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CAPÍTULO I - BARRAGENS
1. BREVE HISTÓRIA
A primeira barragem da qual se tem notícias foi construída no rio Nilo pouco antes de
4000 a.C. Serviu para desviar o rio Nilo e deixar livre um local para a antiga cidade de
Menfis. Essa barragem não existe mais. A barragem mais antiga, ainda em operação, é a
de Almanza, localizada na província espanhola de Albacete. Essa barragem, do tipo arco,
foi construída em alvenaria de pedra bruta. Sua operação iniciou em 1384 e foi reformada
em 1736 (Linsley & Franzini, 1978). Com o decorrer do tempo materiais e métodos de
construção foram se aperfeiçoando permitindo construir grandes barragens como Hoover
Dam (Figura 1a) no rio Colorado (USA), Itaipu no rio Paraná (Brasil) (Figura 1b) e Três
Gargantas no rio Yang Tsé (rio Azul na China) (Figura 1c).
b) Barragem de c) Barragem de
a) Barragem
Itaipu Três Gargantas
Hoover
Figura 01 – Exemplos de grandes barragens
Segurança de barragens
Uma das maiores agressões a que o meio ambiente e a sociedade podem ser
submetidos é o rompimento de uma barragem trazendo grandes danos sociais,
ambientais e econômicos. As principais causas de colapso estão relacionadas às
fundações sobretudo no que diz respeito a avaliação correta das forças
ascensionais (subpressão) e da percolação (piping). Eventos hidrológicos
extremos, terremotos e deslizamentos, erros na operação hidráulica do
vertedouro, erros de projeto, recalques também caracterizam pontos críticos na
segurança das barragens.
Empresas de geração de energia e de abastecimento de água realizam,
normalmente, projetos bem elaborados, tendo em vista as responsabilidades
envolvidas – as barragens são, normalmente, de grande porte. Por outro lado, a
maneira até certo ponto empírica com que são construídas as barragens de
rejeitos de indústrias de papel e celulose ou mineradora, além de pequenos
açudes, expõe a população a ameaças constantes.
No dia 17 de junho de 2004 a barragem de Camará (Fabiani, 2012), no
município de Alagoa Grande, Estado de Alagoas, rompeu-se em função de
problemas de fundação, quando estava com aproximadamente 65% de seu
volume, durante o primeiro enchimento. As cidades de Alagoa Grande e
Mulungu foram seriamente atingidas pela onda de ruptura. A imagem da Figura
02 mostra cena da destruição da barragem que trouxe muitos prejuízos na
cidade de Alagoa Grande. Neste acidente, sete pessoas perderam a vida, vinte
foram contabilizadas como desaparecidas (muito provavelmente mortas) e mais
de 3.300 pessoas ficaram desabrigadas.
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2. DEFINIÇÃO E FINALIDADES
Barragem é uma estrutura permanente destinada a obstruir um rio ou vale para
criar um desnível. Uma barragem está sujeita permanentemente a um desnível
de água.
Dique é uma estrutura sujeita a desnível apenas temporariamente. A palavra
dique é também usada para uma barragem de terra de pequena altura (h<10m).
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4. TIPOS DE BARRAGENS
Os principais tipos de barragens são apresentados no Quadro 01 a seguir,
juntamente com o material de construção, seção transversal tipo e vista em
planta.
Barragens tipo Gravidade - A estabilidade depende de seu próprio peso; são
em geral em linha reta embora possam apresentar pequena curvatura.
Barragens em Arco – Transmitem às encostas, por ação do arco, a maior parte
do empuxo horizontal exercido sobre elas pela água represada e podem ter
seções transversais mais esbeltas do que as barragens por gravidade de mesmo
porte. Só podem ser construídas em vales profundos e estreitos, com vertentes
capazes de resistir aos esforços transmitidos pelo arco.
Barragens de Contrafortes – o tipo mais simples é em lajes planas, que
consiste em placas inclinadas apoiadas em contrafortes dispostos a intervalos
determinados.
Barragens de Terra – tanto as construídas com terra como as que utilizam
blocos de rocha (enrocamento) são denominadas genericamente “barragens de
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γh 2
Hh = (1)
2
onde h é a profundidade da água e γ seu peso específico. A linha de ação dessa
força passa por uma altura h 3 acima da base da barragem.
A componente vertical da força hidrostática é equivalente ao peso de uma coluna de
água sobre a face da barragem e passa pelo centro de gravidade dessa coluna.
A água, quando sob pressão, sempre acha um meio de percolar sob a barragem,
entre esta e o terreno sobre o qual está implantada; e por efeito da percolação gera
pressões ascensionais (subpressões). A subpressão é influenciada pelo tipo de solo
e pelos métodos de construção. Admite-se que seu valor varia linearmente entre o
valor máximo da pressão hidrostática a montante (calcanhar da barragem) e o valor
máximo dessa pressão a jusante (pé da barragem). Sob esta hipótese o valor da
pressão ascensional Pa sob a barragem é dado pela equação (2).
h1 + h2
Pa = γ b (2)
2
onde b é a largura da barragem na base; h1 e h2 são alturas máximas de água
respectivamente sobre o calcanhar e o pé da barragem. A linha de ação da pressão
ascensional passará pelo centro de gravidade da área do diagrama trapezoidal das
pressões (ver Figura 08). Medidas feitas em barragens mostram que o valor real
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dessa força é inferior ao valor obtido pela equação (2). Várias hipóteses têm sido
feitas quanto à distribuição da subpressão.
A partir da Lei de Darcy para escoamento em meios porosos saturados (equação
(3)) e admitindo-se distribuição hidrostática das pressões ascensionais (equação
(4)), pode-se avaliar a variação da distribuição dessas pressões num plano
horizontal com a permeabilidade. Combinando as equações (3) e (4) chega-se a
equação (5) que fornece o gradiente do diagrama de subpressão.
dh
v = −K (3)
dx
dp = −γdh (4)
dh dp 1
= .
dx dx γ
dp γv
= (5)
dx K
A Figura 09 mostra diagramas de subpressão total para três situações de
variação da permeabilidade do solo no calcanhar e no pé da barragem: i) para
fundação homogênea o diagrama é linear, representado pela trapézio formado
pela linha tracejada; ii) para solo menos permeável a montante o diagrama de
subpressão é representado por um trapézio e um retângulo, caminho a na figura;
iii) para solo menos permeável a jusante, tem-se a situação mais crítica, com o
diagrama de subpressão seguindo o caminho b da figura 09.
Injeções de cimento próximas à face de montante reduzem a permeabilidade
implicando em um gradiente de pressão favorável (caminho a da Figura 09)
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BARRAGEM
galeria
FUNDAÇÃO
-----
----- BARRAGEM
----
-----
------
------
-----
areia
brita
tubo de drenagem
FUNDAÇÃO
areia
cortina de vedação (injeções ou estaca prancha)
h"
η = 1− (6)
h*
8
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b-x
h’’
x
H
h*
b
Figura 12 Diagramas de subpressão total e parcial com drenagem eficiente
Com base na Figura 12 é possível se fazer a análise exata e aproximada da
subpressão. Por semelhança de triângulos pode-se escrever a equação (7).
b− x
h* = H (7)
b
Combinando as equações (6) e (7) chega-se à equação (8):
b− x
h '' = (1 − η )H (8)
b
A área do diagrama em azul da Figura 12 multiplicada pelo peso específico da
água fornece a subpressão por metro de largura (equação (9)).
h '' ( b − x ) h '' + H
S =γ + x (9)
2 2
Substituindo a equação (8) na equação (9) obtém-se a equação (10).
γHb x
S= 1 − η 1 − (10)
2 b
=r
Nota-se que:
γHb
(1 − η ) onde r = (1 − η )
x
se x << b →0 e S= (11)
b 2
A notação r representa o coeficiente redutor da subpressão. A equação (10)
representa a análise exata e as equações (11) a análise aproximada da
subpressão.
6. DESVIO DE RIOS PARA CONSTRUÇÃO DE BARRAGENS
A preocupação deste item é mostrar que as águas de um rio podem ser
desviadas por túnel ou em duas fases antes do início da construção de uma
barragem, conforme Figura 13.
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RV d = M R − M T (18)
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colocada uma emulsão asfáltica ou qualquer outro material elástico próprio para
juntas. Assim cada parte da laje pode agir isoladamente e um pequeno recalque
do terreno não causará sérios prejuízos à estrutura. Em geral aumenta-se a
espessura dos contrafortes junto à laje. Estas barragens são em geral
recomendadas para grandes vãos, onde se faz necessária uma barragem
extensa e onde os terrenos são pouco resistentes. Essas barragens têm sido
construídas em terrenos variando de areia fina a rocha firme. Claro que em
terrenos pouco resistentes a altura das barragens é menor.
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9. BARRAGENS EM ARCO
As barragens em arco apresentam curvaturas em planta e transferem a maior
parte da pressão da água, horizontalmente, às ombreiras do arco por ação do
próprio arco. Os esforços gerados exigem que as vertentes do vale sejam
capazes de resisti-los. A primeira e única barragem em arco do Brasil, Funil,
entrou em operação em 1969. Pertence à bacia hidrográfica do rio Paraíba do
Sul, município de Resende, estado do Rio de Janeiro. As Figuras 21 e 22
ilustram a barragem.
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As forças que atuam nas barragens em arco são as mesmas forças que atuam
nas barragens do tipo gravidade; apenas que devido à base estreita das
barragens em arco as pressões ascensionais (subpressão) são menos
importantes.
Na fase de pré-projeto pode-se supor que o empuxo horizontal da água é
resistido somente pela ação do arco. A figura 26 representa um diagrama das
forças horizontais atuando em um arco elementar da Figura 25.
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Essa força deve ser equilibrada pela componente horizontal da reações das
encostas, atuando de jusante para montante, ou seja, R y = 2 Rsen(θ 2) .
Havendo equilíbrio tem-se ∑F y = 0 e, portanto
V = kr 2θ (24)
B
Da trigonometria: r =
2 sen(θ 2)
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2
B 1 θ θ
V = k θ = kB 2 = K (25)
2 sen(θ 2 4 sen (θ 2 sen (θ 2
2 2
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nessa direção do que na vertical. As redes de fluxo referentes a esses casos são
estudadas na maioria dos livros de Mecânica dos Solos.
O traçado das redes de corrente pode ser feito por: i) modelo de aterro usando
corante; ii) analogia elétrica com base nas leis de Ohm e de Darcy; iii) por
tentativa, iv) por soluções numéricas da equação de Laplace.
Em casos simples as redes de fluxo são traçadas por meio de esboços à mão
livre, com ajustes e correções gradativas, até que as linhas de corrente e as
linhas equipotenciais se interceptem em ângulos retos. As linhas de corrente
externas da rede são: ao alto a linha de percolação e embaixo qualquer limite
impermeável na barragem ou no terreno sob ela.
A linha de percolação, também dita de saturação ou freática em uma barragem
de terra é a linha acima da qual não há pressão hidrostática. Foi Arthur
Casagrande, fundador da Engenharia Geotécnica, que propôs um método
aproximado para traçar a linha de percolação para uma barragem de terra
assentada sobre terreno impermeável, baseado na hipótese de que ela é uma
parábola com foco em f (Figura 29) que é a interseção da linha equipotencial
mais a jusante com a linha de corrente ao longo da fronteira impermeável.
A parábola também intercepta a superfície da água a cerca de 0,3 da distância
horizontal, medida na superfície livre da água, entre o paramento de montante e
o sopé de montante do aterro, isto é: AB=0,3 BC (Casagrande, 1937 e Marques
et al. 2006). Tem-se a posição da diretriz da parábola determinando-se o ponto
D, no prolongamento de CB, com o auxílio de um compasso, com raio AD=Af e
com centro em A; todos os pontos da parábola são equidistantes do foco e da
diretriz. O fim da linha de percolação no paramento de jusante (no filtro de pé ou
enrocamento de drenagem) fica além do ponto onde a parábola intercepta esse
paramento da barragem, a uma distância medida ao longo desse mesmo
paramento, e definida pela equação (26).
180 − θ
∆y = ( y + ∆y ) (26)
400
onde y, ∆y e θ são definidos nas Figuras 27 e 29.
Em http://www.em.ufop.br/deciv/departamento/~romerocesar-acesso 11/04/2014
o leitor encontra a aula do Prof. Romero Cézar Gomes da Universidade Federal
de Ouro Preto - UFOP. O professor apresenta transparências interessantes
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2
laje
3B 3C
1B 1A 3A
3D
plinto
Figura 32 Seção típica de uma barragem CFRD
Fonte: Fill (1999)
O ponto crítico está no plinto; para evitar vazamento coloca-se uma junta
perimetral. Requer projeto detalhado e cuidadoso para evitar vazamentos.
O plinto é uma estrutura de concreto ancorada na rocha da fundação, executada
no calcanhar da barragem destinada a proteger a ligação da laje com a
fundação, garantindo estabilidade. Serve também como área de trabalho para
injeções de impermeabilização da fundação (Silva, 2007).
As principais características da CFRD são: enrocamento todo a jusante da zona
estanque; não há subpressão; não há pressão intersticial; os recalques são
pequenos; não requer galeria e drenagem nas ombreiras; bem resistentes a
terremoto. A única possível causa de ruptura seria devido a erosão causada por
galgamento prolongado.
As principais vantagens construtivas da CFRD com relação à ECRD são: a
chuva não interfere na construção; não há restrições ao tráfego por regiões
especiais (núcleo e filtro no caso da ECRD); a construção do plinto é feita fora da
área de enrocamento, há grande flexibilidade na execução da laje.
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PROBLEMAS
As respostas dos Problemas estão no Apêndice B. Problemas de 01 a 06 foram
propostos por Sant'Ana (1990) e Gomide (1990) e adaptados por Gomes (2013).
Os Problemas 07 a 11 foram propostos por Fill (1999) e adaptados por Mine
(2000).
Orientação Inicial para os problemas de 01 a 06: onde necessário adotar ρ =
1000 kg/m3 e ρc = 2400 kg/m3.
01 - Uma barragem de seção transversal retangular (por incrível que pareça) tem
5 m de altura e 2,5 m de base. Supondo que o reservatório está cheio, que não
há borda livre e que não há água a jusante, verificar a estabilidade do maciço:
a) quanto ao tombamento (utilizar coeficiente de segurança igual a 2,0) e;
b) quanto ao escorregamento (utilizar coeficiente de atrito igual a 0,65 e
coeficiente de segurança igual a 1,5).
02 – Resolver literalmente o exercício anterior, substituindo o valor de 5 m pela
variável h e o valor de 2,5 m pela variável b. Calcular a condição de estabilidade
ao escorregamento em termos da relação b/h (b/h > k1). A seguir calcular a
condição de estabilidade ao tombamento (b/h > k2) e comparar k1 e k2.
03 – Calcular os coeficientes de segurança ao tombamento e ao escorregamento
de uma barragem de concreto homogênea, com seção transversal conforme a
figura a seguir.
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Obs: Usar H = 10 m
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9m
2m
10 m
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laje
0,4 m borda
0,5
1
1 1
Contra forte
1m
Drenagem
Base total: 46,9m
Subpressão só na laje
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CASAGRANDE, A. (1937). Seepage through dams, Journal of the New England
Water Works Association, 51, 131-172. ISSN 0028-4939
FABIANI. A. L. T Modelagem em duas dimensões da onda gerada pela ruptura
de uma barragem utilizando o método dos volumes finitos. Texto apresentado a
Banca Examinadora da Disciplina Seminários de Doutorado I do
PPGERHA/UFPR, 2012. Não publicado.
FILL, H. D. Notas de aula da disciplina Engenharia de Recursos Hídricos. Curso
de Engenharia Civil, UFPR, 1999. Não publicado.
GOMES, J. Notas de aula da disciplina Engenharia de Recursos Hídricos. Curso
de Engenharia Civil, UFPR, 2013. Não publicado.
GOMIDE, F. S. Notas de aula da disciplina Engenharia de Recursos Hídricos.
Curso de Engenharia Civil, UFPR 1990.
LINSLEY, K. L.; FRANZINI, J. B. Engenharia de Recursos Hídricos. Traduzido e
adaptado por PASTORINI L. A. USP, McGraw-Hill do Brasil, Ltda, São Paulo,
1978.
MARQUES, J. C., OLIVEIRA, P., LOPES S. Percolação não confinada: uma
comparação de métodos de solução. In: Primeiras Jornadas de Hidráulica,
Recursos Hídricos e Ambiente, FEUP, 2006.
MINE, M. R. M. Notas de aula da disciplina Engenharia de Recursos Hídricos.
Curso de Engenharia Civil, UFPR, 2000. Não publicado.
SANT'ANA R. F. Notas de aula da disciplina Engenharia de Recursos Hídricos.
Curso de Engenharia Civil, UFPR, 1990. Não publicado.
SILVA, A. F. da Análises tridimensionais de barragens de enrocamento com face
de concreto com objetivo de otimizar os critérios de projeto. Tese de Doutorado.
Publicação G.TD-050/07, Universidade de Brasília, 2007.
WES Waterways Experiment Station, Gravity Dam Design, Engineer Manual
1110-2-2200, Us Army Corps of Engineers, 1995.
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APÊNDICE A
TRAÇADO DA REDE DE CORRENTE E INFILTRAÇÃO EM UMA
BARRAGEM DE TERRA
Resumo do traçado da linha freática da barragem (Sant'Ana 1990)
Parábola Koseny:
AB = 0,3BC
z 2 − Z o2
Zo = h + b − b
2
⇒ x=
2Z o
1
bo = Zo
2
Casagrande
∆y = f (θ )
θ < 30o ⇒ y = b 2 + h 2 − b 2 − h 2 cot 2 θ
y + ∆y θ = 60o a = 0,32
Casos especiais
180 − θ
∆y = ( y + ∆y ) para θ = 180o ⇒ ∆y = 0
400
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Exercício Resolvido
Uma barragem de 24 m de altura será construída com silte sobre fundação de
argila. A seção transversal é apresentada na Figura A01. A barragem tem 7,8 m
no topo e taludes 1,0V:2,1H com bermas de 3 m a meia altura. A base da
barragem tem 114,6 m. Verificar seu comportamento em termos de infiltração
considerando borda livre de 1,5 m e a existência de filtro nos 20 m finais. Dado o
coeficiente de permeabilidade do silte K=0,0027 m/min.
a) Traçado das redes de corrente
Geometria:
BC - distância da borda livre até o calcanhar da barragem BC=50,25 m
AB=0,3 BC AB = 15,08 m
b=59,43 m
2Zo
O foco da parábola está em f (x,z)=(-2,06; 0)
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APÊNDICE B
RESPOSTAS DOS PROBLEMAS (EXERCÍCIOS)
Exercício 07
- Forças
hidrostática horizontal a montante e ponto de aplicação - 40.000 kgf/m; 3m
hidrostática horizontal a jusante e ponto de aplicação - 2.000 kgf/m e 0,67 m
hidrostática vertical a jusante e ponto de aplicação - 1.600 kgf/m e 0,53 m
peso próprio e ponto de aplicação - 144.000 kgf/m e 6,56 m
subpressão total - 55.000 kgf/m e 6,06 m
- Momentos:
momento tombador - 454.800 kgf.m/m
momento restituidor - 946.828 kgf.m/m
coeficiente de segurança - 2,08 - estável ao tombamento
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- Escorregamento:
força de escorregamento - 38.500 kgf/m
força de atrito - 58.890 kgf/m
coeficiente de segurança ao escorregamento - 1,53 - estável ao escorregamento
- Tensão tangencial na base
2
tensão de cisalhamento - 3.850 kgf/m por m de largura de barragem
2
tensão de resistência - 306.798 kgf/m por m de largura de barragem
estável
- Tensões de compressão na base
2
tensão a montante - 11.397 kgf/m por m de largura de barragem
2
tensão a jusante - 6.723 kgf/m por m de largura de barragem
estável
Exercício 08
- Forças
hidrostática horizontal a montante e ponto de aplicação - 3.600 tf/m; 10m
hidrostática vertical a montante e ponto de aplicação - 3.600 tf/m e 36,9 m
peso próprio do bloco laje-contraforte e ponto de aplicação - 5.537 tf/m e 21,45 m
subpressão na laje - 120 tf/m e 46,6 m
coeficiente de segurança - 6,0 - estável ao tombamento
coeficiente de segurança ao escorregamento - 1,63 - estável ao escorregamento
- Tensão tangencial na base
2
tensão de cisalhamento - 25,6 tf/cm por m de largura de barragem
2
tensão de resistência - 348 tf/m por m de largura de barragem
estável
- Tensões de compressão na base
2
tensão a montante - 62,78 tf/m por m de largura de barragem
2
tensão a jusante - 65,4 tf/m por m de largura de barragem
estável
Exercício 09
o
133 34'
Exercício 10
a) t=0,035 h
b) 1,75 m
c) 10 vezes maior
Exercício 11
Vc/Va = 5,25
36