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As Relações de Produção na

Agricultura sob o Capitalismo

Elmer de Matos
• As relações de produção são na essência
relações estabelecidas entre os homens no
processo de produção social.

• As relações de produção devem ser


entendidas como o conjunto das relações que
se estabelecem entre os homens em uma
sociedade, no processo de produção das
condições materiais de sua existência.
As relações capitalistas de produção
• As relações capitalistas de produção são relações
baseadas no processo de separação dos
trabalhadores dos meios de produção, ou seja, os
trabalhadores devem aparecer no mercado como
trabalhadores livres de toda a propriedade,
excepto da sua própria força de trabalho.
• A relação social capitalista é uma relação
baseada na liberdade e na igualdade, pois
somente pessoas livres e iguais podem celebrar
um contracto.
As relações capitalistas de produção
• Dessa forma, o capitalista compra a força de
trabalho que se transforma numa mercadoria
especial, pois é a única capaz de criar outras
mercadorias, ou seja, a única que cria mais
valor do que aquele que ela própria contém.
• Sendo assim, a força de trabalho torna-se
propriedade económica do capitalismo, algo
que pertence ao capital e não ao trabalho.
As relações capitalistas de produção
• Como o capitalista precisa do trabalhador,
então ele lhe paga um salário, o suficiente
para lhe permitir a sua reprodução e continuar
a trabalhar para o capitalista.

• Logo, o salário não é produto de um acordo


individual, mas sim social, e a sua medição é
dada pela taxa de lucro média do capitalista
em geral.
As relações capitalistas de produção
• Partiu-se de uma relação jurídica que era
igual, para uma em que no plano económico
há uma relação de desigualdade.

• Esse processo cria a alienação do trabalho e


do trabalhador, ou seja, o trabalhador vê-se
dependente do capital.
As relações capitalistas de produção
• Um cidadão só é capitalista e o seu dinheiro
capital quando o coloca no processo
produtivo (comprando meios de produção e
força de trabalho) para reproduzir, de forma
ampliada, esse capital.

• O dinheiro, fora do processo produtivo


capitalista, não é capital e portanto não pode
auferir lucro. Por vezes, o trabalhador pode
acumular dinheiro e não capital.
• Como isso se processaria no campo e na
agricultura?
Relações não-capitalistas de produção
• Era suposto que com a entrada do capitalismo
o camponês desaparecesse, mas assim não
aconteceu, passou a ser livre da servidão, mas
produtor de mercadorias, sendo parte do
capitalismo, mas nem por isso assalariado.

• O principal objectivo da produção camponesa


é a sobrevivência e não o lucro médio.
Relações não-capitalistas de produção
• A produção agrícola capitalista parte do
dinheiro para produzir mercadoria que lhe
providenciará dinheiro.

• Já na produção camponesa faz a conversão da


mercadoria em dinheiro para depois obter a
mercadoria.
Relações não-capitalistas de produção
• Os 9 elementos estruturais da produção camponesa são:
• 1. A força de trabalho familiar (é um trabalho
verdadeiramente colectivo);
• 2. Ajuda mútua entre os camponeses;
• 3. A parceria;
• 4. O trabalho acessório;
• 5. A jornada de trabalho assalariada (utilizado em
momentos críticos);
• 6. A socialização do camponês (iniciação do processo
ainda muito cedo);
• 7. A propriedade da terra;
• 8. Propriedade dos meios de produção
• 9. Jornada de trabalho (não há rigidez no horário de
trabalho)
Relações não-capitalistas de produção
• Componentes fundamentais no processo de
reprodução da produção camponesa
• A reposição, a cada ciclo, dos meios de produção
e a força de trabalho para a sua reprodução;
• Reproduzir-se, a partir da acumulação de
dinheiro, a possibilidade de seus filhos se
reproduzirem;
• A recriação do camponês-proprietário devido a
compra de terra;
• O Estado, em projectos de reforma agrária, acaba
fixando preços mínimos agrícolas;
• A formação das cooperativas no campo.

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