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Fichamento 31-03
Fichamento 31-03
Os métodos da história:
introdução aos problemas, métodos e técnicas da história demográfica, econômica e social. 6.
ed. Rio de Janeiro: Graal, 2002. (Cap. VI. Conceitos métodos e técnicas da História
Econômica, pp. 260-279) (Cap. VII. A História Social, pp. 348-353-357; Movimentos
Sociais, pp. 383-394)
p. 262. Não se deve identificar estrutura com estática. Em história, como em todas as ciências
humanas, a mudança, o movimento, são essenciais e partes inseparáveis da das estruturas. A
permanência, a estabilidade relativa da estrutura é simplesmente uma questão atinente à
rapidez ou velocidade da mudança.
p. 265. [ARRANCADA] o estudo das relações e das influências recíprocas de uma porção de
fatores, datando e quantificando com a máxima precisão as mudanças ocorridas. [...]
necessidade de estudar a arrancada em cada caso particular, com a ideia de “reagrupar” os
diferentes fatores: nada de revelou mais perigoso e infrutífero do que a confiança em um
único fator, ou num grupo de fatores interpretados de modo mecanicista que os isole do
contexto social.
p. 267. Outra distinção setorial muito comum é a oposição entre economia rural e economia
urbana. As estruturas econômicas urbanas e rurais; o peso, a natureza e a proporção relativa da
população e das atividades econômicas do campo e da cidade; as relações econômicas entre
os dois setores: tudo isso é variável, conforme os distintos sistemas econômicos.
p.276. No pensamento de Juglar, as variações do tipo de juros, a política dos bancos centrais e
as modificações dos estoques de metais eram as origens das flutuações econômicas. Alguns
autores, como Akerman, qualificam a explicação monetarista de endógena por vincular as
causas do ciclo econômico a fatores puramente econômicos – neste caso, monetários.
p. 277. A partir da segunda metade do século XIX, o estudo concreto da conjuntura fez com
que fossem conhecidos, com bastante evidências empírica, os ciclos de economia capitalista.
p.278. – Explicações dedutivas: Derivam de alguma teoria e carecem, quase sempre, de
comprovação empírica. Consideramos o seguinte exemplo, versão bem simplificada do que os
economistas denominam de ciclo de estoques.
p.279. Explicações empíricas: São, por exemplo, as derivadas de uma análise estatística e/ou
qualitativa dos ciclos da economia capitalista. Neste caso, a construção da explicação dá-se de
modo indutivo, generalizando a partir da observação de casos concretos.
p. 349. Esta disposição de não considerar a história social como uma especialização com o
mesmo status da história econômica, demográfica, etc., certamente está presente em muitas
obras importantes da historiografia francesa dos últimos quarenta anos.
p.350. Se a história social, por sua própria natureza e pela evolução da metodologia manifesta
vocação de síntese, será indispensável colocar os requisitos metodológicos necessários para
levar a bom termo tal vocação. Não nos podemos conformar, já, apenas com o fato do
vocábulo “social” ser conveniente porque é o bastante amplo para convocar a discussão
interdisciplinária – admitindo afinal, que toda a história é social.
p.353. “A história social não é somente um estado de espírito, quer também ser uma disciplina
especial dentro do conjunto das ciências históricas. Neste sentido mais preciso, está vinculada
ao estudo da sociedade e dos grupos que a constituem, em suas estruturas e pelo ângulo da
conjuntura; nos ciclos e na longa duração”.
p.354. Nenhum historiador poderia, hoje, negar que a estratificação social, a constituição dos
grupos humanos, a estruturação das relações sociais entre grupos e indivíduos possam ser
estudadas, ou mesmo compreendidas, sem que se considerem as bases materiais da produção
e distribuição do excedente econômico.
p.385. A distinção bem geral, proposta por George Rudé, há quase 10 anos, entre multidão
industrial e multidão pré-industrial parece manter ainda sua validez. Este autor considera que
na sociedade industrial os distúrbios, nas sublevações populares, têm natureza diferente da
apresentada nas sociedades pré-industriais. A multidão industrial tende a ser composta por
operários industriais e assalariados urbanos, suas formas de luta passam pela greve e a
organização sindical e política. Seus objetivos são, em geral, claramente definidos.
MARX, Karl. A assim chamada acumulação primitiva. In: O Capital. Vol. 1, Tomo 2, Cap.
XXIV. São Paulo: Abril Cultural, 1996, pp. 339-381.
Os escritos de Karl Marx alteraram a visão que o mundo tinha sobre si. O curso da
história e o estudo da história não foram o mesmo após os estudos deste pesquisador, que
analisou a construção do capitalismo e suas consequências para a sociedade, contrapondo com
teorias que contribuíram para mudança do olhar à economia. Pensar em escrever uma
dissertação e não refletir acerca da influência que Marx imprimiu para o estudo da economia
mundial é difícil. Em minha pesquisa, me utilizo dos estudos realizados por E.P. Thompson
que notadamente se apropriou dos estudos de Marx para construir sua teoria, de cunho social.
Ademais, pensar a influência do capitalismo e a transformação social por ele ocasionada é de
suma importância para a minha pesquisa, a transformação da mão-de-obra escravizada para a
mão-de-obra assalariada, no Brasil, teve impactos. Em si, a própria abolição da escravidão é
um pensamento capitalista que pensava novas formas de exploração em massa. Assim sendo,
mesmo não usando o autor propriamente dito, a historiografia está impregnada por seus
estudos, que ainda são de extrema relevância e precisam ser revisitados.
Ocupação territorial
THOMPSON, E. P. A economia moral da multidão inglesa no século XVIII. In: Costumes em
comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998,
pp. 150-202.