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e a prevenção de
doenças
1
Dr.Edson Credidio – Médico Nutrólogo
PHD em Ciências de Alimentos pela Unicamp
Índice
2
Apresentação
3
1.Historia
2. Introdução
4
A microbiota intestinal humana exerce um papel importante tanto na
saúde quanto na doença e a suplementação da dieta com probióticos e
prebióticos pode assegurar o equilíbrio dessa microbiota. O estudo
cientifico dos probióticos data do começo deste século com o trabalho de
Metchnikoff no Instituto Pasteur de Paris. Este investigador postulou que
os leites fermentados produziam seus efeitos benéficos no hospedeiro
porque antagonizavam bactérias perniciosas no intestino grosso.Uma
definição atual de probiótico, postulada por FulIer em 1989, é a seguinte:
“Um suplemento alimentar microbiano vivo que afeta de forma benéfica o
animal hospedeiro através da melhoria do balanço microbiano intestinal”.
Existem razões para ampliar esta definição para abranger outros sítios do
organismo como o aparelho respiratório e a vagina mas esta revisão
ficará restrita ao trato gastrintestinal. Esta definição de probiótico cobre
não só os iogurtes tradicionais, fermentados pelo Lactobacilius delbruekii
subsp. bulgaricus e Streptococcu.s salivarias subsp. thermophilus, mas
também os preparados comerciais elaborados especificamente como
probióticos que contêm isolados intestinais de lactobacilos,
estreptococos e bifidobactérias. A maioria dos probióticos contêm estas
e outras bactérias relacionadas, produtoras de ácido láctico, embora
alguns preparados tenham por base os fungos ou o Bacilius sp.
Probióticos são microrganismos vivos, administrados em quantidades
adequadas, que conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Prebióticos
são carboidratos não-digeríveis, que afetam beneficamente o hospedeiro,
por estimularem seletivamente a proliferação e/ou atividade de
populações de bactérias desejáveis no cólon. Um produto referido como
simbiótico é aquele no qual um probiótico e um prebiótico estão
combinados. Os trabalhos científicos e artigos apresentam novos
conceitos, os benefícios que esses ingredientes alimentícios conferem à
saúde humana e os possíveis mecanismos envolvidos, discutindo efeitos
a eles atribuídos e salientando para novas descobertas relatadas,
baseadas em evidências científicas. Outros aspectos, como a seleção e a
aplicação de probióticos e de prebióticos, também são discutidos. Com o
aumento na expectativa de vida da população, aliado ao crescimento
exponencial dos custos médico-hospitalares, a sociedade necessita
vencer novos desafios, através do desenvolvimento de novos
conhecimentos científicos e de novas tecnologias que resultem em
modificações importantes no estilo de vida das pessoas. A nutrição
precisa se adaptar a esses novos desafios, através do desenvolvimento
de novos conceitos. A nutrição otimizada é um desses novos conceitos,
dirigida no sentido de maximizar as funções fisiológicas de cada
indivíduo, de maneira a assegurar tanto o bem-estar quanto a saúde,
como também o risco mínimo de desenvolvimento de doenças ao longo
da vida. Nesse contexto, os alimentos funcionais e especialmente os
probióticos e prebióticos são conceitos novos e estimulantes (Roberfroid,
2002). São considerados alimentos funcionais aqueles que, além de
fornecerem a nutrição básica, promovem a saúde. Esses alimentos
possuem potencial para promover a saúde através de mecanismos não
previstos através da nutrição convencional, devendo ser salientado que
esse efeito restringe-se à promoção da saúde e não à cura de doenças
(Sanders, 1998).O trato gastrintestinal humano é um micro-ecossistema
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cinético que possibilita o desempenho normal das funções fisiológicas do
hospedeiro, a menos que microrganismos prejudiciais e potencialmente
patogênicos dominem. Manter um equilíbrio apropriado da microbiota
pode ser assegurado por uma suplementação sistemática da dieta com
probióticos, prebióticos e simbióticos (Bielecka, Biedrzycka, Majkowska,
2002). Em virtude desse fato, nos últimos anos, o conceito de alimentos
funcionais passou a concentrar-se de maneira intensiva nos aditivos
alimentares que podem exercer efeito benéfico sobre a composição da
microbiota intestinal (Ziemer, Gibson, 1998). Os prebióticos e os
probióticos são atualmente os aditivos alimentares que compõem esses
alimentos funcionais.
3.Definições
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Pimiä et al., 2002; Mattila-Sandholm et al., 2002; Bielecka, Biedrzyck,
Majkowska, 2002). Os termos microflora intestinal se referem a uma
comunidade de microorganismos vivos reunidos em um nicho ecológico
específico de um indivíduo hospedeiro. Os intestinos humanos são o
habitat natural de uma grande, diversificada e dinâmica população de
microorganismos que através de milênios adaptaram-se à vida nas
superfícies mucosas ou no lúmen (1). O número de bactérias residentes
aumenta ao longo do intestino delgado, de aproximadamente 1 o no
jejuno a 1 o bactérias/g do conteúdo intestinal no final do íleo. O intestino
grosso é a cavidade mais densamente populosa, onde diversas centenas
de gramas de bactérias se abrigam em densidades de aproximadamente
10¹² bactérias/g de conteúdo fecal. Na verdade são trilhões de bactérias.
Nosso conhecimento atual sobre a composição microbiana do
ecossistema intestinal, tanto saudável quanto enfermo, ainda é muito
limitado. Estudos utilizando técnicas clássicas de cultura microbiológica
podem somente recuperar uma fração mínima de bactérias fecais. Mais de
50% das células bacterianas que são submetidas ao exame microscópico
de espécimes fecais não podem ser criadas em culturas (2). Técnicas de
biologia molecular baseadas na diversidade seqüencial do genoma
bacteriano são utilizadas para caracterizar bactérias não cultiváveis (3).
Estudos moleculares na flora fecal demonstraram que somente 7 das 55
divisões ou super-remos conhecidos do ramo “bactéria” são detectados
no ecossistema intestinal humano, e destes, 3 divisões bacterianas
dominam, isto é, Bacteroidetes, Firmicutes e Actinobactérias (4).
Entretanto, em nível de espécies e linhagens, a diversidade microbiana
entre indivíduos é altamente notável, a tal ponto que cada indivíduo
abriga sua configuração específica de composição bacteriana(3). Por
outro lado, estudos comparando animais criados em condições livres de
germes com seus congêneres criados convencionalmente demonstraram
claramente o importante impacto de bactérias residentes na fisiologia do
hospedeiro. A interação entre as bactérias intestinais e seu hospedeiro é
uma relação simbiótica mutuamente benéfica para ambas as partes. O
hospedeiro prove um habitat rico em nutrientes e as bactérias conferem
importantes benefícios ao hospedeiro (1). Funções da microflora incluem
nutrição (fermentação de substratos não digestíveis que resultam na
produção de ácidos graxos de cadeia curta, absorção de íons, produção
de aminoácidos e vitaminas), proteção (o efeito barreira que previne
contra invasão de micróbios estranhos), e efeitos de troficidade no
epitélio intestinal e no sistema imunológico (desenvolvimento e
homeostase de imunidade local e sistêmica).Animais criados em um
ambiente livre de germes mostram baixa densidade de células linfóides
na mucosa intestinal e baixos níveis de soro imunoglobulina. Exposição a
micróbios comensais expande rapidamente o número de linfócitos da
mucosa e aumenta o tamanho de centros germinais em folículos
Iinfóides. Células produtoras de imunoglobulina aparecem na lamina
própria, e existe um significativo aumento dos níveis de soro
imunoglobulina (5). Mais interessante ainda, recentes descobertas
sugerem que alguns comensais têm um papel importante na produção de
células T reguladoras em folículos linfóides do intestino (6). Trajetos
reguladores mediados por células T reguladoras são mecanismos
7
homeostáticos essenciais pelos quais o hospedeiro pode tolerar a carga
maciça de antígenos inócuos através do intestino ou de outras
superfícies do corpo sem responder por meio de inflamação.A simbiose
entre a macrobiota e o hospedeiro pode ser otimizada por intervenção
farmacológica ou nutricional com probióticos. Bactérias conhecidas por
prover benefícios específicos à saúde do hospedeiro podem ser usadas
para consumo como um componente alimentar ou na forma de
preparados específicos de microorganismos viáveis. Estas bactérias são
denominadas “probióticos”. O termo foi originalmente proposto em 1954
para denominar “substâncias ativas que são essenciais para um
desenvolvimento saudável da vida”. , em oposição aos antibióticos. Em
um artigo científico publicado em Science, Lilly e Stillwell (7) descreveram
probiáticos como substancias secretadas por um microorganismo que
estimulam o crescimento de outro. O termo foi principalmente aplicado a
suplementos alimentares animais especificamente concebidos para
melhorar a saúde. Em 1989, Fuller descreveu probiáticos como
“suplementos alimentares com micróbios vivos que afetam
beneficamente o animal hospedeiro por melhorar seu equilíbrio
microbiano intestinal”. Esta definição enfatizou a importância de células
microbianas viáveis como um requisito essencial, e a melhora do
equilíbrio microbiano intestinal como o mecanismo de ação. Ele sugeriu
que o conceito fosse também aplicável à nutrição humana e à medicina
(8). Em anos recentes, a Joint FAO/WHO Expert Consultation definiu
probióticos como “microorganismos vivos que quando ministrados em
quantidades adequadas conferem um benefício à saúde do hospedeiro”
(9). Esta definição foi adotada pela Associação Científica Internacional
para Probióticos e Prebióticos (10).Probióticos foram estudados tanto
para aplicações em humanos quanto em animais, e pesquisa mundial
sobre este tema foi intensificada em anos recentes. Diversos artigos
recentes revisaram a literatura sobre probiáticos, descrevendo como os
mesmos trabalham em ecossistemas humanos, e delinearam o impacto
de probióticos na saúde humana e doenças para condições específicas
(11-13). Estes artigos também discorreram sobre questões de segurança
no uso de probióticos, sugerindo futuros desenvolvimentos no campo de
probióticos, e estipularam recomendações sobre pesquisa e políticas. No
que se refere a aplicações específicas em Gastrenterologia, o Cochrane
Database of Systematic Reviews incluiu 7 revisões completas em junho
de 2007. Além disso, o Cochrane Central Register of Controlled Trials
listou 90 estudos em humanos que testaram a eficácia probiótica em
diferentes condições gastrenterológicas.
4. Prebióticos
8
com a solubilidade de seus componentes em água. A maior parte das
pectinas, gomas e certas hemiceluloses são FS, enquanto celulose,
algumas pectinas, grande parte das hemiceluloses e lignina .As
propriedades físico-químicas das frações das FA produzem diferentes
efeitos fisiológicos no organismo. As FS são responsáveis, por exemplo,
pelo aumento da viscosidade do conteúdo intestinal e redução do
colesterol plasmático. As FI aumentam o volume do bolo fecal, reduzem o
tempo de trânsito no intestino grosso, e tornam a eliminação fecal mais
fácil e rápida. As FA regularizam o funcionamento intestinal, o que as
tornam relevantes para o bem-estar das pessoas saudáveis e para o
tratamento dietético de várias patologias. Pesquisas têm evidenciado os
efeitos benéficos das FA para prevenir e tratar a doença diverticular do
cólon, reduzir o risco de câncer e melhorar o controle do diabetes
mellitus. Entretanto, são escassas as publicações científicas que
informam a quantidade de FA consumida por populações. Estudos
relacionados à questão, em diversos países como África, Índia, Austrália,
América do Norte e Japão, apontam que as quantidades ingeridas são
divergentes nos níveis nacional e internacional. No Brasil quase não há
estudos que quantifiquem o consumo de fibras alimentares. Levando-se
em conta a falta de informações sobre o consumo de fibras alimentares
no Brasil. O mundo está vivendo a era das fibras. Basta ir ao mercado
mais próximo para confirmar: as prateleiras estão cheias de produtos
cujo principal apelo comercial são esses nutrientes de origem vegetal.
Hoje em dia, quase tudo tem fibra: margarina, pastilha para a garganta,
iogurte, chocolate, bolacha, sorvete, suco, refresco em pó. A cada dia,
surgem novas pesquisas que comprovam os benefícios das fibras. Ao
incluir as fibras em suas fórmulas, a indústria alimentícia está se
adequando às atuais orientações dos especialistas em nutrição.As fibras
alimentares são especiais: apesar de serem classificadas como
nutrientes, não são absorvidas pelo organismo. Mas, ao passarem pelo
corpo, elas desempenham uma série de funções importantes, entre elas
auxiliar a assimilação de outros nutrientes e facilitar o funcionamento do
intestino, funcionando como poderosas varredores.Em termos
bioquímicos, as fibras são um grupo de moléculas que formam um
composto químico complexo e dividem-se em duas categorias: insolúveis
e solúveis. As insolúveis, encontradas em cereais (farelos), hortaliças,
frutas (com cascas) e leguminosas, atuam principalmente na parte inferior
do intestino grosso, ampliando o bolo fecal.Já as solúveis, disponíveis na
aveia, na cevada, no bagaço de frutas cítricas, na maçã e na goiaba, por
exemplo, agem no estômago e no intestino delgado, fazendo com que a
digestão seja mais lenta.No dia-a-dia, ninguém precisa se preocupar em
ingerir fibras desse ou daquele tipo. O importante é consumir a
quantidade necessária. O primeiro sinal de alerta emitido pelo corpo
quando a quantidade de fibras ingerida diariamente é insuficiente é a
prisão de ventre. Pouco volume de fezes, secura do bolo fecal e
evacuação difícil são sintomas mais comuns. O FDA (Food and Drug
Administration, órgão que normatiza alimentos e remédios nos Estados
Unidos) recomenda uma ingestão de 25g a 35g de fibras por dia. Para
atingir esse valos, as pessoas devem consumir vegetais variados (cinco
tipos de frutas, por exemplo), escolhendo os ricos em fibra. Os produtos
9
indistrializados que contém fibras são uma opção a mais no cardápio, que
não deve ser descartada. Mas os especialistas alertam que a quantidade
de fibras disponíveis nesses alimentos é muito pequena. Ou seja, a
pessoa precisa consumir grandes quantidades para que as fibras desses
produtos surtam efeito. Embora já exista a fibra alimentar sintética
(polidextrose), os alimentos industralizados disponíveis no mercado
brasileiro geralmente são feitos com fibras naturais. As fibras da
margarina e das pastilhas dietéticas, por exemplo, são solúveis e obtidas
da seiva da acácia, uma espécie de planta comum na Austrália e em
países africanos.Excesso pode ser prejudicial- O aumento da quantidade
de fibras na rotina alimentar deve ser feito de maneira gradual. Mudanças
bruscas podem causar gases, cólicas e diarréias.É importante também
não exagerar. As fibras são benéficas, mas, em excesso, podem gerar
problemas. O estômago, por exemplo, adapta-se ao "efeito esponja" das
fibras e acaba se dilatando. Depois de algum tempo, a pessoa precisará
comer mais do que antes para se sentir saciada. Além disso, alguns tipos
de fibra reduzem a absorção de cálcio e de vitaminas A, D, E e K. E há
fibras que "roubam a água do organismo, provocando desidratação. No
início da década de 70 conhecia-se apenas a celulose, a hemicelulose e a
lignina, fração de carboidratos então denominada de fibra bruta,
importante para o funcionamento intestinal e de valor energético nulo.
Essa fração erá determinada basicamente por tratamentos com hidróxido
de sódio e ácido sulfúrico, os quais eliminavam toda fibra solúvel,
quantificando apenas a parte insolúvel da fibra. Em 1976, Trowell criou
uma definição de natureza essencialmente nutricional, utilizada por um
longo tempo “A fibra alimentar é constituída, principalmente, de
polissacarídeos não-amido e lignina que são resistentes à hidrólise pelas
enzimas digestivas humanas”. Essa definição passou a incluir outros
componentes, além dos que, compunham a fibra bruta.As pesquisas
sobre as propriedades fisiológicas e nutricionais dos diversos
componentes da fração FA desencadearam mudanças tanto conceituais
quanto na metodologia analítica; dessa forma, definições mais amplas e
mais correlacionadas com os efeitos fisiológicos vêm sendo propostas.
Definição da AACC — American Association Cereal Chemistry (2001) —
“Fibra da dieta é a parte comestível das plantas ou carboidratos análogos
que são resistentes à digestão e absorção no intestino delgado de
humanos, com fermentação completa ou parcial no intestino grosso. A
fibra da dieta inclui polissacarídeos, oligossacarídeos, lignina, e
substâncias associadas às plantas. A fibra da dieta promove efeitos
fisiológicos benéficos, incluindo laxação, e/ou atenuação do colesterol do
sangue e/ou atenuação da glicose do sangue”.Essa definição relaciona
aspectos tanto fisiológicos e metabólicos da FA, como também, origem e
descrição dos componentes que fazem parte da fração fibra, incluindo
polissacarídeos não-amido, oligossacarídeos resistentes, lignina, outras
substâncias associadas aos polissacarídeos não-amido e carboidratos
análogos (carboidratos isolados de crustáceos e organismos
unicelulares, polidextrose, maltodextrinas resistentes, amido resistente e
celulose modificada). Definição do Codex Alimentarias (preliminar
ALINOR/06/29/26) — ‘Fibra alimentar é constituída por polímeros de
carboidratos com grau de polimerização maior que 3, que não são
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digeridos e absorvidos no intestino delgado. Pode ser encontrada
naturalmente nos alimentos na forma como são consumidos; obtidos de
material cru por meio físico, químico, enzimático ou, ainda, por síntese.
Apresenta uma ou mais das seguintes características: diminui o tempo do
trânsito intestinal e aumenta o bolo fecal; é fermentada pela microbiota;
reduz os níveis de LDL-colesterol; reduz os níveis plasmáticos de glicose
e insulina”. E uma definição que contempla características químicas e
fisiológicas, e descreve os tipos de componentes. Em 2007 surgiu uma
nova proposta de definição, onde a “Fibra alimentar é constituída de
pohssacarídeos intrínsecos da parede celular das plantas’. Assim o tema
continua em discussão entre os países membros do CODEX.Controvérsia
sobre a definição de fibra alimentar (FA) - Existe significativa controvérsia
entre uma definição que contempla todos os componentes da FA, suas
fontes e características químicas, bem como seus efeitos fisiológicos; e
uma definição, basicamente química, onde somente os polissacarídeos
da parede celular das plantas farão parte da FA, excluindo, portanto,
componentes importantes como frutanos, amido resistente, betaglicanos,
entre outros.A premissa de que a fonte de FA é um componente
intrínseco de frutas, hortaliças e grãos integrais, restringe a oferta de
outros componentes benéficos e que estão presentes nesses alimentos,
bem como de outras fontes de fibra alimentar. A FA é um componente
que desempenha papel fisiológico e funcional importante na prevenção
das doenças crônicas não-transmissíveis, por ter efeito sobre a
motilidade intestinal, saciedade, perfil plasmático de lipídios, resposta
glicêmica, oxidação celular, entre outros. Nem sempre esses efeitos são
provenientes, somente, dos compostos presentes na parede celular, mas
sim de outros compostos como os frutanos, amido resistente, compostos
bioativos, compostos associados, entre outros. Dessa forma, todos os
componentes presentes na parede celular ou não das frutas, hortaliças,
cereais integrais e de outros alimentos devem ser considerados e
analisados como fibra alimentar por apresentarem efeito fisiológico de
fibra. Todos esses fatores sinalizam a importância de se considerar os
efeitos fisiológicos da fibra alimentar em sua definição.E inegável a
associação entre o consumo de fibras e os efeitos benéficos à saúde por
grande parte da população mundial; dessa forma é de grande importância
que a definição a ser assumida pelo CODEX leve em consideração a
necessidade da correta informação sobre o conteúdo de fibras nos
alimentos, principalmente aquelas oriundas de frutas, hortaliças e grãos
integrais.A falta de consenso em relação á definição de fibra alimentar
dificulta a interpretação dos reais efeitos fisiológicos dos carboidratos,
bem como impossibilita, muitas vezes, a comparação de dados entre
tabelas de composição de alimentos e dados de rotulagem, pois o método
analítico empregado está intimamente ligado á determinação ou não de
variados componentes.Como ainda se discute uma definição consensual,
também não existe um método analítico simples e preciso que quantifique
a FA de forma mais precisa. Esforços devem ser concentrados para
solucionar esse problema em médio prazo.As tabelas e bancos de
composição de alimentos utilizam, atualmente, cerca de 15 diferentes
métodos para a determinação de fibra alimentar total (FAT) entre métodos
enzímico-químicos, gravimétricos e enzímicogravimétricos. Essa
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diversidade de métodos dificulta bastante a comparação de resultados
entre os diferentes bancos, pois os valores obtidos dependem tanto da
fonte quanto da variação dos componentes que compõe a fração. meta
divulgar informações de qualidade sobre a composição química de
alimentos brasileiros. A Versão 4.1 totaliza 1838 dados de composição de
alimentos brasileiros, sendo 1200 referentes à composição centesimal,
incluindo dados de fibra alimentar quantificados por métodos
enzímicogravimétricos e outros banco de dados de FA (solúvel e
insolúvel) e amido resistente. A TBCA-USP vem sendo continuamente
atualizada com dados de novos alimentos e estão sendo criados bancos
de componentes específicos com ação funcional (flavonóides; vitamina
O; trações de carboidratos (oligossacarídeos, açúcares solúveis, entre
outros)) e bancos referentes a índice glicêmico, carga glicêmica e
capacidade antioxidante.
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encontrada em : maçã , beterraba , cereais de grãos integrais , repolho ,
banana , leguminosas , milho , pimentão , verduras e pêraLignina -Esta
fibra é boa para diminuir as taxas de colesterol e prevenir a formação de
cálculos biliares ao unir-se aos ácidos biliares . É benéfica para aqueles
que têm diabetes ou câncer de cólon .Exercem poderoso efeito anticâncer
e antibacteriano .É encontrada em : cenoura , vagem , ervilha , grãos
integrais , castanha-do-pará , pêssego , tomate , morango e batata. Farelo
- É a parte grosseira da semente do grão do cereal , separada da farinha
por peneiração ou coagem . Ajudam a diminuir o colesterol . São usadas
principalmente : os farelos de aveia , trigo , arroz e milho.Gomas e
Mucilagem-Tanto as gomas quanto as mucilagens ajudam a regularizar as
taxas de glicose do sangue e a diminuir o colesterol além de remover
toxinas do corpo .São encontradas na farinha de aveia , farelo de aveia ,
gergelim e leguminosas secas. Como exemplos de gomas e mucilagens
citaremos as 3 mais usados atualmente :Glicomanana captura e remove
gordura da parede do cólon . É benéfica para diabete e obesidade pois é
um mobilizador de lipídeos . Normaliza o açúcar no sangue . Expande até
60 vezes seu peso ajudando a diminuir o apetite.Goma Guar -Ajuda a
diminuir o apetite , colesterol , triglicérides e diabete . Diminui os níveis
de LDL-colesterol (colesterol ruim) e ajuda a expulsar substâncias tóxicas
do corpo .Sementes de psílio -Amolecedor de fezes . É uma das fibras
mais usadas inclusive pela indústria farmacêutica . São usados como
laxantes e como suplemento de fibras . Também ajuda a diminuir o apetite
colesterol , triglicérides e diabete .
01 fatia de queijo 0
No almoço e jantar
01 porção de carne vermelha /0
branca/peixe
13
½ xícara de lentilhas cozidas 3,7
brócolis 2,0
espinafre 2,0
Sobremesas
01 taça de morangos 3,9
14
Couve 3,1
Ervilha 7,8
Feijão (qualquer tipo) 7,75
Milho verde 4,7
Pimentão 2,1
Repolho 2,8
Soja em grão 4,2
Frutas % em fibras
Ameixa 1,8
Banana 1,8
Côco 3,8
Goiaba 5,3
Kiwi 3,4
Laranja 2,1
Maçã 3,4
Morango 2,1
Pêra 2,4
Pistache 10,8
15
Milho verde cozido (1 espiga grande
2,88g
ou 4 colheres de sopa)
Vegetais Fibras
Alface Americana (4 pratos de
0,58g
sobremesa picada)
Leite Fibras
Café com leite (1/2 copo americano) 0,84g
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americano)
Frutas Fibras
Banana-nanica 1,80g
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permitem, também, menor contacto de substâncias tóxicas com a
mucosa, em função da velocidade e da diluição. A motilidade do cólon e a
aceleração do trânsito intestinal podem ser explicadas de algumas
formas. Com a fermentação há produção de gases e aumento de volume
fecal, que distendem a parede da região e estimulam a propulsão. A
produção de ácidos graxos de cadeia curta, também estimula a contração
do cólon. Outros fatores estariam relacionados à superfície de partículas
sólidas, que estimulariam receptores da submucosa levando a uma maior
propulsão. O aumento do volume fecal é uma conseqüência da retenção
de água e da proliferação da microbiota (propriedades da fibra solúvel);
essa capacidade de retenção de água modifica a consistência das fezes e
aumenta a freqüência das evacuações. Já a fibra insolúvel mantém a
estrutura do bolo fecal no cólon, mas é pouco fermentável e tem menor
capacidade de retenção de água. A capacidade de associação da fibra a
ácidos biliares é uma ação local, mas que pode promover efeitos na
absorção de lipídios e no metabolismo do colesterol. Um dos
mecanismos propostos é que com a excreção de moléculas de colesterol
através dos ácidos biliares nas fezes, há necessidade de aumento de
síntese desses ácidos a partir do colesterol presente na circulação,
ocorrendo assim sua redução. A retenção de minerais pela fibra tem sido
discutida em decorrência da biodisponibilidade de alguns elementos ser
aparentemente afetada pela ingestão de fibra alimentar; porém estudos
mais recentes, principalmente com cereais, têm apontado a presença de
fitatos como o responsável por essa intenção de minerais. A fonte da
fibra é um fator importante no balanço de minerais; componentes
presentes na beterraba parecem aumentar a absorção de ferro e zinco,
enquanto outros alimentos ricos em fibra e minerais não comprometem o
balanço mineral. Vários estudos observaram que a produção de ácidos
graxos de cadeia curta, pela fermentação da fibra, facilita a absorção de
cálcio. Na alimentação gera saciedade: as fibras solúveis absorvem água
e formam um gel, permanecendo mais tempo no estômago. Com isso, a
sensação de saciedade é mais duradoura. Reduz o colesterol: diversos
estudos indicam que, quando combiandas com uma dieta pobre em
gorduras, as fibras ajudam a reduzir a taxa de LDL (o colesterol de baixa
densidade, que é prejudicial ao organismo). No trato intestinal, as fibras
absorvem as moléculas de gordura e produzem compostos que
normalizam a síntese de colesterol pelo fígado. Controla a glicose: as
fibras promovem a liberação mais lenta e constante de glicose, ajudando
a regular os níveis de açúcar no sangue. Esse efeito é particularmente
benéfico para os diabéticos. Facilita a digestão: refeições ricas em fibras
exigem uma melhor mastigação, o que torna a digestão mais fácil. Por
outro lado, o processo digestivo como um todo fica mais lento e, por isso,
os nutrientes são melhor aproveitados.Faz o intestino funcionar melhor:
as fibras aceleram a passagem do bolo fecal pelo intestino, evitando
prisão de ventre e outras doenças. Essa aceleração também previne o
câncer. Em alguns casos, as fibras destroem as bactérias nocivas que
estão alojadas no intestino grosso.Combate mau hálito: as fibras de
certos alimentos ajudam a limpar a cavidade bucal, impedindo a formação
de uma crosta sobre a língua, chamada de saburrosa, que é o principal
responsável pelo mau hálito.Os resultados mostram as diferenças no
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consumo de fibras segundo as refeições, uma característica que é muito
peculiar ao hábito alimentar de boa parte da população brasileira: a
adoção de um desjejum à base de café, nem sempre associado ao leite
com pão e margarina, sem cereais integrais ou frutas, fontes naturais de
fibras alimentares; alto consumo de arroz e feijão, no almoço e no jantar,
alimentos ricos em fibra. Práticas alimentares que levam a baixo consumo
de fibras alimentares, coincidem com os achados de Federman7 (1994),
que investigou o consumo de fibras em indivíduos diabéticos e verificou
que 92% deles apresentaram ingestões abaixo das recomendações. Por
outro lado, outros estudos utilizando os dados do ENDEF-1974/759
registraram que a dieta da população de três capitais ¾ Rio de Janeiro,
São Paulo e Porto Alegre ¾ apresentaram baixo consumo de fibras
alimentares. Não existe na literatura disponível uma definição de
alimento-fonte de fibras. Entretanto, é fundamental para essa definição
ponderar não apenas o teor de fibras em 100 g de alimentos mas,
sobretudo, esse teor em relação à porção servida. No presente estudo
foram considerados como alimentos-fonte os 106 alimentos de origem
vegetal mais referidos como de consumo habitual pela população
estudada, sendo utilizados na análise quantitativa de fibras. Por essa
razão adotaram-se as sugestões do Comitê de Peritos do Canadá que
classificam os alimentos quanto ao teor de fibras, baseando-se nas
porções servidas . Entre os alimentos de consumo diário, conforme já
referido, o feijão foi o único classificado na categoria "muito alto" teor de
fibras (igual ou superior a 7), sendo a maior fonte de fibra da dieta
habitual. Esse fato apresenta um aspecto preocupante, relacionado à
redução do seu consumo ao longo das décadas de 70 e 80. Essa queda
tem sido atribuída a problemas de produção, atraso tecnológico e
principalmente à urbanização, entre outros. Um agravante adicional à
diminuição do consumo dessa leguminosa é representado pela tendência
generalizada da menor contribuição dos carboidratos no consumo
calórico total e sua substituição por gorduras. Além dos aspectos
apontados, é possível somar ainda as facilidades atualmente encontradas
para a aquisição de alimentos (pré-preparados, prontos e congelados)
disponíveis no mercado, bem como as inúmeras opções oferecidas por
restaurantes "fast food" e "self-service" como favorecedores dessas
mudanças. Nesse sentido, é possível que o consumo de fibras
alimentares também tenha diminuído com a modernização. No que diz
respeito ao consumo de fibras, a maioria dos trabalhos encontrados na
literatura internacional especializada aponta o grupo dos cereais e
derivados como sendo a principal fonte de fibras alimentares da dieta.
Bright-See & Mckeown-Eyssen (1984) estimaram o consumo "per capita"
de fibras alimentares para 38 países e verificaram que os cereais foram a
maior fonte de FA na maioria dos países, contribuindo com 30% a 80% do
total de fibras consumidas. Por outro lado, a contribuição de outras
fontes de fibras variou consideravelmente entre os países. Os resultados
encontrados no presente trabalho podem ser cotejados, com reservas, a
outros estudos, devido às diferenças metodológicas na análise química e
no inquérito alimentar. Assim, dentro de certos limites, os achados do
presente estudo são semelhantes aos obtidos por Van Staveren et al
(1982), em estudo realizado na população adulta da Alemanha; Acevedo &
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Bressani (1989), nos países centro-americanos Nicarágua e Costa Rica; e
Binghan (1987), em população adulta dos Estados Unidos, Nova Zelândia
e Grã-Bretanha. Apesar da escassez de trabalhos, é possível inferir que o
consumo de fibras alimentares é baixo para grande parte da população de
São Paulo, uma vez que a cultura alimentar dessa região aponta fontes
pobres de fibras na dieta habitual. A fibra dietética apesar de classificada
como alimento funcional, vem sendo alvo de discussão do ponto de vista
de sua interferência na biodisponibilidade de certos minerais,
particularmente os oligoelementos. O fato é que ,apesar de mais de 20
anos de estudos e pesquisas , pelos mais diversos pontos do mundo, o
assunto fibra dietética é ainda controvertido. Como ainda não existe um
trabalho conclusivo sobre a fibra dietética , particularmente no tocante à
sua ação sobre a absorção dos minerais e o seu equilíbrio no organismo,
não é aconselhável o uso abusivo da fibra dietética nas dietas .Devemos
utilizar as fibras na taxa média de 25 g por dia na dieta balanceada de um
adulto saudável .A nova definição de fibra da dieta sugere a inclusão de
oligossacarídeos e de outros carboidratos não-digeríveis. Deste modo, a
inulina e a oligofrutose, denominadas de frutanos, são fibras solúveis e
fermentáveis, as quais não são digeríveis pela a-amilase e por enzimas
hidrolíticas, como a sacarase, a maltase e a isomaltase, na parte superior
do trato gastrintestinal (Carabin, Flamm, 1999). Como os componentes da
fibra da dieta não são absorvidos, eles penetram no intestino grosso e
fornecem substrato para as bactérias intestinais. As fibras solúveis são
normalmente fermentadas rapidamente, enquanto as insolúveis são
lentamente ou apenas parcialmente fermentadas (Puupponen-Pimiä et al.,
2002). A extensão da fermentação das fibras solúveis depende de sua
estrutura física e química. A fermentação é realizada por bactérias
anaeróbicas do cólon, levando à produção de ácido lático, ácidos graxos
de cadeia curta e gases. Conseqüentemente, há redução do pH do lúmen
e estimulação da proliferação de células epiteliais do cólon (Carabin,
Flamm, 1999).Os prebióticos identificados atualmente são carboidratos
não-digeríveis, incluindo a lactulose, a inulina e diversos
oligossacarídeos que fornecem carboidratos que as bactérias benéficas
do cólon são capazes de fermentar. Os prebióticos avaliados em
humanos constituem-se dos frutanos e dos galactanos (Cummingns,
Macfarlane, 2002). A maioria dos dados da literatura científica sobre
efeitos prebióticos relaciona-se aos fruto-oligossacarídeos (FOS) e à
inulina e diversos produtos comerciais estão disponíveis há vários anos
(Puupponen-Pimiä et al., 2002). A inulina e a oligofrutose pertencem a
uma classe de carboidratos denominados frutanos e são considerados
ingredientes funcionais, uma vez que exercem influência sobre processos
fisiológicos e bioquímicos no organismo, resultando em melhoria da
saúde e em redução no risco de aparecimento de diversas doenças. As
principais fontes de inulina e oligofrutose empregadas na indústria de
alimentos são a chicória (Cichorium intybus) e a alcachofra de Jerusalém
(Helianthus tuberosus) (Carabin, Flamm, 1999; Kaur, Gupta, 2002).Frutano
é um termo genérico empregado para descrever todos os oligo ou
polissacarídeos de origem vegetal e refere-se a qualquer carboidrato em
que uma ou mais ligações frutosil-frutose predominam dentre as ligações
glicosídicas. Os frutanos são polímeros de frutose linear ou ramificada
20
ligados por ligações b(2®1) ou b(2®6), encontradas, respectivamente, na
inulina e nos frutanos do tipo levanos (Carabin, Flamm, 1999). Os frutanos
do tipo inulina dividem-se em dois grupos gerais: a inulina e os
compostos a ela relacionados - a oligofrutose e os fruto-oligossacarídeos
(FOS). A inulina, a oligofrutose e os FOS são entidades quimicamente
similares, com as mesmas propriedades nutricionais. Essas semelhanças
química e nutricional são conseqüentes à estrutura básica (ligações
b(2®1) de unidades frutosil, algumas vezes terminadas em uma unidade
glicosil), bem como à sua via metabólica em comum. A única diferença
entre a inulina, a oligofrutose e os FOS sintéticos é o grau de
polimerização, ou seja, o número de unidades individuais de
monossacarídeos que compõem a molécula (Carabin, Flamm, 1999).A
inulina é um carboidrato polidisperso, constituído de subunidades de
frutose (2 a 150), ligadas entre si e a uma glicose terminal, apresentando
um grau médio de polimerização de 10 ou mais. A oligofrutose e os FOS
são termos sinônimos utilizados para denominar frutanos do tipo inulina
com grau de polimerização inferior a 10. Seus nomes derivam de
oligossacarídeos (carboidratos com menos de 10 subunidades de
monossacarídeos) compostos predominantemente de frutose. O termo
oligofrutose é mais freqüentemente empregado na literatura para
descrever inulinas de cadeia curta, obtidas por hidrólise parcial da inulina
da chicória. O termo FOS tende a descrever misturas de frutanos do tipo
inulina de cadeia curta, sintetizados a partir da sacarose. Os FOS
consistem de moléculas de sacarose, compostas de duas ou três
subunidades de frutose adicionais, adicionadas enzimaticamente, através
de ligação b(2®1) à subunidade frutose da sacarose (Carabin, Flamm,
1999; Biedrzycka, Bielecka, 2004).Os frutanos são os polissacarídeos não-
estruturais mais abundantes na natureza, após o amido. Eles estão
presentes em grande variedade de vegetais e, também, em algumas
bactérias e fungos (Carabin, Flamm, 1999).Bifidobactérias fermentam
seletivamente os frutanos, preferencialmente a outras fontes de
carboidratos, como o amido, a pectina ou a polidextrose (Fooks, Fuller,
Gibson, 1999). A alta especificidade dos FOS como substratos para
bifidobactérias resulta da atividade das enzimas b-frutosidases
(inulinases) associadas a células específicas, as quais hidrolisam
monômeros de frutose da extremidade não-redutora da cadeia de inulina
ou de determinados açúcares em que o resíduo de frutose ocorre na
posição b(2-1). Essas hidrolases são produzidas por alguns bolores e
leveduras e só esporadicamente por bactérias (Biedrzycka, Bielecka,
2004).A velocidade de fermentação e a atividade de carboidratos não-
digeríveis são fatores primordiais para a saúde intestinal do hospedeiro.
Novos tipos de oligossacarídeos com velocidades de fermentação
controladas serão desenvolvidos, de modo a assegurar a fermentação
uniforme, ao longo do cólon, da área proximal para a distal (Puupponen-
Pimiã et al., 2002). Nos últimos anos tem havido muito interesse por
produtos alimentícios de baixas calorias e probióticos. A incorporação de
Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium em bebidas fermentadas
pode resultar em um produto lácteo com extraordinário valor terapêutico
e eficaz redução calórica. O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito do
teor de soro, açúcar e de frutooligossacarídeos sobre a população de
21
bactérias lácticas de doze formulações de bebidas fermentadas. Foram
determinadas as populações de Streptococcus thermophilus,
Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus, Bifidobacterium e
Lactobacillus acidophilus. As maiores populações de microrganismos
probióticos foram observadas nas bebidas com mais baixa acidez e
elevado teor de sólidos, além de haver predominância do Streptococcus
thermophilus sobre os demais microrganismos. As amostras atenderam a
legislação brasileira em vigor, independente das formulações, pela
presença de no mínimo 106 UFC/mL de bactérias lácticas. As bebidas
lácteas formuladas podem ser consideradas probióticas pelas contagens
elevadas de Bifidobacterium spp. e Lactobacillus acidophilus.
22
os receptores dos patógenos, inativando os efeitos das enterotoxinas e
favorecendo o desenvolvimento de microrganismos resistentes a
patógenos, especialmente contra Escherichia coli (Lee et al., 1999). Além
disso, tem a capacidade de melhorar a digestão da lactose em pessoas
classificadas como lactose-intolerantes, metabolizar alguns tipos de
fármacos, reduzir o nível de colesterol e o risco de câncer de cólon
(Gilliland, 1989). Os Frutooligossacarídeos (FOS) consistem de moléculas
de sacarose, nas quais uma ou duas outras unidades de frutose são
-(2-1) à molécula de frutose da sacarose. O
grau de polimerização varia de 2 a 10 unidades. Os derivados de
sacarose são encontrados naturalmente em vegetais e plantas como
alcachofra, raiz de chicória, dália, dente de leão, alho, cebola, banana e
outras. No entanto, a quantidade encontrada nesses alimentos é
pequena, exigindo consumo elevado para se obter o efeito funcional
esperado. O FOS pode, no entanto, ser extraído desses alimentos e
concentrado (Ferreira, 2001). Entre as propriedades prebióticas
estudadas, existe um consenso de que os FOS modificam o habitat
intestinal, causando aumento no bolo fecal, normalização da freqüência
fecal e efeito prebiótico (aumenta o número de bactérias e/ou atividade
do número de bifidobactérias e bactérias ácido-láticas, no intestino
humano) (German et al., 1999). Em vista disso, os frutooligossacarídeos
têm sido utilizados numa ampla variedade de alimentos como iogurte,
leite, queijo, leite de soja, confeitos, cereais em barra e cereais infantis
(Pupin, 2002). Neste contexto, o desenvolvimento de uma bebida láctea
fermentada com culturas probióticas e acrescida de prebiótico, torna-se
opção interessante para as indústrias de laticínios, assim como atende às
expectativas dos consumidores, que buscam alimentos saudáveis,
nutritivos e saborosos. O estudo do efeito das variáveis sobre a
população das bactérias láticas mostrou que com o aumento dos teores
de soro e FOS, houve aumento na população de Streptococcus
thermophilus, entretanto, o teor de açúcar não teve efeito significativo.
Além disso, houve predominância de Streptococcus thermophilus sobre
os demais microrganismos, com exceção do tratamento 2. Não foi
observado aumento na população de bifibobactérias com o aumento da
concentração de FOS. Também se observou em diversos trabalhos
científicos que o pH interferiu na viabilidade da microflora probiótica em
leites fermentados. Com o decréscimo do pH ocorreu uma redução nas
contagens de células viáveis de Lactobacillus acidophilus e
Bifidobacterium durante a estocagem refrigerada. Os produtos obtidos
podem ser considerados benéficos para a saúde pela presença de no
mínimo 106 UFC/mL de microrganismos probióticos. Frutooligos-
sacarídeos (FOS) são oligossacarídeos de ocorrência natural em,
principalmente, produtos de origem vegetal, segundo HARTEMINK et al.
(1997). São chamados açúcares não convencionais e têm tido impacto na
indústria do açúcar devido às suas excelentes características funcionais
em alimentos, além de seus aspectos fisiológicos e físicos (SPIEGEL et
al., 1994). Atualmente FOS é o nome comum dado apenas a oligômeros
de frutose que são compostos de 1-kestose, nistose e frutofuranosil
nistose, em que as unidades de frutosil (F) são ligadas na posição beta-
2,1 da sacarose, o que os distingue de outros oligômeros (YUN, 1996). Os
23
FOS podem ser divididos em dois grupos do ponto de vista comercial: o
1o grupo é o preparado por hidrólise enzimática de inulina, e consiste de
unidades lineares de frutosil com ou sem uma unidade final de glicose.
Este produto é comercializado como "Raftilose", produzido pela Orafti
Ltda, da Bélgica, ou como "Frutafit", produzido pela Imperial-Suikner
Unie, da Holanda. O grau de polimerizaçao desses FOS varia entre 1 e 7
unidades de frutosil. Este processo ocorre amplamente na natureza, e
esses oligossacarídeos podem ser encontrados em uma grande
variedade de plantas (mais de 36 mil) (ROBERFROID, 1993), mas
principalmente em alcachofras, aspargos, beterraba, chicória, banana,
alho, cebola, trigo, tomate, segundo discussão de YAMASHITA et al.
(1984), SPIEGEL et al. (1994) e YUN (1996). Também podem ser
encontrados no mel (STEYN, 1973) e açúcar mascavo, em tubérculos,
como o yacon (OHYAMA et al., 1990, FUKAI et al., 1993, GOTO et al.,
1995), e em bulbos, como os de lírios vermelhos (UCHIYAMA et al.,
1985).O 2o grupo é preparado por reação enzimática de transfrutosilação
em resíduos de sacarose, e consiste tanto de cadeias lineares como de
cadeias ramificadas de oligossacarídeos, com grau de polimerização
variando entre 1 e 5 unidades de frutosil. Esse produto é produzido pela
Meiji Seika Ltd (Tóquio, Japão), e comercializado como "Neosugar",
"Profeed", "Meioligo", ou "Nutraflora". O "Actilight" é produzido e
comercializado na Europa pela Béghin Meiji Industries (HIDAKA et al.,
1986, HARTEMINK et al., 1997). Estima-se que no meio-oeste da Holanda
consuma-se entre 2 a 12g de FOS por dia per capta (HARTEMINK et al.,
1997). No Japão há consumo diário estimado em 13,7mg kg -1 dia-1
(SPIEGEL et al., 1994). A aprovação de FOS no Japão estabeleceu como
consumo diário aceitável cerca de 0,8g kg-1 de peso corpóreo por dia.
Encontra-se neste país o maior mercado comercial de FOS, com um
volume comercializado de mais de 400 ton em 1990 de acordo com YUN
(1996), mostrando que os oligossacarídeos são um dos produtos mais
populares como alimentos funcionais neste país. Os japoneses
produziram U$ 46 milhões de diferentes tipos de oligossacarídeos em
1990, e TOMOMATSU (1994) projetou um mercado de alimentos
funcionais no valor de U$ 4,5 bilhões, com crescimento anual de 8% em
1995. Os FOS são considerados ingredientes e não aditivos alimentares,
na maioria dos países. São fibras dietéticas, confirmado pelas
autoridades legais em vários países, e nos Estados Unidos possuem o
status GRAS (Generally recognized as safe). A sua ingestão pode estar
associada à flatulência, e isto se torna mais flagrante em indivíduos que
possuem intolerância à lactose. A gravidade desse tipo de sintoma está
associada à dose de FOS consumida, isto é, quanto menos FOS, menos
sintomas. A ingestão de 20-30g por dia geralmente desencadeia o início
de um desconforto severo no indivíduo, sendo o ideal seguir as doses
recomendadas de cerca de 10g dia-1 por pessoa. Comercialmente, os FOS
são suplementos caros, a cerca de U$ 0,20 por grama, o consumo nas
doses recomendadas pode custar U$ 2,00 por dia (ANÔNIMO C, 2001).
BOUHNIK et al. (1996) demonstraram que a ingestão de FOS, em doses
de 12,5g dia-1 por 3 dias (doses clinicamente toleradas), produziram
efeitos significativos de queda na contagem de anaeróbios totais nas
fezes, queda de pH, atividade de nitroredutases, azoredutases e beta
24
glucoronidases, queda nas concentrações de bile ácida e esterol neutro,
ou seja, leva ao aumento da colonização de bifidobactérias. Os FOS
possuem características específicas na prevenção de cáries dentárias,
redução nos níveis séricos de colesterol total e lipídeos, além de atuarem
como estimulantes do crescimento de bifidobactérias no trato digestivo
(YAMASHITA et al., 1984, HIDAKA et al., 1986, MODLER et al., 1990,
MODLER, 1994). Os FOS praticamente não são digeridos pelo
metabolismo humano (MOLIS et al., 1996), e a maioria das bifidobactérias
são capazes de fermentá-los em alguma extensao (HARTEMINK et al.,
1997). Existem vários estudos que comprovam os efeitos benéficos da
ingestão de FOS. Esses açúcares não convencionais foram classificados
como assistentes da "flora amigável" do trato intestinal, como
Lactobacillus e Bifidobacteria. Eles melhoram o metabolismo de
Bifidobacteria e diminuem o pH do intestino grosso, destruindo bactérias
putrefativas. A ingestão diária desses carboidratos pode resultar num
aumento de bifidobactérias no trato intestinal (HARTEMINK et al., 1997).
Os FOS são conhecidos como prebióticos, desde que promovem o
crescimento de probióticos, como Acidophillus, Bifidus e Faecium,
promovendo, estabilizando e aumentando a proliferação dessas bactérias
benéficas no trato gastrointestinal do hospedeiro. A incorporação de FOS
na dieta ou uma suplementação intensificam a viabilidade e adesão
dessas bactérias benéficas no trato gastrointestinal, mudando a
composição de sua microbiota. Ao mesmo tempo, bactérias patogênicas
incluindo Escherichia coli, Clostridium perfringens e outras têm sido
inibidas, concomitantemente (YAMASHITA et al., 1984, WANG & GIBSON,
1993, SPIEGEL et al., 1994, GIBSON & ROBERFROID, 1995, GIBSON et al.,
1995). Um estudo em que se administrou FOS em pacientes diabéticos,
demonstrou um decréscimo significativo de Clostridium e um acréscimo
na contagem de Bifidobacteria. Este estudo também reportou que os FOS
promovem um alívio na constipação e desconforto intestinais (SANO, T.
et al., 1986, citado por ANÔNIMO B, 1999). Os FOS diminuem os níveis de
triglicerídeo sérico e aumentam a produção de ácidos graxos voláteis
(HIDAKA et al., 1986). Testes de laboratório demonstraram que a
absorção de minerais como cálcio, magnésio e fósforo aumenta quando
da ingestão de FOS. Também há redução de inflamação decorrente da
deficiência de magnésio (OHTA et al., 1993, 1994, 1995a, 1995b). O
equilíbrio produzido na flora gastrointestinal pelo consumo de FOS
estimula outros benefícios no metabolismo humano, como a redução da
pressão sanguínea em pessoas hipertensas, alteração do metabolismo
de ácidos gástricos, redução da absorção de carboidratos e lipídeos,
normalizando a pressão sanguínea e lipídeos séricos e melhoria do
metabolismo de diabéticos (YAMASHITA et al.,1984, SPIEGEL et al.,
1994). Ainda pode-se observar um aumento da digestão e metabolismo
da lactose, aumento de reciclagem de compostos como o estrógeno,
aumento da síntese de vitaminas (principalmente do grupo B), aumento
da produção de compostos imuno estimulantes, que possuem atividade
antitumoral, diminuição do crescimento de bactérias nocivas, diminuição
da produção de toxinas e compostos carcinogênicos e auxílio da
restauração da flora intestinal normal durante terapia com antibióticos.
Também atribui-se ao consumo de FOS a redução da potencialidade de
25
várias patologias humanas normalmente associadas com o alto número
de bactérias intestinais patógenas, como doenças autoimunes, câncer,
acne, cirrose hepática, constipação, intoxicação alimentar, diarréia
associada a antibióticos, problemas digestivos, alergias e intolerâncias a
alimentos e gases intestinais (YUN, 1996). YAMAMOTO et al. (1999)
detectaram uma queda de 83% e 59% de colesterol sérico em ratos
alimentados com 1 e 5% de FOS, respectivamente. Este efeito foi
acompanhado pelo aumento significativo de excreção de esteróis e
lipídeos nas fezes. No entanto, o mesmo estudo concluiu que a
hipocolesterolemia resultou mais pela prevenção de absorção intestinal
de colesterol pelos FOS que pelo produto de fermentação dos mesmos,
pois carboidratos que são digeridos no intestino grosso podem afetar a
absorção de certos minerais. A suplementação da dieta de ratos com 1, 2
e 5% de FOS diminui o pH intestinal (quanto mais FOS menor o pH) e
aumenta linearmente a absorção de magnésio. Os macrominerais (Ca, P,
Mg, Na, Cl e K) ficaram com balanço positivo para os 3 tratamentos
(WOLF et al., 1998). LOPEZ et al. (2000) estudaram a ingestão, por ratos,
de diferentes dietas, sendo dieta livre de fibras, dieta livre de fibras + 7g
kg-1 de ácido fítico (um anti fator para a absorção de minerais), dieta
contendo 100 g kg-1 de FOS e dieta contendo FOS + 7 g kg-1 de ácido
fítico. Concluíram que a dieta com FOS aumentou a absorção de Ca e Mg
no intestino. A absorção aparente de minerais aumentou
significativamente pela ingestão de FOS (Ca + 20%, Mg + 50%, Fe + 23%,
Cu + 45%), e diminuiu pela ingestão de ácido fítico para elementos traço
(Fe – 48%, Zn – 62%, Cu – 31%). A dieta livre de fibras adicionada de
ácido fítico promoveu repercussão negativa no sangue (diminuição de
Mg e Fe), fígado (diminuição de Mg, Fe e Zn) e ossos (diminuição de Zn).
No entanto, a introdução de FOS na dieta de ácido fítico combate estes
efeitos negativos, estimulando a hidrólise bacteriana do ácido fítico e
melhorando a absorção intestinal dos minerais. SAKAI et al. (2000)
fizeram uma comparação entre o efeito dos FOS de cadeias curta e longa
(inulina) em ratos, após anemia decorrente de gastretomia. Feitas as
determinações de concentrações de hemoglobina e hematrócitos, a dieta
com FOS de cadeia curta obteve concentrações significativamente
maiores que as dietas controle e com inulina. Concluíram que o efeito
dos FOS de cadeia curta é muito mais forte na recuperação deste tipo de
anemia que o efeito da inulina. Estudos conduzidos por WOLF et al.
(1997) com hamsters fêmeas acometidas de infecção por Clostridium
difficile demonstraram que a suplementação com FOS em suas dietas
aumentou o seu tempo de sobrevivência. Essa suplementação pode ser
benéfica a pacientes com longo tempo de internação hospitalar, que
possuam risco de infecção por C. difficile. A adição de FOS na dieta de
ratos é capaz de reduzir em 20 a 30% o nível de uréia no sangue e nos
rins, e na excreção de N renal (comparado aos controles, sem FOS),
indicando o potencialidade dos FOS em terapias de doenças renais
crônicas, segundo YOUNES et al. (1995).Os FOS possuem características
que permitem sua aplicação em várias áreas. Como apresentam cerca de
um terço do poder adoçante da sacarose e não são calóricos, não podem
ser considerados carboidratos ou açúcares nem fonte de energia, mas
podem ser usados de modo seguro por diabéticos. Têm solubilidade
26
maior que a da sacarose, não cristalizam, não precipitam, e nem deixam
sensação de secura ou areia na boca. Os FOS não são degradados
durante a maioria dos processos de aquecimento, mas podem ser
hidrolisados em frutose em condições muito ácidas e em condições de
exposição prolongada de determinados binômios tempo / temperatura
(BORNET, 1994 e YUN, 1996). Devido a essas características, os FOS
podem ser usados em formulações de sorvetes e sobremesas lácteas
que levem no rótulo "açúcar reduzido", "sem adição de açúcar", "calorias
reduzidas", produto sem açúcar", etc., em formulações para diabéticos,
em produtos "funcionais" que promovam efeito nutricional adicional nas
áreas de prebióticos, simbióticos, fibras dietéticas, em iogurtes,
promovendo efeito simbiótico (além do próprio efeito probiótico do
iogurte), em biscoitos e produtos de panificação, substituindo
carboidratos e gerando produtos de teor reduzido de açúcar, produtos
para diabéticos, etc., em barras de cereais, sucos e néctares frescos,
produtos de confeitaria, molhos, etc. (ANÔNIMO A, 2001). Também
podem ser utilizados em produtos alimentares para animais, com os
mesmos efeitos prebióticos (STRICKLING et al., 2000). Os FOS são
usados como aditivos alimentares para suínos e aves domésticas
(FISHBEIN et al., 1988). Especificamente em formulação de barras de
cereais, a utilização dos FOS pode variar de acordo com a sua finalidade.
As barras consumidas no desjejum consistem tipicamente de altos níveis
de carboidratos , pouca proteína, pouca gordura e pouca fibra. A
substituição de parte dos carboidratos (geralmente sacarose, frutose,
amido e maltodextrinas) por FOS, pode aumentar a quantidade de fibras
desta categoria de barras, melhorando suas características nutricionais.
Barras consumidas com diferentes finalidades, como por exemplo, barras
energéticas para praticantes de esportes, e aquelas usadas como
alimentos funcionais especificamente também são adicionadas de FOS
(IZZO et al., 2001). Estudos recentes (HONDO et al., 2000) indicam a
possibilidade de produzir vinagre de yacon contendo
frutooligossacarídeos naturais, contidos no próprio yacon. Há também a
possibilidade da suplementação de alimentos infantis com
frutooligossacarídeos de alto peso molecular e galactooligossacarídeos
de baixo peso molecular, no intuito de facilitar o trânsito intestinal de
recém nascidos (MORO et al., 2002). Os FOS também podem ser usados
em outros tipos de indústrias que não as de alimentos (YUN, 1996).A
ingestão diária de frutooligossacarídeos como alimento ou como
ingrediente de alimentos é comprovadamente benéfica à saúde humana,
devido principalmente ao efeito prebiótico que promovem no organismo.
O estímulo ao crescimento de probióticos (principalmente Bifidus e
Acidophillus) concomitantemente à inibição do crescimento de
microrganismos patogênicos levam a um equilíbrio da microbiota,
promovendo uma série de benefícios ao organismo. As doses de
ingestão diária de FOS devem ser bem observadas para evitar
desconfortos intestinais. A aplicação de FOS na indústria de alimentos é
bastante ampla, e há também a possibilidade de sua aplicação , com o
mesmo intuito, para rações e alimentos animais.
27
Encontrado em diversos alimentos, o amido é a mais importante fonte de
carboidratos da dieta. Potencialmente digerível pelas enzimas no trato
gastrintestinal, é absorvido na forma de glicose no intestino delgado.
Apesar disso, quantidade significativa de amido pode escapar a esta
digestão, alcançando o cólon, onde é fermentado pela flora bacteriana.
Esta fração, conhecida como amido resistente, tem sido intensamente
estudada nos últimos anos devido aos potenciais benefícios à saúde
humana. Vários métodos são utilizados para a determinação do amido
resistente. Porém, nenhum é de aceitação unânime, uma vez que
apresentam diferenças importantes nos protocolos e nos resultados
obtidos. Neste contexto, o presente trabalho visa fornecer subsídios para
um melhor entendimento sobre as características físico-químicas,
propriedades metabólicas e fisiológicas, bem como, sobre as variações
nas metodologias existentes para a determinação do amido resistente. O
amido apresenta grande importância nutricional e industrial. Encontra-se
amplamente distribuído em diversas espécies vegetais, como carboidrato
de reserva, sendo abundante em grãos de cereais, raízes e tubérculos. É a
fonte mais importante de carboidratos na alimentação humana,
representando 80-90% de todos os polissacarídeos da dieta, e o principal
responsável pelas propriedades tecnológicas que caracterizam grande
parte dos produtos processados. Estruturalmente, o amido é um
homopolissacarídeo composto por cadeias de amilose e amilopectina. A
amilose é formada por unidades de glicose unidas por ligações
28
digerível (ALD) no intestino delgado. Em testes in vitro, o ARD é
hidrolisado em glicose dentro de 20 minutos, enquanto o ALD é
convertido em glicose entre 20 e 110 minutos (ENGLYST et al., 1992; YUE
& WARING, 1998). Já o amido resistente é aquele que resiste à digestão
no intestino delgado, mas é fermentado no intestino grosso pela
microflora bacteriana (YUE & WARING, 1998). O termo amido resistente
foi sugerido inicialmente por ENGLYST et al. (1982). Estes pesquisadores
constataram que muitos alimentos processados continham maior teor
aparente de polissacarídeos não amiláceos do que os produtos crus
correspondentes. Análises detalhadas revelaram que este aumento era
devido a um composto formado por n-glicoses, que podia ser disperso
em hidróxido de potássio. Assim, estes pesquisadores definiram amido
resistente como sendo aquele que resiste à dispersão em água fervente e
hidrólise pela ação da amilase pancreática e da pululanase. Esta fração
era constituída principalmente de amilose retrogradada, que também
parecia ser altamente resistente à digestão (CHAMP & FAISANT, 1996). A
partir de 1992, a definição para amido resistente assumiu um caráter mais
relacionado aos seus efeitos biológicos, representando “a soma do amido
e produtos de sua degradação que não são absorvidos no intestino
delgado de indivíduos saudáveis” (FAISANT et al., 1993; CHAMP &
FAISANT, 1996; GOÑI et al., 1996). Pode-se dizer, então, que o amido
resistente é a fração que não fornecerá glicose ao organismo, mas que
será fermentada no intestino grosso para produzir gases e ácidos graxos
de cadeia curta, principalmente. Devido a esta característica, considera-se
que os efeitos do amido resistente sejam, em alguns casos, comparáveis
aos da fibra alimentar e, por este motivo, normalmente é considerado
como um componente desta (CHAMP & FAISANT, 1996). O amido
resistente pode ser classificado em amido fisicamente inacessível (AR1),
grânulos de amido resistente (AR2) e amido retrogradado (AR3),
considerando sua resistência à digestão. Amido resistente tipo 1 - A
forma física do alimento pode impedir o acesso da amilase pancreática e
diminuir a digestão do amido, fato que o caracteriza como resistente tipo
AR1 (fisicamente inacessível). Isto pode ocorrer se o amido estiver
contido em uma estrutura inteira ou parcialmente rompida da planta,
como nos grãos; se as paredes celulares rígidas inibirem o seu
intumescimento e dispersão, como nos legumes; ou por sua estrutura
densamente empacotada, como no macarrão tipo espaguete (ENGLYST et
al., 1992; MUIR & O'DEA, 1992; GOÑI et al., 1996). Amido resistente tipo 2 -
Na planta, o amido é armazenado como corpos intracelulares
parcialmente cristalinos denominados grânulos. Por meio de difração de
raios-x, podem-se distinguir três tipos de grânulos que, dependendo de
sua forma e estrutura cristalina, denominam-se A, B e C. As cadeias
externas relativamente curtas das moléculas de amilopectina de cereais
(menos de 20 unidades de glicose) favorecem a formação de polimorfos
cristalinos tipo A. Já as cadeias externas maiores das moléculas de
amilopectina de tubérculos (mais de 22 unidades de glicose) favorecem a
formação de polimorfos tipo B, encontrados também na banana, em
amidos retrogradados e em amidos ricos em amilose. Embora com
estrutura helicoidal essencialmente idêntica, o polimorfo tipo A apresenta
empacotamento mais compacto do que o tipo B, o qual apresenta
29
estrutura mais aberta e centro hidratado. Por sua vez, o polimorfo tipo C é
considerado um intermediário entre os tipos A e B, sendo característico
de amido de legumes e sementes (THARANATHAN, 2002; TESTER et al.,
2004). A forma do grânulo influencia sua digestão, caracterizando o amido
resistente tipo AR2. Embora o grau de resistência dependa da fonte,
geralmente grânulos dos tipos B e C tendem a ser mais resistentes à
digestão enzimática (ENGLYST et al., 1992; MUIR & O'DEA, 1992). Amido
resistente tipo 3 - A maioria do amido ingerido pelo homem é submetido a
tratamentos com calor e umidade, resultando no rompimento e
gelatinização da estrutura do grânulo nativo, o que o torna digerível
(BOTHAM et al., 1995). Quando o gel esfria e envelhece, o amido
gelatinizado forma novamente uma estrutura parcialmente cristalina,
insolúvel e resistente à digestão enzimática, porém diferente da
conformação inicial (ENGLYST et al., 1992; MUIR & O'DEA, 1992). Este
processo é conhecido como retrogradação, caracterizando o amido
resistente tipo AR3. A retrogradação da amilose, à temperatura ambiente,
é um processo rápido (poucas horas), originando uma forma de amido
altamente resistente à redispersão em água fervente e à hidrólise pela
amilase pancreática (MUIR & O'DEA, 1992; BOTHAM et al., 1995). Já a
retrogradação da amilopectina é um processo mais lento (dias a
semanas) e dependente da concentração da amostra, sendo que, em
excesso de água, ela pode ser revertida por aquecimento a 70ºC
(BOTHAM et al., 1995). Vários estudos têm demonstrado relação direta
entre o conteúdo de amilose e a formação de amido resistente, o que não
ocorre com a amilopectina (BERRY, 1986; EGGUM et al., 1993;
SAMBUCETTI & ZULETA, 1996). A digestibilidade do amido também pode
ser afetada por fatores intrínsecos, como a presença de complexos
amido-lipídio e amido- -amilase e de
polissacarídeos não amiláceos (GOÑI et al. 1996; THARANATHAN, 2002);
bem como por fatores extrínsecos, como tempo de mastigação
(determina a acessibilidade física do amido contido em estruturas
rígidas), tempo de trânsito do alimento da boca até o íleo terminal,
concentração de amilase no intestino, quantidade de amido presente no
alimento e a presença de outros componentes que podem retardar a
hidrólise enzimática (ENGLYST et al., 1992; THARANATHAN, 2002). Neste
contexto, é possível constatar que alimentos crus e processados contêm
apreciáveis quantidades de amido resistente, dependendo da fonte
botânica e do tipo de processamento, como moagem, cozimento e
resfriamento (MUIR & O'DEA, 1993; GOÑI et al., 1996). Embora os três
tipos ocorram naturalmente na dieta humana (MUIR & O'DEA, 1992),
podendo coexistir em um mesmo alimento (CHAMP & FAISANT, 1996), o
AR3 é o mais comum e, do ponto de vista tecnológico, o mais importante,
já que sua formação é resultante do processamento do alimento
(GARCÍA-ALONSO et al., 1998). O conteúdo de amilose, a temperatura, a
forma física, o grau de gelatinização, o resfriamento e a armazenagem,
afetam o conteúdo de AR3 (BERRY, 1986; EGGUM et al., 1993; GOÑI et al.
1996). Estes indicativos servem como base para explicar porque, ao
contrário da fibra alimentar, as quantidades de amido resistente nos
alimentos podem ser manipuladas de forma relativamente simples pelas
técnicas de processamento (MUIR & O'DEA, 1992), influenciando a taxa e
30
extensão esperada da digestão do amido no intestino delgado humano.
Esta forma de manipulação poderia ser utilizada de forma benéfica tanto
para o consumidor, na manutenção da boa saúde, como para a indústria
alimentícia, que teria uma fonte de “fibra” que não causaria alterações
organolépticas tão pronunciadas quanto as fontes tradicionalmente
usadas nos produtos, como os farelos (ENGLYST & HUDSON, 1996; YUE
& WARING, 1998).O principal interesse em relação ao amido resistente é o
seu papel fisiológico. Por não ser digerido no intestino delgado, este tipo
de amido se torna disponível como substrato para fermentação pelas
bactérias anaeróbicas do cólon (JENKINS et al., 1998). Dessa forma, essa
fração compartilha muitas das características e benefícios atribuídos à
fibra alimentar no trato gastrintestinal (BERRY, 1986; MUIR & O'DEA,
1992). Por exemplo, em indivíduos diabéticos, o consumo de carboidratos
digestíveis não pode exacerbar a hiperglicemia pós-prandial e deve
prevenir eventos hipoglicêmicos. No entanto, as diferenças nas respostas
glicêmica e insulinêmica ao amido da dieta estão diretamente
relacionadas à taxa de digestão do amido (O'DEA et al., 1981). Dessa
forma, alimentos lentamente digeridos ou com baixo índice glicêmico têm
sido associados ao melhor controle do diabetes e, a longo prazo, podem
até mesmo diminuir o risco de desenvolver a doença (JENKINS et al.,
1998). Em estudo realizado por KABIR et al. (1998), com ratos normais e
diabéticos, a substituição do amido com alto índice glicêmico por amido
com baixo índice glicêmico numa dieta mista aumentou a oxidação da
glicose, estimulada pela insulina, e diminuiu a incorporação da glicose
nos lipídios totais. O amido resistente também tem sido associado a
reduções nos níveis de colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade) e
de triglicerídios na hiperlipidemia (JENKINS et al., 1988). SACQUET et al.
(1983) e MORAND et al. (1992) observaram que a inclusão de amido
resistente A dietas de ratos reduziu os níveis de colesterol e triglicerídios
plasmáticos. Não sendo digerido no intestino delgado, o amido resistente
também pode servir de substrato para o crescimento de microrganismos
probióticos, atuando como potencial agente prebiótico (HARALAMPU,
2000). A metabolização desse tipo de carboidrato pelos microrganismos,
via fermentação, resulta na produção de ácidos graxos de cadeia curta,
como acetato, propionato e butirato; gases carbônico e hidrogênio e, em
alguns indivíduos, metano; e diminuição do pH do cólon (ENGLYST et al.,
1987; CHAMP & FAISANT, 1996; YUE & WARING, 1998). A maioria destes
compostos age na prevenção de doenças inflamatórias do intestino, além
de auxiliar na manutenção da integridade do epitélio intestinal.
Adicionalmente, o amido resistente contribui para o aumento do volume
fecal, modificação da microflora do cólon, aumento da excreção fecal de
nitrogênio e, possivelmente, redução do risco de câncer de cólon
(JENKINS et al., 1998; YUE & WARING, 1998). Em estudos utilizando
populações mistas de bactérias obtidas de fezes humanas, ENGLYST et
al. (1987) observaram que 59% do amido fermentado foi recuperado como
ácidos graxos de cadeia curta, na proporção molar de 50:22:29 para
acetato, propionato e butirato, respectivamente. O decréscimo do pH
resultante dessa fermentação pode, em parte, ser responsável pela
pequena taxa de transformação de ácidos biliares primários em
metabólitos secundários mutagênicos e pela redução de outras
31
biotransformações bacterianas específicas no intestino grosso (CHAMP &
FAISANT, 1996). Dados obtidos por JENKINS et al. (1998), em estudos
com humanos, mostraram que a suplementação de amido resistente nas
dietas resultou em maior concentração de butirato, em comparação ao
tratamento controle, constituído de baixo teor de fibra. Considerando que
o butirato é importante fonte de energia para as células epiteliais do
cólon, sua maior produção pode prevenir doenças colônicas, incluindo
colite ulcerativa, as quais são provocadas por deficiência de energia. Em
adição, é atribuído ao butirato a supressão do desenvolvimento de
células cancerígenas e o aumento na proliferação de células da mucosa
intestinal, o que pode diminuir o risco de câncer de cólon, visto que
pacientes com este tipo de doença apresentaram taxas reduzidas de
butirato durante a investigação inicial (ENGLYST et al., 1987; ASP, 1996;
JENKINS et al., 1998; YUE & WARING, 1998). Quanto ao propionato e
acetato, podem influenciar a gliconeogênese e a lipogênese hepáticas,
respectivamente (ENGLYST et al., 1987; ASP, 1996). Além desses
benefícios, o aumento do volume fecal provocado pelo amido resistente
pode ser importante na prevenção da constipação, diverticulose e
hemorróidas, além de diluir compostos tóxicos, potenciais formadores de
células cancerosas (YUE & WARING, 1998).Normalmente, o amido dos
alimentos é quantificado pelo teor de glicose liberada após sua completa
hidrólise enzimática, pelo uso combinado de enzimas amilolíticas (ASP,
1996). A a-amilase promove a fragmentação da molécula de amido por
hidrólise da
redutores de baixo peso molecular (maltose, maltotriose e maltotetrose).
Todavia, esta enzima não hidrolisa as ligações glicosídicas presentes na
amilopectina e, por isso, deve-se utilizar a amiloglicosidase, para
completa hidrólise do amido em glicose. No entanto, técnicas baseadas
neste princípio não são eficientes para a determinação do amido
resistente. Diante deste problema, a partir da década de 80, os esforços
se concentraram no desenvolvimento de técnicas que contemplassem a
determinação, conjunta ou separadamente, destas duas frações.
Entretanto, a quantificação do amido resistente é problemática, uma vez
que este não possui uma estrutura química diferenciada, sendo
compostO por um conjunto de estados físicos que alteram a taxa de
digestão do amido convencional (HARALAMPU, 2000). A determinação do
amido resistente pode ser realizada por métodos in vivo ou in vitro. Nos
métodos in vivo, são realizadas coletas de amostra diretamente do íleo ou
estimativa da quantidade de amido fermentado no cólon (CHAMP &
FAISANT, 1996). Porém, estas técnicas são onerosas e inconvenientes,
tanto em estudos com humanos como com animais. Por este motivo,
foram desenvolvidos métodos in vitro, os quais podem ser diretos ou
indiretos. Nos diretos, o amido resistente é quantificado após remoção da
fração digerível por tratamento enzimático, simulando a hidrólise que
ocorre na parte superior do trato digestivo (boca, estômago e intestino
delgado) (BERRY, 1986; CHAMP & FAISANT, 1996). Após esta etapa, o
amido remanescente é solubilizado com hidróxido de potássio ou
dimetilsulfóxido, e novamente hidrolisado por enzimas amilolíticas. Os
métodos indiretos são baseados na determinação do amido total e do
amido disponível, de onde se obtém, por diferença, a quantidade de
32
amido resistente (CHAMP & FAISANT, 1996). Entretanto, estes métodos
acumulam erros de duas determinações experimentais (GOÑI et al., 1996).
Os métodos in vitro variam em relação ao modo como a amostra é
preparada, tipos e quantidades de enzimas, condições de tempo e de
temperatura de incubação e substâncias utilizadas para a solubilização da
fração resistente. Estas variações dificultam a comparação dos
resultados de amido resistente obtidos pelas distintas técnicas
propostas. Alguns destes métodos propõem que a preparação da amostra
para análise in vitro seja realizada a partir do processo de mastigação, já
que para medir a taxa e extensão da digestão do amido é necessário que
a amostra seja analisada como ela é ingerida, sem moagem excessiva ou
qualquer tratamento preparativo (ENGLYST et al., 1992; MUIR & O'DEA,
1992). No entanto, a mastigação é um método altamente individual e
variável, sendo que a técnica escolhida deve ser reprodutível e refletir a
divisão média do alimento alcançada pela mastigação. Desta forma, o
mais indicado é que as amostras sejam trituradas por moagem, a qual,
alterando a forma física do alimento, aumenta o acesso das enzimas
amilolíticas (MUIR & O'DEA, 1992). Apesar dos métodos existentes
utilizarem enzimas amilolíticas na determinação do amido resistente,
somente alguns recorrem à protease. O uso desta enzima é recomendado
para melhor simulação das condições fisiológicas (enzimas digestivas
proteolíticas, pH ácido). Além disso, a remoção de proteínas aumenta a
acessibilidade da amilase, evitando associações amido-proteína e a
encapsulação do amido por matriz protéica, a qual pode formar uma
estrutura rígida e impedir a gelatinização e hidrólise do grânulo de amido
(GOÑI et al, 1996; ESCARPA et al., 1997). Estudos com farinha crua e
cozida mostraram que grande parte do amido está encapsulada por uma
-amilase (CHAMP, 1992).
Várias pesquisas observaram decréscimo nos níveis de amido resistente
em farinhas de legumes após incubação com proteases, antes ou após o
cozimento, o que pode ser atribuído a alterações da parede celular e/ou à
liberação das associações proteína-amido (EERLINGEN & DELCOUR,
1995). Na quantificação do amido resistente, também são utilizadas
diferentes combinações de temperatura, de acordo com a metodologia
proposta. Por exemplo, o método 996.11 da AOAC (1998) utiliza
temperaturas mais altas (50 e 100ºC), enquanto outros métodos indicam
temperaturas mais baixas, próximas à fisiológica. A importância deste
fator está relacionada à gelatinização do amido, ou seja, quando se aplica
-amilase termorresistente a 100ºC, o amido gelatiniza, não sendo
possível a quantificação da fração resistente, presente nos alimentos
crus. Ainda, a amilopectina retrogradada é facilmente hidrolisada, uma
vez que exibe temperatura de fusão entre 55-70ºC. Assim, em alguns
casos, o uso de altas temperaturas pode subestimar o conteúdo de
frações de amido resistente (AR1 e AR2), além de afetar o tempo de
incubação. A solubilização do amido resistente para posterior
determinação só é possível com o uso de hidróxido de potássio ou
dimetilsulfóxido. A dispersão do amido resistente nestes reagentes
permite sua digestão pelas enzimas amilolíticas e posterior determinação.
Embora as diferentes técnicas optem pelo uso de um ou outro destes
reagentes, não são encontrados dados na literatura explicando o porquê
33
desta escolha. BERRY (1986) apenas comenta que, por ser o
dimetilsulfóxido um poderoso solvente para muitos materiais insolúveis
em água, incluindo amidos nativos, há poucas dúvidas de que o amido
resistente represente um componente que resiste à amilólise por razões
físicas, mais do que razões químicas.A fração de amido resistente,
embora com características químicas, organolépticas e efeitos
fisiológicos distintos, muitas vezes é quantificada junto com a fibra
alimentar. Isto se deve ao fato de que os métodos utilizados não realizam
a solubilização com hidróxido de potássio ou dimetilsulfóxido e,
conseqüentemente, incluem o amido resistente no resultado final
(JENKINS et al., 1998; YUE & WARING, 1998). Entretanto, deve-se
observar que somente o amido resistente tipo AR 3 (retrogradado) é
incluído nesta fração, uma vez que os passos de moagem e gelatinização
solubilizam AR1 e AR2, respectivamente (ASP, 1996; WOLF et al., 1999). O
conhecimento das propriedades fisiológicas do amido resistente permite
sua melhor utilização na alimentação, inclusive em dietas diferenciadas,
podendo complementar e/ou substituir a fração fibra de determinados
alimentos, sem alteração significativa das características organolépticas
destes. Desta forma, são necessárias técnicas adequadas para a
quantificação do amido resistente nos alimentos, cujos resultados
correlacionem com a resposta biológica, permitindo melhor avaliação de
seus efeitos fisiológicos. Neste contexto, várias metodologias
enzimáticas vêm sendo estudadas, mostrando-se promissoras as que
tentam mimetizar os eventos enzímico-digestivos do trato gastrintestinal,
as quais utilizam protease. Embora evidentes, os avanços nas técnicas
atuais para a análise de amido resistente ainda não permitiram obter
correlações seguras entre os valores determinados in vitro com aqueles
observados in vivo, o que indica a necessidade de continuar as pesquisas
sobre este assunto.
34
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5. Probióticos bacterianos
35
6. Vantagens nutricionais obtidas e possíveis mecanismos de atuação
dos prebióticos e probióticos
36
Também existem provas que demonstram diminuição da 7 alfa-
desidroxilase dos ácidos biliares que produzem o ácido desoxicólico, um
acido biIiar secundário, A suplementação com probióticos também ajuda
a digestão da lactose. Pacientes que sofrem de má digestão ou
intolerância a lactose podem utiliza-la mais eficientemente caso seja
fornecida sob a forma de iogurte. Os leites fermentados por outros
lactobacilos também produzem resultados promissores, embora mais
variáveis. O efeito dos microorganismos intestinais também se manifesta
pela supressão (dos sintomas das enfermidades. Embora os resultados
destes estudos nem sempre permitam a contagem do agente causal, é
provável que o agente probiótico exerça seu efeito antagonizando o
agente patogênico de alguma forma. Isto pode acontecer através da ação
direta sobre o número de agentes patogênicos ou sobre sua atividade,
pelo estimulo à imunidade do hospedeiro ou competição pelos receptores
de adesão. Existem provas de que os suplementos probióticos modulam
a microflora intestinal. Pode-se demonstrar que os probióticos agem
sobre a composição e o metabolismo da flora residente. Todavia, a
relação entre estes efeitos dos microorganismos e a saúde do hospedeiro
nem, sempre é tão óbvia.Embora os prebióticos e os probióticos
possuam mecanismos de atuação em comum, especialmente quanto à
modulação da microbiota endógena, eles diferem em sua composição e
em seu metabolismo. O destino dos prebióticos no trato gastrintestinal é
mais conhecido do que o dos probióticos. Assim como ocorre no caso de
outros carboidratos não-digeríveis, os prebióticos exercem um efeito
osmótico no trato gastrintestinal, enquanto não são fermentados. Quando
fermentados pela microbiota endógena, o que ocorre no local em que
exercem o efeito prebiótico, eles aumentam a produção de gás. Portanto,
os prebióticos apresentam o risco teórico de aumentar a diarréia em
alguns casos (devido ao efeito osmótico) e de serem pouco tolerados por
pacientes com síndrome do intestino irritável. Entretanto, a tolerância de
doses baixas de prebióticos é geralmente excelente. Os probióticos, por
outro lado, não apresentam esse inconveniente teórico e têm sido
efetivos na prevenção e no alívio de diversos episódios clínicos,
envolvendo diarréia (Marteau, Boutron-Ruault, 2002).Três possíveis
mecanismos de atuação são atribuídos aos probióticos, sendo o primeiro
deles a supressão do número de células viáveis através da produção de
compostos com atividade antimicrobiana, a competição por nutrientes e a
competição por sítios de adesão. O segundo desses mecanismos seria a
alteração do metabolismo microbiano, através do aumento ou da
diminuição da atividade enzimática. O terceiro seria o estímulo da
imunidade do hospedeiro, através do aumento dos níveis de anticorpos e
o aumento da atividade dos macrófagos. O espectro de atividade dos
probióticos pode ser dividido em efeitos nutricionais, fisiológicos e
antimicrobianos (Fuller, 1989).Assim como ocorre no caso de outras
fibras da dieta, prebióticos como a inulina e a oligofrutose, são
resistentes à digestão na parte superior do trato intestinal, sendo
subseqüentemente fermentados no cólon. Eles exercem um efeito de
aumento de volume, como conseqüência do aumento da biomassa
microbiana que resulta de sua fermentação, bem como promovem um
aumento na freqüência de evacuações, efeitos estes que confirmam a sua
37
classificação no conceito atual de fibras da dieta. Quando adicionados
como ingredientes funcionais a produtos alimentícios normais,
prebióticos típicos, como a inulina e a oligofrutose, modulam a
composição da microbiota intestinal, a qual exerce um papel primordial
na fisiologia gastrintestinal (Roberfroid, 2002). Essa modulação da
microbiota intestinal por esses prebióticos é conseqüente à alteração da
composição dessa microbiota por uma fermentação específica, a qual
resulta em uma comunidade em que há predomínio de bifidobactérias
(Kaur, Gupta, 2002). Os prebióticos como fatores bifidogênicos e os
principais mecanismos de atuação dos probióticos.
38
bacteriocinas e de outros compostos antimicrobianos; promoção da
digestão da lactose em indivíduos intolerantes à lactose; estimulação do
sistema imune; alívio da constipação; aumento da absorção de minerais e
produção de vitaminas. Embora ainda não comprovados, outros efeitos
atribuídos a essas culturas são a diminuição do risco de câncer de cólon
e de doença cardiovascular. São sugeridos, também, a diminuição das
concentrações plasmáticas de colesterol, efeitos anti-hipertensivos,
redução da atividade ulcerativa de Helicobacter pylori, controle da colite
induzida por rotavirus e por Clostridium difficile, prevenção de infecções
urogenitais, além de efeitos inibitórios sobre a mutagenicidade (Shah,
Lankaputhra, 1997; Charteris et al., 1998; Jelen, Lutz, 1998; Klaenhammer,
2001; Kaur, Chopra, Saini, 2002; Tuohy et al., 2003).
39
quantidades de nutrientes que as bactérias intestinais necessitam e estas
indicam ativamente as suas necessidades. Essa relação simbiótica
impede uma produção excessiva de nutrientes, a qual favoreceria o
estabelecimento de competidores microbianos com potencial patogênico
ao hospedeiro. Além disso, os probióticos podem impedir a multiplicação
de seus competidores, através de compostos antimicrobianos,
principalmente as bacteriocinas (Kopp-Hoolihan, 2001; Calder, Kew, 2002;
Guarner, Malagelada, 2003).Microbiota intestinal desbalanceada causa
alterações como a diarréia associada a infecções ou ao tratamento por
antibióticos, a alergia alimentar, o eczema atópico, doenças inflamatórias
intestinais e artrite. Assim sendo, a correção das propriedades de uma
microbiota autóctone em desequilíbrio constitui-se a base da terapia por
probióticos (Isolauri, Salminen, Ouwehand, 2004). No caso específico de
pacientes que sofrem da síndrome do intestino irritável, há evidências de
que a microbiota intestinal desses pacientes é alterada, promovendo
fermentação anormal no cólon. Embora ainda não esteja claro se uma
relação causal nesse sentido existe ou se a microbiota alterada é
conseqüência de uma disfunção intestinal, a restauração do equilíbrio
dessa microbiota, através da administração de probióticos, pode resultar
em benefícios terapêuticos (Verdu, Collins, 2004).As bactérias intestinais
estão envolvidas em grande variedade de atividades metabólicas e essas
atividades sofrem alterações pela dieta. É importante destacar que
algumas das atividades metabólicas estão associadas à síntese de
compostos carcinogênicos e determinados estudos mostram que as
bactérias probióticas podem auxiliar na degradação de alguns desses
compostos (Morotomi, 1997).A alteração do metabolismo microbiano
pelos probióticos ocorre por meio do aumento ou diminuição da atividade
enzimática. Uma função vital das bactérias láticas na microbiota intestinal
é produzir a enzima b-D-galactosidade, auxiliando a quebra da lactose no
intestino. Essa ação é fundamental, particularmente no caso de
indivíduos com intolerância à lactose, os quais são incapazes de digeri-la
adequadamente, o que resulta em desconforto abdominal em grau
variável (Lourens-Hattingh, Viljoen, 2002). Diversas evidências têm
demonstrado que o consumo de quantidades adequadas, de cepas
apropriadas de bactérias láticas (incluindo bactérias láticas não-
probióticas como Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus)
é capaz de aliviar os sintomas de intolerância à lactose. Desta maneira,
consegue-se incorporar produtos lácteos e os nutrientes importantes que
fazem parte desses produtos de volta à dieta de indivíduos intolerantes à
lactose, anteriormente obrigados a restringir a ingestão desses produtos.
Outros efeitos descritos foram a redução ou supressão da atividade de
enzimas fecais, como a b-glicuronidase, a nitrorredutase, a azorredutase
(Lee et al., 1999; Kopp-Hoolihan, 2001).
40
efeitos sejam mediados por uma ativação dos macrófagos, por um
aumento nos níveis de citocinas, por um aumento da atividade das
células destruidoras naturais (NK - "natural killer") e/ou dos níveis de
imunoglobulinas. Merece destaque o fato de que esses efeitos positivos
dos probióticos sobre o sistema imunológico ocorrem sem o
desencadeamento de uma resposta inflamatória prejudicial. Entretanto,
nem todas as cepas de bactérias láticas são igualmente efetivas. A
resposta imune pode ser aumentada, quando um ou mais probióticos são
consumidos concomitantemente e atuam sinergisticamente, como parece
ser o caso dos Lactobacillus administrados em conjunto com
Bifidobacterium (Kopp-Hoolihan, 2001; Calder, Kew, 2002; Van de Water,
2003). A microbiota intestinal pode conferir atividade imunomodulatória
durante uma idade crítica ou um período da vida crítico, quando
aberrações imunorregulatórias podem induzir doenças clínicas. Não se
conhece, com precisão, o quanto propriedades probióticas, como a
aderência e a colonização, são requeridas para que essa atividade
imunomodulatória ocorra. Para a imunorregulação, propriedades
específicas de aderência podem ser requeridas. A colonização parece
estar associada com a maturação dos mecanismos de imunidade
humoral, uma vez que há relatos de que recém-nascidos colonizados por
Bacteroides fragilis e Bifidobacterium spp. apresentavam mais células
secretoras de IgA e IgM circulantes. Esses resultados sugerem que a
microbiota intestinal humana é importante na imunorregulação e que
diferenças qualitativas na composição dessa microbiota podem alterar a
homeostase imunológica do indivíduo (Isolauri, Salminen, Ouwehand,
2004).A ação de microrganismos durante a fabricação de produtos
contendo culturas ou no trato digestivo influencia favoravelmente a
quantidade, a biodisponibilidade e a digestibilidade de alguns nutrientes
da dieta. A fermentação de produtos lácteos por bactérias láticas pode
aumentar a concentração de determinados nutrientes, como vitaminas do
complexo B. As bactérias láticas caracterizam-se pela liberação de
diversas enzimas no lúmen intestinal. Essas enzimas exercem efeitos
sinérgicos sobre a digestão, aliviando sintomas de deficiência na
absorção de nutrientes (Kopp-Hoolihan, 2001).A hidrólise enzimática
bacteriana pode aumentar a biodisponibilidade de proteínas e de gordura
e aumentar a liberação de aminoácidos livres. Além de ácido lático,
ácidos graxos de cadeia curta, como propiônico e butírico, também são
produzidos pelas bactérias láticas. Quando absorvidos, esses ácidos
graxos contribuem para o pool de energia disponível do hospedeiro e
podem proteger contra mudanças patológicas na mucosa do cólon. Além
disso, uma concentração mais elevada de ácidos graxos de cadeia curta
auxilia na manutenção de um pH apropriado no lúmen do cólon, crucial
para a expressão de muitas enzimas bacterianas sobre compostos
estranhos e sobre o metabolismo de carcinógenos no intestino (Kopp-
Hoolihan, 2001). Assim, a produção de ácido butírico por algumas
bactérias probióticas neutraliza a atividade de alguns carcinógenos da
dieta, como as nitrosaminas, resultantes da atividade metabólica de
bactérias comensais em indivíduos que consomem dietas com alto teor
de proteínas (Wollowski, Rechkemmer, Pool-Zobel, 2001).
41
7.4. Modulação de reações alérgicas
42
recomendações dos probióticos nesse sentido (Kopp-Hoolihan, 2001). É
possível que diferentes cepas utilizem diferentes mecanismos de ação.
Assim, é necessário que mais trabalhos sejam realizados para identificar
cepas específicas e características de cada cepa responsáveis por efeitos
anti-tumor específicos e os mecanismos através dos quais esses efeitos
são mediados (Rafter, 2003).
43
ao carcinógeno final, promovendo sua remoção através das fezes (Kaur,
Gupta, 2002).
44
Diversos estudos com ratos e hamsters e alguns com humanos
mostraram que a oligofrutose e/ou inulina aumenta a biodisponibilidade
de cálcio (Roberfroid, 2002). O aumento da biodisponibilidade do cálcio
poderia ser devido à transferência desse mineral do intestino delgado
para o grosso e do efeito osmótico da inulina e da oligofrutose, o qual
resultaria na transferência de água para o intestino grosso, permitindo,
assim, que o cálcio se torne mais solúvel. A melhor biodisponibilidade do
cálcio no cólon poderia ser, também, resultante da hidrólise do complexo
cálcio-fitato, por ação de fitases liberadoras de cálcio bacterianas. A
melhor absorção foi associada à diminuição de pH nos conteúdos do íleo,
ceco e cólon. Essa diminuição resulta em aumento na concentração de
minerais ionizados, condição esta que facilita a difusão passiva, a
hipertrofia das paredes do ceco e o aumento da concentração de ácidos
graxos voláteis, sais biliares, cálcio, fósforo, fosfato e, em menor grau,
magnésio, no ceco (Kaur, Gupta, 2002). Enquanto o efeito sobre a
colesterolemia é controverso, o efeito hipolipidêmico da inulina e da
oligofrutose foi observado em alguns estudos com ratos. Dados
experimentais conduziram à formulação da hipótese de que os fruto-
oligossacarídeos poderiam reduzir a capacidade lipogênica hepática,
através da inibição da expressão gênica das enzimas lipogênicas,
resultando em secreção reduzida de lipoproteínas de muito baixa
densidade (VLDL)-triacilglicerol. Essa inibição poderia ser conseguida via
produção de ácidos graxos de cadeia curta ou via modulação da
insulinemia, através de mecanismos ainda não identificados, mas que
estão sendo investigados (Roberfroid, 2002; Kaur, Gupta, 2002; Delzenne
et al., 2002). Por outro lado, deve ser salientado que tentativas de
reproduzir efeitos similares aos observados em ratos, em humanos, com
a administração de inulina e oligofrutose, geraram resultados conflitantes
(Williams, Jackson, 2002). Essa disparidade de resultados poderia ser
atribuída ao emprego de doses bastante inferiores nesses estudos, uma
vez que grande parte dos indivíduos apresentava sintomas
gastrintestinais adversos, com o consumo diário de doses superiores a
30 g de inulina. Deste modo, estudos futuros sobre o efeito
hipolipidêmico da inulina em humanos deverão levar em conta as
características dos indivíduos selecionados, a duração do estudo e o
histórico do indivíduo em termos de dieta, uma vez que essas são
importantes variáveis que podem exercer influências consideráveis sobre
as enzimas (Kaur, Gupta, 2002).
45
(diabetes). É possível que, como ocorre no caso de outras fibras, a inulina
e a oligofrutose influenciem na absorção de macronutrientes,
especialmente de carboidratos, retardando o esvaziamento gástrico e/ou
diminuindo o tempo de trânsito no intestino delgado. Adicionalmente,
uma gliconeogênese induzida por inulina e oligofrutose poderia ser
mediada por ácidos graxos de cadeia curta, especialmente o propionato
(Kaur, Gupta, 2002).
7.10.Infecções Gastrointestinais:
46
diarréicas agudas em crianças. Diferentes linhagens, incluindo
Lactobadilius reuteri SD21 12, Lactobacilius rhamnosus GG,
Lactobaclilius casei DN-1 14 001 e Saccharomyces boulardü, testados em
experi mentos clínicos controlados diminuíram a gravidade e duração de
diarréia. Três meta-análises de experimentos clínicos controlados foram
publicadas concluindo que estes probióticos são seguros e eficazes (18-
20).
47
com VSL#3 também comprovou a eficácia na prevenção de acesso de
pouchitis após anastomose ileal colorretal (28). Na doença de Crohn,
contudo, estudos clínicos com diferentes linhagens de probióticos
falharam no sentido de demonstrar eficácia na prevenção de recorrência
pós-operatória de doença de Crohn. (29).
48
Salmonella enteritidis ATCC 11076), levando em consideração três
técnicas diferentes de esterilização do filtrado, no sentido de avaliar a
ação antibacteriana quanto ao tempo de exposição (5, 15, 30 e 60
minutos), presença ou ausência de suporte (aço inoxidável e pano de
algodão), presença ou ausência de matéria orgânica (albumina sérica
bovina, simulando sujidades de uma agroindústria).A metodologia
utilizada para a verificação da atividade antibacteriana foi a Técnica de
Diluição Serial com Sistema de Tubos Múltiplos (DVG, 1977; Rios et al.,
1988). Esta técnica foi modificada por Avancini (1995), quando propôs que
os desinfetantes fossem confrontados com diversas diluições
logarítmicas dos inóculos.Para esterilizar o filtrado de quefir utilizaram-se
três diferentes técnicas: fervura convencional por 15 minutos,
tindalização durante cinco minutos, por três dias consecutivos e
autoclave por 15 minutos. Estas três técnicas de esterilização não
apresentaram diferenças significativas entre elas.O fermentado de origem
caucasiana é a moda atual entre os consumidores de alimentos
funcionais. Aquele seu amigo meio hippie provavelmente já lhe falou
maravilhas sobre uma bebida feita com bacilos e leveduras, aos quais se
atribuem propriedades medicinais. O quefir ou kefir é a moda entre os
naturalistas. Num informativo que distribuem junto aos grãos, consta que
os habitantes do Cáucaso, no Himalaia, na Rússia Oriental, "o bebem
como água e alcançam, em média, 110 anos de idade". Segundo os
disseminadores, o quefir atua como normalizador do intestino,
prevenindo problemas nos nervos, asma, enfarto, úlcera, anemias,
tumores, esclerose, doenças do fígado, erupções cutâneas, icterícia,
diarréia. Todos esses males, dizem os defensores, estariam relacionados
à retenção de fazes no organismo. Dependendo do tempo de
fermentação, o quefir promoveria diferentes reações no intestino. Com 12
horas, agiria como laxante, fermentado por 36 horas normalizaria o
intestino e com mais de 48 horas de fermentação curaria diarréias. O kefir
pode ser feito a partir de qualquer tipo de leite (vaca, cabra ou ovelha,
soja, coco ou arroz). Os benefícios de incluir regularmente kefir na dieta
são inúmeros. É um alimento facilmente digerido que elimina dos
intestinos as bactérias e leveduras prejudiciais, e aumenta a população
bacteriana benéfica e protectora. Dado o seu equilíbrio e valor nutritivo, o
kefir contribui para um sistema imunitário saudável e já foi usado, com
sucesso, para ajudar pessoas que sofrem de sida, síndroma de fadiga
crónica, cancro e herpes. O seu efeito tranquilizador do sistema nervoso
beneficia muitas pessoas que sofrem de depressão, distúrbios do sono,
entre outras. Apesar de tantos possíveis predicatos, o quefir foi pouco
pesquisado no país até hoje e com os estudos concentrados no quefir
fermentado no leite. Ele também pode ser produzido em água com açúcar,
mas para essa formulação não há pesquisas que comprovam suas ações
e como grande fonte de complexo B. Essas vitaminas participam da
composição de enzimas transformando os alimentos em hidratos de
carbono, gorduras e proteínas.O quefir produz vitaminas que auxiliam no
processo digestivo. O valor terapêutico do quefir estaria relacionado à
aceleração da digestão dos alimentos, diminuindo o nível de colesterol
sérico e beneficiando ainda os sistemas vascular e respiratório.Também
tem ação na estruturação epitelial, A bactéria do quefir do leite acelera a
49
cicatrização e a reconstituição de pele. Na Rússia, o quefir fermentado em
leite é utilizado há anos no tratamento de queimados, informa a
professora. A bebida é preparada com a colocação dos grãos de quefir no
leite. Após a fermentação, os grãos são retirados podendo ser
reaproveitados para a produção de mais fermentados.O leite fermentado
tem sabor ácido suave, é espumoso e de baixo teor alcoólico. Quem já
provou, diz que o sabor é parecido ao da coalhada. Quando conservado
corretamente, em geladeira, não estraga facilmente. A abundância em
cálcio, fósforo e magnésio é outra das características do kefir, como de
todos os produtos derivados do leite. O kefir é rico em vitaminas do
complexo B, de onde se destacam a vitamina B12, B1 e biotina, e em
vitamina K. Para quem gosta do sabor um tanto ácido, embora levemente
adocicado, o kefir pode ser bebido simples, ao natural. Quem não aprecia
a acidez pode juntar um pouco de mel. É também muito saboroso
misturado com sumos de fruta ou em batidos de frutas. São poucas as
indústrias que dominam tecnologias para comercialização do quefir. Uma
delas é canadense e desenvolveu uma embalagem que expande. No
rótulo do produto é informado que o quefir deve ser consumido após a
embalagem estar abaulada. A origem do quefir é desconhecida. Quando
perguntados sobre a origem dos grãos, os caucasianos respondem que
foram presente de Alah (Deus). Essa é ainda a única resposta possível,
pois nenhum pesquisador conseguiu reproduzir esses grãos em
condições de laboratório. Entre os cientistas, a teoria mais aceita é a de
que a forma de armazenamento praticada na antigüidade pelos
caucasianos, em tonéis mal higienizados ou em estômago de animais,
possibilitou o surgimento dessas bactérias. Além da ingestão como
bebida energética, o quefir pode ser apreciado na culinária nas mais
diversas formas.Sugere-se a substituição da maionese, rica em
colesterol, pelo quefir. No preparo das saladas, pelo menos, a maionese
poderiam ser substituídos pelo filtrado de quefir. Também se estuda a
possibilidade do emprego do quefir na medicina veterinária, sua área de
formação. Uma das pesquisas em andamento busca a substituição dos
antibióticos pelo quefir no tratamento terapêutico das infecções de ubres.
Algumas vacas sensíveis a bactérias biogênicas não respondem mais aos
antibióticos modernos. O objetivo do experimento é verificar se o filtrado
de quefir é eficiente no combate a essas bactérias.Caso os resultados
sejam satisfatórios teremos um leite sem antibióticos, um leite verde.
Avaliação da atividade antibacteriana de filtrados de quefir artesanal:-
Quefir é uma bebida láctea originada do Cáucaso, produzida a partir da
fermentação alcoólica e ácido-lática dos grãos de quefir, que são
microrganismos que vivem em perfeita simbiose. Assemelhando-se ao
iogurte natural quanto ao sabor, aroma, consistência, o quefir é um
alimento muito rico e por isso indicado para crianças e idosos. Possui
inúmeras indicações terapêuticas, mas ainda é pouco conhecido no país.
Quefir foi durante muito tempo conhecido apenas pelos povos
montanheses da região Caucásica, onde é preparado com leite de ovelha
ou de cabra e recebe também o nome de "milho do profeta", em alusão a
Maomé, no referencial islâmico. Com base nos resultados apresentados
em diversos trabalhos, comprovando a ação antimicrobiana dos grãos de
quefir, prosseguiram-se os estudos pesquisando a ação antibacteriana do
50
filtrado esterilizado de quefir artesanal, frente a diversas situações
problemas. Estudou-se a possibilidade de utilizar o filtrado de quefir
tradicional (artesanal ou não industrializado), previamente esterilizado,
como antisséptico/desinfetante em agroindústria familiar ou produção
animal; forma alternativa aos desinfetantes químicos convencionais,
considerando sua eficácia (benefício esperado/ benefício obtido), através
da determinação de sua atividade antibacteriana. Foi determinada as
concentrações inibitórias mínimas (CIMs) e concentrações bactericidas
mínimas (CBMs) do filtrado de quefir tradicional frente a duas bactérias
Gram-positivas (Staphylococcus aureus ATCC 25923, e Enterococcus
faecalis ATCC 19433) e duas bactérias Gram-negativas (Escherichia coli
ATCC 11229 e Salmonella enteritidis ATCC 11076 ), levando em
consideração três técnicas diferentes de esterilização do filtrado, no
sentido de avaliar a ação antibacteriana quanto ao tempo de exposição
(cinco, quinze, trinta e sessenta minutos), presença ou ausência de
suporte (aço inoxidável e pano de algodão), presença ou ausência de
matéria orgânica (albumina sérica bovina, simulando sujidades de uma
agroindústria). Kefir, pronuncia-se “kefir”, é derivado da palavra turca
keif, que traduz-se por "boa sensação"sentimento de bemstar. O Kefir
consome açúcar que pode vir da lactose (leite), da sacarose (cana de
açucar) e da frutose (fruta). O kefir do leite é uma coalhada de leite
(yogurte). A maior parte dos povos conhece a coalhada e a usam,
entretanto o kefir, não é somente uma coalhada, é uma coalhada especial.
As suas sementes ou seus grãos, grãos de kefir, como são conhecidos,
permaneceram por milhares de anos, restritos a alguns povos das
Montanhas do Cáucaso. A diferença fundamental entre kefir e iogurte
comum (de supermercado) é que o kefir tem muitos mais
microorganismos, enquanto o igurte é composto normalmente de dois
microorganismos, dois lactobacilos, o kefir é composto de mais ou
menos 15 a 16 lactobacilos, aproximadamente 7 a 9 streptococci/
lactococci, 8 leveduras e 2 bactérias acéticas (acetobacter). O kefir, na
realidade, é uma matriz polisacarídea, que possui todos os
microorganismos em simbiose, que mesmo com os avanços da pesquisa
científica de nossos dias ainda não foi completamente decifrado e
estudado. A ação fermentadora das bactérias e leveduras do kefir fazem
com que seja incrementado o valor biológico do leite, produzindo a
síntese de vitaminas do complexo B. É uma excelente fonte de biotin, uma
vitamina B, que ajuda na assimilação das outras vitaminas B, contém
niacina ou vitamina B3, piridoxina ou vitamina B6, vitamina B12 e ácido
fólico produzindo a enzima lactase que eles melhoram e sem dúvida
permitem a digestão das comidas baseadas em leite. Possui o vital cálcio,
o triptofan, um aminoácido essencial, abundante no kefir, ele é bem
conhecido pelos seus efeitos relaxantes no sistema nervoso. Providencia
amplo suprimento de fósforo, o segundo mais abundante mineral em
nosso corpo, carboidratos, gorduras e proteínas para manutenção do
crescimento celular. Fonte de ácido fólico, potássio, magnésio, vitamina
K, ácido pantotênico e outros aminoácidos essenciais ao corpo humano.
Os moradores do Cáucaso conheceram os efeitos do Kefir. Desde a sua
infância, o tomavam como água e alcançavam os 110 anos de idade, em
média. É o único lugar do mundo onde os homens em total saúde
51
alcançam esta idade. Segundo o Prof. Menslikon, que estudou o Kefir
toda a sua vida, afirma que lá não se conhece tuberculose, câncer,
indigestão, etc. O Dr. Drask, da Alemanha, afirmou o seu efeito benigno,
antes da Segunda Guerra Mundial. Com o Kefir ele tratava de catarro dos
órgãos respiratórios, câimbras do estomago, doenças crônicas dos
intestinos, fígado, bílis e bexiga e, também, na convalescença de doenças
graves. Temos, também, o Kefir à base de água e açúcar
mascavo.Indicações-O Kefir trata de doenças dos nervos, esclerose,
doenças do estomago, na substituição do sangue, previne tumores
internos, infarto cardíaco, intestino, diarréia, anemia, acne de pele,
esclerose, nervos, catarro dos brônquios, bílis, fígado, rins, bexiga,
icterícia, erupções cutâneas, convalescença de doenças graves, psoríase,
eczema, alergias, gota, reumatismo, artrite, etc. Com a ação fermentadora
das bactérias e leveduras do kefir muitos afirmam que o kefir Incrementa
o valor biológico das proteínas do leite; Produz a síntese das vitaminas
do complexo B, sendo uma fonte importante de sais minerais e vitaminas;
Restabelece e equilibra a flora intestinal, sendo um alimento probiótico e
prevenindo um grande número de enfermidades; Sintetiza o ácido lático,
reduzindo a lactose e favorecendo a digestibilidade do leite, permitindo
uma redução da sensibilidade às proteínas do leite e uma melhor
tolerabilidade a lactose; Promove bem estar gastrointestinal, aumentando
a resistência às infecções, prevenindo ou promovendo a rápida
recuperação de diarréias e algumas constipações, devido a sua
passagem rápida pelos intestinos; Aumenta as defesas do sistema
imunológico; Previne o risco de câncer, particularmente de cólon, seios e
de intestinos, possivelmente devido à estimulação da resposta
imunológica, redução de enzimas carcinogênicas ou modificação do
ambiente do colón;Pode ajudar na redução do colesterol LDL;Pode
controlar infestações de Cândida;Pode proteger contra poluentes
tóxicos.A quantidade mínima de Kefir é de um litro por dia. Assim, ele
evitará o depósito no intestino e prolongará a vida. Não prejudica a
digestão porque é absorvido rapidamente no intestino e vai para o
sangue. Em doenças sérias e prolongadas, deve-se tomar meio litro (de
cada vez): de manhã, ao meio-dia e à noite. Um tratamento sério com o
kefir deve ser de, no mínimo, 6 meses. Se você gostar, pode tomá-lo por
toda a sua vida (isto prevenirá doenças e lhe dará maior qualidade de vida
com baixo custo de tratamento). Como tomá-lo: Intestino Preso
(constipação intestinal): Kefir fermentado de 12 horas age como laxante e
deve ser tomado durante duas semanas seguidas até normalizar; tomar
um litro por dia. Intestino Normal: kefir fermentado de 24 horas - atua
como normalizador; tomar um litro por dia. Intestino Solto (diarréia): kefir
fermentado de 48 horas – tomar até normalizar o intestino – depois passar
para fermentação de 24 horas para recompor a flora intestinal; tomar um
litro por dia.Estresse: tomar um litro de Kefir por dia.Úlcera no estômago:
tomar um litro por dia (a doença desaparece em dois meses). Anemia e
purificação do sangue: tomar um litro por dia. Em casos mais graves,
tomar dois litros (em dois ou três meses deverá estar normalizado).
Esclerose: tomar um litro por dia (normaliza a pressão sangüínea e o
peso do corpo). Erupções cutâneas: tomar ½ litro por dia; usar
externamente o Kefir sobre a ferida e deixar secar na pele (dentro de
52
quatro semanas, mesmo uma ferida muito resistente, se curará). Rins e
bexiga: tomar um litro por dia.Problemas hepáticos: tomar um litro por dia
(dentro de dois a seis meses deverá ocorrer a cura).Quando fermentado
por mais de 48 horas, não deve ser usado. Ele estufa e endurece as
fezes.Preparo - Não usar utensílios de alumínio e de metal (que podem
gerar eletricidade no meio ácido e podem cortar os grãos de Kefir
desnecessariamente). Você pode utilizar coador de plástico e colher de
pau, de plástico; pote grande de vidro de boca larga (aqueles onde se
guardam bolachas são muito bons), de porcelana ou ágata, etc em
contato com o Kefir. Não use pote de boca pequena porque o kefir não
viverá. De vez em quando, lavar o pote de vidro apesar dos bacilos de
Kefir sempre deixarem a solução límpida, sem impurezas. Não deixe a sua
colônia passar da quantidade de 10 colheres de sopa de kefir para um
litro leite ou de água. A parte excedente distribua entre amigos e
conhecidos. Se a sua colônia crescer demasiadamente, poderá prender o
seu intestino e não será adequada para o consumo humano. Kefir de
Leite. Num recipiente de boca larga de vidro, porcelana ou ágata, colocar
um litro de Leite UHT Integral (leite de caixinha) na temperatura ambiente
(marcas de leite de boa qualidade para o kefir: Elegê e Parmalat). Colocar
de duas a quatro colheres de sopa dos bacilos de Kefir. Deixar fermentar
de 12 a 48 horas (conforme a posologia). Coar e tomar como refresco nas
próximas 24 horas, se ficar fora da geladeira. Pode-se deixar o refresco
em geladeira por 5 dias. Reutilizar os bacilos com uma nova dose de leite.
Não tampar o recipiente (o kefir está vivo e forma gases no leite) –
coloque um tecido de vual (tecido furado) prendido com elástico na boca
do vidro para proteção contra insetos e sujeira. Você pode bater o
yogurte no liquidificador com frutas de sua preferência: morango,
banana, mamão, etc. Para deixá-lo mais suave, acrescente leite. Obs: Não
use leite vencido ou de baixa qualidade - o seu kefir morrerá e fará mal a
sua saúde. O leite desnatado dará um yogurte fraco de baixa
qualidade.Kefir de Água- Num recipiente de boca larga de vidro,
porcelana ou ágata, colocar um litro de água filtrada na temperatura
ambiente e adicionar duas ou três colheres de sopa de melado de cana de
açúcar ou açúcar mascavo ou rapadura raspada (pura) e mexer bem e
usar açúcar mascavo de boa qualidade para o kefir de água. Colocar de
duas a quatro colheres de sopa dos bacilos de Kefir. Deixar fermentar de
12 a 48 horas (conforme a posologia). Coar e tomar como refresco nas
próximas 24 horas, se ficar fora da geladeira. Pode-se deixar o refresco
em geladeira por 5 dias. Reutilizar os bacilos com a nova dose de água e
açúcar mascavo, melado ou rapadura. Não tampar o recipiente (o kefir
está vivo e forma gases na água) – coloque um tecido de tule (tecido
furado) prendido com elástico na boca do vidro para proteção contra
insetos e sujeira. Obs: o açúcar mascavo é úmido e, se não conservado
adequadamente, poderá conter fungos que matarão o kefir e farão mal a
sua saúde. O açúcar mascavo deve ser de boa procedência, dentro do
prazo de validade. Não usar açúcar mascavo que está no açucareiro há
muito tempo. O açúcar mascavo deve estar sempre em embalagem
hermeticamente fechada. Não use açúcar de baixa qualidade – o seu kefir
morrerá e fará mal a sua saúde.
53
9. Como selecionar os probióticos ideais a cada caso
54
Alergia alimentares
Intolerância da Lactose
Constipação intestinal
Melhora imunológica
55
alimentícios sem perder a viabilidade e a funcionalidade, resultando em
produtos com textura e aroma adequados (Oliveira et al., 2002). Além
disso, com relação às perspectivas de processamento de alimentos, é
desejável que essas cepas sejam apropriadas para a produção industrial
em larga escala, resistindo a condições de processamento como a
liofilização ou secagem por "spray drying" (Stanton et al., 2003).Uma
seleção adequada de cepas deve ser conduzida para o processamento de
produtos lácteos probióticos (Vinderola, Reinheimer, 2003). A
sobrevivência das bactérias probióticas no produto alimentício é
fundamental, necessitando alcançar populações suficientemente
elevadas (tipicamente acima de 106 UFC/ml ou g) para ser de importância
fisiológica ao consumidor (Jelen, Lutz, 1998). O consumo de quantidades
adequadas dos microrganismos probióticos desejados nos bioprodutos
(109 a 1010 UFC /100 g de produto) são suficientes para a manutenção das
concentrações ativas fisiologicamente (quantidade intestinal de 10 6 a 107
UFC/g) in vivo (Charteris et al., 1998).Esses alimentos devem permanecer
com algumas características inalteradas após a adição do microrganismo
para serem considerados probióticos como, por exemplo, conter pelo
menos 107 /g de bactérias probióticas viáveis no momento da compra do
produto. Esta é uma concentração recomendada por alguns autores
(Rybka, Fleet, 1997; Vinderola, Reinheimer, 2000). Entretanto, vários
autores propõem que a dose mínima diária da cultura probiótica
considerada terapêutica seja de 108 e 109 , o que corresponde ao
consumo de 100 g de produto contendo 106 a 107 /g (Lee, Salminen, 1995;
Blanchette et al., 1996; Hoier et al., 1999).
56
sendo, a validação da função probiótica ou o monitoramento do impacto
probiótico de uma preparação de microrganismos com uma composição
desconhecida é cientificamente inaceitável (Sanders, 2003). Os frutanos
são não cariogênicos, uma vez que não são utilizados como substrato por
Streptococcus mutans, microrganismo responsável pelo aparecimento de
cárie. Em virtude de possuírem cadeias de diferentes tamanhos, a inulina
e a oligofrutose conferem propriedades distintas aos produtos
alimentícios aos quais são adicionadas (Kaur, Gupta, 2002). A
oligofrutose, composta de oligômeros de cadeias curtas, possui
propriedades similares às do açúcar e de xaropes de glicose,
apresentando 30 a 50% do poder adoçante e maior solubilidade que o
açúcar. Sendo assim, esse frutano é freqüentemente empregado em
conjunto com edulcorantes de alto poder adoçante, para substituir o
açúcar, resultando em um perfil adoçante bem balanceado. A oligofrutose
também é utilizada no sentido de conferir consistência a produtos
lácteos, maciez a produtos de panificação, diminuir o ponto de
congelamento de sobremesas congeladas, conferir crocância a biscoitos
com baixo teor de gordura e, além disso, substituir o açúcar também no
sentido de atuar como ligante em barras de cereais (Kaur, Gupta, 2002).
Constituída de cadeias longas, a inulina é menos solúvel que a
oligofrutose e, quando dispersa na água ou no leite, forma microcristais
que interagem para dar origem a uma textura cremosa.
Conseqüentemente, é empregada como substituto de gordura em
produtos lácteos, patês, molhos, recheios, coberturas, sobremesas
congeladas e produtos de panificação (Kaur, Gupta, 2002).
13.Conclusão
57
hospedeiro abrirá novas possibilidades de produzir novos ingredientes
para produtos alimentícios nutricionalmente otimizados que promovem a
saúde do hospedeiro, através de reações microbianas no intestino.Na
realidade em uma linguagem mais coloquial os lactobacilus agem como
“colonos” de uma terra e protege este local de forma aguerrida , evitando
o estabelecimento do invasor patogênico.
14. Bibliografia
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