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Ficha técnica
TÍTULO
Manual de Suporte Avançado de Vida Pediátrico
AUTOR
INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica
DFEM – Departamento de Formação em Emergência Médica
DESIGN e PAGINAÇÃO
INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica
© copyright
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Índice
Ficha técnica............................................................................................................................. 1
Índice ......................................................................................................................................... 2
Siglas ..................................................................................................................................... 141
Bibliografia ............................................................................................................................. 145
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I. INTRODUÇÃO
A equipa de Emergência Pré-Hospitalar (EPH) deve ter como objetivo efetuar o tratamento
emergente e eficaz à vítima pediátrica, e simultaneamente, proporcionar conforto à criança e à
família.
A abordagem correta da criança com doença ou lesão grave implica a existência de
conhecimentos específicos (não aptidões especiais).
O processo de avaliação desenvolve-se ao longo de 5 passos distintos:
1) Preparação a caminho do local;
2) Avaliação da situação;
3) Avaliação geral usando o triângulo de avaliação pediátrico (TAP);
4) Exame Primário;
5) Exame Secundário.
De todas as atividades comunitárias que podem contribuir para o bem-estar da criança e para
a melhoria da sua saúde, a menos dispendiosa é a prevenção de doenças e lesões graves.
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No local, é essencial começar por excluir possíveis ameaças à segurança dos profissionais, da
criança, dos cuidadores ou de testemunhas no local.
A criança pode ela própria representar um risco (ex. se portadora de doença infeciosa) e portanto
assume particular importância a utilização de equipamento de proteção individual adequado (ex.
luvas, batas, máscaras, entre outros).
A avaliação do ambiente envolvente fornece informação importante acerca do número de vítimas,
mecanismo de lesão, e riscos para a saúde tanto da equipa como de terceiros.
A avaliação do meio deve incluir uma inspeção do local e observação da interação família/criança
ou cuidador/criança (ex. a documentação de condições inapropriadas que indiciam maus tratos
pode ser determinante para a intervenção dos serviços sociais de proteção à criança).
O Triângulo de Avaliação Pediátrico (TAP) deve ser aplicado no momento em que se estabelece
contacto visual com a criança, independentemente da idade ou de qualquer queixa mais visível.
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Esta avaliação rápida irá determinar a urgência de intervenção, isto é vai definir a rapidez com
que é necessário tratar a criança (usando uma abordagem adequada ao desenvolvimento da
criança) e até que ponto será possível efetuar um exame mais detalhado (secundário) antes de
decidir iniciar o transporte da vítima.
Outro grande objetivo do TAP consiste na identificação da categoria da alteração fisiológica (não
permite formular o diagnóstico definitivo). Nesta fase inicial o objetivo é perceber se a criança
apresenta um problema do foro respiratório, circulatório ou neurológico.
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O trabalho respiratório
Aparência
Perfusão periférica
Associando a informação proveniente dos três lados do TAP, é possível obter uma avaliação
rápida da condição fisiológica da criança e identificar um dos seguintes problemas:
• Dificuldade respiratória;
• Falência respiratória;
• Choque;
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Dificuldade respiratória
Falência respiratória
Isto significa que os mecanismos compensatórios estão a falhar. E aqui a aparência anormal é
reflexo, ou de hipóxia cerebral ou da retenção de CO2. Portanto é com base nestes 2 parâmetros
alterados (aparência e trabalho respiratório) que deve ser reconhecida a presença de falência
respiratória. Da mesma forma, a criança que apresenta um aumento do trabalho respiratório, que
está pálida ou cianosada, mostra sinais evidentes de uma perfusão celular inadequada, mais
uma vez a vítima estará em falência respiratória.
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Outro aspeto a ter em conta nesta apresentação do TAP, tem a ver com a criança que
desenvolveu uma situação de fadiga respiratória. Nesta situação muitas vezes o cuidador pode
fornecer uma história prévia de trabalho respiratório aumentado numa criança que agora (no
momento em que chegamos ao local) está a respirar “normalmente” mas com uma aparência ou
uma perfusão periférica alterada. A auscultação pulmonar durante o exame primário irá revelar
uma diminuição acentuada do murmúrio vesicular.
Esta é uma criança que está exausta e a ausência de trabalho respiratório aumentado sugere
que a vítima está, não só em falência respiratória, mas acima de tudo está numa situação de
paragem respiratória iminente e que necessita de intervenção imediata.
Choque
Por vezes a aparência é a única alteração que está presente no TAP. Perante este tipo de
apresentação deve suspeitar-se de disfunção cerebral ou de alterações metabólicas. A criança
ou lactente poderá:
• Estar em estado pós-crítico;
• Ser vítima de intoxicação;
• Ter sofrido hemorragia intracerebral;
• Ter aumento da pic.
Nestas situações, à medida que se inicia o exame primário e é colhida a história é possível
identificar a causa, ou causas desta alteração isolada da aparência.
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➢ AIRWAY
(Permeabilização da via aérea com controlo da coluna cervical)
➢ BREATHING
(Ventilação e Oxigenação)
➢ CIRCULATION
(Assegurar a circulação com controlo de hemorragia)
➢ DISABILITY
(Disfunção neurológica)
➢ EXPOSURE
(Exposição com controlo da temperatura)
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As vias utilizado para manter a passagem de ar entre a base da língua e a parede posterior da
faringe. Ponderar a sua utilização na criança inconsciente. Na criança consciente são geralmente
mal tolerados e podem despoletar reflexo de vómito e laringospasmo agravando a situação.
O tamanho adequado da via orofaríngea pode ser obtido, medindo a distância que vai desde a
linha média dos incisivos até ao ângulo da mandíbula. Nos lactentes e crianças pequenas deve
ser inserida com o lado côncavo para baixo, utilizando uma espátula para ajudar a baixar a língua
(palato duro imaturo). Em crianças maiores e adolescentes a técnica utilizada é a mesma que no
adulto (inserção com o lado côncavo para cima, rodando 180º quando se atinge a transição entre
o palato duro e o palato mole).
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Tanto a máscara como o insuflador devem ser adequados ao tamanho da criança. A máscara
deve permitir a ventilação sem fugas, incluindo a boca e o nariz, sem causar pressão sobre os
olhos. O insuflador manual possui uma admissão de oxigénio independente e um acumulador,
sem o qual é impossível atingir concentrações de oxigénio superiores a 59-60%.
DISPOSITIVO LARINGEO
A colocação ideal da máscara laríngea, em pediatria, pode ser difícil, sobretudo em crianças
pequenas. Uma técnica de rotação do dispositivo, com o cuff parcialmente insuflado é relatada
como obtendo mais sucesso: inserir com lúmen ao contrário (virado para trás) e depois rodar
180º ao chegar à posição posterior à laringe.
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Tubos traqueais de tamanho adequado e sem cuff (até aos 8 anos de idade) devem ser usados
para evitar o edema subglótico, ulceração e ruptura da VA. O menor diâmetro das vias aéreas
está ao nível da cartilagem cricóide, que forma um selo natural com o TET. Durante a entubação
traqueal, pode ser difícil o controle da posição da língua e, em crianças com menos de 20Kg, é
recomendado o uso de lâmina reta no laringoscópio (porque a língua é proporcionalmente maior
e a glote mais anterior), devendo ser suficientemente longa para atingir a epiglote e permitir a
visualização das cordas vocais.
Ter presente que existe o risco de aspiração, o que implica manobras de proteção da via aérea
na entubação, pressionando a cricóide (manobra de Sellick) durante todo o procedimento
(desde ventilação assistida até entubação).
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Fórmula para cálculo do tamanho do TET (crianças com >2 anos de idade)
Tamanho Tubo Traqueal = (Idade / 4) +4
TET com cuff indicado para crianças com >8 anos. Poder-se-á usar em crianças com mais de 1
ano se a pressão de insuflação do cuff não for excessiva (monitorizada com equipamento
específico).
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Fórmulas para cálculo do nível de introdução do TET (crianças com > 2 anos de idade):
• Via Endotraqueal = (Idade / 2) + 12 • Via Nasotraqueal = (Idade / 2) + 14
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CRICOTIROIDOTOMIA
É uma técnica de permeabilização da via aérea de último recurso, a utilizar apenas se a via aérea
superior permanece totalmente obstruída com impossibilidade de ventilação. Deve ser utilizado
um Kit de cricotiroidotomia (em alternativa usar um abocath com calibre entre G14 e G16, ligando
este ao insuflador manual, com o conetor de um TET nº 3 ou nº 3,5).
Insuflar durante 1 segundo e proporcionar 4 segundos para permitir a saída passiva de ar
(minimiza o risco de barotrauma).
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Figura 17 (??) :
Na ausência de KIT de cricotiroidotomia a técnica pode ser realizada como demonstrado na imagem
VI. BREATING
VENTILAÇÃO E OXIGENAÇÃO
Nas vítimas Pediátricas a PCR é, em regra, secundária a falência Respiratória e/ou Hipoxémia.
O restabelecimento da ventilação eficaz é por vezes suficiente para reverter a gravidade da
situação. I N E M | 23
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FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
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A frequência respiratória normal por si só não garante uma adequada oxigenação e ventilação.
A frequência respiratória deve ser interpretada em conjunto com a aparência, a perfusão
periférica e a existência ou não de sinais de aumento do trabalho respiratório.
Se for necessária ventilação assistida, a frequência respiratória deve estar de acordo com a idade
da criança. A ventilação assistida com volume, pressão e/ou frequência exagerados é prejudicial.
SATURAÇÃO DE OXIGÉNIO:
AUSCULTAÇÃO PULMONAR:
A auscultação deve ser efetuada na linha média axilar, durante a inspiração e a expiração.
Pretende-se verificar se existem alterações no murmúrio vesicular (ex. crepitações e
pieira/broncoespasmo ou ausência de murmúrio vesicular). O crepitar na inspiração indica
doença nos próprios alvéolos. Quanto mais nova for a criança, mais difícil é a avaliação de sons
anormais à auscultação. O broncoespasmo durante a expiração indica uma obstrução da via
aérea inferior. A auscultação ajuda também a avaliar o volume de ar movimentado e a eficácia
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FALENCIA RESPIRATÓRIA:
A criança com dificuldade respiratória faz uso dos mecanismos compensatórios (aumento da
frequência ventilatória quando o volume corrente está diminuído ou aumento do volume corrente
quando a frequência ventilatória é lenta). Quando os mecanismos compensatórios falham, a
deterioração ocorre rapidamente e a paragem cardiorrespiratória deve ser antecipada. É
importante ter presente que a falência respiratória pode ocorrer sem sinais de alerta!
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VII. CIRCULATION
ASSEGURAR A CIRCULAÇÃO COM CONTROLO DE
HEMORRAGIA
A diferença fisiológica fundamental em relação ao adulto é a capacidade da criança para
compensar as alterações hemodinâmicas induzidas pelo choque hemorrágico, mantendo a
pós-carga devido à vasoconstrição periférica (garantindo a perfusão dos órgãos vitais). O
volume sanguíneo circulante e o débito cardíaco são maiores na criança (por Kg/peso) que nos
adultos, porém os valores absolutos são menores devido ao menor tamanho do coração. O
volume sanguíneo circulante representa 8-9% do peso corporal. A criança possui um volume
sanguíneo
elevado (Lactente 90 mL/Kg; Criança 80 mL/Kg; Adulto 70 mL/Kg).
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FREQUÊNCIA CARDIACA:
A avaliação da frequência cardíaca como elemento fulcral para estimar o estado circulatório da
criança tem limitações importantes:
• A taquicardia pode ser um sinal precoce de hipóxia ou de perfusão insuficiente, mas pode
também estar presente em situações que não implicam risco de vida (ex. febre, ansiedade, dor
ou excitação). É essencial interpretar a frequência cardíaca tendo em conta a história, o taP e
exame primário na sua globalidade. A tendência do aumento ou diminuição da frequência
cardíaca pode ser muito útil. Pode sugerir o agravamento de hipóxia ou choque, ou a melhoria
após o tratamento.
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QUALIDADE DE PULSO:
O pulso braquial é palpado na região mediana dos bíceps na face interna do braço. A sua
avaliação permite determinar se o pulso é fraco ou forte. Se o pulso é forte, a criança
provavelmente não está hipotensa. Se não for possível avaliar o pulso braquial, deve procurar-
se um pulso central. Deve-se pesquisar o pulso femoral em lactentes e em crianças mais novas,
e o pulso carotídeo nas crianças mais velhas ou adolescentes. A ausência de pulso implica
PCR, é mandatório iniciar SBV de imediato.
Com FC > 180 bat/min, é necessário um monitor para determinar corretamente a frequência
cardíaca e ritmo ECG.
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PRESSÃO ARTERIAL:
A interpretação e determinação da pressão arterial nas crianças pode ser difícil por:
• Falta de cooperação;
• Confusão no tamanho da manga do aparelho;
• Dificuldade para lembrar os valores normais para as várias idades.
Para crianças com mais de um ano de idade, a fórmula para determinar o valor mínimo aceitável
da pressão arterial sistólica é: PA sistólica mínima = 70 + (2 x idade em anos). Por exemplo, uma
criança com 2 anos de idade e com PA sistólica de 65 mmHg está em choque descompensado.
A tabela seguinte exemplifica os valores normais aproximados da Pa sistólica para as várias
idades.
AVALIAÇÃO DA DOR:
a dor está presente em quase todo o tipo de lesões e grande parte das doenças. O tratamento
inadequado da dor tem efeitos adversos na criança e na família. a dor causa desconforto à
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criança, aos cuidadores e interfere com a avaliação. O stress pós-traumático é também muito
comum em
crianças que experimentaram dor devido a uma doença ou lesão grave e não receberam alívio
farmacológico. É essencial avaliar cuidadosamente a dor em todas as crianças e considerar os
métodos eficazes para o seu alívio sempre que apropriado. A avaliação da dor deve ter em
consideração a idade e/ou estadio de desenvolvimento da criança. a capacidade para
reconhecer a dor na criança melhora com a idade (ex. o choro e a agitação numa criança pré-
verbal que está inconsolável no colo do seu cuidador pode ser devido à fome, hipóxia, ou dor).
Em contrapartida, crianças verbais com mais de 3 anos de idade são bastante explícitas em
relação à dor. Podem ser utilizadas escalas visuais para a autoavaliação da dor, tais como, a
das “faces” (Wong-Baker FaCES Scale). Permanecer calmo e manter o cuidador com a criança
são estratégias úteis.
A via intravenosa (EV) é a mais eficaz, a mais rápida e a mais controlável, mas envolve
estabelecer um acesso vascular, o que é doloroso. A resposta da criança à dor e à medicação
ansiolítica é por vezes imprevisível, e deve ser cuidadosamente ponderada para evitar efeitos
secundários indesejados. A medicação utilizada para analgesia pode ter um efeito sedativo com
consequente depressão respiratória, bradicardia, hipoxemia, hipotensão, ou mesmo perda dos
reflexos protetores da via aérea. Ocasionalmente, terapêutica ansiolítica pode causar agitação
paradoxal.
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Tabela 12 (??) : Alguns métodos para alívio da ansiedade e reduzir a perceção de dor
FALÊNCIA CIRCULATÓRIA:
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A hipotensão e o pulso filiforme são sinais tardios e graves, sendo fundamental o diagnóstico do
choque na fase inicial (compensado), e instituindo atitudes imediatas de reposição da volémia.
Fórmulas para cálculo da pressão arterial sistólica, em pediatria (crianças com >1 ano de idade):
• PAS normal, expetável para a idade (mmHg) = (Idade x 2) + 80
• PAS mínima (referência para choque descompensado) mmHg = (Idade x 2) + 70
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VIII – DISABILITY
DISFUNÇÃO NEUROLÓGICO
As crianças são particularmente susceptíveis aos efeitos de lesão cerebral secundária que pode
ser produzida por hipóxia, hipo hipercápnia, hipotensão com perfusão cerebral diminuída,
convulsão e hipotermia. A adequação do volume sanguíneo circulante é essencial e a hipóxia
deve ser evitada. No trauma pediátrico, a perda imediata de consciência é comum na lesão
axonal difusa, enquanto uma deterioração rápida e progressiva é sugestiva de edema cerebral
difuso. As crianças com fontanelas e suturas não fixas são mais tolerantes às lesões
intracranianas expansivas. Os sinais de massa em expansão podem não estar presentes até ao
momento em que ocorre rápida descompensação.
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ESTADO DE CONSCIÊNCIA:
Figura 21 (??): Escala de AVDS (escala simplificada para avaliar o estado de consciência)
O reconhecimento de potencial falência do SNC (com etiologias diversas) passa por uma
avaliação neurológica rápida e sumária, depois de garantida a abordagem das componentes abC
do exame Primário:
Reflexos pupilares:
• Midríase;
• Não reatividade;
• Anisocória.
Convulsões?
São sinais de aumento de pressão intracraniana/herniação iminente e que implicam uma atitude
emergente os seguintes sinais:
• Midríase bilateral;
• Anisocória;
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• Hipertensão arterial;
• Bradicardia;
• Padrão respiratório anormal;
• Postura em descerebração ou descorticação.
IX EXPOSURE:
O facto das vítimas pediátricas possuírem uma maior superfície corporal em relação à sua massa
aumenta as perdas de calor para o ambiente e afeta diretamente a capacidade da criança em
regular a temperatura. A falta de tecido subcutâneo desenvolvido contribui para o aumento da
perda de calor por evaporação. A hipotermia prolonga o tempo de coagulação e afeta de forma
adversa a função do sistema nervoso central.
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X AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA:
HISTÓRIA
Se a criança estiver fisiologicamente instável baseado no exame primário, a decisão pode ser
transportar imediatamente sem efetuar a obtenção da história ou exame físico. Se a criança está
estável e o local é seguro, é importante realizar o exame físico e recolha da história. Após a
realização do exame físico e obtenção da história (CHaMu) é importante reavaliar os achados
baseados na informação adicional. É essencial não deixar passar despercebidas pistas de
problemas potencialmente graves que estão subjacentes (ex. intoxicações, problemas
metabólicos, e infeções sistémicas podem estar presentes em achados não específicos em
lactentes e crianças). Considerar o abuso infantil quando os achados físicos não correspondem
à queixa principal ou se a história não é plausível.
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HISTÓRIA
deverá ser realizado por segmentos corporais, na mesma sequência do adulto (cabeça, tórax,
abdómen, bacia, extremidades e dorso) com exceção para crianças pequenas (lactentes e idade
pré-escolar), nas quais se deve utilizar uma sequência dos pés à cabeça. Este método permite
ao profissional ganhar a confiança e cooperação da criança. É importante obter a ajuda do
cuidador para efetuar o exame detalhado.
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OBSERVAÇÕES GERAIS:
Observar o vestuário. Procurar odores, manchas ou nódoas que possam sugerir intoxicação.
Caso exista suspeita de intoxicação, remover a roupa suja ou manchada, e lavar a pele da
criança com água e sabão ou, em caso de dúvidas contactar o CIAV.
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XI TRANSPORTE:
VERSUS
Depois de completar o exame Primário e iniciar a ressuscitação é necessário tomar uma decisão
crucial: transportar imediatamente a criança para a unidade de saúde, ou continuar com a
avaliação e abordagem adicional no local?
MEIO SIV
MEIO SAV
Com equipa SAV com as opções de tratamento mais alargadas, a decisão de transporte é por
vezes complexa. Os fatores principais a considerar incluem:
• O tipo de problema clínico (lesão versus doença);
• Os benefícios esperados do tratamento pelo SAV no local;
• O nível de conforto dos profissionais que prestam SAV;
• Tempo de transporte para a Unidade Hospitalar indicada.
O PROBLEMA CLÍNICO
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BENEFÍCIOS ESPERADOS
O tempo até ao hospital pode também afetar significativamente o prognóstico das crianças que
necessitam de cuidados cirúrgicos ou crianças com determinadas doenças médicas (ex. criança
em choque cardiogénico beneficiará do transporte para o tratamento definitivo, já que o hospital
é o melhor local para tratar esta condição rara e complexa). Por outro lado, algumas crianças
gravemente doentes podem beneficiar da abordagem do SAV no local (ex. na criança a
convulsivar o tratamento inicial com benzodiazepinas é a melhor opção para controlar
precocemente as convulsões ou no caso de crianças diabéticas inconscientes com hipoglicémia
a administração precoce de glicose diminui o risco de lesão cerebral).
NÍVEL DE CONFORTO
O Sempre que a EPH entenda que a doença ou lesão requerem um nível de cuidado mais
elevado, é recomendado solicitar ajuda diferenciada ou iniciar o transporte de imediato. além
disso, sempre que a EPH se sentir pouco confortável com uma intervenção crítica é preferível
transportar e tentar a intervenção a caminho para o hospital em vez de permanecer no local (ex.
despender tempo no local a tentar canalizar acesso venoso periférico na criança com choque
hipovolémico descompensado). O tempo gasto em múltiplas tentativas de colocação de cateter
EV, no local poderia ser mais bem empregue no transporte da criança para a unidade hospitalar
onde o choque vai ser tratado em definitivo. Na verdade, este tempo nunca se justifica porque
numa criança em choque hipovolémico é obrigatório colocar acesso IO após 60’’ ou 2 tentativas.
Para auxiliar a decisão de transporte, e sobretudo das valências da unidade hospitalar de destino
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podem ser utilizadas escalas como o Pediatric trauma Score (PtS). Na fase pré-hospitalar,
crianças com trauma multisistémico ou com risco de mortalidade significativo (PTS≤8) devem ser
encaminhadas para hospitais com urgências polivalentes, com recursos materiais e humanos
habilitados para abordar o trauma pediátrico.
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para manter a VA permeável. O score obtido pela soma dos pontos das diversas categorias varia
de um máximo de +12 ao mínimo de -6.
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SECÇÃO II
EMERGENCIAS
MÉDICAS
PEDIÁTRICAS
Este capítulo revê as emergências médicas pediátricas mais comuns no pré-hospitalar. A doença
respiratória e as convulsões são as duas emergências médicas pediátricas mais comuns no
cenário fora do hospital. A febre é a queixa médica mais comum, mas raramente uma emergência.
A febre é um sintoma de uma doença subjacente. A avaliação pré-hospitalar de uma criança
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febril deve incidir na identificação de potenciais causas tratáveis da febre. A febre pode estar
associada a doenças tais como a bronquiolite, sépsis, ou convulsão em lactentes e crianças em
idade escolar. A alteração do estado de consciência é uma caraterística menos comum das
chamadas pediátricas para o 112, mas, normalmente, indicam que a criança tem uma lesão
grave que coloca em risco a sua vida.
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I - EMERGÊNCIA RESPIRATÓRIA
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SITUAÇÕES EXTRAPULMONARES
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SCORE < 3 - laringite ligeira: tosse laríngea sem tiragem e sem cianose ou agitação
SCORE 3 a 5 - laringite moderada: estridor e tiragem moderados, com diminuição da entrada de
ar
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SCORE SUPERIOR a 5 - laringite grave: estridor grave, com diminuição marcada da entrada de
ar e agitação/alteração do estado de consciência
Mais uma vez a avaliação é importante para que o tratamento adequado seja eficaz, para isso é
necessário que o diagnóstico diferencial seja efetuado e consideradas as seguintes situações:
LARINGITE: TERAPÊUTICA
Puncionar e fazer chorar uma criança com estridor agrava muitas vezes o SDR,
por isso ponderar bem a utilização de via EV.
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Bronquiolite
Tabela 23 (??): Escala de gravidade adaptada de Liu et. al. Use of a respiratory Clinical Score among Different
Providers. Pediatric Pulmonology 2004; 37: 243-248
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Asma
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Choque que não responde a 2 bólus de volume e necessita de suporte ventilatório, implica
pensar em hemorragia persistente, choque séptico ou compromisso cardíaco primário, este
último raro na criança.
Não deverá ser administrado Lactato de Ringer no lactente pela dificuldade deste em
metaboliza-lo em bicarbonato, com consequente agravamento da acidose.
CHOQUE HIPOVOLÉMICO
Hipovolémia (perda de fludo) é a causa mais comum de choque nas crianças em ambiente pré-
hospitalar. Hemorragia por trauma é a causa mais frequente de choque hipovolémico. Vómitos
e diarreia devido a gastroenterite é a segunda causa mais comum. Os sinais e sintomas do
choque hipovolémico variam com a quantidade e duração (desde à quanto tempo decorre a
perda de fluidos). À medida que o volume intravascular é comprometido pela perda contínua de
fluido (ex.: diarreia profusa), a criança pode progredir de choque compensado para
descompensado.
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CHOQUE DISTRIBUTIVO
No choque distributivo puro, a criança tem uma diminuição do tónus vascular (vasodilatação
periférica) com um volume normal de sangue em circulação. esta mudança na capacidade do
sistema vascular e a hipovolémia relativa levam à hipoperfusão dos órgãos vitais.
a causa mais comum para o choque distributivo é a sépsis, especialmente em crianças com
menos de 2 a 3 anos de idade. Outras causas para o choque distributivo são choque anafilático,
intoxicação química por drogas que diminuem o tónus vascular (ex. beta bloqueantes,
barbitúricos), ou lesão da medula espinhal (acima de C6) com interrupção dos nervos simpáticos
da medula
até às paredes musculares das artérias periféricas.
SÉPSIS
A sépsis ocorre quando qualquer tipo de infeção, normalmente bacteriana ou viral, compromete
o sistema imunitário e causa disfunção orgânica. Sinais precoces do choque séptico são pele
morna e taquicardia. a aparência de uma criança séptica será anormal e pode incluir
desinteresse, apatia, diminuição da interatividade ou o facto de estar não consolável. também
podem estar presentes exantemas, febre, anorexia, vómitos, diarreias e agitação psicomotora.
as crianças doentes, normalmente, gostam de estar ao colo e ser acarinhadas. Se uma criança
tiver febre e não quiser colo, aparentando estar mais confortável quando deixada a só, pode ter
irritabilidade paradoxal.
este pode ser um sinal de meningite onde o movimento causa tração na espinhal medula
inflamada.
Às vezes, a criança séptica tem um exantema petequial ou púrpura (manchas ou pontos roxos
ou vermelho escuro que não desaparecem à digito-pressão). um quadro de febre/sépsis, com
rash cutâneo e/ou petéquias, pode significar meningite. Nesta situação deve-se iniciar
precocemente o antibiótico adequado:
Ceftriaxone 100 mg/Kg (dose máx: 4 g).
I N E M | 73
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
DOENÇA MENINGOCÓCICA
A doença meningocócica é causada pela neisseria meningitidis, um diplococo Gram-negativo
que para além de ser uma bactéria comensal da nasofaringe pode causar septicemia, meningite
ou ambas.
A epidemiologia da meningite bacteriana alterou-se de forma significativa nas duas últimas
décadas na sequência da introdução de vacinas contra o Haemophilus influenzae tipo b,
meningococo do serogrupo C e a S. pneumoniae. A partir de 2012 será comercializada em
Portugal a vacina contra o meningococo do serogrupo b, que é a causa mais frequente de
meningite bacteriana (e septicemia) em crianças e lactentes com 3 ou mais meses de vida.
A doença meningocócica é a causa infeciosa de morte mais comum na infância, em países
desenvolvidos. Atualmente a mortalidade varia entre 2 a 11%, sendo que é mais elevada (10%)
em recém-nascidos.
APRESENTAÇÃO DA DOENÇA
MENINGOCÓCICA
• A septicemia meningocócica é a forma mais grave e potencialmente fatal da doença. Para além
da febre e do clássico exantema purpúrico / petequial (que não é constante), podem estar
presentes sinais de choque, incluindo:
o Alteração do estado de consciência;
o Alteração da coloração da pele;
o Tempo de preenchimento capilar superior a 2 segundos;
o Mãos e pés frios;
o Taquicardia e/ou hipotensão;
o Dificuldade respiratória;
o Dor nas pernas;
o Diminuição da diurese.
74 | I N E M
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
o Convulsões.
APRESENTAÇÃO EM CRIANÇAS:
• Um estudo recente em crianças com menos de 16 anos com doença meningocócica
revelou que os sinais clássicos (rash hemorrágico; meningismo e alteração do estado de
consciência) tendem a aparecer principalmente depois das 13 – 22 horas iniciais;
• Sinais mais inespecíficos (dor nas pernas, mãos e pés frios e alteração da coloração da
pele) aparecem significativamente mais cedo, instalam-se entre as 7 – 12 horas iniciais.
Estes sinais mais precoces, são por isso muito importantes para o diagnóstico precoce e
essenciais para iniciar medidas que permitem salvar a vida da criança;
• O estudo divide os sinais clínicos em precoces, clássicos (desenvolvem-se mais tarde)
e tardios
(ver tabela seguinte).
I N E M | 75
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
76 | I N E M
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Anaflaxia
É uma reação alérgica major que envolve uma resposta generalizada, multissistémica a um
antigénio (proteína estranha). As vias aéreas e o sistema cardiovascular são locais importantes
desta reação que normalmente coloca em risco a vida. A causa mais comum é o ferrão
de um inseto como a abelha. Uma criança em choque anafilático irá ter hipoperfusão e sinais
adicionais tais como estridor e/ou sibilos, com aumento do trabalho respiratório. A criança
também terá uma aparência alterada. Pode apresentar-se irrequieta e agitada. O exantema
urticariforme está frequentemente presente nestas situações.
A criança em choque anafilático requer tratamento com adrenalina e com um beta agonista caso
esteja presente um broncospasmo. Ao contrário da reação alérgica simples a anafilaxia pode ter
efeitos cardiovasculares perigosos.
A adrenalina é uma excelente droga para o tratamento da anafilaxia. Estimula tanto os receptores
adrenérgicos alfa e beta, levando a dois efeitos importantes:
• Constrição dos vasos sanguíneos para contrariar a vasodilatação da anafilaxia (efeito
alfa);
• Abertura da vias aéreas ajuda a reverter o broncospasmo provocado pelo choque
anafilático (efeito beta).
Deve administrar-se adrenalina às crianças com reações alérgicas associadas com pieira.
I N E M | 77
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
• Ponderar ET ou Cricotiroidotomia;
• Adrenalina EV apenas por equipas experientes;
• Fluidoterapia com cristalóides, pois os colóides podem induzir alergia/anafilaxia.
CHOQUE CARDIOGÉNICO
78 | I N E M
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Na avaliação física:
• A aparência é: letárgica, irritável ou agitado;
• A cor da pele está marmoreada ou cianótica;
• Presença de cianose que não melhora com a administração de O2;
• A frequência cardíaca é rápida;
• A pressão arterial pode ser alta (inicial), normal ou baixa (tardio);
• A pele está fria e a criança pode estar diaforética;
• O edema pulmonar causa o aumento da frequência respiratória, crepitação e/ou sibilos
inspiratórios;
• O aumento das pressões cardíacas no lado direito do coração também está presente
no choque cardiogénico e resulta em hepatomegalia;
• A hepatomegalia é um achado especialmente útil nos lactentes e crianças na 1ª infância;
• Edema das extremidades e distensão jugular venosa são raros nas crianças.
CHOQUE CARDIOGÉNICO:
Causas extrínsecas (Obstrutivo)
I N E M | 79
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
80 | I N E M
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Normalmente a bradicardia é causada por hipóxia, acidose e hipotensão severa e pode levar à
PCR. Administrar oxigénio a 100% e ventilação com pressão positiva se necessário, perante
qualquer criança que apresente uma bradiarritmia e falência circulatória.
I N E M | 81
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Perante a criança mal perfundida e que tenha uma frequência cardíaca <60 bat/min, e que não
responda rapidamente à ventilação com oxigénio, deve iniciar-se as compressões cardíacas e
administrar adrenalina. Se a bradicardia tiver origem na estimulação vagal, inicie ventilação com
oxigénio a 100% e administrar Atropina antes da adrenalina. Um pacemaker cardíaco apenas
tem indicação nos casos de BAV ou disfunção do nódulo sinusal que não respondam ao oxigénio,
à ventilação, às compressões cardíacas e à medicação; o pacemaker não é eficaz na assistolia
nem noutras arritmias causadas por hipóxia ou isquémia.
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
administrada por via EV em bólus rápido tão próximo do coração quanto possível e
imediatamente seguida de um bólus de Soro Fisiológico.
A cardioversão elétrica (sincronizada com a onda R), está indicada na criança com compromisso
hemodinâmico, quando o acesso vascular não está disponível ou quando a Adenosina foi
ineficaz na conversão do ritmo. A primeira dose de energia para uma cardioversão elétrica numa
TSV é 0.5-1 J/kg e a segunda dose é de 2 J/kg. Se não obtiver sucesso, administrar Amiodarona.
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I N E M | 85
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Nas crianças as taquicardias de complexos largos têm mais frequentemente uma origem
supraventricular do que ventricular. Contudo, as taquicardias de complexos largos, mesmo pouco
comuns, devem ser consideradas como ventriculares nas crianças hemodinâmcamente instáveis,
até prova em contrário. As taquicardias ventriculares são mais frequentes em crianças com
doença cardíaca (após cirurgia cardíaca, miocardiopatia, miocardite, distúrbios eletrolíticos,
intervalo QT prolongado, cateterismo cardíaco).
A cardioversão sincronizada é o tratamento de eleição nas TV com pulso instáveis. Os
antiarritmicos devem ser considerados se uma segunda cardioversão não teve sucesso ou se a
TV recorrer. Tem sido demonstrado que a Amiodarona é segura e eficaz no tratamento das
arritmias em pediatria.
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Figura 37(??): Algoritmo de abordagem à vítima pediátrica com alteração do Estado de Consciência (AEC)
Encefalopatia metabólica:
Alcoolismo, Fármacos/Drogas, Hipoglicémia, Cetoacidose Diabética, Coma Hiperosmolar,
Hipotiroidismo, Coma Hepático, Coma urémico, alterações Hidoreletroliticas
Encefalopatia Vascular cerebral:
HSA, HIC, Encefalopatia Hipertensiva, Isquémia Cerebro-Vascular
I N E M | 87
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
A Álcool;
E Epilepsia, distúrbios eletrolíticos, encefalopatia;
I Insulina, Intoxicação;
O Overdose;
U Urémia e outras causa metabólicas;
CONVULSÃO
A convulsão febril é um diagnóstico de exclusão. Significa que só deverá ser assumido após
confirmar a ausência de outras causas para a convulsão. Por definição, uma convulsão febril
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Normalmente o episódio de convulsão já terminou à chegada das equipas de EPH. Este estado
pós-crítico é caraterizado pela aparência anormal com sonolência, confusão, irritabilidade e
diminuição da interatividade que pode durar entre minutos a horas. Se a criança estiver
hemodinamicamente estável, efetuar o exame primário no local, incluindo a história detalhada, o
exame físico sistematizado (vítimas de trauma). A maioria das crianças que tiveram uma
convulsão breve irão melhorar o seu estado de consciência, tónus muscular e interatividade até
15 a 30 minutos. Se houver dificuldade em recuperar o estado de consciência após um período
de 30 a 60 minutos a criança pode ter um problema grave associado ao episódio de convulsão.
Efetuar o transporte para a unidade hospitalar é a medida mais acertada.
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Abordagem na convulsão
A: PERMEABILIZAÇÃO DA VIA-AÉREA
• Posicionar a cabeça para abrir a via aérea;
• Aspiração da boca se necessário;
• Considerar a posição de decúbito lateral se a criança estiver a vomitar ativamente e a
aspiração for inadequada para controlar a via aérea;
• Considerar uma via aérea nasofaríngea.
B: VENTALAÇÃO E OXIGENAÇÃO
Todas as crises estão associadas a hipoventilação. Iniciar ventilação assistida se a criança
estiver cianótica ou a oximetria seja inferior a 90% com O2 suplementar. Ter em atenção que é
difícil obter uma leitura correta da oximetria de pulso numa criança que esteja a convulsivar.
Parar a convulsão é a solução para uma ventilação eficaz.
• Fornecer 100% de oxigénio através de uma máscara ou por “blow-by”.
C: ASSEGURAR A CIRCULAÇÃO
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
A menos que a convulsão esteja associada com sépsis ou trauma, não é necessária a
reanimação com fluidos no local ou no transporte. Sinais de fraca perfusão estão provavelmente
mais associados com uma convulsão prolongada, hipóxia e acidose metabólica. Mais uma vez,
tratar a convulsão irá minimizar estes problemas.
D: DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA
• Parar a convulsão: Arrefecimento corporal (se convulsão febril), administração de
anticonvulsivantes (quadro abaixo);
• Pesquisa de glicemia: Correção dos níveis séricos de glicose, se indicado.
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
HIGLICEMIA
O padrão mais frequente para a hipoglicemia fora do hospital corresponde a uma criança que
tem diabetes documentada e administrou demasiada insulina ou que atrasa uma refeição
(hipoglicemia transitória). A hipoglicemia também é vista em crianças com sépsis. Verificar
sempre a glicemia em qualquer criança que tenha uma aparência de doença, especialmente na
presença de AEC. Outras causas para a hipoglicemia nas crianças são a ingestão diminuta de
92 | I N E M
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
alimentos face a uma doença grave, especialmente em lactentes e crianças na 1ª infância com
reservas limitadas de
glicogénio.
Avaliação
Tratamento da hipoglicemia:
• Se consciente oferecer açúcar ou Glicose 30% via oral (amamentar no caso do Lactente);
• Se inconsciente administrar Glicose a 5% - 10 mL/kg EV/IO;
• Considerar a administração de Glucagon IM se não existir acesso venoso e reavaliar
frequentemente.
O Glucagon irá estimular um aumento transitório do nível de glucose no sangue desde que haja
armazenamento de glicogénio no fígado (longas cadeias de moléculas armazenadas de
glucose):
crianças com peso > 25 kg ou idade >[6, 8] anos injetar toda a solução (1 mL);
crianças com peso < 25 Kg ou idade <[6-8] anos injetar 0,5 mL.
Hipoglicemia em pediatria:
• Lactente e Criança: Glicemia <60mg/dL;
• Recém-Nascido (desde o nascimento até ao 28º dia): Glicemia <40 mg/dL.
(*) Deve evitar-se a administração de Dextrose a 30% por via EV periférica. I N E M | 93
Nestes casos é aconselhado administrar Dextrose a 10% (5mL/Kg).
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
SECÇÃO III
REANIMAÇÃO
PEDIÁTRICA
E NEONATAL
94 | I N E M
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
I – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA
I N E M | 95
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
96 | I N E M
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
I N E M | 97
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
(AESP)
A maioria das PCR nas crianças e adolescentes têm origem respiratória. Um período imediato
de manobras de reanimação é mandatório nestas idades, antes mesmo de procurar um DAE ou
um desfibrilhador manual, porque a sua disponibilidade imediata não melhora a sobrevida numa
paragem respiratória. Iniciar a reanimação de imediato está associado a um menor défice
neurológico após a paragem tanto em adultos como em crianças. O ritmo mais frequente na PCR
em crianças e adolescentes é a assistolia e a atividade elétrica sem pulso. A atividade elétrica
sem pulso carateriza-se por uma atividade elétrica organizada, com complexos QRS,
normalmente com
uma frequência baixa e, sem pulso. A atividade elétrica sem pulso normalmente segue-se a um
período de hipóxia ou isquémia do miocárdio, mas ocasionalmente pode ter uma causa reversível.
• Administrar adrenalina logo que possível, 10 mcg kg EV/IO, e repetir cada 3-5 min;
• Se não houver acesso vascular e a EOT estiver estabelecida, administrar 100 mcg/kg,
por esta via até o acesso venoso estar estabelecido;
• A via IO é a via de escolha na paragem em pediatria, melhor que a traqueal;
• Identificar e corrigir as Causas Reversíveis (4 Hs e 4 Ts).
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
RITMOS DESFIBRILHAVEIS:
I N E M | 99
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
nas crianças são escassas; a evidência demonstrada nos estudos para adultos mostram que a
amiodarona aumenta a sobrevivência para admissão hospitalar mas não para a alta. Um estudo
de caso pediátrico demonstra a eficácia da Amiodarona no tratamento de arritmias ventriculares.
Por isso a Amiodarona tem um papel no tratamento das FV/TV sem pulso refratárias ao choque.
100 | I N E M
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Acessos vasculares
I N E M | 101
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
de tentativas para obter um acesso vascular a duas (ou 60 segundos), a partir daí, deve avançar
para o acesso intraósseo.
O acesso venoso periférico ou intraósseo são melhores que a via traqueal para a administração
de fármacos. Os medicamentos lipo-solúveis, como a atropina, Lidocaína, Adrenalina ou
Naloxona são passíveis de ser melhor absorvidos na via aérea inferior. A dose ideal de fármacos
a administrar pela via traqueal é desconhecida devido à grande variabilidade (imprevisibilidade)
de padrões de absorção alveolar, mas, as doses seguintes são recomendadas como orientação:
• Adrenalina, 100 mcg/kg;
• Lidocaína, 2-3 mg/kg;
• Atropina, 30 mcg/kg;
• A dose ideal de Naloxona é desconhecida.
Diluir o fármaco em 5 mililitros de solução salina normal e após a administração fazer cinco
ventilações. Não administrar fármacos não lipo-solúveis (ex. glucose, bicarbonato, cálcio) pela
via traqueal devido às lesões que provocam na mucosa da via aérea.
Fluidos e fármacos
A expansão de volume está indicada quando a criança mostra sinais de choque na ausência de
sobrecarga de volume.
Se a perfusão sistémica é inadequada, administrar um bólus de 20 mL/Kg de cristalóide isotónico,
ainda que a pressão arterial seja normal. Após cada bólus é fundamental reavaliar o exame
primário, para decidir sobre a administração de mais fluidos ou de outro tratamento.
Não existe informação suficiente para fazer recomendações acerca da utilização de soluções
salinas hipertónicas no choque associado a trauma craniano ou hipovolémia.
A informação também é escassa para recomendar o atraso da administração de fluidos na
criança hipotensa vítima de trauma direto violento. Evitar as soluções com dextrose a não ser na
hipoglicemia. A hipoglicemia deve ser ativamente pesquisada e evitada, particularmente nas
crianças pequenas ou lactentes.
102 | I N E M
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
104 | I N E M
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
I N E M | 105
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Desfibrilhadores
106 | I N E M
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
choque e seguintes. Não existe evidência científica que recomende ou contrarie a utilização de
desfibrilhadores automáticos em crianças com menos de um ano.
1. REAVALIAR ABCDE
2. CORRIGIR OXIGENAçãO E VENTILAçãO
• Evitar a hiperoxigenação, manter SpO2 [94,98]%.
3. CORRIGIR A CAUSA REVERSÍVEL
• A disfunção miocárdica é comum após a reanimação. Medicamentos vasoativos podem
melhorar os parâmetros hemodinâmicos pós reanimação, mas devem ser utilizadas de acordo
com a clínica. Devem ser administradas de forma contínua por via intravenosa.
4. CONTROLO DA TEMPERATURA
• A hipotermia é frequente na criança após as manobras de reanimação. A hipotermia central
(32-34 ºC) pode ser benéfica, enquanto a febre pode ser prejudicial nos sobreviventes com
lesões cerebrais. Até agora não existem estudos pediátricos, a hipotermia moderada tem sido
aceite como segura nos adultos e recém-nascidos; podendo aumentar o número de
sobreviventes sem lesões neurológicas;
• Uma criança que readquire circulação espontânea mas que mantenha o coma após a
reanimação pode beneficiar de um arrefecimento para 32-34 ºC por 12-24 horas (hipotermia
terapêutica pós PCR). Uma criança reanimada com sucesso que recuperou a circulação
espontânea e está em hipotermia não deve ser aquecida rapidamente a não ser que a
temperatura seja inferior a 32 ºC. Após um período de hipotermia moderada, a criança deve ser
aquecida lentamente a 0,25-0,5 ºC por hora;
I N E M | 107
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
• A febre pode surgir após as manobras de reanimação; e está associada a um mau prognóstico
neurológico; o risco aumenta à medida que aumenta a temperatura corporal acima dos 37 ºC.
Existem dados limitados que sugerem que o tratamento da febre com antipiréticos e/
ou arrefecimento reduz a lesão neurológica.
Os antipiréticos e outros medicamentos aconselhados para a febre são seguros; por isso utilize-
os para tratar a febre agressivamente.
SECÇÃO III
REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA E NEONATAL
II. REANIMAÇÃO
NEONATAL
PREPARAÇÃO
Controle da temperatura
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Expor o RN ao stress do frio irá baixar a oxigenação do sangue e aumentar a acidose metabólica.
É fundamental prevenir as perdas de calor:
• Secando imediatamente após o parto. Cobrindo a cabeça e corpo, com exceção da face,
com uma toalha quente para prevenir mais perdas de calor em alternativa colocar o rN em
contacto com a mãe e cobrindo ambos com um cobertor ou manta térmica.;
• Protegendo o recém-nascido de longos tempos exposto ao meio;
• Mantendo o ambiente aquecido (ex. célula sanitária, sala).
Equipamento e Ambiente
Quando o parto ocorre num local não designado para o efeito, recomenda-se por segurança a
existência de um conjunto de equipamento que inclui material para ventilação pulmonar de
tamanho apropriado para recém-nascidos, toalhas quentes e secas, cobertores, um instrumento
estéril para cortar o cordão umbilical, e luvas limpas. Pode também ser útil ter um aspirador com
sondas de vários tamanhos e espátulas ou laringoscópio para permitir o exame da orofaringe.
Outras particularidades e/ou dispositivos necessários:
• Insuflador manual neonatal com válvula de pressão;
• Máscaras faciais de tamanho: 00 e 0/1;
• Sondas de aspiração Fr12 ou 14, ou Yankauers;
• Máscara laríngea e/ou tubo traqueal;
• Lâmina reta 0 e 1;
• Capnografia;
• Tubo gástrico (Fr8 e 10).
Tabela 30 (??):
I N E M | 109
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Figura 44 (??):
ABORDAGEM IMICIAL
A escala de APGAR não foi inicialmente concebida para identificar recém-nascidos (RN)
que venham a precisar de reanimação. Contudo, alguns parâmetros desta escala,
nomeadamente a frequência respiratória, a frequência cardíaca e a coloração, se avaliadas
rapidamente, podem identificar os recém-nascidos a necessitar de cuidados de reanimação.
Para além disso, a avaliação seriada destes parâmetros pode indicar se os esforços que estão
a ser feitos estão a ser bem sucedidos ou se mais manobras de reanimação são necessárias.
FREQUÊCIA CARDÍACA:
É melhor avaliada com um estetoscópio auscultando os batimentos junto ao apéx (pulso
apical). A palpação de pulso na base do cordão umbilical é muitas vezes um método eficaz mas
nem sempre é facilmente palpável; a pulsação do cordão só é realmente simples para
frequências acima das 100 pulsações por minuto.
ATIVIDADE RESPIRATÓRIA:
Verifique se o recém-nascido está a ventilar. Se estiver avalie a frequência, profundidade
e simetria da ventilação, avalie também a existência de movimentos anormais como tiragem ou
ruído.
TÓNUS:
O RN apresenta movimentos de flexão dos membros com bom tónus muscular? Ou está
flácido/hipotónico?
COR:
Um RN saudável nasce com um tom azul e começa a tornar-se rosado a partir dos 30
segundos assim que estabelece uma ventilação eficaz. Observar se o RN está rosado, cianosado
ou pálido. A cianose periférica é comum e, por si só, não é indicador de hipóxia.
110 | I N E M
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
ESTIMULAçãO TÁCTIL:
Secar o RN geralmente produz a estimulação táctil suficiente para induzir uma ventilação
eficaz. Evite outros métodos mais vigorosos de estimular a ventilação. Se o RN não conseguir
estabelecer uma ventilação espontânea e eficaz após um breve período de estimulação, outros
cuidados de suporte serão necessários.
I N E M | 111
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
112 | I N E M
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Via Aérea
O RN deve ter a cabeça alinhada em posição neutra. Um cobertor ou toalha com 2 cm colocado
debaixo dos ombros do recém-nascido pode ser uma ajuda muito útil para manter a cabeça em
posição neutra;
• No RN mais prostrado, a aplicação da manobra de subluxação da mandíbula ou a
utilização de um tubo orofaríngeo de tamanho adequado pode ser útil na manutenção da
permeabilização da via aérea;
• A aspiração só é necessária se existir algo a obstruir a via aérea. A aspiração agressiva
da orofaringe pode retardar o início da ventilação espontânea, causar espasmo da laringe
e induzir bradicárdia por estimulação vagal. A presença de mecónio num RN prostrado é
a única indicação para considerar de imediato a aspiração da orofaringe. Caso seja
necessário a aspiração deve ser feita sob visualização direta (aspirar apenas onde se
visualiza). Utilizar sondas de 12-14 Fr, ou de yankauer num aspirador que não exceda
uma pressão negativa de 100 mmHg.
Ventilação
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Suporte Circulatório
(Compressões Torácicas)
Fármacos
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Suspensão da Reanimação
Dados recolhidos relativos a RN sem atividade cardíaca desde o nascimento até aos 10 minutos
ou mais, estão associados a uma mortalidade mais elevada ou a défice neurológico mais severo.
Após 10 minutos contínuos e adequados de esforços de reanimação, a suspensão das manobras
podem ser justificadas se não existirem sinais de vida.
I N E M | 115
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
SECÇÃO IV
EMERGÊNCIAS
OBSTÉTRICAS
E GINECOLÓGICAS
116 | I N E M
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
I – GINECOLOGIA E GRAVIDEZ
DISTURBIOS GINECOLÓGICOS
O termo Menorragia define a hemorragia com duração superior a 7 dias, menstruação superior
a 60 mL ou com menos de 21 dias de recorrência.
FACTO
A OMS define aborto espontâneo como a interrupção da gravidez antes da viabilidade fetal,
que ocorre nos países desenvolvidos por volta das 24 semanas.
Cerca de 75% dos abortos espontâneos acontecem antes das 8 semanas de gestação.
O aborto é a principal causa de hemorragia vaginal no primeiro trimestre da gravidez.
I N E M | 117
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
DISTÚRBIOS DA GRAVIDEZ
NO 1º TRIMESTRE:
• Hemorragia (ameaça de aborto, aborto voluntário ou não e gravidez ectópica);
• Dor (rotura de gravidez ectópica);
• Torsão de quisto.
NO 2º E 3º TRIMESTRES:
• Hemorragia (ameaça de Parto pré-termo, início do trabalho de parto prematuro,
descolamento de placenta, placenta prévia);
• Dor (ameaça de Parto pré-termo, início do trabalho de parto prematuro, descolamento
de placenta, torsão de quisto);
• Cefaleias ou convulsões (pré-eclâmpsia, eclâmpsia ou síndrome de HELLP sobretudo
se associados a ta aumentada ainda que o aumento possa ser muito ligeiro).
118 | I N E M
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Placenta Prévia
A placenta prévia é uma placenta de implantação baixa, no segmento inferior do útero junto ao
colo (endocolo) e não no fundo uterino. Isto implica a obstrução do colo uterino e dificuldades no
parto. Pode ser detetada pela existência de hemorragias.
Classifica-se quanto à localização da seguinte forma:
PLACENTA PRÉVIA COMPLETA OU TOTAL: Obstrui totalmente o colo uterino não permitindo,
se detetada, a existência de um parto normal. É a que causa maior hemorragia no momento do
parto. Pode provocar sofrimento fetal.
Quando o descolamento da placenta ocorre antes do parto pode levar à morte fetal (inclusive
num feto de termo). Pode também levar a morte materna por grande hemorragia. Classificam-se
os descolamentos em:
TOTAL:
Há descolamento total da placenta e interrupção imediata da irrigação sanguínea ao feto,
levando à sua morte;
PARCIAL:
Há descolamento parcial da placenta. O feto tem condições para sobreviver mas o
intervalo até ao parto deve ser encurtado;
CENTRAL:
Há descolamento do centro da placenta, formando-se um hematoma retro-placentário.
Pode não se visualizar perda de sangue por via vaginal, apesar de alterações
hemodinâmicas importantes;
MARGINAL:
Há descolamento dos bordos da placenta com consequente hemorragia vaginal.
I N E M | 119
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
ROTURA UTERINA
Esta situação está associada à fraqueza da parede uterina e a contrações demasiado fortes.
Tem incidência maior em multíparas sobretudo nos casos de cesariana anterior (pois o músculo
uterino encontra-se fragilizado), gestações gemelares ou com polihidrâmnios.
Pode surgir no parto, devido ao aumento das contrações uterinas (hipertonia uterina).
Pode ser provocada por situação de Trauma.
120 | I N E M
Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
São uma das causas mais comuns de morte materna após as 20 semanas de gravidez.
Diz-se que estamos na presença de hipertensão (durante a gravidez), quando os valores de
pressão arterial são iguais ou superiores a 140/90 mmHg ou quando se verifica uma subida de
20 mmHg na pressão sistólica ou 10 mmHg na diastólica comparativamente aos valores
habituais.
a pré-eclampsia é uma doença multissistémica vaso-espástica arteriolar que se desenvolve após
20 semanas de gestação, e carateriza-se pela combinação de hipertensão e proteinúria e ocorre
em cerca de 5 a 10% das mulheres grávidas. Outras manifestações clínicas podem ser:
• Cefaleias;
• Epigastralgias (por micorupturas vasculares subcapsulares, a nível hepático);
• Alterações visuais - aparecem escotomas ou pontos brilhantes;
• Oligúria e/ou anúria.
Eclâmpsia define-se como a presença de convulsões associadas ao quadro anterior. Podem no
entanto preceder a subida tensional.
INTERVENÇÃO (Eclampsia)
Se persistir convulsão:
• Sulfato Magnésio, bolus, 2 g;
• Diazepam, EV, 10 mg (ou Midazolam).
Antídoto do Sulfato de Magnésio:
• Gluconato de cálcio
(1 ampola de 10 mL = 1 g).
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II – ALTERAÇÕES
ANATOMO-
FISIOLÓGICAS NA
GRAVIDEZ
SISTEMA RESPIRATÓRIO
SISTEMA CARDIO-CIECULATÓRIA
• Aumento do volume sanguíneo até 48-50 % pela 34ª semana de gravidez (os glóbulos
vermelhos aumentam cerca de 20-30%);
• Diminuição do hematócrito, dado o aumento do volume plasmático ser maior do que o
dos glóbulos vermelhos: anemia fisiológica;
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APARELHO DIGESTIVO
SISTEMA URINÁRIO
ÚTERO E PLACENTA
• Útero protegido pela pélvis até a 12ª semana. Após a 12ª semana torna-se um órgão
intra-abdominal;
• Localiza-se ao nível da cicatriz umbilical pela 20ª semana;
• Altura máxima na 36ª semana;
• Parede uterina mais fina com a evolução da gravidez e daí menos protetora;
• Risco de descolamento da placenta durante o trauma, dado que esta estrutura é menos
elástica do que o músculo uterino: risco de morte para o feto e embolia materna (líquido
amniótico na circulação com dor precordial, dispneia, cianose, hipotensão e alterações
da coagulação);
• Risco de hemorragia oculta significativa.
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SISTEMA NERVOSO
SISTEMA OSTEO-ARTICULAR
III – PARTO
EMINENTE
O tempo de gravidez conta-se a partir do 1º dia da última
menstruação (DUM).
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DESENVOLVIMENTO DA GRAVIDEZ:
• O útero, estrutura formada por fibras musculares involuntárias, tem a capacidade de se
ir distendendo à medida que o feto se vai desenvolvendo;
• É devido às contrações musculares do útero que, no fim da gravidez, o feto é expelido;
• Durante a gravidez, na parede interior do útero fixa-se a placenta, constituída por vasos
sanguíneos que permitem a ligação entre a mãe e a criança, de modo a que a última
receba os nutrientes necessários para viver e se desenvolver;
• A placenta está ligada ao feto pelo cordão umbilical e fixa-se à parede interior do útero;
• O feto desenvolve-se dentro de um saco membranoso, o saco amniótico ou bolsa de
águas, que o contém mergulhado no líquido amniótico. Quando as membranas se
rompem, o líquido vai lubrificar o canal vaginal para facilitar a expulsão do feto.
Por parto entende-se o conjunto de fenómenos que se observam numa grávida de termo
ou perto do termo e que têm por finalidade a expulsão do ovo (entendendo-se por ovo o
conjunto formado pelo feto, placenta, membranas e líquido amniótico). O feto não tem
papel ativo no parto, estando durante todo o processo dependente das contrações
uterinas.
Por apresentação entende-se a parte do feto que se apresenta primeiro no estreito
superior da bacia e lidera toda a passagem através do canal de parto.
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Na apresentação cefálica a cabeça do feto encontra-se no polo inferior do útero (imagem a cores
na figura: apresentação fetal).
Na apresentação pélvica, a extremidade pélvica do feto situa-se no pólo inferior do útero,
mantendo-se a cabeça no fundo uterino, que por sua vez pode ser:
• Completa (se o feto está sentado no canal de parto) parto por cesariana ou por via
vaginal;
• Incompleta (se o feto está de pé, ou seja possui as pernas esticadas) parto sempre feito
por cesariana.
A apresentação pélvica é frequente na grávida até por volta das 30/32 semanas. Normalmente
produz-se então um movimento do feto que orienta a cabeça para baixo. Em alguns casos, este
movimento não se produz e a apresentação mantém-se pélvica. Apesar de não ser incompatível
com o parto por via baixa, implica riscos acrescidos. A mortalidade fetal nestas condições é mais
elevada que nas apresentações cefálicas, sobretudo pelo risco da cabeça, que é o pólo mais
volumoso do feto, não conseguir passar pelo canal de parto.
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TIPO DE PARTO
PARTO EUTÓCICO:
É o parto de um feto com apresentação cefálica ou pélvica, que acontece espontaneamente sem
intervenção instrumental.
PARTO DISTÓCICO:
É o parto que não acontece espontaneamente e que tem intervenção cirúrgica ou instrumental
em qualquer período do trabalho de parto.
Diz-se que estão presentes os sinais clínicos de trabalho de parto quando existem contrações
uterinas dolorosas e regulares, associadas a encurtamento do colo uterino e a dilatação do
mesmo.
O parto deverá acontecer por princípio em unidade de saúde com bloco de Partos.
resulta daqui que em ambiente pré-hospitalar apenas o parto iminente deverá ter lugar.
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PERÍODO EXPULSIVO:
Período que vais desde a dilatação completa (10 cm) até à expulsão completa do feto. O
aparecimento do reflexo espontâneo de contração da musculatura abdominal em resposta às
contrações uterinas, marca o início do período expulsivo. Nesta fase, em condições normais, a
cabeça do feto começará a aparecer na vulva (coroa cefálica) distendendo-a gradualmente.
DEQUITADURA:
Período imediatamente após o nascimento da criança, até completa expulsão da placenta e
membranas para o exterior (dequitadura).
PUERPÉRIO IMEDIATO:
Período que decorre nas 2 horas seguintes após o final do 3º estádio, ou seja, período de
recuperação imediata (restabelecimento da hemóstase e homeostase).
Tabela 33 (??): Tempos médios das fases do trabalho de parto (nulípara versus multípara)
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O prolapso do cordão umbilical constitui uma emergência obstétrica, e o parto não poderá ter
lugar fora do hospital. Neste caso, o cordão precede o feto no canal vaginal dando origem à
interrupção da circulação fetal. Pode ser detetado quer porque a mulher refere sentir o cordão
ou porque ele é visível ou palpado na vagina. Poder-se-á considerar três tipos de prolapso do
cordão umbilical:
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Em relação ao transporte:
• Manter a posição de Trendelemburg e a elevação da anca direita durante todo o
transporte;
• O transporte deve ser rápido salvaguardando todas as questões de segurança;
• Manter oxigenoterapia na máxima concentração possível (SpO2>97%).
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• Envolvê-lo em compressa estéril embebida em soro fisiológico (se possível morno). Não
tentar reintroduzi-lo no útero;
• Administrar oxigénio por máscara na maior concentração possível (SpO2>97%);
• Manter a anca direita elevada e posicionar a maca em Trendelemburg;
• Obter acesso venoso periférico;
• Explicar à mulher a razão do procedimento e a forma como poderá colaborar;
• Proceder de acordo com instruções do CODU no que respeita ao transporte para a
unidade hospitalar;
• O transporte deve ser rápido salvaguardando todas as questões de segurança.
• Colocar a mulher em decúbito lateral esquerdo e iniciar transporte para o Hospital com
Bloco de Partos;
• Não permitir ir ao WC evacuar. Quando o nascimento se faz normalmente, a cabeça
começa a descer para a vagina da mãe, a qual em cada contração uterina, sente
necessidade de fazer força (como para evacuar), isto porque a cabeça do feto faz pressão
contra o reto;
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Parto Eminente:
Perante a evidência dos sinais clínicos de trabalho de parto e perante a visualização da coroa
cefálica devem ser adoptados os procedimentos necessários para assistir o parto no local:
1) Preparar o KIt de Parto e o local onde se vai dar o parto;
2) Colocar a mulher em decúbito dorsal com as pernas fletidas sobre o tronco, puxando
os joelhos para si e para fora (criar altura por baixo do rabo da grávida);
3) Colocar resguardo sob as nádegas da mulher, deixando a descoberto a região da
abertura vaginal;
4) Se prolapso do cordão, mãe em choque, presença de mecónio ou qualquer outro sinal
que possa fazer suspeitar de sofrimento fetal, administrar Oxigénio (manter SpO2>97%);
5) Equipar-se com o material disponível no kit de partos, nomeadamente bata, máscara
e luvas esterilizadas;
6) Encorajar a parturiente a só fazer força (“puxar”) durante as contrações;
7) Incentivar a mulher a respirar lenta e profundamente no intervalo das contrações;
8) Coloque-se à frente do canal vaginal: Colocar a palma da mão na cabeça exposta do
feto, evitando a sua saída abrupta. Este procedimento visa evitar variações bruscas da
pressão intracraniana e evitar lacerações vaginais e/ou perineais;
9) Após a exteriorização da cabeça, verificar se existem circulares do cordão umbilical
em torno do pescoço. Se tal se verificar, tentar soltá-lo da cabeça ou puxá-lo suavemente
para que possa deslizar sobre os ombros. Se a circular for muito apertada e não se soltar
sobre a cabeça ou os ombros, é necessário cortar rapidamente o cordão entre dois
clamps, para o desenrolar e permitir assim terminar o parto. A presença do cordão
umbilical em redor do pescoço pode provocar na altura da descida da cabeça a tração do
cordão com interrupção mais ou menos importante da circulação e sofrimento fetal;
10) Segurar a cabeça do feto até que ocorra a restituição (rotação externa). A cabeça
sairá
pela vagina, geralmente com a face voltada para baixo, roda depois de lado, para uma
das pernas da mãe;
11) Logo que toda a cabeça tenha saído, deve-se explorar a região cervical (pescoço) do
feto, à procura de uma possível circular do cordão umbilical, que se for encontrada,
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
deverá ser deslizada pela cabeça do feto com muito cuidado. Se esta manobra for
impossível, o cordão deve ser laqueado por dois clamps e cortado entre eles;
12) Após a restituição e a pesquisa de circular cervical, com uma mão em cada lado da
cabeça do feto exercer pressão suave para baixo de forma a libertar o ombro anterior
(superior) que aparece assim sob a sínfise púbica. Repetir a manobra em sentido
contrário de forma a libertar o ombro posterior (inferior);
13) Nesta fase é provável que o resto do corpo seja exteriorizado rapidamente pelo que
são necessários cuidados adicionais no sentido de o segurar devidamente. Nesta altura
cessam as contrações;
14) Se necessário, mantendo a cabeça a um nível inferior ao do resto do corpo de forma
a facilitar a drenagem de secreções, aspirar a cavidade oral e as narinas com a pera
existente no kit de partos;
15) Manter o recém-nascido ao nível do útero da mãe;
16) Laquear e cortar o cordão umbilical:
a. Colocar o clamp proximal a cerca de 5 cm do umbigo;
b. Colocar o clamp distal a cerca de 10 cm do primeiro;
c. Cortar o cordão entre os dois clamps utilizando o bisturi do kit de partos;
17) Embrulhar o recém-nascido no lençol do kit de partos agasalhando-o o mais possível
incluindo a cabeça. Secar rapidamente de forma a evitar perdas de calor;
18) Permitir à mãe ver o recém-nascido e pegar-lhe se adequado e oportuno;
19) Proteger o períneo com penso higiénico;
20) Colocar a mãe em posição confortável;
21) Iniciar transporte para a unidade hospitalar com Bloco de Partos;
22) Caso se verifique a dequitadura, colocar o material expulso num dos sacos existentes
no kit de partos de forma a poder ser entregue juntamente com a mãe.
É necessário ter o cuidado para procurar a presença de circulares cervicais após a saída
da cabeça do feto e se necessário a sua resolução calma e rápida prevenindo a asfixia do
recém-nascido.
Se decidido o transporte, este deverá ser interrompido se grávida entrar em período expulsivo:
COROA CEFÁLICA.
Figura 56 (??): O corte do cordão umbilical a 5 cm de distância do umbigo permitirá, sendo necessário,
a colocação de cateter umbilical numa unidade de saúde.
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
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Tronco Exteriorizado
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
3. Uma vez o umbigo visualizado, puxar suavemente uma grande extensão do cordão umbilical;
4. Deixar o feto para alinhar os ombros em posição Antero-posterior;
5. Exercer ligeira tração no feto até ser possível ver as axilas;
6. em seguida, puxar o feto suavemente para cima, ajudando a libertar o ombro posterior;
7. repetir o procedimento em sentido inverso de forma a poder libertar o ombro anterior;
8. Rodar o feto de forma a que a face fique posterior, isto é, as nádegas ficam voltadas para a
frente da mãe;
9. Apoiar o feto num antebraço;
10. Deslizar os dedos (2º e 3º) até encontrar o queixo e o nariz do feto e afastá-los depois de
modo a que o ar possa passar e a criança não sufoque. Esta manobra deve fazer-se até que a
cabeça saia completamente ou se chegue à unidade de saúde;
11. O feto deve ser mantido paralelo ao solo de forma a evitar a hiperextensão do pescoço;
12. Com a outra mão apoiada nos ombros exercer ligeira tração, ao mesmo tempo que um 2º
elemento exerce pressão supra-púbica até à exteriorização da cabeça.
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
CUIDADOS AO RECÉM-NASCIDOS
a assistência ao recém-nascido inicia-se imediatamente após o parto. Depois do feto ter saído
completamente, deve começar a respirar por si, chorando muitas vezes.
O recém-nascido precisa de ser rapidamente estimulado e assistido de forma a estabelecer e
manter respiração autónoma, ao mesmo tempo que é aquecido e protegido da perda de calor.
de uma forma geral, o recém-nascido de termo, nascido por via vaginal tem pouca dificuldade
em desobstruir as vias aéreas. Se apresentar excesso de secreções nas vias respiratórias, a
boca e as narinas devem ser aspiradas recorrendo à pera de aspiração do kit de partos. A boca
deve ser aspirada em primeiro lugar, após o que se aspira uma narina de cada vez. Aspiração
apenas se necessário, em pressão negativa nunca >100 mmHg. O aspirar agressivamente pode
atrasar o início da ventilação espontânea e causar laringoespasmo e bradicardia vagal. A
presença de mecónio espesso num rN com hipotonia é a única indicação para considerar
aspiração imediata.
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
Deve ser feita uma avaliação rápida da aparência e do comportamento geral do rN ao mesmo
tempo que se procuram anomalias grosseiras. Nascendo num ambiente frio, o recém-nascido
perde rapidamente calor por evaporação na medida em que a sua pele está humedecida com
líquido amniótico, motivo pelo qual a criança deve ser rapidamente seca. Estando a pele seca, a
perda de calor passa a acontecer essencialmente por radiação, razão pela qual é importante que
seja devidamente agasalhada (deixando a descoberto apenas a face).
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Siglas
AAV – Abordagem e Avaliação da Vítima
AEC – Alteração do Estdo de Consciência
AVC – Acidente Vascular Cerebral
CDI – Cardio desfibrilhador implantado
CHAMU – Mnemónica de Recolha de Informação (Circunstâncias, Historial clinico, Alergias,
Medicação habitual e Última refeição)
CIAV – Centro de Informações Anti veneno
CT – Compressões torácicas
CODU – Centro de Orientação de doentes Urgentes
DAE – Desfibrilhação Automática Externa
DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
ECG - Eletrocardiograma
EPI – Equipamento de Proteção Individual
EV - Endovenoso
FAR – Frequência, Amplitude e Ritmo
FC – Frequência Cardiaca
FR – Frequência Respiratória
GCS – Escala de Coma de Glasgow
IM - Intramuscular
IO – Intraossea
NRS – Numeric Rating Scale
OVA – Obstrução da Via Aérea
OVACE – OVA por corpo estranho
PA – Pressão arterial
PAS – Pressão arterial sistólica
PCR – Paragem Cardiorrespiratória
PLS – Posição Lateral de Segurança
PNDAE – Plano Nacional de DAE
PO – Por via oral
RCE – Restabelecimento de Circulação Espontânea
RCR – Reanimação Cardiorrespiratória
RN – Recém-nascido
SAV – suporte Avançado de Vida
SBV – Suporte Básico de Vida
SCA – Sindrome Coronária Agudo
SCQ – Superficie Corporal Queimada
SF – Soro fisiológico
SpO2 – Saturação periférica de oxigénio
SU – Serviço de Urgência
TAS – Tripulante de Ambulância de Socorro
TAT - Tripulante de Ambulância de Transporte
TCE – Traumatismo craneo encefático
TEPH – Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
TILIDAS – Mnemónica para caracterização da Dor (Tipo, Inicio, Localização, Intensidade,
Duração, Alivio/Agravamento, sintomas associados)
TVM – Traumatismo Vertebro Medular
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Suporte Avançado de Vida - Pediátrico
VA – Via Aérea
VOSP – Ver, Ouvir, Sentir e Palpar pulso
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