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EQUITY RESEARCH
A companhia estreia na B3, no segmento do Novo Mercado, no dia 31 de julho de Segmento: Novo Mercado
2017. O período de reserva inicia dia 17 de julho de 2017 e encerra no dia 26 de julho Recomendação: Compra
de 2017 (inclusive). Recomendamos a entrada no IPO, com ponto ideal concentrado Número de Ações: 63.960.000
entre R$ 27,24 e R$ 31,00. Faixa IPO: R$ 27,24 a R$ 33,65
O capital social do IRB é de R$ 1.953.080.000,00, totalmente subscrito e integralizado, representado por 312.000.000
ações ordinárias e 1 ação preferencial de classe especial de titularidade da União (golden share). Após a conclusão da
Oferta, o valor do capital social não sofrerá qualquer alteração, tendo em vista a Oferta ser de distribuição secundária,
não havendo, portanto, emissão de novas ações. Os acionistas vendedores receberão todos os recursos líquidos
resultantes da venda das ações da Oferta.
Acionistas Vendedores: FGEDUC, BB Seguros, Bradesco Seguros, Itaú Seguros, Itaú Vida e FIP Caixa Barcelona,
considerados em conjunto.
Ações: 63.960.000 ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal, de emissão da Companhia e de
titularidade dos Acionistas Vendedores, todas livres e desembaraçadas de quaisquer ônus ou gravames.
Ações do Lote Suplementar: a quantidade de ações inicialmente ofertada poderá ser acrescida em até 15% do total,
ou seja, em até 9.594.000 ações ordinárias.
A faixa indicativa do preço por ação está estimada entre R$ 27,24 e R$ 33,65. A fixação do preço por ação está prevista
para o dia 28 de julho. O início de negociação das ações do IRB, ticker IRBR3, será no dia 31 de julho de 2017. O período
de reserva inicia dia 17 de julho de 2017 e encera no dia 26 de julho de 2017. O valor mínimo de pedido de
investimento é de R$ 3.000,00 e o valor máximo de R$ 1.000.000,00.
A operação será feita com garantia firme de liquidação, que consiste na obrigação pelos coordenadores da oferta de
adquirirem as ações que não forem liquidadas pelos investidores.
Setor de Resseguro
A abertura do mercado ressegurador brasileiro teve início no dia 15 de janeiro de 2007. Até então, o monopólio era
exercido pelo Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), autorizado a operar nesse setor desde 1939.
Um dos principais objetivos da abertura do mercado foi incrementar a capacidade das seguradoras para concessão de
seguros. Além disso, a concorrência permite a criação de novos produtos, maior qualificação, práticas internacionais
e geração de empregos.
A regulamentação do setor determinou a admissão de três tipos de resseguradoras: a local, a eventual e a admitida.
Além disso, criou a figura jurídica do corretor de resseguro.
De acordo com as regras estabelecidas, para operar como resseguradora local, a empresa tem que abrir sede no país,
atuar com capital mínimo de R$ 60 milhões e mais o valor proporcional ao tamanho da operação.
No caso das resseguradoras admitidas, a regulamentação determina a abertura de escritório no país e um capital
mínimo de R$ 5 milhões. As eventuais, por sua vez, recebem autorização para operar de acordo com as suas
necessidades de negócios no Brasil. Todas as operações dessas companhias são regidas pelas normas do CNSP
(Conselho Nacional de Seguros Privados) e da Susep (Superintendência de Seguros Privados).
O mercado de resseguro brasileiro possui oportunidades de crescimento, considerando a baixa penetração de seguros
em relação aos mercados mais maduros. No Brasil o índice de penetração (prêmios emitidos/PIB) é de 3,9%, enquanto
EUA, Reino Unido e França e Japão alcançaram níveis de penetração acima de 7,0%. Além disso, o mercado brasileiro
apresenta baixo nível de sinistros devido à sua localização geográfica de baixa probabilidade de catástrofes naturais.
Entre os anos de 2012 e 2016 o total de prêmios emitidos por seguradoras, excluindo seguro de saúde, passou de R$
160,4 bilhões para R$ 239,3 bilhões, crescimento nominal de 49%, enquanto os prêmios cedidos para as
resseguradoras passaram de R$ 5,7 bilhões em 2012 para R$ 8,7 bilhões em 2016, um crescimento nominal de 55%.
Esse crescimento indica a resiliência do crescimento dos mercados de seguros e resseguros, mesmo em ambiente
adverso. Nas Figuras 3 e 4 abaixo, conseguimos identificar a participação do IRB Brasil em cada segmento de resseguro
comparado ao mercado.
Assim como no Brasil, outros países da América Latina possuem oportunidades de exploração de resseguros. A taxa
de penetração do mercado de seguros do México, Argentina, Colômbia e Peru, por exemplos, é menor do que nos
mercados desenvolvidos, em torno de 2,5% de seu respectivo PIB.
Aeronáuticos 2%
Marítimos 2%
Aeronáuticos
3%
Rural 11%
Riscos Marítimos
Especiais 4% 3% Riscos Especiais
9%
Habitacional 1%
Responsabil Responsabilidades
Rural
idades 5% 3%
Vida 8% 18% Carga
Automóvel
Automóvel 4%
Riscos Habitacional 1%
5% Riscos Financeiros
Financeiros Carga 7% 1% Vida
11% 6% 3%
Fonte: Susep, IRB Brasil. Elaborado por Eleven Financial Fonte: Susep, IRB Brasil. Elaborado por Eleven Financial
A Companhia
O IRB Brasil RE é a resseguradora líder do mercado brasileiro, possui negócios em mais de 40 países e uma das mais
rentáveis do mundo. A participação do IRB no mercado de resseguros local é aproximadamente 6 vezes superior ao
da companhia que ocupa a segunda posição no referido mercado. Seu modelo de negócio aborda um relacionamento
direto com as principais seguradoras do mercado, principalmente as pertencentes aos grandes conglomerados
financeiros brasileiro, e com corretores de resseguro. Essa aproximação com as seguradoras coloca o IRB em posição
de compreender e se aproximar das melhores praticas de mercado, utilizando os corretores e realizando parcerias
estratégicas com outras resseguradoras na intermediação de seus programas de retrocessão, alavancando o interesse
na realização de novos negócios.
3%
22%
75%
Seus controladores são o Banco do Brasil, Itaú e Bradesco, juntamente com cinco fundos de pensão (PREVI, PETROS,
FUNCEF, ECONOMUS e PREVIRB) que investem na Companhia por meio do FIP (Fundo de Investimento em
Participações), Caixa Barcelona e a União Federal. O IRB Configura entre as 50 maiores resseguradoras do mundo em
termos de prêmios emitidos. Sua estratégia para o futuro está focada na expansão de atuação na América do Sul, com
especial atenção na Argentina, Peru, México e Colômbia. No primeiro país, a companhia atua como resseguradora
local, e como resseguradora estrangeira nesses outros países.
Sua sede está localizada na cidade do Rio de Janeiro e possui escritórios em São Paulo, Buenos Aires, Nova Iorque
e Londres. Por meio de sua localização nesses polos globais, é capaz de oferecer uma extensa linha de produtos,
construídos para absorver riscos ao diversificar carteiras de investimentos que combinam títulos do governo e prêmios
de seguros.
As linhas de negócio ofertadas pela empresa englobam os seguintes tipos de riscos: aeronáuticos, de engenharia,
financeiros, de property, rurais, vida e previdência, transportes marítimos, de responsabilidade civil, na prospecção e
obras envolvendo óleo e gás, além de ofertar garantias e resseguros contra riscos diversos.
A extensa experiência no mercado e a concentração prévia de conhecimento e tecnologia nesse mercado garantem
ao IRB liderança no mercado de resseguros.
• Em 1939, o IRB foi fundado como empresa monopolista do setor de resseguros, sob a denominação de
Instituto de Resseguros do Brasil. Inicialmente, focava na venda de seguros para empresas seguradoras de
incêndios, e ao longo do tempo expandiu seu nicho para absorver os riscos de seguradoras de grandes
construções, projetos industriais, riscos dos ramos de transporte, acidentes pessoais, aeronáutico, vida, cascos
marítimos, automóveis, lucros cessantes, agrário, transportes de mercadorias importadas por navio e aviões,
performance de bonds, e responsabilidade civil.
• Na década de 1990, com o Plano Diretor, houve uma extensa reestruturação do setor de resseguros, com o
fim das tarifas, todas as seguradoras passaram a lançar produtos diferenciados e não mais condicionados a
tabelamentos do governo. Nesse ano, a empresa foi incluída no programa de privatizações.
• Em 1997, passa a ser sociedade por ações de economia mista, sob controle da União. Seu nome é alterado
para IRB-Brasil Resseguros S.A. e são criados o Conselho de Administração e Conselho Fiscal Permanente. Hoje,
o Conselho de Administração é assessorado por outros 5 comitês que atuam nas áreas de subscrição,
remuneração, investimento, governança corporativa e auditoria.
• Em 2007, o monopólio da empresa acaba com o mercado de resseguros sendo reaberto, permitindo a
concorrência de outras empresas.
• A partir de 2009, diversas iniciativas objetivam a modernização do IRB, com destaque para o aprimoramento
dos processos de gestão e a ampliação da presença internacional. Diversas parcerias de negócios passaram a
fazer parte da agenda da empresa em países da América Latina, África e Ásia.
• Em outubro de 2013, a companhia é privatizada, e passa a reconquistar market-share perdido após a abertura
de mercado. Com isso, ganha maior flexibilidade na alocação de seus recursos. Amplia suas técnicas de
combinação de portfólio, integrando suas linhas de negócio à administração de uma carteira de investimentos
de grande porte. Essa maior flexibilidade otimiza o retorno de seus investimentos compatibilizando risco e
liquidez ao perfil e prazo médio de suas carteiras, que concentra a alocação de recursos em ativos de renda
fixa.
• Em 2016, a companhia foi líder no Brasil em 10 dos 12 grupos de ramos de resseguro, conforme classificação
e dados publicados pela Susep, dentre os quais se destacam as linhas de negócio: Patrimonial, Exterior, Rural,
Riscos Especiais e de Vida, tanto individual como em grupo.
• Ainda em 2016, o IRB Investimentos e Participações Imobiliárias S.A. é concebido. Braço de gestão de ativos e
empreendimentos imobiliários da resseguradora. Incorporou a participação em cinco shoppings centers, dois
terrenos no centro do Rio de Janeiro e alguns imóveis de renda localizados no Rio e em São Paulo.
Algum dos projetos cobertos pelo IRB foram: fábrica de celulose da Klabin; criação da Acesita; primeiros investimentos
feitos pelo BNDES; reaparelhamento de portos e ferrovias; Eletrobras e Sidebras; Petroquímica União; Usina Tucuruí;
Rodovia Rio-Santos, entre outros.
Vasta atuação no setor: 78 anos no mercado de resseguros privilegiam a resseguradora com a mais longa experiência
nacional na área e com importante banco de dados histórico. A utilização de procedimentos estatísticos em cima desse
banco é elemento chave para a criação de operações de seguros e de investimentos menos arriscadas e mais rentáveis,
bem como a precificação de prêmios cobrados.
Barreira de entrada: integrantes do bloco de controle da companhia figuram entre as maiores seguradoras do Brasil
e estão entre os maiores clientes da companhia. Essa proximidade oferece oportunidade de investimentos em ativos
financeiros e acesso facilitado aos clientes. Isso coloca a companhia em posição privilegiada de aumentar ainda mais
sua fatia no mercado.
Inovação tecnológica: investimentos feitos nos últimos anos pela companhia para integrar todos os sistemas em uma
única plataforma SAP formam base importante de avanço tecnológico para consolidação de liderança.
Liderança disparada: liderança no mercado de resseguros é caracterizada por sua alta participação local,
aproximadamente seis vezes superior ao da companhia que ocupa a segunda posição. Essa posição relativa do IRB
garante um resiliente lucro operacional, e a possibilidade de investimentos massivos na área de novas tecnologias.
Combinação de investimento e linhas de negócios: abrange a totalidade dos grupos de ramos resseguráveis do
mercado, sendo líder em 10 dos 12 grupos. Ao abranger todos esses grupos, consegue criar mais combinações entre
seu portfólio completo de linhas de negócios e sua carteira de investimentos de grande porte, o que permite a empresa
mais opções de diversificar seus ativos e aumentar sua rentabilidade.
Fatores de Risco
Resultado financeiro: o foco estratégico do IRB atrelou com sucesso o retorno da carteira de ativos com a performance
dos títulos do Governo, em especial dos pós fixados. No cenário dos anos anteriores, de juros alto, o retorno da carteira
pôde ser financiado a altas taxas e baixo risco. A expectativa de queda da taxa Selic mais acelerada compromete essa
dinâmica, porém uma estratégia bem executada de tesouraria pode manter os números em níveis sólidos.
Desenvolvimento das seguradoras: atualmente as seguradoras brasileiras dependem das resseguradoras pela
incapacidade de absorção da totalidade dos riscos e seus custos. Com o desenvolvimento do mercado de seguros no
país e a maior independência das seguradoras em relação às resseguradoras, pode existir um cenário no qual os
prêmios cobrados pelo IRB sejam concorrencialmente pressionados, podendo reduzir as margens operacionais.
Mudanças regulatórias: A Resolução CNSP 325 garante as resseguradoras locais um market-share mínimo de 30% até
janeiro de 2018; de 25% até janeiro de 2019; 20% até janeiro de 2020 e 15% a partir de 2021. Além disso, as
resseguradoras globais que atuam como locais no Brasil, em 2020, poderão ceder até 75% dos seus prêmios para suas
empresas controladoras pertencentes ao mesmo conglomerado financeiro sediadas no exterior. Estes fatores poderão
provocar um cenário competitivo mais acirrado para o IRB.
A localização da sede no Brasil possibilita autonomia e agilidade na tomada de decisões dentro do país e em toda
América Latina, foco da sua estratégia de ampliação. De dezembro de 2014 a março de 2017, a participação dos
prêmios internacionais na receita total da companhia cresceu de 10,7% para 34,2%. O foco de expansão continua
sendo a América Latina, pela proximidade geográfica, experiência nas linhas de negócios mais relevantes, a
familiaridade com o idioma e os fatores culturais. Há especial atenção na atuação na Argentina, Peru, México e
Colômbia. No primeiro país, o IRB atua como resseguradora local, nos outros mercados citados na frase anterior, como
resseguradora estrangeira.
O volume total de prêmios emitidos pelo IRB Brasil RE no 1T17 avançou 14,8% em relação ao 1T16, totalizando R$
1,3 bilhão. Desse montante, R$ 876,0 milhões foram prêmios emitidos no Brasil e R$ 466,0 milhões no exterior.
1T16 1T17
25%
Brasil 35%
Exterior
65%
75%
O índice de sinistralidade do 1T17 ficou em 53,8% em comparação aos 63,6% registrados no 1T16, redução devido à
contínua melhoria da gestão de regulação de sinistros e do aumento dos contratos de proteção efetuados pela
companhia no período, visando minimizar os impactos da ocorrência de potenciais sinistros.
Figura 8 – Sinistralidade
2.5 70.0%
2.0
58.5% 60.0%
2.2
1.9
53.8%
55.0%
1.5 50.0%
1.3 45.0%
1.0 40.0%
35.0%
0.5
0.57
30.0%
0.47
25.0%
- 20.0%
O ROE, passou de 15,5% em 2014 para 31,2% em 2016, um aumento de 15,7 p.p., mantendo-se em patamares
superiores aos de companhias globais do setor cuja média está entre 8 e 9%. O histórico do ROE, conforme
apresentado anteriormente, deve-se muito ao resultado financeiro.
31%
800
29% 30%
27%
700
850 26%
25%
600 764
20%
500
15%
400
15%
300
388 10%
200
223
213 5%
100
- 0%
A partir das nossas projeções chegamos na recomendação por meio de comparação dos múltiplos e rentabilidade
(ROE) da companhia com seus principais pares locais e globais. Como não há um par perfeito para comparação de
múltiplos, optamos por comparar com a média das principais seguradoras locais listadas na bolsa, pois assim,
normalizamos o elevado ROE de BB Seguridade, com o ROE apresentado pelas outras duas companhias, chegando a
um ROE médio de 25%, mais próximo do apresentado pelo IRB nos últimos anos.
Chegamos a um múltiplo Preço/Lucro para 2017 de 10,44x considerando o preço médio da faixa do IPO, o que
representa um desconto de 10% em relação à média de seus pares, tanto locais quanto globais.
O ROE estimado elevado, ainda que a expectativa do resultado financeiro seja menor, contribui para maior
atratividade do papel.
Em nossa visão, baseado nas premissas e pontos acima, recomendamos a entrada no IPO, com ponto ideal
concentrado entre R$ 27,24 e R$ 31,00.
Conforme o artigo 16, parágrafo único da ICVM 483/2010, o analista Beatriz de Almeida Martins declara-se inteiramente responsável pelas informações e
afirmações contidas neste relatório de análise. De acordo com a exigência regulatória do artigo 17 previsto na ICVM 483, de 06 de julho de 2010, o analista de
valores mobiliários, responsável principal por este relatório, declara:
(i) que as recomendações contidas neste relatório refletem única e exclusivamente sua opinião pessoal sobre a companhia analisada e seus valores
mobiliários e foram elaborados de forma independente e autônoma.
(ii) que as informações, opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e estão sujeitas às mudanças, não
implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal mudança.
Para maiores informações, pode-se ler a Instrução CVM 483, de 2010, e também o Código de Conduta da Apimec para o Analista de Valores Mobiliários.
Este relatório é destinado exclusivamente ao assinante da Eleven que o contratou. A sua reprodução ou distribuição não autorizada, sob qualquer forma, no
todo ou em parte, implicará em sanções cíveis e criminais cabíveis, incluindo a obrigação de reparação de todas as perdas e danos causados, nos termos da Lei
nº 9.610/98 e de outras aplicáveis.