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Curso à Distância em Manutenção de Edificações

Manutenção de elevadores
- SUMÁRIO:

• 1 - Objetivo;

• 2 - Funcionamento dos elevadores;

• 2.1 - Introdução;

• 2.2 - Dispositivos de segurança;

• 2.3 - Tipos de elevadores (aplicações especiais)

• 3 - Importância da manutenção de elevadores;

• 3.1 - Riscos provenientes da falta de manutenção em elevadores;

• 3.2 - Mau funcionamentos de menor gravidade;

• 3.3 - Mau funcionamentos de maior gravidade;

• 4 - Manutenções periódicas a serem executadas;

• 4.1 - Plano de manutenção periódica preventiva;

• 5 - Modernizações;

• 6 - Legislação;

• 7 - Conclusão;

• 8 - Referências bibliográficas;

• 9 - Currículo resumido do autor;

• 10 - Colaboradores.
1 - OBJETIVO:

Descrever a importância da correta manutenção periódica de elevadores,


evitando possíveis acidentes, otimizando seu funcionamento e atendendo as
legislações vigentes.

2. - Funcionamento dos elevadores:

2.1 - Introdução

Os elevadores mais comumente encontrados em edificações são os do tipo


tracionados por cabos, neste tipo de construção os passageiros são
transportados em uma cabina que se desloca verticalmente dentro de uma
“caixa” acessando os diversos pavimentos do edifício. Dentro da caixa e
apoiados em guias se movem, em sentidos opostos, a cabina e um contra peso
(o que reduz a energia necessária para a operação) o movimento dos mesmos
se dá por uma máquina de tração, situada na casa de máquinas acima da
“caixa”, a referida máquina é composta por um motor elétrico ligado a um
redutor do tipo “coroa e sem fim”, que desloca um conjunto de cabos de aço
ligados em uma extremidade à cabina e em outra ao contra peso (balanceado
de acordo com a capacidade do equipamento). Ao receber os comandos de
dentro da cabina ou de alguma das botoeiras de pavimento, um painel elétrico
instalado na casa de máquinas, comanda a máquina de tração sendo que, ao
deslocar-se dentro da “caixa” a cabina aciona diversos sensores elétricos
(chamados limites), o que enviará ao painel elétrico sinais da posição da cabina
permitindo que sua velocidade diminua e pare na posição correta e nivelada ao
pavimento.
As cabinas dos elevadores possuem duas portas de acesso uma delas esta
fixada na própria cabina se movendo com a mesma e é acionada por um
operador de porta elétrico, já a segunda é a porta de pavimento que pode ser
de dois tipos a de “eixo vertical”, que é semelhante a uma porta residencial
onde o próprio usuário precisa abri-la manualmente ou a “porta de correr” que é
acionada pelo próprio operador de porta da cabina, a segunda é muito mais
segura, uma vez que não pode, em caso de mal funcionamento, ser aberta
pelo próprio usuário sem que a cabina esteja no andar.

2.2 - Dispositivos de segurança:

Obviamente um equipamento que transporta pessoas a grandes alturas


necessita de dispositivos de segurança extremamente confiáveis, sendo assim
Independentemente do fabricante e da idade do elevador ele sempre terá três
componentes básicos de segurança que impedem a queda da cabina:

I - O freio da máquina de tração:

Instalado na máquina de tração, geralmente entre o motor e o redutor, o freio


possui sapatas com lonas, que quando acionadas, atritam em contato com uma
espécie de tambor ligado ao eixo, o que impede o movimento do mesmo, do
conjunto coroa e sem fim, da polia e conseqüentemente do cabo de aço.

É importante citar também que o freio da máquina de tração funciona


normalmente fechado, ou seja, permanece travando o movimento da mesma
através do efeito de uma mola, sendo liberado eletromagnéticamente apenas
no momento em que o motor entra em funcionamento, o que garante que em
caso de falha ou falta de energia o mesmo permaneça travado e impedindo o
movimento da cabina.
Freio eletromagnético Polia

Motor elétrico

Sapata de freio

Maquina de tração com freio eletromagnético

II - O freio da cabina:

Em torno da cabina do elevador é montada uma armação que a sustenta


apoiando-a por seu piso (tambem chamado de plataforma), esta armação
também sustenta as corrediças (peças que entram em contato com as guias), e
é nela, sob a cabina, que esta montado o seu freio.

O freio da cabina tem ação sobre suas guias fechando um conjunto de garras
sobre elas, o que através de atrito irá parar a cabina.

O acionamento das garras do freio de cabina se dá pela ação do limitador de


velocidades, que é um equipamento instalado na casa de máquinas (junto da
máquina de tração) com uma polia, por onde corre um cabo de aço, preso a
cabina, mais especificamente no acionamento do freio, conforme a mesma
sobe ou desce o cabo se movimenta junto e gira a polia do limitador, caso este
detecte uma velocidade maior do que a normal para a operação do elevador
ele travará o cabo e, uma vez que a cabina continua a se movimentar, o freio é
acionado.
Vale citar que caso este sistema entre em operação, muito provavelmente as
guias da cabina sofrerão grandes danos ao suportar este esforço, sendo
necessários reparos e até a sua substituição no trecho onde a cabina foi
freada.

Longarina da armação
Limitador de velocidades
da cabina

Garras Acionamento
do freio das garras

III - O pára-choque no fundo caixa:

Instalado no poço do elevador (área inferior da “caixa”), os elevadores


possuem um pára-choque que tem como função amortecer um possível
impacto da cabina. Na prática no caso de uma queda de curta distância
(quando a cabina esta muito próxima dos andares mais baixos) existe a
possibilidade de que o freio da cabina não tenha tempo ou espaço para freia-la,
neste momento entra em ação o pára-choque que amortecerá um possível
impacto desta natureza.

O pára-choque pode ser constituído de um conjunto de molas, elastômeros


ou até mesmo por amortecedores hidráulicos.
Pára-choques
de molas

Pára-choque no fundo do poço

Segue abaixo uma ilustração mostrando alguns dos componentes citados


entre outros que compõem um elevador residencial.
2.3 - Tipos de elevadores (aplicações diferenciadas):

Algumas variações de elevadores deste mesmo conceito são encontradas


em aplicações específicas, que podem ser considerados elevadores de tipos
diferentes, são eles:

- Elevadores panorâmicos, são aqueles cuja “caixa” esta instalada na


extremidade do edifício ou fora dele, ou seja, tem uma ou mais faces abertas, o
que permite que a cabina tenha uma janela panorâmica. Os elevadores
panorâmicos podem ser externos, (instalados do lado de fora do edifício) ou
internos (instalados dentro dos prédios em átrios ou em salões de shopping
centers).

- Elevadores Hospitalares, cujas dimensões são adaptadas para transporte de


macas e equipamentos hospitalares.

- Elevadores de carga, estes equipamentos são projetados para ter grande


capacidade de peso e tem dimensões compatíveis com sua finalidade, como
por exemplo, elevadores para automóveis.

- Elevadores de alta velocidade, que são usados em edifícios mais altos,


facilitando o acesso aos andares superiores, em geral esses equipamentos
possuem sistemas de tração mais eficientes.
3 - Importância da manutenção de elevadores

Levando em consideração os riscos envolvidos na operação dos elevadores


é óbvio que a manutenção do mesmo é de extrema importância, e quando não
é feita corretamente pode causar:

- Mau funcionamento do equipamento,

- Danos ao mesmo,

- Redução de sua vida útil e,

- O mais grave de todos, acidentes com vitimas.

3.1 - Riscos provenientes da falta de manutenção em


elevadores

A falta de manutenção nos elevadores pode causar diversos mau


funcionamentos, alguns de menor outros de maior gravidade (estes inclusive
com riscos de acidentes), entretanto mesmo os de menor gravidade devem ser
analisados e reparados uma vez que podem ser indícios de que uma falha
mais grave possa acontecer a curto prazo, são os chamados “sintomas”.

3.2 - Mau funcionamentos de menor gravidade:

- A falta de nivelamento da cabina em relação ao pavimento:

A falta de nivelamento da cabina pode ser o indício de falhas nos sensores


elétricos (os limites) que enviam sinais ao painel elétrico, ou do próprio painel,
o que poderia causar uma serie de sinais falsos, alterando o funcionamento do
elevador.
- Ruídos ou “trancos” durante o movimento da cabina:

Os ruídos durante o movimento da cabina podem ser indícios de


componentes atritando, ou se chocando com partes móveis do equipamento,
ou até de desgaste em componentes de tração como cabos de aço, guias,
polias, máquinas de tração entre outros, qualquer uma destas possíveis causas
dos ruídos pode acarretar danos maiores ao elevador com o passar do tempo e
até mesmo acidentes.

3.3 - Mau funcionamentos de maior gravidade

I - Abertura da porta do pavimento sem que a cabina esteja


naquele andar,

Uma das causas mais comuns de acidentes com elevadores é sem dúvida a
falha no trinco da porta de pavimento. Esta estatística mudou ha alguns anos a
legislação para elevadores proibindo a fabricação de equipamentos com portas
de eixo vertical nos pavimentos, ou seja, atualmente todos os elevadores
devem ter portas de pavimento do tipo “de correr”. O acidente acontece pois
quando a porta é de eixo vertical, o usuário deve abri-la manualmente no
momento em que a cabina chega no pavimento, sendo que o único dispositivo
que impede a abertura da porta é o seu trinco, este em situações extremas
pode ser danificado por falha mecânica, como uma quebra, falta de
lubrificação, uso indevido, oxidação entre outros, com a porta destravada,
muitos usuários distraídos tentam entrar na cabina sem olhar, e não percebem
que a mesma não encontra-se no andar, caindo dentro da “caixa”, geralmente
em grandes alturas, se ferindo gravemente ou até mesmo vindo a óbito.

Desta forma é de extrema importância a inspeção e lubrificação regular dos


trincos de portas a fim de detectar quaisquer mau funcionamentos no
dispositivo, reparando-o ou substituindo quando necessário.
Trincos da porta de pavimento
do tipo eixo vertical

Trinco que impede a abertura da porta de pavimento sem que o elevador esteja
no andar

II - Queda da cabina,

O pior tipo de acidente possível com um elevador é a queda da cabina dentro


da “caixa” o que, sem dúvida, causaria ferimentos gravíssimos aos ocupantes,
porém, como vimos anteriormente o equipamento possui diversos dispositivos
de segurança que impedem que isso aconteça e é por este motivo que as
quedas de cabina são bastante raras. Entretanto em casos extremos de falta
de manutenção, isto pode acontecer, desde que diversas falhas ocorram
simultaneamente, tais como quebra do cabo de aço e falha no freio da cabina.
Indícios de problemas nos cabos de aço e no freio da cabina devem ser
observados com a máxima atenção nas vistorias periódicas a fim de detecta-
los logo no início, substituindo cabos e reparando os freios a fim de evitar
acidentes.

Vale lembrar que durante a substituição dos cabos de aço do elevador, os


mesmos devem ser apropriados para o uso em elevadores e terem certificado
de qualidade do fornecedor.

Cabo de aço
danificado (com
uma de suas
pernas desfiada)

Freio da cabina
danificado por falta
de manutenção
Exemplos de possíveis danos a cabos de aço

III - Panes no funcionamento do elevador com parada da


cabina,

Outra falha comum em elevadores acontece quando usuários ficam presos


dentro da cabina entre dois pavimentos, o que pode ser causado por
problemas elétricos, mecânicos ou até por causas mais comuns, como falta de
energia.

O grande risco de acidentes neste tipo de pane não esta especificamente


ligado a parada da cabina, mas sim a atitude do usuário frente ao problema,
uma vez que por desinformação ou pânico eles podem tentar sair da cabina por
conta própria, forçando a abertura da porta, esta prática é bastante perigosa
uma vez que o equipamento pode voltar a funcionar no exato momento em que
a pessoa esta saindo pela porta ferindo-se com gravidade.

Apesar do que os usuários possam pensar a cabina não corre o risco de cair
por estar parada, danificada ou sem energia e, na verdade, ficar dentro da
mesma, chamar ajuda através do botão de emergência, pelo interfone ou até
usando telefones celulares é a atitude mais segura nessa situação, uma vez
que o resgate de passageiros presos deve ficar a cargo de pessoal habilitado.
Possíveis causas de panes elétricas com parada da cabina

Sensores elétricos (ou


limites) danificados e com
instalação precária

Instalação elétrica sobre a


cabina improvisada de
forma precária

4 - Manutenções periódicas a serem executadas

A vida útil de um elevador assim como a durabilidade de seus componentes e


freqüência de manutenções esta muito ligada ao uso, cuidados e ambiente a
que ele é submetido, fatores como o excesso de peso, limpeza, lubrificação,
ambiente onde esta instalado (exposto a oxidação) podem fazer grande
diferença em sua vida útil e conservação.
Desta forma é extremamente importante (alem de atender a exigências
normativas que veremos mais a diante) que o elevador passe por vistorias
mensais, testando e revisando diversos itens importantes ao seu
funcionamento e segurança a qualquer sinal de desgaste.

4.1 - Plano de manutenção periódica preventiva

Manutenção periódica é a palavra chave para manter um elevador residencial


em boas condições de uso, e é por isso que as empresas que executam estes
tipos de serviço devem ter um plano de manutenções periódico, com um
cronograma de atividades a serem realizadas em cada visita a fim de manter
todos os componentes sempre checados e em perfeitas condições de
funcionamento.

Segue um exemplo de manutenção preventiva com vistorias mensais para


verificação dos componentes básicos e revisões periódicas para os
manutenções dos componentes mais complexos:

Local Descrição Frequência


Cabina
Checar: nivelamento - aceleração - retardamento - (sinalização) MENSAL
Verificar: rampa - coxins - polias - lubrificação - limpeza BIMESTRAL
CABINA: intercomunicador - ventilador - iluminação - alarme - sub teto BIMESTRAL
Porta da Cabina
Testar: carretilhas - grafos - perfil TRIMESTRAL
Verificar: barras de portas - corrediças TRIMESTRAL
Painel / Quadro de Comando
Checar: contatores - reles - disjuntores TRIMESTRAL
CASA DE
MÁQUINAS Inspeção: contatos - laminas - reles de segurança MENSAL
Verificar: janelas - iluminação - extintor MENSAL
Testar: limites - atuação ( superiores / inferiores) MENSAL
Local Descrição Frequência
Máquina de Tração
Checar: nível do óleo - vazamento MENSAL
Verificar: rolamentos - acoplamento - vibrações MENSAL
CASA DE Freio da Máquina de Tração
MÁQUINAS Checar: sapata - lona - tambor - pinos - disco - pressão da mola MENSAL
Verificar: livre movimentação MENSAL
Limitador de Velocidade
Testar: contatos - limpeza e lubrificação MENSAL
Botoeira de Manobra
Testar: botoeira de manobra MENSAL
Sobre a Cabina
Checar: Equalização dos cabos - Polia Intermediária - Sensores de Poço MENSAL
Limpeza: Geral - Teto da cabina BIMESTRAL
Lubrificar: Guias da Cabina - Guias do Contrapeso - Polia Intermediária MENSAL
Contra Peso
Checar: Tirantes - Polia Intermediária - Coxins BIMESTRAL
Limpeza: Geral TRIMESTRAL
CAIXA: Verificar: Situação das Pedras - Alinhamento TRIMESTRAL
Operador de Porta / Porta da Cabina
Checar: Movimentação - Recolhimento - Rampa - Rampa Retrátil - Arraste MENSAL
Limpeza / Lubrificar: Geral / Roldanas e Articulações BIMESTRAL
Verificar: Alinhamento - Faceamento - Livre Movimentação - Folha de Porta BIMESTRAL
Correia - Corrente - Cabinho de Aço - Excêntrico - Corrediça - Roldanas BIMESTRAL
Porta de Pavimento
Checar: Desgaste - Quebras - Cabos - Cordão de Nylon - Gancho da Porta MENSAL
Testar: Trinco (Fecho Eletromecânico) - Mola Hidráulica (Fecho Hidráulico) MENSAL
Verificar: Carretilhas - Garfos - Perfil MENSAL
Poço
Limpeza: Geral BIMESTRAL
POÇO: Checar: Movimentação - Contatos de segurança - Polia Tensora MENSAL
Testar: Botoeira de PAP - Contatos e Limites Eletromecânicos MENSAL
Verificar: Para Choques - Integridade - Nível de Óleo - Vazamentos BIMESTRAL
5 - Modernizações

Assim como qualquer equipamento o elevador pode ter sua vida útil
prolongada de acordo com o uso e a manutenção periódica, podendo chegar a
vários anos se bem conservado, entretanto, com o passar do tempo seja pelo
desgaste normal do elevador, mau uso ou até mesmo vandalismo, os seus
componentes vão se desgastando e as manutenções começam a ficar mais
freqüentes e caras.

Para os equipamentos nesta condição diversas empresas oferecem pacotes


de atualizações para elevadores mais antigos são as chamadas
Modernizações.

A modernização de um elevador antigo pode ser feita de duas maneiras,


somente funcional (substituindo os componentes eletro-mecânicos do elevador)
ou completa (substituindo também seus itens de aparência), conforme descrito
abaixo:

Modificações executadas em modernizações funcionais:

- Substituição dos sistemas de tração, incluindo maquina de tração completa e


cabos de aço;

- Substituição dos comandos eletro-eletrônico, como o painel de comando,


sensores elétricos (ou limites), operadores de porta, botoeiras de cabina e
pavimento;

- Adequação do elevador as normas atuais, conforme veremos adiante as


legislações mais modernas exigem uma série de itens de proteção aos
usuários e técnicos que não eram obrigatórios no passado e estes itens podem
ser acrescentados durante a modernização;

- Substituição dos sistemas de segurança, como freios da máquina de tração,


cabina e limitadores de velocidades.
Aspecto de uma casa de máquinas modernizada

ANTES DEPOIS

Modificações executadas em modernizações completas:

- As mesmas descritas anteriormente;

- Modificações estéticas, estas visam modernizar visual do elevador


adequando-o, inclusive, a reformas feitas no edifício, estas modificações
consistem na troca da própria cabina (ou de seu revestimento interno),
batentes e portas de pavimento e demais revestimentos visíveis aos usuários.
Com a substituição de vários dos componentes principais do elevador por
outros novos e que agregam inovações tecnológicas indisponíveis na época da
fabricação do elevador original, este se torna mais confiável, seguro, e com
menor probabilidade de quebras, alem de estar de acordo com as novas
legislações vigentes.

Estas modernizações acabam por compensar o seu investimento financeiro


com a redução do custo de manutenção e economia de energia, em até trinta
porcento, uma vez que as máquinas de tração mais modernas são muito mais
eficientes .
6 - Legislação

Diversas normas regulamentam as atividades relativas a elevadores, tratando


de Manutenção, Responsabilidade técnica, recolhimento de ARTs, itens
necessários em equipamentos mais modernos e acessibilidade e algumas
delas em especial, devem ser citadas por sua relevância.

I - Segundo a Decisão Normativa n. 36 de 31 de julho de 1991 do Confea os


serviços de manutenção de elevadores serão executados sob responsabilidade
técnica de profissional ou empresa registrado no CREA e este serviço será de
atribuição do profissional habilitado no nível superior na área de mecânica
resolução n. 218/73 (Engenheiro Mecânico) ou profissional habilitado na
resolução 278/83.

II - Segundo a mesma resolução anterior os contratos de manutenção de


elevadores estão sujeitos a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) com
recolhimento de sua taxa, sendo que no caso de contratos com duração
superior a um ano, será recolhida a taxa anualmente com parcelas
proporcionais ao período do contrato.

III - Segundo a Deliberação Normativa do CREA DN-24/2000 do CEEMM


cada profissional de nível superior poderá ser responsável técnico pela
manutenção de no máximo 150 elevadores por ano e que cada uma delas
deverá passar por uma vistoria mensal e uma inspeção trimestral.
IV - Segundo a ABNT em sua norma NBR 15597 de 19 de setembro de 2008,
levando em consideração a norma de segurança em máquinas e equipamentos
NR-12, tornou obrigatórios para todos os elevadores os seguintes itens de
segurança descritos abaixo:

- Protetor para polia de tração e demais elementos móveis:

Segundo a NR-12 todos os elementos móveis de máquinas devem ter


proteções a fim de evitar lesões por contato, isso se aplica aos elevadores, na
casa de máquinas, à máquina de tração e ao limitador de velocidades.

Máquina de tração com Limitador de velocidades


proteção em sua polia com proteção em sua polia

- Tapa vista sob a cabina:

Normalmente quando se efetua o resgate de passageiros presos em cabinas


de elevadores, é necessário abrir as porta do equipamento (porta da cabina e
de pavimento) com a cabina parada entre dois andares, o que pode ser
potencialmente perigosos tanto para a equipe de resgate como para os
resgatados, uma vez que as pessoas envolvidas podem escorregar no piso do
pavimento e cair no vão debaixo da cabina e por dentro da “caixa” do elevador
ferindo-se gravemente. Para evitar acidentes como este a cabina do elevador
deve ter um tapa vista abaixo do seu piso voltado para a porta que quando o
elevador para entre dois andares tapa a fresta que dá acesso ao poço
protegendo assim os usuários e caso de resgate.

Porta de pavimento protegida


pelo tapa vista impedindo o
acesso ao poço por debaixo da
cabina

Vista esquemática do tapa vista


(posição 29 no desenho)
montado debaixo da cabina e
voltado para sua porta
- Etiquetas braile nas botoeiras:

A fim de garantir a acessibilidade à pessoas com deficiência visual, torna-se


obrigatória para elevadores a instalação de etiquetas braile nas botoeiras de
cabina e pavimento.

Etiquetas braile a serem Botoeira mais nova já com


coladas nas botoeiras a etiqueta incorporada

- Botoeira do tipo “caixa de inspeção” sobre a cabina:

Durante a manutenção os técnicos de elevadores, devem ter acesso a


diversos componentes tais como sensores elétricos (ou limites) que estão
instalados dentro da caixa, e a única forma de fazer isso é posicionar-se sobre
a cabina e opera-la manualmente dali, para facilitar essa manobra tornou-se
obrigatória a instalação de botoeiras sobre a mesma, através das quais o
técnico utiliza a própria cabina para mover-se verticalmente até o componente
em manutenção.
Botoeira do tipo “caixa de Técnicos posicionados sobre a
inspeção” instalada sobre a cabina cabina e operando-a manualmente

- Chave PAP no poço do elevador:

Uma vez acessando o poço do elevador o técnico de manutenção pode se


deparar com a cabina descendo em sua direção, o que caso, fuja de seu
controle, pode causar-lhe ferimentos graves, para isso a norma exige a chave
PAP que nada mais é do que um botão de parada de emergência para o
movimento da cabina.
- Escada marinheiro:

Em muitos casos o acesso ao poço do elevador possui um desnível


considerável o que dificulta o acesso ao mesmo podendo causar acidentes
com os técnicos durante a sua manutenção, para evitar isso a norma obriga a
instalação de uma escada do tipo marinheiro (vertical) para acessar esta área

Escada marinheiro
para acesso ao
poço do elevador

- Guarda corpo sobre a cabina:

Como foi explicado anteriormente, em muitos momentos os técnicos de


manutenção devem se posicionar sobre a cabina para manobra-la, usando o
equipamento para chegar até componentes do elevador inacessíveis de outra
forma, sendo assim a norma obriga a instalação de um guarda corpo sobre a
cabina para protege-los durante o movimento da mesma.
Guarda corpo
protegendo os
técnicos durante a
manutenção

- Iluminação do passadiço:

O poço do elevador é um ambiente geralmente escuro e sujeito a acidentes


pela falta de visão, para evitar isto, a norma exige a instalação de iluminação
em seu passadiço.
- Interfone dentro da cabina:

A maioria dos acidentes com usuários de elevadores acontece em função do


medo e nervosismo envolvido em estar-se preso dentro do equipamento, para
minimizar esta sensação a norma exige a instalação de um interfone dentro da
cabina ligado a portaria, a fim de que no caso de falha do equipamento os
passageiros possam pedir ajuda.

- Iluminação de emergência dentro da cabina:

Pelos mesmos motivos descritos no item anterior as luzes de emergência


tornaram-se obrigatórias através da norma
- Placas de sinalização e advertência nas portas de pavimento:

A fim de evitar acidentes causados por atitudes inseguras por parte dos
usuários a norma obriga a sinalização dos pavimentos com avisos de
segurança

- Nivelamento preciso da cabina:

Para evitar acidentes como “tropeços” ao entrar na cabina a norma exige que
a mesma fique precisamente nivelada como o pavimento durante sua parada.

- Aviso sonoro informando o andar:

Tambem voltado para a acessibilidade de pessoas com deficiência visual a


norma exige um aviso sonoro informando o andar onde o elevador estiver
parado.

Vale lembrar que diversos itens descritos nesta norma referem-se a


segurança dos técnicos de manutenção o que também deve ser observado
uma vez que os condomínios também são co-responsáveis pela segurança de
terceiros em suas instalações.
7 - Conclusão

Através do que foi exposto durante o treinamento fica claro a


importância e responsabilidade envolvidas na manutenção preventiva e
corretiva dos elevadores e os riscos de trabalhos feitos de forma
incorreta e em desacordo com a legislação vigente, o que visa acima de
tudo a segurança dos usuários neste tão difundido meio de transporte
vertical.

8 - Referências bibliográficas

- NBR15597: Requisitos de segurança para construção e instalação de


elevadores;

- NBR NM207: Elevadores elétricos de passageiros requisitos de segurança


para construção e instalação;

- Arquitetura um olhar vertical Editora Antonio Bellini;

- Manuais de utilização e segurança de fabricantes de elevadores e escadas


rolantes;

- Decisão Normativa n. 36 de 31 de julho de 1991 do CONFEA;

- Deliberação Normativa do CREA DN-24/2000 do CEEMM


9 - Currículo resumido do autor

• Autor: Roberto Leonessa

• Currículo resumido:

• Graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Mackenzie em


São Paulo (1998),

• Atuando, a quatorze anos, em diversas Empresas nas áreas de


Engenharia de Processos (inclusive na fabricação de elevadores),
Produtividade, Projetos de sistemas de ar condicionado residencial e
automotivo, refrigeração automotiva e manufatura em Indústrias
metalúrgicas.

• Contato: roberto.leonessa@bol.com.br
10 - Colaboradores

Para a elaboração deste trabalho foi fundamental o auxilio de dois


colaboradores, bastante envolvidos na área de manutenção de
elevadores:

Leandro Cariz

Atuando a 33 anos no ramo de transportes verticais em indústrias de


grande porte do ramo, assessoria e consultoria

Contato: cariz@sercomtel.com.br

Aurélio Muller da Rocha

Sócio proprietário de uma empresa de assistência técnica a


elevadores em Londrina PR

Contato: contato@transvert.com.br

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