções de leasing dispon íveis aos
clientes. El a possui u m a h abilidade impression an te para explicar in for-
m ações t écn icas em termos que qualquer pessoa, até aquelas completa-
men te ignorantes a respeito de veículos, conseguem entender. U m de
seus talentos, por exemplo, é comparar as caract eríst icas de u m carro
com aparelhos d om ést icos comun s. Além disso, ela n ão diz mais às pes-
soas do que essas desejam saber naquele momen t o. Quan do pedem que
Sally compare os veículos que ven de com os de u m a com pan h ia r ival, ela
responde direta e h on estamen te. El a fech a muitas vendas em grande
parte porque fala com entusiasmo sobre sua pr ópr ia exper iên cia com o
produto que ven de. Além disso, seu calor h u m an o, simpat ia e conversa
en volven te fazem de Sally algu ém de quem gostamos à pr im eir a vista. Se
ela consegue oferecer o que u m clien te procura, este sente von tade de
comprar dela, n ão de outro vendedor.
Desef
Motivando-se para Tornar-se um Excelente Comunicador
Co m o dissemos antes, é difícil mudar. Todos n ós estamos propensos
a alguma in flexibilidade em algumas áreas. Isso n ão quer dizer que n ão
podemos mudar, mas que precisamos de motivos que nos levem a isso.
Se você con siderar as sit uações de sua vida cot idian a nas quais u m a me-
lh or com u n icação pode aju dá- lo, iden t ificar á recompensas específicas
advin das de u m aper feiçoam en t o nessa h abilidade. Quan to mais perso-
n alizado o ben efício, mais poderosa é nossa m ot ivação para mudar.
62 Desvendar Pessoas
Que sit u ações exigem m aior clareza em sua com u n icação? Quan do
você pen sa nas diferentes áreas de sua vida, em quais delas a com u n ica-
ção h abilidosa pode m elh or ar ain da mais seu sucesso e felicidade? Ser á
que em algumas dessas sit u ações você às vezes sente alguma in sat isfação
com a for m a como deu seu recado? Verifique-as.
N o t r ab al h o :
• Fazer uma apresentação de dez minutos sobre um projeto complicado
para um cliente.
• Orient ar um novo empregado sobre os procedimentos do escritório.
• Apresentar suas idéias para melhorar um produto para membros céticos
de sua equipe.
• Dar instruções detalhadas para um funcionário t emporário do escritório.
• Conduzir um exame de desempenho com um subordinado que não re-
conhece suas deficiências na função.
• Atualizar seu chefe impaciente e ocupado sobre o andamento de seus
projetos.
• Conversar com clientes importantes durante um almoço de negócios.
• Transmitir suas idéias aos colegas durante reuniões
• Apresent ar sua experiência e qualificações durante uma entrevista de
emprego.
Em casa:
• Cont ar os fatos importantes do dia a um companheiro cansado.
• Dar instruções para uma nova babá.
• Ajudar seus filhos com os deveres de casa.
• Conversar com um novo conhecido em uma festa.
• Responder as perguntas de seu sogro sobre seu emprego.
• Explicar a alguém como chegar em sua casa de carro.
• Conversar com seu filho adolescente sobre os perigos das drogas.
• Descrever os sintomas que o incomodam a um médico muito ocupado.
• Treinar a equipe de futebol de seu filho.
• Expressar seus gostos e preferências para um novo amigo.
HABILIDADE 2: EXPRESSAR-SE CLARAMENTE 63
Aprenda
Três Modos de se Tornar um Comunicador Melhor
Pessoas com alto Q P fazem três coisas m u it o bem: elas t r an sm it em
su a men sagem, de for ma con cisa, h on esta e expressiva; elas dizem dire-
t amen t e o que pen sam e sen tem, sem rodeios; e elas in clu em o ou vin t e,
permit in do-lh e fazer perguntas e esclarecer o que disseram.
Agor a, examin aremos mais atentamente cada u m desses três cam i-
n h os para a com u n icação efetiva.
I . Tr an sm i ssão d a M en sag em
O que você precisa para t r an smit ir sua mensagem? Bon s com u n i-
cadores fazem isso pensando antes de falar, orientando e resum indo e pin-
tando com palavras.
Pen se A n t es d e Fal ar
Imagine-se fazendo o foco para u m a fotografia. Você pode fixar o foco
para "in fin it o" para capturar u m a paisagem ampla, ou pode fazer u m "zoom"
para u m retrato, mas n ão pode fazer ambos simultaneamente. Similar-
mente, para tran smitir suas idéias com clareza, você precisa decidir quan ta
in for mação in cluir. N a pr óxim a vez que descrever para algu ém como foi
sua semana, por exemplo, decida com an t ecedên cia se você deseja dar
in formações gerais ou contar tudo em detalhes. Már cia, que conhecemos
pouco antes com sua fala vaga, jun t ava consistentemente muitos fatos
irrelevantes em sua fala. Por outro lado, se você já ten tou escutar algu ém
que deixa de fora in for mações importantes ou salta de u m para outro
t ópico n ão relacionado ao anterior, sabe o quanto isso pode ser confuso.
Bon s comun icadores n ão pen sam em voz alta. Eles or gan izam e
pr ior izam as mensagens que desejam t ran smit ir, salientando os pontos
64 Desvendar Pessoas
mais importan tes. É fácil ouvi-los porque pen sam antes de falar. Você
t am b é m pode ser assim, preparando o que deseja dizer, em vez de falar
impulsivamen t e. Isso é especialmente import an t e quan do a mensagem é
complexa.
Imagin e que você está oferecendo u m resumo da t r ama de u m filme
para u m amigo. At é que pon to você poderia fazer isso sem perder-se em
detalhes excessivos? Você t am b é m pode imagin ar que precisa delegar
u m a tarefa importan te a out ra pessoa. As chances de ser compreen dido
aumen t am se você pensar antes de falar. Quan do você pensa em voz alta,
muitas in for m ações irrelevantes (o que os especialistas em com u n icação
ch am am de "r u ído") per t ur bam a com u n icação.
Or i en t e e Resu m a
Se você preparar o ouvin t e para receber novas in for m ações e recapi-
tular pontos importan tes n o final, será mais fácil torn ar sua mensagem
mais clara. Est e tipo de or ien t ação prepara o terreno para u m a breve
apr esen t ação do t ópico ou tarefa, de modo que o ouvin t e saiba sobre o
que você falará. Fracos comun icadores mer gulh am direto n o tema, sem
darem aos ouvin tes u m a oportun idade para fazer o foco. Todos n ós usa-
mos or ien t ação, pelo menos in for malmen t e. "É melh or você sentar-se",
por exemplo, prepara o ouvin t e para u m ch oque. "Ten h o boas e m ás
n ot ícias", prepara-o para u m misto de prazer e desapontamento. Tam -
b ém oferecemos or ien t ações com m u it a fr equên cia n o trabalh o ("Pr eci-
samos conversar sobre as vendas do ú lt im o trimestre") e em casa ("Que-
r ida, sobre a n oite passada...").
Quan do você deseja a at en ção plen a e a par t icipação em u m a tarefa,
u m a or ien t ação mais detalh ada pdde ser útil. Supon h a que, como geren-
te, você est á prestes a con duzir u m exame de desempenho com Joe, u m
novo fun cion ár io. Joe está ansioso e n ão sabe realmente o que esperar.
Você pode aju dá- lo a participar n o processo de exame com u m a breve
or ien t ação, como abaixo:
Pi nt e co m as Pal avr as
Fin almen t e, se você deseja realmente dar o seu recado, n ão pode ser
u m comun icador pr egu içoso. U m a cr ian ça pode responder à pergun ta
"Co m o foi o seu dia?" com "Fo i bom " e n ada mais; você, p or ém , precisa
ser mais in for mat ivo. É melh or dizer "Ach o que esta proposta n ão dar á
certo por que..." em vez de "Isso é u m a droga", e é melh or responder à
idéia de out ra pessoa com "N ã o con cordo com ... porque..." do que com
"O qu ê?!"
Além disso, tente usar u m a linguagem criativa e vívida, que in clua
exemplos, metáforas e analogias que ajudem a tran smitir sua mensagem.
Por exemplo, perguntamos recentemente a u m especialista por que as
mulheres são geralmente mais criativas que os h omen s. Ele respondeu: " O
corpo caloso que conecta os h emisférios esquerdo e direito do cérebro
masculin o é como u m a estrada de terra. No cérebro das mulh eres, é mais
como u m a auto-estrada bem conservada." En ten demos a mensagem.
Podemos ouvir algu ém dizen do "Ah , está bem, mas n ão sou poeta
n em professor! Você sabe, n em todas as pessoas t êm o vocabu lár io de u m
ganh ador do Pr ém io Pulit zer !" Con cor do. Con t u d o, você pode colocar
alguma energia n a expan são de seu vocabu lár io e usar mais do que você
já sabe. Nossos professores e pais n ão estavam errados quan do nos d i-
ziam para procurar a defin ição de palavras que n ão con h ecíam os. É útil,
t am b ém , ler livros e jor n ais, para con t in uar aprendendo. Mu it as pessoas
t am b é m ach am que un ir-se a u m grupo como o Toastm asters* oferece
oportun idades para praticarem sua or at ór ia com outros, além de recebe-
r em feedback sobre seu desempenh o. Você pode aprender a ser bom com
as palavras, se desejar.
N o m ín im o, é import an t e precaver-se con t r a referên cias dú bias. Se
você diz "Você pegaria o relatório para m im ?", garanta que o ouvin t e
sabe a que relatório você está se referin do. Se você disser "Por que você
ain da est á trabalh an do n isso?" será que o ouvin t e sabe o que você quer
dizer com isso*. Se você diz "Você precisa levar seu trabalh o a u m nível
diferen te" será que isso sign ifica que u m superior dever á aprovar o traba-
lh o ou que o ouvin t e precisa melh orar seu desempenho?
A boa com u n icação requer reflexão e esforço. Você tem m u it o mais
sucesso n a t r an sm issão eficiente de sua mensagem quan do reserva algum
tempo para decidir o que deseja dizer e en con tra as palavras certas para
dizê-lo.
2. V á D i r et o ao Po n t o
Bon s comun icadores vão direto ao pon to, deixan do claras suas i n -
t en ções e sen timen tos. Eles n ão con fun dem ou en gan am seus ouvin tes
apenas sugerindo o que preten dem dizer, evitan do o assunto ou fazendo
rodeios. Con t u d o, para muit os de n ós, ir direto ao pon to pode ser difí-
cil. Tor n amo-n os t ím id os ou constrangidos ante a perspectiva de sermos
diretos demais com os outros, ou tememos parecer controladores ou
aut or it ár ios. O s elementos fun damen tais da fala direta dizem respeito a
assum ir o que você diz, deixar o ouvinte à vontade e ser consistente.
A ssu m a o q u e D i z
Faça frases com "eu ", quan do quiser compar t ilh ar os seus sen timen -
tos ou opin iões. Se o que você quer dizer é "Ach o que Joey n ão est á se
esfor çan do o suficiente em seus deveres de casa", en t ão deve dizer isso e
n ão "Você n ão ach a que o Joey est á passando tempo demais n a r u a com
os amigos?" Se você n ão t em certeza de que o compreen deram, n ão per-
gunte "Vocês en ten deram?" e sim "Est ou sendo claro?"
Todos t êm o direito a u m a perspectiva. Você n ão precisa apresentar
todas as suas opin iões o tempo todo, mas quan do optar por compar t i-
lh ar o que t em em men te, aceite o fato de que esta é sua opin ião, n ão a
verdade absoluta. Diga "Ach o que este plan o est á m al orien tado" ou
"Parece-me que você está ten tan do con trolar m in h a vida", em vez de
"Você est á con trolan do m in h a vida".
Ao mesmo tempo, evite qualificar o que pensa e sente pelo uso de
expressões como meio que, tipo, talvez, será, um pouco en quan to expressa
68 Desvendar Pessoas
D ei x e o Ou v i n t e à Vo n t ad e
Ir direto ao ponto n ão significa que você precisa deixar outros n a de-
fensiva. As pessoas sentem-se tensas quando seu controle é removido ou
quando sua auto-estima é alvo de ataque. Evite palavras como sem pre e
nunca, mesmo ao cumprimen tar alguém. É terrível ouvir de alguém: "Você
n un ca pede desculpas." E pense no impacto de dizer a algu ém "Sua apa-
rên cia está sempre excelente!" Pode haver, aí, a implicação de que é melh or
a pessoa n ão aparecer em sua frente u m pouquin h o menos arrumada.
U m a ou t r a d ica é descrever o com por t am en t o de al gu é m sem
in terpretá-lo. É melh or dizer "Você n ão me deixa t er min ar de falar" do
que "Você n ão se im por t a com o que eu ten h o a dizer, n ão é?" além
disso, n ão con trole a solu ção dizen do algo como "Devemos ficar den tro
de nosso or çam en t o", quan do pode compar t ilh ar o problema dizen do
"Est ou preocupado por ultrapassarmos nosso or çam en t o. O que pode-
mos fazer a este respeito?"
Sej a Co n si st en t e
U m a pessoa que vai direto ao pon to é consistente ao longo do t em-
po. El a n ão diz, em u m dia "N ã o me impor t o com o que faremos sáb ad o
à n oit e" e n o dia seguinte "Por que temos que ir ao cin em a n ovamen te?"
A out r a pessoa sente-se realmente confusa quan do às vezes aprovamos
u m a ação e em outros momen tos demon stramos desagrado.
Além disso, se nossos lábios dizem "n ão" mas nossos olh os dizem
"sim ", as pessoas sentem-se confusas. A com u n icação clara e sin cera con -
t ém mensagens verbais e n ão- ver bais congruentes. As pessoas muitas
vezes n ão t êm con sciên cia da discr epân cia entre suas palavras e sua lin -
guagem corporal. Elas n ão recon h ecem, por exemplo, que est ão evitan -
do o contato visual com o chefe en quan to garantem-lh e que o projeto
será entregue n o prazo, ou garan tin do à esposa que est ão ouvin do, en -
quan to o olh ar está grudado n a T V .
HABILIDADE 2: EXPRESSAR-SE CLARAMENTE 69
Se as pessoas muitas vezes parecem nao aceitar o que você diz, tente
observar sua lin guagem corporal de vez em quan do. Se algu ém gritasse
"Alt o!" para n ós em pon tos aleat órios duran te nossas conversas, pode-
r íam os sentir surpresa com nossos pr ópr ios gestos, expressões e posições.
Assistir-se em vídeo pode ser u m modo útil de aumen tar sua con sciên cia
quan to à sua lin guagem corporal.
3. I n cl u a o Ou v i n t e
O s bons comun icadores falam com as pessoas, nao para elas. Você já
esteve em u m a sit uação em que camin h ava ao lado de algu ém e falava
com essa pessoa e de repente percebeu que ela parara meia quadra atrás
para olh ar u m a vit r in e en quan to você con t in uava falando? A comun ica-
ção n ão ocorre se a out ra pessoa n ão está com você. É possível reduzir o
risco de deixar outros para trás se você tentar falar a língua da outra
pessoa, permitir que o outro fale e confirmar a compreensão do que disse.
Fal e a Líng ua d o Ou v i n t e
Use o que você sabe sobre a outra pessoa, para falar-lhe em sua pr ó-
pr ia m oldu r a de referên cia. Se você prat icou as h abilidades de escuta
eficiente n a Habilidade de In t eligên cia Interpessoal 1, pod er á prestar
at en ção em outras pessoas e recordar materiais importan tes que essas lh e
t r an sm it ir am . In corporan do as palavras e experiên cias dessas pessoas,
você pode con quistar sua at en ção e man t ê- las do seu lado, quan do con -
versar com elas.
Alguns anos atrás uma colega, que vive na praia com sua família,
descreveu em detalhes vívidos como uma tempestade intensa com ven-
tos fortíssimos arrancou o telhado de sua casa. Recentemente, um novo
administrador anunciou algum as mudanças bastante radicais e impo-
pulares no funcionamento de nosso departamento. A colega, que falta-
ra à reunião onde o administrador fizera o anúncio, perguntou: "E
então, como foi? Foi muito ruim?" Nossa resposta: "Lembra-se de quando
o vento arrancou o telhado de sua casa?" Ela entendeu claramente a
m ensagem .
70 Desvendar Pessoas
Per m i t a q u e o Ou t r o Fal e
Se você quer in clu ir o ouvin t e, abandone o microfone. Às vezes, dar ao
ouvin te u m a ch an ce para reagir ou fazer perguntas é o suficien te para
m an t ê- lo ao seu lado. Se h ouver alguns segundos de silên cio, n ão se
apresse para preen ch er o espaço vazio. Con t e at é dez e dê à out r a pessoa
a oportun idade para dizer algo.
Além disso, n ão in un de as pessoas com in for m ações e n ão espere que
elas recordem tudo o que foi dito. U m orador fala em m éd ia 150 pala-
vras por m in u t o. Isto é m u it o material para recordar. O que acontece
depois de u m m in u t o ou mais de fala incessante? O ouvin t e já desistiu
de se con cen trar n o que você diz e agora está ouvin do (mas n ão escutan-
do realmen te) u m a m éd ia de 400- 500 palavras por m in u t o. N ã o é de
admirar que a men te saia para passear quan do enfrentamos u m a pessoa
excessivamente tagarela.
Co n f i r m e a Co m p r een são
N ã o é o que você diz à out r a pessoa que con ta. O que con t a é o que
a out r a pessoa guarda do que foi dito. C o m demasiada fr equên cia, as
pessoas n ão per m it em que seus ouvin tes ajudem-nas a ser mais claras.
Tu do o que dizemos a out ra pessoa é in terpretado por esta de alguma
HABILIDADE 2: EXPRESSAR-SE CLARAMENTE 71
man eir a. Se você disse a algu ém algo t ão simples como "Dob r e u m pe-
daço de papel de 20 x 30 cm pela metade", como saber á se a pessoa
dobr ar á o lado de 20 ou o de 30 cen t ímet r os? Ao investigar se está sendo
claro, você d á alguma liberdade para que a pessoa pergunte: " E m que
sentido devo dobrar?" Deixe que o ouvin t e ajude a torn ar sua com un ica-
ção mais clara.
Às vezes você pode estar expressando idéias complicadas e cogitar se
está sendo claro. Você con t in u a falando at é finalmente ter t ermin ado de
dizer o que pretendia? Mu it as vezes é mais produt ivo parar logo e fazer
perguntas para verificar a com pr een são do ouvin t e. C o m u m a pergun ta
simples como "Isso faz sen tido?", você pode con vidar a par t icipação do
ouvin t e, dar-lh e a oportun idade para falar e con fir mar se sua mensagem
foi recebida. Se o ouvin t e n ão o compreen de, você t em a ch an ce de
reformular sua mensagem. Dr e w e Leslie estavam con versan do ao telefo-
ne sobre seu relacion amen to à lon ga dist ân cia.
D REW : Você deveria criar o h ábit o de me man dar e-mails com mais fre-
qu ên cia. Ser á que isso faz sentido para você?
LESLIE: Por que você está dizen do isso? (u m pouco agitada)
D REW : A h , eu pensei que você poderia reduzir sua con t a telefón ica des-
sa man eir a. Sabe o que quero dizer?
LESLIE: Si m , ach ei que você queria dizer que discu t ir íam os men os se eu
lhe mandasse e-mails.
D REW : N ã o é isso! Fico con ten te por esclarecermos isso. Se n ão, tería-
mos realmente discutido.
Tente
Exercícios para Melhorar as Habilidades de Comunicação
Se você estivesse em trein amen to para u m a cor r ida de oito qu ilóm e-
tros, in dubit avelmen t e alon garia seus m ú scu los antes. Con sider e esses
experimen tos com a m u d an ça como exercícios de aquecimen to para
aju dá- lo a ser u m melh or comun icador. Escolh a u m ou mais para tentar
ou adapte-os para suas sit uações de vida.
72 Desvendar Pessoas
Tr an sm i ssão d a M en sag em
1. Por uma semana, concentre- se em sua escolha de palavras. Tente sele-
cionar os melhores modos de transmitir sua mensagem em conversas
importantes. Para ajudá-lo, tente construir seu vocabulário obtendo um
livro do tipo "o poder da palavra", lendo boa literatura ou procurando o
significado de palavras desconhecidas. Atente para o uso da linguagem por
outras pessoas. Quando pensar em usar uma palavra não muito específica
(como "legal", "ruim", "o.k."), pense em outras possibilidades. Além disso,
dê exemplos que demonst rem o significado.
2. Escolha uma tarefa específica que precisa delegar a alguém. Escreva, pala-
vra por palavra, como você explicaria a tarefa à pessoa, incorporando os
elementos cruciais da orientação eficiente:
Beneficio da tarefa:
Quero que você conduza entrevistas com nossos alunos quando concluí-
rem o program a. V ocê pode perguntar, por exem plo, sobre a reaçao dos
alunos à prática clínica. Esperam os obter um feedback útil sobre nosso
program a. Penso que cada entrevista levará 30 m inutos. Tem os oito alu-
nos form ando-se neste sem estre. A gora, vejam os os detalhes.
Pode ser válido, t ambém, avançar e tentar sua orientação verbalmente com a
pessoa que você escolher, perguntando-lhe depois se sua comunicação foi
suficientemente clara.
D i r et o ao Po n t o
I. Escolha um contexto ou situação específica nos quais você possa praticar
declarações com "eu" (por exemplo: um encontro regular com sua equi-
pe, um encont ro social ou quando você fala com outra pessoa importante
em sua vida). Durante uma semana, registre a frequência com que você
HABILIDADE 2: EXPRESSAR-SE CLARAMENTE 73
fala em seu próprio nome. Você está fazendo isso com frequência maior
ou menor do que deseja? O que o impede de formular sentenças com
"eu"?
2. Mantenha um registro de situações nas quais você não foi direto com
outra pessoa — quando você apenas deu a entender algo e se colocou
em cima do muro, mas não disse o que sentia — , ou uma situação em
que você acabou por abordar um outro assunto, não aquele que preten-
dia comentar. Pense sobre as razões para t er sido evasivo. Selecione uma
ou duas situações que podem surgir novamente e pense como poderia
ser mais direto.
Tente colocar seu plano em prática e veja o que acontece.
In cl u i n d o o Ou v i n t e
1. Selecione um tópico — uma situação profissional, um problema, uma
experiência, uma idéia — que você poderia compartilhar com um paren-
t e, amigo ou colega de trabalho. Escolha três pessoas diferentes com quem
você pode discutir este tópico. Faça algumas anotações de como você
poderia apresentar informação a cada uma dessas pessoas de um modo
único e personalizado. Você usaria uma linguagem mais ou menos técni-
ca? Exemplos diferentes? Depois que estiver satisfeito com suas anota-
ções, dê o próximo passo e realmente compartilhe suas apresentações
individualizadas com cada pessoa. Co m o você se saiu?
2. Pratique a confirmação da compreensão por uma semana. Sempre que
tiver falado muito ou apresentado um tópico complicado, verifique a com-
preensão do ouvinte, fazendo perguntas como "Fui claro?" ou "E então, o
que você acha?" Co m base nas respostas das pessoas, você diria que está
sendo claro na maioria das vezes? Se não, o que poderia mudar?
Coloque em Ação
Superando as Próprias Barreiras à Comunicação Clara
U m a vez que nao h á u m a su per abu n dân cia de incríveis comun icado-
res n o m u n do, podemos presumir com segu r an ça que muitas pessoas
con sideram difícil expressar-se aberta e h on estamen te. Observaremos, a
74 Desvendar Pessoas
Vo cê f ala en q u an t o p en sa.
Muitas pessoas, especialmente as extrovertidas, sentem-se bastante con-
fortáveis pensando em voz alta e isso pode funcionar muito bem para
elas, em parte do t empo. Em outros moment os, entretanto, falar en-
quanto pensa evita que você escolha suas palavras ou concentre seu foco
no ponto principal. Experiment e. Tente, deliberadamente, pausar para
formular o que pretende dizer. Veja se você t ermina expressando- se de
out ro modo. É bom quando você pode falar enquanto pensa, mas é
ainda melhor t er uma escolha quanto a isso.
Vo cê não exp l i ca seus p en sam en t o s e sent i m ent o s em d et alhes suf icient es.
Pense sobre o moment o e a razão que t ornam importante fazer um es-
forço ext ra. Escolha uma ou duas situações prioritárias para praticar e peça
o feedback áe alguém em quem confia. Esta informação de outra pessoa
pode dar-lhe algum incentivo adicional para mudar.
dessas experiências e pensam que todos são críticos. Se isso ocorre com
você, dê a si mesmo permissão para começar a falar mais sobre seus
sentimentos e opiniões. Faça declarações com "eu". Mantenha a calma e
seja específico. Se isso ajudar, você pode formular um prefácio para seus
comentários honestos, dizendo: "Sinto-me um pouco desconfortável ao
dizer isso, mas...", ou " O que t enho a dizer pode não ser agradável, mas
por favor, escute".
Qu an d o i n seg u r o , v o cê t en d e a d escu l p ar - se d e an t em ão p el o q u e p r e-
t en d e d i zer .
"Isso pode parecer bobagem, mas...", 'Ainda não pensei muito bem so-
bre isso, mas...", " Co m o não estou habituado a falar em público...". Se
fazemos isso co m demasiada frequência, diminuímos a importância do
que dizemos e deixamos implícito que o ouvinte não nos deve levar mui-
t o a sério.Tente tornar-se mais consciente de seu uso de desculpas ao
falar. Pode ser útil pedir que alguém de sua confiança ajude-o, fazendo-lhe
um sinal quando você começar a desculpar-se. Ao ser sinalizado, tente
inspirar calma e profundamente, depois diga o que quer dizer.
Todos temos limit es, mesmo aqueles que se con sideram "sobre-h u-
man os". E isso é saudável. Exist em algumas coisas que n ão devemos
fazer pelos outros, porque precisam fazer sozinh os ou porque fazê-lo
r ou bar á sua capacidade para cuidar de você mesmo e daqueles que real-
men te precisam de sua ajuda.
Além de ter limit es saudáveis, você t am b é m precisa com u n icá- los,
para que as pessoas saibam quais são. Escon der de outros o que você
precisa apenas leva à frust ração. Quan do isso ocorre, você pode sentir-se
irritado com outros e perder a calma e a con fian ça que precisa para dar o
melh or de si.
do você quer algo dele, H a n k mostra-se disposto a aju dá- lo, n a maior
parte do tempo. Ele t am b é m é capaz de prever o que você precisa dele e
oferece antes mesmo que lh e seja pedido. Se nao pode atender a u m
pedido, en tretan to, ou simplesmen te nao deseja fazer isso, ele diz "Des-
culpe-me, mas agora nao posso", ou "Desculpe, mas n ão vai dar". Ele d á
u m a explicação suficiente para fazê-lo entender seus motivos. Con se-
quen temen te, você admir a sua capacidade para ser direto e ain da assim
considera-o u m cara muit o agradável.
Deseje
Motivando-se para Tornar-se Mais Firme
Pense em sit uações nas quais você teria suas necessidades atendidas,
se demonstrasse mais firmeza. C o m qu em você quer ser mais firme?
Quando? Quais dessas sit uações aplicam-se a você?
N o t r ab al h o :
• Receber serviço demais de seu chefe.
• Desejar um reconhecimento maior ou apreciação de outros.
• Lidar com colegas que desejam marcar uma reunião inconveniente.
• Ob t er críticas ferinas repetidas de um colega de trabalho.
• Ser assediado sexualmente.
• Horas extras indesejadas ou uma viagem de negócios que você não quer
fazer.
• Ser perturbado por vendedores ao telefone.
• Ser visitado por um colega de trabalho com demasiada frequência.
• Esperar um aumento em seu orçament o.
• Saber que alguém faz fofocas sobre sua vida.
80 Desvendar Pessoas
Em casa:
• Não receber ajuda suficiente com as tarefas domésticas.
• Sofrer restrição no uso da TV ou do computador.
• Solicitar t empo com qualidade, de seu companheiro.
• Exigir privacidade.
• Lidar com pais intrometidos.
• Esperar que um adolescente comunique-se com você.
• Ser tratado com desrespeito por professores, médicos e outros.
• Dizer "não" a um pedido de uma instituição de caridade.
• Ser perturbado por parentes que insistem em sua visita.
• Discutir sobre o comparecimento a serviços religiosos.
• Servir de mediador em brigas entre irmãos.
S^^p S^È^JIiS^
Três Modos de se Tornar Mais Firme
Pessoas com alto Q P tonam-se firmes t om an do decisões, perman e-
cendo calmas e con fian tes e sendo persisten tes. Elas são claras consigo
mesmas e com outros sobre suas posições. Elas perman ecem tran quilas e
autoconfiantes en quan to expressam suas necessidades e desejos. Além
disso, elas ob t êm o que precisam mantendo-se firmes em seus prin cí-
pios. Observan do cada u m a dessas h abilidades em mais detalhes, você
terá u m a idéia melh or do que elas en volvem e como usá-las.
I . Sej a Deci d i d o
Pessoas indecisas são confusas sobre o que fazem pelos outros e sobre
o que querem dos outros. Elas muitas vezes operam h umildemen t e, rara-
mente pensando em seus pr ópr ios sentimentos e suas necessidades. Quan -
HABILIDADE 3: DECLARAR SUAS NECESSIDADES 81
Lisa queixou-se de que sua filha Daw n, de doze anos, falava muito ao
telefone. "Éalgo realmente muito bobo", Lisa disse-me. "Ela e as am igas
ligam umas para as outras assim que chegam da escola." Quando per-
guntei o que desejava de Daw n, Lisa disse-me: "Que fique longe do
telefonei" Pedi, então, que esclarecesse melhor sua posição: Quando Daw n
poderia usar o telefone? Quanto tempo deveria durar cada ligação? Sob
que condições Lisa permitiria uma linha telefónica individual? Lisa le-
vou algum tempo para decidir como desejava responder a essas pergun-
tas, mas depois que conseguiu fazer isso, percebeu que havia sido muito
82 Desvendar Pessoas
O entrevistador pergun tou, en t ão: V ocê realm ente deseja abordar esse
assunto neste m om ento? Jessé respon deu:
"Sim, realm ente quero. Isso já m e aconteceu m uitas vezes antes e sempre
deixo o assunto para depois, com portando-m e como um em pregado zelo-
so. Preciso dizer algo, na próxima vez que isso acontecer."
A ssu m a u m a Po si ção
Mesmo se você separa as necessidades dos desejos, n ão h á como passar
cada h or a do dia esclarecendo todas as questões interpessoais importantes
que ocorrem em sua vida. C o m tanta coisa acontecendo, você provavel-
mente tende a deixar algumas coisas de lado. O perigo, n aturalmen te, é
que talvez essas pen dên cias jamais sejam retomadas. Com o resultado, as
coisas acumulam-se e você jamais assume u m a posição a respeito.
Pense em três pilh as de papéis. A pilh a à esquerda in clu i comporta-
men tos que você con sidera aceitáveis. A pilh a à dir eit a con t ém ações
84 Desvendar Pessoas
Para a maior ia das pessoas, a pilh a de in certo é muit o alta, tan to que
muitos itens são enterrados e esquecidos. O s in divídu os inteligentes às
vezes fazem um a faxina. Eles percorrem a pilh a e colocam tantos itens
quantos possíveis nas pilhas de inaceitáveis ou aceitáveis. As outras pessoas
simplesmente con tin uam acumulan do mais questões n ão-resolvidas.
Para afirmar suas necessidades, é imperativo revisar sua posição sobre
as quest ões mais importan tes. Você n ão pode usar a desculpa de estar
ocupado demais. Imagin e que você consegue livrar-se de u m a qu est ão a
cada seman a do ano; ao final do ano, você assumiria u m a posição sobre
52 assuntos!
Naturalmen te, muitas situações são difíceis e você pode hesitar quanto
à melh or posição. Lembre-se que suas posições n ão precisam ser perma-
nentes. Quan do estiver realmente inseguro acerca da posição a assumir,
experimen te por u m a seman a com determin ada posição e verifique o
resultado. N ã o se sin ta paralisado pela in decisão. Quem fica em cim a do
mur o jamais aprende onde quer ir. N ã o se preocupe se decidir mudar de
idéia. Out r os per ceber ão essa atitude como u m sin al de reflexão, e n ão
de in decisão.
Pode ser especialmente útil assumir u m a posição primeiro sobre ques-
tões nas quais as pessoas desejam algo de você, em vez do con t r ár io. Isso
ocorre porque você tem bem mais poder para dizer "n ão" à solicit ação de
algu ém do que pedir algo de u m modo eficiente a outros. Faça u m a lista
de possíveis "n ãos" que gostaria de expressar:
HABILIDADE 3: DECLARAR SUAS NECESSIDADES 85
Revise essa lista e selecione alguns iten s para abordar imediatamen te,
depois vá para sit uações nas quais você deseja dizer "faça isso" a outras
pessoas. Passe algum tempo esclarecendo o que deseja de outros, con -
centrando-se nas duas quest ões fun damen tais:
Co m u n i q u e su a Po si ção
Depois de esclarecer o que deseja, você estará pron to para expressar
suas necessidades para a out ra pessoa. Nao faça rodeios. Isto deixa outras
pessoas arredias e n a defensiva. En t r e pela porta da frente, nao pelos
fundos! Use frases como:
sobre n ossa r aiva, muit as vezes acusamos algu ém , par a en cobr i-la. Por
exemplo:
M an t en h a- se Fi r m e em seu Ob j et i v o
T ã o logo en con tre alguma resistên cia à sua solicit ação, você deve
pergun tar a si mesmo: Qual é meu objetivo? Essa ação fun cion a como u m
in terruptor, para que você n ão queime seu fusível. El a m an t é m seu foco
no que deseja conseguir, em vez de deton ar suas em oções:
Of er eça Razõ es d e Fo r m a N ão - d ef en si v a
C o m fr equên cia, afirmar suas necessidades exige u m a explicação. A
chave é explicar-se de modo a ser in for m at ivo, sem ser defensivo. D ê
u m a explicação breve, respeitosa e h on esta para a sua posição, como em
"N ã o quero sair para jan t ar porque acho que precisamos con trolar nos-
sos gastos". C o m demasiada fr equên cia, con t udo, as pessoas con t in u am
falando in t er min avelmen t e, como se sua posição n ão fosse justificável
até obterem a con cor dân cia de outros (o que raramen te acon tece).
Se você parar, em vez de con t in uar falan do, dar á espaço para que a
out ra pessoa responda ou at é mesmo apresente objeção. N ã o se preocu-
pe com isso. Você n ão pode adiar as coisas para sempre. D ar espaço para
u m a resposta demon stra sua con fian ça em poder lidar com o que quer
que acon t eça. Obser ve, n o exemplo a seguir, como Ray m an t é m sua
posição sobre o jan t ar e aguenta as con sequ ên cias:
Ob ser v e su a Li ng uag em Co r p o r al
As pessoas recolh em in dicadores sutis em sua lin guagem corporal
que sugerem se podem ven cê-lo ou n ão. Dor een vai ao escritório de Ji m
e lh e diz:
"Jim faz algum tempo que quero falar-lhe sobre aspiadas preconceituosas
que você conta no escritório. Elas me deixam embaraçada." Enquanto
diz isso, os olhos de Doreen afastam -se nervosamente, sua voz treme e seu
corpo contrai-se. Ela percebe isso, mas espera que sua fagilidade atraia
a simpatia dele. Jim, contudo, diz: "Doreen, eu nao sabia que você se
sentia mal com minhas piadas. Mas por que você vem dizer isso a
mim? Todos os homens aqui contam essas piadas. Qual é o problema?"
Doreen sente-se defensiva e demonstra isso, ao dizer em um tom suave
e hesitante "Eu... eu nao quero deixá-lo chateado, não quero mesmo.
Ok? Estou falando com você porque conta mais piadas deste tipo do
que qualquer outro. Pelo menos, é o que eu acho. "Sentindo que Doreen
fala seriamente mas ainda sente-se desconfortável, Jim responde: "Eu
não sabia que você se sentia assim . Tentarei parar com as piadas. "Doreen
aceita a promessa não muito séria de Jim e deixa seu escritório, com um
faco sorriso.
{
Indeciso Firme Agressivo
ret orcer e agitar as mãos mãos abertas punhos cerrados
mãos escondidas nas mãos ao lado do corpo dedo apontando
costas ou nos bolsos
corpo nervoso, co m posição corporal posição corporal rígida
mudanças frequentes relaxada
de posição
3. Sej a Per si st en t e
Todos en fren tamos sit u ações nas quais os problemas persist em, em -
bor a ten h amos sido m u it o claros e firmes sobre nossas expectativas.
P en sávam os ter resolvido u m a qu est ão e descobrimos que a ou t r a pes-
soa con t in ua fazendo algo que con sideramos in aceitável. Mu it as pessoas
sentem-se desanimadas quan do isso acontece e aban don am seus esfor-
ços par a a ob t en ção de u m a m u d an ça e com por t am en t o, ou adiam - n a
92 Desvendar Pessoas
Lem b r et e
Em b or a você ten h a afirmado sua von tade at é cansar, a out r a pessoa
pode ain da comportar-se como antes. U m a opção é lembrar a pessoa
frequentemente sobre o que é ou n ão aceitável em termos de seu com -
portamen to, at é que ocorra a m u d an ça. Pela repet ição de suas expectati-
vas, a out r a pessoa aprende que você persistirá, n ão impor t an do seu es-
quecimen to ou tentativas para desan im á- lo.
Ao usar o lembrete como u m a opção, lembre-se de seus três elemen -
tos pr in cipais:
cendo demais a out r a pessoa com seus lembretes verbais, tente deixar
mensagens escritas ou criar u m pequeno aviso. U m bilh ete cur t o, que
diga " L E M B R E - SE : " pode ser m u it o eficien te.
Oferecer lembretes é u m m ét od o len to, mas certeiro. Seu sucesso
depende da repet ição sist emát ica e t r an quila. Algumas pessoas resistem
ao uso desta abordagem afir man do: "E l a sabe o que precisa fazer." Isso
pode ser verdade, mas ela pode n ão saber que esta qu est ão é t ão séria
para você. Lembretes repetidos, sem a in t en ção de apenas aborrecer,
podem t r an smit ir sua det er m in ação.
So l i ci t ação
É incrível a fr equên cia com que as pessoas presumem que comporta-
men tos in desejáveis podem ser mudados apenas se dizem à out r a pessoa
o que ela deve fazer. Solicit ar sign ifica pedir, n ão man dar. E m vez de agir
como u m t ir an o, você pode usar a altern ativa de levar suas pr eocu pações
à out ra pessoa e solicitar que ela esboce u m plan o para resolver o proble-
ma. Você pode demon strar con fian ça ao executar esse procedimen to,
abordando a outra pessoa com a atitude de algu ém que espera u m a con -
sider ação séria para o problema.
Ao usar essa abordagem, siga as seguintes etapas:
repetir. "Nao, eu estou falando sério. Você está disposto a....?" Se você
ain da nao consegue u m a resposta razoável, tente fazer com que a pessoa
concorde em pensar n a con versa e voltar à discussão em u m momen t o
que você julgar apropriado. Seja persistente. U m a ten tativa apenas n ão é
o bastante.
Nat ur almen t e, qualquer compromisso que você puder obter precisa
ser mon it orado. Seja persistente para man ter a fidelidade à promessa.
Incent i vo
O in cen t ivo é u m plan o para promover comportamen tos positivos
por meio de cumpr imen t os por quaisquer ações que levem aos resulta-
dos desejados. C o m frequên cia, quan do u m a pessoa n ão se compor t a
como esperamos, a resposta h abit ual é repisar os fracassos. Se você pres-
tar m u it a at en ção, pod er á perceber sinais positivos que, se cultivados,
trarão o resultado geral desejado.
O fun damen t al, nesse enfoque, é elimin ar quaisquer críticas por al-
gum tempo. Persista apenas com mensagens positivas. Por exemplo, você
pode n otar e reforçar os seguintes:
Tente
Exercícios para Desenvolver a Capacidade de Ser Firme
Ar m ad o com alguma m ot ivação e dicas, é h or a de experimen tar sua
firmeza. Aq u i est ão algumas experiên cias que você pode colocar em ação
agora para trabalh ar seus objetivos e descobrir os resultados:
Ser Deci d i d o
1. Faça uma lista de solicitações que as pessoas lhe fazem e que você consi-
dera inapropriadas. Reveja a lista e selecione uma ou duas solicitações que
você recusará na próxima semana. Pense acerca de como informar al-
guém de sua necessidade de dizer "não" de um modo educado, porém
firme, e execut e seu plano.
2. Reveja as solicitações que você deseja fazer a outras pessoas para satisfazer
suas próprias necessidades. Selecione uma ou duas. Decida claramente o
que deseja. Formule cada solicitação de modo a ser tão razoável quanto
possível para a pessoa a quem você pedirá, depois parta para a ação.
A resposta à sua solicitação foi positiva? Você está satisfeito com o apoio que
obteve?
2. Assuma uma das estratégias seguintes e pratique por uma semana com
uma variedade de pessoas e em várias situações. Cont inue praticando até
que se t ornem naturais.
96 Desvendar Pessoas
Ser Per si st en t e
1. Esforce-se para aumentar sua persistência. Identifique moment os em que
você desiste facilmente ou debate-se com algo diariamente. Faça uma
pequena lista de decisões às quais gostaria de aderir na próxima semana.
Ao fim dessa semana, examine sua lista e dê a si mesmo uma nota: A —
mantive-me firme em minha decisão; B — tive persistência na maior par-
te do t empo; C — persisti em parte do t empo; D — desisti.
2. Selecione uma das três soluções criativas para persistir (lembrete, solicita-
ção e incentivo) e experimente- a por uma semana com alguém que pos-
sa beneficiar-se disso.
Coloque em Ação
Superando as Próprias Barreiras
para a Mudança Duradoura
E m sua t en t at iva de desen volver sua capacidade de ser firme, esteja
preparado par a en con t r ar algumas ar madilh as ao lon go do cam in h o.
En qu an t o percorre essa estrada, t en h a em men t e aqueles fatores que, n o
passado, evit ar am sua ação firme. Aq u i est ão algun s obst ácu los que a
m aior ia das pessoas precisa superar par a cr iar u m a m u d an ça dur adour a;
use nossas pr escr ições para avan çar :
Ten h o m ed o d e o f en d er o u m ag o ar al g u ém .
Pense se você não está assumindo responsabilidade pelos sentimentos de
outra pessoa. Você não assinou um contrato que o obrigue a proteger
outros contra alguma mágoa. Não há como lidar com todas as situações
contentando a t odos. Pergunte a si mesmo: "Quais serão os efeitos a
longo prazo sobre este relacionamento, sobre a outra pessoa e sobre
mim mesmo, se eu disser o que quero, sinto ou acredito? Será que esses
HABILIDADE 3: DECLARAR SUAS NECESSIDADES 97
Q u e r o ser acei t o .
Ao atender às vontades de alguém, você não conquista aceitação; você
encoraja a pessoa a manipulá-lo novament e. A contínua falta de firmeza
corrói seu senso de auto-aceitação e, em alguns casos, leva a um senso
geral de falta de valor.
Eu si m p l esm en t e n ão so u m u i t o d eci d i d o .
Não t omar uma decisão muitas vezes é pior que t omar a decisão errada.
Aprendemos algo experimentando com decisões — até mesmo decisões
98 Desvendar Pessoas
Deseje
Motivando-se para Desenvolver as Habilidades de Feedback
Apen as você pode decidir sobre a im por t ân cia de melh or ar suas h a-
bilidades de feedback. Pense em determin adas cir cun st ân cias nas quais
dar e receber feedback poderia melh orar sua vida. Se em algumas das
102 Desvendar Pessoas
sit uações seguintes você nao está satisfeito com o feedback que recebe ou
dá, marque a frase.
N o t r ab al h o :
• Quando alguém de sua equipe demonst ra um empenho excepcional.
• Quand o deseja saber o que seu supervisor realment e pensa de seu
t rabalho.
• Quando conduz um exame de desempenho.
• Quando deseja compreender como seus clientes vêem seu sen/ iço ou
produto.
• Quando está insatisfeito com o desempenho profissional de um subordi-
nado.
• Quando deseja saber como seu comport ament o ajuda ou prejudica o
trabalho de sua equipe.
• Quando seu chefe pergunta-lhe sobre o andamento de um projeto.
• Quando um colega de trabalho não está fazendo sua parte.
• Quando alguém faz algo que você admira ou aprecia.
• Quando um colega invade continuamente seu espaço, roubando-lhe o
crédito por seu trabalho ou irritando-o.
• Quando alguém solicita uma carta de recomendação.
Em casa:
• Quando quer saber se seu parceiro sente-se amado e apreciado.
• Quando diz a seus filhos como outros vêem seu comport ament o.
• Quando você explica a seu parceiro como sua teimosia, gritos, gastos
et c, o afetam.
• Quando você dá sua opinião sobre o serviço de autónomos.
• Quando analisa o boletim escolar de seu filho.
• Quando deseja melhorar sua vida sexual.
• Quando lida com vizinhos que t omam emprestado e não devolvem seus
pertences.
• Quando treina equipes esportivas.
• Quando deseja aprofundar seu relacionamento com amigos.
• Quando expressa apreciação a outros por tê-lo ajudado.
HABILIDADE 4: DAR E RECEBER FEEDBACK 103
Aprenda
Três Maneiras de Ser Eficaz na Troca de Feedback
Ao dar e receber feedback eficaz, você precisa ter h abilidade para criar
u m a zon a de segu r an ça n a qual in for m ações honestas e con strutivas pos-
sam ser trocadas. Pessoas com alto Q P ten dem a con vidar o feedback
con strutivo de outros. Elas t am b é m t êm o talento para serem con vida-
das por outros para darem seu feedback. Fin almen t e, pessoas com alto
Q P dao feedback con st r ut ivo e esclarecedor. Permita-n os explicar-lh e
como essas pessoas usam essas três h abilidades.
I . Co n v i d ar Ou t r o s
Ao buscarmos feedback, expan dimos nossos h orizon tes, usan do in te-
ligen temen te outras pessoas como u m a fon te de in for m ações em vez de
con fiarmos apenas em nossas pr ópr ias opin iões. An t es de podermos aju-
dar outros a se sen tirem à von tade para dar-nos suas opin iões, en tretan -
to, precisamos sentir segu r an ça quan to a aceitar feedback e acreditar que
ouvi-lo será ben éfico.
Muit as pessoas já t iveram m ás exper iên cias com feedback. Talvez você
ten h a sido o receptor de críticas excessivas de pessoas representativas de
autoridade (pais, professores, supervisores) ou sentiu-se h u m ilh ado por
colegas quan do sentia-se mais vuln erável (será que alguém gostaria de ter
13 anos n ovamen te?). Assim , é compr een sível que algumas pessoas pre-
firam passar por u m tratamen to de can al a pedir feedback pessoal a al-
gu é m .
É possível, con t udo, exercer con trole sobre o processo, ao buscarmos
feedback. Podemos estruturar a exper iên cia de modo a criar u m senso de
segu r an ça — n ão apenas para n ós mesmos, mas t am b é m para outros. As
três etapas importan tes dizem respeito a transmitir receptividade, deixar
as pessoas à vontade e ampliar o círculo de suas fontes de feedback.
Tr an sm i t i r Recep t i vi d ad e
As pessoas est ão mais propensas a compartilh ar seu feedback se você
pode con ven cê-las da sin ceridade de seu desejo de ouvi-lo. Muit as das
104 Desvendar Pessoas
SARAH: Sabe, já que você está pergun tan do, seria realmente útil se você
reconhecesse quan do as secretárias dão o m áxim o de si em seu
trabalh o, como quan do ficam até mais tarde porque o prazo para
u m projeto est á termin an do. Elas est ão sempre dispostas a traba-
lh ar depois do h or ár io, mas seria m u it o bom se você pudesse
dizer-lhes algo.
CARLO: (recuan do) A h , espere aí, Sarah ! Todos precisam fazer a sua par-
te! Além disso, eu n ão as levei para alm oçar m ês passado, n o D i a
da Secretária?
SARAH: Sim , você levou, mas...
CARLO: Est á bem, está bem! En t en d i o recado, (suspira)
HABILIDADE 4: DAR E RECEBER FEEDBACK 105
Depois, Sarah com eçou a preocupar-se. Será que fora longe dem ais? Será
que m agoara Carlo? Colocara em risco seu próprio em prego? Ela conver-
sou com um a das engenheiras, Michelle, contou-lhe o que acontecera e,
em bora Michelle nao visse motivo para preocupação, fez um a anotação
mental para ter cuidado com suas palavras quando chegasse o m om ento
de ela m esm a encontrar-se com Carlo.
Sen do específico, Car lo torna-se mais con vin cen t e para Sar ah . Pe-
din do- lh e para lim it ar seu feedback n egativo a apenas u m it em , ele
pode m an t er sua p r óp r ia ansiedade sob con t r ole. Se Car lo achasse que
ain da n ao estava pr on t o para ou vir qualquer feedback n egativo, ele
poder ia ter simplesmen t e pedido a Sar ah para respon der apenas a p r i-
m eir a qu est ão n a r eu n ião de h oje. Talvez depois de ou vir feedback po-
sit ivo suficien te de sua equipe, ele conseguisse lidar com algumas i m -
pr essões negativas.
Usar a h abilidade de escuta eficaz para esclarecer o sign ificado t am-
b ém teria sido útil. Fazendo perguntas, parafraseando e resumin do o
que ou viu de Sarah , ele teria garantido que en ten deu seu feedback e tran s-
m it ido seu interesse sin cero. Fin alm en t e, Car lo precisaria agradecer a #
D ei x e o s Ou t r o s à Vo n t ad e
As pessoas podem sentir-se t ão in t imidadas pela perspectiva de dar
feedback quan to de recebê-lo. Exist e, geralmente, algum risco in eren te
em dizer a outros o que pensamos — especialmente quan do pensamos
sobre eles. Se queremos que as pessoas sejam sinceras conosco, precisa-
mos ajudá- las a sen tir que podem fazer isso com segu r an ça.
Ao buscar feedback, evite em b ar açar os outros. Per gun t an do: "Você
est á disposto a dar-me algum feedback*", você pode dar-lh es algu m
senso de con trole. Nat ur almen t e, se você t r an sm it iu com sucesso sua
receptividade ao feedback, as pessoas sentem-se mais dispostas a dá- lo.
Defin in d o u m a ár ea específica sobre a qu al deseja feedback, você t am -
b é m deixa as pessoas à von t ade, facilitan do-lh es a tarefa. Pedir feedback
posit ivo, pelo men os in icialm en t e, t a m b é m aju da a baixar o n ível de
r isco.
Lembre-se de que n em todo feedbackestá ligado à aut o- avaliação.
Você pode pedir a opin ião de outros sobre qualquer coisa, da temperatu-
HABILIDADE 4: DAR E RECEBER FEEDBACK 107
ra da sala at é o plan ejamen to do car dápio ou procedimen tos admin ist ra-
tivos. Quan do você ten ta in cen t ivar mais input, ou input de novas fon -
tes, pode ser útil com eçar solicitan do u m feedback impessoal. Que per-
gun t a você preferiria responder a seu chefe: " O que você ach a de nossas
r eun iões de equipe?" ou "Co m o estou me sain do n a con d u ção de nossas
r eu n iões?" Similar men t e, será que seu nível de con forto seria maior se
sua esposa perguntasse: " O que você ach a daquele vestido n a vit r in e?"
ou "Co m o estou neste vestido?" N ã o h á n ada de errado em buscar feedback
pessoal. Con t u do, se seu objetivo é criar u m a zon a de con forto para que
o feedback flua livremen te, pode ser melh or com eçar com t ópicos mais
n eutros.
Aq u i est ão algumas expressões úteis para a solicit ação de feedback:
A m p l i e o Cír cu l o
Qual a dim en são de seu círculo de fontes defeedback* Com o experiên -
cia, observe o círculo que se segue. Deixe que o espaço den tro do círculo
represente u m ambien te ou área de sua vida (seu grupo de trabalh o, sua
família, sua vida social etc.) Escolh a u m a área.
108 Desvendar Pessoas
2. Se r Co n v i d ad o
Assim como é m u it o útil receber feedback, dá- lo t am b é m é m u it o
impor t an t e. O feedback, con t udo, é útil apenas se é ouvido. E para ouvir
o feedback, as pessoas precisam ser receptivas. D e outro modo, elas ten -
dem a negar, desm erecer ou defender-se em vez de ou vir em . Co m o você
faz com que outros desejem seu feedback* Ser con vidado en volve quatro
comportamen tos fun damen tais: você precisa pedir perm issão, com parti-
lhar em vez de insistir, planejar o m om ento de oferecer seu feedback e veri-
ficar as percepções de outros.
E u ten h o algumas idéias acerca de como você lid ou com ... Você gos-
taria de ouvi-las?
Co m p ar t i l h ar e m v ez d e Insist ir
Talvez seu feedback at in ja o alvo e talvez nao. D e qualquer m odo, é
melh or oferecer feedback n a for ma de h ipót ese, nao como fato compr o-
vado:
Sem in sistir que tem r azão, é possível ajudar a pessoa que recebe o
feedback a con fiar e a sentir-se segura com você. N i n gu é m gosta de ver
que suas deficiên cias são flagrantemente óbvias. Falar em termos h ipot é-
ticos ajuda a igualar os papéis e promove a cooper ação n o processamento
de u m a exper iên cia.
Pl anej ar a Of er t a d e Feedback
Se você pode recordar u m a sit u ação n a qual algu ém queixou-se sobre
o que você fez dois meses atrás (ou, pior, dois anos at r ás), sabe como o
feedback é irrelevante e in comodo quan do oferecido fora de h or a. N ã o é
útil ser con fron tado com u m comport amen t o que já foi para o "arquivo
mor t o". O feedback mais eficiente é imediato.
Sempre que possível, faça u m replay in st an t ân eo e plan eje a oferta de
sen feedback logo após o desempenh o da pessoa. O comport amen t o em
qu est ão tende a estar fresco n a men te do outro, torn an do o feedback
mais relevante e sign ificativo. Detalh es das ações da pessoa são mais fá-
ceis de recordar e descrever. E m muitas ocasiões, é válido fazer u m "con -
trato" com a pessoa, para a troca in st an t ân ea e con t ín u a de feedback
HABILIDADE 4: DAR E RECEBER FEEDBACK 111
Depois de sua discussão inicial, Terry pergunta a Sean: "O que você
acha, Sean? Isso faz sentido?" Sean concorda que um a limitação na
abrangência da apresentação teria sido m ais eficaz, m as adm ite sua in-
certeza quanto ao melhor modo de fazer isso. Depois de determinar que
Sean gostaria de ouvir algum as sugestões, Terry oferece algum as idéias
concretas e, depois, indaga: "Será que agora parece m elhor?"
Pode ser útil usar h abilidades de escuta eficien te, como prestar aten-
ção nas palavras e lin guagem corporal da pessoa e esclarecer o sign ifica-
do de suas reações, depois de compart ilh ar feedback. Se a out r a pessoa
magoou-se com seu feedback, ou in terpretou m al seu sign ificado, é i m -
portan te tomar con h ecimen to disso. O esclarecimento muitas vezes po-
der á aju dá- lo a salvar a sit u ação e man ter seu con vite aberto n o futuro.
112 Desvendar Pessoas
3. Se r In f o r m at i vo
O feedback é mais útil quan do é con strutivo, con ciso e específico. A
maior ia das pessoas nao está buscan do u m a r efor m u lação completa e
n ão receberá bem u m a crítica m u it o in ten sa. Além disso, as pessoas ge-
ralmen te são mais receptivas ao feedback que acen tua o positivo. Se você
pode dizer a algu ém que ela est á in do bem, a pessoa provavelmente ou-
virá e estará mais propen sa a repetir o comportamen to n o futuro. O s três
elementos básicos da oferta de feedback in format ivo são referência a com-
portamentos concretos, limitação na quantidade e oferta de sugestões para a
melhora.
Ref er ên ci a a Co m p o r t am en t o s Co n cr et o s
Di r i ja seu feedback para ações e comportamen tos específicos e evite
declar ações ou julgamen tos globais sobre a pessoa. Con sidere as diferen -
ças, nos exemplos seguintes:
O feedback é mais útil quan do você pode apon tar exemplos específi-
cos do comport amen t o em qu est ão. As pessoas compreen dem melh or
quan do recebem exemplos e é mais difícil negar ou desmerecer o feedback
apoiado por exemplos específicos. Quan do você é quem d á feedback,
prepare-se de an t em ão com bons exemplos para ilustrar o que pretende
dizer.
Às vezes, pode ser difícil evitar ser pessoal em seu feedback. Quan do
você descobrir-se rotulan do u m a pessoa, em vez de descrever o compor-
tamen to in dague a si mesmo: " O que elafaz para eu vê-la deste modo?",
HABILIDADE 4: DAR E RECEBER FEEDBACK 113
"Sob que cir cun st ân cias eu a vejo sob essa ót ica?" Con t in u e descascando
a cebola at é iden tificar comportamen tos que con t r ibuem para suas per-
cepções. Abaixo est ão alguns exemplos de r ót ulos pessoais comun s e os
comportamen tos que lhes d ão origem:
Li m i t e a Qu an t i d ad e
Quan to men os feedback oferecer, mais eficaz você será. Parece loucu-
ra? N ã o , u m a vez que você r econ h eça que as pessoas n ão são capazes de
ouvir e reter muito feedback de u m a vez só. Se você man t iver o foco
estreito, elas pr est ar ão toa a at en ção. Assim , n ão in clu a alh os e bugalh os
ao oferecer feedback. Seja seletivo! Aq u i est á u m caso ilustrativo:
114 Desvendar Pessoas
Sam achou que era hora de ter uma conversa com seu filho Darin, que
estava na universidade. Ele tinha muitas coisas em mente e achava que o
filho devia ouvi-lo. Sam ligou para o filho e, depois de um bate-papo
breve, perguntou se Darin tinha tempo para ouvir suas preocupações.
Curioso sobre o que o pai tinha a dizer, o filho prontamente concordou:
Nesse pon t o, Sam viu-se ten tado a discorrer sobre cada u m a das
áreas de atividade que o filho estava perden do, mas conteve-se e estrei-
t ou o foco:
SAM: Sim , suas notas estão boas, mas deixe-me lim it ar esta discu ssão à
par t icipação nas atividades do campus. Você n ão se in screveu em
n en h u m clube. Est ou preocupado com isso. Essa foi u m a parte
m uit o import an t e de m in h a experiên cia un iversitária e ach ei que
t am b é m seria para você. O que você acha?
DARIN: Bo m , pai, ach o que esperei demais e os clubes já est ão em plen a
atividade. Seria difícil encaixar-me em algum agora.
SAM: Be m , estou aliviado por você considerar boa idéia o ingresso em
u m clube. Ser á que você poderia con tar-me sobre algumas possi-
bilidades e discuti-las comigo para vermos se h á u m modo de
ain da ingressar em u m deles, nessa altura do ano letivo?
Of er eça Su g est õ es p ar a M el h o r a
Most r e sua pr eocu pação pelo bem-estar e crescimen to de outras pes-
soas, sugerin do man eiras de aumen t arem seus pon tos fortes e superarem
déficits. Quan do h á u m problema, sempre é útil ouvir idéias para san á-
lo. Su gest ões mais úteis são:
Realíst icas: Certifique-se de propor algo que esteja sob o con trole da
pessoa. N ã o sugira que ela pode solucion ar seus problemas financeiros
se ganh ar n a loteria.
Posit ivas: E m vez de pedir que a pessoa pare de fazer algo, sugira u m
comportamen to altern ativo (por exemplo, " E se você respirasse profun -
damen te e me ouvisse, em vez de in terromper?")
Seu feedback in format ivo e sugest ões construtivas podem aju dá- lo a
tornar-se útil para outros, algu ém cuja opin ião é valorizada e procurada.
Tente
Exercícios para Desenvolver as Habilidades de Feedback
Se você está pronto e disposto a trabalhar em suas habilidades de feedback,
escolha um a ou duas dessas atividades para treinar seus músculos.
Co n v i d ar Ou t r o s
I. Faça uma lista de pessoas de quem você não recebe feedback mas apre-
ciaria. Reveja sua lista e anote seus palpites sobre os motivos para a ausên-
116 Desvendar Pessoas
Se r Co n v i d ad o
1. Identifique duas pessoas a quem você gostaria de dar feedback mesmo
se não t em cert eza se isso é desejado. Selecione uma delas a quem você
nunca deu feedback ou não faz isso há muito t empo. Pense com cuidado
sobre o que dirá a essa pessoa, depois descubra uma oportunidade para
fazer isso. Quais foram os resultados?
2. Pense em algum conhecido que parece t er dificuldade para aceitar feedback
Anot e, palavra por palavra, três modos possíveis de pedir-lhe para com-
partilhar algum feedback Depois, escreva duas coisas positivas sobre a
pessoa que você compartilhará primeiro, para aumentar suas chances de
ser ouvido com mais facilidade, no futuro.
Ser In f o r m at i vo
I. Pense nas sugestões para melhora que você t em dado às pessoas ultima-
ment e. Det ermine se foram específicas, realísticas, positivas e delicadas.
Se você não t em cert eza, mantenha esses critérios em ment e. Durante a
próxima semana, preste atenção a si mesmo, quando oferecer sugestões.
HABILIDADE 4: DAR E RECEBER FEEDBACK 117
Coloque em Ação
Superar as Próprias Barreiras para a Mudança Duradoura
N a vid a real, a m u d an ç a raramen t e ocorre em u m curso diret o par a
cima. Todos estamos propen sos a r ecaídas quan do ten tamos t or n ar os
n ovos compor t amen t os parte de n ossa r ot in a diár ia. En qu an t o ten ta-
mos preparar-n os par a essas r ecaídas in evit áveis, é út il prever on de os
pr in cipais empecilh os pessoais est ar ão. Veja se algumas dessas barreiras
t ípicas à oferta e r ecepção de feedback parecem relevantes à sua p r óp r ia
sit u ação e con sidere o uso de nossas pr escr ições par a lidar com elas.
N ão est o u p r ep ar ad o p ar a o u v i r m ui t as cr ít i cas.
E claro que não. Qu em está? Você não precisa oferecer-se para ser atrope-
lado por um caminhão. Em vez disso, estreite o foco do processo de
feedback perguntando-se o que deseja. Se você quer que alguém comente
sobre suas qualidades, diga! Se você acha que poderia ouvir sobre uma ou
duas coisas que poderia fazer melhor, diga! Não caia na armadilha de pensar
em t ermos de tudo ou nada, dizendo a si mesmo que precisa evitar com-
pletamente o feedbackpara proteger-se de uma avalanche de críticas.
Influenciar os Outros
imediat a e a explicação: " E m nossa exper iên cia, trein amen to geralmente
é perda de tempo e din h eir o. As pessoas apr en der ão o que realmen te
precisam por con ta pr ópr ia ou com a ajuda de seus colegas e supervisores."
Em b or a desapontada com a resposta, An d r ea estava det ermin ada a fazer
o que fosse preciso par a in fluen ciar u m a m u d an ça n o pen samen to da
diret oria.
A pr im eir a coisa que fez foi falar com a adm in ist r ação sobre as ex-
per iên cias dessas pessoas com o t r ein am en t o, quan do in gressaram n a
empresa. E l a in vest igou m u it as áreas e escut ou com interesse e com -
pr een são as respostas. An d r ea n ão teve dificuldade par a iden t ificar-se
com as exper iên cias negativas de t r ein amen t o dessas pessoas, porque
ela m esm a passara por sit u ações semelh an tes. E l a t a m b é m per gun t ou à
ad m in ist r ação sobre as metas visadas par a os p r óxim os dois an os. A r -
m ada com essas in for m ações, ela m on t ou u m a apr esen t ação poderosa,
que in clu ía est r at égia e t r ein amen t o n ovos e mais eficien tes. E l a t am -
b é m suger iu como podiam ser ut ilizados par a causarem o m aior i m -
pacto sobre as metas da com pan h ia. An d r e a teve o cuidado de apresen -
tar as melh ores pr át icas de t r ein amen t o de outras empresas similar es e
de estabelecer seu ret orn o pelo in vest im en t o. Dessa vez, a resposta foi
melh or. Em b o r a n ão h ouvesse u m com pr om isso, ela recebeu u m a pr o-
messa de r evisão de sua proposta depois da ver ificação dos resultados
do t r imest r e seguin te.
E m resumo, a proposta foi rejeitada por vár ios meses antes de rece-
ber u m a con sider ação séria. Du r an t e esse per íod o, An d r ea ocupou-se
com outros projetos, mas t am b é m fez qu est ão de verificar periodica-
men te com seu supervisor a sit u ação de sua proposta. Depois de u m
an o, a adm in ist r ação convenceu-se dos m ér it os da proposta, mas ain da
n ão in vest iu tan to em termos financeiros quan to ela gostaria. An d r ea
aceitou com sat isfação a pequen a verba, con du ziu alguns programas-
piloto que foram bem recebidos e ofereceu dados apoian do seu valor.
Agor a, finalmente con ven cida da eficácia do t rein amen t o, a admin ist r a-
ção deu a An dr ea o apoio financeiro h á m u it o buscado.
124 Desvendar Pessoas
Deseje
Motivando-se para Desenvolver as Habilidades de Influência
É in t eligen t e, em termos in terpessoais, desen volver suas h abilidades
de in flu ên cia, mas vejamos o que isso quer dizer. C o m qu em você deseja
ser in fluen te? Quan do? O n de? Ver ifique as sit u ações nas quais você pode
imagin ar-se exercen do u m impact o m aior :
N o t r ab al h o :
• Buscar uma promoção ou aument o.
• Influenciar decisões da equipe.
• Ob t er maior autonomia.
• Motivar um empregado para melhorar seu desempenho.
• Ser solicitado a dar conselhos por colegas.
• Fazer com que outros adotem seu ponto de vista, em reuniões.
• Liderar um processo de mudança.
• Fechar uma venda para uma conta importante.
• Fazer uma proposta de negócio.
Em casa:
• Fazer com que os filhos ouçam seus conselhos.
• Incentivar seu parceiro a abandonar alguns maus hábitos.
• Persuadir a família a pensar mais nas despesas.
• Conquistar a intimidade desejada com outros.
• Ser uma pessoa respeitada na comunidade.
• Convencer um parente a visitá-lo com maior (ou menor) frequência.
• Motivar amigos a unirem-se a você em uma atividade que você considera
importante.
• Ser visto como uma fonte confiável de ajuda.
Aprenda
Três Modos de Influenciar as Pessoas
O s in d ivíd u os com alto QP, como An d r ea, t en dem a in fluen ciar ou -
tros sen do pacien tes e persisten tes. Seu sucesso é u m a fu n ção de três
HABILIDADE 5: INFLUENCIAR OS OUTROS 125
h abilidades fun damen tais. Con ect an do-se com out r os, as pessoas in flu -
entes estabelecem u m a sin t on ia gen u ín a com aqueles que t en t am in flu -
enciar. As pessoas in fluen tes reservam tempo para det er m in ar n ecessi-
dades descobrin do os pontos de vista, necessidades, pr eocu pações e pro-
blemas de outros. Fin alm en t e, elas usam este con h ecimen to para faze-
r em u m a apr esen t ação per suasiva que apele para as necessidades de ou -
tros, de modo que vejam os ben efícios por si mesmos.
Ao olh ar cada u m a dessas h abilidades mais detalh adamen te, você
terá u m a visão mais clara do que elas en volvem e de como realizá-las.
I . Co n ect ar - se co m Ou t r o s
É difícil in fluen ciar algu ém sem estabelecer, pr im eir o, u m a con exão
pessoal com essa pessoa. D e ouro modo, por que elas se preocupariam
com o que você pensa ou acredita? Est a exigên cia é t ão verdadeira dian te
de u m a plat éia de estranhos quan to com aqueles que lh e são emocion al-
men te pr óxim os. At é mesmo em u m comer cial de t elevisão, existem
sempre algumas pessoas n o papel de con sumidores de modo que você, o
telespectador, possa sen tir o vín cu lo entre ven dedor e clien te.
A con exão com outros pode ser feita de várias man eiras, mas cada
u m a delas fun cion a apenas se você for genuíno ao usá-la. N a m aior parte
do tempo, as pessoas sen tem a falsidade a qu ilóm et r os de dist ân cia. Aq u i
est ão quatro ferramentas para formar con exões:
seus filhos e sofrido toda a ansiedade que envolve a exper iên cia. Se você
estivesse acon selh an do joven s pais, seria recon fortan te saberem que você
já percorreu o mesmo camin h o e sobreviveu.
" Ad m i r o v o cê."
Talvez você n ão tenh a a credibilidade de ser algu ém que já passou pela
mesma situação da outra pessoa. E m vez disso, você pode expressar sua
adm ir ação pelas qualidades que respeita nas pessoas com experiên cias di-
ferentes das suas. Elogiar seus esforços, sua in teligên cia e sua boa vontade
podem ajudá-lo a construir u m a con exão positiva. Você pode, por exem-
plo, liderar u m grupo de apoio para o câncer, apesar de n ão ser paciente de
câncer. Adm ir ar verdadeiramente a coragem de pacientes com cân cer n o
grupo pode estabelecer u m a relação produtiva entre você e eles.
Pense em como essas trilh as de con exão podem servir a você mesmo
em cir cun st ân cias h ostis. Ao comun icar-se com u m adolescente rebelde,
por exemplo, considere o fato de ter alguma sabedoria para oferecer-lhe,
ou de já ter passado por experiên cias similares, ou de adm ir á- lo por lidar
com coisas que jamais foram parte de sua adolescên cia, ou de querer
demon strar adm ir ação por ele como jamais fez antes. A ú n ica esper an ça
para estabelecer u m a con exão quan do n ão con fiam em você é tentar
u m a dessas abordagens.
2. D et er m i n ar N ecessi d ad es
Imagin e a in san idade de tentar vender r ação para gatos a u m don o
de cães, convencer o pár oco a inscrever-se em u m serviço de en con tros
HABILIDADE 5: INFLUENCIAR OS OUTROS 127
Ob ser v e o Co m p o r t am en t o
Recebemos recentemente esta citação de fonte desconhecida: "As pes-
soas levantam-se e percebem se você levanta-se e percebe o que as faz le-
vantarem-se e perceberem." Com o sugerimos n a Habilidade de In teligên -
cia In terpessoal 1, a obser vação cuidadosa da lin guagem cor por al, estilo,
personalidade e valores de outras pessoas pode aju dá- lo a descobrir quem
são e como ser eficaz ao relacionar-se com elas. Você pode con siderar útil
rever esse mat erial en quan to aprende como in fluen ciar outros.
Pense em algu ém que deseja in fluen ciar. O que você observou sobre
essa pessoa? Aq u i est ão alguns elementos a con siderar:
Qual parece ser o melh or momen t o para falar com essa pessoa?
Que sin ais n ão-ver bais essa pessoa d á e que t r an smit em sua recep-
tividade ou falta de receptividade?
O que você conh ece sobre os gostos e preferên cias, interesses e con -
vicções dessa pessoa?
Su sci t e Reaçõ es
A m aior ia das pessoas oferece conselhos e espera que outros con cor-
dem em segui-los. É m u it o mais eficaz suscitar as reações de algu ém
imediatamen te depois de você ter t ermin ado de falar. Você n ão apenas
recebe feedback imediato mas t am b é m aprende acerca de outras coisas
n ecessárias para ser melh or recebido. Con sidere este diálogo entre u m
m éd ico e u m a pacien te:
M ÉD ICO: N ã o consigo en con trar n ada errado, que explique suas dores
de cabeça. Você pr ovavelm en t e est á passan do por m u it o
estresse. Por que n ão reduz sua carga de trabalho?
P ACIENTE: Talvez eu faça isso.
M ÉD ICO: N ã o consigo en con trar n ada errado com você que explique
suas dores de cabeça. Isso pode ser devido ao estresse. O que
você acha?
HA BILIDA DE 5: INFLUENCIAR OS OUTROS 131
PA C IEN TE: Bem, talvez. Mas não acho que esse seja o problema. M eu
casamento está me estressando. M eu marido e eu temos dis-
cutido muito , ultimamente.
Reduzir a Resistência
Quand o sentem que você tenta convencê-las de algo sobre o que
ninguém as convenceu antes, as pessoas preparam-se para recusar seus
argumentos mesmo antes de você chegar a falar. Isto pode acontecer
mesmo se você já crio u uma boa sintonia. Felizmente, muitas estratégias
podem reduzir o u evitar a resistência.
132 Desvendar Pessoas
Sei que seu tempo é curto, então direi o que tenho em mente.
Deixe-me ser direto.
Convidar alguém para ler algo antes de você falar sobre o tema.
Solicitar que alguém tente algo uma vez.
Insistir que alguém lide com determinado assunto em vez de abordar
coisas demais.
Encorajar alguém a fazer algo como um experimento ou como uma pri-
meira tentativa.
Pedir que alguém lhe dê cinco minutos para ouvir o que tem a dizer.
Depo is, faça uma pequena pausa antes de explicar suas opiniões. Isso
tornará menos provável a resistência. A porta agora está aberta para uma
discussão mais profunda.
y
HA BILIDA DE 5: INFLUENCIAR OS OUTROS 135
Dóris estava escutando as longas queixas de sua mãe sobre a dor em seus
joelhos, causadapela artrite. Ela perguntou à mãe por que nao tomava o
medicamento prescrito pelo médico. A mãe respondeu: "Nao quero ficar
tomando medicamentos. Quero que meu médico descubra por que as
dores nao param." Exasperada, Dóris disse: "Mas mãe, você nao enten-
de? Não há como curar a artrite. Tudo o que se pode fazer é oferecer
medicamentos que diminuem os sintomas. Muitas pessoas tomam medi-
camentos prescritos e sentem alivio. Sei que a tia Rose toma remédios e
está indo bem." "Sim, mas a dor dela é nos tornozelos, não nos joelhos" ,
a mãe respondeu. Agora, além de fustrada, Dóris atacou: "E que dife-
rença isso faz?! Artrite é artrite!!! Eu desisto!"
* " O que há nela para mim?" , trocadilho com " FM" . (N.T.)
138 Desvendar Pessoas
Tente
Exercícios para Desenvolver a Influência
A rmad o co m todas essas dicas, é hora de "tentá-las". Nosso conselho
é que você vá devagar, experimentando u m o u mais desses exercícios
práticos.
Avaliar Necessidades
1. Pense em duas pessoas que deseja influenciar como se fossem seus "cli-
entes". Dedique uma semana para fazer perguntas, em vez de dar conse-
lhos. Aprenda mais sobre suas necessidades, desejos e preferências e ar-
mazene essas informações para uso posterior.
2. Selecione alguém que deseja influenciar e que você considera "difícil". Pense
em termos de semelhanças e diferenças entre vocês dois. Observe o
comportamento da pessoa, usando a lista apresentada na página l<27.
Depois, crie um plano de aproximação, de modo que a pessoa provavel-
mente demonstrará receptividade.
Coloque em Ação
Superando as Próprias Barreiras
para a Mudança Duradoura
Se influenciar as pessoas fosse fácil, há muito você já teria vendido a
ponte Bro o klyn. A q ui estão algumas armadilhas comuns que você deve
esperar, juntamente co m nossas sugestões para lidar co m elas:
Não fui muit o influente no passado. Tenho medo que minhas idéias se-
jam desprezadas se começar agora.
Levará algum tempo para aumentar seu poder de influência. Comece
selecionando um tema acerca do qual você acha que pode ser muito
convincente. Expresse-se. Não pressione outros a concordarem com suas
opiniões, mas persista um pouco mais do que geralmente faz e veja o que
acontece. Aceite a rejeição e recomece. Tão logo tenha algum sucesso,
você sentirá ânimo para avançar para outros temas.
Geralment e não t enho t empo suficiente para preparar o que pret endo
dizer.
Infelizmente, não existem atalhos para isso. Se você quer ser influente,
deve estar bem preparado. Considere que toda vez que desenvolver um
argumento eficiente para determinado assunto, você pode usá-lo sem-
pre. Recorde, também, que exemplos geralmente são mais produtivos
que estatísticas e exigem menos tempo para a preparação.
mais coisas por aqueles que as põem para cima do que para quem as
rebaixa.
Se você pedisse a Jim para descrever seu próprio estilo co m o conflito, ele
admitiria alguma confusão. Ele evita o conflito, mas também mostra-se
agressivo. A posição básica de Jim é que o conflito embaraça-o, de modo
que sua abordagem habitual é amenizar a situação e bancar o apazigua-
dor. U m exemplo disso é o modo como lida co m as queixas contínuas de
sua esposa sobre sua mãe. Ji m geralmente descobre-se preso no meio
das diferenças entre ambas, relutante em ofender qualquer uma, mas
sem satisfazer nenhuma. Quand o sua frustração vence-o, Ji m explode
e grita co m a esposa para que esta o deixe de fo ra de suas brigas. D e-
pois, ela sente-se magoada e traída, Ji m sente-se ansioso e culpado e o
ciclo recomeça.
N o trabalho, Jim geralmente é respeitoso, especialmente co m a ad-
ministração, que o vê como alguém leal e cooperativo. Ele aceita proje-
tos de última hora, às vezes ventilando sua irritação co m um comentário
sarcástico. N a verdade, no emprego, o sarcasmo é sua arma preferida
contra a insatisfação. Ele possui uma inteligência afiada, que outros
HA BILIDA DE 6: RESOLVER CONFLITOS 145
veis soluções para conflitos, que permitem a todos sair co m algo que os
satisfaça, embora isso nem sempre seja fácil.
Stu tenta aplicar as mesmas habilidades de resolução de conflitos em
casa. Recentemente, ele e a esposa A p ril tiveram uma discussão acerca de
onde irem nas próximas férias. A p ril teimava em irem a Paris, mas Stu
preferia as praias havaianas. Stu perguntou a A p ril o que ela considerava
tão atraente em Paris e soube que o que ela realmente queria era tirar
férias em um lugar co m muitas paisagens e coisas para fazer. Stu, por
outro lado, queria ir para algum lugar calmo e co m muita natureza,
onde pudesse simplesmente repousar.
O casal debateu as opções e encontraram várias: poderiam tirar férias
separadas, alternar seus destinos preferidos a cada ano o u imaginar luga-
res que combinassem as características desejadas por ambos. A cabaram
decidindo visitar a região de Outer Banks no estado da Caro lina do
No rte, que oferecia uma combinação de praias e locais históricos. A m -
bos sentiram-se excitados co m a escolha.
Deseje
Motivando-se para Resolver Melhor os Conflitos
O que o motivaria a melhorar sua capacidade para resolver conflitos?
Existem oportunidades ilimitadas para usar as habilidades de resolução
de conflitos. Verifique os exemplos que lhe dizem respeito:
N o t rabalho:
• Negociar prazos.
• Conciliar diferenças sobre o desempenho pessoal.
• Confrontar colegas fofoqueiros ou traiçoeiros.
• Abordar questões relativas a excesso de trabalho com superiores e co-
legas.
• Resolver discussões sobre orçamentos.
• Lidar com clientes zangados ou insatisfeitos.
• Lidar com provocadores.
HA BILIDA DE 6: RESOLVER CONFLITOS 147
Em casa:
• Negociar responsabilidades e privilégios com crianças e adolescentes.
• Planejar férias e atividades de lazer que atendam a diferentes preferências.
• Chegar a um acordo em termos de prioridades de economia e gastos.
• Dividir tarefas domésticas.
• Resolver disputas sobre sogros, cunhados e outros parentes.
• Resolver problemas com vizinhos.
• Intervir na rivalidade entre irmãos.
• Lidar com o ciúme.
• Manejar problemas com trabalhadores autónomos.
Aprenda
Três Maneiras de Ser Eficiente na Resolução de Conflitos
Em vez de fugirem do conflito, indivíduos co m inteligência para
pessoas usam três comportamentos básicos para negociarem construti-
vamente suas diferenças co m outros. Eles criam u m clima de interesse
mútuo confrontando discórdias sem descortesia. Eles assumem uma
abordagem positiva e obtêm a cooperação de outros. Pessoas co m alto
Q P tendem a colocar os problemas reais na mesa. Co mo negociadoras,
elas concentram-se nas necessidades e preocupações importantes, em vez
de se perderem em detalhes o u saírem pela tangente. Elas tentam nego-
ciar soluções onde ambas as partes saiam vencedoras, sendo criativas e
148 Desvendar Pessoas
I . Cr i ar u m Cl i m a d e I n t er esse M ú t u o
A resolução de conflitos apresenta o maior ganho e o menor sofri-
mento quando somos capazes de assumir u m enfoque cooperativo, em
vez de adversário, para trabalhar diferenças. Para que isso ocorra, ambas
as partes precisam assumir o problema e reconhecer sua responsabilida-
de em sua solução. Três comportamentos são úteis na promoção de uma
abordagem mútua para o conflito. Precisamos trazer o conflito à superfí-
cie, assumir uma abordagem positiva e apoiar a parceria.
Trazer um conf lit o sobre fatos à superf ície: "Nossas projeções de orça-
mento não estão sendo alcançadas porque vocês estão usando os níveis
150 Desvendar Pessoas
Trazer um conflit o sobre métodos à superf ície: "Co nco rdamo s que o
trabalho de Valerie precisa melhorar, mas discordamos acerca de como
conseguir isso. Você quer oferecer-lhe mais apoio e orientação, enquan-
to eu desejo assumir medidas mais duras. Vamos conversar sobre isso
para vermos o que podemos fazer."
Trazer um conf lit o sobre objetivos à superf ície: "Parece que discorda-
mos bastante sobre o horário de Jeff voltar para casa quando sai à noite.
Você acha que as crianças devem ter oportunidades para desenvolver seu
julgamento e independência, enquanto eu estou realmente preocupado
co m a segurança de nosso filho. Você tem alguma idéia de como pode-
mos resolver isso?"
Trazer um conf lit o sobre valores à superf ície: " O grande problema em
nosso relacionamento atualmente é que você acredita que o sexo antes
do casamento é correto e eu acho isso errado, mas não queremos acabar
co m o relacionamento. A ssim, eu gostaria que você pensasse comigo
para encontrarmos u m modo de convivermos co m nossas diferenças."
Trazer o conflito à superfície no nível apropriado ajuda a eliminar
irrelevâncias e distrações, apresentando o x do problema de u m modo
claro e descritivo.
Conf ront ador: você pega o touro pelos chifres e sente forte necessi-
dade de controle.
Cooperat ivo: Você ouve mais do que discute e se dispõe a ser co nci-
liador a menos que o conflito envolva algo que realmente lhe importa.
E quem diabos é você, o Xá do Irã? Eu não presto contas para você, seu
contador de migalhas!
Rita, porém, sabe que terá que trabalhar co m A lan e que isso será
ainda mais difícil se o conflito aumentar. A ssim, ela diz-lhe que está a
caminho de uma reunião e que ligará mais tarde. Depois de se acalmar,
ela telefona para A lan e resume a discussão de ambos:
RITA : Tudo bem, acho que ambos sabemos que precisamos encontrar
um modo de trabalharmos junto s. A mbo s desejamos que a em-
HA BILIDA DE 6: RESOLVER CONFLITOS 153
Apoiar a Parceria
Em u m clima de interesse mútuo, as pessoas negociam diferenças
lado a lado, em vez de às cabeçadas. Às vezes isso significa literalmente
sentar-se próximos u m do outro, não de frente, para criar uma atmosfe-
ra menos polarizada para a solução de problemas. Lad o a lado também
significa assumir uma abordagem cooperativa ao invés de oponente, para
a resolução de conflitos.
U m conselho útil em termos de negociação é ser "suave co m as pes-
soas e duro co m os problemas". Todos os conflitos envolvem tanto pro-
blemas quanto relacionamentos. N a seção a seguir, veremos como man-
ter o foco nos problemas, na resolução de conflitos. N o lado do relacio-
namento, a resolução eficiente de conflitos está ligada ao respeito, consi-
deração e promoção de uma responsabilidade co njunta pelo processo.
Negociadores co m inteligência interpessoal usam suas habilidades
para direcionarem e explicarem as coisas claramente, a fim de incentiva-
rem a aceitação e o entendimento. Emp atia, tato e humo r podem fazer
HA BILIDA DE 6: RESOLVER CONFLITOS 155
Dois pesos, duas medidas: Você sente que o que é legítimo para você
não o é para o outro.
Pensam ent o polarizado: Cad a uma das partes possui uma visão
supersimplificada do conflito, na qual tudo o que uma das partes faz
é bo m e tudo o que a outra faz é ruim.
RITA : A lan, por que você quer que eu busque sua aprovação antes de
gastar dinheiro que já está em meu orçamento?
160 Desvendar Pessoas
Rita, então, poderia pedir que A lan esclarecesse a situação, para po-
der compreender os problemas que ele enfrenta co m rupturas no orça-
mento. Se ela demonstrasse apreciação pela situação, A lan poderia tor-
nar-se mais receptivo ao seu lembrete de que sua unidade jamais excedeu
as projeções o u a quaisquer sugestões que Rita pudesse ter para ajudá-lo
a monitorar o orçamento de fo rma menos intrusiva. Além de fazer per-
guntas, solicitar feedback da outra parte também ajuda a compreender
sua situação e interesses:
3. N eg o ci ar So l u çõ es co m Gan h o s p ar a Tod os
N a maior parte das situações de conflito, existe o potencial para que
ambos os envolvidos satisfaçam pelo menos parte de seus interesses bási-
cos. Se você pode aceitar que a resolução do conflito pode ser u m pro-
HA BILIDA DE 6: RESOLVER CONFLITOS 161
Um plano de ação para Rita e Alan seria especificar que Rita enviará a
Alan seu primeiro relatório trimestral sobre o orçamento em abril, mas
começará a solicitar sua pré-aprovação para grandes gastos imediata-
mente. Alan apresentará o seminário no próximo mês e Rita incentivará
seus colegas a comparecerem. Eles poderão marcar uma reunião depois
que Alan revisar o primeiro relatório trimestral de Rita para determina-
rem o andamento de seus arranjos.
LiZ : Você não pode sair, sob nenhuma circunstância, até ter termina-
do todo o seu dever de casa, limpado seu quarto e alimentado e
levado o cachorro para passear!
Chris, gerente de divisão, é conhecida por seu pavio curto e estilo provo-
cador com subordinados. Fred foi promovido recentementepara a função
de supervisor e começou a prestar contas a Chris desde a aposentadoria de
seu ex-chefe e mentor, Rick. Chris não gostava de trabalhar com Rick,
um carafirme em quem ela não conseguia mandar. Ela está determina-
da a consertar a situação com Fred e começa seu encontro com ele neste
estado de espírito:
Fred desculpa-se silenciosamente com Rick por não defendê-lo. Rick, con-
tudo, foi seu professor e Fred mostrou-se um aluno muito competente.
Tente
Exercícios para Desenvolver Habilidades de Resolução de Conflitos
A prática faz a perfeição — o u, pelo menos, pode trazer melhoras!
A qui estão algumas maneiras de melhorar suas capacidades e sua co n-
fiança para lidar co m o conflito.
Cr i ar u m Cl i m a d e I n t er esse M ú t u o
1. Identifique uma diferença de opinião de longa duração com alguém.
Como você tem definido o problema? Veja se pode declarar o proble-
ma em termos mútuos como "O conflito que enfrentamos é... " òu "Nos-
so conflito é..." Será que as coisas parecem diferentes quando você
coloca o conflito nesses termos? Decida que tipo de conflito você está
tendo com essa pessoa. E sobre fatos, métodos, objetivos ou valores?
Você poderia assumir qualquer enfoque diferente ao conflito, com base
em sua análise?
2. Identifique seu próprio estilo habitual de lidar com o conflito. Você é
basicamente confrontador, persuasivo, cooperativo ou evitativo? Rela-
cione alguns exercícios de situações de conflito nas quais você usou esse
estilo. Quais foram as consequências? Escolha um estilo alternativo que
poderia ter usado em cada uma dessas situações. O que teria feito de
diferente?
N eg o ci ar So l u çõ es co m Gan h o s M ú t u o s
Coloque em Af i o
Superando as Próprias Barreiras para a Mudança Duradoura
Em seus esforços para usar suas habilidades de resolução de conflitos
no mund o real, que armadilhas você pode prever? Veja se quaisquer des-
sas situações tendem a apresentar problemas.
Tenho pavio curt o e não consigo cont rolar minha raiva em situações de
conflito.
A técnica de afastamento serve sob medida para você. Torne uma priori-
dade desacelerar a ação para evitar perder o controle. Tente reconhecer
HA BILIDA DE 6: RESOLVER CONFLITOS 169
Atuar em Equipe
1. O relacionamento de A co m B.
2. O relacionamento de A co m C .
3 . 0 relacionamento de B co m C .
4. O relacionamento de A co m B e C .
5 . 0 relacionamento de B co m A e C
6. O relacionamento de C co m A e B.
classes em sua escola são menos excitantes. Co ntud o , nas reuniões entre
os professores, A ngela não se pro nuncia muito . Ela não demonstra mui-
ta consideração por seus colegas e acha que essas reuniões são algo que
precisa suportar em vez de desfrutar. Sua diretora insistiu para que ela
fizesse mais contato co m outros professores e lhes mostrasse seu enfoque
ao ensino, mas A ngela acredita que qualquer oferta de conselho seria um
desperdício. Ângela também não considera muito os pais de seus alunos.
Ela gostaria que os pais passassem mais tempo lendo para seus filhos e
ajudando-os co m seus deveres de casa, mas já desistiu de ver isso tornar-
se realidade. Ela satisfaz-se constatando que sua sala de aula é um local
de rica aprendizagem e espera que seus esforços façam diferença na vid a
de seus alunos.
Deseje
Motivando-se para Atuar em Equipe
Em que grupos você deseja ser mais atuante? Verifique quaisquer dos
seguintes que tragam à sua mente lugares para o trabalho em equipe.
N o t rabalho:
• Participação em reuniões.
• Parcerias com colegas.
• Melhora em equipes para projetos ou trabalho de comités.
• Conexão com pessoas em diferentes departamentos.
• Inclusão daqueles que têm sido excluídos.
• Desenvolvimento de uma declaração de missão ou plano estratégico.
• Coordenação de uma reunião de vendas.
Em casa:
• Divisão das responsabilidades pela criação dos filhos.
• Engajamento em atividade familiar.
• Participação em grupos cívicos, religiosos ou comunitários.
• Parceria com professores e outras pessoas nas escolas de seus filhos.
• Instituição de reuniões familiares.
• Cooperação com seus vizinhos.
HA BILIDA DE 7: A TUA R EM EQUIPE 177
Aprenda
Três Modos de Atuar Melhor em Equipe
A s pessoas co m altos QPs têm sucesso na atuação em equipe porque
gostam de associar-se co m outros na tentativa de encontrarem formas
de co ntribuir para um esforço de grupo. Elas também são eficientes na
facilitação do trabalho em equipe, empregando técnicas que melho ram
a atividade do grupo. E finalmente, elas são habilidosas na formação de
consenso, o processo de tomar decisões apoiadas por todos.
I. A sso ci ar - se co m Ou t r o s
Cad a u m de nós chega ao grupo co m seus próprios talentos. Pessoas
que atuam em equipe vêm co m algo mais: a capacidade para mesclarem
seus talentos co m as habilidades dos outros. Participantes em equipes
também equilibram o interesse no que advogam co m interesse pelo que
outros dizem. Eles vêem a si mesmos e a outros como recursos no grupo,
e não como egos individuais. Eles agem como parte do patrimônio de
conhecimento, homens e idéias do grupo e conseguem fazer co m que
outros também ajam assim. Etapas cruciais na associação co m outros
são: observar o que ocorre no grupo, oferecer contribuições onde necessárias e
construir um clima de diálogo.
sido excluído. Talvez alguém tenha uma boa idéia, mas não a expressou
bem, talvez o grupo esteja em uma tangente o u preso em uma discussão
inútil, quando deveria estar debatendo idéias. A qui está uma lista de
coisas a observar, em um grupo:
• Co mpartilhe o que está por trás de suas idéias. Revele suas suposi-
ções e metas. Co nvid e outros a fazer o mesmo.
• Peça feedback de outros sobre suas idéias.
• Dê feedback construtivo sobre as idéias de outros.
• Faça sugestões que melhorem as idéias de outros.
• Incorpore as idéias de outros em suas propostas.
• Enco ntre termos comuns entre as idéias expressadas no grupo.
• Incentive outros à oferta de idéias adicionais, além daquelas já ex-
pressadas.
2. Faci l i t ar o Tr ab al h o em Eq u i p e
Sempre que você estiver em uma posição de liderança em u m grupo,
será útil examinar seu estilo de liderança. Se você é u m líder tradicional,
pode ser usado para dirigir, controlar e monitorar. Co mo líder orientado
para a equipe, seu papel mud a e você treina, mo tiva e capacita. Além
disso, você pode estar habituado a desenvolver qualidades individuais
entre os membros de seu grupo. Co mo u m líder de equipe, você precisa
desenvolver essas qualidades dentro da equipe.
Você, porém, não precisa ser o líder em u m grupo para exercer u m
papel de facilitador. Qualquer um pode oferecer sugestões que ajudem o
grupo a ter mais sucesso em seus trabalhos.
Incentive a Participação
D e nada adianta trabalhar em equipe se o grupo reluta em participar
o u se certas pessoas d o minam. Um a ampla variedade de métodos pode
ser usada para obter-se a participação ativa dos membros. A o usar alguns
deles de modo consistente, você evitará ouvir as mesmas pessoas o tem-
po todo. A qui estão algumas possibilidades:
Discussão abert a: Faça uma pergunta para todo o grupo, sem qual-
quer estrutura. Use a discussão aberta quando tiver certeza de que
várias pessoas desejam participar. A qualidade de participação vo lun-
tária é bastante atraente. Não abuse do método. Se fizer isso, limitará
a participação às pessoas que estão sempre dispostas a levantar as
mãos. Se você tem um grupo muito participativo e acha que a dis-
cussão pode prolongar-se demais, diga de antemão: " Eu gostaria de
pedir que quatro o u cinco pessoas opinassem." Se você acha que u m
número insuficiente de pessoas desejará participar, diga: "Quanto s
de vocês têm uma idéia?" em vez de "Q u em tem uma idéia?"
• U m slogan
• O percurso a ser percorrido
• A extensão da corrida
• Um a data para a corrida (será que sábado é melhor que domingo?
Se chover haverá o evento? Será que não é melhor um fim de se-
mana em que seja feriado?)
• Prémios
• Um a data-limite para inscrições
• Serviços de emergência
• Publicidade antes, durante e depois da corrida
Imagino se...
E se...
Talvez, se nós...
Eu sonho com...
Se pelo menos nós...
Eu desejo...
Por que nao podemos...
3. Fo r m ar u m Co n sen so
Chego u a ho ra de mastigar tudo. Seu grupo esteve explorando idéias
e debatendo suas opções. A lgumas idéias serão descartadas, pelo me-
nos po r enquanto. Decisões difíceis precisam ser deliberadas e p rio ri-
dades precisam ser estabelecidas. Co nsenso e compromissos estão na
ordem do d ia.
A maio ria dos especialistas concorda que os grupos devem tomar
decisões importantes formando consenso, opostamente à realização de
votações. Existe u m consenso quando todos os participantes estão dis-
postos a apoiar e a formar u m compromisso co m uma decisão específica.
Ela pode não ser a primeira escolha de todos, mas todos podem viver
co m as conclusões alcançadas. Quand o u m grupo fo rma u m consenso,
há maior compromisso para implementar a decisão tomada. C o m a v o -
tação, uma mino ria descontente geralmente termina amargurada e seu
compromisso é menos vigoroso na fase de implementação.
HA BILIDA DE 7: A TUA R EM EQUIPE 189
Verificação do Compromisso
Quand o um grupo está tentando formar u m consenso, é importante
oferecer algum tipo de fórum para que a mino ria fale e para juntar quais-
quer idéias remanescentes que essas pessoas tenham e que possam ser
extremamente importantes para o projeto. Oferecer u m canal de escuta
para a mino ria pode ser uma experiência curativa que ajudará o trabalho
conjunto do grupo no futuro.
U m modo de fazer isso é oferecer tempo para que a aparente mino ria
faça alguma declaração. Você pode reservar 15 minutos o u meia hora em
uma reunião quando o consenso parece próximo. Depois de escutar a
mino ria, pergunte ao grupo todo se este tem sugestões para o alívio das
preocupações expressadas.
Se um consenso é finalmente alcançado, peça aos participantes que
pensem sobre o que podem comprometer-se a fazer para implementar as
decisões tomadas. Se o esforço de equipe exigiu uma longa série de encon-
tros, considere enviar uma carta o u e-mail aos participantes co m um resu-
mo das principais decisões e conquistas. Se os membros do grupo estarão
envolvidos na implementação do curso de ação decidido na reunião, in-
centive-os a permanecer em contato com você e ofereça seus conhecimen-
tos para ajudá-los a resolver quaisquer problemas inesperados.
192 Desvendar Pessoas
Tente
Exercícios para Desenvolver as Habilidades de Cooperação
Pronto para a próxima etapa? A qui estão algumas experiências que
você pode fazer agora mesmo para trabalhar suas habilidades de colabo-
ração e descobrir os resultados.
Formação do Consenso
I. Pense em como seu grupo toma decisões. Isso ocorre por votação? Os
membros poderosos expressam suas preferências e todos os outros sim-
plesmente os seguem? Fale sobre as vantagens de chegar a decisões pelo
consenso. Escute as preocupações das pessoas sobre o tempo necessário
e outras questões. Sugira modos de aliviar essas preocupações.
HA BILIDA DE 7: A TUA R EM EQUIPE 193
Coloque em Ação
Superando as Próprias Barreiras para a Mudança Duradoura
Em sua tentativa de se tornar um membro atuante na equipe, você
inevitavelmente encontrará empecilhos ao longo do caminho . N unca é
fácil mudar seu comportamento e você terá de lidar também co m os
maus hábitos de outras pessoas! Mas aguente firme e nao desista. A qui
estão algumas das dificuldades que as pessoas geralmente encontram quando
atuam em equipe, juntamente co m nossas sugestões para abordá-las:
Acho que nada pode salvar o grupo no qual at uo. Já é t arde demais.
Grupos estabelecidos criam hábitos tão difíceis de romper quanto os há-
bitos individuais. Entretanto, assuma a atitude de que nunca é tarde de-
mais e que nenhum momento é melhor para começar do que agora.
Não se queixe sobre a falta de produtividade do grupo. Sua mensagem
encontrará resistência por alguns ou será aceita com ar de resignação por
outros. Em vez disso, peça que o próprio grupo avalie a si mesmo. Faça
perguntas como:
• Até que ponto nosso grupo está satisfazendo as expectativas de to-
dos?
• O que estamos ganhando com este grupo?
• Como temos trabalhado juntos? O que tem sido útil? O que não é útil?
• Se fôssemos recomeçar, o que faríamos de diferente, retrospectiva-
mente?
Somos uma equipe mas mal nos vemos. As pessoas viajam muit o ou t êm
out ras razões para est arem afastadas do escrit ório.
Este fenómeno é cada vez mais comum. Explore como aumentar a co-
municação por e-mail e teleconferências ou use software gratuito de reu-
niões para manter a comunicação entre membros da equipe.
Mudar e Inovar
Moisés, por outro lado, tornou-se líder dos israelitas por sua capacida-
de de mudar. Criado na casa do faraó, tornou-se príncipe do Egito. Co n-
tudo, ao descobrir o rígido tratamento dado pelo faraó aos escravos, Moisés
abandonou a casa real e tornou-se pastor nos campos onde Deus revelou-
se e lhe entregou a missão de liderar os israelitas para fora do Egito. Incerto
de seu talento para persuadir o faraó a "permitir a partida de meu povo",
ele ainda assim aceitou o papel de liderança no qual fora colocado por
Deus. C o m a ajuda das dez pragas, o faraó cedeu e deixou que os israelitas
partissem para uma jornada de quarenta anos até a Terra Prometida. D u -
rante as viagens, Moisés adotou o único estilo de liderança que já conhece-
ra e assumiu a responsabilidade de ser o único árbitro de todas as questões
e queixas trazidas pelos israelitas. Quando a carga novamente tornou-se
pesada demais, Moisés foi flexível outra vez e mudo u. Ele mostrou-se re-
ceptivo às sábias palavras de seu sogro Jethro e criou um conselho de ido-
sos para administrar o povo. Esse ato permitiu que os israelitas fizessem a
transição, de uma geração de escravos para uma nação vibrante.
Deseje
Motivando-se para Mudar
A capacidade para mudar compensa, em uma variedade de situações.
Você consegue ver-se nas situações seguintes?
HA BILIDA DE 8: MUDA R E INOVAR 199
N o t rabalho:
• Sua empresa passa por extensas transformações.
• Seu chefe ignora suas solicitações.
• Um empregado volta a seus hábitos desleixados após alguns dias de me-
lhora no desempenho.
• Um colega busca sua ajuda com tanta frequência que você não consegue
fazer nada.
• Ninguém se oferece para tarefas que precisam ser executadas.
• Um colega da equipe queixa-se constantemente sobre outra pessoa, com
você.
• Seu chefe não o incluiu no laço de informações.
• Seu supervisor não fala claramente sobre suas expectativas.
• O moral da equipe está muito baixo.
Em casa:
• Você e outro parente sentem-se desconfortáveis um com o outro.
• Você não tem tanta intimidade quanto gostaria com um outro membro
de sua família.
• Você discute e entra em frequentes lutas pelo poder com um parente.
• Você e seu cônjuge têm conflitos frequentes sobre pequenas coisas.
• A maioria das conversas com seus pais são repetições de conversas passa-
das.
• Você já tentou de tudo para fazer com que seu filho o escute, mas nada
parece funcionar.
• Sua relação com seus familiares está limitada a apenas uma ou duas ativida-
des.
• Você sempre toma a iniciativa em seu relacionamento com um bom amigo.
• Você detesta fins de semana.
Aprenda
Três Maneiras de Mudar
O que é realmente necessário para mudar um relacionamento pro-
blemático o u frustrante? Pessoas co m inteligência interpessoal usam três
200 Desvendar Pessoas
I . A cei t ar o Desaf i o
Se você está aberto a inovações quando um relacionamento não vai
bem, metade da batalha foi vencida. Para aceitar o desafio que você está
enfrentando, é importante encarar a realidade, assumir responsabilidade e
aplicar altos parâmetros.
Encare a Realidade
À primeira vista, parece que todos deveriam reconhecer quando u m
relacionamento não é produtivo. A verdade, contudo, é que poucas pes-
soas gostam de pensar sobre u m relacionamento que não está indo bem.
É doloroso aceitar uma realidade desagradável. É mais fácil fingir que
tudo está suficientemente bem o u que logo melhorará. U m modo de
evitar a verdade é agir co m perplexidade o u impotência. A s pessoas per-
guntam a si mesmas:
Assumir Responsabilidade
Quand o as coisas não vão bem, as pessoas rapidamente põem a culpa
em algo fora de si mesmas. Essa é uma estratégia de manejo conveniente,
porque culpar outros tira a dor de nosso peito. Infelizmente, a dor asso-
ciada co m relacionamentos improdutivos volta sempre e co ntinua cor-
roendo nossa paz.
Indivíduos interpessoalmente inteligentes vêem u m relacionamento
como uma estrada de mão dupla. Mesmo se o comportamento da outra
pessoa é particularmente danoso, sempre nos resta uma opção quanto ao
modo de reagir. O exemplo clássico é o do parceiro de um alcoólatra.
Raramente u m indivíduo faz co m que outro beba, se é que isso chega a
acontecer. Entretanto , um parceiro pode apoiar o comportamento do
alcoólatra quando mantém segredo o u quando assume as responsabili-
dades que caberiam ao parceiro alcoólatra, quando este está incapacita-
do. Enquanto mantém um relacionamento co m u m alcoólatra, o parcei-
ro influencia — para o bem o u para o mal — o que ocorre. Isso é um
fato, não uma crítica.
Imagine que cada interação que você já teve co m uma outra pessoa
fosse gravada em vídeo desde o começo do relacionamento. A questão
relativa ao culpado pelo mau relacionamento tornar-se-ia absurda se al-
guém rebobinasse a fita e a parasse várias vezes, em intervalos aleatórios.
N o momento em que assistimos, parece que a pessoa A é o bandido, mas
é igualmente provável que o indivíduo B conquiste este título em outro
momento; o culpado depende do ponto onde paramos a fita. Os rela-
cionamentos são emaranhados e complicados. E inteligente reconhecer
202 Desvendar Pessoas
esse fato, aceitar que quase todos os problemas ocorrem "entre pessoas" e
nao "dentro das pessoas" e aceitar o desafio de trabalhar no relaciona-
mento mesmo se a outra pessoa reluta em fazer isso.
2. Desco b r i r o q u e Est á Er r ad o
Depois de aceitar o desafio de melhorar um relacionamento proble-
mático, é hora de imaginar o que impede isso. O segredo é determinar
como você e a outra pessoa estão "dançando", para descobrir uma fo rma
HA BILIDA DE 8: MUDA R E INOVAR 203
de mudar. A maio ria das pessoas pergunta: " O que devo fazer co m essa
pessoa?" É melhor perguntar: "Co mo é meu comportamento atual nesse
relacionamento? Co mo a outra pessoa está respondendo?" A o fazer-se
essas perguntas, você abre a porta para a mudança real. Três formas de
examinar o relacionamento dizem respeito a avaliar a proximidade emo-
cional, investigar diferenças de estilo e detectar ciclos de comportamento.
Glória é uma pessoa visual e seu marido, Ben, é cinestésico. Glória cha-
teia-se quando Ben nao anota as compras antes de sair para o supermer-
cado. Ela prepara listas para ele, mas Ben muitas vezes esquece-se de
levá-las. Ben e Glória começaram a fazer aula de dança juntos, recente-
mente. Glória observava enquanto o instrutor executava uma série de
passos e logo depois conseguia imitá-lo. Ben parava o instrutor no meio
da ação e insistia em executar ele mesmo o passo, até sentir-se confiante.
Glória implorou que Ben simplesmente sentasse e observasse com aten-
ção, mas Ben persistiu nessa rotina. Quando estão juntos, Ben gosta de
muita atividade e prefere ambientes altamente estimulantes, enquanto
Glória prefere uma caminhada no bosque ou dar um passeio tranquilo
de carro. Com estilos tão contrastantes, é improvável que Glória e Ben
consigam manter um casamento feliz, sem muitas concessões. Às vezes,
conceder significa que ambos devem aceitar mais as preferências um do
outro. Em outros momentos, significa que devem mudar seu próprio esti-
lo, para poderem continuar juntos.
Bill, marido cheio de culpa, muitas vezes deseja "uma noite com os caras"
e sabe que se mencionar isso a Sally, sua esposa, ela rejeitará a idéia. Bill
com frequência começa uma discussão com Sally sobre algum outro as-
HA BILIDA DE 8: MUDA R E INOVAR 209
3. In o v ar
A rmad o co m a consciência dos hábitos aos quais está preso, você está
agora em posição para abandoná-los, mudando seu comportamento. Em -
bora não existam garantias de que uma mudança em seu comportamen-
to causará a mudança no comportamento de outra pessoa, certamente
vale a pena tentar. Se você mudar sua dança, seu parceiro finalmente terá
que mudar. Pode não ser a mudança que você desejaria, mas será uma
mudança ainda assim. A gir de modo inovador exige testar o terreno, de-
terminar os benefícios e formar um compromisso.
Test ar o Terreno
O primeiro teste é desafiar sua própria suposição de que não precisa
mudar nada do que faz em u m relacionamento. Isso é especialmente
difícil de fazer quando você acredita que seu próprio comportamento é
positivo. Por exemplo, uma pessoa ansiosa pode ter buscado sua garantia
de que tudo dará certo e você ofereceu essa garantia facilmente. A outra
pessoa, contudo, pode ganhar mais enfrentando seus temores sem suas
210 Desvendar Pessoas
Formar um Compromisso
Se suas experiências mostrarem sinais de sucesso, você provavelmen-
te deverá sentir a confiança para formar u m compromisso mais perma-
nente co m as mudanças que fez. Não se surpreenda, entretanto, se a outra
pessoa fizer tudo ao seu alcance para levá-lo a seu comportamento ante-
rior. A final, você pode ter tirado essa pessoa de sua zona de conforto. O
chefe de Harry, por exemplo, sentia-se confortável ao rejeitar as sugestões
ocasionais do funcionário. A umentando sua frequência, contudo, Harry
tirou-lhe o equilíbrio; para voltar à sua posição confortável, o chefe pode,
de início, rejeitar ainda mais que antes. Apenas permanecendo firme Harry
descobrirá se sua experiência trará os resultados que busca.
212 Desvendar Pessoas
Tente
Exercícios para Mudar e Inovar
Por definição, se você se sente de mãos atadas, também considera
difícil mudar seu comportamento em um relacionamento. E por isso
que a Drática é crucial. Tente uma o u mais dessas experiências co m a
mudança para aumentar sua consciência sobre onde e como você está
impedido de mudar e para começar a pensar de fo rma inovadora acerca
de como mudar.
A cei t ar o Desaf i o
1. Identifique um relacionamento "viciado". Pense no papel que você exerce
para mantê-lo assim. Escreva um diário por uma semana, refletindo sobre
suas interações com a outra pessoa. Esforce-se para descrever o que a
outra pessoa fez e o que você fez em resposta. Evite acusações ou dar
vazão a seus sentimentos. Permaneça objetivo, como se fosse um antro-
pólogo estudando uma cultura estranha.
2. Pergunte a si mesmo se já desistiu da outra pessoa com a qual mantém
um relacionamento problemático. Será que você baixou suas expectati-
vas a tal ponto que suas esperanças de qualquer mudança são pequenas?
Desafie-se a estabelecer expectativas mais altas para a próxima semana.
Use algumas das sugestões na página 202 para guiá-lo na formulação de
novos objetivos.
Desco b r i r o q u e Est á Er r ad o
1. Selecione um relacionamento problemático. Examine honestamente a
proximidade ou distanciamento emocional entre você e a outra pessoa.
Vocês estão fundidos ou desengajados? Se sim, tome providências para
reduzir a fusão ou distanciamento na próxima semana. Use a lista da pági-
na 204 para identificar etapas úteis para a ação.
2. Identifique pelo menos duas pessoas em sua família ou em seu local de
trabalho. Avalie o quanto seus estilos social, de aprendizagem ou de lide-
rança são similares ou diferentes. Selecione um desses relacionamentos e
HA BILIDA DE 8: MUDA R E INOVAR 213
crie um plano para acomodar essas diferenças em seu estilo, onde você
acha que trarão mais benefícios.
Inovar
1. Selecione uma das seguintes abordagens: solicitar, recuar, monitorar, en-
corajar (veja a página 204 para mais detalhes). Continue usando a aborda-
gem por uma semana com uma pessoa com quem está tendo dificulda-
des. Selecione a abordagem mais diferente possível daquela que usa habi-
tualmente. Determine os resultados.
2. Pense em uma ocasião em que você tentou uma abordagem diferente
com alguém mas não persistiu na experiência. Examine os motivos para
desistir tão facilmente. Dê uma atenção particular ao que a outra pessoa
fez para fazê-lo voltar ao comportamento antigo. Tente a experiência no-
vamente, mas desta vez com maior persistência.
Coloque em Ação
Superando as Próprias Barreiras para a Mudança Duradoura
Co mo já indicamos ao longo de todo este livro, a mudança duradou-
ra exige que você confronte algumas das razões pelas quais poderia voltar
a seus antigos hábitos. Selecione as declarações abaixo que o descrevem e
considere nossas sugestões para superar essas barreiras.
Acho que nada pode ser feito para salvar est e relacionament o. É t arde
demais.
Pode ser verdade. Contudo, esse fato não sugere que você deve conti-
nuar fazendo mais do mesmo. Ainda é importante fazer alguma mudança,
incluindo a possibilidade de uma distância ainda maior entre você e a ou-
tra pessoa. Antes de fazer isso, porém, veja se o relacionamento fracassa-
do não é vítima de baixas expectativas. Repense se alguma renovação
poderia ocorrer, se seus objetivos fossem mais altos. Isso, é claro, come-
ça com a convicção de que ainda vale a pena tentar algo com a pessoa.
214 Desvendar Pessoas
Est ou t ão sobrecarregado por out ros problemas que não encont ro for-
ças para lidar com est e relacionament o problemát ico.
Todos temos limites em nossa capacidade para lidar com vários proble-
mas ao mesmo tempo. Tenha certeza, entretanto, de evitar o erro de
sentir-se tão sobrecarregado a ponto de não assumir nenhuma ação.
Concentre-se em uma coisa de cada vez e tente fazer algo positivo.
Tenho dificuldade com uma pessoa cujo estilo e t emperament o são exa-
t ament e como os meus.
As similaridades entre duas pessoas também podem ser uma fonte de
tensão. Vocês dois podem estar batendo cabeça porque querem ambos
afirmar-se. Ou ainda, seu relacionamento pode estar com problemas por-
que ambos são indecisos. Entretanto, se apenas um de vocês agir de for-
ma inédita algo mudará. Esta pessoa bem pode ser você.
Sei que meu relacionament o est á com problemas porque ent ramos em
jogos repet idos um com o out ro, mas t enho dificuldade para compre-
ender o que est á acont ecendo.
Mesmo se você não consegue detectar o padrão do problema, experi-
mente uma resposta diferente da primeira que lhe vem à mente. Se você
conseguir mudar a dança, não importa se compreende ou não os motivos
para a dança original.
I . Co m p r een d er as Pesso as
Quand o sentem-se confusas co m atitudes e comportamentos de o u-
tros, pessoas co m alto Q P:
Escut am e observam:
Dand o destaque à outra pessoa, durante a comunicação
Demonstrando interesse
Lendo a linguagem corporal
Esclarecem o significado:
Fazendo perguntas que pedem respostas amplas
218 Desvendar Pessoas
Parafraseando
Respondendo a emoções
2. Ex p r essar - se Cl ar am en t e
Quand o desejam ser compreendidas, pessoas co m alto Q P:
Incluem o ouvint e:
Falando na língua do ouvinte
Deixando que a outra pessoa fale
Co nfirmand o seu entendimento
3. D ecl ar ar su as N ecessi d ad es
Quand o precisam fixar limites o u defenderem-se, pessoas co m alto
Q P:
São decididas:
Separando necessidades de vontades
A ssumindo uma posição
Co municand o sua posição
JUNTANDO TU D O 219
4. D ar e Receb er Feedback
Quand o desejam a opinião de outros o u acreditam que outros po-
dem beneficiar-se co m suas opiniões, pessoas co m alto Q P:
São informativas:
Referindo-se a comportamentos concretos
Limitand o a quantidade de feedback
Oferecendo sugestões para melhorias
5. In f l u en ci ar Ou t r o s
Quand o desejam exercer impacto sobre outros o u encorajá-los a
mudar, pessoas co m alto Q P:
220 Desvendar Pessoas
6. Reso l v er Co n f l i t o s
A o discordarem de outros, pessoas co m alto Q P:
7. A t u ar em Eq u i p e
Quand o precisam trabalhar em grupo, pessoas co m alto Q P:
Formam um consenso:
Estreitando a gama de idéias
Pesquisando a opinião do grupo
Verificando a formação de compromisso
8. M u d ar e In o v ar
Quand o enfrentam um impasse em um relacionamento, pessoas co m
alto Q P:
Aceit am o desafio:
Enfrentando a realidade
A ssumindo responsabilidade
A plicando altos parâmetros
A valiando os benefícios
Fo rmando u m compromisso
As situações mais importantes nas quais posso usar essas habilidades com
maior eficácia são:
Qu i n t a Sem an a: In f l u en ci ar os Ou t r o s
• Reserve tempo para conectar-se co m as pessoas que deseja influen-
ciar.
• Demonstre entusiasmo co m suas idéias.
• Faça muitas perguntas e busque a opinião daqueles que tenta in-
fluenciar.
• Apresente suas idéias uma de cada vez.
• Ofereça evidências vigorosas apoiando sua posição.
• A juste sua mensagem para o estilo e bagagem cultural do ouvinte.
• A pele para os interesses da outra pessoa; enfoque mais benefícios
que características.
• Dê tempo para que outros pensem no que você apresentou.
• Não demonstre ansiedade excessiva para convencer outros.
JUNTANDO TU D O 227
Sét i m a Sem an a: A t u ar em Eq u i p e
• Observe o que está acontecendo no grupo para compreender o
que é necessário.
• Planeje a oferta de contribuições à equipe quando forem mais ne-
cessárias.
• Inclua todos no laço.
• A ssuma papéis que não estão sendo assumidos por outros.
• Concentre-se no objetivo do grupo e não em seus interesses pes-
soais.
• Div id a co m os outros o crédito que receber por u m trabalho bem-
feito.
• Expresse apreciação pelos esforços dos outros.
• Verifique decisões que está prestes a tomar para ver se podem afe-
tar outros.
• Busque informações sobre os talentos de outros.
Persuasão Problemas
Exemplos como ilustrações, 135-138 Prevendo suas reações a previsíveis, 80-87
Mensagens W IFM (What s in It For Verbalização, 35-36
Me?), 137 Processo, conflitos sobre, 149
Pesquisa de opinião, para formar Profecia auto-realizável, 155
consenso, 190-191 Programas de exercícios, apropriados, 28
Pesquisas, antecedentes, 158-160 Prontidão, estágios de consenso, 190-191
Pessoas analíticas, lidar com, 204-206 Provérbio coreano, sobre influenciar
Pessoas expressivas, lidar com, 206 outros, 121
Pessoas impulsoras, lidar com, 206 Proximidade emocional, 203-205
Pessoas receptivas, lidar com, 206-207 Pseudo-aceitação, habilidades de escuta, 37
pessoas, compreensão
benefícios, 16 Q
classificação de sua capacidade, 24 Q I (quociente de inteligência), vs. QP
melhora nas habilidades, 29-57 (quociente de inteligência para
resumo, 217-218 pessoas), 23
sucesso, 12-13 QP (quociente de inteligência para
pessoas, estilos sociais, 204-206 pessoas), vs. Q I (quociente de
Plano de ação inteligência), 23
Pessoal, 222-224 QP, classificação
Resolução do conflito, 163 Escala de Inteligência Interpessoal,
Plano de lembretes, oito semanas, 225-227 23-28
Interpretação de escores, 28
Plano
Ação pessoal, 222-224
De lembretes para oito semanas, 226- R
Referências confusas, 66
Reflexão, linguagem corporal, 39 Sabedoria, resolução de conflitos, 154-155
Reforço positivo, 210-211 Sabotagem, previsão, 170
Reforço positivo, 94-95, 142 Sartre, Jean Paul. Compreender pessoas, 30
Relacionamentos fundidos, equilíbrio, Segredos, linguagem corporal, 39
203-204 Sensibilidade, transmitir sua posição, 87
Relacionamentos Significado, conhecimento do, do falante,
Declarar suas necessidades, 97 43-45
Dentro de grupos, 174-176 sinais não-verbais
Equilibrar, 203-205 controle de seus próprios, 90
Fundidos, 203-204 escuta concentrada, 36
Mudança ativa, 199-209 escuta e observação, 31-32
Mudança e inovação, 197-211 gravação em vídeo, 68-69
Mudar seu comportamento, 212-213 leitura, 38-39
Problemáticos, 213-214 melhora na interpretação, 53
Sua classificação de QP, 23-28 verbais congruentes e, 68
Religião, reconhecer diferenças, 52 Sinais. Ver sinais não-verbais
Repetição, redução, 56 Situação socioeconómica,
Resistência reconhecimento de diferenças, 52
Concentração no objetivo, 88-89 Situações aflitivas, 83
Minimização, 131-134 Solicitações
Resolução Dar e receber feedback , 115-116
Conflito, 14-15, 17 Fazer e responder a, 95-96
Melhora das habilidades no conflito, Mudança de comportamento
26, 143-171,220-221 inaceitável, 93, 210-211
responsabilidade pelo conflito, 148-150 Solucionar problemas, estimular grupo,
Responsabilidade, assumir pessoal, 201 184-188
Responsabilidade, isenção de, evitar, 76 Soluções, resolução de conflitos, 160-168
Respostas Straigh Talk is More Than Words (Ball), 36
A emoções do falante, 44-45 Subgrupos, participação no grupo, 183
Oportunidades para, pelo ouvinte, 70 Sugestões
Permanecer calmo e confiante, 87-88 Dar e receber feedback , 115
Reservar tempo para formular Para melhora, 116-117
apropriadas, 75-76 Suposições
Resumo, encerramento de comunicações, Desafio a, 209-211
65-66 Perturbando a escuta, 56
Revezamentos, discussões em grupo, 183-
184 T
Riscos Tarefas, oferecer explicações claras, 72
Mudança, 210-211 Teague, Jr., clareza da expressão, 59
Mudança nos relacionamentos, 214 Técnicas de resolução de conflitos, 147-
Rotulagem, troca de feedback , 112-114 166
ÍNDICE 245
CA M PU S
Nome:
Escolaridade: — • Masc • Fem Nasc:
Endereço residencial:
Bairro* Cidade:. Estado:.
CEP: Tel.: Fax:_
Empresa:
CPF/CGC: .
Costuma comprar livros através de: Q Livrarias • Feiras e eventos • Maladireta
Q Internet
Sua área de interesse é:
• NEGÓCIOS • IN TERESSE • INFORM ÁTICA • LIVROS-TEXTO
GERAL Nível: • Administração
• QUALIDADE • Iniciante • Informática
DE VIDA • Intermediário • Economia
• Avançado • Comunicação
• História
• Ciência Política
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rrijRA -\ IADA
"Pessoas com alto intelecto, mas baixa eficiência interpessoal, tendem a ter
sucesso apenas em áreas restritas da vida. Eis um livro inteligente, com texto muito
claro, que aumentará seu quociente de inteligência para relacionar-se com pessoas.
Leia... por favor!"
• Arnold A. Lazarus, Professor Emérito de Psicologia, Rutgers University