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Prova-modelo 1

200

Duração:
120 MINUTOS (90 minutos + tolerância de 30 minutos)

Nome: N.o:

Data: / / Avaliação:

Cotação
GRUPO I

Para responderes aos itens deste grupo, ouve um texto que apresenta os resultados de um inquérito de satisfação
feito aos lisboetas.
Áudio

1 Para responderes a cada item (1.1. a 1.4.), assinala com X a opção adequada ao sentido do texto.

3 pontos 1.1. O inquérito realizado procura identificar a forma como os lisboetas veem a cidade

(A) no sentido de melhorar os problemas de trânsito.


(B) para definir as novas funções das freguesias lisboetas.
(C) depois da reforma administrativa feita há três anos.

3 pontos 1.2. Os aspetos que trazem os lisboetas mais insatisfeitos são

(A) o trânsito, o estacionamento e a habitação.


(B) o trânsito, o estacionamento e a restauração.
(C) o trânsito, a restauração e o comércio.

3 pontos 1.3. O resultado da satisfação relativamente aos transportes públicos causa alguma estranheza porque

(A) as pessoas não usam os transportes públicos e preferem o transporte próprio.


(B) o tempo da viagem dos transportes públicos contrasta com as tarifas médias praticadas.
(C) a elevada percentagem de opiniões positivas contrasta com a quantidade de queixas.

3 pontos 1.4. O locutor apresenta várias percentagens que expressam

(A) a tendência de opinião dos inquiridos.


(B) o número de pessoas inquiridas.
(C) o grau de satisfação dos inquiridos.

GRUPO II
TEXTO A
Lê o texto e as notas.

Tem quase 350 anos e é o sinal de trânsito mais antigo de Lisboa


Ao que parece, já no século XVII havia problemas de trânsito entre as carroças, os coches e as liteiras1.

A sinalização de trânsito surgiu com o objetivo de ordenar a circulação de viaturas e evitar conflitos nas vias
públicas. É frequente assistir-se a conflitos de trânsito devido a situações provocadas por condutores descuidados
ou por falta de respeito para com os restantes condutores ou, ainda, por situações provocadas por mau planea-
5 mento das dimensões das vias ou ordenamento deficiente do trânsito. Mas não se pense que esta situação é um
exclusivo da era moderna do automóvel. Se recuarmos ao tempo das carroças puxadas por cavalos, é possível
atestar a existência de conflitos entre condutores.
201

Cotação

Precisamente na rua do Salvador em Alfama já existia um “ponto negro” onde era frequente assistir a “esca-
ramuças” entre condutores de carroça que se cruzavam. Como a via constitui uma rampa estreita, os cocheiros
10 que desciam e os que subiam procuravam disputar de forma acesa entre si a prioridade, uma vez que era difícil
o cruzamento de duas carroças. Os conflitos muitas vezes conduziam a duelos e lutas. Para colocar uma certa
ordem nesta estreita rua, o rei D. Pedro II mandou colocar em 1686 uma placa que estabelecia a prioridade para
as viaturas que subiam em detrimento das que desciam. É ainda hoje possível observar este raro sinal de trânsito
escrito em pedra calcária na fachada da parede de um edifício.
15 Trata-se do testemunho mais antigo de um sinal de trânsito na cidade de Lisboa. Escusado será dizer que o
seu formato é rudimentar e pouco prático, uma vez que recorre ao texto escrito para estabelecer uma regra, uma
situação que obriga à paragem do condutor para poder ler e interpretar a mensagem antes de poder avançar. Hoje
os sinais de trânsito evoluíram e recorrem a imagens, códigos e formas geométricas para uma rápida e fácil inter-
pretação da mensagem, sem necessidade de paragem.
20 Na Lisboa do séc. XVII, o grande sismo ainda não tinha vindo obrigar à “requalificação” forçada da cidade.
Pelo emaranhado de ruelas medievais circulavam cada vez mais veículos, numa cidade fervilhante de atividade
comercial. Os frente a frente entre coches e liteiras eram frequentes, e dava muito trabalho ter de recuar – lacaios
e até mesmo os amos tentavam resolver o assunto de forma diplomática: insultos e pancadaria!
D. Pedro II reinava e, como quem manda pode, ordenou que os juízes prendessem todos “quantos disputassem
25 sobre avanço ou recuo de carruagens”. É neste contexto que surgiu a placa, que hoje se encontra na parede de um
prédio na rua do Salvador e que reza assim:

“ANO DE 1686. SUA MAJESTADE ORDENA QUE OS COCHES, SEGES2 E LITEIRAS, QUE VIEREM DA
PORTARIA DE SÃO SALVADOR, RECUEM PARA A MESMA PARTE”.

Ou seja, quem viesse de cima perdia a prioridade em relação a quem subisse. Outras houve, similares, na cal-
30 çada de São Vicente, São Tomé, largo de Santa Luzia… Só esta inscrição em pedra chegou aos nossos dias, mas
chegaram a existir vinte e quatro sinais deste tipo, em Lisboa.
https://www.vortexmag.net/tem-quase-350-anos-e-e-o-sinal-de-transito-mais-antigo-de-lisboa/
(texto com adaptações, consultado em agosto de 2018).

Notas:
1
liteira: antigo veículo sem rodas, transportado por homens ou por animais;
2
sege: carruagem antiga, com duas rodas e um só assento.

5 pontos 1 Assinala com X a opção que constitui uma síntese do assunto do texto apresentado nos dois primeiros pará-
grafos.
(A) A sinalização de trânsito visa regular a circulação e as discórdias. Estas existem desde há muito, como
o comprova a rua do Salvador, que, por ser muito estreita, motivava os conflitos. Então, D. Pedro II
decretou-os ilegais, mandando aí colocar uma placa, em 1686.
(B) A sinalização de trânsito visa regular a circulação em alguns locais difíceis. Os problemas de circulação
existem desde há muito na rua do Salvador, por ser muito estreita. Então, D. Pedro II mandou aí colocar
uma placa, em 1686, que é respeitada até hoje.
(C) A sinalização de trânsito visa regular a circulação e as discórdias. Estas existem desde há muito, como
o comprova a rua do Salvador, que, por ser muito estreita, motivava os conflitos. Então, D. Pedro II
mandou aí colocar uma placa, em 1686.
(D) A falta de respeito entre condutores existe desde há muito, como o comprova a rua do Salvador, que,
por ser muito estreita, motivava os conflitos. D. Pedro II colocou aí uma placa e acabou com os conflitos
e com os duelos.
Prova-modelo 1
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Cotação

2 Para cada item (2.1. a 2.3.), assinala com X a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.

3 pontos 2.1. A expressão “testemunho mais antigo de um sinal de trânsito na cidade de Lisboa” (l. 15) significa que
a placa
(A) foi o primeiro sinal de trânsito da cidade.

(B) prova que naquela época já existiam sinais.

(C) já é muito antiquada para o trânsito atual.

(D) assistiu a muitas discórdias motivadas pelo trânsito.

3 pontos 2.2. O maior problema de “trânsito” no séc. XVII devia-se

(A) à impaciência dos “condutores”.

(B) à falta de sinais de trânsito.

(C) à falta de juízes que impusessem respeito.

(D) às ruas estreitas.

3 pontos 2.3. A placa da rua do Salvador determinava que os primeiros veículos a passar eram os que

(A) vinham do cimo da rua.

(B) subiam a rua.

(C) chegavam primeiro à placa.

(D) conseguiam recuar.

TEXTO B
Lê o texto e as notas.

A consequência dos semáforos


Odeio semáforos. Em primeiro lugar porque estão sempre vermelhos quando tenho pressa e verdes quando
não tenho nenhuma, sem falar do amarelo que provoca em mim uma indecisão terrível: travo ou acelero? travo ou
acelero? travo ou acelero? acelero, depois travo, volto a acelerar e ao travar de novo já me entrou uma furgoneta
pela porta, já se juntou uma data de gente na esperança de sangue, já um tipo de chave-inglesa na mão saiu da fur-
5 goneta a chamar-me Seu camelo, já a companhia de seguros me propõe calorosamente que a troque por uma rival
qualquer, já não tenho carro uma semana, já me ponho na borda do passeio a fazer sinais de náufrago aos táxis,
já pago um dinheirão por cada viagem e ainda por cima tenho de aturar o pirilampo mágico e a Nossa Senhora de
alumínio do tablier, o esqueleto de plástico pendurado do retrovisor, o autocolante da menina de cabelos compri-
dos e chapéu ao lado do aviso “Não fume que sou asmático”, proximidade que me leva a supor que os problemas
10 respiratórios se acentuaram devido a alguma perfídia1 secreta da menina que não consigo perceber qual seja.
A segunda e principal razão que me leva a odiar os semáforos é porque de cada vez que paro me surgem no
vidro da janela criaturas inverosímeis2: vendedores de jornais, vendedores de pensos rápidos, as senhoras virtuo-
sas com uma caixa de metal ao peito que nos colam autoritariamente sobre o coração o caranguejo do Cancro,
os matulões da Liga dos Cegos João de Deus nas vizinhanças de um altifalante sobre uma camioneta com um
15 espadalhão novo em folha em cima, o sujeito digno a quem roubaram a carteira e que precisa de dinheiro para o
comboio do Porto, o tuberculoso com o seu atestado comprovativo, toda a casta3 de aleijões4
(microcefálicos, macrocefálicos, coxos, marrecos, estrábicos divergentes e convergentes, bócios, braços mirra-
dos, mãos com seis dedos, mãos sem dedo nenhum, mongoloides, dirigentes de partidos políticos, etc.)
sem contar o grupo de Bombeiros Voluntários que necessita de uma ambulância, os finalistas de Coimbra,
20 de capa e batina, que decidiram fazer uma viagem de fim de curso à Birmânia e a rapaziada da heroína que não
conseguiu roubar nenhum leitor de cassetes nesse dia.
203

Cotação

Resultado: no primeiro semáforo já não tenho trocos. No segundo não tenho casaco. No terceiro não tenho
sapatos. No quinto estou nu. No sexto dei o Volkswagen. No sétimo aguardo que a luz passe a encarnado para
assaltar por meu turno, de mistura com uma multidão de bombeiros, de estudantes, de drogados e de microce-
25 fálicos o primeiro automóvel que aparece. Em média mudo cinco vezes de vestimenta e de carro até chegar ao
meu destino, e quando chego, ao volante de um camião TIR, a dançar numas calças enormes, os meus amigos
queixam-se de eu não ser pontual.
António Lobo Antunes, Livro de crónicas, 2.a ed., Lisboa,
Publicações Dom Quixote, 1999, pp. 21-22.

Notas:
1
perfídia: deslealdade, maldade;
2
inverosímil: que não parece verdadeiro;
3
casta: espécie, raça;
4
aleijão: pessoa com alguma deficiência.

3 Assinala com X três consequências de um semáforo amarelo, segundo o cronista.


3 pontos
(A) Problemas com as companhias de seguros.
(B) Acidentes de viação.
(C) Pensamentos em excesso.
(D) Despesa com outros meios de transporte.
(E) Companhia de asmáticos.

4 Indica um aspeto comum e um aspeto diferente nas pessoas que se aproximam do carro quando este para
5 pontos nos semáforos.

5 Para cada item (5.1. e 5.2.), assinala com X a opção que completa cada afirmação, de acordo com o texto.
5.1. Para o cronista, o principal problema de andar de táxi tem a ver com
3 pontos
(A) os objetos que os taxistas expõem.

(B) o cheiro a fumo que vem do tablier.

(C) o custo da viagem e os objetos expostos.

(D) o preço a pagar e o mau feitio do taxista.

5.2. A enumeração das “criaturas” que se aproximam do carro (l. 12) visa criticar o facto de
3 pontos
(A) os semáforos provocarem todo o tipo de doenças.

(B) ninguém se preocupar com as pessoas doentes.

(C) as pessoas se aproveitarem das paragens obrigatórias nos semáforos.

(D) nos semáforos se encontrarem pessoas de todas as classes.

6 O último parágrafo apresenta várias consequências dos semáforos que são fruto da imaginação do cronista.
6 pontos Apresenta três dessas consequências.
Prova-modelo 1
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Cotação

4 pontos 7 Associa cada excerto da coluna A ao recurso expressivo da coluna B. Escreve em cada quadrado da coluna A
a letra correspondente da coluna B.

COLUNA A COLUNA B

“travo ou acelero? travo ou acelero? travo ou acelero?” (ll. 2-3) (A) metáfora
(B) anáfora
“sinais de náufrago” (l. 6)
(C) repetição
“a rapaziada da heroína que não conseguiu roubar nenhum leitor
de cassetes nesse dia” (ll. 20-21) (D) enumeração

“no primeiro semáforo já não tenho trocos. No segundo não tenho (E) comparação
casaco. No terceiro não tenho sapatos” (ll. 22-23) (F) ironia

TEXTO C
Lê as estâncias 34 e 35 do Consílio dos Deuses (Os Lusíadas, Canto I) e as notas.

Estas causas moviam Citereia1, Qual8 Austro fero9 ou Bóreas10 na espessura


E mais, porque das Parcas2 claro entende De silvestre arvoredo abastecida,
3
Que há-de ser celebrada a clara Deia Rompendo os ramos vão da mata escura
Onde a gente belígera4 se estende. Com ímpeto e braveza desmedida,
Assi que, um5, pela infâmia6 que arreceia, Brama toda montanha, o som murmura,
E o outro7, pelas honras que pretende, Rompem-se as folhas, ferve a serra erguida:
Debatem, e na perfia permanecem; Tal8 andava o tumulto, levantado
A qualquer seus amigos favorecem. Entre os Deuses, no Olimpo consagrado.
Luís de Camões, Os Lusíadas, edição de A. J. da Costa Pimpão, 4.a ed., Lisboa, IC/MNE, 2000, p. 9.
Notas:
1
Citereia: um dos nomes da deusa Vénus;
2
Parcas: três divindades que controlavam o destino dos humanos;
3
Deia: clara deusa;
4
gente belígera: povo guerreiro;
5
um: refere-se a Baco;
6
infâmia: sem fama;
7
o outro: refere-se a Vénus;
8
Qual /… / Tal: correlativos (estabelecem comparação);
9
Austro fero: vento sul violento;
10
Bóreas: vento norte e nordeste.

7 pontos 8 Escreve um breve texto em que:


− apresentes a situação vivida no Olimpo;
− identifiques os dois responsáveis por essa situação, justificando a sua posição;
− estabeleças uma relação de semelhança entre o comportamento dos deuses e o das pessoas no primeiro
parágrafo do texto B.

GRUPO III

3 pontos 1 Assinala todas as palavras que têm o mesmo radical.


(A) mensal
(B) mensagem
(C) trimestralidade
(D) desmedido
(E) semestre
205

Cotação

3 pontos 2 Associa cada palavra sublinhada na coluna A à sua classe/subclasse na coluna B. Escreve em cada quadrado da
coluna A a letra correspondente da coluna B.

COLUNA A COLUNA B

Não compreendi a reação das pessoas.


Não a vi na confusão. (A) preposição

Vou a tua casa mais logo. (B) determinante artigo definido

Compreendi-a mais tarde. (C) pronome pessoal

Já percebi a posição dela.

6 pontos 3 Completa as frases com as formas dos verbos nos tempos e modos indicados entre parênteses.
a) (haver, pretérito imperfeito do indicativo) quem o considerasse culpado.
b) Entre as pessoas encontrava-se quem (ser, pretérito imperfeito do conjuntivo) prestável.
c) Todos (trazer, pretérito perfeito do indicativo) algo para ajudar.
d) Todos os dias ele nos pede que (pôr, presente do conjuntivo) as chaves na mesa.
e) Eu gostava que eles (ficar, pretérito mais-que-perfeito composto do conjuntivo) connosco.
f) Eles perguntaram se eu (chegar, pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo) cedo.

3 pontos 4 Assinala com X a opção que corresponde à função sintática comum a todas as expressões sublinhadas nas frases.
Os semáforos continuavam problemáticos.
O amarelo parecia verde à distância.
Os semáforos ficavam ao fundo da rua.

(A) Complemento direto.


(B) Complemento indireto.
(C) Predicativo do sujeito.
(D) Modificador.

3 pontos 5 Reescreve a frase, substituindo as expressões sublinhadas pela forma adequada do pronome pessoal.
Para a semana, os escuteiros venderão rifas aos condutores perto dos semáforos.

GRUPO IV
25 pontos Os problemas relacionados com a condução são vividos todos os dias por milhares de pessoas pelo mundo
inteiro.
Do teu ponto de vista, o cidadão comum tem alguma responsabilidade no que acontece ou está tudo relacio-
nado com o mau planeamento das cidades?
Escreve um texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 160 e um máximo de 260 palavras, em que
defendas o teu ponto de vista.
O teu texto deve incluir:
− a apresentação do teu ponto de vista;
− a explicitação de, pelo menos, duas razões que justifiquem o teu ponto de vista;
− uma breve conclusão.
Soluções
238

estava uma ilha verdejante com cascatas de água límpida que caiam do sangue” (l. 4) e um senhor envolvido no acidente “saiu da furgoneta a
alto de arribas gigantescas. Era este o seu monstro e eram estas as suas chamar-me Seu camelo” (ll. 4-5), “de chave-inglesa na mão” (l. 4).
águas ferventes! Tudo não passara de uma miragem e de muito medo
à mistura. GRUPO III
Naquela ilha, João foi muito bem-recebido pelos nativos e, assim 1. (A), (C), (E)
que recuperou forças, voltou para junto dos seus colegas para lhes con-
2. (B), (C), (A), (C), (B)
tar a grande aventura que tinha vivido e a descoberta que fizera graças
à sua coragem de português destemido. 3. a) Havia; b) fosse; c) trouxeram; d) ponhamos; e) tivessem ficado;
[321 palavras] f) tinha chegado

Resumo (página 195) 4. (C)


5. Para a semana, os escuteiros vender-lhas-ão perto dos semáforos.
Exercício
Os estudos em meninos-prodígio, com memória muito desenvol- GRUPO IV
vida, desencadearam polémicas como a gerada pelo livro de Lombroso, Por exemplo:
que defendia a relação entre genialidade e loucura. Esta tese foi re-
As sociedades atuais vivem grandes problemas relacionados com
jeitada por investigadores americanos que procuraram outros fatores
a condução que têm a ver sobretudo com o excesso de viaturas exis-
condicionantes da inteligência, tendo chegado ao conceito de QI. Este,
tentes nas cidades. Todavia, julgo que muitos dos problemas com
partindo do valor médio de 100, mostra uma divisão da população em
duas metades: uns com valores acima e outros com resultados abaixo. que as pessoas convivem no seu dia a dia têm a ver sobretudo com o
O QI é medido através de várias tarefas: ter acima de 130 significa ser comportamento dos condutores, que gera inúmeras complicações que
dotado e acima de 140 quase génio. Na década de 1920, vários estudos poderiam não ter lugar.
mostraram que pessoas com QI acima da média não revelam loucura, Por um lado, muito condutores têm atitudes agressivas durante a
antes uma melhor preparação para a vida. condução: conduzem com velocidade excessiva, não cedem a passa-
[114 palavras] gem a outros carros, não deixam espaços de segurança e estacionam
sem pensar nos outros condutores. Todas estas atitudes acabam por
Síntese (página 197) gerar problemas maiores na condução diária que seriam facilmente
Exercício resolvidos, ou mesmo inexistentes, se os condutores optassem por um
O autor apresenta um conjunto de conselhos a seguir em caso de comportamento mais cívico e mais simpático.
sismo. Sugere que as pessoas devem fazer poucos movimentos, pro- Por outro lado, muitos problemas relacionados com a condução ad-
curar um local seguro e proteger o corpo (sobretudo cabeça, pescoço vêm de um excesso desnecessário de viaturas de deslocação própria em
e nuca), evitando ficar no alcance de tudo o que possa cair, partir-se determinados locais. O ser humano procura o seu conforto e isso leva-o,
ou ser projetado. Deve usar-se o método “baixe-se, cubra-se e espere”. em muitas situações, a preferir deslocar-se no seu próprio carro, rejei-
Para tal, deve ir-se para debaixo de uma mesa forte, procurar um canto tando a opção dos transportes públicos pelos vários incómodos que
da casa ou ficar debaixo de um vão de porta. Deve evitar-se ficar no esta lhe pode trazer. Porém, esta atitude acaba por “entupir” determi-
meio das divisões ou ir para escadas ou locais congestionados ou pro- nadas zonas das cidades, torna o estacionamento praticamente impos-
pensos a ficarem com destroços. Deve desligar-se o gás e evitar escadas sível, para além de ser uma opção pouco amiga do ambiente.
e portas, mesmo depois de o abalo ter terminado. Em síntese, as atitudes do cidadão comum geram muitos dos pro-
[116 palavras] blemas que se vivem diariamente na condução. Fica claro que não é fácil
resolver todos os problemas, mas alguns teriam uma solução acessível
PROVAS-MODELO simples: bastaria uma mudança de atitudes.
Prova-Modelo 1 (página 200) [241 palavras]

GRUPO I Prova-Modelo 2 (página 206)


1.1. (C); 1.2. (A); 1.3. (C); 1.4. (A) GRUPO I
GRUPO II 1. 1 – (C); 2 – (A); 3 – (B); 4 – (D)
1. (C) 2.1. (B); 2.2. (B); 2.3. (A)
2.1. (B); 2.2. (D); 2.3. (B) GRUPO II
3. (A), (B), (D)
1. (B), (E)
4. O aspeto comum a todas essas pessoas é o facto de se aproxima-
2.1. (C); 2.2. (A); 2.3. (D)
rem do carro com o intuito de obterem dinheiro. A diferença entre
elas tem a ver com a forma como procuram obter esse mesmo di- 3. (A), (B), (C), (E)
nheiro: uns vendem algo, outros participam em campanhas, alguns 4. “Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado
pedem, outros organizam sorteios. o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para
5.1. (C); 5.2. (C) buscá-lo” (ll. 20-21); “a resposta calma: o livro ainda não estava em
6. Por exemplo: o cronista refere que fica nu, que fica sem o carro seu poder, que eu voltasse no dia seguinte” (ll. 27-28).
e que se transforma num assaltante. 5. O facto de ela lhe contar que tinha um livro que a narradora
7. (C), (A), (F), (D) queria muito ler como se fosse “casualmente” quando se sabe
8. Por exemplo: que ela tinha já um plano na cabeça e o facto de ela prolongar
No Olimpo, vive-se uma situação de grande nervosismo e confli- indefinidamente o empréstimo do livro como forma de assegurar
tualidade entre os deuses. Os responsáveis por estas reações são a continuidade da tortura.
Vénus e Baco, que tomaram posição relativamente à chegada dos 6. A metáfora permite caracterizar a reação da narradora face à ex-
portugueses à Índia. Vénus defende que se deve ajudar os portu- pectativa de poder vir a ter nas mãos o livro As reinações de Narizi-
gueses porque sabe que estes a celebrarão por onde passarem; nho. O recurso transmite uma alegria imensa que tirou a narradora
já Baco entende que os portugueses não deverão ser ajudados da realidade, como se ela não controlasse o próprio corpo.
porque tem receio de perder a fama que tem na Índia. Estas posi-
7. (C), (E)
ções antagónicas levaram à divisão dos deuses, que se envolveram
numa grande discussão. 8.1. A filha do dono da livraria tinha a intenção de provocar na narra-
A tendência para a violência em momentos de maior confusão dora um sofrimento intenso e prolongado. O facto de a narradora
está também ilustrada no primeiro parágrafo do texto B do Grupo II, deixar que tal acontecesse sem se revoltar só favorecia as inten-
quando, após um acidente, várias pessoas se juntam “na esperança de ções da primeira.

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