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Sd jurisadvogando – Sandra Mara Dobjenski

DIREITO PROCESSUAL PENAL – JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA

*Jurisdição – ação do Poder judiciário – como se fosse o todo – é uma


*Competência – estabelecer regras de delimitação de competência
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:
I - o lugar da infração:
II - o domicílio ou residência do réu;
III - a natureza da infração;
IV - a distribuição;
V - a conexão ou continência;
VI - a prevenção;
VII - a prerrogativa de função.

Criminal.
1. Substitutividade – foi praticado um furto – a vítima não pode resolver a
situação com o autor do fato – o poder/dever é do Estado, sendo esse que
exerce um poder de punição, exerce uma pretensão punitiva sobre o autor –
vítima não pode exercer uma autotutela para resolver a situação com o autor
do delito - o Estado (jurisdição) substitui as vontades.
2. Inércia – Poder judiciário é inerte – necessita ser provocado – se ocorreu um
furto que de regra é uma ação penal pública condicionada – o judiciário só vai
atuar se o MP oferecer a denúncia.
3. Existência de lide – Lide = conflito de interesses qualificados por uma
pretensão resistida – pretensão punitiva do Estado em cima de um sujeito.
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4. Atuação do Direito – adoção do CP do CPP, legislação extravagante tudo


para verificar o que é infração penal – objetivo da jurisdição aplicar as normas
que já existem.
5. Imutabilidade – âmbito penal – exceção desconstituição punitiva pelo instituto
da revisão criminal (Art. 621 CPP) na jurisdição civil = ação recisória.

1. Juiz natural – previsto na CR/88 – se possui regras pré definidas para saber
qual juízo vai atuar em determinado caso – não basta ser um juiz natural, o
juiz tem que ser imparcial (Art. 252 e 254 CPP – causas de suspeição e
impedimento do juiz)
2. Indeclinabilidade – o juiz não pode abster-se de julgar o caso recebido.
3. Unidade – a jurisdição é uma, entretanto possui divisões que delimitam a
competência para o processamento do caso.
4. Investidura – magistrado com concurso de provas e títulos (previsão CR/88) –
o juiz deve estar investido na forma da CR/88.
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Sem o devido processo legal (CR/88).


1. Inevitabilidade – o juiz pela própria vontade ou por vontade das partes não
pode deixar de julgar determinado caso – as partes não podem dar causa
propositalmente para que determinado juiz não atue no processo.
2. Improrrogabilidade – as partes não podem retirar o juiz do julgamento, deve
existir uma causa legal, deve estar presente uma causa de suspeição, uma
causa de impedimento – algo formal para retirar o juízo do conhecimento e
processamento de determinada causa.
3. Indegabilidade – juiz não pode delegar sua função a outrem.

Em razão do lugar , critério de competência relativa.


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*FORO DE PRERROGATIVA DE FUNÇÃO - competência absoluta em razão da


pessoa – Juiz que atua em primeira instância- senador que atua no STF – esse juiz
processa e julga o senador – o processo não é válido mas sim é nulo = nulidade
absoluta, pois o senador deveria ter sido julgado no fôro por prerrogativa de função –
critério inicial para determinação da competência.
*COMPETÊNCIA ABSOLUTA EM FUNÇÃO DA PESSOA – fôro de prerrogativa de
função
*COMPETÊNCIA ABSOLUTA EM RAZÃO DA MATÉRIA – a justiça especializada
poderá julgar.
*COMPETÊNCIA RELATIVA EM RAZÃO DO LUGAR DA INFRAÇÃO = competência
territorial.
*Se João pratica delito contra pessoa popular, sem fôro de prerrogativa de função –
competência Justiça Estadual.

Competência.
1. Critério em razão da pessoa – razão absoluta – fixação da competência em
razão funcional
2. Critérios em razão da matéria – eleitoral, militar, etc. justiça especializada –
OBS.: NÃO EXISTE MATÉRIA PENAL EM JUSTIÇA TRABALHISTA – fica na
justiça comum federal. Competência absoluta.
3. Critérios em razão do lugar – competência relativa – pode se perpetuar, se
prorrogar – Art. 70 CPP - A competência será, de regra, determinada pelo
lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em
que for praticado o último ato de execução.
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*Conexão ou continência – hipóteses de modificação da competência.


1. Prevenção – juiz da 2ª vara já tinha expedido um mandato de busca e apreensão
- juiz da 5ª vara criminal já tinha determinado uma interceptação telefônica – já
ocorreu atuação no caso – se antecedeu no caso – quando se tornar um processo
vai necessariamente para este juiz.
2. Normas de organização judiciária – o próprio tribunal pode atribuir normas de
organização ao tribunal.
3. Distribuição – mais de uma vara com igual competência – ocorre um sorteio pela
distribuição do caso.
4. Conexão ou continência – hipóteses que modificam a competência.
Ex.: João praticou um roubo em Brasília – roubo a veículo – saiu no carro foi para o
Estado de Goiás e praticou um outro delito de roubo – existem delitos conexos –
existe a conexão de um roubo em Brasília e um roubo em Goiás - se é mais fácil se
colher as provas em um juízo só – se escolhe peças regras de fixação de conexão e
continência se a colheita será em Brasília ou em Goiás – um desses será
modificado, pois o correto pela competência de lugar se o roubo se consumou em
Brasília é Brasília quem julga, se o roubo se consumou em Goiás é Goiás quem
julga – supostamente havendo uma conexão probatória um dos delitos será julgado
no outro juízo – supondo que o roubo em Brasília foi mais grave permanece o
julgamento nesta localidade, pois a infração foi mais grave (modificação da
competência).
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Justiça especializada – processo em razão da matéria


*Justiça Comum Federal delimitada pelo Art. 109 CR/88 + jurisprudência
*Justiça Residual = Justiça comum dos Estados
*Art. 102 e 105 da CR/88
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Interpretação do Art. 53 parágrafo 1º da CR/88


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*Prejuízo ao STF – cuja principal função é a guarda da Constituição Federal. (função


precípua)
-Julgar direto no STF prejudica o duplo grau de jurisdição, visto que neste caso não
se teria um órgão superior para fazer a reanalize.

Antes dessa interpretação restritiva, qualquer que fosse o crime praticado por um
Senador, por exemplo, que possui fôro privilegiado, ia para o STF tendo ou não
haver com a função dele – delito tem que ter correlação com a função pública para
que ocorra o julgamento pelo STF, caso contrário é o juiz de primeira instância que
precede o processo e o julgamento.
*O fôro por prerrogativa de função somente se aplicara se o crime for praticado
durante o exercício da função e tiver relação com o exercício da função.
*SITUAÇÃO ATUAL
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*Marco temporal fixado = publicação do despacho de abertura para o oferecimento


das alegações finais – após a publicação do despacho de intimação pode ocorrer o
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que for o processo permanece no STF – de preferência o juiz que instrui tem que
julgar.

*SE APLICA TAMBÉM PARA OUTRAS AUTORIDADES

Pela primeira instância?


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*CR/88 que deve trazer o fôro por prerrogativa de função


*Constituição Estadual pode prever fôro de prerrogativa de função? Princípio da
simetria – a autoridade somente vai poder ter fôro na Constituição estadual se
houver simetria com autoridades da Constituição Federal.

Vice-governador por simetria da Constituição Estadual com a Federal pode ser


julgado pelo TJ. Assim como secretários de Estados previstos no STF em simetria
com a Constituição Estadual podem ser julgados pelo TJ.
Delegados de Polícia do Estado, procurador da assembleia legislativa, defensor
público – não existe referência a ser buscada na CR/88 – ferindo o princípio da
simetria se fosse estabelecido fôro para essas autoridades.
*Autoridade somente será julgada no que determinar o fôro – se a infração praticada
tiver com relações as funções e for praticado no exercício do cargo – aliada ao
marco temporal que privilegia a atuação do juiz a partir da publicação do despacho
para a publicação de oferecimento das alegações finais – firmou em definitivo a
competência do STF (processo permanece no STF independentemente da perca do
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cargo, renuncie ou qualquer outro motivo que antes determinaria a mudança da


competência).
Exceção – STJ optou por manter no próprio STJ a competência, mesmo que o crime
não tivesse relação com as funções – desembargador de justiça estadual que
praticou delitos contra a esposa dele – Lei Maria da Penha – delito praticado durante
o exercício das suas funções, mas não tinha nada haver com a sua função – delito
que não cumpre os requisitos interpretativos do STF – entendeu o STJ que poderia
gerar uma parcialidade do juiz de 1ª instância.

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA


*Justiça especializada e justiça comum – em matéria penal a justiça especializada
está dividida em eleitoral e militar – justiça trabalhista não possui competência penal.
Na justiça comum tem-se a justiça federal (Art.109 CR/88) e a justiça comum
estadual (é a residual- o que sobrou – ferindo patrimônio, bem ou interesse da
União, suas empresas públicas e autarquias – se sim justiça comum federal, se não
justiça comum estadual) – em caso de assalto – duas pessoas com emprego de
arma levaram a bolsa – patrimônio do sujeito subtraído = justiça residual.
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Ex.: Delito A (eleitoral) – justiça eleitoral X delito B (que não é crime eleitoral) – outra
competência – se for o caso de conexão o crime A puxa o crime B – ambos na
justiça eleitoral.

*Juízes eleitorais em 1ª instância (Art.35,II CE) – Exceção crimes dolosos contra a


vida não são conexos a justiça militar – homicídio X crime eleitoral – existe cisão
(separação) – crime eleitoral X e homicídio – a justiça eleitoral não atrai o homicídio
– crime eleitoral permanece na justiça eleitoral e o homicídio fica no tribunal do
júri.Porque o Tribunal do júri é uma instituição que esta prevista na CR/88.
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*Militar da União (forças armadas) X Militar estadual (policiais militares, bombeiros


militares)
*Na esfera estadual – crime que fere patrimônio da justiça militar dos Estados – 1º
grau = auditorias e 2º grau = tribunal de justiça estadual

Redação Original Redação dada pela Lei 13491/2017


Art. 9º Consideram-se crimes militares, Art. 9º Consideram-se crimes militares,
em tempo de paz: em tempo de paz:
II – os crimes previstos beste Código, II – os crimes previstos beste Código e
embora também o sejam com igual os previstos na legislação penal, quando
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definição na lei penal comum quando praticados: (CPM + crime em face da


praticados: (Crimes previstos no CPM) legislação extravagante) – deve estar
em detrimento da justiça militar.

Art. 109 CR/88. Aos juízes federais compete processar e julgar:


I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de
falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou
pessoa domiciliada ou residente no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou
organismo internacional;
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IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens,


serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar
e da Justiça Eleitoral; (competência para julgamento das contravenções penais
juizado especial criminal estadual) (Lei 9099) (Art. 60 da lei - Art. 60. O Juizado
Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência
para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor
potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Redação dada
pela Lei nº 11.313, de 2006)
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do
júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão
os institutos da transação penal e da composição dos danos civis. (Incluído pela Lei
nº 11.313, de 2006)
*Competência do juizado – crimes de menor potencial ofensivo – competência
absoluta.
*Contravenção com a justiça penal federal ocorre a cisão devendo esta ficar no
juizado penal estadual.
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a
execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou
reciprocamente; (delitos transnacionais/internacional) (tráfico de drogas local –
João vende drogas no centro de Brasília – competência justiça estadual) (tráfico
interestadual – envolve mais de um Estado da federação – João transporta e vende
drogas entre os Estados do DF, Goiás e MG – competência da justiça estadual –
somente será competência da justiça federal, quando João praticar ou tiver a
intenção de praticar para fora do país)
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Art. 239 – STF ponderou que o julgamento deve ocorrer na Justiça federal.
V- A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei,


contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; (legislação
extravagante de crimes financeiros – CR diz que todos os crimes referentes a
essa lei serão julgados pela Justiça Federal) (CP – crime de redução análoga a
condição de escravo – competência da Justiça federal – crimes contra a
organização do trabalho)
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a
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outra jurisdição; (análise da autoridade coatora – quem analisa o HC ou o


mandado de segurança ou habeas data será a justiça federal)
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal,
excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência
da Justiça Militar;

*Tem que se analisar a capacidade dessa embarcação ou aeronave de realizar


viagens internacionais.

*embarcações pequenas que não tem capacidade de velejar em âmbito nacional –


competência justiça estadual.
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de
carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação,
as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à
naturalização;
*Questões que se referem a teor diplomático, reconhecimento de nacionalidade,
perda de naturalização – justiça federal – relação de mais de um país.
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XI - a disputa sobre direitos indígenas.

*Direito pode ser coletivo (competência federal) ou individual (competência


estadual).
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*Usar falsamente uma CNH – o que importa é onde este documento foi apresentado
– Ex.: apresentação no correio – justiça federal, apresentado para pessoa jurídica
particular – competência justiça estadual.
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde
tiver domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária
em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu
origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos
segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência
social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e,
se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também
processadas e julgadas pela justiça estadual.
(Revogado)
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que
forem parte instituição de previdência social e segurado possam ser processadas e
julgadas na justiça estadual quando a comarca do domicílio do segurado não for
sede de vara federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o
Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da
República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes
de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá
suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou
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processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
*Justiça federal atrai todos os crimes para ela – João praticou um crime na agência
dos correios – ele foi assaltar a agência dos correios – quando ele estava saindo das
agências dos correios ele foi perseguido pela policia militar local – trocando tiros
com a polícia militar local e praticou um delito de tentativa de homicídio em face dos
policiais – sendo preso por dois crimes – roubo praticado contra a agência dos
correios e uma tentativa de homicídio praticado contra policiais militares estaduais –
assalto deve ser processado e julgado na justiça federal (crime em detrimento de
empresa pública=correios=Art. 109, I CR/88) – o homicídio foi em face a policial
militar estadual ( a justiça federal atrai todos esses crimes em razão da conexão
consequencial – súmula 122)
*JUSTIÇA ESTADUAL = é uma justiça de competência residual/remanescente
*COMPETÊNCIA TERRITORIAL = LOCAL DA INFRAÇÃO
1. Teoria da atividade = prática do roubo
2. Teoria do resultado = consumação do delito ou último lugar da tentativa
3. Teoria da Ubiquidade = teoria da atividade + teoria do resultado
*SE ADOTA A TEORIA DO RESULTADO – Art. 70 – lugar em que se consumou
a infração ou o último lugar da tentativa – REGRA.
*EXCEÇÕES: DOUTRINA E NA LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
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*CRIME PLURILOCAL – DUAS CIDADES NO MESMO ESTADO – A E B – JOÃO


NÃO GOSTAVA DO PEDRO E ATIROU VÁRIAS VEZES CONTRA PEDRO NA
CIDADE A, NESTA CIDADE NÃO TEM HOSPITAL, QUEM PRESTOU SOCORRO
A PEDRO O LEVOU PARA A CIDADE B, PARA SER ATENDIDO NO HOSPITAL
DE LÁ, PEDRO VEIO A FALECER – ATOS DO HOMICÍDIO FORAM
PRATICADOS NA CIDADE A E O HOMICÍDIO SE CONSUMOU NA CIDADE B –
JURISPRUDÊNCIA DO STJ DECIDIU QUE QUANDO SE TEM CRIME
PLURILOCAL (PRÁTICA E CONSUMAÇÃO EM CIDADES DIFERENTES) A
COMPETÊNCIA PODE SER DE UMA OU DE OUTRA.
*JECRIM - competência da ação ou da omissão – teoria da atividade –
procedimento sumaríssimo. Local onde foi pratica a ação ou omissão – Art. 63
adota de forma expressa a teoria da atividade - Art. 63. A competência do
Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.

Art. 70, § 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar


fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no
Brasil, o último ato de execução. (João queria executar para matar a pessoa no
Brasil, mas a infração somente se consumou fora do país – competência local do
último ato praticado no Brasil – justiça federal - TRF)
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Art. 70, § 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território
nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente,
tenha produzido ou devia produzir seu resultado. (crime praticado fora do Brasil, mas
a vítima veio para cá – competência para processar e julgar será o local do
cometimento do fato)
Art. 70, § 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou
quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas
de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.(não se sabe
aonde o fato foi praticado – competência firmada pela prevenção – crime cometido
dentro de uma fazenda que possui limites entre dois municípios e o fato ocorreu no
limite dos municípios A e B – território incerto – nesse caso a competência é do juiz
que atuar primeiro – juiz prevento)
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território
de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. (Vários
furtos cometidos em continuidade delitiva – João cometeu um furto em Brasília,
amanhã ou depois com o mesmo modo operandi praticou um furto em samambaia,
depois um furto em Taguatinga, mesmo modo de execução, tempo, etc.
competência do juiz que atuar primeiro)
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*Praticado um delito de tentativa de homicídio ou lesão corporal grave, mas não se


conseguiu descobrir o local onde o delito se consumou ou que foi o último local da
tentativa – não se conseguiu descobri na investigação – não se consegue aplicar um
critério específico (Art.70) aplica-se uma regra supletiva, subsidiária (Art.72) –
quando não for conhecido o local da infração a competência será o domicílio do réu.

*Regra adoção do Art. 70 teoria do resultado


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*AÇÃO PENAL PRIVADA - Queixa crime oferecida – delito de injúria - pelo


querelante (vítima) (polo ativo) contra o querelado (autor do fato) – pode escolher o
local onde foi praticada a ação ou o domicílio do réu.

*PESSOA - ABSOLUTA
*MATÉRIA - ABSOLUTA
*LUGAR DA INFRAÇÃO – RELATIVA
*Delito de roubo praticado no centro de Brasília – Joana foi a vítima desse delito –
análise de quem praticou a ação – João que não possuía prerrogativa de foro de
função – não existe regra absoluta de prerrogativa de pessoa que possa ser
observada nessa hipótese – na questão material – o fato do cometimento do roubo
no centro de Brasília contra um particular – não é competência da justiça eleitoral,
não é competência da justiça militar, não é competência da justiça federal – não
entra no Art. 109 CR/88 porque o patrimônio lesado não tem nada haver com União
entidade autárquica ou empresa pública, mas sim um patrimônio público que foi
lesado – competência justiça comum estadual que é a residual. Em relação a
competência em razão do lugar – delito de roubo se consumou no centro de Brasília,
o que significa que é primeira instância (justiça comum estadual) + uma das varas
criminais de Brasília – os três critérios não são capazes de estabelecer de forma
específica um juízo competente – no fôro de Brasília existem 08 varas criminais –
não se consegue chegar a um resultado único – parte-se para os critérios
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secundários para se determinar a competência – regra distribuição do fôro que


realiza um sorteio das varas criminais.

Art. 76. A competência será determinada pela conexão: (Conexão e suas


espécies)
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo
tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora
diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as
outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias
elementares influir na prova de outra infração.
*Duas ou mais infrações em que há uma necessidade de que elas sejam avaliadas
de forma conjunta – João juntamente com Pedro estavam no centro de Ceilândia e
assaltaram uma vítima – roubando um carro da vítima – delito foi realizado em
concurso de agentes (João e Pedro) e emprego de armas – os autores foram para
Águas Lindas de Goiás e resolveram praticar novo roubo – em uma parada de
ônibus fizeram um arrastão e fugiram – nessa fuga foram localizados pelos policiais
do Estado de Goiás e foi realizada a prisão deles – tecnicamente se falar em
processo e julgamento – o delito de Ceilândia foi praticado e consumado em
Ceilândia, pela regra territorial do Art. 70 quem deveria processar e julgar o delito
seria o juiz de Ceilândia e o delito de Águas lindas teria como competente o juiz
dessa região – mas o fato foi praticado em conexão probatória que permite o
julgamento de uma forma conjunta. Existência de duas ou mais infrações.
*Continência – uma infração praticada por mais de um agente – pelo concurso
de agentes esses devem ser julgados juntos.
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Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: (continência)


I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53,
segunda parte, e 54 do Código Penal.
*João e José são coautores em um delito de roubo – crime único

Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão


observadas as seguintes regras: (Redação dada pela Lei nº 263, de
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23.2.1948) (determina como se estabelece o fôro de competência em casos de


conexão e continência) (junção)
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum,
prevalecerá a competência do júri; (Redação dada pela Lei nº 263, de
23.2.1948)
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada
pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais
grave; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se
as respectivas penas forem de igual gravidade; (Redação dada pela Lei nº
263, de 23.2.1948)
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos;
(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior
graduação; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

*Crime do tribunal do júri conexo com crime da justiça comum = segue tudo para o
tribunal do júri.
Ex.: Homicídio (tribunal do júri) + ocultação de cadáver (justiça comum) – ocorreu
uma conexão segue tudo para o tribunal do júri.
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*Concurso entre jurisdições de mesma categoria – Vara criminal de Ceilândia + Vara


criminal de Águas Lindas

Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e


julgamento, salvo:

I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;

II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.

§ 1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a


algum co-réu, sobrevier o caso previsto no art. 152.

§ 2o A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver co-réu


foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.

*Casos que mesmo havendo conexão ou continência ficaram separados – A (delito


de jurisdição comum) X B (delito de jurisdição militar) – ocorrerá uma distinção.
*João maior de idade praticou um roubo com Pedro (com 16 anos) – com emprego
de arma de fogo – é imputado para João um roubo em concurso de agentes com
emprego de arma de fogo + crime de corrupção de menores – delito do João julgado
na vara criminal – o crime de João e Pedro não pode ser juntado pois a Vara da
Infância e Juventude tem competência própria para julgar o ato de Pedro –
separação obrigatória em razão do critério biopsicológico referente a idade.
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Crime A (elementos) que já foi denunciado e sentenciado depois que se conseguiu


elementos suficientes do crime B – não existe mais a possibilidade de junção.

Presidente do Tribunal do Júri, aplicando no que couber o disposto no parágrafo 1º


deste artigo.
*Tribunal do júri existe uma primeira fase (oferecimento da denúncia,
processamento, quatro possibilidades de decisão final (pronúncia, desclassificação,
impronúncia e a absolvição sumária) (se ocorrer a pronúncia o acusado é levado
para a segunda fase) + segunda fase (plenário)
*Desclassificação – MP foi e ofereceu a denúncia por homicídio tentado o processo
tramitou até chegar ao Tribunal do Júri onde o juiz concluiu que não existia indícios
de homicídio tentado, mas sim de lesão corporal – o processo não permanece no
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Tribunal do Júri – reconhecida a desclassificação na primeira fase do júri – os autos


são remetidos ao juiz competente – diferente se a desclassificação ocorrer na
segunda fase do júri – terminou a primeira fase o juiz pronunciou pelo homicídio na
forma tentada, foi para a fase de plenário, no conselho de sentença os sete jurados
decidiram que não era homicídio doloso na forma tentada – não se pode remeter os
autos para a Vara competente – o próprio juiz presidente do Tribunal do Júri que vai
proferir a sentença – competência se perpetua para o próprio juiz presidente.

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