ATIVIDADES DE LINGUA PORTUGUESA- OITAVO ANO b) ( ) O menino carregava a rosa distraidamente.
c) ( ) O menino roubava a rosa no jardim do governador.
MENINO PEQUENO
       Ele descia a ladeira e vinha só. De cor era branco, de tez era pálido –
dessa brancura descorada de criança que não come vitamina, filho de
emigrante pobre que não herdou as cores rosadas da gente da terra velha e
não adquiriu ainda o moreno igualitário da terra nova. Num pé só, calçava um
acalcanhado sapato de lona. No outro, uma tira negra encordoada, que há
tempos fora uma atadura. Vestia uma jardineira azul, que na certa pertencera a
um menino mais velho, pois a barra das calças arrastava atrás; os bracinhos
nus, ao frio da manhã sem sol, de tão arrepiados eram ásperos, azulados.
       É de notar que o pequeno, ao descer assim a ladeira empedrada, não ia a
toa, tinha um propósito, embora singular. Porque na mãozinha suja como ele
todo, carregava – calculem! – carregava uma rosa. Uma grande rosa cor-de-
rosa propriamente dita, tão bela, tão preciosa, dessas que só medram em
jardim de governo ou em jardim de rico, pétalas de porcelana, mal
desabrochada, formosa, frágil como uma bolha de sabão. E o pequeno,
evidentemente, tinha consciência daquela beleza e daquela fragilidade. Pois
caminhava de leve, a mão direita que segurava a rosa era mantida rígida,
embora um pouco tremula, e a Mão esquerda de vez em quando se erguia a
frente para afastar da flor uma rajada de ar, ou qualquer perigo invisível –
assim como a gente levanta a mão a fim de proteger a luz de uma vela.
       Para onde iria aquele menino com tais cuidados, carregando aquela rosa?
Para dar, para entregar, ou para ficar com ela, embriagado pela enamorada
alegria de ser dono do que e belo? Eram oito da manhã. Ele teria no máximo
uns seis anos, levando-se em conta a desnutrição, o seu possível raquitismo
de garoto pobre. Pois, se não fosse a carinha viva, pelo tamanho a gente diria
que não passava de quatro.
       Cruzou comigo, que comprava os jornais na banca, e não levantou os
olhos, embebido na flor. Virou a esquina. Depois se sumiu no meio dos
transeuntes que iam em busca da feira da Glória.
Rachel de Queiroz, In. 100 crônicas escolhidas. 3ed.
1. Leia as afirmativas abaixo e marque V para as verdadeiras ou F para as
falsas:
a) ( ) O menino usava sapato apenas num pé.
d) ( ) O menino teria uns seis anos, mas apresentava quatro.
2. O pequeno tinha consciência da beleza e da fragilidade da rosa e por isso
tinha muito cuidado com ela. Leia as expressões abaixo e marque aquela
que não mostra esse cuidado:
a) ( ) Caminhava de leve.
b) ( ) Tentava proteger a flor contra alguma rajada de vento.
c) ( ) Lavara as mãos para segurar a rosa.
d) ( ) A mão direita, que segurava a rosa, estava rígida.
3. Copie do texto a palavra que mostra que a autora considera quase
inacreditável o fato de um garoto mal vestido, sujo e desnutrido carregar
uma rosa: __________________
4. A rosa era: uma só, frágil, mal desabrochada. Copie do texto três
qualidades do menino que correspondem a essas qualidades da rosa.
5. Marque a afirmação que mostra que a cena apresentada no texto é uma
cena impressionista:
a) ( ) A cena focaliza um momento inesquecível para a autora.
b) ( ) A cena mostra um momento de ternura da autora por uma criança.
c) ( ) A cena retrata um momento passageiro como a beleza da rosa.
d) ( ) A cena apresenta um momento de vida da autora.
6. Leia as alternativas abaixo e marque aquela que mostra o principal objetivo
da autora no texto:
a) ( ) Ela pretende chamar a atenção para uma criança pobre.
b) ( ) Ela pretende conscientizar as pessoas do problema do menor
abandonado.
c) ( ) Ela pretende manifestar sua ternura diante de uma criança pobre.
7. A que gênero pertence este texto? _______________________________
8. Destaque e classifique o sujeito de cada oração abaixo.
a) Ele descia a ladeira.
b) Eram oito da manhã.
c) E o pequeno, evidentemente, tinha consciência daquela beleza.
d) No rosto, a alegria era estampada.
e) A mão direita segurava a rosa.
f) Fiquei deslumbrada com aquela cena.
g) O garoto e a rosa tinham a mesma beleza e doçura.