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Prova – Modelo - 9.

º ano de escolaridade
GRUPO I
Para responderes aos itens, escuta atentamente o poema “Porque”, de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Para cada item (1. a 4.), seleciona a opçã o que permite obter uma afirmaçã o adequada ao sentido do texto.

1. Algumas qualidades do “tu” sugeridas no poema sã o


(A) a autenticidade, a honestidade e a alegria.
(B) a honestidade, a coragem e a ousadia.
(C) a coragem, a honestidade e a capacidade de trabalho.
2. Alguns defeitos dos “outros” referidos no poema sã o
(A) a mentira, a hipocrisia e a cobardia.
(B) a cobardia, o calculismo e a preguiça.
(C) a hipocrisia, a cobardia e a ira.
3. A oposiçã o entre o “tu” e os “outros” é marcada através da
(A) conjunçã o coordenativa copulativa “e”.
(B) conjunçã o subordinativa condicional “se”.
(C) conjunçã o coordenativa adversativa “mas”.
4. No poema, o sujeito poético estabelece uma espécie de diá logo
(A) com os “outros”.
(B) com o “tu”.
(C) consigo mesmo.
GRUPO II
Lê o texto. Se necessá rio, consulta a nota.
O Mediterrâneo dos ricos
As reportagens que nos chegam sobre os refugiados que tentam desesperadamente alcançar a Inglaterra
através do canal da Mancha têm um efeito positivo objetivo: o problema já nã o é o de uns tipos do Sul que
partilham o Mediterrâ neo com uma má vizinhança e que sã o incapazes de controlar as suas fronteiras e as hordas 1
de negros que tentam tomar a Europa de assalto. [...]
É verdade que este nã o é um tema fá cil. A soluçã o, a verdadeira soluçã o para o problema, nã o está em
5 Espanha, na Itá lia, na Alemanha, em França ou na Inglaterra - ou em Portugal. A ú nica soluçã o, está, obviamente,
na pacificaçã o e na criaçã o de condiçõ es de segurança e de autossuficiência dos estados e dos povos subsarianos e
do Norte de Á frica, para que as pessoas possam viver aí as suas vidas. Uma missã o virtualmente impossível, mas
que tem de ser cumprida. Tem de ser, pelo menos, tentada de forma séria. Custe o que custar. Sem meias tintas,
sem meias promessas, sem meios apoios, sem meias intervençõ es, sem meias desculpas. Por razõ es humanitá rias,
desde logo, mas também por obrigaçã o moral, porque é muita a culpa da Europa em todas estas crises. E também,
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por ú ltimo, por puro e simples interesse, por pura racionalidade, dos vá rios Estados de UE. Nã o há polícia, nem
tropa, nem arame farpado ou muros de pedra que consigam travar quem foge da guerra ou da fome com o
objetivo, vital, de encontrar um qualquer canto onde possa viver com os seus filhos em paz. Isto é vá lido para um
sudanês, para um líbio ou para um sírio, tal como é vá lido para um ucraniano ou para um grego ou para um
português. Por onde anda a Europa para esquecer uma coisa tã o simples como esta, uma coisa que deveríamos ter
15 aprendido, e da pior forma, há já algum tempo? Infelizmente, a Europa anda a esquecer-se, demasiadas vezes, das
coisas mais bá sicas. Dentro e fora das fronteiras.

Pedro Camacho, “O Mediterrâ neo dos ricos”, Visão, n.º 1170 (adaptado)
1.
hordas: grande quantidade.

Para responderes a cada item (1. a 4.), seleciona a opçã o que permite obter uma afirmaçã o adequada ao sentido do
texto.
1. Na afirmaçã o “o problema já nã o é o de uns tipos do Sul que partilham o Mediterrâ neo com uma má vizinhança e
que são incapazes de controlar as suas fronteiras e as hordas de negros que tentam tomar a Europa de assalto”, as
expressõ es destacadas traduzem a visã o
(A) do autor. (B) dos ingleses. (C) dos europeus do Sul. (D) dos imigrantes ilegais.

2. Segundo o autor, a soluçã o para o problema da imigraçã o clandestina


(A) pode ser encontrada pela Espanha, conseguindo que os Estados e os povos subsarianos e do Norte de Á frica sejam
autossuficientes.
(B) foi encontrada pelos europeus, quando conseguiram a paz e a segurança para os povos subsarianos e do Norte de
Á frica.
(C) Está em encontrar a paz, a segurança e a autossuficiência dos Estados e dos povos subsarianos e do Norte de Á frica.
(D) será encontrada pela Inglaterra, que agora se sente ameaçada pela imigraçã o ilegal.
3. O autor do texto pensa que
(A) até agora a Europa fez tudo o que pô de para resolver o problema da imigraçã o clandestina.
(B) o problema da imigraçã o ilegal dos africanos para a Europa é fá cil de resolver.
(C) se tem oferecido uma visã o simplificada da humanidade.
(D) a Europa nã o fez tudo o que devia ser feito para resolver o problema da imigraçã o clandestina.
4. Com a pergunta “Por onde anda a Europa para esquecer uma coisa tã o simples como esta, uma coisa que deveríamos
ter aprendido, e da pior forma, há já algum tempo?”, o autor do texto mostra
(A) que a Europa já devia ter feito mais relativamente à imigraçã o clandestina.
(B) que desconhece o que se passa na Europa relativamente à imigraçã o.
(C) uma posiçã o crítica face aos ingleses relativamente ao problema da imigraçã o ilegal.
(D) que está satisfeito com a atitude do europeu relativamente à imigraçã o.
GRUPO III
PARTE A
Lê o poema. Se necessário, consulta as notas.
Camões dirige-se aos seus contemporâneos

Podereis roubar-me tudo:


as ideias, as palavras, as imagens,
e também as metá foras, os temas, os motivos, 
os símbolos, e a primazia
nas dores sofridas de uma língua nova,
5 no entendimento de outros, na coragem
de combater, julgar, de penetrar
em recessos1 de amor para que sois castrados2.
E podereis depois nã o me citar,
suprimir-me, ignorar-me, aclamar até
outros ladrõ es mais felizes.
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Nã o importa nada: que o castigo
será terrível. Nã o só quando
vossos netos nã o souberem já quem sois
terã o de me saber melhor ainda
do que fingis que nã o sabeis,
15 como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais,3
reverterá para o meu nome. E mesmo será meu,
tido por meu, contado como meu,
até mesmo aquele pouco e miserá vel 
que, só por vó s, sem roubo, haveríeis feito.
Nada tereis, mas nada: nem os ossos, 
20 Que um vosso esqueleto há de ser buscado,
Para passar por meu. E para os outros ladrõ es,
Iguais a vó s, de joelhos, porem flores no tú mulo.

Jorge de Sena, in Metamorfoses, Seguidas de Quatro Sonetos a Afrodite Anadiómena

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recesso: essência, â mago, ponto essencial. castrados: atrofiados, incapacitados. pilhais: roubais.

1. Refere os sentimentos que o sujeito poético manifesta para com aqueles a quem se dirige e porquê.
2. O sujeito poético mostra que é diferente dos seus contemporâ neos. Refere dois desses aspetos.
3. Explicita o castigo que o sujeito poético prevê para os seus contemporâ neos.
PARTE B

No mais, Musa, no mais, que a Lira tenho E nã o sei por que influxo de Destino
destemperada e a voz enrouquecida, nã o tem um ledo orgulho e geral gosto,
e nã o do canto, mas de ver que venho que os â nimos levanta de contino1
cantar a gente surda e endurecida. a ter pera trabalhos ledo o rosto.
O favor com que mais se acende o engenho Por isso vó s, ó Rei, que por divino
nã o no dá a pá tria, nã o, que está metida conselho estais no régio só lio posto,
no gosto da cobiça e na rudeza olhai que sois (e vede as outras gentes)
duma austera, apagada e vil tristeza. Senhor só de vassalos excelentes.

1
contino: contínuo In Luís de Camõ es, Os Lusíadas, Canto X

4. Lê a estâ ncia transcrita e escreve um texto expositivo com um mínimo de 70 e um má ximo de 120 palavras, no qual
menciones os seguintes aspetos:
 o estado de espírito do poeta;
 as causas desse estado de espírito.
GRUPO IV

1. Associa a palavra destacada nas frases da coluna A à classe e subclasse que lhe correspondem na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Os imigrantes estavam muito fracos. (1) Verbo transitivo direto.
(2) Verbo transitivo indireto.
(b) Os alunos telefonaram ao professor.
(3) Verbo transitivo direto e indireto.
(c) Alguns contemporâ neos prejudicaram Camõ es. (4) Verbo copulativo.

2. Para responderes a cada item (2.1. a 2.4.), seleciona a opçã o correta.


2.1. “Que os â nimos levanta de contino”: na passagem da palavra “contino” para “contínuo” deu-se uma
(A) metá tese. (B) pró tese.
(C) síncope. (D) epêntese.
2.2. “No mais, Musa, no mais, que a lira tenho/ Destemperada e a voz enrouquecida”: a palavra destacada é
(A) um neologismo. (B) um arcaísmo.
(C) importada do francês. (D) uma imitaçã o do inglês.

2.3. A frase que contém uma oraçã o coordenada disjuntiva é


(A) Camõ es era um génio, logo, foi invejado pelos seus contemporâ neos.
(B) Camõ es escreveu muito, mas nã o foi reconhecido no seu tempo.
(C) Camõ es escreveu Os Lusíadas e compô s belos poemas líricos.
(D) Lê estas estâ ncias de Os Lusíadas ou nã o terá s boa nota no exame.

2.4. “À s vezes o mal paga-se com o bem.”: as palavras destacadas formaram-se por um processo de
(A) derivaçã o afixal.
(B) derivaçã o nã o afixal.
(C) composiçã o por radicais.
(D) composiçã o por palavras.

3. Lê a frase seguinte:

Camõ es louvou a Pá tria, mas os portugueses do seu tempo nã o o compensaram devidamente.

3.1. Na frase, o pronome pessoal “o” encontra-se antes do verbo


(A) por ocorrer numa oraçã o subordinada.
(B) devido à presença de um advérbio.
(C) devido ao tempo verbal usado.
(D) por se iniciar a frase com um pronome.

3.2. Reescreve a frase (apresentada em 3), iniciando-a com “Embora”. Faz as alteraçõ es necessá rias.

4. Identifica todas as frases em que o elemento destacado desempenha a funçã o sintá tica de complemento oblíquo.
(A) O Luís gostou de Os Lusíadas.
(B) Fui ontem à biblioteca.
(C) A sociedade está degradada.
(D) Entreguei o livro à Edite.
(E) O aluno nã o concordou com a explicação do professor.
GRUPO V
Diz-se que a corrupçã o domina a sociedade dos nossos dias e que este mal, que atinge todas as classes sociais, se deve,
essencialmente, à ganâ ncia.
Escreve um narrativo cuja açã o ilustre o que a ganâ ncia corrompe.
O texto deve um mínimo de 180 e um má ximo de 240 palavras.
(Um desvio dos limites de extensã o implica uma desvalorizaçã o parcial até dois pontos; um texto com extensã o inferior
a 55 palavras é classificado com 0 (zero) pontos).
FIM

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