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Eduardo A. Simões Geraldes: arquiteto e urbanista pela Universidade Mackenzie; mestre e doutor em geografia
pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor titular da Universidade Paulista – UNIP, nos cursos de Ciências
Econômicas, Administração de Empresas, Ciências Contábeis e Secretariado Executivo Bilíngue. Também é professor
dos cursos de pós-graduação em Comunicação e Marketing da Universidade Braz Cubas e atua como pesquisador no
Grupo de Pesquisa Geografia Humanista e Cultural, filiado à Universidade Federal Fluminense.
Ivy Judensnaider: economista pela Fundação Armando Álvares Penteado, mestra pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, no Programa de Estudos Pós-Graduados em História da Ciência. Atualmente é professora da
Universidade Paulista – UNIP, nos cursos de Ciências Econômicas e Administração, onde coordena o curso de Ciências
Econômicas no campus Marquês (SP). Também atua no setor de publicações, dirigindo a editora eletrônica arScientia,
e é autora de inúmeros textos de divulgação científica publicados na web.
Maurício Felippe Manzalli: economista pela Universidade Paulista – UNIP e mestre em Economia Política pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é professor da UNIP, nos cursos de Ciências Econômicas e
Administração, e também coordenador do curso de Ciências Econômicas na mesma universidade.
136 p. il.
CDU 658
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Andreia Gomes
Sumário
Avaliação de Desempenho
Apresentação ......................................................................................................................................................7
Introdução............................................................................................................................................................8
Unidade I
1 Conceitos, histórico e evolução.......................................................................................................11
1.1 O que é desempenho? O que é avaliação?..................................................................................11
2 Os processos de avaliação de desempenho e as organizações................................ 23
Unidade II
3 Métodos para avaliação de desempenho.................................................................................. 39
3.1 Discutindo a questão dos métodos .............................................................................................. 39
4 Os métodos de avaliação de desempenho:
focos de avaliação, objetivos do processo e principais instrumentos.................. 53
4.1 Métodos e tipos de avaliação de desempenho......................................................................... 57
Unidade III
5 Etapas e Instrumentos do processo de Avaliação de Desempenho........................ 64
5.1 Etapas do processo de avaliação.................................................................................................... 64
6 Avaliação de Desempenho e Comportamento Humano nas Organizações....... 75
Unidade IV
7 Desafios Atuais............................................................................................................................................. 90
7.1 Desafios para gestores......................................................................................................................... 90
7.2 Mudanças pertinentes ao ambiente de trabalho..................................................................... 93
8 Casos e resultados de avaliação de desempenho............................................................ 114
Apresentação
c) exercícios comentados;
d) tópicos para refletir, em que convidamos você a pensar sobre assuntos da atualidade;
e) a seção Saiba mais, em que indicamos filmes e livros que, de alguma forma, complementam os
temas investigados. Não deixe de explorar essas sugestões: garantimos que você ampliará seu
conhecimento sobre os temas apresentados e que essa ampliação será extremamente útil não
apenas na questão específica da disciplina, mas na sua vida profissional;
É importante, também, salientar que, neste livro-texto, construiremos juntos o conhecimento relativo
à importância e à execução da avaliação de desempenho, em particular no tocante à gestão de pessoas
e à área de recursos humanos. Nossa proposta, portanto, não é a de tão somente transferir um conjunto
predeterminado de saberes. As escolhas metodológicas e didáticas a partir das quais o livro-texto foi
confeccionado incluem o aperfeiçoamento do espírito crítico e o desenvolvimento das capacidades e
habilidades de produção e geração de conhecimento. Dessa forma, você poderá notar que os conteúdos
estão sempre entrelaçados às situações concretas das organizações, e tal estratégia permitirá que você
desenvolva, com autonomia, o seu próprio saber em relação às avaliações de desempenho.
Cada unidade foi elaborada para atender a determinados objetivos. Na Unidade I, entraremos em
contato com os principais conceitos relativos à avaliação do desempenho, bem como contextualizaremos
essa atividade dentro das organizações. Investigaremos, ainda, os passos para o processo de implantação
da avaliação de desempenho em uma organização. Na Unidade II, conheceremos com detalhes os
métodos disponíveis para avaliação de desempenho. A Unidade III apresenta outras considerações
acerca da avaliação de desempenho e dos desafios para os profissionais da área, abre uma discussão
sobre a importância do treinamento e aprendizado organizacional e apresenta alguns casos de empresas
que adotaram avaliação de desempenho como instrumento de gestão. A Unidade IV apresenta uma
discussão sobre os desafios da área, bem como da avaliação de desempenho.
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Esperamos que você aprecie este livro-texto e que, a partir dele, possa conhecer e dominar os
processos de avaliação de desempenho e seus impactos nas organizações. Bom trabalho!
Introdução
Em abril de 2011, uma séria crise abalou a Orquestra Sinfônica Brasileira. O conflito surgiu como
resultado da decisão do maestro de avaliar o desempenho dos 82 músicos da Orquestra, avaliação essa
que consistia numa prova diante de uma banca internacional. As consequências dessa decisão foram as
piores possíveis.
O ocorrido com a Orquestra não é exceção. Avaliações, de forma geral, causam desconforto, geram
controvérsia, provocam discussões intermináveis quanto aos critérios utilizados e levantam suspeitas
em relação à utilização de seus resultados.
Isso ocorre, inclusive, nos grupos que estão acostumados com processos de avaliação: recentes
tentativas de implantar sistemas de avaliação do desempenho de professores causaram conflitos e
debates intermináveis.
8
para elevar a qualidade do ensino. Sindicatos de professores dizem que
elas são simplistas, por se basearem apenas em testes e não tocarem nas
questões dos salários e condições de trabalho precárias. Já os gestores do
ensino afirmam que elas são importantes fatores de estímulo2.
Se o desconforto ocorre com profissionais que apresentam intimidade com processos avaliativos,
pode-se imaginar a dificuldade na avaliação do desempenho de pessoas ou grupos de pessoas não
acostumadas com esse processo. No entanto, assumimos aqui um pressuposto: a avaliação de desempenho
é peça fundamental para o funcionamento das organizações. Empresas e outras instituições têm na
avaliação de desempenho um instrumento poderoso para acompanhar os resultados de suas ações e os
frutos do seu planejamento. Afinal, segundo Brandão e Guimarães (2001, p.12),
Já que não podemos, portanto, prescindir da avaliação de desempenho, trata-se então de fazê-la da
melhor forma possível. É o que aprenderemos nesta disciplina!
2
Disponível em: <http://www.udemo.org.br/Leituras_575_Sob_polemica_avalia%C3%A7%C3%A3o_de_
professores_cresce_no_pais.html>. Acesso em: 15 maio 2011.
9
Avaliação de desempenho
Unidade I
1 Conceitos, histórico e evolução
Determinados termos, de tanto serem utilizados, acabam por perder o sentido. Melhor: ficam vazios
de conteúdo. Isso ocorre quando falamos em avaliação de desempenho. Estamos tão acostumados
a inserir essas palavras em nossos diálogos que as tornamos indefinidas em termos de significado.
Vamos preencher essa lacuna e, inicialmente, vejamos a seguir alguns trechos de notícias publicadas em
diversas mídias:
a) “Em pouco tempo, atletas começarão a usar a manipulação genética como doping para aumentar
desde os seus músculos até a sua velocidade. Quem diz isso é Mark Frankel, especialista em
modificação genética e bioética da Associação Americana para o Avanço da Ciência. (...) Mas
Frankel alerta que os atletas podem querer fazer mau uso da geneterapia, (...) [utilizando] as
técnicas para melhorar o seu desempenho artificialmente”3;
b) “Os empresários da construção civil estão mais otimistas com o desempenho do setor e as
perspectivas para 2011, mas ainda preocupados com a inflação, segundo pesquisa divulgada nesta
quarta‑feira pelo SindusCon‑SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São
Paulo) em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas)”4;
c) “Muitas vezes, a ajuda para seu filho ter um bom desempenho na escola é uma questão de
‘mais’ ou ‘menos’: Mais escuta, menos repreensão; mais questionamentos, menos queixas
inúteis; mais elogios, menos detalhamentos; mais busca de sugestões, menos oferecimento
de conselhos”5;
Disponível
4
em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/892744-construcao-mantem-otimismo-com-
desempenho-aponta-sinduscon-sp.shtml>. Acesso em: 14 abr. 2011.
5
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u351858.shtml>. Acesso em: 14 abr. 2011.
11
Unidade I
vez a melhora do carro, já que o desempenho no treino de classificação não lhe deixou em
boa posição para largar na corrida, quando Massa conseguiu fazer uma boa corrida dentro
de suas condições”3.
O que têm em comum esses textos sobre atletismo, construção civil, processo de aprendizagem
e automobilismo? Todos dizem respeito aos mais variados desempenhos, quer dizer, todos tratam
de performances ou rendimentos, de resultados em função da posse de certas habilidades,
capacidades ou características. No caso do atletismo, a performance de atletas; no caso da
construção civil, a performance de um setor da economia; no caso do processo de aprendizagem,
a performance dos que estão envolvidos no processo; finalmente, no caso do automobilismo, a
performance dos corredores.
Por que utilizamos acima o vocábulo “pode”? Porque o desempenho de um ator pode estar
relacionado não à capacidade de emocionar a plateia, mas à aceitação da crítica especializada. O
desempenho de uma empresa pode significar o quanto do mercado ela domina. O desempenho
de um país pode ser medido pelo quanto de riqueza há distribuída entre seus habitantes. Dessa
forma, o desempenho não apenas diz respeito a uma única variável ou dimensão: ele depende
da escolha ou da seleção daquela propriedade ou característica de algo ou de alguém a qual
estamos nos referindo.
Vejamos um exemplo: a Revista Época, em 2011, anunciou os resultados de uma pesquisa relativa
ao desempenho das empresas chinesas, japonesas e brasileiras. O que a pesquisa entendeu como
desempenho? Para falar de desempenho, a pesquisa levou em consideração quatro variáveis: gestão
de pessoas, gestão de produção, definição de metas e monitoramento de resultados. Assim, ao falar
de desempenho, sabemos que ele é compreendido a partir desses critérios. A seguir, os resultados da
pesquisa:
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Avaliação de desempenho
EUA 72%
Brasil 52%
China 24%
Fonte: Pesquisa do Observatório da Gestão da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas
(EASESP-FGV)
O que a figura nos mostra? Que as empresas americanas apresentaram o melhor desempenho na pesquisa.
Desempenho em relação ao quê? A resposta é: às variáveis explicativas do que se entende por desempenho.
Vamos a outro exemplo. Sellito e Walter (2006) desenvolveram um estudo para investigar o
desempenho de uma manufatura de equipamentos eletrônicos segundo critérios de competição. Para
tanto, eles tiveram que “conceituar” desempenho a partir dos critérios selecionados. Veja o quadro a
seguir: ele mostra os resultados desse esforço, inicialmente por meio da formulação de constructos
(conjuntos conceituais) e, posteriormente, dos conceitos a eles pertinentes.
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Unidade I
Vamos analisar juntos esses dados. Para os autores, competitividade da manufatura pode ser
compreendida a partir de seis grandes eixos (constructos). O eixo da tecnologia responde por,
aproximadamente, 34% do que se entende por competitividade. Outros eixos são qualidade, comunicação
com clientes, serviço, entregas e custos (as porcentagens correspondentes estão assinaladas na tabela).
No caso do eixo de custo (que “explica” 8,5% da competitividade), os conceitos relacionados são
especificação da matéria‑prima, da logística, do processo de cotação e das aquisições, da organização
na cadeia de valor e da escala de produção (cada um desses conceitos também tem sua participação
percentual mensurada). Em resumo, ao falar de desempenho da empresa em termos de competitividade,
os autores explicitaram esse desempenho a partir de conceitos e definições que delimitaram (e, ao
mesmo tempo, explicaram) o foco de análise.
Vejamos agora outro exemplo, esse relativo a pessoas. Leite et al. (1999) investigaram o desempenho
da equipe de enfermagem do Hospital Universitário da USP. O objetivo do projeto foi “analisar os registros
das avaliações de desempenho dos elementos da equipe de enfermagem do referido Hospital, cujos
resultados (...) [auxiliariam] no aprimoramento do modelo de avaliação de desempenho (...) desenvolvido
e das políticas e programas de desenvolvimento de pessoal” (idem, p. 266). Para isso, e por meio de
extensa pesquisa bibliográfica, identificaram os parâmetros relacionados à performance da equipe:
• capacidade de liderança;
• capacidade de trabalhar em equipe;
14
Avaliação de desempenho
• conhecimento de procedimentos;
• capacidade de relacionamento com o paciente/família;
• responsabilidade;
• assiduidade;
• pontualidade;
• criatividade;
• interesse para o trabalho;
• postura física;
• organização no serviço;
• capacidade de detectar problemas e iniciativa para resolvê‑los;
• comunicação oral e escrita;
• aceitação de orientação.
Para cada um desses parâmetros, os pesquisadores explicitaram seu escopo. Assim, responsabilidade
significou a maneira consciente com a qual o enfermeiro desempenhava suas funções, respondendo legal
e moralmente por seus atos. Pode‑se perceber, portanto, que, no intuito de diagnosticar o desempenho
da equipe, os pesquisadores tiveram que, inicialmente, esclarecer a qual desempenho estavam se
referindo. Sem isso, não teria havido pesquisa... Podemos, então, concluir: no caso específico do mundo
empresarial, desempenho é o comportamento real do empregado face a uma expectativa ou um padrão
de comportamento estabelecido pela organização.
“Avaliar é apreciar, estimar, fazer ideia de, ajuizar, criticar ou julgar” (idem, p. 56). Todo processo
de avaliação tem a intenção de fornecer um feed‑back (um retorno) de ações realizadas. Voltemos
aos exemplos anteriormente utilizados quando da definição de desempenho. No caso da pesquisa
publicada pela Revista Época, pesquisa essa relativa ao desempenho das empresas chinesas, japonesas
e brasileiras, não temos informações precisas sobre a metodologia utilizada para a avaliação. Quer dizer,
não sabemos quais os métodos aplicados para a mensuração do desempenho das empresas. Sabemos
quais os critérios utilizados, mas não temos informações sobre os procedimentos adotados na avaliação.
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Unidade I
Podemos, é claro, levantar hipóteses. Caso quiséssemos realizar uma pesquisa similar, provavelmente
listaríamos as maiores empresas dos principais setores da economia; elaboraríamos um questionário
buscando mensurar ou qualificar os atributos selecionados; depois, tabularíamos os resultados e os
apresentaríamos, tal qual a revista o fez.
Como Sellito e Walter (2006) desenvolveram seu estudo sobre o desempenho de uma manufatura de
equipamentos eletrônicos segundo critérios de competição? Nas palavras dos autores,
[...] o objetivo de pesquisa (...) [foi] propor e testar um método para esta
avaliação, que (...) [incluiu] um grupo focado conduzido pelo pesquisador
junto a estrategistas da empresa. A estratégia existente foi traduzida em
uma estrutura em árvore ponderada pelo método AHP. A estrutura deu
origem a um questionário, que avaliou o desempenho geral e o desempenho
parcial dos diversos critérios de competição que compõem a estratégia,
segundo os respondentes. Comparando‑se a importância relativa de cada
critério com o seu desempenho, estabeleceram‑se prioridades estratégicas
para a manufatura. Como continuidade de pesquisas, sugere‑se o uso do
método para a reformulação das atuais estratégias e para a identificação
de indicadores de medição direta, em complementação à medição indireta
obtida pelo uso do questionário (SELLITO e WALTER, 2006, p. 34).
Assim, avaliação de desempenho “é a crítica que deve ser feita na defasagem existente no
comportamento do empregado entre a expectativa de desempenho definida com a organização e o seu
desempenho real” (SIQUEIRA, 2002, p. 56).
Lembrete
É claro que um gerente poderia afirmar, a respeito de seu funcionário, o seguinte: “trata‑se de um
bom funcionário. Gostamos dele e seu trabalho é apreciado”. A afirmativa trataria de uma avaliação
do desempenho do funcionário, sem sombra de dúvida. Mas as organizações, atualmente, dada a
16
Avaliação de desempenho
extrema competitividade nos negócios, necessitam de algo além de uma avaliação subjetiva e feita
sem rigor. Elas requerem métodos específicos e validados como eficazes para avaliar o desempenho de
seus funcionários. Afinal, as avaliações de desempenho permitem desfazer preconceitos, elucidar os
resultados das ações gerenciais, refazer o planejamento e atualizar as metas a serem atingidas pelas
organizações. Segundo Lucena (1995, p.19),
[...] é preciso definir (...) Padrões de Desempenho, isto é, quanto é esperado, qual
o nível de qualidade desejada e quais os prazos para apresentar resultados.
O não estabelecimento desses indicadores tornará difícil medir ou avaliar
a produtividade, dificultará distinguir os empregados mais produtivos dos
menos produtivos, impedirá a ação correta sobre os desvios de desempenho
e descaracterizará a avaliação de resultados, que será substituída pela
avaliação de pessoas, a partir de critérios subjetivos e duvidosos.
Segundo Gillen (2002, p. 8), “as opiniões sobre os valores dos esquemas de avaliação variam. Poucas
pessoas desprezariam esta excelente oportunidade para promover a discussão entre gerentes e suas
equipes, ou para coletar dados valiosos”. Dessa forma, a avaliação do desempenho é tão fundamental
que, em alguns momentos, é confundida com a própria gerência do negócio. “Em outras palavras,
se o desempenho não for gerenciado, o negócio também não será administrado adequadamente. É
impossível separar essas duas coordenadas” (LUCENA, 1995, p. 16). É evidente, portanto, que a realização
da avaliação do desempenho depende das respostas que a empresa dará às seguintes perguntas:
Observação
Assim,
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Unidade I
Defasagem
Comportamento Expectativa
real de desempenho
ideal
Avaliação
Acompanhar a qualidade,
prazos, produção e custos
do desempenho
Analisar as competências do
funcionário para o desempenho
das suas funções, tendo em vista as
necessidades de desenvolvimento
Dar feedback ao
funcionário
18
Avaliação de desempenho
Assim, os benefícios e beneficiários da avaliação de desempenho podem ser vistos na figura a seguir.
Organização
Avaliador Avaliado
Vejamos um exemplo. Klein et al. (2007, p. 373) realizaram um estudo para investigar os resultados
dos alunos dos cursos pré‑vestibulares comunitários do Rio de Janeiro, no ENEM 2006.
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Unidade I
O quadro a seguir mostra os resultados obtidos na pesquisa realizada para medir o desempenho dos
alunos.
Quadro 1 – Idade dos alunos dos CPVCs – Brasil e Rio de Janeiro do ENEM 2006
O que os autores da pesquisa podem concluir a partir desses dados? Podem concluir que “os
resultados obtidos pelos alunos dos CPVCs no ENEM 2006 anima‑os a prosseguir nesta linha de trabalho
e aprofundar a pesquisa” (KLEIN et al., 2007, p. 392). Sem essas informações, como saber se os esforços
realizados haviam produzido resultados satisfatórios? Nas organizações, ocorre a mesma necessidade
de feedback. No tópico a seguir, discutiremos como as empresas podem implantar sistemas de avaliação
de desempenho.
Saiba mais
Portanto, vamos ao trabalho! Para que você possa ir aplicando os conhecimentos adquiridos,
estudaremos o caso de duas empresas. Veja o que temos à disposição:
20
Avaliação de desempenho
Essa empresa é fabricante de sabonetes perfumados. Existe há cinco anos e iniciou suas
atividades como uma microempresa familiar. No início, trabalhavam nas suas instalações
apenas a família (pai, mãe e dois filhos). Atualmente, ela emprega vinte funcionários no Setor
de Produção e mais oito nas atividades administrativas. Ainda é uma empresa de pequeno
porte, de administração familiar. Um dos filhos atua como gerente geral e tem formação
superior. É ele quem vem empreendendo esforços para profissionalizar as atividades da
empresa. Cheio de ideias e motivado, tem obtido resultados extremamente positivos na
gestão da empresa. A Sabonete e Arte é uma empresa com excelentes perspectivas de
crescimento e sucesso.
As duas empresas irão desenvolver processos de avaliação de desempenho. O que as leva a tomar
essa decisão? A Sabonete e Arte quer continuar crescendo, e a Terceiro Plano quer resgatar sua antiga
posição no mercado.
Ambas querem fazer a gestão de desempenho como “um processo maior de gestão organizacional,
uma vez que permite rever estratégias, objetivos, processos de trabalho e políticas de recursos humanos,
entre outros, objetivando a correção de desvios e dando sentido de continuidade e sustentabilidade à
organização” (BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001, p. 12).
Dessa forma, elas pretendem, a partir de seus objetivos traçados, definir critérios de avaliação,
acompanhar o desempenho, analisar os resultados e promover as melhorias e mudanças que permitam,
inclusive, traçar novos objetivos.
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Unidade I
OBJETIVOS
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
PLANO DE MELHORIAS
Exemplo de Aplicação
Se você pudesse escolher, em qual das duas empresas trabalharia? Na Sabonete e Arte ou na Terceiro
Plano? Responda:
b) Em qual das duas empresas haverá mais vantagem na realização de um processo de avaliação de
desempenho?
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
22
Avaliação de desempenho
a) o ambiente econômico
Vivemos na era hegemônica dos valores liberais, tidos como fundamentais para a garantia do
crescimento, do desenvolvimento e da distribuição da riqueza, e essa hegemonia passa, necessariamente,
pela atuação das empresas multinacionais e pela internacionalização da economia mundial. Dessa
forma, processos de produção são cada vez mais rápidos e dinâmicos, bem como cada vez mais evidente
a repartição internacional das etapas da produção entre diferentes países. Consolida‑se uma economia
baseada em processos integrados, um único e pulsante mercado global onde o capital, as mercadorias,
os recursos e as pessoas circulam livremente.
Hoje, aceleram‑se os intercâmbios e os fluxos entre os países do mundo, nos planos econômicos,
políticos e social. Assim, a produção de mercadorias em determinados países significa mais do que
apenas a produção local, uma vez que os locais de produção escolhidos pelas empresas podem ser (e
costumam ser) países diferentes daqueles nos quais está instalada sua sede principal, acarretando o que
denominamos mundialização da produção.
abaixasse, tornando‑se mais acessível. É mais barato comunicar‑se instantaneamente com qualquer
lugar do mundo; mais fácil confiar em remédios, agora mais resistentes; é mais seguro para as empresas
distribuir suas etapas de produção pelo mundo, uma vez que conseguem acompanhar as nuances tanto
financeiras quanto culturais necessárias para o comércio.
b) as organizações
Do ponto de vista antropológico, o ser humano vem estabelecendo relações de troca com seu
grupo e com a natureza desde sempre, assim o fazendo, em parte, para garantir as condições materiais
necessárias para a sua sobrevivência. É a partir do nascimento da economia de mercado, no entanto,
que as relações sociais passaram a ser explicadas em função de um sistema econômico organizado. Do
ponto de vista histórico,
Antes da economia de mercado, o chefe de família cuidava de sua prole (provendo‑a de tudo que era
necessário) porque isso era o que a sociedade esperava dele: as trocas se realizavam não para o lucro,
mas para a sobrevivência material. É apenas com o advento do capitalismo que os fatores de produção
(mão de obra, terra, conhecimento técnico, capacidade empresarial e dinheiro, entre outros) não apenas
se dirigem ao mercado, mas fazem mesmo parte dele. É com o advento do capitalismo (que surge com a
interminável divisão de tarefas entre os indivíduos) que nascem as empresas, encarregadas, a partir dali,
de produzir os bens e os serviços necessários à sobrevivência de todos.
Os desenvolvimentos ocorridos a partir da Revolução Industrial, e que chegam aos dias de hoje sob a
forma do contexto neoliberal globalizador, lançaram novos desafios às organizações empresariais. Assim,
atualmente, as organizações devem satisfazer seus consumidores e fornecedores de forma a perseguir
metas de produtividade, qualidade e competitividade. Para isso, traçam estratégias competitivas que se
valem,
À época de Henry Ford (primeira metade do século XX), a produção em massa requeria uma
linha de montagem rígida que funcionasse dentro de uma organização hierarquizada e centralizada.
Os funcionários deveriam ter comprovada qualidade apenas nas etapas e nos processos sob sua
responsabilidade; a produtividade tinha que ser máxima em cada mínima fase do trabalho e, para isso,
a burocracia impunha os padrões de comportamento e de atuação.
As organizações, em pleno século XXI, podem funcionar dentro desse modelo? É evidente que não!
Do momento em que vamos dormir àquele em que acordamos, muita coisa pode ter acontecido: um
país pode ter entrado em guerra, uma economia pode ter entrado em colapso, uma nova tecnologia
pode ter sido inventada. As mudanças são rápidas, e de maneira tão surpreendente, que as organizações
devem estar aptas a acompanhá‑las sem demora, sob o risco de, em não procedendo assim, sucumbir
à concorrência.
Isso significa dizer que a avaliação de desempenho acompanhou os próprios desenvolvimentos das
organizações, agregando aos seus modelos o conhecimento que estava à disposição dos responsáveis
por essa avaliação.
O conhecimento incorporou, por um lado, os avanços científicos do século XIX, momento em que a
ciência resultou da combinação entre as heranças do Renascimento mescladas às do Iluminismo, e em
que se notou o caráter preferencialmente mecanicista e o uso da matemática como linguagem. Afinal,
se o Universo era um grande organismo, faltava apenas descobrir uma grande lei que explicasse seu
funcionamento, isso significando buscar a demonstração matematicamente rigorosa da superioridade
da ordem burguesa e do sistema de mercado. Esta quantificação também surgiu sob a forma de
25
Unidade I
Da mesma forma, o cenário de extrema competitividade que impera nos dias de hoje impôs que as
organizações passassem “a considerar, no processo de desenvolvimento profissional de seus empregados,
não somente questões técnicas, mas também aspectos sociais e comportamentais relacionados ao
trabalho” (BRANDÃO e GUIMARÃES, 2001, p. 10).
A informação passou a ser o instrumento central das organizações, flexíveis às instabilidades mundiais
e adaptáveis às exigências econômicas e sociais. A informação, impulsionada pela globalização, passou
a afetar as estruturas empresariais em diversos parâmetros e intensidades surpreendentes, funcionando
quase que como um novo “ambiente operacional”. Mais: o ambiente altamente competitivo em que
vivem as empresas sugere que a sobrevivência depende de informação.
Saiba mais
Observação
Estudaremos, assim, passo a passo, como formular a estratégia de implantação para que a avaliação
de desempenho seja capaz de produzir os resultados esperados pela organização.
Implantação do processo
27
Unidade I
Inicialmente, devemos realizar a análise do ambiente organizacional e das formas como esse
ambiente está estruturado para atingir as metas estratégicas estabelecidas pela alta direção da unidade
de negócio. Segundo Lucena (1992, p. 53), reconhecemos o ambiente organizacional como
Segundo Lucena (1992), para que o processo de avaliação de desempenho seja eficaz, a etapa
de diagnóstico deve preceder qualquer tomada de decisão. Esse diagnóstico envolve identificar
o perfil real da organização, tarefa que inclui: conhecer o negócio da empresa e sua posição no
mercado; conhecer o grau de tecnologia utilizada nos processos empresariais; conhecer o estilo
gerencial predominante e o estilo do modelo de gestão empresarial; conhecer a área de Recursos
Humanos, especialmente no tocante às políticas e aos processos de gestão da área; conhecer a real
importância dada pela organização ao setor de Recursos Humanos. Esses indicadores, em geral,
revelam os traços de “personalidade” da empresa e mostram o quanto a empresa está preparada
para um processo de avaliação e o quanto ela conseguirá utilizar os resultados do processo de
avaliação. Em outras palavras, a identificação do perfil real mostrará as dificuldades quanto à
utilização dos resultados da avaliação e permitirá prever o caminho que a organização percorrerá
se houver necessidade de mudança. Dessa forma, quanto menos dispostas à modernização (ou
quanto mais tradicionais forem), maiores serão as dificuldades que as organizações enfrentarão
nos processos de mudança.
Embora pareça óbvio, nem sempre o processo de avaliação de desempenho tem claro quem (ou o
que) será avaliado. Isso ocorre, na maioria das vezes, em função de não estarem suficientemente claros
os objetivos do próprio processo de avaliação. Quer dizer, avalia‑se porque se sabe da importância do
processo; erra‑se porque não se sabe exatamente quais os objetivos da avaliação. Saber os objetivos
com nitidez se traduz no conhecimento sobre quem será alvo da avaliação; traduz‑se, portanto, no
conhecimento sobre o quê, em relação a esse alvo, será objeto de avaliação.
Da mesma forma como ocorre com a escolha do objeto de avaliação, nem sempre se tem claro quem
será o responsável pela avaliação. Qual área tomará para si a tarefa de formular o processo de avaliação?
Tem a área de Recursos Humanos uma posição de credibilidade na empresa para realizar a avaliação? A
28
Avaliação de desempenho
avaliação contará com quantos avaliadores? Incluirá a autoavaliação da(s) pessoa(s) a serem avaliadas?
As respostas a essas perguntas devem ser claras e do conhecimento da alta direção da empresa.
A definição de uma estratégia de avaliação deve incluir a escolha de uma metodologia específica. A
avaliação será qualitativa ou quantitativa? Serão utilizados métodos de observação participante? Serão
utilizadas perguntas com escalas de respostas ou perguntas “abertas”? A avaliação ocorrerá por meio de
formulários de autopreenchimento ou os formulários serão aplicados por pesquisadores? A avaliação
ocorrerá com apenas uma amostra dos funcionários ou com todos? A amostra será probabilística ou
não probabilística? As respostas a essas perguntas devem ser claras e do conhecimento dos responsáveis
pela formulação do processo de avaliação de desempenho. Também deverão ser transmitidas, com
transparência e responsabilidade, aos que serão objeto de avaliação.
Lembrete
Preocupada com o aumento dos custos de operação, a sra. Lucinda Souza, responsável pelo
29
Unidade I
acompanhamento dos supervisores locais (quer dizer, dos funcionários encarregados de acompanhar
os outros, operacionais, nas unidades contratantes), resolveu realizar uma pesquisa de avaliação de
desempenho.
A hipótese que norteou seu trabalho foi a de que os funcionários da limpeza e da segurança faziam
“corpo mole” no serviço, para que pudessem trabalhar em regime de hora extra e aumentar seus
salários. Para tanto, solicitou aos supervisores que comparecessem ao Setor de Cargos e Salários e que
respondessem a um breve questionário. Não explicou os motivos da avaliação, sequer esclareceu quanto
ao uso dos resultados; também não solicitou auxílio ao Setor de Treinamento, a área com competência
e tradição nesse tipo de abordagem.
Formulário 1.1.
Avaliação do Desempenho dos Funcionários: (aponte uma nota, de zero a dez, que
corresponda ao desempenho dos funcionários sob sua supervisão).
Nota
Funcionário ____________________________ ( )
Funcionário ____________________________ ( )
Funcionário ____________________________ ( )
Funcionário ____________________________ ( )
Funcionário ____________________________ ( )
Funcionário ____________________________ ( )
Funcionário ____________________________ ( )
Funcionário ____________________________ ( )
Após recolher os questionários, a sra. Lucinda Souza tabulou as notas obtidas para cada funcionário
e decidiu demitir todos aqueles avaliados com notas abaixo de cinco. À alta direção da empresa, explicou
que os custos de demissão seriam compensados com o aumento de produtividade dos novos funcionários
a serem contratados.
30
Avaliação de desempenho
Em sua opinião, o procedimento da sra. Lucinda Souza foi o mais acertado? É provável que
você concorde conosco: a sra. Lucinda Souza agiu de forma impensada e realizou uma avaliação de
desempenho bastante aquém do sugerido em situações similares à dela. Vejamos por que:
a) a hipótese que norteou o projeto não foi discutida com o restante da empresa. Talvez os
custos elevados fossem devidos à falta de equipamentos adequados à limpeza e à segurança; talvez
os funcionários estivessem alocados em cargos e posições inadequadas; talvez o sistema de turno de
trabalho não fosse o ideal, sobrecarregando os funcionários e diminuindo a produtividade. Como saber
com certeza?
b) a empresa não estava ciente do processo de avaliação de desempenho. Por isso, é bastante provável
que não soubesse o que fazer com os resultados obtidos. Aliás, a falta de transparência do processo
deixou todos os funcionários (supervisores e operacionais) em uma situação de extremo desconforto e
desconfiança;
c) no questionário de avaliação, não ficaram claros os critérios para atribuição de nota ao desempenho.
O que o supervisor deveria entender como desempenho do funcionário? Pontualidade? Obediência às
regras? Competência no uso do material disponível para limpeza? Como os critérios não estavam claros,
cada supervisor avaliou seu funcionário de acordo com parâmetros individuais;
Exemplo de aplicação
A sra. Sandra Castilho, psicóloga responsável pelo Setor de Recursos Humanos, percebeu uma variação
muito grande em termos de produtividade e de qualidade na área de produção: alguns funcionários
produziam muito e outros, pouco, o que já havia provocado atraso nas entregas; a qualidade da produção
também variava muito e, por várias vezes, as reclamações dos clientes haviam resultado em devolução de
pedidos e de encomendas. Algo chamou a sua atenção: todos os operários mostravam‑se extremamente
comprometidos com o sucesso da empresa e todos aparentavam satisfação em trabalhar na Sabonete
e Arte. Decidida a elevar os resultados de produtividade e qualidade no setor, ela resolveu propor à
alta direção da empresa uma avaliação de desempenho da área. Assim, antes mesmo de começar o
planejamento do projeto, ela achou por bem identificar como todos os setores da empresa se sentiriam
31
Unidade I
em uma situação de avaliação realizada pelo Setor de Recursos Humanos; também imaginou adequado
descobrir como a empresa trataria os resultados obtidos num processo de avaliação. Para isso, partiu de
uma breve pesquisa atitudinal com os funcionários da empresa (da alta direção ao setor de atendimento
na portaria do edifício). Veja, a seguir, o questionário distribuído.
Prezados
Leia as afirmativas abaixo. Para cada uma delas, atribua uma nota, de 1 a 4, da seguinte
forma:
Afirmativa Nota
As avaliações de desempenho costumam ser realizadas apenas para definir quem receberá aumento
de salário e quem será demitido.
A área de Recursos Humanos não tem competência para realizar qualquer tipo de avaliação de
desempenho dos funcionários.
A avaliação de desempenho costuma ser subjetiva, o que prejudica a sua realização.
A empresa Sabonete e Arte é pouco profissional. Seu amadorismo impedirá que resultados práticos
sejam obtidos com a realização da pesquisa.
A empresa Sabonete e Arte é familiar e as decisões são sempre tomadas de forma centralizada.
Geralmente, em processos de avaliação de desempenho, os avaliadores não estão dispostos a
auxiliar os avaliados.
Geralmente, em processos de avaliação de desempenho, os avaliados não são sinceros com os
avaliadores.
32
Avaliação de desempenho
Afirmativa Nota
É improvável que a avaliação de desempenho resulte em medidas concretas que beneficiem os
funcionários, independente da área em que atuam.
Os processos de avaliação de desempenho são lentos e demorados.
É desconfortável passar por qualquer tipo de avaliação.
As avaliações de desempenho costumam medir apenas a produtividade do funcionário: são frias e
não levam em consideração que o funcionário é um ser humano.
Na maioria das vezes, os resultados das avaliações de desempenho são guardados em gavetas e
esquecidos.
Ninguém deveria ser obrigado a participar de um processo de avaliação de desempenho.
Apenas os funcionários operacionais devem ser submetidos a processos de avaliação de
desempenho; não há como avaliar o trabalho dos funcionários administrativos.
A alta direção da empresa não deve ser nunca avaliada; ela é a avaliadora e não deve se sujeitar à
avaliação dos funcionários.
Agradecemos a colaboração! Em breve, comunicaremos os resultados desta pesquisa a todos.
Após a realização da pesquisa, a sra. Sandra Castilho tabulou os resultados, “cruzando” as notas com
outros dados dos respondentes: área de atuação na empresa, a escolaridade e a idade. Assim, ela chegou
a alguns resultados interessantes:
a) os mais jovens foram aqueles que maior credibilidade atribuíram ao Setor de Recursos Humanos
para a realização da avaliação de desempenho; isso também ocorreu entre os de maior escolaridade;
b) a alta direção da empresa aparentou desconforto com a possibilidade de também ser avaliada;
Com base nesses resultados, a sra. Sandra Castilho realizou reuniões com cada setor para discutir,
em conjunto, os dados da pesquisa. Também procurou a direção da empresa, explicando a necessidade
da avaliação de desempenho do Setor de Produção e justificando a competência do Setor de Recursos
Humanos para fazer a gestão do processo.
Para os dirigentes, levantou a possibilidade de estender o processo de avaliação aos outros setores,
inclusive por acreditar que os processos dentro de uma empresa estariam inter‑relacionados.
33
Unidade I
• seriam realizadas entrevistas em grupo, com cada setor, para a formulação de um diagnóstico que
explicasse os atrasos nas entregas e os problemas de devolução de produto por defeitos ou falta
de controle de qualidade;
• seriam pesquisados os critérios para avaliação do desempenho do setor com os funcionários
da produção e o restante da empresa; isso garantiria a aceitação unânime dos indicadores de
desempenho a serem utilizados;
• a pesquisa de desempenho em relação aos indicadores seria realizada de três formas: a) os
funcionários operacionais se autoavaliariam; b) os funcionários operacionais seriam avaliados
pelos seus supervisores diretos; c) o setor operacional seria avaliado por todos os demais
funcionários da empresa;
• os resultados seriam tabulados e apresentados a toda a empresa;
• o Setor de Recursos Humanos promoveria palestras para coletar sugestões de mudanças e
aperfeiçoamentos.
Para garantir a adesão de todos, a sra. Sandra Castilho fez com que a direção se comprometesse com
a não adoção de qualquer política de retaliação, fossem quais fossem os resultados.
No Setor de Produção, ela buscou, inicialmente, a adesão dos líderes. Para eles, explicou
detalhadamente cada etapa do processo. Mais importante, mostrou que os resultados permitiriam que
a empresa aperfeiçoasse seus processos como um todo e que o Setor de Recursos Humanos havia dado
o exemplo, colocando‑se à disposição para ser avaliado em primeiro lugar.
O modelo adotado pela sra. Sandra Castilho para a realização da avaliação de desempenho pode ser
observado a seguir:
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Avaliação de desempenho
Avaliação de Desempenho
Autoavaliação Avaliação do
do setor de setor produção
produção por outros
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Unidade I
Exemplo de aplicação
Em sua opinião, quais sugestões de melhoria poderiam ser feitas a futuros processos de avaliação
de desempenho?
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
Resumo
Exercícios
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Avaliação de desempenho
I – A charge reproduz uma situação que ocorre quando da prática da avaliação de desempenho, já
que nesse processo não é recomendável identificarmos com clareza quem é o objeto da avaliação
e quem é o avaliador.
II – A charge faz referência ao fato de ser inócua qualquer tentativa de avaliação de desempenho.
III – A charge faz referência ao fato de ser possível o objeto de avaliação tornar‑se, em outro instante,
avaliador daquele que anteriormente o avaliou.
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) II e III.
Afirmativa I – incorreta.
Afirmativa II – incorreta.
Justificativa: a afirmativa III está correta porque, dependendo da resposta a que pretende chegar o
processo de avaliação de desempenho, se pode transformar um avaliador em objeto de avaliação. Da
mesma forma, pode‑se transformar o objeto de avaliação em avaliador.
PORQUE
Sempre que os clientes avaliam positivamente um prestador de serviços, eles se tornam fiéis.
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