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Carta aos Gálatas com Emmanuel

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Texto para análise

1É para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei firmes, portanto, e não vos deixeis prender
de novo ao jugo da escravidão. 2Atenção! Eu, Paulo, vos digo: se vos fizerdes circuncidar, Cristo de
nada vos servirá. 3Declaro de novo a todo homem que se faz circuncidar: ele está obrigado a
observar toda a Lei. 4Rompestes com Cristo, vós que buscais a justiça na Lei; caístes fora da graça.
5Nós, com efeito, aguardamos, no Espírito, a esperança da justiça que vem da fé. 6Pois, em Cristo
Jesus, nem a circuncisão tem valor, nem a incircuncisão, mas a fé agindo pela caridade. 7Corríeis
bem; quem vos pôs obstáculos para não obedecerdes à verdade? 8Esta sugestão não vem daquele que
vos chama. 9Um pouco de fermento leveda toda a massa. 10Eu confio em vós no Senhor que vós não
pensais diversamente. Aquele, porém, que vos perturba sofrerá a condenação, seja lá quem for.
11Quanto a mim, irmãos, se eu ainda prego a circuncisão, por que sou ainda perseguido? Pois
estaria eliminado o escândalo da cruz! 12Que se façam mutilar de uma vez aqueles que vos
inquietam!
Cap. 5:1-12

Paulo afirma ao Gálatas que andar com o Cristo significa andar com liberdade, não a liberdade em seu
termo vulgar que é permissiva, que propõe que tudo pode ser feito. Ele não afasta a lei divina da causa
e efeito, eis que para tudo o que fazemos há uma consequência.

A liberdade com o Cristo é muito mais profunda que atos, circunstâncias ou manifestações, ela
implica em um mundo interior voltado para a sua essência, a alma reconhecendo que foi criada pelo
amor e para o amor.

Nos afastamos de Deus, a história de Adão simboliza isto com maestria, demonstrando que o homem
deliberadamente quis afastar-se da presença de Deus, quis descumprir suas leis e escondeu-se.

Há, porém, lugar no mundo em que Deus não habite ou não se faça presente¿ E se o reino dEle está
dentro de nós, fugir de Deus não seria fugir de si mesmo e de sua mais profunda razão de ser¿
É nisto que reside a fala do Cristo afirmando-nos que é o caminho, a verdade e a vida. Ele vive em
comunhão plena com o Pai, em cumprimento as suas leis que regem o Universo, e veio nos mostrar e
nos relembrar deste viver. Não obstante, mesmo o conhecendo, não apenas os gálatas, mas ainda nós
outros, nos deixamos prender ao jugo da escravidão.

Paulo os alerta, não retornem a este estado, vocês são livres, não voltem a ser escravos.

Qual a razão de um homem livre querer voltar a ser escravo¿ Não é a liberdade o grande anseio da
humanidade¿ Não é por ela que guerras são travadas¿ Não é por ela que o homem tem se erguido em
manifestos por todos os séculos¿

Talvez ainda não tenhamos compreendido o que é a verdadeira liberdade.

Emmanuel nos auxilia a refletir.

Palavras de vida eterna — Emmanuel

Liberdade em Cristo

“Estais pois firmes na liberdade com que o Cristo nos libertou e não vos submetais de novo ao jugo
da escravidão.” — PAULO (Gálatas, 5.1)

Meditemos na liberdade com que o Cristo nos libertou das algemas da ignorância e da crueldade.

Não lhe enxergamos qualquer traço de rebeldia em momento algum.

Através de todas as circunstâncias, sem perder o dinamismo da própria fé, submete-se, valoroso, ao
arbítrio de nosso Pai.

Começa a Missão Divina, descendo da Glória Celestial para o estreito recinto da manjedoura
desconhecida.

Não exibe uma infância destacada no burgo em que se acolhe a sua equipe familiar; respira o
ambiente da vida simples, não obstante a Luz Sublime com que supera o nível intelectual dos
doutores de sua época.

Inicia o apostolado da Boa Nova, sem constranger as grandes inteligências a lhe aceitarem a
doutrina santificante, contentando-se com a adesão dos pescadores de existência singela.

Fascinando as multidões com a sua lógica irresistível, não lhes açula qualquer impulso de
reivindicação social, ensinando-as a despertar no próprio coração os valores do espírito.

Impondo-se pela grandeza única que lhe assinala a presença, acenam-lhe com uma coroa de rei, que
Ele não aceita.

Observando o povo jugulado por dominadores estrangeiros, não lhe aconselha qualquer indisciplina,
recomendando-lhe, ao invés disso, “dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.”

Sabe que Judas, o companheiro desditoso, surge repentinamente possuído por desvairada ambição
política, firmando conchavos com perseguidores da sua Causa Sublime, contudo, não lhe promove a
expulsão do círculo mais íntimo.
Não ignora que Simão Pedro traz no âmago da alma a fraqueza com que o negará diante do mundo,
mas não se exaspera, por isso, e ajuda-o cada vez mais.

Ele, que limpara leprosos e sarara loucos, que restituíra a visão aos cegos e o movimento aos
paralíticos, não se exime à prisão e ao escárnio público, à flagelação e à cruz da morte.

Reflitamos, pois, que a liberdade, segundo o Cristo, não é o abuso da faculdade de raciocinar,
empreender e fazer, mas sim a felicidade de obedecer a Deus, construindo o bem de todos, ainda
mesmo sobre o nosso próprio sacrifício, porque somente nessa base estamos enfim livres para
atender aos desígnios do Eterno Pai, sem necessidade de sofrer o escuro domínio das arrasadoras
paixões que nos encadeiam o espírito por tempo indeterminado às trevas expiatórias.

A lição, então, nos convida a refletirmos sobre o que compreendemos por liberdade, se a
compreendemos como a “faculdade de raciocinar, empreender e fazer”, ou se já a conhecemos
como “a felicidade de obedecer a Deus, construindo o bem de todos”.

Poderíamos questionar se há algo errado em raciocinar, empreender e fazer¿ Certamente que não,
estes são os pilares do homem. A questão é onde o raciocínio nos leva¿ O que fazemos com nossa
liberdade¿ Nossa vida está voltada para o bem comum ou para o bem pessoal¿ Se só tivermos em
nosso querer nosso bem, não caminharemos com liberdade, poderemos até achar que somos livres,
mas o homem que vive para si mesmo, é escravo de suas paixões e vive sem preocupar-se com a
liberdade que também é direito do outro, de todos.

Apenas na caridade encontraremos o equilíbrio necessário para a vida em harmonia e Paulo o sabia,
vivia assim e tentada alertar aos Gálatas dizendo: “6Pois, em Cristo Jesus, nem a circuncisão tem
valor, nem a incircuncisão, mas a fé agindo pela caridade.”

A circuncisão representava a ligação do povo judeu com Deus, era é ato simbólico que lhes era por
tradição imposto deste a tenra idade.

Ser circuncidado ou não, porém, não nos faz pessoas melhores ou piores. Nenhum ato exterior pode
referendar o que vai em nosso coração, pode demonstrar o que realmente sentimos e de como nos
relacionamos com Deus e com nossa essência.

Podemos parecer bons, sem o sermos, podemos fazer grandes obras maculando-as com nosso
interesse pessoal, seja financeiro, seja por vaidade ou orgulho.

Emmanuel nos chama para olharmos o Cristo e nele reconhecermos a verdadeira liberdade.

Vejamos esta outra lição.

Palavras de vida eterna — Emmanuel

Liberdade em Jesus

“Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e não vos dobreis novamente a um
jugo de escravidão.” — PAULO (Gálatas, 5.1)

Disse o apóstolo Paulo, com indiscutível acerto, que “para a liberdade Cristo nos libertou”.

E não são poucos aqueles que na opinião terrestre definem o Senhor como sendo um revolucionário
comum.
Não raro, pintam-no à feição de petroleiro vulgar, ferindo instituições e derrubando princípios.

Entretanto, ninguém no mundo foi mais fiel cultor do respeito e da ordem.

Através de todas as circunstâncias, vemo-lo interessado, acima de tudo, na lealdade a Deus e no


serviço aos homens.

Não exige berço dourado para ingressar no mundo.

Aceita de bom grado a infância humilde e laboriosa.

Abraça os companheiros de ministério, quais se mostram, sem deles reclamar certidão de heroísmo e
de santidade.

Nunca se volta contra a autoridade estabelecida.

Trabalha na extinção da crueldade e da hipocrisia, do simonismo e da delinquência, mas em


momento algum persegue ou golpeia os homens que lhes sofrem o aviltante domínio.

Vai ao encontro dos enfermos e dos aflitos para ofertar-lhes o coração.

Serve indistintamente.

Sofre a incompreensão alheia, procurando compreender para ajudar com mais segurança.

Não espera recompensa, nem mesmo aquela que surge em forma de simpatia e entendimento nos
círculos afetivos.

Padece a ingratidão de beneficiados e seguidores, sem qualquer ideia de revide.

Recebe a condenação indébita e submete-se aos tormentos da cruz, sem recorrer à justiça. E ninguém
se fez mais livre que Ele — livre para continuar servindo e amando, através dos séculos renascentes.

Ensinou-nos, assim, não a liberdade que explode de nossas paixões indomesticadas, mas a que verte,
sublime, do cativeiro consciente às nossas obrigações, diante do Pai Excelso.

Nas sombras do “eu”, a liberdade do “faço o que quero” frequentemente cria a desordem e
favorece a loucura.

Na luz do Cristo, a liberdade do “devo servir” gera o progresso e a sublimação.

Assimilemos do Mestre o senso da disciplina.

Se quisermos ser livres, aprendamos a obedecer.

Apenas através do dever retamente cumprido, permaneceremos firmes, sem nos dobrarmos diante da
escravidão a que, muitas vezes, somos constrangidos pela inconsequência de nossos próprios desejos.

Há um alerta de Paulo que nos chama a atenção: “7Corríeis bem; quem vos pôs obstáculos para não
obedecerdes à verdade? 8Esta sugestão não vem daquele que vos chama. 9Um pouco de fermento
leveda toda a massa.”
No livro Fonte Viva há interessante lição que nos explica sobre o fermento que leveda a massa e o que
isso representa para nossas vidas.

Um Pouco de Fermento

"Não sabeis que um pouco de fermento leve da a massa toda?" - Paulo.


( I Coríntios, 5: 6).

Ninguém vive só.


Nossa alma é sempre núcleo de influência para os demais.
Nossos atos possuem linguagem positiva.
Nossas palavras atuam a distância.
Achamo-nos magneticamente associados uns aos outros.
Ações e reações caracterizam-nos a marcha.
É preciso saber, portanto, que espécie de forças projetamos naqueles que nos cercam.
Nossa conduta é um livro aberto.
Quantos de nossos gestos insignificantes alcançam o próximo, gerando inesperadas resoluções!
Quantas frases, aparentemente inexpressivas, arrojadas de nossa boca, estabelecem grandes
acontecimentos!
Cada dia, emitimos sugestões para o bem ou para o mal...
Dirigentes arrastam dirigidos.
Servos inspiram administradores.
Qual é o caminho que a nossa atitude está indicando?
Um pouco de fermento leveda a massa toda.
Não dispomos de recursos para analisar a extensão de nossa influência, mas podemos examinar-lhe a
qualidade essencial.
Acautela-te, pois, com o alimento invisível que forneces às vidas que te rodeiam.
Desdobra-se- nos o destino em correntes de fluxo e refluxo. As forças que hoje se exteriorizam de
nossa atividade voltarão ao centro de nossa atividade, amanhã.

Quando nascemos somos influenciados pelo núcleo familiar em que nos encontramos e este fluxo de
influenciar e ser influenciado vai se expandindo a medida que vamos nos desenvolvendo. A família, a
escola, o trabalho, os amigos, a sociedade. Deixamos a nossa marca na vida das pessoas, não com
nossas palavras, mas com nossas ações. Muito provável que alguém se esqueça das primeiras palavras
que trocaram, raro porém que se esqueça de como se sentiu diante de outra pessoa.

Como as pessoas se sentem diante de nós¿ Irradiamos paz¿ Há amor¿ Emmanuel nos diz que
“Desdobra-se- nos o destino em correntes de fluxo e refluxo. As forças que hoje se exteriorizam de
nossa atividade voltarão ao centro de nossa atividade, amanhã.”

É da lei que colheremos o que semearmos, e, por esta razão, a nossa liberdade está atrelada ao dever,
ao empenho em construir um mundo melhor. Semeando amor e paz, colheremos as alegrias de uma
vida em abundância, não dos bens que a Terra tem a oferecer, mas dos tesouros da alma que nos
acompanharão por toda a eternidade.

Que a lição nos auxilie a observar, doravante, a verdadeira liberdade em nossas vidas, que o sacrifício
em prol de um irmão não nos seja um fardo, mas a alegria de um coração que esqueceu de si mesmo
para dar ao outro um pouquinho de si.

Um fraterno abraço e até o próximo estudo.

Campo Grande-MS, setembro de 2019.

Candice Günther.

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