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Ficha de Trabalho de Português – 9º ano Ano Letivo 2023/2024

GRUPO I
Textos A, B, C

Lê os três textos seguintes.

TEXTO A

O meu pé de laranja lima


Título original: O meu pé de laranja lima
De: Marcos Bernstein
Com: João Guilherme Ávila, José de Abreu, Caco Ciocler, Eduardo Dascar
Género: Drama
Classificação: M/12
Outros dados: BRA, 2012, Cores, 99 min.

Com apenas oito anos, Zezé é um menino traquina e sensível que é também um excecional
contador de histórias. A sua família é pobre e numerosa e a falta de afeto fá-lo recolher-se num
mundo imaginário onde Minguinho, um pé de laranja lima plantado no seu quintal, se torna o seu
mais íntimo amigo, protegendo-o da triste realidade que é a sua vida. Um dia, numa das suas
5 travessuras, conhece Manuel Valadares, um português solitário e rezingão, temido por todas as
crianças do bairro. Os dois, apesar de muito diferentes, tornam-se inseparáveis. Ao mostrar o poder
da imaginação ao “Portuga”, Zezé descobre também o consolo de uma amizade verdadeira…
Com realização de Marcos Bernstein (O outro lado da rua), uma história de amizade e
companheirismo que se baseia na obra homónima de José Mauro de Vasconcelos, que tem feito as
10 delícias de várias gerações de leitores desde 1968. Nos principais papéis, os
atores João Guilherme Ávila, José de Abreu e Caco Ciocler.

In “Cinecartaz”, Público, edição online – http://cinecartaz.publico.pt/Filme/331210_o-meu-pe-de-laranja-lima


(texto adaptado, acedido em outubro de 2017)
TEXTO B

Literatura

Letras pequenas... O meu pé de laranja lima


Um pé de laranja lima torna-se a melhor companhia de Zezé, um miúdo de seis anos que não
sabe assobiar, canta para dentro e a quem a vida não corre bem.
De uma família pobre e de poucas manifestações afetuosas, o rapaz encontra naquela pequena
árvore o estímulo para a sua criatividade e imaginação. E não se sente tão só. Chama-lhe o divertido
5 e doce nome Xururuca.
O meu pé de laranja lima é um livro lindo, triste e com momentos felizes. Zezé descobre a
dor e cresce. Acontece a todas as crianças e não há que as proteger disso, antes ajudá-las a aceitar as
perdas e a lidar com elas.
José Mauro de Vasconcelos (1920-1984) era brasileiro e descendente de portugueses. Nesta
10 narrativa conta um pouco da sua infância difícil, mas num registo não dramático, ainda que
comovente.
Para os adultos que já o leram, aqui fica a memória do início do texto, cujo capítulo primeiro se
intitula “O descobridor das coisas”: “A gente vinha de mãos dadas, sem pressa de nada pela rua.
Totoca vinha me ensinando a vida. E eu estava muito contente porque meu irmão mais velho estava
15 me dando a mão e ensinando as coisas. Mas ensinando as coisas fora de casa. Porque em casa eu
aprendia descobrindo sozinho e fazendo sozinho, fazia errado e fazendo errado acabava sempre
tomando umas palmadas.”
Para os mais novos que o hão de ler, aqui fica uma bonita lição: “De pedaço em
pedaço é que se faz ternura.”

O meu pé de laranja lima


Texto | José Mauro de Vasconcelos
Edição | Booksmile | 208 págs.
Rita Pimenta, in “Guia do lazer – miúdos”, Público, edição online –
http://lazer.publico.pt/noticias/351674_letras-pequenas-o-meu-pe-de-laranja-lima
(texto adaptado, acedido em outubro de 2017)
TEXTO C

Programas TV

Meu pé de laranja lima


Um rapaz pobre tem como confidente uma pequena árvore, numa novela cheia
de ternura
Esta novela relata a história comovente de Zezé, de seis anos, menino pobre, inteligente,
sensível e carente.
5 Carente de um afeto que não encontra na família, um pai desempregado que começa a beber,
uma mãe severa e quatro irmãos, o endiabrado rapazinho começa a andar pelas ruas, onde faz mil
diabruras.
Aprende tudo sozinho, descobre a ternura e o carinho no amigo “Portuga”. Inventa um mundo
de fantasia em que o grande confidente é o Xururuca, o pé de laranja lima.
10 Mas a vida ensina-lhe tudo cedo demais, e Zezé descobre a dor e a saudade. “Por
que contam coisas às criancinhas?”

FICHA TÉCNICA
Título original: Meu pé de laranja lima
Intérpretes: Caio Romei (Zezé), Karla Muga (Godoia), Gianfrancesco Guarnieri (“Portuga”), Regiane
Alves (Lili), Flávia Pucci (Jandira)
Produção: TV Bandeirantes
Autoria: Obra de José Mauro de Vasconcelos, adaptada por Ana Maria Moretzsohn
In RTP online – http://www.rtp.pt/programa/tv/p5642 (acedido em outubro de 2017)

1. Seleciona, em cada item, a alínea que completa cada frase de forma adequada, de acordo
com o sentido dos textos.
1.1. Os textos apresentados a propósito de Meu pé de laranja lima têm em comum
a) o facto de apresentarem um título e um subtítulo.
b) a referência a adaptações da obra de José Mauro de Vasconcelos.
c) a alusão à amizade entre Zezé e Manuel Valadares.
d) a referência à severidade da família de Zezé.

1.2. No texto A, linha 11, “1968” refere-se ao ano de


a) estreia do filme de Marcos Bernstein.
b) publicação de Meu pé de laranja lima.
c) realização de O outro lado da rua.
d) nascimento de José Mauro de Vasconcelos.
1.3. No texto B, linha 13, a expressão “O descobridor das coisas” encontra-se entre aspas
porque é
a) o título da primeira parte de Meu pé de laranja lima.
b) o título de um capítulo de Meu pé de laranja lima.
c) uma transcrição de um excerto de Meu pé de laranja lima.
d) uma expressão de sentido aproximado do que se pretende dizer.

1.4. No texto C, linha 7, a expressão “mil diabruras” contém uma


a) personificação.
b) enumeração.
c) hipérbole.
d) perífrase.

1.5. De acordo com o que é dito no texto C, Zezé


a) fugia de casa para brincar na rua.
b) era o segundo irmão mais novo.
c) aprendeu a ler sozinho.
d) desabafava com o seu pé de laranja lima.

2. Seleciona todas as opções que correspondem a informações que constam nos vários textos.
Escreve o número do item e as letras que identificam as opções escolhidas.
(A) O estatuto económico da família de Zezé.
(B) O relacionamento de Zezé com os irmãos.
(C) A adesão dos leitores a Meu pé de laranja lima.
(D) O caráter autobiográfico de Meu pé de laranja lima.
(E) A origem do nome “Portuga”.
(F) A dor de Zezé pela perda do seu amigo.
GRUPO II

Lê o texto. Se necessário, consulta o vocabulário.

A escola. A flor. A flor. A escola…


Tudo ia muito bem quando Godofredo entrou na minha aula. Pediu licença e foi falar com D.
Cecília Paim. Só sei que ele apontou a flor no copo. Depois saiu.
Ela olhou para mim com tristeza. Quando
5 terminou a aula, me chamou.
– Quero falar uma coisa com você, Zezé. Espere um pouco.
Ficou arrumando a bolsa que não acabava mais. Se via que não estava com vontade nenhuma de
me falar e procurava a coragem entre as coisas. Afinal se decidiu.
– Godofredo me contou uma coisa muito feia de você, Zezé. É verdade?
10 Balancei a cabeça afirmativamente.
– Da flor? É, sim, senhora.
– Como é que você faz?
– Levanto mais cedo e passo no jardim da casa do Serginho. Quando o portão está só
encostado, eu entro depressa e roubo uma flor. Mas lá tem tanta que nem faz falta.
15 – Sim. Mas isso não é direito. Você não deve fazer mais isso. Isso não é um roubo, mas já é
um “furtinho”.
– Não é não, D. Cecília. O mundo não é de Deus? Tudo que tem no mundo não é de Deus?
Então as flores são de Deus também…
Ela ficou espantada com a minha lógica.
20 – Só assim que eu podia, professora. Lá em casa não tem jardim. Flor custa dinheiro… E eu
não queria que a mesa da senhora ficasse sempre de copo vazio.
Ela engoliu em seco.
– De vez em quando a senhora não me dá dinheiro para comprar um sonho1 recheado, não
dá?…
25 – Poderia lhe dar todos os dias. Mas você some…
– Eu não podia aceitar todos os dias…
– Por quê?
– Porque tem outros meninos pobres que também não trazem merenda. Ela
tirou o lenço da bolsa e passou disfarçadamente nos olhos.

José Mauro de Vasconcelos, O meu pé de laranja lima, Lisboa, Dinapress, 2011


VOCABULÁRIO
1
sonho: bolo fofo de farinha e ovos, frito em azeite e passado depois por calda de açúcar.
1. Classifica o narrador do texto quanto à presença. Transcreve duas palavras de classes
diferentes que comprovem a tua resposta.

2. “Só sei que ele apontou a flor no copo.” (linha 3)


2.1. Identifica o referente do pronome pessoal na frase anterior.
2.2. Baseando-te no texto, esclarece o que “ele” terá dito à professora.

3. “Isso não é um roubo, mas já é um ‘furtinho’.” (linhas 15-16)


3.1. Aponta os argumentos usados por Zezé para justificar o seu “furtinho”.

4. “Ela engoliu em seco.” (linha 22)


4.1. Explicita o sentido da afirmação anterior, justificando a reação da professora.

5. Tanto D. Cecília como Zezé são duas pessoas sensíveis e generosas.


5.1. Defende o comentário anterior, fundamentando a tua resposta com elementos textuais.

6. Transcreve dois exemplos que comprovem que o texto que leste pertence à variedade
brasileira do Português. Justifica a tua resposta.

GRUPO III

1. Emocionada, a professora limpou disfarçadamente as lágrimas.


1.1. Indica a função sintática desempenhada pelas expressões sublinhadas na frase.

2. “– De vez em quando a senhora não me dá dinheiro para comprar um sonho recheado [...]?”
(linhas 23-24)
2.1. Divide e classifica as orações da frase transcrita.
2.2. Reescreve a frase, substituindo a conjunção da segunda oração por uma locução
conjuncional de sentido equivalente. Procede apenas às alterações necessárias.
3. Zezé nem sempre aceitava o dinheiro da professora, por haver outros meninos pobres
sem merenda.
3.1. Reescreve a frase anterior, iniciando-a pela conjunção “como”. Procede às
alterações necessárias.

4. Classifica as orações sublinhadas nas frases a seguir transcritas.


a) “Mas lá tem tanta que nem faz falta.” (linha 14)
b) “E eu não queria que a mesa da senhora ficasse sempre de copo vazio.” (linha 21)

5. A professora declarou que lamentava o que Zezé fizera e que ela falaria com ele nesse
dia.
5.1. Transforma o discurso indireto em discurso direto. Procede às alterações necessárias.

GRUPO IV

Assumindo o papel da professora Cecília Paim, escreve uma carta a um(a) amigo(a),
com um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras, em que contes o episódio narrado no
texto e os sentimentos vividos pelas personagens.
Lembra-te de que deves respeitar os aspetos formais da carta.

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