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Coletando a história do cliente: um guia ACT

Baseado em: Harris, R. (2009). ACT Made Simple. Oakland: New Harbinger Publications.

1. A queixa apresentada

a. Qual é a conceitualização do seu cliente sobre (1) o problema principal e (2) como esse
se desenvolveu?
b. De acordo com o seu cliente, como a queixa apresentada interfere com a vida dele? O
que o impede de fazer ou ser?
c. Questões para identificar pensamentos e sentimentos problemáticos:
Quais são os sentimentos ou emoções mais difíceis que estão associados a esse
problema?
Quando sua mente o faz pensar demais sobre tal problema, quais são as coisas mais
assustadoras, mais desagradáveis ou as mais dolorosas que sua mente lhe diz?
Alguma vez você já se viu vivendo em função desse problema ou se preocupando com
ele o tempo todo? Se eu pudesse escutar o que se passa dentro de sua mente nesses
momentos, o que eu escutaria?
A sua mente o espizinha por ter esse problema? Se sim, quais são os julgamentos mais
desagradáveis que a sua mente faz sobre você?
d. Questões para identificar ações disfuncionais:
O que acontece quando você se depara com todos esses pensamentos e sentimentos
dolorosos? Como você age diferentemente nesses momentos – como o seu
comportamento muda?
Se eu estivesse lhe assistindo através de uma câmera quando você se depara com
esses pensamentos e sentimentos, o que eu veria você fazendo ou falando?
e. Questões para identificar evitação experencial e ações disfuncionais:
O que você já tentou para se livrar desses pensamentos e sentimentos dolorosos?
Existe alguma coisa que você faz que o leva a se sentir preso ou que piora a situação?
Existe alguma coisa que você faz que impacte negativamente a sua saúde, ou interfira
negativamente em seus relacionamentos, ou apenas faz com que você se sentia pior?
Existe alguma coisa que você faz que disperdiça o seu tempo, energia ou dinheiro?
Existe alguma coisa que você faz que lhe dá um certo alívio no curto prazo, mas piora o
problema no longo prazo?

2. Avaliação inicial de valores

Você pode perguntar ao seu cliente algumas ou todas as perguntas abaixo. Além disso (ou
como uma alternativa), você pode pedir ao cliente para preencher uma ferramenta de
avaliação simples como o Olho do Touro ou a Bússola da Vida.
a. Se eu pudesse usar uma varinha mágica para que todos esses pensamentos e
sentimentos problemáticos deixassem de ter impacto sobre você, o que você começaria
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a fazer, ou faria mais? O que você pararia de fazer, ou faria menos? Como seu
comportamento mudaria em relação a seus amigos, cônjuge, filhos, pais, familiares,
colegas de trabalho e etc? Como você agiria de maneira diferente em sua casa, no seu
trabalho ou nos momentos de lazer?
b. Há momentos em que você se sinta um senso de propósito, sigfnificado, vitatlidade ou
realização – mesmo que por pouco tempo? Fazendo o quê? Quando, onde, como e com
quem?
c. Se, durante o processo de enfretamento desse problema indesejado e doloroso, você
pudesse desenvolver algumas forças, qualidades ou habilidades pessoais que lhe
ajudariam, de alguma maneira, a se tornar uma “pessoa melhor” ou “crescer como ser
humano” ou “fazer diferença na vida dos outros”, quais seriam essas forças, qualidades
ou habilidades?
d. O que você está fazendo nesse momento em sua vida que é inconsistente com a pessoa
que, no fundo, você realmente quer ser? O que você gostaria de fazer de maneira
diferente?
e. Se o trabalho que fazemos aqui pudesse ter um impacto positivo nas relações mais
importantes da sua vida, quais relacionamentos melhorariam? E como? Como você
gostaria de ser nesses relacionamentos se você pudesse ser o seu ideal?
f. Para clientes em crise ou em situações de vida extremamente dolorosas: O que você quer
que seu comportamento represente diante dessa situação? Se, em algum momento no
futuro, você olhasse para trás e observasse a maneira como lidou com essa situação
agora, o que você gostaria de dizer sobre a forma como você conduziu as coisas? O que
você gostaria de dizer sobre como você cresceu ou se desenvolveu como resultado
disso?
g. Para clientes suicidas: O que te impediu de tirar sua própria vida?
h. Para cliente relutantes e/ou que foram obrigados: Por um momento, vamos deixar de
lado a pessoa que te mandou para cá e vamos nos focar naquilo que você pode
aproveitar. Se você pudesse tirar algo de útil das nossas sessões de modo que elas não
fossem apenas uma encheção, um estresse, um desperdício de seu tempo; se de
alguma maneira este tempo pudesse ajudar você a melhorar sua vida, qual seria a área
da sua vida que você mais gostaria de melhorar? E de quais maneiras você gostaria de
melhorá-la? O que existe nessa área da sua vida que é importante para você?

3. O contexto de vida atual, história familiar e história social


O contexto de vida atual inclui saúde, medicamentos, trabalho, financças, relacionamentos,
família, cultura e assim por diante. Procure também por fatores que reforçam o problema –
por exemplo, ganhos secundários. História familiar e social inclui relacionamentos
importantes do passado e do presente, bem como as percepcções dos clientes acerca de
como eles foram impactados por essa história. Outras ferramentas de avaliação dependem
da sua prática e clientela. Você pode preferir ser breve nesse ponto inicialmente, deixando
para coletar mais informações nas sessões seguintes conforme necessário.

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4. Inflexibilidade Psicológica

a. Domínio do passado ou futuro conceitualizados; autoconhecimento limitado: Quanto


tempo o seu cliente perde vivendo no passado ou fantasiando/se preocupando com o
futuro? Quão facilmente ele perde o contato com o presente? (Ou seja, quão distraível
ele é)? O quão difícil é para ela "saber" o que está pensando ou sentindo?
b. Fusão: Que tipo de conteúdo cognitivo disfuncional seu cliente está se fundindo com –
regras rígidas, crenças auto-limitantes, julgamentos severos, justificativas, estar certo,
ideias de desesperança ou desvalor, ou outras?
c. Evitação experiencial: Quais experiências privadas (pensamentos, sentimentos,
memórias e assim por diante) o seu cliente está evitando – e como? O quão pervasiva é
a evitação experiencial na vida do seu cliente?
d. Apego ao self conceitualizado: Qual é o “self conceitualizado” do seu cliente? Por
exemplo, ele vê a si mesmo como estragado / danificado / indigno de ser amado / fraco /
burro, etc? Ou, talvez, elqa se veja como forte / superior / bem-sucedida? Quão fundido o
seu cliente está com essa autoimagem?
e. Falta de clareza/contato com valores: Que valores centrais este cliente não tem clareza
sobre, está negligenciando ou agindo de forma inconsistente com (por exemplo, conexão,
cuidado, contribuição, autocompaixão, autocuidado, afeto, ou outros?)
f. Ação disfuncional: Quais são as ações autoderrotistas que seu cliente está tendo? Ele
não possui as habilidades necessárias para mudar? Ela falha em persistir quando a ação
persistente é necessária, ou ela inapropriadamente continua quando aquela ação é
ineficiente? Quais são as pessoas, lugares, situações e atividades que ele está evitando
ou se distanciando de?

5. Fatores Motivacionais
Avalie fatores positivos – por exemplo, objetivos, sonhos, desejos, visões, valores. também
avalie fatores negativos: barreiras internas para mudar (isto é, fusão e evitação) bem como
externas (por exemplo, situação financeira ou social).

6. Flexibilidade Psicológica e as Forças do Cliente


Avalie áreas nas quais o cliente já exibe flexibilidade psicológica através da desfusão,
aceitação, self-como-contexto, contato com o momento presente, conexão com valores e
ação comprometida. Também identifique forças pessoais e habilidades de vida úteis que
seu cliente já possui, as quais podem ser utilizadas na terapia.

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