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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO - IESF

DIREITO CONSTITUCIONAL I – Prof. NILSON TAVARES

ALUNO: EDMO DO NASCIMENTO GUTERRES

ESTUDO DIRIGIDO

Tendo em vista a continuidade do processo de ensino-aprendizagem, estes dispositivos

destinam-se a garantir o exercício prático dos conteúdos abordados na disciplina Direito

Constitucional I.

Preliminarmente, destaco a relação de conteúdos programáticos que compõe esta

disciplina, a fim de orientar os estudos:

1. Introdução ao Direito Constitucional: conceituações, organização estrutural do Direito,

classificações. Constitucionalismo: conceito, contexto histórico, características.

Neoconstitucionalismo.

2. História das Constituições brasileiras: contexto sócio-histórico. Análise de elementos

jurídico-normativos peculiares a cada Constituição em diferentes períodos.

3. A Constituição Federal de 1988: aspectos gerais de elaboração, contexto histórico, a

Assembleia Nacional Constituinte. Disposição organizacional da CF/88, classificação e

características.

4. Teoria do Poder Constituinte: poder constituinte originário, poder constituinte derivado

reformador e decorrente; poder constituinte revisor. Poder difuso. Limitações ao poder

constituinte. Cláusulas Pétreas.

5. Eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais. Normas de eficácia plena, contida

ou limitada. Normas de caráter institutivo e programático.

6. Interpretação Constitucional: características, classificações, formas de interpretação

normativa. Hermenêutica constitucional.

7. Princípios Constitucionais Fundamentais: concepções introdutórias sobre os princípios,

características, classificações.

8. Dos Direitos e Garantias Fundamentais: concepções sócio-históricas, significado e

interpretação normativa.

9. Dos Direitos Sociais: concepções e características. A eficácia dos Direitos Sociais.


10. Da Nacionalidade: conceituações, características, aspectos normativos correlatos.

11. Dos Direitos Políticos: concepções e características. Do voto: requisitos, limitações e

obrigatoriedade.

12. Dos Partidos Políticos: concepções introdutórias, preceitos, garantias e vedações.

13. Da Organização do Estado: Da organização político-administrativa. Da União. Dos

Estados Federados. Dos municípios. Do Distrito Federal e dos Territórios.

Com base na análise dos conteúdos da disciplina, resolva as questões seguintes.

1. Atualmente a aplicação do preceito da dignidade da pessoa humana, conforme

previsão do inciso III, do art. 1º, da CF de 1988, tem se revelado relativamente constante

nas decisões provenientes do STF e STJ, assim como dos demais órgãos judiciários.

Sobre esse fundamento do Estado Democrático de Direito, é correto afirmar que:

a) Embora a dignidade da pessoa humana conste do rol dos direitos e garantias

fundamentais expressos na Magna Carta, foi também consagrada como princípio e

valor fundamental e, como tal, deve servir de norte ao intérprete, ao qual incumbe a

missão de assegurar-lhe a necessária força normativa;

b) A qualificação normativa da dignidade da pessoa humana como princípio fundamental

traduz a certeza de que o art. 1º, III, da Constituição contém apenas uma declaração

de conteúdo ético, na medida em que representa uma norma jurídico-positiva não

dotada, em sua plenitude, de status constitucional formal e material;

c) Pelo menos no que concerne à sua dimensão principiológica, a dignidade da pessoa

humana atua como uma espécie de mandado de otimização, ordenando a proteção e

promoção da dignidade da pessoa, a ser realizada na maior medida possível, ainda

que desconsiderando as possibilidades fáticas e jurídicas existentes;

d) A dignidade humana serve como elemento limitador dos direitos fundamentais, pois

age como justificativa para a imposição de restrição a estes, podendo também atuar

como limite aos limites desses mesmos direitos, ao exercer restrições à atividade

limitadora no âmbito dos direitos fundamentais, com o objetivo de coibir eventual abuso

que possa levar ao seu esvaziamento ou supressão;

e) Na sua atuação como limite à atuação estatal e da comunidade em geral, a dignidade

implica apenas que a pessoa não pode ser reduzida à condição de mero objeto da

ação própria e de terceiros, não provocando diretamente a adoção de medidas contra a


atuação estatal ou de terceiros que a violem ou ameacem o nascimento de direitos

fundamentais negativos.

2. À luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em matéria de direitos e

garantias fundamentais e aspectos correlatos,

a) o uso de células-tronco embrionárias, ainda que em pesquisas científicas para fins

terapêuticos, autorizadas em lei federal, viola o direito à vida, pela potencialidade de

formação de pessoa humana, cuja dignidade recebe proteção máxima constitucional.

b) é compatível com a Constituição Federal a interpretação segundo a qual a interrupção

da gravidez de feto anencéfalo viola o direito à vida, recaindo na esfera de proteção

que a legislação penal outorga a esse bem jurídico, vedando sua prática.

c) a obrigatoriedade de aceitação de transferência de alunos entre universidades, ainda

que instituída por lei e observada a identidade de natureza jurídica das instituições de

ensino superior envolvidas, é incompatível com a Constituição, segundo a qual o

acesso aos níveis mais elevados do ensino é assegurado segundo a capacidade de

cada um.

d) admitem-se limitações ao livre exercício de atividade econômica, ainda que sob a

forma de cobrança indireta de tributos, desde que estabelecidas por lei e com vistas à

tutela de outros princípios constitucionais da ordem econômica, como a livre

concorrência e a redução das desigualdades regionais e sociais.

e) admitem-se limitações por lei ao livre exercício das profissões, sendo consideradas

legítimas quando o inadequado exercício de determinada atividade possa vir a causar

danos a terceiros e desde que obedeçam a critérios de adequação e razoabilidade.

3. Leia o trecho a seguir.

“Os direitos fundamentais assumem posição de definitivo realce na sociedade quando se

inverte a tradicional relação entre Estado e indivíduo e se reconhece que o indivíduo tem,

primeiro, direitos, e, depois, deveres perante o Estado, e que os direitos que o Estado tem

em relação ao indivíduo se ordenam ao objetivo de melhor cuidar das necessidades dos

cidadãos.” MENDES E BRANCO. In: Curso de Direito Constitucional.

Partindo da concepção de direitos fundamentais trazida no trecho anterior,

é incorreto afirmar:

a) A sedimentação dos direitos fundamentais como normas obrigatórias é resultado de


maturação histórica, o que também permite compreender que os direitos fundamentais

não sejam sempre os mesmos em todas as épocas, não correspondendo, além disso,

invariavelmente, na sua formulação, a imperativos de coerência lógica.

b) O conteúdo concreto e a significação dos direitos fundamentais para um Estado

dependem de numerosos fatores extrajurídicos, especialmente das peculiaridades, da

cultura e da história dos povos.

c) Direitos fundamentais são absolutos, no sentido de se situarem no patamar máximo de

hierarquia jurídica e de não tolerarem restrição, gozando de prioridade absoluta sobre

qualquer interesse coletivo.

d) A locução direitos fundamentais é reservada aos direitos relacionados com posições

básicas das pessoas, inscritos em diplomas normativos de cada Estado, vigentes numa

ordem jurídica concreta, sendo, por isso, assegurados na medida em que cada Estado

os consagra.

4. Acerca dos princípios da legalidade e da anterioridade insculpidos no art. 1° do Código

Penal e no art. 5°, XXXIX, da Constituição Federal, analise as alternativas a seguir e

assinale a correta.

a) Uma das funções do princípio da legalidade é permitir a criação de crimes e penas

pelos usos e costumes.

b) No Brasil, em um primeiro momento, a União Federal pode legislar sobre matéria

penal. No entanto, de forma indireta e urgente, leis estaduais podem impor regras e

sanções de natureza criminal.

c) A lei penal incriminadora somente pode ser aplicada a um fato concreto desde que

tenha tido origem antes da prática da conduta. Em situações temporárias e

excepcionais, no entanto, admite-se a mitigação do princípio da anterioridade.

d) Desdobramento do princípio da legalidade é o da taxatividade, que impede a edição de

tipos penais genéricos e indeterminados.

e) O princípio da legalidade afasta a aplicação da interpretação extensiva, mas permite a

aplicação da analogia de forma ampla e irrestrita.

5. No que diz respeito às disposições da Constituição Federal de 1988 sobre os

chamados "remédios constitucionais", analise as afirmativas abaixo.

I. Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de


sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso

de poder.

II. A Constituição Federal trata do mandado de segurança individual, mas não do

mandado de segurança coletivo.

III. Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora

torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas

inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Assinale a alternativa correta.

a) As afirmativas I, II e III estão corretas

b) Apenas as afirmativas I e II estão corretas

c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas

d) Apenas as afirmativas I e III estão corretas

6. A Constituição Federal, no que diz respeito aos direitos sociais, determina que, aos

trabalhadores urbanos e rurais, é assegurado(a)

a) a proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os

profissionais respectivos.

b) a licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 180

(cento e oitenta) dias.

c) o repouso semanal remunerado, obrigatoriamente aos domingos.

d) a jornada de 08 (oito) horas, como regra geral, para o trabalho realizado em turnos

ininterruptos de revezamento.

e) o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo, no mínimo, de 45 (quarenta e

cinco) dias, nos termos da lei.

7. Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta. O art. 1º da Constituição

Federal estabelece que a República Federativa do Brasil compõe-se de Estado

democrático de direito. O artigo dispõe que todo poder emana do povo, que o exerce por

meio de representantes eleitos ou diretamente. São poderes da União o legislativo,

executivo e judiciário, assim:

I. Ao poder Judiciário cabe julgar conflitos que surgem frente as Leis elaboradas pelo

Legislativo.

II. O poder legislativo regula as relações dos indivíduos entre si e com o próprio Estado,
mediante a elaboração de leis

III. São órgãos do Poder Legislativo o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de

Justiça, os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais, os Tribunais e Juízes do

Trabalho, os Tribunais e Juízes Eleitorais, os Tribunais e Juízes Militares e os Tribunais e

Juízes dos Estados e do Distrito Federal

IV. O poder executivo governa o povo e administra os interesses públicos cumprindo as

ordenações legais e a Constituição

V. Poder Executivo aplica as leis a casos concretos, para assegurar a soberania da justiça

e a realização dos direitos individuais nas relações sociais

Assinale a alternativa correta

a) Todos os itens estão corretos

b) Estão corretos os itens I, II e IV

c) Estão corretos os itens III e IV

d) Estão corretos os itens I, III e V

8. Considere que o rio Alfa tenha sua nascente no estado da Bahia, a maior parte de seu

percurso sobre o estado de Minas Gerais e, ainda, deságue em outro rio maior com

nascente no estado do Espírito Santo. Na hipótese narrada, considerando o que dispõe a

Constituição Federal quanto aos bens públicos, o rio Alfa é considerado bem:

a) Da União.

b) Do estado da Bahia.

c) Do estado de Minas Gerais.

d) Do estado do Espírito Santo.

9. De maneira resumida, discorra caracterizando normas constitucionais de eficácia plena,

contida e limitada.

10. De maneira resumida, discorra conceituando os poderes constituintes originário e

derivado.

RESPOSTAS:
1° D
2° D
3 C
4° D
5° D
6° A
7° B
8° A
9° A eficácia das normas constitucionais se distinguem em plena, contida e limitada as quais
são respectivamente:

Plena: são aquelas em que sua aplicabilidade desde a sua criação sendo estas de efeito
imediato, direto e integral.

Contida: São aquelas que possuem aplicabilidade imediata, direta, mas não integral, uma
vez que podem ter o seu alcance reduzido por atos do Poder Público supervenientes,
sendo assim, no caso das normas constitucionais de eficácia contida, o legislador
constituinte regulou suficientemente a matéria versada, mas possibilitou a atuação
restritiva posterior por parte do Poder Público, estas são também, autoaplicáveis. Parcela
da doutrina as classificam em normas constitucionais de eficácia redutível ou restringível.

Limitadas: possuem aplicabilidade indireta, uma vez que dependem da emissão de uma

normatividade futura. sendo qualificadas como normas não autoaplicáveis. A utilização

de certas expressões como “a lei regulará”, “a lei disporá”, ou “na forma da lei” indicam

que a vontade do constituinte precisa ser complementada. Estas por sua vez se

subdividem em: Normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de

princípios institutivos (ou organizatórios, ou organizativos): são aquelas que

dependem de lei posterior para dar corpo a institutos jurídicos e aos órgãos ou

entidades do Estado previstos na Constituição.

b) Normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de princípios

programáticos (ou apenas normas programáticas): são as que estabelecem

programas, metas, objetivos a serem desenvolvidos pelo Estado, típicas das

Constituições dirigentes. Impõe um objetivo de resultado ao Estado – não diz como o

Estado deverá agir, mas o fim a ser atingido. Como exemplos, os artigos 3º e 7º, IV.

10° poder constituinte originário é gerado a partir da elaboração de uma nova

constituição, a qual substitui a anterior, está por ser originária possui as seguintes

características: poder inicial, ilimitado, autônomo, incondicionada e permanente.

Poder inicial, pois por meio dele instaura-se uma nova ordem constitucional; ilimitado,

tendo em vista que este não sofre limitação de nenhum outro poder anterior;
autônomo, pois somente a tal poder cabe a estruturação de uma nova Constituição;

e incondicionado e permanente, ou seja, o poder constituinte originário não se submete

a nenhum processo preestabelecido para sua elaboração.

Quanto a sua falta de limitação existe duas vertentes sendo essas o jusnaturalismo e o

positivismo onde o jusnaturalismo defende que o poder originário não é totalmente

ilimitado, devendo se pautar na elaboração de uma nova constituinte nas normas de

direito natural; e o positivismo defende que o poder originário é totalmente ilimitado,

não havendo a necessidade desse se submeter qualquer direito existente.

Poder constituinte derivado é aquele realizado para realizar a revisão e verificar o

texto constitucional. Essa modalidade é definida no art. 3 ADCT (atos constitucionais

transitórios), que prevê a necessidade de o Congresso Nacional realizar o "controle

constitucional" cinco anos após o anúncio da Constituição Federal.

 poder constituinte derivado decorrente acredita que cada estado membro

deve criar sua própria constituição sem violar a constituição federal, o que

levou à criação de constituições estaduais

 poder constituinte derivado reformador responsável pela extensão ou


modificação do texto constitucional, tais atividades são desenvolvidas através
dos chamados emendas constitucionais. No entanto, essa forma de poder
constitutivo está sujeita a certas restrições em seu procedimento e deve atender
a certos requisitos de legalidade: Iniciativa; Deliberação; e Promulgação.

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