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Metodologia Do Treino Desportivo
Metodologia Do Treino Desportivo
METODOLOGIA
DO
TREINO DESPORTIVO
Textos de apoio
(exclusivamente para uso interno)
Ciências do Desporto
Edições FMH
II • Metodologia do treino desportivo I !
Ficha técnica
Índice • III
Prefácio
Não podemos ainda de deixar de referir que nesta obra, para além de terem
colaborado diversos professores da FMH, dá-se a circunstância de nela terem
também participado professores externos à FMH que aqui trabalham em
termos pontuais. É um esforço de cooperação entre a FMH - Departamento de
Ciências do Desporto e o Sistema Desportivo que nos apraz referenciar. Na
realidade, todos sabemos que é da conjugação de esforços, entre as diversas
entidades que interagem no Sistema Desportivo, que podem ser dados passos
significativos na procura da qualidade e da excelência.
Gustavo Pires
Presidente do Departamento de Ciências do Desporto
IV • Metodologia do treino desportivo I !
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino
Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 1
Índice • V
Prefácio
6.2.2. O espaço 65
6.2.3. O tempo 66
6.2.4. A Complexidade 67
6.2.4.1. No domínio da velocidade de execução 68
6.2.4.2. No domínio do esforço 69
7. A classificação dos exercícios de treino 69
7.1. O factor de treino predominante no conteúdo do exercício 70
7.1.1. Exercícios técnicos 70
7.1.2. Exercícios tácticos 70
7.1.3. Exercícios físicos 70
7.2. Em função do grau de identidade do exercício 72
7.2.1. Exercícios de competição 72
7.2.2. Exercícios especiais 73
7.2.3. Exercícios gerais 74
8. Orientações e tendências dos exercícios de treino 76
8.1. Aumento do volume de treino utilizando exercícios de carácter geral e especial 77
8.2. Maior utilização dos exercícios de treino de carácter específico 77
8.3. Adequação dos exercícios de treino à realidade competitiva. Indivisibilidade dos
factores de treino 77
8.3.1. A objectividade 78
8.3.2. A modelação 78
8.4. Estabelecimento das bases científicas dos exercícios de treino 80
Conteúdo da Parte I
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Período
Parte IV Factores do treino O factor técnico
Competitivo
desportivo desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
" Conceitos do treino desportivo • 3
Organigrama 2
Parte I
Sumário
1. O treino e a treinabilidade
1.1. Preparação desportiva precoce
1.2. A especialização precoce
2. A carga e a cargabilidade
2.1. A natureza da carga
2.1.1. Cargas de treino ou de competição
2.1.2. Cargas específicas ou não específicas
2.1.3. Cargas em função da época desportiva
2.2. A grandeza da carga
2.2.1. Externo
2.2.2. Interno
2.3. A orientação da carga
2.3.1. Selectiva
2.3.2. Complexa
3. A adaptação e a capacidade de rendimento
3.1. Adaptação rápida
3.2. Adaptação a longo termo
4. A fadiga e a recuperação
4.1. Fadiga evidente
4.2 Fadiga latente
5. O estado de treino e o estado de preparação
4 • Metodologia do treino desportivo I !
Bibliografia:
O treino desportivo procura pois, estabelecer pelos seus efeitos, uma adaptação
do(s) praticante(s) às condições que lhe são impostas pela competição, de
modo assegurar:
• uma eficiência máxima;
• com um dispêndio mínimo de energia; e
• uma recuperação rápida.
1. O treino e a treinabilidade
Idade 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Capacidade de
aprendizagem motora
Capacidade de diferenciação
Componentes psicomotoras
e controlo
Capacidade de reacção
óptica e auditiva
Capacidade de orientação
espacial
Capacidade de ritmo
Capacidade de equilíbrio
Componentes condicionais
Resistência
Força
Velocidade
Flexibilidade
cognoscitivas
Comp. psico-
Capacidade afectivo-
-cognoscitiva
Capacidade de
aprendizagem
2. A carga e a cargabilidade
2.2.1. Externas
2.2.2. Internos
2.3.1. Selectiva
2.3.2. Complexa
Reacção
Reacção
4. A fadiga e a recuperação
16 • Metodologia do treino desportivo I !
A recuperação
Podemos distinguir duas fases na reacção dos sistemas funcionais a uma carga
de treino:
" Conceitos do treino desportivo • 17
0%
2/3 3/3 Tempo de recuperação
1/3
70% 20% 10%
Conteúdo da Parte II
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 3
" Factores do rendimento desportivo • 19
Parte II
Sumário
Bibliografia:
No entanto, refere o mesmo autor (1977), "o efeito deste factor, mediante
um certo número de relações e condições indirectas, não garante
automaticamente, a melhoria do rendimento desportivo dos praticante(s),
havendo a necessidade de canalizar de forma correcta as possibilidades
existentes"
Por fim, importa salientar que a performance (P) exerce igualmente uma
influência sob o subgrupo C exigindo que este tenha em conta as modificações
positivas ou negativas das performances e as suas flutuações aleatórias ou
previsíveis com o intuito de activar os mecanismo de controlo requeridos
permitindo desta forma despoletar os mecanismos subjacentes.
Performance
(P)
Para além de uma boa condição física geral, o praticante deve contar com
uma preparação física específica totalmente orientada para a modalidade.
Neste quadro, o praticante deve atingir um rendimento máximo no plano
das qualidades físicas mais solicitadas pela própria modalidade
desportiva, aproximando-se desta forma do potencial das suas qualidades
físicas específicas, às quais fará apelo durante a situação competitiva. A
condição física específica deverá variar consoante as modalidades
desportivas e consoante os perfis de exigência dentro de cada
especialidade dentro da modalidade desportivas (por exemplo: maratona
28 • Metodologia do treino desportivo I !
À muito tempo que está demonstrado que R pode exercer uma influência
determinante sobre a receptividade do praticante para um programa de
treino intensivo e, sobre a sua disponibilidade ao longo de um período
intensivo de competições. Torna-se assim importante que este factor
receba uma atenção suficiente no conjunto de factores de preparação do
praticante para a performance desportiva.
Sumário
Capítulo 1
Os fundamentos do exercício de treino
Capítulo 2
Bases conceptuais para a construção do exercício de treino
Capítulo 3
Bases de aplicação do exercício de treino
Capítulo 4
Bases de eficiência do exercício de treino
Metodologia do treino 33
PARTE III
Capítulo 1
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 4
Parte III
" Fundamentos do exercício de treino • 35
Sumário
Bibliografia:
36 • Metodologia do treino desportivo I !
Do que foi referido, não significa que o treino desportivo não tenha outros
meios diferentes do dos exercícios, o que é importante, é analisar e
compreender que a sua base estrutural constitui-se num sistema de
exercícios subordinados às exigências de uma aprendizagem,
" Fundamentos do exercício de treino • 39
Neste contexto, o exercício de treino pode ser definido como um acto motor
sistematicamente repetido cuja "essência assenta na realização de movimentos
de diferentes segmentos do corpo, executados simultaneamente ou
sucessivamente, coordenados e organizados numa estrutura segundo um
determinado objectivo a atingir. Cada movimento e o exercício, no seu
conjunto, devem ter, entre outras especificidades: direcção, amplitude,
velocidade, duração, ritmo e tempo de duração" (Teodorescu, 1987).
3.1. Especificidade
Contudo, há que ter em atenção, que "o ser humano quando processa
informação fá-lo de um modo limitado, isto é, só pode processar um
conjunto de informação de cada vez, e só pode fazê-lo a uma velocidade
limitada". Se os requisitos informacionais (quantidade de informação a
tratar pelos mecanismos perceptivos de decisão, de programação e as
potencialidades do praticante) do exercício a executar se aproximam ou
excedem as capacidades limitadas do sistema, então a performance é
afectada negativamente.
B/ Selecção da resposta
1. reduzir em função da opção escolhida as alternativas possíveis de
resolução da situação e optar por uma
2. Estabelecer o plano de acção através de directrizes específicas
3. Utilizar esta fase para comparar com o movimento em curso
Memória de longo prazo
curto prazo
Memória de
Memória de
curto prazo
1. Ópticos 1. Inervação
2. Acústico 2. Contracção da
3. Táctil Reaferências musculatura
4. Cinestésico
INPUT/Entrada OUTPUT/Saída
(tomada de informação) (movimento)
Figura 5. As etapas de tratamento da informação que intervêm entre a apresentação do estímulo
e o movimento (adaptado de Weineck, 1986)
4.2. O recurso energético
Neste sentido, o ser humano possui três processos para produzir energia,
também denominado de fontes energéticas para a contracção muscular: i)
anaeróbio aláctico, ii) anaeróbio láctico e, iii) aeróbio.
5.1. O objectivo
5.2. O conteúdo
5.3. A Forma
Regeneração
Fadiga Carga
6.1.1. A duração
6.1.3. A Intensidade
6.1.4. A Densidade
Pausa incompleta
Pausa completa
Tempo
6.1.5. A Frequência
Dos vários autores consultados, tais como Bayer (1974, 1979), Teissie
(1970), Wade (1978), Gratereau (1963), Dietrich (1978), Hughes (1973,
1990), Dufour (1972), Mercier (1985), Heddergott (1978), Michels (1981),
Palfai (1982), Caron (1976), entre outros, evidenciam no desenvolvimento
dos seus exercícios técnico-tácticos três invariantes estruturais
fundamentais: o número, o espaço e o tempo.
6.2.1. O número
Máxima Mínima
Intensidade do exercício
Número de repetições
do exercício
Média Média
Mínima Máxima
6.2.2. O espaço
uma das acções no seu seio da actividade colectiva global que caracteriza
o nível táctico de um jogador e, em definitivo, de uma equipa.
C +
C nível
C
de
T complexidade
N
-
E
Figura 14. As invariantes estruturais do exercício no plano técnico-táctico as suas
interrelações e os níveis de complexidade
Exercícios de treino
Função A B C D E F G H
Carga do treino
1 1 1 1 3 4 4 5
em relação à carga 2 3 3 3 5 5 5
de competiçao 4 4
Figura. 15. Modelo de classificação dos exercícios segundo Berger, e Hauptman
A- formação e estabilização do complexo de rendimento específico da competição;
B- formação e estabilização essencialmente das capacidades condicionais específicas;
C- Aperfeiçoamento e consolidação essencialmente das capacidades técnicas
específicas;
D- formação essencialmente das capacidades técnico-tácticas;
E- formação das capacidades condicionais de base;
F- Aperfeiçoamento de outras técnicas desportivas;
G- relaxação emocional;
H- Descanso activo, aceleração da regeneração
1- específico de competição; 2- insignificante divergência; 3- mais elevada; 4-
sensivelmente mais baixa; 5- mais baixa
especial, ii) maior utilização dos exercícios de treino de carácter específico, iii)
adequação dos exercícios de treino à realidade competitiva - indivisibilidade
dos factores de treino e, iv) estabelecimento das bases científicas dos exercícios
de treino.
8.3.1. A objectividade
8.3.2. A modelação
w
PARTE III
Capítulo 2
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 5
" Bases conceptuais para a construção dos exercícios • 83
Parte III
Sumário
Bibliografia:
84 • Metodologia do treino desportivo I !
Estas são as bases teóricas sobre as quais se edifica a prática e o ensino das
diferentes modalidades desportivas (individuais e colectivas). Esta teoria,
interpretada de uma forma rígida trouxe uma aparente validade desta
tendência que privilegiou os factores de associação e de repetição, levando
os treinadores a evidenciar uma preocupação mecanicista tanto do gesto
técnico como do comportamento táctico na resolução das situações
competitivas. Tudo se resumia assim, a um problema de técnica individual,
na qual era necessário que cada praticante adquiri-se previamente um
repertório de gestos.
Esta análise foi complementada, numa segunda fase pelo estudo energético
que visava o conhecimento do rendimento máximo e a eficácia funcional de
cada acto permitindo formular um modelo ideal, que respondesse às leis
bio-mecanicistas precisas, em direcção a uma execução que todos os
praticantes deveriam obedecer. Esta pedagogia, "trouxe abundantes
progressões, fruto de execuções e sistematizações rigorosas, onde os
exercícios descritos ou propostos, eram realizados numa estrita ordem
constituindo uma ajuda preciosa nas condutas práticas das sessões de
treino. No entanto, o gesto era encarado de uma forma abstracta, sem
nenhuma relação com a realidade" (Bayer, 1972).
Neste sentido, Bayer (1972), refere que "cada elemento está dialecticamente
relacionado com o conjunto, e que a génese dos fenómenos complexos
explicam-se pela emergência de formas, ou seja, de conjuntos estruturados
dotados duma articulação que lhe é própria..." Assim, no plano particular
dos jogos desportivos colectivos, um jogador não joga ao "lado" dos outros,
mas "com" os companheiros e "contra" os adversários, Bouet (1968),
emprega a fórmula "com e contra". Pedagogicamente, ainda segundo o
mesmo autor (1983) "esta atitude caracteriza-se por centrar a formação
sobre a equipa que representa uma totalidade (como ponto de partida), e
por dirigir e desenvolver a formação individual de uma forma integrada em
função de uma dada organização colectiva utilizada e adaptada pela
equipa".
Inversamente às teorias associativistas, parte-se do geral, ou seja, da
totalidade (contexto das situações competitivas), para atingir o particular, ou
seja, o praticante, isto permite a aquisição de uma técnica integrada à
dinâmica competitiva, em articulação com as possibilidades próprias de
cada praticante que se encontra dentro desse sistema. Neste contexto, "o
movimento não é concebido como uma junção de execuções motoras
parcelares, mas como uma unidade dinâmica una e indivisível. Logo, a
aprendizagem de um comportamento representa uma modificação total na
relação dos actos motores e do campo perceptivo, ou por outras palavras,
cada tentativa para atingir o objectivo previamente definido representa
uma estrutura original" (Bayer, 1972). Concluindo, as perspectivas da
forma estabelecem que entre o conteúdo da modalidade desportiva e o
conteúdo do exercícios de treino haja uma relação dialéctica. Neste sentido,
a aprendizagem, aperfeiçoamento e desenvolvimento dos praticantes
decorrem no contexto da realidade competitiva, embora em formas menos
complexas mas que não desvirtuam a sua natureza fundamental. Após a
análise dos elementos do conteúdo no seu contexto real em que estes se
desenvolvem e exprimem os exercícios de treino são construídos e
organizados da seguinte forma (Queiroz, 1983):
" Bases conceptuais para a construção dos exercícios • 91
Capítulo 3
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 6
" Bases de aplicação do exercício de treino • 97
Parte III
Sumário
Bibliografia:
1. Os princípios biológicos
Competição
Carga IV
Dinâmica da carga
Carga III
Carga II
Carga I
Tempo
2. Os princípios metodológicos
regido por leis biológicas. Todavia, importa tomar em consideração que este
processo não é tão linear nem tão determinista, como parece numa primeira
análise. A relação dialéctica entre o organismo e os exercícios de treino
encontra aqui apenas um elemento de base, e só isso.
Figura 20. O tempo que medeia a aplicação entre duas unidades de treino é demasiado
longo
Pelo contrário, quando durante a unidade de treino os exercícios são
aplicados de forma intensa, e o tempo que medeia a aplicação de uma
nova unidade de treino é demasiadamente curto, provoca-se a degradação
das potencialidades do praticante, tendo o treino um efeito negativo,
perdendo assim, toda a sua eficácia.
Figura 21. O tempo que medeia a aplicação entre duas unidades de treino é
demasiado curto
Esta regra não pode ser aplicada forçosamente a cada unidade de treino,
pois, numa fase mais elevada do praticante, este já não reage tão
facilmente às cargas simples, como no início da mesma. Assim, torna-se
necessário criar-se periodicamente situações em que se verifique o
somatório do efeito de uma série de sessões de treino numa perspectiva
110 • Metodologia do treino desportivo I !
Figura 22. O tempo que medeia a aplicação entre duas unidades de treino é óptimo
3. Os princípios pedagógicos
Daí que, torna-se por vezes necessário a explicação sumária das finalidades
do exercício de treino (objectivos), bem como das condições que o
acompanham e de instruções precisas para a sua realização. Neste sentido,
as intervenções do professor/treinador, antes, durante, e depois do exercício
de treino são uma via para a actividade consciente dos praticantes sem o
qual a sua racionalização (objectividade, modelação) não poderá ser
entendida como uma das etapas para a cientificação do treino.
w
PARTE III
Capítulo 4
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 7
" Bases de eficácia do exercício de treino • 123
Parte III
Sumário
Bibliografia:
124 • Metodologia do treino desportivo I !
Como refere Bompa (1990) "no treino existe um grande número de exercício,
alguns de efeitos limitados e outros de efeitos muito complexos". Assim de
uma multiplicidade de exercícios possíveis de aplicar no treino, cabe ao
treinador "seleccionar cuidadosamente aqueles que melhor atinjam os
objectivos definidos e que assegurem o mais alto nível de desenvolvimento".
Para Harre (1981), os exercícios são "o meio mais importante para a elevação
dos rendimentos desportivos. Estes têm de corresponder às metas e tarefas do
processo de treino e não devem ser elegidos e aplicados sem ordem. A
" Bases de eficácia do exercício de treino • 127
Potencial
Nível de
habili-
dade
Nível de
dificul- Aprendi-
dade zagem
Nível de
comple-
xidade
Factores
situacio-
nais
Com efeito, é necessário deixar claro, que qualquer exercício, mesmo que
tenha passado por um correcto processo de seleccionamento, só terá
utilidade/validade, isto é, só poderá ser considerado meio de treino efectivo,
capaz de cumprir o objectivo que o determina, se for explicado, corrigido e
apreendido convenientemente de forma que a execução dos elementos
técnico-tácticos que o constituem e em função da variabilidade da situação,
decorram em conformidade com os objectivos pré-estabelecidos. Ulatowski
(1975), refere concretamente que "a eficácia do treino depende em primeiro
lugar, da escolha e da execução dos exercícios", acrescentando que "sem um
" Bases de eficácia do exercício de treino • 133
Parte IV
Sumário
Capítulo 1
Estudo do factor técnico desportivo
Capítulo 2
Estudo do factor táctico desportivo
Capítulo 3
Estudo do factor físico desportivo
Secção A - Estudo sobre a força muscular
Secção B - Estudo sobre a resistência
Secção C - Estudo sobre a velocidade
Secção D - Estudo sobre a flexibilidade
PARTE IV
Capítulo 1
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 8
Parte IV
" Estudo do factor técnico desportivo • 141
Os factores de treino
Sumário
Bibliografia:
Ao dizer-se que este ou aquele praticante tem uma boa técnica isto significa
que a sua forma de resolver uma tarefa colocada por um exercício ou pela
competição é: i) mais precisa, ii) mais segura e, iii) mais económica. Em
consonância com o referido Matveiev (1986) refere que o "critério mais geral
da eficiência de uma técnica desportiva é determinado pela diferença entre o
resultado desportivo realmente conseguido e o resultado calculado, que o
praticante poderia ter conseguido se utilizasse o máximo das suas
possibilidades morfológico-funcionais".
pretende fazer. Para estas modalidades a técnica tem uma função com
aspectos complexos e variados que não é possível definir com uma só
expressão.
4. Relações entre o factor técnico e o factor táctico desportivo
Aprendizagem de
um novo gesto
técnico
Constituição
corporal
Capacidade Interacção
cognitiva treinador/pratica.
Técnicas
Estado Instuções
simples e
emocional
complexas
Capacidade Influências da
coordenativa situação externa
Capacidade
física
Figura 28. Factores que contribuem para o sucesso da aprendizagem de novos
gestos técnicos (Rieder, 1983)
Execução prática
Objectivos Resultados
a repetição do gesto:
a estabilização das aptidões técnico-desportivas:
• criação de condições favoráveis;
• exercitar o gesto técnico-desportivo isento de erros;
• não confundir estabilidade com estereótipos rotineiros;
• aproximação gradual aos valores-padrão;
a diversidade de aptidões técnico-desportivas:
• variação rigorosamente dirigida;
• variação livremente dirigida; e,
a segurança das aptidões técnico-desportivas
• adaptação das aptidões técnicas às condições máximas de
manifestação dos factores físicos de treino;
• modelação de situações psiquicamente tensas e introdução de
dificuldades adicionais; e
• a prática competitiva.
Factores
perturbadores
Treinador
Professor
Figura 30. Modelo do processo de aprendizagem motora Grosser/Neumaier
(Carvalho, 1988)
Treinador Praticante
Avalia Interacções disponibilidade
Corrige autocorrecção
Análise
Instruções
Reprogramar
Figura 31. Interacção praticante/treinador na aprendizagem do gesto técnico
(Rieder, 1983)
Antes de desenvolvermos as questões inerentes à correcção do gesto
técnico desportivo importa compreendermos na sua essência o conceito
de erro para se estabelecer um quadro referencial comum. Basicamente, o
erro é definido pela diferença entre aquilo que é observado e o que é
esperado pelo treinador da execução do(s) praticante(s). Desta definição
importa realçar dois aspectos fundamentais:
" Estudo do factor técnico desportivo • 171
O mesmo autor (1986) acrescenta que "a útil diversidade da técnica das
acções competitivas caracteriza-se pela sua mutabilidade justificável, uma
mutabilidade que seja adequada às condições das competições e que facilite
a conservação da eficácia das acções. Permite desvios em relação às
formas de movimento que foram aprendidas, mas desvios que não vão além
do necessário para a consecução do objectivo da competição. A gama
destas variações, conforme já ficou dito, é diferente de umas modalidades
para outras. Uma das tarefas principais do treino técnico de um praticante,
quando ele aperfeiçoa as aptidões aprendidas, consiste em assegurar a
variedade correspondente às particularidades da modalidade escolhida.
Isso consegue-se variando directamente as características individuais dos
exercícios, as suas fases e as suas formas, e variando também as condições
externas da sua execução".
Ver, ouvir, experimentar, corrigir e repetir são por assim dizer os aspectos
salientes desta fase de ensino/aprendizagem do gesto técnico desportivo. Esta é
caracterizada pela diminuição da tensão inicial, por parte do praticante.
Aprender é ascender a um nível que o praticante não tem, logo este passa
sempre por uma situação de stress, que se liga ao factor postural e ao factor
psicológico, em que tudo vai sendo desencadeado dentro de uma esfera
emotiva. Daí que o praticante sinta que os exercícios são fatigantes, não por
" Estudo do factor técnico desportivo • 185
serem difíceis (complexos), mas sim por serem executados com um elevado
controlo e domínio do sistema nervoso central o que origina por consequência
uma intensa e precoce fadiga de origem nervosa.
Concluindo, a racionalização e sistematização do processo de treino só advirá
de uma criteriosa selecção de objectivos, conteúdos, métodos e meios de treino
em situações adequadas à aprendizagem, aperfeiçoamento e estabilização.
Capítulo 2
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 9
" Estudo do factor táctico desportivo • 191
Parte IV
Os factores de treino
Sumário
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GODINHO, M. (1985) Estudo da estratégia perceptivo visual. Provas de aptidão pedagógica e
capacidade científica, ISEF, Lisboa
HUCKO, C. (1981) Desarrollo de la creatividad y capacidad de improvisación del futebolista,
El Entrenador, nº 10, 58:60
MAHLO, F. (1966) O acto táctico, Compendium, Lisboa
MATVÉIEV, L. (1986) Fundamentos do treino desportivo. Livros Horizonte, Lisboa
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SALMELA, H. (1975) Manipulation de l'information au volleyball, Révue Mouvement,
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TAVARES, F. (1995) O processamento da informação nos jogos desportivos, Faculdade de
Ciências do Desporto e de Educação Física, Universidade do Porto, Amândio Graça, José
Oliveira editores, Porto
TEODORESCU, L. (1984) Problemas de teoria e metodologia nos desportos colectivos, Livros
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KONZAG, I. (1984) La formación técnico-táctica en los juegos deportivos. Revista Stadium,
nº 105 e 107, 36:40, 4:12, Junho e Outubro
WEINECK, J., (1983), Manuel d' Entrâinement, Ed. Vigot, Paris
" Estudo do factor táctico desportivo • 193
Segundo Rubinstein (1962), "o jogo traduz uma actividade composta por
um conjunto de acções complexas não fortuitas, ligadas entre si pela
unidade da motivação... Existe entre a actividade e o psiquismo do homem
uma verdadeira unidade e uma ligação dialéctica... Esta unidade da
consciência e do comportamento não significam necessariamente
identidade. A consciência é ao mesmo tempo, a condição e o resultado da
actividade, do mesmo modo que as qualidades psíquicas da personalidade
são a condição e o resultado do comportamento humano".
196 • Metodologia do treino desportivo I !
5.1. Fluidez
198 • Metodologia do treino desportivo I !
5.2. Adaptabilidade
5.4. Reestruturação
5.5. Antecipação
5.6. Execução
actividades; e,
iv) capacidade de valorizar retrospectivamente e reflectir sobre a solução da
6.4. A memória
Segundo Carrière (1976) "a prospecção do campo visual pode ter uma
sequência automatizada, visto que, com a experiência o jogador desenvolve
um quadro perceptual, que armazena o tipo de informação a observar e as
principais fontes de informação pertinente. Esta sequência é controlada
pela memória de longo prazo". Ainda o mesmo autor alerta para o facto,
que algumas vezes os índices pertinentes da situação estão incompletos,
tendo o jogador de utilizar as informações armazenadas na sua memória de
longo prazo, para poder interpretar os fragmentos de informação e prever
antecipadamente o desenvolvimento da situação de competição. "Cada
percepção apropriada deixa um traço na memória" (Rubinstein, 1962).
202 • Metodologia do treino desportivo I !
referência receptor
memória
do efeito
Importa neste momento salientar que uma sucessão hierarquizada das fases do
comportamento táctico corresponderia que o atleta/jogador não começaria a
mover-se senão depois de reconhecer a situação competitiva e tomado a sua
decisão. Ora, "durante a competição, os atletas/jogadores têm uma actividade
quase ininterrupta, isto é, as fases do processo de percepção e análise da
situação assim como a solução mental do problema realizam-se em
movimento. Isto significa a existência de uma modificação contínua da
actividade motora como consequência de processos intelectuais, sendo
alterada na sua qualidade, quantidade e orientação espacial. Logo, as
ligações temporais das fases enunciadas, desenvolvem-se de forma sucessiva e
simultânea" (Mahlo, 1966).
Carrière (1976), refere que "a prospecção do campo visual pode ter
uma sequência automatizada, visto que, com a experiência o jogador
desenvolve um quadro perceptual, que armazena o tipo de informação
a observar e as principais fontes de informação pertinente. Esta
sequência é controlada pela memória de longo prazo". "Esta
" Estudo do factor táctico desportivo • 211
7.1.2.1. A antecipação
Meinel (1984), refere que "o decurso coordenado de cada acto motor
pressupõe a antecipação do objectivo e a antecipação de um projecto
de acção. O prognóstico do programa (programação), ocorre
baseado na experiência armazenada sobre a elaboração de cada
aferência da situação. Através disso torna-se possível também um
cálculo de previsão do decurso do movimento do aparelho (bola),
parceiros e adversários no jogo, e a correspondente adaptação do
programa motor à respectiva situação". Neste contexto, "a acção dos
jogadores em jogo está ligada intrinsecamente a uma antecipação
constante e múltipla. Baseando-se na tomada de informação e das
suas experiências tácticas armazenadas, os jogadores analisam
correctamente a situação de jogo e antecipam as possibilidades de
continuidade e desenvolvimento dessa situação... Não é simples
calcular totalmente os mais diferentes factores que o influenciam, e
combiná-los correctamente para se chegar a uma eficaz acção
motora". Das duas afirmações referidas, Meinell (1984), torna
evidente que: a acção do jogador repousa sobre uma estreita ligação de
antecipação da situação e de uma antecipação do objectivo e do
programa motor.
Portanto, o processo de antecipação não reflecte somente o facto de
prever o desenvolvimento e o resultado de uma situação de jogo, é
também e por inerência, pôr em acção os correspondentes e precisos
" Estudo do factor táctico desportivo • 217
7.1.3.1. O transfer
Rubistein (1962), distingue por seu lado, na solução mental os seguintes três
níveis de pensamento táctico:
a reflexão sobre os dados concretos da situação, em ligação estreita
com a percepção e o acto; permite a partir das técnicas e da experiência
de cada um adaptar e utilizar judiciosamente a situação em função do
problema a resolver;
o pensamento táctico, ligado ao acto mas ultrapassando a situação
concreta; opera uma aproximação entre essa situação tal como foi
reconhecida, e generalizações, regras, princípios e soluções; pode levar a
conhecimentos tácticos e colectivos novos; e,
o pensamento táctico abstracto que não está directamente ligado ao
acto mas que age com a ajuda de representações figuradas ou de meios
224 • Metodologia do treino desportivo I !
Os automatismos são acções elementares que não exigem mais que uma
pequena concentração do atleta/jogador para a sua realização.
Pressupõem a mobilização mínima da atenção, deixando assim, a
consciência disponível para a percepção e análise do contexto global da
competição, o que implica necessariamente, uma maior elaboração dos
processos mentais de base estando sempre apta a reagir a um problema-
situação mais exigente.
Com efeito, tal como refere Rubinstein (1962), "a solução das situações
implica em geral o recurso a certos princípios que se deduzem de
conhecimentos pré-existentes para resolver o problema". A utilização de
regras compreende duas operações mentais distintas:
228 • Metodologia do treino desportivo I !
Poulain (1965), refere que "os princípios tácticos de base, são durante o
jogo as ligações comuns de todos os espíritos, estabelecendo os pontos
de referência sobre os quais a imaginação, o génio deverão apoiar-se
para elevar o nível do jogo". No mesmo sentido, Frantz (1964), salienta
"a importância de se transmitir aos jogadores as bases comuns para que
eles falem a mesma "língua" permitindo exprimirem-se num estilo
diferente". Mialaret (1979) refere que os "princípios são regras de acção
representadas pelo pensamento... e o meio de os jogadores explicarem
racionalmente os seus comportamentos". Para Grehaigne (1992) "são as
condições a respeitar e os elementos a tomar em consideração para que
o comportamento seja eficaz".
Todas estas formas do acto táctico, não se encontram isoladas umas das
outras na competição, elas constituem antes uma unidade. Diferem entre
si, pelo nível de elaboração mental, ou seja dos processos mentais, logo,
a transição entre cada uma delas faz-se fluidamente sem dificuldade ou
interrupção.
a b c
P
P
P
Nível táctico
S S
S
A A A
tempo tempo tempo
A - parte automatizada da acção
S - parte sensória-motora da acção
P - parte produto-mental da acção
Figura 34. Os graus de complexidade das acções (Mahlo, 1966)
Elaboração dos
elementos técnicos
Exercícios Condições
preliminares facilitadas
Forma básica
Da posição Em movimento
de parado correr/saltar
A formação das capacidades tácticas não pode ser somente entendida nem
limitada no seu desenvolvimento ao conjunto de capacidades relativas
apenas ao pensamento táctico e aos conhecimentos tácticos. Esta deverá
englobar igualmente todas as outras componentes representativas da
actividade, isto é, os aspectos psicomotores, sensoriais, ou psicocaracteriais.
Com efeito, um processo coerente e integral das capacidades tácticas deverá
assentar numa formação complexa que desenvolve todas as outras
componentes da actividade. A construção e programação dos exercícios de
treino para a aprendizagem táctica, num contexto técnico, e físico, deverá
corresponder sempre à concepção de praticante ou de equipa atingir no
futuro (curto, médio, e longo prazo), e ao nível de evolução momentânea
dos praticantes ou da equipa (no presente).
Este princípio toma a sua real dimensão ao nível dos jogos desportivos
colectivos, nos quais não é possível para o treinador, elaborar, sistematizar,
programar, e treinar todas as situações de jogo, possível de ocorrer durante a
competição, devido ao carácter diferenciado e variável que os contextos da
situação poderão assumir.
w
PARTE IV
Capítulo 3
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 10
Parte IV
" Estudo do factor físico desportivo - Força • 253
Os factores de treino
Sumário
Capítulo 3 - Estudo sobre o factor físico desportivo
Secção A - Estudo sobre a força muscular
1. Definição
2. Factores condicionantes da capacidade de produção de força
2.1. Factores nervosos
2.1.1. Factores nervosos Centrais
2.1.1.1. O recrutamento das Unidades Motoras
2.1.1.2. A frequência de activação das unidades motoras
2.1.1.3. A sincronização das unidades motoras
2.1.2. Factores Nervosos Periféricos
2.1.2.1. Fuso neuromuscular (FNM)
2.1.2.2. Orgão Tendinoso de Golgi (OTG)
2.1.2.3. Receptores articulares (RA)
2.1.3. Consequências metodológicas decorrentes dos factores nervosos
2.1.3.1. A coordenação intra e inter-muscular
2.1.3.2. A activação nervosa e as características da dinâmica da carga
2.2. Factores musculares
2.2.1. Fisiológicos e bioquímicos
2.2.1.1. Área da secção transversal do músculo
2.2.1.2. Tipos de fibras musculares
2.2.1.3. Consequências metodológicas decorrentes deste factor
2.2.2. Mecânicos (contracção muscular)
2.2.2.1. Tipos de contracção muscular
2.2.2.2. Relação força-alongamento
2.2.2.3. Relação força-velocidade
2.3.3. Factores biomecânicos
2.3.3.1. A alavanca muscular
2.3.3.2. A alavanca da resistência exterior
2.3.3.3. Tipos de resistências exteriores
3. Componentes e formas de manifestação da força muscular
3.1. Força Máxima
3.1.1. Definição
3.1.2. As componentes da força máxima
3.1.3. A força absoluta, relativa e limite
3.1.4. A relação da força máxima com as outras manifestações de força
3.2. Força Rápida
3.2.1. Definição
3.2.2. As componentes da força rápida
3.2.3. As relações entre Força Máxima e Força Rápida
3.3. Força de Resistência
4. Os Métodos de Treino
4.1. Os Métodos da Hipertrofia Muscular
4.2. Os Métodos da Taxa de Produção de Força
4.3. Os Métodos Mistos
4.4. Os Métodos Reactivos
254 • Metodologia do treino desportivo I !
Bibliografia:
1. Definição
Sistema Factores
Nervoso
Nervosos
Central
Comando
Central
Nível
Receptores Medular
Musculares
Factores
Musculares
Activação
das UM
Factores
Biomecânicos
cada músculo pode variar entre 100, para os pequenos músculos da mão,
e 1000 ou mais, para os grandes músculos dos membros inferiores. As
diferentes capacidades de produção de força de cada UM constituem uma
das características diferenciadoras dos tipos de UM. No músculo
humano, é possível dizer que a variabilidade relativamente a este
parâmetro, pode discriminar um leque de 100 ou mais tipos de UM com
diferentes capacidades de produção de força. São mais abundantes no
músculo as UM com menores dimensões (menos força) do que as de
grande calibre, sendo admitido que a sua distribuição em termos de
capacidade de produção de força é quase exponencial. O sistema nervoso
central dispõe de três mecanismos fundamentais para regular a
intensidade da contracção muscular: (1) o número de unidades motoras
recrutadas, (2) a frequência de activação das unidades motoras, e (3) a
sincronização da activação das unidades motoras.
F F
60 Hz 120 Hz
T T
Ia e II Ia e II
Ia Ia
Ib Ib
Ib Ib
Ia Ia
! !
" R R "
Ia Ia
e e
II II
Fuso Fuso
Agonista Antagonista
Ib Ib
OTG OTG
Energia Energia
Estímulo
Energia disponivel
para a sintese
proteica
Sintese Proteica
Tempo
Alongamento
Força
Força Isométrica
Excêntrica Concêntrica
60%
100%
70%
Figura 46. Num movimento de flexão do cotovelo existe um momento óptimo para a
produção de força pelo músculo bicípete braquial. Com angulações do cotovelo
maiores ou menores a cerca de 90 graus verifica-se uma maior dificuldade em
produzir força.
Contudo, se a resistência a movimentar não for, como despista a figura,
um peso livre mas sim a alavanca de uma máquina de musculação de
resistência progressiva, de resistência variável ou, de um equipamento
isocinético, o fenómeno ilustrado pode sofrer alterações consideráveis.
Neste sentido iremos abordar de forma breve os aspectos de natureza
biomecânica que mais afectam a capacidade do músculo produzir força, a
saber: a influência que as variações angulares exercem na alavanca
muscular (braço da força), na alavanca exterior (braço da resistência) e a
influência dos diferentes tipos de resistências (pesos livres, máquinas de
musculação, etc.).
A B D
C E
A B
16
11
16
11
A
A
16
15
22
17.5
37 34
1
D
2
D
D 1
2
D
Braço da Força
Resistência
Braço da Força
Resistência Fulcro
Braço da Resistência
M2
M1
É aqui, que muitas vezes se opta pela utilização sem critério das
máquinas de musculação por atletas. A falta de domínio técnico
dos exercícios e a necessidade de trabalhar com cargas mais
elevadas, levam muitas vezes a optar pela utilização das máquinas
290 • Metodologia do treino desportivo I !
Quando dizemos ou ouvimos dizer que um atleta está envolvido num processo
de treino da força, apenas veiculamos que esse atleta tem a intenção de
melhorar a força muscular, sem contudo podermos dizer que tipo ou que
componente da força está ele a trabalhar. O conhecimento científico dos
últimos dez quinze anos permite realizar uma análise estrutural da força
muscular, por forma a identificar as suas componentes, as suas relações de
dependência e os principais factores que afectam e influenciam as
características de produção de força de um atleta.
3.1.1. Definição
uma acção isométrica (primeira seta do gráfico da figura 55) após o que,
ao equilibrar o valor da carga (3.5 Kg) esta será acelerada até ao final do
movimento de extensão. A partir de determinado momento, para
continuar o movimento de extensão do cotovelo o sujeito já não precisa
de produzir o mesmo valor de força, já que a inércia inicial foi vencida.
indivíduo tem de resistir, este consegue produzir ainda mais força, o que
pode ser observado pelo incremento na curva de força-tempo, estaremos
então em presença de um importante factor de diagnóstico: o sistema não
teve capacidade de mobilizar/activar toda a massa muscular existente
através da acção isométrica voluntária máxima, mas ao ter de resistir
excentricamente, de forma não voluntária, houve capacidade para
produzir ainda mais força, o que significa que nem toda a massa
muscular terá sido anteriormente mobilizada. A avaliação da força
excêntrica máxima é assim um indicador da força absoluta, isto é, a força
produzida face à área da secção transversal do músculo (Schmidtbleicher,
1985a; 1985b).
A diferença entre a força excêntrica máxima e a força isométrica
máxima traduz assim uma indicação sobre a capacidade do sistema
neuromuscular activar toda a massa muscular de um determinado
grupo muscular, sendo assim um indicador da capacidade de activação
nervosa.
Esta diferença numérica (FExc - FIsom) traduz o Défice de Força
(DF), o qual pode variar entre 0 e 50% da força isométrica máxima
para os membros superiores e entre 0 e 25% para os membros
inferiores. Este conceito de DF constitui um importante critério para o
diagnóstico da capacidade de produção de força de um indivíduo num
determinado momento e sobretudo um indicador da natureza da
limitação, se nervosa se muscular.
Por outro lado, constitui também um importante factor para a
prescrição do treino da força, já que indicará ao técnico se a opção
deve ser feita por métodos que conduzam à hipertrofia muscular ou à
melhoria da activação nervosa (Schmidtbleicher, 1985a; 1985b; 1992).
Em síntese:
a Fmax é o valor mais elevado de força que o sistema
neuromuscular é capaz de produzir, independentemente do factor
tempo, e contra uma resistência inamovível.
296 • Metodologia do treino desportivo I !
F (N)
200 Newtons
Poliquin e Patterson (1989) entendem por força limite o pico de força que
o sistema neuro-muscular é capaz de exercer numa única contracção
máxima. A força limite diferencia-se de todas as outras formas de
manifestação da força por ser considerada uma resposta instintiva a uma
situação de elevado risco, que envolva pouca ou nenhuma acção
voluntária. Existem ainda algumas definições de formas de manifestação
da força que estão intimamente relacionadas com o peso de um
indivíduo:
a força absoluta é o valor de força mais elevado que um atleta pode
produzir, independentemente do peso do corpo e do tempo de
desenvolvimento da força. O peso do corpo e a "performance" estão
intimamente correlacionados em atletas onde a força absoluta é uma
importante qualidade física. A força excêntrica máxima é um bom
indicador do nível de força absoluta; e,
a força relativa é o valor de força produzido por um atleta por
unidade de peso corporal. Elevados níveis de força relativa são
importantes em desportos em que os atletas têm de movimentar todo o
298 • Metodologia do treino desportivo I !
3.2.1. Definição
Força Máxima
Por força rápida, deve assim entender-se o melhor impulso que o sistema
neuromuscular é capaz de produzir num determinado período de tempo
(Schmidtbleicher, 1985a; 1985b; 1992). A análise da curva força-tempo é
a melhor forma de ilustrar os diferentes componentes da força rápida
(figura 59). Quando a resistência a vencer é muito pequena (inferior a
25% da Fmax) e o movimento a realizar pode considerar-se de natureza
balística, o factor predominante é a Taxa Inicial de Produção de Força
(TIPF), também denominada de Força Inicial (Schmidtbleicher, 1992).
Por Força Inicial entende-se a capacidade do sistema neuromuscular
acelerar o mais rapidamente possível desde o zero. Na curva força-tempo
representada na figura 59, a TIPF é o início do declive da curva. Esta
componente da Força Rápida é essencial em gestos desportivos nos quais
é requerida uma grande velocidade inicial, p.e., karate, esgrima, boxe,
etc.
3000
2000
1000
0
200 400 600 800 1000
Tempo (ms)
a
b
c d
Fz
Gon
Pré- Inibição
SISTEMA Activação
NERVOSO
SISTEMA Elasticidade
Secção
Transversal Tipo de Fibras Músculo
MUSCULAR Tendinosa
Capacidade de Capacidade
COMPONENTES Pré-Tensão Absorção Propulsiva
FORÇA REACTIVA
linhas mais carregadas traduzem uma influência maior de uma estrutura sobre a
outra.
SISTEMA
Recrutamento F. Activação
NERVOSO
SISTEMA Secção
Tipo de Fibras Transversal
MUSCULAR
FORÇA RÁPIDA
% Máximo
100
95
90
85
80
75
70
65
60
55
50 12 14
0 2 4 6 8 10
Nº repetições
Figura 64. Relação entre o número de repetições e a carga (McDonagh e Davies, 1984).
4. Os Métodos de Treino
Acção Muscular
Concêntrica * * * * *
Excêntrica *
Intervalo (min) 3 2 2 3 3
Força (N)
4000
b
Fmax
3000
a
2000
1000
0
200 400 600 800 1000
Tempo (ms)
Acção Muscular
Concêntrica * * *
Excêntrica * *
3000 a
TPF
2000
1000
0
200 400 600 800 1000
Tempo (ms)
Newtons
4000
2000
0.30
Vasto interno
0.25
0.20
mV
0.15
0.10
0.05
0.00
0.000 0.500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000
segundos
Assim, e por último, esta poderá ser uma outra forma de através do EMG
identificar o tipo de alteração de carácter neural que possa ter ocorrido após
a utilização de Métodos Máximos e talvez, contribuir para explicar os
mecanismos dos incrementos na TPF.
repetições, com o mesmo racional das séries anteriores, mas agora com a
lógica inversa.
Ainda que a ideia possa parecer atraente, é necessário estar atento para as
desvantagens de organizar a carga desta forma. Ao utilizar nas duas
primeiras séries a filosofia dos métodos da hipertrofia muscular, quando se
realizarem as séries com carga mais elevada já o sistema neuromuscular
poderá apresentar fadiga nervosa, o que não permitirá obter os resultados
esperados. Se se optar pela situação inversa, iniciar a pirâmide pelas séries
com carga mais intensa, ao chegar às séries da hipertrofia é admissível que
as concentrações de lactato intramuscular sejam consideráveis, o que
constitui uma desvantagem para as adaptações do sistema nervoso.
Para que este tipo de adaptações nervosas ocorram como resultado do treino
com métodos reactivos, é fundamental observarem-se algumas regras, que
podemos considerar gerais, no desempenho técnico dos exercícios.
A primeira e mais importante regra diz respeito à necessidade de
realizar todo o trabalho reactivo à intensidade máxima, o que significa
dizer que quando realizamos, p.e., um multissalto ou um salto de
barreiras o objectivo deverá ser sempre saltar mais longe e mais alto.
Em segundo lugar, o contacto com o solo deve ser muito rápido e
reactivo, com um tempo de transição entre as fases excêntrica e
concêntrica o mais curto possível. Só desta forma se solicita um CMAE
que possa incluir os factores de potenciação que temos vindo a referir
(reflexo de alongamento > aumento do stiffness muscular >
armazenamento e utilização da energia elástica > potenciação da força) e
desta forma tornar-se um tipo de exercício mais económico.
Por último, neste tipo de métodos todo o trabalho deve ser realizado
em completa ausência de fadiga, pelo que os intervalos de repouso
devem ser rigorosamente observados.
Tabela 4. Métodos Reactivos.
Saltos sem Saltos com Saltos em Exercícios p/
Progressão Progressão Profundidade
Tronco/braços
Acção Muscular
CMAE * * * *
Repetições 30 20 10 25
Intervalo (min) 5 5 10 5
" Estudo do factor físico desportivo - Força • 323
Capítulo 3
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 11
" Estudo do factor físico desportivo - Resistência • 325
Parte IV
Os factores de treino
Sumário
Bibliografia:
1. Definição de resistência
Segundo Bompa (1990), "a resistência pode ser definida como a capacidade
do organismo em resistir à fadiga numa actividade motora prolongada.
Entende-se por fadiga a diminuição transitória e reversível da capacidade de
trabalho do atleta". Zintl (1991), mais detalhadamente, define resistência
como "a capacidade de manter um equilíbrio psíquico e funcional o mais
adequado possível perante uma carga de intensidade e duração suficientes
para desencadear uma perda de rendimento insuperável (manifesta),
assegurando, simultaneamente, uma recuperação rápida após esforços
físicos".
2. Objectivos da resistência
4.1.1. Geral
Aspectos particulares
4.2.1. Estática
Algumas referências:
• tendo como referência uma contracção muscular voluntária máxima
uma percentagem inferior a 15% corresponde a um trabalho
metabólico de raiz aeróbia; entre 15 a 50% corresponde a um trabalho
misto (a oclusão progressiva dos vasos, devido à contracção, acarreta
uma limitação crescente da irrigação sanguínea); intensidade superior
a 50% corresponde a um trabalho aneróbio (hipóxia local).
Limites:
• fluxo de irrigação sanguinea (limitação crescente até à hipóxia
local);
• fadiga nervosa (esgotamento da substância de transmissão do
estímulo nervoso para a contracção muscular).
4.2.2. Dinâmica
Características:
• resistência aeróbia geral com um nível de carga de média
intensidade;
334 • Metodologia do treino desportivo I !
Objectivos
• manter ou recuperar a saúde ou a capacidade fisico-motora geral;
• criar, em desportos que não são de resistência, uma boa base
para o treino de outras capacidades físicas e de coordenação;
• incrementar a recuperação após cargas de treino e competição;
• tornar mais suportável a carga psíquica.
Características
• resistência aeróbia geral com um nível de intensidade
submáxima;
• promove uma elevada capacidade aeróbia (VO2 máx. > 60
ml/kg/min) e a sua utilização óptima (limiar anaeróbio entre 75 e
80% do VO2 máx.);
• solicita um metabolismo misto aeróbio-anaeróbio;
• relacionada com a modalidade.
Objectivos
" Estudo do factor físico desportivo - Resistência • 335
Características
• resistência aeróbia geral com cargas de intensidade média a
submáxima e alternância constante do tipo de solicitação
metabólica;
• promove uma capacidade predominantemente aeróbia (VO2
máx. entre 55 e 60 ml/kg/min);
• solicita um metabolismo misto aeróbio-anaeróbio com picos
elevados de intensidade;
• alternância da actividade motora.
Objectivos
• criar a base para um treino amplo da técnica e da táctica;
• incrementar a capacidade de recuperação durante as fases de
carga menos intensa em competição;
• incrementar a tolerância psíquica ao esforço.
336 • Metodologia do treino desportivo I !
Características
• Duração da carga: 30" - 2'
• Intensidade da carga: Máxima
• FC: 185-195
• % VO2 máx.: 100
• Anaeróbio (aláctico:láctico): aeróbio: 80 (65:35):20
• % fonte aláctica: 15 - 30
• % fonte láctica: 50
" Estudo do factor físico desportivo - Resistência • 337
Factores decisivos
• potência láctica
• tolerância láctica
• potência aeróbia
• nível de velocidade ou de força máxima
• técnica
• nível de activação (libertação de catecolaminas)
Características
• Duração da carga: 2' - 11'
• Intensidade da carga: Máxima
• FC: 190-200
• % VO2 máx.: 100 - 95
• Anaeróbio (aláctico:láctico): aeróbio: 60 (40:60):40
• % fonte aláctica: 10 - 5
• % fonte láctica: 40 - 55
• % fonte aeróbia (hidratos de carbono): 40 - 60
• % fonte aeróbia (lípidos): 0
Factores decisivos
• potência aeróbia
• tolerância láctica
• reservas de glicogénio
• níveis de força ou velocidade específicos.
Características
• Duração da carga: 11' - 30'
• Intensidade da carga: Submáxima
• FC: 180
• % VO2 máx.: 95 - 90
• Anaeróbio (aláctico:láctico): aeróbio: 30 (20:80):70
• % fonte aláctica: 0
• % fonte láctica: 20 - 30
• % fonte aeróbia (hidratos de carbono): 60 - 70
• % fonte aeróbia (lípidos): 10
Factores decisivos
• potência aeróbia
• limiar anaeróbio
• tolerância láctica (níveis de lactatémia moderados)
• reservas de glicogénio (sobretudo muscular)
Características
• Duração da carga: 30' - 90'
• Intensidade da carga: Submáxima
• FC: 170
• % VO2 máx.: 90 - 80
• Anaeróbio (aláctico:láctico): aeróbio: 10:90
• % fonte aláctica: 0
• % fonte láctica: 5 - 10
• % fonte aeróbia (hidratos de carbono): 70 - 75
• % fonte aeróbia (lípidos): 20
Factores decisivos
• limiar anaeróbio
• potência aeróbia
" Estudo do factor físico desportivo - Resistência • 339
Características
• Duração da carga: > 90'
• Intensidade da carga: Média
• FC: 160
• % VO2 máx.: 80 - 60
• Anaeróbio (aláctico:láctico): aeróbio: 5:95
• % fonte aláctica: 0
• % fonte láctica: < 5
• % fonte aeróbia (hidratos de carbono): 60 - 50
• % fonte aeróbia (lípidos): 40 - 50
Factores decisivos
• limiar anaeróbio
• potência aeróbia
• oxidação de lípidos
• reservas de glicogénio e neoglicogénese
• regulação térmica
• equilíbrio hídrico e electrolítico
5. Métodos de treino da resistência
Características:
o método contínuo uniforme é caracterizado:
* por esforços de longa duração e intensidade (velocidade) constante.
Principais adaptações:
* a economia gestual;
* a adaptação funcional dos sistemas orgânicos relacionados com o
transporte de O2 (volume sistólico, cavidades cardíacas e
capilarização);
* a automatização do gesto (estabilização do esteriotipo motor
dinâmico);
* a tolerância ao trabalho monótono.
Limites:
* as reservas de glicogénio (especialmente nos regimes intensivos);
* a taxa de degradação dos substractos (hidratos de carbono e ácidos
gordos);
* ao nível estrutural - o sistema cardio-vascular e o volume de sangue
circulante.
Variantes:o método contínuo uniforme pode conter as seguintes variantes
de acordo com a dinâmica da carga envolvida:
* o método contínuo uniforme extensivo, duração 8volume) superior,
intensidade baixa a moderada; e,
" Estudo do factor físico desportivo - Resistência • 341
Intensidade da carga:
* 60 a 80 % da velocidade de competição;
* entre o limiar aeróbio e o limiar anaeróbio;
* 45 a 65 % do VO2 máx; e,
* a FC = 125-160 pulsações/min.
Duração da carga:
* 30' até 2 horas
Objectivos:
* economia do rendimento cardio-vascular;
* treino do metabolismo lipídico;
* estabilização do nível de rendimento alcançado; e,
* aceleração da regeneração
Intensidade da carga:
* 90-95 % da velocidade de competição;
* na zona do limite anaeróbio;
* 60 a 90 % do VO2 máx.;
* FC = 140-190 bat/min.
Duração da carga:
* 30' - 60'
Objectivos:
342 • Metodologia do treino desportivo I !
Aspectos específicos:
* a carga com uma intensidade correspondente a 140 pul/min.
implica volume sistólico suficiente para constituir um estímulo para
o aumento das cavidades cardíacas (PLATONOV);
* o regime intensivo é um estímulo adequado para a hipertrofia do
músculo cardíaco, o que pressiona, também, mais as adaptações
locais que o extensivo;
* o regime intensivo não deve ser utilizado mais de 3 vezes por
semana, senão o tempo dedicado à reposição das reservas de
glicogénio será demasiado curto;
* o método contínuo provoca aumento da rede de capilarização
mais acentuado estímulo ideal para esta adaptação parece consistir
na manutenção de elevados níveis de pressão sanguínea média e
grande velocidade de circulação durante um período mínimo de 30
minutos.
Características:
o método contínuo variado é caracterizado por:
* esforços de longa duração, durante o qual se procede a variações de
intensidade.
Objectivos:
* a adaptação à variação da solicitação metabólica;
* a capacidade de compensação da lactatémia durante as fases de
carga de intensidade baixa e média;
* a percepção e aprendizagem de ritmos diversos em variação
frequente;
* a capacidade de alterar ritmos de execução que é uma limitação
importante em muitas modalidades desportivas, inclusivamente de
carácter cíclico, onde esta capacidade faz parte da economia
energética da prestação;
* as mesmas adaptações que ocorrem com os métodos uniformes, no
que diz respeito ao sistema cardio-vascular, ao metabolismo e ao
sistema neuro-vegetativo, mas com menor importância.
Duração total:
* 20' a 2 horas
Intensidade:
* 140/145 - 175 FC máx.;
* 60 - 95 % da vel. de competição;
* entre o limiar aeróbio e a zona de acumulação inicial.
344 • Metodologia do treino desportivo I !
O método por intervalos pode ser dividido em: método por intervalos com
pausas incompletas (treino intervalado) e método por intervalos com pausas
completas (treino de repetições).
Principais adaptações:
* a ampliação do "âmbito funcional dos diferentes sistemas orgânicos"
* a estabilização dos padrões motores perante condições adversas
internas (fadiga)
* a tolerância ao desencadear de acções motoras apesar do incómodo
das sensações que acompanham estados elevados de fadiga.
* Intensidade
Um elemento essencial numa abordagem sistemática ao treino da
resistência é a determinação detalhada de níveis de intensidade. Cada
tarefa ou sessão de treino terá objectivos diferenciados no que diz
respeito ao impacto fisiológico procurado e são a duração e a
intensidade dos estímulos de treino propostos que permitirão cumprir
esses objectivos. Como sabemos, intensidade de um exercício pode
ser descrita em termos de kJ utilizados por unidade de tempo,
percentagem relativa do VO2max ou da FCmax, nível de lactatémia
ou, nos desportos cíclicos, simplesmente controlando a velocidade de
346 • Metodologia do treino desportivo I !
* Pausa
Os períodos de repouso que constituem a pausa no treino intervalado
não permitem a recuperação completa dos parâmetros
cardio-circulatórios e ventilatórios (princípio da carga lucrativa).
Pensou-se durante muitos anos que o facto de certos parâmetros
cardiovasculares, fundamentalmente o volume sistólico, apresentarem
valores acrescidos durante o início do repouso indicaria que as
principais adaptações se poderiam processar nesta fase. Com base
nesta concepção, entendia-se que a pausa deveria ter a duração
suficiente para o atleta atingir uma FC entre os 120 e os 130 bat/min.
Esta é uma interpretação limitativa do treino intervalado que
implicava trabalhar sempre a intensidades muito elevadas, de base
láctica, na verdade, o que talvez esteja na base da ideia que se
generalizou a partir de determinada altura de que este seria um método
agressivo para o organismo, passível, inclusivamente, de provocar
problemas cardíacos. Na realidade, o treino láctico de alta intensidade
348 • Metodologia do treino desportivo I !
* Série
A série é um conjunto de períodos de esforço e de repouso
consecutivos agrupados com objectivos bem definidos em termos de
adaptação funcional. A divisão do volume de trabalho a realizar em
séries pretende fundamentalmente:
- melhorar a qualidade da tarefa de treino, permitindo ao atleta
trabalhar a níveis superiores de intensidade ou com uma melhor
resposta técnico-táctica;
" Estudo do factor físico desportivo - Resistência • 349
Trabalho: pausa 1:1 a 1: 1/8 1:1/4 a 1: 1/12 1: 1/8 a 1: 1/12 1: 1/8 a 1: 1/12
Intensidade
% vel. máxima 80 - 90 75 - 90 65 - 80 65 - 80
VO2 75 - 90 75 - 90 75 - 90 75 - 90
(%VO2max)
Volume Total
(duração) > 30' > 30' > 30' > 30'
Frequência
Séries x (rep) 1 x (2 a 4) 2 a 3 x (4 a 12) 1 a 3 x (20 a 40) 1 a 3 x (30 a 60)
Trabalho: pausa 1:1 a 1: 1/2 1:1 a 1: 1/4 1: 1/8 a 1: 1/12 1: 1/8 a 1: 1/12
Intensidade
% vel. máxima > 90 85 - 90 75 - 90 75 - 85
FC (bat/min) > 170 > 170 > 170 > 170
[La] (mmol/l) 6-8 6-8 6-8 6-8
VO2 > 90 > 90 > 90 > 90
(%VO2max)
Volume Total
(duração) < 45' < 45' 8' a 12' por série 8' a 12' por série
Frequência
Séries x (rep) 1 x (1 a 3) 3 a 5 x (2 a 8) 3 a 5 x (6 a 12) 3 a 5 x (12 a 20)
350 • Metodologia do treino desportivo I !
Intensidade
% vel. máxima 95 - 99 85 - 95 85 - 90
FC (bat/min) máx. máx. máx.
[La] (mmol/l) > 10 > 10 > 10
Volume Total
(duração) < 30' < 30' 6' a 8' por série
Frequência
Séries x (rep) 3 a 5 x (2 a 8) 1 a 3 x (3 a 12) 3 a 5 x (6 a 12)
Trabalho: pausa 1: 1 a 1: 6
Intensidade
% vel. máxima > 95
FC (bat/min) máx.
[La] (mmol/l) >6
Volume Total
(duração) < 20'
Frequência
Séries x (rep) 1 a 3 x (3 a 12)
Características:
método de competição ou controlo é caracterizado:
* por uma carga única, que requere o rendimento máximo do momento.
Principais adaptações:
* solicitação da amplitude funcional complexa a um nível máximo; e,
* preparação directa para a competição
Tabela 12. Método de competição ou controlo
w
PARTE IV
Capítulo 3
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 12
" Estudo do factor físico desportivo - Velocidade • 355
Parte IV
Os factores de treino
Sumário
Capítulo 3 - Estudo sobre o factor físico desportivo
Secção C - Estudo sobre a velocidade
Bibliografia:
Um dicionário não serve para criar linguagem, mas para a reflectir. Por isso
mesmo julga-se útil empreender uma pequena volta por alguns dos léxicos que
à velocidade dedicaram algumas linhas de atenção:
Oxford dictionary of sports science and medecine, autor: Kent:
• distância percorrida na unidade de tempo medida em m/s. É uma
quantidade escalar;
• capacidade para realizar um movimento num curto espaço de tempo.
Dictionary of the sports and exercise sciences, autor: Anshel: a
quantidade escalar do vector velocidade.
Webster's sports dictionary, autor: Copeland: capacidade de correr ou de
se mover rapidamente.
Podemos ter um atleta de 110 metros com barreiras muito rápido a correr a
distância plana, mas carente tecnicamente na transposição dos obstáculos,
que a sua performance naquela prova é reduzida fortemente por este facto.
Podemos ter um basquetebolista muito rápido a executar o movimento de
lançamento ao cesto, mas se não possuir o afinamento técnico necessário à
determinação das precisões das trajectórias, muito embora não possibilite a
intercepção, não obterá sucesso na introdução.
Vejamos como Wilmor e Costill (l994) definem este conceito "quando você
aprende uma nova habilidade motora, os períodos iniciais de prática
requerem uma concentração intensa. Quando está mais familiarizado com
tal habilidade verifica-se que não necessita concentrar-se tanto.
Finalmente, a partir do momento em que aprende a habilidade, ela pode ser
"chamada" com esforço reduzido ou inconsciente. Como é que se atinge
este ponto? Padrões motores específicos aprendidos parece estarem
armazenados no cérebro para serem repetidos quando necessário. Estes
padrões motores memorizados são referidos como programas motores ou
'ÉNGRAM".
• a duração das cargas deverá ser tal que permita uma solicitação
exclusiva dos mecanismos anaeróbios alácticos;
• os exercícios de velocidade deverão ser sempre precedidos de um
aquecimento que por um lado permite reduzir a viscosidade
intramuscular e por outro faz a prevenção de possíveis lesões musculares
resultantes de uma deficiente coordenação entre os músculos agonistas e
antagonistas;
• as pausas entre as repetições deverão ser activas para que se mantenha
a excitabilidade do sistema nervoso e para que os produtos resultantes do
metabolismo sejam rapidamente eliminados;
• na composição da unidade de treino os exercícios de velocidade
deverão ocupar os momentos iniciais para que não se façam sentir a
quando da sua execução os efeitos da fadiga resultantes da actuação das
outras cargas. O mesmo se passa no que respeito à sua inclusão no
microciclo semanal.
Mesmo na distancia olímpica mais curta (100 metros) podem existir outras
subdivisões, como por exemplo as fases de manutenção e de decréscimo da
velocidade máxima. Tendo-se já referido os aspectos metodológicos mais
importantes da velocidade de reacção passa-se a abordar as 2 fases
seguintes.
7.4.1. Aceleração
Capacidade de Int. 1
95-100%
+
Competição
Capacidade de Int. 2
Intensidade 90-94%
máximo obtido na época anterior
Capacidade de Int. 3
Etapas 1 2 3 4 5 6 7 8
Preparação geral Preparação especial Compe. P. geral Preparação especial Compe. P.G. Pre. especial Compe.
6 a 8 semanas 10 a 12 semanas 4 sem. 3 sem. 9 semanas 6 sem. 2 se. 5 a semanas 2 a 3 sem.
Capítulo 3
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 13
Parte IV
" Estudo do factor físico desportivo - Flexibilidade • 407
Os factores de treino
Sumário
Capítulo 3 - Estudo sobre o factor físico desportivo
Secção D - Estudo sobre a flexibilidade
1. Definição
2. Importância da flexibilidade
2.1. Programa de treino de flexibilidade (P TF)
2.2. Benefícios de um PTF
2.3. Potenciais desvantagens dotreino de flexibilidade
3. Tipos de flexibilidade (classificação)
3.1. A flexibilidade estática e dinâmica
3.2. A flexibilidade activa e passiva
3.3. A flexibilidade geral e específica
4. Principais factores que condicionam a flexibilidade
4.1. Ósteo-articular
4.1.1. Superfícies articulares
4.1.2. Cartilagens, cápsulas e ligamentos
4.1.3. Cápsulas e ligamentos
4.1.4. Consequências metodológicas
4.2. Muscular (estrutura muscular)
4.2.1. a extensibilidade
4.2.2. A elasticidade
4.2.3. Consequências metodológicas
4.3. Neuromuscular
4.3.1. Fusos neuromusculares
4.3.2. Os orgãos tendinosos de Golgi
4.3.3. Receptores articulares
4.3.4. Consequências metodológicas
4.4. Outros factores que influenciam a flexibilidade:
4.4.1. A idade
4.4.2. Sexo
4.4.3. Factores externos
4.4.4. A temperatura muscular
4.4.5. A fadiga
4.4.6. Estados emotivos
5. Métodos e conteúdos do treino da flexibilidade
5.1. Métodos dinâmico e estático
5.2. Outras formas de classificação
5.3. Método de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (PNF)
5.3.1. Bases fisiológicas do método de PNF
5.3.2. Técnicas de PNF
6. Princípios metodológicos do treino da flexibilidade
408 • Metodologia do treino desportivo I !
Bibliografia:
1. Definição
Dentro deste contexto importa ainda referir que "a flexibilidade não existe
como uma característica geral mas sim é específica de uma determinada
articulação e da sua função" (Hubley & Kozey, 1991). Os seus "graus de
liberdade" podem ser medidos (avaliados) em unidades lineares (centímetros)
ou angulares (graus). Existem vários sistemas de classificação das acções das
articulações, mas o principal objectivo desses sistemas é justamente definir o
tipo de movimento que pode ser realizado, sobre que eixos e que planos é que
o movimento ocorre. Além disso, é necessário conhecer a estrutura dos
músculos que cruzam essas articulações. O conhecimento prévio destes
factores é importante para a selecção dos procedimentos de medição e designar
os testes que devem ser utilizados para a avaliação da flexibilidade nos
diferentes desportos. As necessidades específicas de cada um dos desportos é
que determinam quais são as articulações e os movimentos articulares que
devem ser avaliados.
410 • Metodologia do treino desportivo I !
2. Importância da flexibilidade
2.4. Auto-disciplina
Alguns autores (Bird, 1979; Lichtor, 1972; Nicolas, 1979; cit in Alter, 1988),
referem que a frouxidão ou a laxidez aumenta a probabilidade de lesão ao nível
dos ligamentos, separação ou deslocação articular.Lichtor, (1972, cit in Alter,
1988) constactou que individuos com frouxidão articular (loose joints) não têm
um controlo corporal normal e são mais descoordenados. Demasiada
flexibilidade ou uma amplitude articular excessiva pode ser tão perigosa como
uma flexibilidade inadequada ( Barrack, Skinner, Brunet, & Cook, 1983; Bird,
1979; Corbin & Noble, 1980; Gomolak, 1975; Nicolas, 1970; cit in Alter,
1988). Contudo outros autores (Grana & Moretz, 1978; Kalenak & Morehouse,
1975; Moretz, Walters, & Smith, 1982; cit in Alter, 1988), verificaram que não
existe correlação entre a laxidão ligamentar e a incidência ou o tipo de lesão.
5.4.1. A idade
5.4.2. Sexo
5.4.5. A fadiga
424 • Metodologia do treino desportivo I !
A solução para o problema parece ser uma combinação óptima entre os dois
métodos (Corbin Noble, 1980; Dick, 1980; Schultz, 1979; Stamford, 1984,
cit in Alter, 1988).
Com base no conceito de "o que" ou "o quê" desenvolver e qual a sua
implicação na amplitude global do movimento, foi possível uma outra forma
de classificar o trabalho de flexibilidade. Um estiramento pode então ser
428 • Metodologia do treino desportivo I !
1. Contracção isotónica dos antagonistas. 1. Contracção isométrica dos agonistas. 1. Contracção isotónica dos antagonistas.
2. Contracção isométrica dos antagonistas. 2. Contracção isométrica dos antagonistas. 2. Relaxação.
3. Contracção isotónica dos agonistas. 3. Estiramento passivo dos antagonistas.
4. Contracção isométrica dos agonistas.
438 • Metodologia do treino desportivo I !
Parte V
Sumário
1. Conceito de planeamento
2. A natureza do planeamento
3. Objectivos do planeamento
4. A importância do planeamento
5. Os níveis de planeamento
Capítulo 1
O planeamento conceptual
Capítulo 2
O planeamento estratégico
Capítulo 3
O planeamento táctico
" Planeamento do treino desportivo • 441
2. A natureza do planeamento
4. A importância do planeamento
5. Os níveis de planeamento
planificação
conceptual
planificação planificação
táctica estratégica
contexto competitivo
Figura 75. Os diferentes níveis de planeamento do treino desportivo
" Planeamento do treino desportivo • 447
PARTE V
Capítulo 1
O planeamento conceptual
448 Conceitos do treino desportivo
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 14
Parte V
Sumário
Bibliografia:
"Cada pessoa trás dentro da sua cabeça um modelo mental do mundo, uma
representação subjectiva da realidade externa. Este modelo consiste em
dezenas e dezenas de milhares de imagens: algumas simples, outras,
inferências abstractas do modo como as coisas estão organizadas... O modelo
mental de qualquer pessoa contém algumas imagens que se assemelham de
perto à realidade e outras que são deformadas ou inexactas. Mas para que a
pessoa consiga agir é indispensável que o modelo tenha alguma semelhança
nas suas linhas gerais com a realidade..." (Toffler, 1970).
APLICAÇÃO
MODELO FINAL
o resultado valida o
MODELO
INFERÊNCIA
CONTEMPLAÇÃO
Capítulo 2
O planeamento estratégico
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 15
" O planeamento estratégico • 469
Parte V
Sumário
Bibliografia:
4.1. Gerais
A comparação das forças é uma operação muito importante, pois é esta que
irá determinar:
as adaptações e modificações no plano estrutural;
as adaptações e modificações no plano metodológico;
as adaptações e modificações no plano técnico-táctico;
o conteúdo da preparação dos praticantes ou da equipa no respectivo
ciclo de treino, isto é, as acções a serem desenvolvidas;
480 • Metodologia do treino desportivo I !
Podemos assim afirmar que num determinado confronto, existe como que
um conhecimento recíproco dos praticantes ou das equipas. Esta realidade
apresenta todas as vantagens em tentar-se, simultaneamente à elaboração do
plano táctico estabelecer, mesmo que hipoteticamente, algumas medidas e
acções diferentes que constituir-se-ão acções surpresa contra o adversário.
"Mais ainda, existem reais possibilidades de antecipar as prováveis
variantes do comportamento técnico-táctico individual e colectivo dos
adversários, levando-os a reagir dum certo modo que lhes seja
desfavorável, mas por outro lado, muito vantajoso para a própria equipa"
(Teodorescu, 1984).
7.7.3.4.1. Gerais
" O planeamento estratégico • 493
7.7.3.4.2. Específicos
494 • Metodologia do treino desportivo I !
7.7.3.5.1. Organizativos
" O planeamento estratégico • 495
7.7.3.5.2. Táctico-estratégicos
Para além do que foi referido, esta reunião terá como objectivos
adicionais os seguintes quatro aspectos:
melhorar a comunicação estabelecida entre o treinador e os
praticantes, fundamentalmente no que concerne ao conjunto de ideias
e pressupostos que orientam a resolução eficaz das diferentes e
complexas situações competitivas;
verifica-se qualitativa e quantitativamente as acções de preparação
dos praticantes ou da equipa para a competição e o que na realidade
aconteceu durante a competição. Evidencia-se assim os aspectos
positivos e negativos;
projectam-se esses aspectos positivos e negativos no programa
futuro do ciclo de preparação por forma que esses aspectos sejam
rentabilizados no primeiro caso e melhorados no segundo;
procurar manter intactos os pressupostos da integridade do
praticante ou da equipa como colectivo, isto é, mantendo-a coesa e
unida perante a situação da vitória - evitando os excessos de
confiança, e desdramatizando em caso de derrota.
502 • Metodologia do treino desportivo I !
w
PARTE V
Capítulo 3
O planeamento táctico
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 16
" O planeamento táctico • 505
Parte V
Sumário
Bibliografia:
4.1. Os praticantes/jogadores
substituir o jogador que não consegue pôr em prática o que lhe foi
distribuído em termos de missões tácticas, sendo continuamente
ineficaz nas suas acções técnico-tácticas;
substituir o jogador que tem diferentes perspectivas tácticas do
treinador, convencendo-se que a "sua" forma de actuar serve melhor o
interesse colectivo. Se depois de uma breve conversa (antes, no
intervalo, ou mesmo durante o decorrer do jogo), o jogador não quer
entender as opiniões tácticas do treinador e insiste numa atitude e
comportamento diferentes, em última análise prejudiciais à actividade
da equipa, então, o treinador deverá impôr-se não restando qualquer
outra alternativa, senão substituí-lo;
substituir o jogador por razões tácticas operacionais por forma a
reforçar a capacidade:
• ofensiva da equipa na procura de modificar o resultado
momentâneo do jogo; e,
• defensivo da equipa por forma a manter o resultado momentâneo
do jogo;
substituir o jogador que após ter sido advertido disciplinarmente
continua a prevaricar estando na contingência de prejudicar a própria
equipa;
substituir o jogador, quando o resultado do jogo já não poderá ser
posto em causa, por forma a permitir a aquisição do ritmo competitivo
a um outro companheiro que vem de uma lesão mais ou menos
prolongada e necessita de se readaptar novamente à equipa;
7.1.5. Os adversários
Parte VI
Sumário
Capítulo 1
A microestrutura do processo de treino desportivo
Capítulo 2
A mesoestrutura do processo de treino desportivo
Capítulo 3
A macroestrutura do processo de treino desportivo
PARTE VI
Capítulo 1
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 17
" A estrutura do processo de treino - a microestrutura • 527
Parte VI
Sumário
Bibliografia:
Existem diferentes tipos de sessões que podem ser utilizadas durante o treino,
as quais são determinadas, por um lado, pelo nível de rendimento do(s)
praticante(s) ou da equipa e, por outro, pelo período do planeamento anual em
que estes se situam. Segundo Teodorescu (1984), e Bompa (1993) as sessões
de treino podem ser dos seguintes tipos:
sessões de treino para conhecer o(s) praticante(s) ou a equipa;
sessões de treino de aprendizagem;
sessões de treino de repetição;
sessões de treino de controlo (verificação); e por último,
sessões de treino mistos.
Por último, os exercícios que compõem estas sessões de treino podem ser
organizadas de forma:
isolada da competição (análise de um factor de treino, por exemplo: o
factor técnico); ou,
integrada no qual o conteúdo é analisado sob todos os pontos de vista
fundamentais (técnico, táctico, físico, e psicológico).
1.5. Sessões de treino mistos
2.1. Em grupo
2.2. Individualmente
2.3. Mistas
2.4. Livres
Numa primeira análise a sessão de treino deve ser encarada como uma única
parte, todavia, e em função do ponto de vista da actividade fisiológica do
organismo dos praticantes pode-se considerar como tendo quatro ou três partes
fundamentais:
introdução: explicação dos objectivos, e os métodos de treino para os
atingir;
preparação: aumento da actividade dos diferentes sistemas funcionais;
principal: realização de esforços prolongados a uma intensidade média ou
elevada; e,
final: redução e recuperação dos esforços dispendidos.
140
120
100
80
Sessão de Objectivos
treino da preparação
Tipo de
sessão
Dominantes Subdominantes
Estrutura
Exercícios
da sessão
Princípios Métodos
Procedimentos metodológicos
Capítulo 2
Organigrama 18
Parte VI
Sumário
1. Constituição do microciclo
A duração de um microciclo pode ter entre 3 a 4 dias, e pode ir além dos 10 a 14 dias.
Todavia, a duração mais frequente dos microciclos é de 7 dias, pois, este período de tempo
adapta-se com mais facilidade ao ritmo geral da vida dos praticantes.
Com efeito, para que este objectivo seja atingido, a construção dos microciclos de treino
devem obedecer a dois parâmetros metodológicos fundamentais, independentemente da
modalidade desportiva em causa:
aprendizagem e aperfeiçoamento da técnica a baixa intensidade;
aperfeiçoamento da técnica numa intensidade submáxima e máxima;
desenvolvimento da velocidade de curta duração;
desenvolvimento da resistência anaeróbia;
melhorar a força utilizando cargas 90 a 100% da capacidade máxima do praticante;
desenvolver a resistência utilizando cargas médias e altas;
desenvolver a resistência cardiopulmonar numa intensidade máxima; e,
desenvolver a resistência cardiopulmonar numa intensidade moderada.
Podemos verificar que esta sequência é similar há que foi referida para a sessão de treino
- técnica/táctica, desenvolvimento da velocidade, da força, da resistência. Outro aspecto
importante é a alternância entre carga e regeneração. Neste sentido, na construção dos
microciclos as cargas máximas não devem ser superiores a duas devendo ser
intercaladas com sessões de treino com intensidade baixa ou média;
mantenham conteúdos e cargas de treino constantes: para se atingir os efeitos de treino
pretendidos é fundamental a utilização de sessões de treino similares que devem ser
repetidos 2 ou 3 vezes durante o mesmo microciclo. Esta repetição de exercícios similares é
um imperativo da aprendizagem, aperfeiçoamento ou desenvolvimento de um dado
comportamento técnico e táctico, bem como no melhoramentos das qualidades físicas de
suporte (velocidade, força, resistência, etc). Este conceito de repetição da mesma sessão de
treino, é igualmente válida para os microciclos com a mesma natureza (conteúdo, meios,
métodos, etc.), podendo ser repetida duas ou três vezes seguido de um aumento qualitativo
baseado no ajustamento do organismo à carga de treino.
Os microciclos graduais são caracterizados pelo seu fraco nível de solicitação, e têm por
objectivo a preparação do organismo para um trabalho intenso. Constituem a etapa inicial da
mesoestrutura.
5.2. Os microciclos de choque
Figura 79. Microciclo com uma carga elevada Figura 80. Microciclo com duas cargas
elevadas
Figura 81. Microciclo com duas cargas elevadas Figura 82. Microciclo com duas cargas
mas com grandes exigências físicas elevadas, na qual uma é a competição
Figura 83. Microciclo com duas cargas Figura 84. Microciclo com três cargas elevadas
elevadas subsequentes
w
PARTE VI
Capítulo 3
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 19
" A estrutura do processo de treino - a macroestrutura • 551
Parte VI
Sumário
Bibliografia:
1. Constituição do macrociclo
2. Duração do macrociclo
3. Estrutura do macrociclo
Microciclos Microciclos
1 2 3 4 1 2 3 4
E E
Intensidade
Intensidade
M M
B B
Microciclos Microciclos
1 2 3 4 1 2 3 4
E E
Intensidade
Intensidade
M M
B B
Figura 87. Variações da estrutura de um macrociclo com dois microciclos com intensidade
máxima seguidos
Nível óptimo
A E R
556 • Metodologia do treino desportivo I !
Figura 88. As três fases da evolução da forma desportiva (A) aquisição, (E)
estabilização, (R) regressão
100%
90%
80%
Amplitude do
pêndulo
Figura 94. Volume de trabalho efectuado, Figura 95. Desenvolvimento mais apropriado da
reduzindo o ritmo de desenvolvimento das força explosiva pela concentração da carga de
qualidades físicas (Werchoshanskis, 1979) trabalho e pela variação do volume e da
intensidade em curtos períodos
A partir destas duas ideias básicas, o autor, refere que o treino deve fazer-se
de forma individual, pois, a aplicação dos elementos condicionais à
componente técnica dependerá do nível de execução, do ajuste motor do
praticante aos gestos técnicos específicos de determinada modalidade
desportiva.
PARTE VII
Sumário
Capítulo 1
O período preparatório
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 20
" A periodização do treino - O período preparatório • 573
Parte VII
Sumário
Bibliografia:
Uma das características do treino nesta etapa consiste no facto deste não
estar orientado para um aprofundamento da especialização da
modalidade desportiva, mas sim em ampliar as possibilidade funcionais
do organismo que, directa ou indirectamente são necessárias para se
atingir a forma desportiva (Matveiev, 1977). Há portanto que dar
preponderância à preparação física de tipo geral (que é a condição básica
do aperfeiçoamento desportivo) sobre a preparação de tipo específico.
w
" A periodização do treino - O período preparatório • 583
PARTE VII
Capítulo 2
O período competitivo
584 • Metodologia do treino desportivo I !
Planeamento
Estratégico
Parte II Factores do rendi-
mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
" Periodização do treino - O período competitivo • 585
Organigrama 21
Parte VII
Sumário
Bibliografia:
w
" Periodização do treino - O período transitório • 593
PARTE VII
Capítulo 3
O período transitório
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 22
" Periodização do treino - O período transitório • 595
Parte VII
Sumário
Bibliografia:
Uma mudança brusca do treino intenso para um repouso total poder ser
nocivo, por duas razões fundamentais:
para a saúde do praticante, que se pode traduzir em insónias, perda de
apetite e eventuais perturbações do sistema digestivo já para não
falarmos do provável aumento de peso dos praticantes; e,
para o nível da condição física do praticante, o que determina a
necessidade de se utilizar grande parte do período preparatório seguinte,
por forma a recuperar a forma perdida. Este facto dificulta a procura
duma continua melhoria do rendimento desportivo do praticante de ano
para ano.
Este período final do processo anual de treino tem orientações diferentes para
cada modalidade desportiva, todavia, esta é função do nível de preparação e
rendimento dos praticantes, da sua idade, tempo de treino e do número de
competição anuais.
Planeamento
Estratégico
Parte II Factores do rendi-
mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 23
" O controlo do treino desportivo • 603
Parte VIII
Sumário
Bibliografia:
ww
PARTE IX
O TREINADOR DESPORTIVO
PERFIL E COMPETÊNCIAS
Conteúdo da Parte IX
Planeamento
Estratégico
Factores do rendi-
Parte II
mento desportivo
Planeamento
Táctico
Bases de aplicação
exercício de treino Macroestrutura
Bases de eficácia
exercício de treino
Período Periodizacão do Parte VII
Preparatório treino desportivo
Estudo sobre
a velocidade
Estudo sobre
a flexibilidade
O treinador
perfil e competências
Parte IX
Organigrama 24
" O treinador desportivo • 611
Parte IX
O treinador desportivo
Sumário
1. Estatuto e função do treinador desportivo
2. A autoridade do treinador desportivo
3. Diferentes estilos de liderança do treinador desportivo
3.1. Estilo na base da imposição da ordem e da disciplina
3.2. Estilo na base das relações afectivas
3.3. Estilo na base na participação
3.4. Os estilos de liderança e a especificidade da situação
3.5. A gestão de problemas/conflitos
4. Atributos caracteriais da personalidade do treinador
4.1. Ser um líder
4.2. Aptidão para criar um grupo ou equipa
4.3. Ter imaginação
4.4. Afastamento ou aproximação
4.5. Espírito combativo
4.6. Sentido de humor
4.7. Ser firme - mente forte
4.8. Serenidade e dignidade
4.9. Independência, decisão e coragem
4.10. Ter entusiasmo
4.11. Saber reagir face ao resultado
5. Competências do treinador desportivo
5.1. Competência técnico-desportiva
5.1.1. Técnico especializado
5.1.2. Saber comunicar
5.1.2.1. Credibilidade
5.1.2.2. Aproximação positiva
5.1.2.3. Comunicar com coerência
5.1.3. Saber ouvir
5.1.3.1. Aprender a ouvir
5.1.3.2. Ouvinte activo
5.1.3.3. A comunicação não verbal
5.2. Competência táctico-estratégica
5.2.1. Dimensão conceptual
5.2.1.1. Descrição e análise da situação
5.2.1.2. O responsável pela construção do modelo
5.2.1.3. Elaboração de programas de acção
5.2.2. Dimensão estratégica
5.2.3.1. Recolha de dados e a elaboração de planos
5.2.3.2. Orientação e constituição da equipa
5.2.3.3. Reuniões com a equipa
5.2.4. Dimensão táctica
5.2.4.1. Direcção durante a competição
5.2.4.2. Direcção durante o intervalo da competição
5.2.4.3. Direcção logo após o terminus da competição
612 • Metodologia do treino desportivo I !
Bibliografia:
conseguir alcançar. Existem duas outras vantagens que são mais próximas
dos jogos desportivos colectivos:
no seio de uma equipa existe naturalmente um maior volume de
informação, o que permite quer o aparecimento de mais alternativas para
a resolução do problema, quer a escolha daquela que parece apresentar
maior probabilidade de se lhe adaptar;
as orientações por vezes divergentes dos membros da equipa permitem
que se possam encontrar soluções bastante criativas para os problemas
que carecem de resolução.
Esta vertente das competências do treinador desportivo pode ser definido como
a habilidade de uma pessoa se relacionar eficazmente com os outros, de saber
trabalhar com elas em diferentes situações, estando também englobada neste
conceito a sua capacidade de motivar os outros para seguirem as suas
directrizes que previamente tenham sido traçadas.
aptidão para criar um grupo ou equipa, iii) ter imaginação, iv) afastamento ou
aproximação, v) ter espírito combativo, vi) ter sentido de humor, vii) ser firme -
mente forte, viii) serenidade, dignidade, ix) independência, decisão e coragem, x)
entusiasmo e, xi) saber reagir face ao resultado.
A palavra líder significa alguém que conduz, que leva com ele não tanto
pela autoridade que deriva implicitamente do seu estatuto de treinador mas:
• pela sua capacidade de persuasão;
• pelo enquadramento pedagógico da sua acção;
• pela sua dinâmica pessoal;
• pelo estabelecimento das relações interindividuais assente na igualdade
e justa repartição de responsabilidades;
• pela criação de um clima de confiança, credibilidade e aceitação;
• pelos exemplos que transmite aos praticantes/jogadores; e,
• pelas convicções que exprime.
novos arranjos, novas soluções que transmitam aquilo que se ensina uma
característica pessoal.
Não deverá existir para o treinador desportivo uma linha de conduta radical,
imutável, permanente e válida conservando a sua eficácia ao longo do
tempo.
na atitude destes e quanto eles podem confiar naquilo que diz. Com
efeito, a credibilidade do discurso incute nos praticantes/joagdores
sentimentos de confiança e motiva-os pois o que o treinador diz possui
um valor, isto é, o trabalho proposto tem todo o sentido e os
praticantes/jogadores necessitam dessa convicção para progredir. O
inverso, infelizmente, também é verdade. Nada é viável se os
praticantes/jogadores duvidarem das opções do seu responsável sendo
menos receptivos ao que lhes é pedido. A competência
técnico-desportiva exprime-se claramente quando as concepções do
treinador passam a ser dos praticantes, ou seja, quando estes as
defendem como se fossem as suas próprias ideias, sabendo que o
responsável técnico está na origem da maioria das escolhas. O
treinador unifica as concepções individuais ultrapassando-as,
transcende as oposições e favorece a adesão sem oposição às opções
propostas.
Estas exigências são indispensáveis para uma boa reposição "do que
quer que se faça". Um treinador que arrasta as palavras ou que não as
vocalize perfeitamente terá dificuldades para se fazer compreender e
pode criar estados emocionais negativos sobretudo nas situações de
competição.
verbalmente.
A/ A recolha de dados:
é a primeira etapa da dimensão estratégica através
da qual o treinador compila as informações necessárias para conhecer
642 • Metodologia do treino desportivo I !