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º A
GRUPO I
Para responderes aos itens que se seguem, vais ouvir o excerto de uma reportagem sobre os fogos que assolaram
Pedró gã o Grande, em junho de 2017.
Para cada item (1. a 4.), seleciona a opçã o que permite obter uma afirmaçã o adequada ao sentido do texto.
1. Existe uma relaçã o entre o título do texto e a síntese informativa que o sucede.
Indica o “plano louco dos novos senhores do mundo”.
2. As afirmaçõ es apresentadas de (A) a (E) referem-se a informaçõ es do texto.
Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas informaçõ es surgem no texto.
(A) Irã o construir um conjunto de cidades marinhas sem se sujeitarem à soberania do Governo.
(B) Pretendem libertar-se das leis que regem o homem em geral.
(C) Os senhores de Silicon Valley pretendem ter “países” absolutamente tecnoló gicos.
(D) Sentem que, ao contrá rio dos políticos, sã o capazes de inovar a um ritmo acelerado.
(E) Os oligarcas da net tiveram de aprender a lidar com economias ocidentais falidas.
3. Destaca do 3.º pará grafo do texto dois tó picos que caracterizam a cultura “libertarianista”.
4. Para responderes a cada item (4.1. a 4.4.), seleciona a opçã o que permite obter uma afirmaçã o adequada ao sentido
do texto. Escreve o nú mero do item e a letra que identifica a opçã o escolhida.
4.1. Patri Friedman criou, em 2008, o Seasteading Institute, que milita pela cobertura do planeta por meio de “cidades-
naçã o flutuantes”.
A forma verbal destacada pode ser substituída por:
(A) debilita. (B) nega. (C) defende. (D) impede.
4.2. A utilizaçã o do travessã o em “-o que se revela complicado e caro -” (l. 26) assinala
(A) um esclarecimento absolutamente desnecessá rio.
(B) uma explicaçã o necessá ria ao entendimento global do período.
(C) uma chamada de atençã o por parte de Patri Friedman.
(D) os obstá culos que decorrem da instalaçã o da primeira cidade flutuante.
4.3. Na frase “[...] se tudo correr bem, a primeira comunidade flutuante pode ser inaugurada no final da década”, a
oraçã o destacada exprime
(A) uma causa. (B) uma oposiçã o. (C) uma condiçã o. (D) uma adiçã o.
GRUPO III
PARTE A
Lê o texto e as notas.
Eu possuo preciosamente um amigo (o seu nome é Jacinto), que nasceu num palá cio, com quarenta contos
de renda em pingues terras de pã o, azeite e gado. Desde o berço, onde sua mãe, senhora gorda e crédula de Trá s-
os-Montes, espalhava, para reter as Fadas Benéficas, funcho e â mbar, Jacinto fora sempre mais resistente e sã o
que um pinheiro das dunas. Um lindo rio, murmuroso e transparente, com um leito muito liso de areia muito
branca, refletindo apenas pedaços lustrosos de um céu de verã o ou ramagens sempre verdes e de bom aroma,
5 nã o ofereceria, à quele que o descesse numa barca cheia de almofadas e de champanhe gelado, mais doçura e
facilidades do que a vida oferecia ao meu camarada Jacinto. Nã o teve sarampo e nã o teve lombrigas. Nunca
padeceu, mesmo na idade em que se lê Balzac e Musset, os tormentos da sensibilidade. Nas suas amizades foi
sempre tã o feliz como o clá ssico Orestes 1. Do amor só experimentara o mel - esse mel que o amor
invariavelmente concede a quem o pratica, como as abelhas, com ligeireza e mobilidade. Ambiçã o, sentira
somente a de compreender bem as ideias gerais, e a ponta do seu intelecto (como diz o velho cronista medieval)
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nã o estava ainda romba nem ferrugenta... E todavia, desde os vinte e oito anos, Jacinto já se vinha repastando de
Schopenhauer2, do Eclesiastes3, de outros pessimistas menores, e três, quatro vezes por dia, bocejava, com um
bocejo cavo4 e lento, passando os dedos finos sobre as faces, como se nelas só apalpasse palidez e ruína. Porquê?
Era ele, de todos os homens que conheci, o mais complexamente civilizado – ou, antes, aquele que se munira
da mais vasta soma de civilizaçã o material, ornamental e intelectual. Nesse palá cio (floridamente chamado o
Jasmineiro) que seu pai, também Jacinto, construíra sobre uma honesta casa do século XVII, assoalhada a pinho e
15 branqueada a cal - existia, creio eu, tudo quanto para bem do espírito ou da matéria os homens têm criado,
através da incerteza e dor, desde que abandonaram o vale feliz de Septa-Sindu, a Terra das Á guas Fá ceis, o doce
país ariano. A biblioteca, que em duas salas, amplas e claras como praças, forrava as paredes, inteiramente, desde
os tapetes de Caramâ nia até ao teto de onde, alternadamente, através de cristais, o sol e a eletricidade vertiam
uma luz estudiosa e calma - continha vinte e cinco mil volumes, instalados em ébano, magnificamente revestidos
20 de marroquim escarlate. Só sistemas filosó ficos (e com justa prudência, para poupar espaço, o bibliotecá rio
apenas colecionara os que irreconciliavelmente se contradizem) havia mil oitocentos e dezassete! [...]
Quando Jacinto acabava de se enxugar laboriosamente a toalhas de felpo, de linho, de cora entrançada (para
restabelecer a circulaçã o), de seda frouxa (para lustrar a pele), bocejava, com um bocejo cavo e lento.
E era este bocejo, perpétuo e vago, que nos inquietava a nó s, seus amigos e filó sofos. Que faltava a este
homem excelente? Ele tinha a sua inabalá vel saú de de pinheiro bravo, crescido nas dunas; uma luz de
25 inteligência, pró pria a tudo alumiar, firme e clara, sem tremor ou morrã o; quarenta magníficos contos de renda;
todas as simpatias de uma cidade chasqueadora 5 e cética; uma vida varrida de sombras, mais liberta e lisa do que
um céu de verã o... E todavia bocejava constantemente, palpava na face, com os dedos finos, a palidez e as rugas.
Aos trinta anos Jacinto corcovava 6, como sob um fardo injusto! [...]Claramente a vida era para Jacinto um cansaço
- ou por laboriosa e difícil, ou por desinteressante e oca. Por isso o meu pobre amigo procurava constantemente
juntar à sua vida novos interesses, novas facilidades. Dois inventores, homens de muito zelo e pesquisa, estavam
30 encarregados, um em Inglaterra, outro na América, de lhe noticiar e de lhe fornecer todas as invençõ es, as mais
miú das, que concorressem a aperfeiçoar a confortabilidade do Jasmineiro. De resto ele pró prio se correspondia
com Edison.[...]
Ora justamente depois desse Inverno, em que ele se embrenhara na moral dos negroides 7 e instalara a luz
elétrica entre os arvoredos do jardim, sucedeu que jacinto teve a necessidade moral iniludível 8 de partir para o
Norte, para o seu velho solar de Torges. Jacinto nã o conhecia Torges, e foi com desusado tédio que ele se
35 preparou, durante sete semanas, para essa jornada agreste. A quinta fica nas serras - e a rude casa solarenga,
onde ainda resta uma torre do século XV, estava ocupada, havia trinta anos, pelos caseiros, boa gente de trabalho,
que comia o seu caldo entre a fumaraça da lareira, e estendia o trigo a secar nas salas senhoriais.
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perfia: teima lhe: lhes In Luís de Camõ es, Os Lusíadas
5. Escreve um texto expositivo, com um mínimo de 70 e um má ximo de 120 palavras, no qual explicites o conteú do das
estrofes 27 e 28 do Canto I de Os Lusíadas. O teu texto deve incluir uma parte introdutó ria, uma parte de
desenvolvimento e uma parte de conclusã o. Organiza a informaçã o da forma que considerares mais pertinente,
tratando os seis tó picos apresentados a seguir. Se nã o mencionares ou se nã o tratares corretamente os dois primeiros
tó picos, a tua resposta será classificada com zero pontos.
Indicaçã o do episó dio a que pertencem as estrofes.
Identificaçã o do locutor que profere o discurso das estrofes 27 e 28.
Identificaçã o da personagem relativa aos versos “[...] cometendo/o duvidoso mar num lenho leve”.
Explicitaçã o (estrofe 27) de um aspeto que ilustre o cará cter ousado dessa “gente [que] vem perdida e
trabalhada;”.
Explicitaçã o dos quatro primeiros versos da estrofe 28.
Justificaçã o da importâ ncia dos dois ú ltimos versos na glorificaçã o do heró i de Os Lusíadas.
GRUPO IV
1. Os grupos que se seguem apresentam pares de palavras organizados de acordo com a relaçã o semâ ntica que as
palavras de cada par estabelecem entre si. Associa cada par de palavras das alíneas (A) a (B) ao grupo que lhe
corresponde. Escreve o nú mero de cada grupo e as alíneas correspondentes.
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4
autocarro – camioneta – tristeza – alegria – velhice – casa – sala de jantar – carro peixe – garoupa – rocha -
idoso – sénior juventude – amortecedor basalto
(A) livro – badana (B) vaidade - humildade (C) transparência –opacidade (D) á rvore - raiz
(E) aracnídeo – aranha (F) resistência – resiliência (G) sentimento – liberdade (H) oferenda – dá diva
(I) teatro – tragédia (J) ligeireza – lentidã o
2. Qual dos conjuntos seguintes é constituído apenas por palavras cujo processo de formaçã o é o mesmo?
Escreve o nú mero do item e a letra que identifica a opçã o escolhida.
(A) solar – solá rio – insolaçã o – parassol (B) microbió tica – micró bio – microscó pio - mirante
(C) repor – revisã o – reaplicaçã o – reelaborar (D) amanhecer – amarelecer – amarelecido - envelhecido
3. Para responderes a cada item (3.1. a 3.3.), seleciona a opçã o que completa cada afirmaçã o.
3.1. O conjunto constituído apenas por formas que pertencem ao mesmo modo verbal é
(A) vá s – fordes – comamos – teria ido (B) fô sseis – têm comido – pulá mos – poliste
(C) ide – tivesse falado – coloriste – pintá vamos (D) tivéssemos lido – vades – tenhamos tido – forem
3.2. A frase que contém uma oraçã o subordinada adjetiva relativa restritiva é
(A) Eu possuo um amigo que nasceu num palá cio. (B) Porque tinha ele uma vida fá cil?
(C) Quem se desanima com a civilizaçã o procura a natureza. (D) Nã o sei se Jacinto se vai adaptar a Torges.