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Manual do Curso de Licenciatura em Educação Física e Desporto

Teoría e Metodología do
Treino Desportivo
Universidade Católica de Moçambique
Centro de Ensino à Distância
Teoría e Metodología do Treino Desportivo i

Direitos de autor
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância
(CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no
seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros) sem permissão expressa da entidade editora (Universidade Católica de
Moçambique-Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a
processos judiciais.

Docente: Mestre. Leonor Manuel José Picardo

Colaboradora da Univesidade Católica de Moçambique – Centro de Ensino à Distância

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino à Distância
82-5018440
23-311718
82-4382930
Moçambique

Fax:
E-mail: eddistsofala@teledata.mz
Website: www. ucm.mz
Teoría e Metodología do Treino Desportivo ii

Agradecimentos
Agradeço a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Pelo meu envolvimento nas equipas do CED


Universidade Católica de Moçambique
como Colaboradora, na área de Educação
Centro de Ensino à Distância.
Física.
Pela contribuição e enriquecimentos ao
À Coordenação do Curso de Educação Física.
conteúdo.
Pela facilitação, orientação e prontidão
A coordenadora: Mestre Bridgette S. Bruce
durante a concepção do presente manual.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo iii

Visão geral 5
Bem vindo ao Ensino da Teoría e Metodología do Treino Desportivo 2º Ano. ............... 5
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 6
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 6
Ícones de actividade .......................................................................................................... 7
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 7
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 7
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)................................................................................. 8
Avaliação .......................................................................................................................... 8

Unidade nº 1 9
Tema: Teoria e Metodologia como Disciplina Científico Prático. ................................... 9
Introdução ......................................................................................................................... 9
Sumário ........................................................................................................................... 10
Exercícios 1..................................................................................................................... 24

Unidade nº 2 25
Tema: Princípios de Treino Desportivo .......................................................................... 25
Sumário ........................................................................................................................... 26
Exercício 2 ...................................................................................................................... 36

Unidade nº 3 37
Tema: As Cargas de Treino ............................................................................................ 37
Sumário ........................................................................................................................... 37
Conceitos de Carga de Treino ......................................................................................... 37
Exercício 3 ...................................................................................................................... 41

Unidade nº 4 42
Tema: Métodos do Treino Desportivo ............................................................................ 42
Sumário ........................................................................................................................... 42
Exercício 4 ...................................................................................................................... 51

Unidade nº 5 52
Tema: Planificação do treino desportivo ........................................................................ 52
Sumário ........................................................................................................................... 52
Exercício 5 ...................................................................................................................... 64
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 5

Visão geral
A Cadeira de Teoría e Metodología do Treino Desportivo foi introduzida para os
Formandos, que, na sua maioria, são já Professores do EP e/ou do ESG. Começa
nestas Presenciais, para, segundo o seu propósito, desenvolver uma forma
inovadora de estar e ser, conhecer e aplicar a mesma. Nesta cadeira vamos falar de
uma forma geral da Teoría e Metodología como Disciplina Cientifíca Práctica,dos
Princípios de Treino Desportivo, da Carga de Treino, Métodos de Treino, dos
Aspectos de Preparação do Desportista e a Planificação do Treino Desportivo.

Bem vindo ao Ensino da Teoría


e Metodología do Treino
Desportivo 2º Ano.
Pretendemos que este módulo seja um contributo para que os
aprendentes adquiram um conhecimento aprofundado da Teoría e
Metodología do Treino Desportivo.

Quando terminares o estudo da Teoría e Metodología do Treino


Desportivo – 2º Ano, o formando será capaz de:

1. Conhecer os conceitos fundamentais do treino desportivo;

2. Conhecer o quadro complexo dos factores determinantes da


prestação desportiva;
Objectivos
3. Conhecer os diferentes métodos e meios de treino, como ainda
as respectivas implicações fisiológico-adaptactivas no âmbito do
desenvolvimento da prestação desportiva;

4. Conhecer o quadro orientador da preparação desportiva de crianças


e jovens;
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 6

Quem deveria estudar este


módulo
Este Módulo foi concebido para os estudantes do 2º ano do curso
de Licenciatura em Educação Física e Desporto.

Como está estruturado este


módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos por CED - UCM encontram-
se estruturados da seguinte maneira:
Páginas introdutórias
 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.

Conteúdo do curso / módulo


O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, e uma ou mais actividades para auto-
avaliação.

Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma
lista de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem
incluir livros, artigos ou sites na internet.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação


Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do modulo.

Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / módulo.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 7

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens
das folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do
processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de
texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Habilidades de estudo
Caro Estudante, antes de mais o ensino à distância requer
de ti uma grande responsabilidade, ou seja, é necessário que
tenhas interesse em estudar, porque o teu estudo é ‘auto-
didáctico’. Entretanto, vezes há em que te acharás possuidor de
muito tempo, enquanto, na verdade, é preciso saber gerí-lo por
forma a que tenhas em tempo útil as fichas informactivas lidas e
os exercícios do módulo resolvidos, evitando que os entregues
fora de tempo exigido.

Precisa de apoio?

Há exercícios que o caro estudante não poderá resolver sozinho, neste


caso contacte o tutor, via telefone, escreva uma carta participando a
situação e se estiver próximo do tutor, contacte-o pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso de
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa
fase posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for de
natureza geral, contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante,
tem a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste
período pode apresentar dúvidas, tratar questões administractivas,
entre outras.
O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta,
busque apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-me
mutuamnte, reflictam sobre estratégias de superação, mas produza de
forma independente o seu próprio saber e desenvolva suas
competências
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 8

Tarefas (avaliação e auto-


avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
auto-avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes
do período presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.
Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser
dirigidos aos tutores/docentes da cadeira em questão.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo
os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os
direitos do autor.
O plágio deve ser evitado. A avaliação da cadeira será controlada da
seguinte maneira:

Avaliação
Os exames são realizados no final da cadeira e os trabalhos marcados
em cada sessão têm peso de uma avaliação, o que adicionado os dois
pode-se determinar a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 3 (três) trabalhos; 2 (dois)
testes e 1 (exame).
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 9

Unidade nº 1

Tema: Teoria e Metodologia


como Disciplina Científico
Prático.
Introdução
A unidade curricular de Teoría e Metodología do Treino, procura o
enquadramento da teoría de treino desportivo, com todas as outras
ciências que lhe dão apoio e suporte, ao mesmo tempo que se alicerça
todo o conhecimento, desta disciplina, como uma nova área do saber
científico. Procura-se com esta disciplina científica, investigar os
fundamentos teóricos da prestação desportiva, compreendendo-se esta
como a preparação, desenvolvimento e generalização de forma
integractiva, de conhecimentos, conceitos, e categorias, sociológicas,
psicológicas, pedagógicas, metodológicas do desporto, médico -
desportivas, biológicas e biomecânicas, que representam a base
científica para o processo complexo de desenvolvimento da prestação
desportiva, na sua unidade de educação e formação. A forma de
organização e hierarquização curricular, do plano de estudos, prevê
que a aquisição de conhecimentos. O desenvolvimento e aplicação dos
mesmos, nos processos de ensino/aprendizagem, treino e preparação
desportiva (metodologias instrumentos) - seja feita de forma parcelar,
permitindo em cada ano da estrutura curricular e face ao
desenvolvimento e aprofundamento das restantes disciplinas da
ciência do desporto, uma aplicação correcta, fundamentada e
consciente das competências adquiridas e desenvolvidas. O que se
pretende, é uma aprendizagem progressiva, estável e amadurecida,
tentando estabelecer; entre as disciplinas da ciência do treino
desportivo, e as demais disciplinas das ciências do desporto; uma
interligação e cooperação interdisciplinar.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer o objecto de estudo da Teoría e Metodologia do Treino


Desportivo;
Objectivos  Saber os conceitos fundamentais da Teoria e Metodologia do Treino
Desportivo.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 10

A terminologia que vai usar nesta unidade é a seguinte:


• TMTD– Teoría e Metododlogía do Treino Desportivo.
• PFG – Preparação Física Geral
Terminologia
• PFE – Preparação Física Especial

Sumário
A Teoría e Metodología do Trenamento é a ciência que se dedica ao
estudo do processo do treino desportivo tendo em conta as leis que
ditam a natureza e sua evolução para realizar os desportos que
permitem estudar a dinámica deste processo, tomando como base os
elementos teóricos.

Objecto da TMTD
Segundo Thieb & Schnabel (1986), o objecto da TMT
referencia-se a três categorias centrais:
1. A prestação desportiva;
2. O treino Desportivo;
3. A competição.

Para Lehnert (1986) a TMT tem como objecto de estudo a formulação


dos fundamentos teóricos e princípios metódico-didácticos do treino
desportivo, enquanto processo dirigido por princípios pedagógicos-
científicos da educação e da formação desportiva, e tendo como
objectivo o desenvolvimento da prestação desportiva no treino e a
sua comparação na competição.

Características do Treino Desportivo


 Processo intencional
 Processo com objectivos
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 11

 Processo planeado
 Processo sistematizado (rege-se por princípios)
 Processo contínuo
 Actividade acrescida (volume/intensidade)

Conceitos Fundamentais

O Treino Desportivo: é um processo pedagógico, planeado e


sistematizado, i.e., articulado com princípios, com objectivos de
aumento do rendimento.

Treino: Processo que produz alterações ao estado de preparação.

Estado de Preparação: Capacidade de um sujeito manifestar um


rendimento máximo no decurso de uma actividade desportiva.

Adaptação ao treino: transformações produzidas pela repetição


sistemática do exercício. (Bompa, 2003).

Adaptação em desporto: Reacção do organismo e dos seus sistemas


funcionais e orgânicos sob o efeito de um plano funcional e estrutural
do regime das cargas de treino. De acordo com Platonov (1991), a
adaptação biológica é designada como um conjunto de reacções que
têm como fundamento a adaptação do organismo às trocas com o meio
envolvente (factores exógenos) e que tendem a manter a estabilidade
relactiva do meio interno (factores endógenos), ou seja, a homeostasia.

Adaptação: Conjunto de reacções e modificações funcionais e


morfológicas desencadeadas por estimulações exteriores ou interiores;
propriedades dos organismos vivos se conformarem às necessidades
do seu modo de vida no que respeita à morfología, ao funcionamento,
ao rendimento, ao comportamento. A propriedade de conservar o
equilíbrio do organismo com o meio exterior e de procurar criar
permanentemente o equilíbrio entre os diferentes sistemas que
constituem o organismo humano. (Raposo, 2000).

Adaptação: é a capacidade de um sistema ou órgão para se juntar ao


esforço ou sobrecarga adicional, a partir do aumento de força ou
função. (Bompa, 2003).

Adaptação: é um processo de auto-regulação do organismo do atleta


que se modifica funcional e morfologicamente, reagindo aos diversos
estímulos (exercícios e sequências organizadas de exercícios)
organizados sistematicamente no processo de preparação, optimizando
os mecanismos de resposta. (Platonov, 1991).
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 12

Capacidade de performance (desportiva): representa o grau de


melhoramento possível de uma certa actividade motora desportiva e,
inscrevendo-se num quadro complexo, está condicionada por uma
pluralidade de factores específicos. (Weineck, 2002).

Carga de treino: designa o estímulo ou stress que é imposto a um


praticante desportivo no quadro da realização de exercícios de
preparação ou de situações de competição. Estes estímulos, de forma
objectiva e intencional procuram induzir estados de fadiga controlada
orientados para a obtenção de adaptações específicas. (Platonov,
1991).

Carga de treino: o trabalho muscular que activa o potencial de


adaptação próprio da fase de desenvolvimento em que se encontra o
atleta, no sentido de promover alterações positivas na sua capacidade
de intervenção em situação de competição. (Verkhoshansky, 2002).

Carga: Palavra que indica a dose de actividade física, geralmente


aplicada ao treino. Em medicamentos diz-se dose, em actividade física
diz-se carga. A carga compõe-se de quatro parâmetros: o tipo de
actividade, a duração, a frequência semanal e sobretudo a intensidade
do esforço. (Barata, 2003).

Cargabilidade: Capacidade que o atleta apresenta de suportar a carga


de treino corresponde à determinação de um nível óptimo da
solicitação das componentes estruturais (fisiológicas, técnico-tácticas,
psicológicas) durante a aplicação de uma carga sem que se incorra no
risco de provocar efeitos nocivos para o atleta (lesões, estados
emocionais negactivos, etc.).

Densidade de um exercício: indica a relação que se estabelece entre a


duração dos períodos de esforço e dos períodos de pausa, no âmbito da
unidade ou do ciclo de treino considerado. (Platonov, 1991).

Desempenho desportivo: também conhecido pelo termo inglês


“performance”, o resultado, obtido em competição, que expressa as
possibilidades máximas individuais numa determinada disciplina
desportiva, num determinado momento de desenvolvimento do atleta e
da época de preparação. (Platonov, 1991).

Destreino: inversão das adaptações ao exercício. Quando se produz


uma redução relevante do trabalho, os efeitos do destreino são mais
rápidos que os progressos de treino. (Bompa, 2003).

Destreino: processo que resulta de uma paragem ou abandono da


execução de estímulos, mais ou menos intensos, a qual pode levar a
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 13

alterações físicas e psíquicas do atleta, incluindo a redução do estado


de treino. (Bompa, 2003)

Efeito imediato: aquele que se verifica no final de uma sessão de


treino e é caracterizado por um abaixamento do nível de capacidade de
trabalho, por uma maior ou menor grau de exaustão dos recursos
energéticos do organismo. (Vasconcelos, 2002)

Efeito retardado: aquele em que o efeito imediato se transforma, em


função do tempo de recuperação existente entre cada sessão ou
conjunto de sessões, numa melhoria do rendimento ou elevação do
limiar de activação. Pode ser caracterizado por 3 níveis: de sub-
recuperação; de recuperação simples ou de super-recuperação
(supercompensação).

Nível de recuperação simples: prende-se com a recuperação


praticamente completa ou simples, após cada sessão de treino. Neste
caso, uma carga é aplicada no mesmo nível da sessão anterior;

Nível de sub-recuperação: caracteriza-se de grosso modo, pela sub-


recuperação da capacidade do organismo, devido à aplicação da carga
de treino. Esta recuperação é incompleta, não chegando sequer ao
nível inicial com que se partiu para a primeira sessão. Para que a nova
carga seja aplicada nesta fase, é necessário que o intervalo entra cada
sessão seja curto.

Nível de super-recuperação (supercompensação): permite conduzir


as respectivas sessões de treino aumentando a quantidade e a
qualidade de trabalho. Está ligado ao fenómeno da supercompensação.
(Raposo, 2000)

Efeito retardado: resulta da transformação do efeito imediato, em


função do tempo de recuperação existente entre cada sessão ou
conjunto de sessões, e tem como consequência a melhoria do
rendimento ou a elevação do limiar de activação. (Vasconcelos, 2002).

Efeito somactivo: resultado da combinação dos efeitos imediatos e


retardados das sessões de treino, o qual se corporiza na aquisição ou
na melhoria dos estados de preparação, com base em reestruturações
adaptactivas, mais ou menos profundas, das estruturas biológicas e das
funções do organismo. (Raposo, 2000)

Efeitos acumulados da carga: compreendem o conjunto de variações


bioquímicas e morfo-funcionais que ocorrem num período longo de
tempo. Estas variações são o resultado da soma de uma grande
quantidade de efeitos permanentes e imediatos decorrentes dos
exercícios de treino que são executados sessão após sessão. Fala-se, a
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 14

este respeito, de efeitos crónicos da carga de treino. Esta adaptação


epigenética ou de longo prazo ocorre quando se criam o treino provoca
um conjunto modificações funcionais que permanecem estáveis após o
termo da estimulação (Platonov, 1991).

Efeitos do treino: conjunto de modificações verificadas no


organismo, em consequência dos diferentes estímulos de treino.
(Vasconcelos, 2002).

Efeitos imediatos da carga (ajustamentos): são representados pelas


variações bioquímicas e funcionais que se estabelecem durante e
imediatamente a seguir ao esforço, no início da recuperação. È
exemplo deste tipo de efeitos a alteração na frequência cardíaca
durante e após qualquer exercício físico. Fala-se, a este respeito,
também, de efeitos agudos do exercício, que são passageiros e que se
não forem sujeitos a um processo de repetição sistemática, não
deixarão traços permanentes no organismo. (Platonov, 1991).

Efeitos permanentes da carga: são constituídos por alterações que


persistem para além do tempo de exercício e da sua recuperação
imediata. Têm a ver com processos fisiológicos que estão na base das
modificações funcionais tendentes a uma melhor adaptação ao
exercício. São exemplos dos efeitos permanentes da carga as
alterações morfológicas no tecido muscular (hipertrofia) como
resultado do treino da força ou o aumento da actividade hormonal no
espaço de tempo considerado. (Platonov, 1991).

Especificidade do Treino: Principio utilizado na elaboração de um


programa de treino para uma actividade ou habilidade específica e
para os sistemas primários de energia que participam de sua
realização. Por exemplo, o programa de treino para velocistas deveria
consistir em séries repetidas de piques, a fim de desenvolver tanto o
desempenho em alta velocidade quanto o sistema ATP-PC. (Fox,
1991).

Especificidade: é o princípio que recomenda o treino exclusivo da


parte do sistema ou do corpo que esteja a receber a sobrecarga. A
adaptação fisiológica será específica para esta parte do corpo.
(Weineck, 2002)

Estado de treino: reflecte a adaptação biológica geral do organismo.


(Platonov, 2001)

Exercícios: são actividades físicas repetidas, estereotipadas, que visam


a obtenção dum objectivo concreto. (Barata, 2003).
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 15

Fase de alarme: corresponde à primeira reacção de adaptação e surge


como resposta ao choque provocado pelo estímulo. A resposta consiste
na intensificação do metabolismo para o crescimento da produção de
energia. Caso o estímulo não cesse, verifica-se um progressivo
esgotamento das possibilidades de fornecimento de energia fazendo
com que surjam as reacções defensivas do organismo e que, na prática,
é a sensação de fadiga manifestada pelo atleta. (Raposo, 2000).

Fase de esgotamento: quando a estimulação é prolongada ou as


exigências em relação às possibilidades de reposta do organismo são
extremamente intensas, poderá aparecer esta fase. O seu surgimento é
resultante da ausência de possibilidade do organismo repôs o material
plástico necessário para substituir as estruturas celulares mobilizadas.
(Raposo, 2000).

Fase de resistência: fase seguinte à fase de alarme. Quando o


estímulo é repetido de forma sistemática, a resposta imediata de
adaptação reproduz-se muitas vezes, entrando o processo de adaptação
na fase de resistência. O tempo de obtenção dessa fase é longo
(semanas ou meses) e é determinado pela capacidade do organismo me
suportar a intensidade da estimulação (carga de treino). (Raposo,
2000).

Grandeza da carga: é determinada pela importância das solicitações


(fraca, média, elevada ou máxima) exigidas aos praticantes, sendo
avaliada sob duas perspectivas, que constituem as duas faces da
mesma moeda: a carga interna e a carga externa. A carga externa é
caracterizada por índices externos, que dizem respeito, simplesmente,
às tarefas que os atletas devem cumprir numa sessão de treino. No
fundo, a carga externa é tudo aquilo que é proposto ao atleta, em
termos de realização de exercícios, onde é definido o exercício ou as
suas condições aplicação: duração, frequência (número de repetições),
velocidade de deslocamento ou velocidade de execução, totalidade de
metros percorridos, quilos de peso utilizados em exercícios de força,
número de exercícios utilizados numa sessão de treino, etc. A carga
interna corresponde à repercussão que o exercício realizado tem nos
diferentes recursos orgânicos do praticante, energéticos e neuro-
musculares, principalmente. Tem a ver, então, com o grau de
mobilização das possibilidades funcionais do organismo, embora
devam ser aqui integrados f actores de índole diversa, como o
envolvimento afectivo e emocional do atleta, a tensão psíquica
associada ao exercício ou a complexidade coordenactiva por ele
exigida. (Bompa, 2003).

Intensidade de um exercício: representa o nível de empenho exigido


ao praticante. A intensidade de um exercício faz sempre referência a
um grau de utilização dos recursos e do potencial próprios do atleta,
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 16

em relação à sua capacidade máxima de execução, para as mesmas


condições de prática. (Platonov, 1991).

Natureza da carga: é definida pela qualidade ou capacidade que é


potenciada (no plano físico, técnico ou psicológico) e pela solicitação
energética ou aptidão funcional predominantemente solicitada
(trabalho láctico, desenvolvimento do limiar anaeróbio, etc.). (Bompa,
2003).

Neste âmbito, importa distinguir:

Overtraining: Também chamado de síndrome de super-treino,


acontece quando o atleta força progressivamente o seu treino,
causando uma grande queda no rendimento. O corpo perde a
capacidade de se recuperar das sobrecargas sucessivas e entra em
perda. Os sintomas são parecidos com as consequências naturais de
um treino forte, mas são crónicos. Costuma ser mais comum nos
atletas que treinam para provas de longa duração, mas pode ocorrer
com todo tipo de desportistas. (Bompa, 2003).

Potência: Tal como em Física, entende-se como a máxima quantidade


de trabalho realizado por segundo. Os esforços de alta potência são
puramente anaeróbios. A potência máxima chama-se explosiva.
(Barata, 2003).

Princípios metodológicos: eles são inerentes à actividade específica,


o que facilita a aplicação de compressão, de métodos de ensino e
aprendizagem motor usado na detecção e correcção de erros.

Charge: É o estímulo que as forças do atleta para ajustar após um


efeito, que afecta o atleta, dependendo de uma série de factores
intimamente relacionados com as direcções nas quais é moldada tendo
em conta o tempo de trabalho, o% máxima frequência cardíaca,
intensidade e volume. Sobre estas questões mencionadas acima terão
os estudantes mergulhar em outros aspectos da literatura para colectar
o mesmo para aumentar o seu nível de conhecimento.

Métodos: Formas inter-relacionadas de emprego entre o professor eo


aluno, que são destinadas a resolver as tarefas de ensino no processo
de formação desportiva, que é o maior ponto de vista didático.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 17

Componentes Preparação do atleta

Aptidão Física: Tem por objectivo reforçar os níveis funcionais e


morfológicas alcançado, parcialmente melhorar algumas habilidades
motoras e ajudar a restaurar o potencial de adaptação.

Táctica-técnica: Eles são usados para remover as deficiências na


preparação técnica e táctica, e até certo ponto pode assimilar novas
formas de movimento.

Preparação psicológica: Garantir a actitude certa para sucessos


potencial do atleta e retrocessos, bem como a criação de um fundo
emocional positivo para descansar e planos subsequentes.

Preparação teórica: Conhecimentos teóricos e metodológicos que o


atleta adquir, tendo em conta outras ciências afins e treino desportivo
(Fisiologia, Morfologia, Bioquímica, etc).

Formação: Verjochanski (1988) é baseada em um sistema que define


os conceitos de planejamento, organização, controle e avaliação.

Programa de exercícios: Servem para melhorar habilidades e


aumentar a capacidade de um atleta de energia para um determinado
teste.

Treino de resistência aeróbia: Formulário de embalagens destinadas


a aumentar a capacidade aeróbica e performance de endurance.

Formação intervalado: um programa de exercícios em que o corpo é


submetido a repetidos períodos curtos, mas trabalhando regularmente
com os esforços, intercaladas com períodos de repouso adequados.

Circuit Training: programa de condicionamento consistindo de uma


série de exercícios que são realizados em "estações". Com um período
específico de tempo e onde o atleta tem que se mover para a próxima
estação, com o seu exercício particular e de tempo especificado, então
o seguinte, e assim por diante.

Treino em velocidade do jogo "fartlek".

Formação em "sprint" (anaeróbias): Condicionamento que visam


aumentar a capacidade do sistema anaeróbio, o sistema necessário para
atender alta potência curto de velocidade.
Planejamento: É todos os componentes teórica de um projecto
apoiado pela base governista mentais princípios gerais de pedagogia,
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 18

os princípios metodológicos da educação física e treino esportivo


princípios e regras de periodização, o emprego meios adequados e
métodos, e assim por diante. (Mestre, 1995).

Periodização: É a forma de treino desportivo estruturado em um


determinado tempo, através de períodos de lógica, que incluem
regulamentos em desenvolvimento para a preparação dos atletas da
forma desportiva.

Controle de formação: É apenas o registro de realizações, que


geralmente inclui todas as peças do processo para quantificar a
probabilidade, ou seja, tarefas e volume, alguns índices da corrente de
carga, os resultados na competição, testes educacionais e outros testes,
como essencial na quantitactiva.

Análise da formação desportiva: É dirigido, em vez disso, o


cumprimento dos aspectos qualitactivos, ou seja, a evolução da
realização do objectivo, a eficácia dos meios e métodos utilizados, os
índices de carga exigência incondicional respeito treino técnico, tático,
psicológico e teórico, e assim por diante.

Macrociclo: União de vários mesociclos, que reflecte as diferentes


fases de preparação e habilidades, ou a configuração do macro com o
fim específico, a meso, micro, sessões de formação ou unidade que
inclui uma fase de competição.

Mesociclos: Estágios representam relactivamente terminar todo o


processo de formação que visa alcançar o desenvolvimento de uma
qualidade ou sub-objetivo do processo. Sua organização interna é feita
com base microciclo de sinal diferente, em números variados, que
nunca são menos de 2 e raramente ultrapassam os 08/06 microciclos.

Microciclos: Série de várias sessões de formação, organizada de


forma racional em um curto período de tempo.

Período: Este é composto por diferentes etapas que leva o processo de


treino esportivo (Preparatória, competitiva e Trânsito).

Etapas: a maneira de dividir o processo de formação desportiva por


um período, que pode ser um ano ou vários anos. É dividido em gerais,
especiais, competitivo e de trânsito.

Etapa de preparação geral: Destina-se a criar a base para a aquisição


de um desporto, o que aumenta o nível geral da capacidade de trabalho
através do desenvolvimento de habilidades funcionais, motoras e
hábitos. Que é uma parte da capacidade vital, diminuiu o tempo de
reação, aumento do VO2max, aumento do volume de sangue minuto.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 19

E por outro lado, o aumento da velocidade, força, resistência,


mobilidade e agilidade em geral e especial, bem como hábitos e
habilidades básicas do desporto.

Etapa de preparação especifíca: O objectivo fundamental é criar as


condições para a aquisição imediata de um desporto.

Fase competitiva: Você percebe que todos os elementos do período


preparatório, para que o atleta prove sua forma nas competições, e
assim obter um certo nível de desempenho desportivo. A sua duração
depende do período de preparação e organização competitiva são
planejadas.

Período de transição: é orientada para actividades de recreação


activa. Aqui fala-se de uma pausa no treino, mas um processo
contínuo em que mudam de forma e conteúdo, para evitar a conversão
do efeito cumulactivo das cargas em overtraining. Além disso, você
deve criar as condições para manter um certo nível de formação e de
garantir o início de outro ciclo de desenvolvimento do desporto
formulário.

Preparação física: É só uma maneira diferente de desenvolver


sistemas funcionais desportista morfológicas, criando as bases
fisiológicas para os futuros trabalhos a realizar pelos atletas, quando
eles começam a receber cargas de treino diferente.

Preparação técnico: O objetivo principal na preparação técnica do


atleta é formar hábitos de concorrência e executar acções que
permitam um uso mais eficaz de suas chances nos concursos, e
garantia irrevogável a melhoria da sua perícia técnica no processo de
prática desporto por muitos anos.

Preparação teórica: Com base no conhecimento da teoria e da


metodologia que o atleta, bem como outras ciências relacionadas com
a formação desportiva.

Preparação psicológica: Pretende-se para formar o estado mental de


prontidão do atleta dentro das condições específicas do desporto.

Controle físico: É a forma como é aplicada no processo de formação


desportiva para verificar o desenvolvimento de diferentes qualidades
físicas como (força, resistência flexibilidade, velocidade).

Controle Técnica: A forma de avaliar os diferentes elementos


técnicos de um desporto específico através de testes educacionais
(pênalti no futebol, basquete arremesso, número de passos que é
contada em uma certa distância para determinar. a frequência e
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 20

duração das etapas, execute as usinas na barra horizontal na ginástica,


etc).

Controle Médico: Ele é projectado para controlar o estado funcional


de atletas no início de um macrociclo de treino e desenvolvimento da
mesma, para verificar o desempenho de diferentes cargas de treino que
os atletas estão recebendo e assimilação possível dos diferentes
sistemas e órgãos que recebem.

Unidade de Formação: Esta é a educação básica de organização e


treino do desempenho do atleta.

Sessão: Não mais do que a estrutura básica do processo de


organização do treino desportivo, que pode ser dividido em várias
partes (manhã, tarde, noite), (1-2-3-4-5, etc).
Charge: É apenas o processo cumulactivo de treinos diários, e uma
resposta para o trabalho.

Frequência cardíaca: Número de vezes que o coração bate por


minuto.

Frequência de pulso: Frequência Cardíaca.

Série: Este é um programa de treino do intervalo, um grupo de


intervalos de trabalho e descanso. No levantamento de peso, o número
de repetições realizadas consecutivamente sem descanso.

Repetições: Número de exercício repetido por um número ou de lotes


diferentes (20 saltos de rã no chão, 10 no basquete lance livre,
arremesso de peso 20 na frente da área de faixa, etc).

Flexibilidade: amplitude de movimento em torno de um (flexibilidade


estáctica) conjunta da oposição, ou resistência ao movimento de um
(flexibilidade dinâmica) conjunta.

Força: puxar ou empurrar a acção exercida sobre um objecto em outra


acção corporal que tende a alterar o estado de movimento do corpo em
que actúa. De acordo com Kuznetsov (1973), é o aumento do tônus
muscular causada por Nervis estímulo que permite o movimento ou
manter uma posição de um avião muscular.

Velocidade: A capacidade máxima de reagir prontamente a um sinal e


ou quando se deslocam a uma velocidade máxima determinada,
ou é a possibilidade que um indivíduo tem que se mover tão
rapidamente quanto possível em um lugar para outro eo resultado será
determinado pela frequência de comprimento da passada.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 21

Resistência: A capacidade de suportar física e mental esforços contra


a fadiga relactivamente longo e / ou a capacidade de rápida
recuperação após o esforço.

Capacidade de coordenação: A diferença com condicionais e de


aprendizagem e técnico-tático, mas por sua vez, estão intimamente
relacionados, que determinam o desenvolvimento bem sucedido de
treino físico e técnica desportiva.

Lei básica de bioadaptação

Toda metodología que se aplica no processo de treino desportivo e


que por suposto está orientada para os resultados competitivos, tem
uma base científica que está rigorosamente regida pelas leis objectivas
que refletem a realidade; acções que determinam o passo a seguir no
caminho da victória desportiva.

Sabemos que la adaptação é uma possibilidade que o organísmo tem


para sobreviver. Um organismo no estado de adaptação, significa que
alcançou um equilibrio entre os processos de síntesis e degeneração,
estando nesta situação portanto não se interrompe as exigências que
demanda o equilibrio. A este equilibrio biológico (entre síntesis e
degeneração) que caracteriza o organísmo no estado de adaptação da-
se o nombre de homeostasia.

Se alguma (carga de treino) interrompe a homeostasia, o organísmo


tratará de buscar novamente o equilíbrio funcional. Se este agente
estressante (carga de treino) é desconhecido pelo organísmo, a
interrupção da homeostasia estará determinada por um aumento dos
processos catabólicos o degeneractivos, dos quais manterám a
influência da carga, de forma imediata o organísmo responderá a
agressão com um aumento dos processos constituitivos, generactivos o
anabólicos (o que chamamos de recuperação) a fim de dar protecção
ao organísmo pelas perdidas energéticas sofridas até o esforço
realizado pela carga de treino.

Estes processos recuperactivos que acontecem, ao serem interropidos a


homeostasia, não só procuram voltar ao ponto de partida antes do
esforço mais também tendem a sobrepassar os níveis de capacidade o
que parece ser uma predisposição do organísmo perante uma nova
agressão; fenómenos que conhecemos pelo nome de
supercompensação reserva automaticamente protegida, resulta da
observação de que se dispõe de mais reservas em situações extremas,
paralizados os mecanísmos inibitórios centrais “o treino nos permite
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 22

então ampliar o ámbito da energía disponível, quer dizerr, subir o


limiar de movilização (LM) o deportista pode subir sua movilização,
energético até um 95 %.

Outro aspecto importante a destacar dentro da lei da Bioadaptação


como lei básica do treino é o referido ao Síndrome General,
conhecido também como Ley de Selye.

Hans Selyes, endocrinólogo, sinalou que perante qualquer agente


agressor, no organísmo se produzem simultáneamente una série de
reacções típicas, em função do estímulo agressor, e outras reacções
atípicas (sempre as mesma) independentemente da natureza dos
estímulos. Estas reacções atípicas supõem:
 Aumentar a actividade suprarrenal;
 Atrófia do sistema metabólico das gorduras;
 Aceleração do tubo digestivo;
 Outras tais como pérda de peso, diminuição dos corpos
antiácidos no sangue etc.

Importância da teoría de Selye no treino desportivo

Este conjunto de manifestaçõess atípicas foi denominado. Síndrome


General de Adaptação ou Síndrome de Stress frente a acção de um
agente estreSsante, se altera o equilíbrio do organísmo. Si tal agente
actúa de forma continuada, dará origem as diferentes reacções em
função da sua persistência.

Capacidade do rendimento desportivo como objecto central do


Treino

Cada rendimento desportivo é determinado e influenciado por uma


multiplicidade de factores, os quais se inter relacionam de várias
formas (complementaridade, compensação e negação).

A estrutura do rendimento desportivo compreende estes factores ou


elementos que condicionam o rendimento desportivo.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 23

COMPONENTES DO RENDIMENTO

Capacidades
Motoras

Capacidades
Técnica
Volitivas RENDIMENTO
Táctica

Factores
Constitucionais

RENDIMENTO DESPORTIVO

Factores Factores
Endógenos Exógenos

Factores Genéticos Instalações Desportivas


Factores Condicionais Aparelhos Desportivos
Factores Técnico- Condições Climatéricas
Coordenativos Factores Sociais
Factores Tácticos Factores Políticos, etc
Factores Psicológicos
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 24

Os mecanismos de adaptação

Existem dois tipos de mecanísmo da adaptação:

1. Adaptação Crónica: São as alterações funcionais e


estruturais que resultam do efeito acumulado das cargas de
treino.

2. Adaptação Aguda: São alterações do nível de actividade dos


sistemas por aumento das exigências da actividade, e que
desaparecem progressivamente quando as actividades cessam.

FC Déb. Déb. Déb. VO2


Ventil. Card. Ventil. ml/min-
l.min-1 l.min-1 l.min-1 1/Kg
Repouso 55 10 6 10 3

Exercício 210 120 30 120 65

Exercícios 1
1. Explique quando é que ocorre o processo da
surpercompensação?
2. Explique como é que os factores endógenos e exógenos
podem influenciar no rendimento desportivo dando exemplos
claros.
3. Fale da capacidade do rendimento desportivo como objecto
central do Treino.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 25

Unidade nº 2

Tema: Princípios de Treino


Desportivo

Introdução
O treino é um processo sistemático através do qual atletas melhoram
seu preparo físico para atender às demandas de seu desporto. O treino
é um processo progressivo e de longo prazo, e posiciona o atleta em
seu nível adequado de preparo físico e condicionamento. O treino usa
exercícios genéricos e específicos para desenvolver um atleta em seu
desporto. Treino em ciclos: quebra, recuperação, super-compensação e
formação (adaptação).

O treino desportivo, é uma área específica do mesmo, é do


conhecimento (teoría) e domínio da (práctica) da inter-relação carga-
adaptação numa perspectiva de rendimento. Os exercícios de treino
devem obdcer um cojunto de princípios (biológicos, metodológicos e
pedagógicos) cujo o objectivo é de direccionar, orientar e controlar a
actividade práctica, a instrução e ensino; a educação, e a sua
importância na formação dos professores.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer os pricípios de Treino Desportivos;

Objectivos  Saber a aplicação de cada princípio de acordo com o tipo de treino.


Teoría e Metodología do Treino Desportivo 26

Sumário
Principios biologicos do treino desportivo
 Princípio da sobrecarga;
 Princípio da especificidade;
 continuidade/reversibilidade;
 Princípio da Heterocronia.

Princípio da sobrecarga

Questão: Existem alguma relação entre a grandeza da acarga e o


correspondente ao processo de adaptação?

O Princípio da Sobrecarga: são as modificações ocorridas no


organísmo dos atletas, melhorando a sua capacidade de desempenho,
sendo que, para isso, o exercício seja executado numa duração e
intensidade suficientes que provoquem uma activação óptima dos
mecanismos energéticos, musculares e mentais. Implícita na própria
noção de “adaptação de treino” está a ideia de que apenas estímulos
que perturbem de uma maneira importante o equilíbrio metabólico ou
de regulação de uma determinada função serão indutores do processo
de reorganização interna conducente ao surgir de uma capacidade de
resposta superior. A noção de sobrecarga implica a adequação das
cargas de treino a par e passo com a mutação constante da capacidade
máxima do indivíduo, ou seja, leva à organização de uma progressão
dos exercícios de treino no que diz respeito às componentes da carga,
noção que será explicitada mais à frente (princípio metodológico da
progressão das cargas de treino). (Verkhoshansky, 2002)

O presente princípio está intimamente ligado ao treino diário do


indivíduo em sala de aula, assim como possui estreita relação com o
princípio da adaptação e com o princípio da continuidade.

Após a aplicação de uma sobrecarga de treino o organismo necessita


repor novamente a energia utilizada e reconstituir as estruturas
desgastadas, para que no acto da aplicação das sobrecargas futuras o
organismo esteja em condições favoráveis para receber um novo
estímulo, com intensidade igual ou superior ao anterior aplicado.

O fenômeno da supercompensação aplicado aos mecanismos


energéticos orgânicos, caracteriza-se por promover o armazenamento a
níveis ligeiramente acima daquele encontrado durante o início do
treino. As reservas energéticas estarão, após uma relação equilibrada
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 27

entre repouso e reposição alimentar adequada, com um superávit ou


estoque extra de energía, para ser utilizada prontamente no próximo
treino.

Sabendo-se da possibilidade da supercompensação, procura-se ampliar


a intensidade das cargas de treino sempre que possível, visando
provocar maiores volumes nos estoques energéticos, por meio de
treinos periódicos com características específicas, contínuas,
crescentes, variadas, assim como exatas.

O tempo que levará para o organismo repor energia e estocá-la em


suas reservas, está intimamente relacionado com a sobrecarga imposta,
abaixo no quadro 03a encontra-se o período para a recuperação das
fontes energéticas utilizadas durante um treino máximo. No quadro
03b encontra-se uma classificação relacionada às carga de treino em
uma sessão.

Quadro 01a

Sobrecarga de característica máxima

Anaeróbia Anaeróbia Aeróbia alática


Fonte
láctica (ATP- láctica (glicogênio e
energética
PC) (Glicogênio) gorduras)

15 minutos a 2
Recuperação 3 a 5 minutos 2 a 3 dias
horas

Quadro 02b

Carga de treino por sessão Tempo para restauração

Extrema Maior que 72 horas

Grande De 48h a 72h

Substâncial De 24h a 48h

Média De 12h a 24h

Pequena Menor que 12 horas

Princípio da especificidade

Questão: Em função da carga onde surge o processo de adaptação?


Teoría e Metodología do Treino Desportivo 28

O princípio da especificidade é aquele que impõe, como ponto


essencial que o treino deve ser concebido a partir dos requisitos
próprios do desempenho desportivo em termos de qualidade física
interveniente, sistema energético preponderante, segmentos corporais
e coordenação motora utilizados. Este princípio reflectir-se-á em duas
amplas categorias de fundamentos fisiológicos: os aspectos
metabólicos e os aspectos neuro-musculares. De acordo com este
princípio, as adaptações decorrem das características espácio-
temporais do movimento realizado ou seja, dos grupos musculares
mobilizados e dos ângulos articulares utilizados mas também da
intensidade do exercício com a solicitação metabólica que lhe é
inerente. (Verkhoshansky, 2002)

É utilizado na elaboração de um programa de treino para uma


actividade ou habilidade específica e para os sistemas primários de
energia que participam de sua realização. Por exemplo, o programa de
treino para velocistas deveria consistir em séries repetidas de piques, a
fim de desenvolver tanto o desempenho em alta velocidade quanto o
sistema ATP-PC. (Fox, 1991)

Princípio Reversibilidade

Questão: As adptações provocadas pelas cargas são permanentes?


Quando desaparece o efeito de treino?

O princípio da Reversibilidade declara que, do mesmo modo que a


actividade física regular resulta em adaptações fisiológicas
determinadas que permitem melhores desempenhos desportivos, assim
interromper ou reduzir de um modo importante o nível de treino leva a
uma reversão parcial ou completa destas adaptações, comprometendo
a capacidade de desempenho anteriormente mostrada. Assim, durante
um período de interrupção da actividade em atletas bem treinados
observam-se alguns efeitos no desempenho, designados por destreino,
e que constituem processos de reversão das adaptações orgânicas
provocadas pelo exercício sistemático. (Verkhoshansky, 2002).

Reversibilidade é o princípio que constata a reversão gradual do corpo


ao estádio de pré-treino, quando há interrupção dos exercícios.
(Tubino, Tubino, & Garrido, 2007).
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 29

Efeito Transitório

As aquisições que levam mais tempo a serem obtidas, mantém-se


por tempo.

Princípio da Heterocronia – Efeito Retardado

Questão: quando surge o processo de adaptação a carga? Quando


aplicar a carga para que o processo apareça quando se pretende?

Princípio do Heterocronismo: manifesta-se pela diversidade da


duração inerente ao processo de evolução das diferentes componentes
do desempenho, em função das transformações ocorridas no
organismo decorrentes da solicitação selectiva de órgãos e sistemas
pelas cargas de treino. Existem capacidades que necessitam de um
tempo longo de estimulação para que ocorra supercompensação,
enquanto outras reagem num período de tempo relactivamente curto.
Por exemplo, a resistência aeróbia exige, pelo menos, 20 a 40 dias de
solicitação sistemática para atingir valores elevados enquanto que
algumas adaptações neuro-musculares, como a força rápida, podem
sofrer acréscimos importantes num período de tempo mais restrito.
Este fenómeno representado pelos tempos diferenciados exigidos por
cada capacidade para que se atinjam níveis de adaptação importantes,
é designado por heterocronismo das funções biológicas.
(Verkhoshansky, 2002).

Segundo o mesmo autor, o heterocronismo dos processos de


recuperação e de supercompensação das várias capacidades e funções
fisiológicas, surge também na velocidade com que as adaptações se
perdem com a interrupção ou a diminuição da carga de treino, temática
já referida no âmbito do princípio da reversibilidade. A relação
existente entre tempo de aquisição e tempo de regressão depende de
capacidade para capacidade. As aquisições técnicas são aquelas que
parecem ser mais estáveis, podendo durar para toda a vida,
independentemente do nível das capacidades físicas.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 30

Princípios metodológicos do treino


 Princípio de relação óptima exercício repouso;
 Principio da continuidade do processo de treino;
 Principio de aumento progressivo e máximo das cargas;
 Principio do carácter cíclico do processeso de treino;
 Princípio da individualidade biológica;
 Principio da unidade entre a preparação general e especial;
 Princípio da interdependência volume/intensidade;
 Princípio de relação óptima exercício repouso.

Questão: Como determinamos o exercício óptimo? Qual é o momento


óptimo para aplicação de novo exercício?

Principio da continuidade do processo de treino


Segundo este princípio metodológico, o treino só produz adaptações se
for realizado de uma forma sistemática, ou seja, se houver uma
solicitação repetida ao longo de um período significactivo de tempo. A
estabilidade das adaptações de treino depende da quantidade de carga
realizada ao longo de um determinado período de tempo, mas também
do tempo utilizado para as obter. Assim, quanto mais longo for o
período de preparação, mais estáveis serão as aquisições decorrentes
do processo de treino. Daí que não é possível encarar como séria uma
actividade desportiva em que não esteja assegurada uma continuidade
da actividade de preparação e competição. (Verkhoshansky, 2002).

Principio de aumento progressivo e máximo das cargas

Princípio da progressão: segundo este princípio metodológico, o


efeito de uma carga de treino não é constante e imutável, ainda que se
trate da sua aplicação ao mesmo indivíduo, ao longo de um período de
tempo relactivamente curto. Com o aumento do estado de treino, as
cargas não se revestem de igual impacto sobre a homeostasia e
produzem modificações cada vez menos marcadas sobre o equilíbrio
bioquímico do organismo. Os fenómenos de adaptação tornam-se,
assim, cada vez menos visíveis.

Sem dúvida que as modificações na estrutura do treino permitem


novos processos de adaptação. As cargas de treino padronizadas e com
pouca variação conduzem inevitavelmente à estagnação do
desenvolvimento das capacidades. Deste modo, será progressivamente
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 31

mais difícil envolver a fundo o sujeito que se prepara com


continuidade e será, então, necessário procurar situações de exercício
mais exigentes.

Exemplos

Volume - Maior duração dos exercícios


-Maior número de repetições
Intesidade - Maior velocidade de execução
- Menor tempo de pausa
Complexidadade - Maior concetração e análise
-Exercícios t-t

Principio do carácter cíclico do processo de treino


Princípio da ciclicidade: A ciclicidade da carga tem a ver com a sua
repetição sistemática a intervalos de duração variável. A forma típica
de distribuição da carga ao longo do tempo é a de uma alternância
cíclica. A alternância indica a existência de uma sucessão de cargas
que mudam de natureza e de grandeza periodicamente tais como por
exemplo:
1. O aumento das capacidades funcionais dos practicantes, tem
um carácter cíclico;
2. Depende do planeamento do treino e das especificidade das
modalidades;
3. Tem en conta as particularidades das fases e períodos de
treino.

Princípio da individualidade biológica

Cada ser humano possui estruturas físicas e psicológicas


individualizadas ou diferenciadas dos demais, sugerindo que cada um
de nós seja um ser único. O ser humano é a união entre as
características do genótipo (carga genética recebida) com o fenótipo
(carga geral de elementos que são adicionados ao indivíduo após o
nascimento) que criam o suporte de individualização humana.

Segundo este princípio metodológico, a individualização da carga só é


possível se houver a possibilidade de se realizar uma relação carga
externa – carga interna óptima. Isto significa que é necessário
conhecer o atleta ao ponto de saber qual o impacto interno que certos
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 32

exercícios têm nele, assim como saber prever com bastante segurança
quais os níveis de carga (volume e intensidade) ideais para solicitar o
desenvolvimento de uma qualquer qualidade ou capacidade. Cada
atleta tem um limite individual de adaptação para cada tipo de carga de
trabalho ou de treino, o qual se vai alterando com a idade, de forma
que aumenta até que o sujeito alcance o desenvolvimento máximo e
maturação, mas que diminui com o envelhecimento. (Verkhoshansky,
2002) . Abaixo no quadro 03 encontra-se algumas características do
genótipo e do fenótipo.

Quadro 03

Genótipo Fenótipo

Estatura Habilidades motoras e desportivas

Biótipo ou estrutura corporal Nível intelectual

Consumo máximo de oxigênio e


Aptidões físicas e intelectuais
limiar anaeróbio

Força máxima Percentual de fibras musculares

Composição corporal

Percentual dos tipos de fibras


musculares

As respostas ao treino aplicado são determinadas por características


hereditárias associadas às influências do meio ambiente. Buscamos
continuamente o aperfeiçoamento das características técnico
desportivas da forma mais específica e individualizada possível.
Quanto mais o treino aproximar-se das características positivas de
respostas individuais, maiores serão as performances alcançadas.

Cada ser humano é único e por este motivo necessita de um


direcionamento personalizado para o treino visando o alto rendimento
físico e desportivo. É inadmissível a padronização de qualquer forma
de treino, para grupos inteiros de indivíduos.

O genótipo caracteriza os potenciais, a predisposição inata ou aptidão.


As habilidades são parte do fenótipo ou das características possíveis de
serem incorporadas ao indivíduo. Os profissionais da Educação físicas
são bem familiarizados com os termos Aptidão e habilidade.

Entendemos por aptidão didaticamente expondo, como sendo os


potenciais ou as qualidades inatas do homem, que são expressas
continuamente por meio da predisposição e do talento. Como
exemplos citamos a aptidão de força muscular máxima, a aptidão de
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 33

resistência cardiovascular máxima, flexibilidade e velocidade máxima


atingível.

"Evidentemente o treino físico não melhora a capacidade de


desempenho além daquele limite preestabelecido pelo genótipo".
Hollmann & Hettinger; 1983.

Princípio da unidade entre a preparação general e especial

Segundo este princípio metodológico, é fundamental que esta


multilateralidade seja vista como um processo a longo prazo que
assente em bases alargadas de aquisições de modo a que, quando
chegar a altura de promover uma preparação específica para uma dada
competição o atleta possua um potencial de desenvolvimento superior.
A multilateralidade diz respeito a todos os factores do desempenho
desportivo, às capacidades motoras, à habilidade técnica e ao saber
táctico, às qualidades psíquicas. Um desenvolvimento unilateral reduz
as capacidades de evolução posteriores do atleta, principalmente se é
iniciado numa idade jovem. Com respeito a este princípio pretende-se
cumprir os seguintes objectivos:

 Fomentar uma relação sólida e óptima entre aperfeiçoamento


técnico e desenvolvimento das capacidades motoras;
 Impor uma solicitação equilibrada das várias capacidades
físicas – impedir uma evolução de um atleta que reduza na
posse de fortes massas musculares mas lacunas evidentes de
flexibilidade ou sem base de resistência, por exemplo;
 Necessidade de evitar a monotonia das cargas de treino
sempre iguais, o que constitui um risco muito provável de
aparecimento de estagnação na evolução, favorecendo,
igualmente, o aparecimento do sobretreino;
 O aperfeiçoamento de elementos que podem contribuir para o
sucesso competitivo mas que não são suficientemente
importantes para serem objecto de uma solicitação específica
regular;
 Obter do atleta a máxima capacidade de suportar a carga de
treino, o que implica a existência prévia de uma grande
variedade de estímulos de treino uma base alargada de
capacidades e aptidões;
 Procurar novas formas de preparação que promovam a
melhoria do desempenho;
 Um desenvolvimento harmonioso do ponto de vista somático,
ou seja, promover o fortalecimento de todos os grupos
musculares do corpo.

A alternância dos estímulos garante uma construção multilateral e


Teoría e Metodología do Treino Desportivo 34

completa, a ciclicidade garante a repetição e, primeiro, o crescimento,


depois, a manutenção da grandeza da carga, consequentemente, da
variação e desenvolvimento das capacidades motoras e da execução
técnica do atleta. (Verkhoshansky, 2002).

A multilateralidade surge ainda como uma das regras básicas do treino


no atleta jovem, sendo considerada como uma condição necessária
para uma formação desportiva adequada, o que será desenvolvido no
âmbito desta temática. (Verkhoshansky, 2002).

Princípio da interdependência volume/intensidade

O presente princípio baseia-se na relação ótima de aplicação do


volume e da intensidade no treino, comumente sempre que o volume
de treino eleva-se reduz-se a intensidade. Como regra geral de
segurança dá-se prioridade ao volume nas primeiras modificações do
treino, em seguida eleva-se a intensidade.

Entendemos como volume a quantidade de treino, caracterizada por


toda mudança ou modificação relacionada ao número de repetições
por série de exercícios, número de exercícios em cada série ou
sequência, número de grupos, número de treinos diários, semanais e
mensais do macrociclo.

A intensidade é reconhecida como a qualidade do treino, possui


estreita relação com as manipulações sobre a sobrecarga de
trabalho(percentual de cargas), intervalos de repouso, velocidade de
execução dos gestos etc.

O volume de treino na atualidade encontra um lugar de destaque tão


alto quanto a intensidade. Em alguns desportos é elemento
determinante do sucesso esportivo, e relacionado diretamente com a
quantidade de treino alcançado no decorrer da preparação do atleta.
Como exemplo os desportos de resistência (maratona, esqui de fundo,
triatlon etc.) fazem parte desse seleto grupo.

" Elevar o volume de treino é uma necessidade para qualquer


desporto ou evento aeróbio" Bompa; 2000.

" Uma característica adicional de treino, importante sob o ponto de


vista prático, é o alto volume de treino ou a quantidade total de peso
levantado durante uma sessão de treino". Zatsiorski; 1999.

A intensidade do treino é prioritária e inerente aos desportos de força e


velocidade, por este motivo há uma grande preocupação com o
controle das sobrecargas empregadas no cotidiano. Para que haja um
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 35

acompanhamento periódico sobre a intensidade aplicada no treino de


força, devemos utilizar o calculo do coeficiente de intensidade por
meio da equação exposta no quadro 05 a. No quadro 05 b pode ser
visualizada a resolução da equação por meio de uma situação
hipotética.

Coeficiente de intensidade em % = (média de peso levantado Kg x


100) / Soma (cargas máximas) do desempenho atlético Kg

Busca-se excepcionalmente no treino atual, a manutenção dos treinos


de atletas de elite, um alto volume associado a uma intensidade
também elevada. A presente forma de estímulo só deve ser utilizada
durante períodos breves de treinos, e visam principalmente ultrapassar
os limites de estagnação ou estabilização da performance física.

"A elevação contínua do volume de treino é provavelmente uma das


mais altas prioridades do treino contemporâneo". Bompa;2000.

Quadro 04

Mesociclo específico Percentual de cargas

Semanas Microciclos Volume Intensidade

1º Choque Alto Alta

2º Recuperactivo Moderado Moderada

3º Choque Alto Alta

4º Recuperactivo Moderado Moderada

Cargas intensas Curta duração

Cargas moderadas Longa duração

Princípios Pedagógicos do Treino

 Princípio da actividade consciente;


 Princípio da sistematização;
 Princípio da actividade apreensível;
 Princípio da estabilidade e desenvolvimento das capacidades
do praticante.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 36

Princípio da actividade consciente

O exercício de treino deverá ter como objectivo último a construção de


praticantes que conseguem solucionar as diferentes situações de jogo
de uma forma autónoma.

Princípio da sistematização

Para aquisição de uma capacidade específica, os praticantes passam


por um conjunto de etapas traduzidas pela aplicação de uma série de
exercícios de treino aplicados de forma sistematizada e integrada num
todo.

Princípio da actividade apreensível

A ideia central é estabelecer um compromisso ente a complexidade e a


dificuldade do exercício de treino com a capacidade/habilidade dos
praticantes. As exigências do exercício devem ser estabelecidas do
simples para o complexo, do conhecido para o desconhecido, do pouco
para o muito, e do concreto para o abstracto.

Princípio da estabilidade e desenvolvimento das capacidades do


praticante

Para que o exercício de treino tenha êxito é necessário que os


praticantes passem por um ciclo de aquisição, estabilização e
desenvolvimento. A não observância deste ciclo comprometerá a
evolução da capacidade de rendimento. Este ciclo é fundamentado por
2 factos essenciais:

1. O treino e a competição sistemática (a prática estimula,


enquanto que a inactividade retrocede);

2. Avaliação e controlo frequentes (poderá modificar, ou não, os


métodos e os conteúdos dos exercícios de treino).

Exercício 2
1. Dos princípios acima citados diga a inter-relação existente
entre eles.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 37

Unidade nº 3

Tema: As Cargas de Treino

Intodução
A carga de treino é o primeiro passo para entender a complexidade do
treino físico. Com certeza, estes conceitos facilitarão a organização do
treino para o desenvolvimento das capacidades físicas, assim como, a
estruturação de sua periodização. Os níveis baixos de capacidade
funcional pós-actividade e sua posterior recuperação são determinados
pelos estímulos que se aplicam durante o processo de treino. Durante o
exercício, os estímulos utilizados determinam a carga de trabalho à
que se submete o praticante. A causa que provoca as alterações de
adaptação no organismo do desportista é chamada de carga de treino.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer a definição da carga de treino;


 Saber importância da aplicação da carga dentro do treino.
Objectivos

Sumário
Conceitos de Carga de Treino

Carga de treino segundo Manso et al (1996), é o resultado da relação


da quantidade de trabalho (volume) com seu aspecto qualitactivo
(intensidade).

Para De La Rosa e Farto (2007), a carga de treino é a relação inversa


entre o potencial de treino e a condição do atleta. Em outras palavras,
é a relação funcional de adaptação que exerce o potencial de treino,
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 38

que gera efeitos do mesmo e condiciona um determinado nível de


preparação desportiva.

Navarro (2000), define potencial de treino como “o processo de


confronto do atleta com as exigências que lhes são apresentadas
durante o treino no sentido amplo, com objectivo de optimizar o
rendimento esportivo”. Define carga de treino como “a soma dos
estímulos efetuados sobre o organismo do atleta, podendo diferenciar-
se entre carga interna e externa”. A carga externa é tarefa a ser
cumprida pelo atleta e está associada ao volume e intensidade,
enquanto a carga interna é o conjunto reação biológica dos sistemas
orgânicos que pode ser refletida mediante parâmetros fisiológicos ou
bioquímicos.

Com a organização do processo de treino, busca-se uma cadência


biológica de causa-efeito, devendo ser coordenada e controlada por
algumas normas que regem as relações entre carga, adaptação e
elevação de rendimento, podendo ser resumidas do seguinte modo:

1ª Norma - Os processos de adaptação manifestam-se apenas quando


o treino alcança uma intensidade óptima, dependendo do nível
individual de rendimento e de um volume mínimo.

2ª Norma - O processo de adaptação é o resultado de um correto


equilíbrio entre trabalho e recuperação.

3ª Norma - A utilização de métodos de treino de caráter não-


específicos poderá se verificar somente em atletas jovens, pois só
assim pode-se obter uma rápida adaptação em um nível de rendimento
muito bom.

4ª Norma - O processo de adaptação não só permite a obtenção de


melhores resultados, mas também pode ser igualmente extensivo à
tolerância física e psicológica da carga.

5ª Norma - Todo organismo humano, ao ajustar-se às exigências do


meio ambiente, podem ter suas adaptações diminuídas decorrente da
carga que recebem.

6ª Norma - A adaptação do organismo ocorre sempre na direcção


proposta pela estrutura da carga.

Frente às normas estabelecidas, é necessário considerar as dimensões


que a definição da carga exige e que em seu conjunto são responsáveis
pela melhora da capacidade de rendimento. Estas dimensões podem
ser analisadas pela estrutura da carga de treino (natureza -
especificidade e potencial de treino, componentes - intensidade,
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 39

duração, volume, e densidade, orientação - seletiva e complexa, e


organização - seletiva e complexa).

Dimensões Temporais da Carga:


 Repetição;
 Exercício;
 Unidade de Treino;
 Microcicíclo;
 Mesociclo e Macrociclo.

A direcção e profundidade da adaptação, i.e., a quantidade e qualidade


da adaptação são determinadas pela NATUREZA, GRANDEZA E
ORIENTAÇÃO da carga.

Natureza Grandeza Orientação


 Cargas de  Índices  Selectiva
Treino Externos  Complexa
 Cargas de  Intensidade
Competição  Duração
 Cargas  Densidade
específicas  Frequência
 Cargas  Volume
 Índices
Gerais
Internos
 FC, VO2,
Lactato, etc.

Natureza da Carga

O critério para diferenciar uma carga específica de carga geral é o grau


de analogia ou semelhança que a estrutura dos movimentos, acções ou
sistemas funcionais solicitados têm com os que são solicitados na
prática da disciplina desportiva ou na actividade da competição.

Grandeza da Carga

Define a quantidade e qualidade da carga prescrita, ou permite analisar


a direcção do trabalho fornecido. Expressa-se pelos índices ou
componentes da carga externa e/ou interna.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 40

ORIENTAÇÃO DA CARGA

Define a direcção da carga para um ou vários


movimentos, acções, capacidades ou sistemas.

Orientação Selectiva Orientação Complexa


Quando a direcção da carga, ou Quando a direcção da carga, ou seja
seja a solicitação e o seu efeito a solicitação e o seu efeito se
se concretiza apenas para um concretiza
movimento,acção, capacidade, simultaneamente em vários
ou sistema funcional. movimentos, acções, capacidades,
ou sistemas funcionais.

Componentes (índices) da Carga Externa

Intensidade: Representa a dimensão qualitactiva da carga. É o valor da


exigência com que um exercício ou série de exercícios são executados
em relação ao máximo da capacidade do atleta nesse ou nesses
exercícios.

Regra geral = Quantidade de W/unidade de tempo:


1. Relação E/T = imposição de tempo para uma distância
2. Numa repetição = Resistência vencida
3. Nº de Rep/ unidade de tempo

Duração: É o tempo que demora a executar um exercício ou sériede


exercícios, ou ainda o tempo necessário para vencer uma distância.

Densidade: É relação temporal entre carga e repouso. Representa a


relação temporal do tempo de intervalo com o tempo de esforço.

Repetição: É constituída pela execução completa de elemento técnico


(eventos aciclicos) ou um percurso de uma distância predefinida
(eventos ciclicos).

Intervalo entre repetições: É o período de recuperação que medeia


entre duas repetições.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 41

Série: É o conjunto de repetições que se sucedem no tempo sempre


com as mesmas características, entre as quais se mantêm um intervalo
de recuperação constituindo, no seu conjunto, uma certa unidade.

Intervalo entre séries :É o período de tempo que medeia entre as


séries e que visa garantir uma recuperação maior do que aquela que é
momentaneamente conseguida entre as repetições.

Frequência: É o número de repetições realizadas num exercício.

Volume: É a quantidade total de trabalho executado. O volume de


treino é normalmente quantificado em unidades que estão
directamente relacionadas com o trabalho desenvolvido.

O doseamento da carga de treino tem sido feito através da definição da


relação ESFORÇO/RECUPERAÇÃO (E/R), na qual é reflectida a
correspondência que deve existir entre a duração do esforço e a
duração do intervalo de repouso.

Exercício 3
• O Doseamento da caraga de treino tem sido através da
definição da relação ESFORÇO/RECUPERAÇÃO (E/R), na
qual é reflectida a correspondência que deve existir entre a
duração do esforço e a duração do intervalo de repouso.
Argumente tendo em conta os princípios acima referêciados.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 42

Unidade nº 4

Tema: Métodos do Treino


Desportivo

Introdução
Qualquer que seja a magnitude dos exercícios do treino que se aplicam
num desportista teremos que aplicar duma ou de outra forma a
exercitação, aqui é onde encontramos uma das categorías pedagógicas
fundamentais: Os métodos de treino desportivos que planificados
longitudinalmente adquirem a categoría de sistema metodológicos.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer os métodos de treino;

 Saber a aplicação dos métodos de acordo com os exercícios

Objectivos seleccionados.

Sumário

Os métodos vão estar directamente relacionados com a carga de treino,


estando determinadas ambas categorias com as direcções de
trenamento pre estabelecidas.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 43

Meios e Métodos da Preparação Desportiva

As capacidades físicas básicas podem ser treinadas por basicamente 4


métodos :
1. Método de duração
Intervalado extensivo
2. Intervalado intensivo
3. Método de repetição

Método de Duração (Contínuo - LLD)


 Esforço Ininterrupto
 75 – 85 % FC máx ou no Limiar de Lactato
 Endurance (Meia Maratona, Maratona, Ultramaratona,
Triatletas)
 2 – 5 x a distância da prova

Vantagens
 Permite ao atleta exercitar-se quase com a mesma intensidade
da competição

Duração → estresse para fibras tipo I


Intervalado → fibras I e II (estresse desproporcional)

Método Intervalado
 Alternância entre esforço (intervalo de trabalho) e
recuperação (intervalo de recuperação);
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 44

Intervalo de Recuperação
(Quanto ao tempo )
 Pausa vantajosa
⅓ tempo para recuperação total
 Pauda de recuperação
Tempo suficiente para recuperação total (100bpm)

Intervalo de Recuperação
(Quanto ao tipo )
 Repouso-recuperação
exercício leve ou nenhum
 Trabalho-recuperação
Exercício moderado

Método Intervalado

Distância Intensidade Intervalo Nº de


Repetições

Curto Muito Alta Curto Muito


Frequente

Média Alta Médio Frequente

Longa Média Longo Médio

Baixa Baixo

Um mundo de opções
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 45

Método Intervalado Extensivo


 200-1000 m / 15-20 repetições (musc)
 12 – 40 repetições
 Tabela / 50 – 60 % RM (força)
 Pausa Vantajosa
(ATLETAS – 45-90 SEG / INICIANTES 1-2 MIN)
 Sist. Aeróbio / Glicólise Anaeróbia

Manuseamento dos Índices da Carga

Volume Duração Intensidade Intervalos


Baixo Curta Alta (80-90%) Longos

A Recuperação durante os intervalos é incompleta e a


duração do intervalo deve variar de 90 a 3´em função da
magnitude da carga e do estado de preparação do atleta.

I ntervalado intensivo
 100-600 m
 7-10 rep / 8 – 12
 Tabela / 75 % RM (força)
 Pausa Vantajosa
(ATLETAS – 1’30’’- 3’ / INICIANTES 2-4 MIN)
 ATP-CP / Glicólise Anaeróbia

Manuseamento dos Índices da Carga

Volume Duração Intensidade Intervalos


Elevado Média Média Curtos

A Recuperação durante os intervalos é incompleta e a duração


do intervalo deve variar de 45 a 2´em função da magnitude da
carga e do estado de preparação do atleta.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 46

Repetição

Este método pressupõe uma recuperação completa, ou quase completa,


pelo que cada repetição se inicie com uma capacidade de treino pouco
diferenciada.
 30 - 600 m
 2-8 rep / 1-6 (musc)
 90 – 100 % máx
 Pausa Recuperação
 (Corrida: 3 – 15’ / M usc: 3-5’)
 ATP-CP/ Glicólise Anaeróbia

Manuseamento dos Índices da Carga

Volume Duração Intensidade Intervalos


Baixo Curto Alta(90-100%) Longos

A Recuperação durante os intervalos é completa. Este método é


utilizado para desenvolver a resistência Anaeróbia.

Método da Competição e do Controlo

Este método serve fundamentalmente para desenvolver as capacidades


de resistência específicas da competição. O doseamento dos índices de
carga deve ser orientada para que os seus efeitos fisiológicos e
psicológicos, bem como a frequência gestual e a técnica,
correspondam às exigências específicas da competição. São
consideradas as seguintes variantes deste método em função da
duração e da intensidade de execução:

Duração Intensidade

Mais curta que a da competição Maior que a da competição

Igual à da competição com Igual ou menor que a da


inclusão de tarefas tácticas competição

Mais longa que a da competição Menor que a da competição

TESTES: devem ser executados c/ intensidade da competição ou c/ a


maior possível.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 47

Aspectos da preparação do Desportista

Esta preparação do atleta é definido como o conjunto de meios,


métodos e condições que garantam a realização e predisposição
desportiva elevada tendo em conta a preparação física, preparação
técnica, a preparação táctica, Psicológico e.t.c.

Esse processo de preparação do atleta para o projecto ideal para


Rendimento desportivo devem ser abordados nas seguintes direcções:
para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de cada um dos
componentes do pre tático, psicológico e teórico.

Processo de Preparação Física

A preparação física é o desenvolvimento de habilidades motoras que


correspondam às necessidades do ddesporto.
Sobre o trabalho de formação é necessário desenvolver a aptidão em
duas direcções:
 Desenvolvimento da preparação do imposto geral (PFG);

 Desenvolvimento da preparação física especial. (PFE)

A magnitude da relação entre as duas direcções é dada pela idade do


atleta: o mais jovem, maior deve ser o PFG e o nível de preparação:
quando os baixos níveis de preparação são predominantemente no
PFG é, o nível mais alto pode ser desenvolvida mais PFE, o estágio de
formação: o ciclo de formação determina uma relação entre as duas
direcções.

Recall PFG que nada menos que 25% do total de trabalho de


preparação física.

Podemos definir a preparação física geral (PFG) como o


desenvolvimento de habilidades motoras não dadas a ddesporto
específico e são a base do motor integral. Seu desenvolvimento afeta o
desempenho atlético. Para essa definição, propomos que o PFG é
projectado para o desenvolvimento harmonioso do atleta, a expansão
da capacidade, motor-motor experiência, elevando as capacidades
funcionais como base para a quantitactiva e rápido crescimento do
desporto.

O PFG cria a base para o PFE, o que garante o desenvolvimento e a


força múltipla, velocidade, mobilidade, resistência conjunta e
agilidade exigida como condição das instalações e melhoria em seu
desporto escolhido, o tema de especialização.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 48

Um aspecto importante é que o PFG depende da especialidade ou seja,


desportos, para cada tipo de desporto, embora PFG adquire
características especiais entre cada um deles existem características
comuns.

A PFE é definida como a continuidade orgânica do PFG. Isto significa


que, com base em competências gerais do motor, venha o novo, a mais
alta qualidade, ou seja, as habilidades motoras especiais são aqueles
que atendem às demandas específicas do desporto.
Este desenvolvimento de habilidades motoras especiais está
intimamente relacionada com os hábitos desportivos. Distância
exemplo, médio e longo prazo desenvolver um tipo geral de jogadores
de basquete de resistência, como também esta PFG cria a base para o
desenvolvimento de um tipo especial de resistência, resistência
velocidade necessária para o basquete exercícios especiais
desenvolver-se ea actividade de basquete. Estes exercícios são,
portanto, intimamente ligada hábitos desenvolvimento da asa
adequada para executar no jogo.

Processo de Preparação Física Técnico- Táctico

O desporto exige as habilidades técnicas e tácticas e estas são


apresentados como uma unidade de preparação. (Qualquer, por sua
estreita relação e correspondência). No desporto, notamos que,
enquanto a técnica de preparação fornece os meios para fazer o treino
e competição, a preparação táctica garante bom uso deles.

A técnica e a táctica como unidade de preparação têm como seguintes


objectivos gerais desenvolver e refinar hábitos motores necessárias
para o seu desporto escolhido, assimilar acções motoras novas e mais
complexa, e especializar-se em exercícios de atletas competitivos do
escolhidos desporto.

Esta unidade irá discutir separadamente:

 A preparação técnica do desporto é a forma mais eficaz para


resolver uma tarefa motora em correspondência com as leis
mecânicas e biológicas, as regras. Notamos que no aspecto
mais específico de treino atlético é uma técnica de preparação.
Como observado no início, as duas tarefas principais da
preparação técnica são o desenvolvimento e estabilização dos
hábitos desportivos, e melhorar os hábitos desportivos
variáveis.

Em conformidade com essas duas tarefas são executadas em conjunto,


Teoría e Metodología do Treino Desportivo 49

pois eles estão intimamente ligados, mas têm características


particulares de cada tipo de desporto.

Se dividirmos o processo da técnica de preparação em duas etapas


(aprendizagem e desenvolvimento), podemos resolver de forma mais
racional, o cumprimento dessas duas tarefas.

Na fase de aprendizagem, vamos resolver os problemas do domínio da


técnica correcta, a maneira correcta de executar os movimentos, a
distribuição adequada das forças e.c.t. No estágio avançado de
desenvolvimento vai dar solução para a variabilidade dos hábitos
desportivos, ou seja, criar a possibilidade de implementar a técnica em
situações de jogo diferentes.

A preparação táctica fornece os meios mais eficazes para implementar


a técnica. Suas duas principais funções são para desenvolver soluções
tácticas e desenvolver a capacidade de seleccionar a solução óptima ou
fitness.

Essas tarefas devem ser resolvidos na capacidade intelectual do atleta.


Vários autores concordam que a acção táctica tem várias fases:
percepção e análise da situação, o resultado é a representação de
gestão, condução solução do problema, o resultado é uma solução
prática. A importância dessas fases é que para adquirir forma ideal tem
que ser desenvolvido cada um deles durante o treino.

A qualidade e amplitude de conhecimento são a base da táctica.

Processo de Preparação Física Psicológica

A preparação psicológica é destinado a formar o estado mental de


prontidão do atleta dentro de condições específicas do desporto.

Nós já levantaram as tarefas de preparação psicológica, agora


oferecemos um breve resumo de cada um:
 Formação da personalidade do atleta em particular
relacionadas com o desempenho atlético;
 A formação da personalidade, o atleta é desenvolvido através
da preparação ideológica, moral e volitiva.

A preparação ideológica refere-se à expansão gradual da consciência


do desporto e sua função social. Este aspecto vai ajudar a aprofundar e
melhorar a eficácia do treino atlético por meio de uma compreensão
clara de seus métodos e meios.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 50

O desenvolvimento da moralidade ajuda a fortalecer os sentimentos


morais: responsabilidade, honestidade, relações, e.t.c com o grupo. E
tudo isso com base em um tratamento adequado durante o processo de
formação. A ética do desporto não é nada mais do que a aplicação
específica dos princípios gerais da moralidade socialista do desporto.
Cada desporto tem uma estrutura específica de qualidades volitivas.

Exemplo:
 A esquiadores cross-country e caminhantes, são obrigados a
manter a capacidade, ou seja, para tratar exaustão.
 Para os jumpers, lança, são necessários esforços de natureza
explosiva, intensa e breve.

Neste sentido podemos plantar a necessidade de observar um regime


estrito para suportar grandes cargas, para superar emoções negactivas
e de lidar com várias dificuldades, os obstáculos que têm desportos
indoor e ao ar livre são uma excelente escola para o desenvolvimento
de uma vontade poderosa e na formação de um corajoso caracteres.

2. Treino Modelagem

A adaptação a condições difíceis de poderes devem ser parte constante


do processo de formação. A formação deve ser modelo de
competência, por essa razão que falamos sobre o treino de modelagem.
Esta tarefa é baseada na adaptação consciente às acusações específicas
de carácter competitivo. A adaptação deve ocorrer nas condições da
formação deve caracterizar a actividade competitiva.

3. O regulamento de estados psíquicos para determinadas


situações .

Aqui destacamos a regulamentação do pré-competitiva estados,


competitiva e poscompetitivos, que são momentos de excitação
emocional necessário para mobilizar as forças e cumprir uma tarefa
específica.

Processo de Preparação Física Teórica

O referencial teórico é baseado no conhecimento da teoría e da


metodologia no atleta , bem como outras ciências, tais como fisiologia,
etc.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 51

Este trabalho de base é feito como instrução intelectual ou auto-


instrução (palestras, seminários, estudo individual)

A base teórica é a ligação orgânica com o psicológico técnico, tático e


físico.

Exercício 4

1. Explique a importância do uso dos Métodos de Treino


Desportivo.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 52

Unidade nº 5

Tema: Planificação do
treino desportivo

Introdução
Quando se inicia o processo de treino desportivo para atingir altas
conquistas desportivas, vários factores estão diretamente envolvidos:
os princípios do treino, periodização, planejamento e controle de
treino atlético. O nível actual de performance em competições atingiu
um patamar, que só os atletas que se dedicam à actividade desportiva e
correctas durante muitos anos, possuem condições de um alto
rendimento.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer o plano de treino desportivo;


 Conhecer os componentes do treino desportivo.

Objectivos

Sumário
O processo de preparação de muitos anos significa o nível estrutural
superior em que são planejadas as tarefas gerais que determinam a
estratégia de consecução racional do alto nível desportivo.

Gomes & Teixeira (1997) dividem o processo de preparação em várias


etapas:
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 53

1a Etapa: Preparação Preliminar — nesta etapa os iniciantes


treinam por volta de 150 a 300 horas anuais, sendo que o volume
ocupa cerca de 75-90% do trabalho geral, ficando o trabalho
específico/especial com 10-25%.

2a Etapa: Especialização Desportiva Inicial — durante o ano são


destinadas cerca de 300 a 360 horas de actividades. Sendo que os
jovens dedicam de 50-75% do tempo total a preparação geral (volume)
e de 25~500/o a preparação específica/especial.

3a Etapa: Especialização aprofundada — os atletas utilizam de 600


a 1000 horas de treino anual e destinam a preparação geral de 25-50%
e 50-75% a preparação específica/especial.

4a Etapa: Resultados desportivos Superiores — nesta etapa os


atletas dedicam 1000-1500 horas ao treino integral durante o ano, dos
quais 15-25% são actividades genéricas e 75-85% dedicados ao treino
específico.

5a Etapa: Manutenção dos resultados — durante esta etapa devemos


priorizar o treino específico/especial que ocorre por volta de 85-90%
do tempo total do treino, restando então de 10-15% para a preparação
generalizada.

Para Platonov (1984), a proporção do trabalho anual informa os


objectivos preferencialmente determinados sobre o processo de treino.
Estes valores devem estar em conformidade com a modalidade
practicada.

Na visão da maioria dos autores (Zakhorov,1992; Gomes,1996;


Platonov,1984), os primeiros anos de preparação de muitos anos
caracterizam-se predominantemente pelo aumento do volume do
trabalho de treino. Com o passar dos anos, ocorre uma elevação
gradual da participação do trabalho intensivo no tempo total de treino.
Nas etapas iniciais este aumento pode representar até 30~40o/o do
volume de treino, sendo que ocorre uma diminuição gradactiva a
medida que aproxima de um nível superior, representando 15-20% no
aumento do volume e 6-15% na intensidade.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 54

Macrociclo de treino

O macrociclo é o planejamento do treino das actividades dentro de um


tempo pré estabelecido, que possibilite uma resposta fisiológica e
morfológica das metas propostas.

Matveev (1981), apresenta um processo de desenvolvimento da forma


desportiva dividida em uma sequência de três fases: Aquisição,
manutenção e perda temporária.

A temporada de treino (macrociclo) deve ser dividida em períodos, os


quais permitirão que o treinador organize as cargas de treino e as
controle.

1. Período Preparatório - É o que assegura o desenvolvimento das


capacidades funcionais do organismo do atleta e tem como objectivo
resolver as tarefas de aperfeiçoamento de vários aspectos específicos
do estado de preparação do atleta. Este período é subdividido em duas
etapas, Geral e Especial.

2. Período Competitivo - Neste período devemos compor a estrutura


do treino, voltado diretamente para a realização das actividades
específicas do desporto e criar condições para a manutenção da forma
desportiva.

3. Período Transitório - Este período contribui para a recuperação


completa ou parcial da adaptação do organismo do desportista e serve
de elo de ligação entre os vários macrociclos de preparação.

 O período preparatório é relactivo à aquisição da forma


desportiva.
 O período competitivo é relactivo à manutenção da forma
desportiva.
 O período transitório é responsável pela perda temporal da
forma desportiva.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 55

Gráfico 1 - Esquema da dinâmica do volume e intensidade da carga


global no ciclo anual de treino (uma das variantes típicas). As linhas
tracejadas representam o volume de cargas; as contínuas, a
intensidade; I e Ia, as grandes "ondas" da dinâmica de cargas; II e IIa,
as "ondas médias". Define-se através das colunas o esquema modelo
da variação da carga nos microciclos por etapas de treino. (OZOLIN,
1989).

O tempo de duração de cada período e etapa está diretamente


relacionada com o tipo de desporto e com os objectivos da temporada
de treino. Normalmente nos desportos cíclicos (individuais), o período
de preparação apresenta uma duração maior do que nos desportos
acíclicos (colectivos), e isso se explica pelo facto de que, nos
desportos individuais pelas suas características de competição, o
treinador deve seleccionar meios para propiciar o desenvolvimento das
capacidades máximas dos atletas.

Mesociclo de treino

É um período de treino que engloba uma sequência ordenada de


microciclos, caracterizando uma determinada estrutura organizacional
dentro de uma periodização. Segundo Dantas (1995) os mesociclos
possibilitam a obtenção de um resultado cumulactivo das cargas
utilizadas em cada microciclo e adequando-as à reacção que o
organismo do indivíduo é capaz de oferecer no transcurso do tempo.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 56

Para possibilitar um melhor aproveitamento das cargas de treino e


consequentemente, a preparação para os mesociclos posteriores, a
duração dos mesociclos devem ser de 3 a 6 semanas.

Mesociclo de treino
É um período de treino que engloba uma sequência ordenada de
microciclos, caracterizando uma determinada estrutura organizacional
dentro de uma periodização. Segundo Dantas (1995) os mesociclos
possibilitam a obtenção de um resultado cumulactivo das cargas
utilizadas em cada microciclo e adequando-as à reacção que o
organismo do indivíduo é capaz de oferecer no transcurso do tempo

O Mesociclo apresenta uma série de características que nos permitem


classificá-lo:

 Lugar do mesociclo no sistema de treino;


 Tipos de microciclo que compõem o conteúdo do
mesociclo;
 Composição dos tipos de treinos aplicados no mesociclo;
Aplicação sistemática das cargas e sua dinâmica do
mesociclo.

Podemos classificar os Mesociclos em:

1) Incorporação ( adaptação ) - É utilizado no início do período


de preparação, visando possibilitar a passagem do atleta da
situação de repouso activo para a de treino. Para o mesociclo de
incorporação, é característica a intensidade relactivamente baixa
com aumento gradual do volume geral de exercícios.

2) Básico - Este nome generalizado reúne alguns tipos de


mesociclos, nos quais se realiza o principal trabalho de treino
quanto ao aperfeiçoamento de diversos aspectos da preparação
do atleta. Os estímulos utilizados deverão propiciar uma nova
adaptação do estado morfofuncional do atleta.

3) Estabilizador - Visa à consolidação das mudanças obtidas


anteriormente, que são asseguradas pela redução insignificante
ou a estabilização da grandeza alcançada antes das cargas.

4) Preparatório de Controle - E geralmente com este mesociclo


que termina o período preparatório. O trabalho de treino é
combinado com a participação em competições (por vezes
unidas numa série de partidas), que desempenham a função
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 57

preparatória de controle. Os problemas detectados deverão ser de


pronto atacados de forma a não prejudicar as performances
futuras esperadas.

5) Pré-competitivo - É empregado antes de competições muito


importantes e apenas para atletas de alta qualificação. Procura,
através da aplicação maciça de cargas importantes e períodos
relactivamente amplos de recuperação, provocar uma quebra na
razão de crescimento do condicionamento do atleta conduzindo-
o a patamares mais elevados de performance.

6) Competitivo - Não possui estrutura pré-estabelecida, pois as


exigências da periodização se subordinam às necessidades de
performance.

7) Transição - Visa principiar a recuperação metabólica e


psicológica adequadas, por meio de uma recuperação activa.

Microciclo de treino

Representa um somatório de sessões de treino em um período


normalmente utilizado de uma semana. O número de sessões em um
microciclo varia de três a oito vezes, dependendo da condição física
inicial do atleta e do objectivo do programa. A distribuição das sessões
ao longo da semana, depende do tempo disponível do atleta e do
intervalo de recuperação.

Os microciclos podem ser subdivididos e compreendidos como:

1. Adaptação ou Incorporação - É caracterizado por uma


intensidade de trabalho entre 40 a 60% de um possível
máximo apresentado pelo atleta. E normalmente utilizado no
início do programa de condicionamento físico e serve como
preparação do aparelho cardiovascular e neuromotor à cargas
de intensidade superiores.

2. Desenvolvimento ou ordinário - Visa provocar adaptações


orgânicas desejáveis, capazes de aumentar o nível de
condicionamento geral do atleta. E caracterizado por uma
intensidade de trabalho entre 60 a 80% do máximo.

3. Recuperactivo - Caracteriza-se por apresentar estímulos


reduzidos e um número maior de dias de repouso,
possibilitando uma adequada recuperação metabólica activa.

4. Recuperactivo de Apoio - Reduz consideravelmente os


ritmos de perda de preparo do atleta, assegurando com isto a
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 58

recuperação efetiva dos sistemas que ficam num estado


reprimido.

5. Choque - Este tipo de microciclo caracteriza o ápice da


aplicação de carga de um mesociclo. Este ápice pode ser de
volume se o mesociclo for da fase básica ou de intensidade no
caso de estar localizado na fase específica. As cargas de
trabalho variam entre 80-l00% do máximo.

6. Estabilizador - É aplicado com o objectivo de assegurar a


estabilidade do estado do organismo do atleta.

7. Preparatório de Controle - Combina-se o trabalho de treino


com a participação em competições de controle e a execução
de exercícios de teste. De acordo com os resultados obtidos,
faz-se a correção para as etapas posteriores de preparação do
atleta.

8. Pré-competitivo - A tarefa deste microciclo consiste em


assegurar o estado de prontidão optimizada corrente para o dia
das competições, graças à mobilização de todas as
capacidades potenciais do atleta, acumuladas no processo de
preparação precedente, e a adaptação às condições específicas
destas competições. O microciclo pré-competitivo inclui
alguns últimos dias antes das competições principais.

9. Competitivo - Não possui estrutura pré determinada. O


regulamento e a forma de competição é que estipularão como
serão ordenadas as actividades do ciclo. A performance passa
a ter prioridade absoluta e todas as acções serão realizadas
buscando a eficácia máxima.

Quanto as cargas de treino distribuídas ao longo da semana, o


microciclo pode ser:
1. Carga Regular: são actividades realizadas numa mesma zona
de intensidade.
Ex.: corrida 3 vezes por semana, durante 50 minutos, a 5 minutos por
quilômetros (10 km) ou em uma frequência cardíaca entre 130 -140
bpm.

2. Carga Crescente: são actividades em que a intensidade


e/ou volume do esforço apresentam uma elevação durante
a semana.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 59

Ex.:

Segunda Quarta Sexta


Corrida Corrida Corrida
40’ 45’ 50’

3. Carga Decrescente: Ocorre uma diminuição gradual do


volume e/ou intensidade da carga no microciclo.

Segunda Quarta Sexta


Corrida Corrida Corrida
16km/h 15km/h 14km/h

4. Carga Crescente-Decrescente: Ocorre um aumento


gradactivo de carga do início até o meio da semana, seguindo
de uma diminuição gradual até o final.

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta


Corrida Corrida Corrida Corrida Corrida
60% 70% 80% 75% 65%
VO2 máx VO2 máx VO2 máx VO2 máx VO2 máx

5. Carga Variável: São cargas de estímulos diferentes baseada


na interação dos efeitos do treino observando a duração, a
intensidade e os processos recuperactivos.

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta


Musculação Corrida Musculação Corrida Musculação
60% 70% 60% 70% 60%
1RM VO2 1RM VO2 1RM
máx máx
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 60

Sessão de treino

Representa um sistema de exercícios relactivamente isolado no tempo


(Zakharov,1992), é dotada de propriedades que permitem uma
orientação supervisionada com características distintas, dependendo
do objectivo do treino no microciclo. A cada sessão de treino o atleta
poderá ser exigido em intensidade e volume constante ou
diferenciados, com o objectivo de resolver uma tarefa específica
relacionada com o aperfeiçoamento técnico-tático e o grau de
preparação física especial do desportista. Na sessão deve ser incluída
uma estrutura monolítica rigorosamente dosificada e organizada
buscando-se uma combinação racional entre o treino e o descanso.
Existem várias possibilidades de alternâncias de estímulos em uma
sessão de treino:
a) Intensidade: fraca, moderada, limiar, forte.
b) Volume: baixo, médio, alto
c) Exercícios neuromusculares.
d) Exercícios cardiorespiratórios
e) Duração dos intervalos.
f) Ordem anatômica de execução dos exercícios, etc.

A sessão de treino segue aos mesmos parâmetros de qualquer aula de


educação física, ou seja, dividi-se em três partes:
 1o Parte — preparatória;
 2o Parte — principal (básica);
 3o Parte — volta à calma ( final).

Parte Preparatória

I. Organização — diálogo:
 Explicação do objectivo;
 Registro dos presentes;
 Como será desenvolvido o treino;
 Preparo dos equipamentos
 Conscientização e motivação do grupo
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 61

II. Aquecimento:
 Geral: activar os sistemas funcionais: cardiorespiratório,
vascular, aumentar a temperatura interna corporal, etc.
 Específico: deve aproximar ao máximo do conteúdo
específico do desporto praticado.

IIa Efeitos Fisiológicos:


 Elevação da excitação do centro nervoso, aumento de
contração de fibras nervosas;
 Melhora do funcionamento do sistema cardiorespiratório,
aumenta a F.C., volume pulmonar;
 Influi positivamente na termorregulação, melhorando o
intercâmbio térmico, etc...
 Aumenta a velocidade de reações químicas.

Ilb Sequência do aquecimento:

O ideal é partir dos grupos musculares pequenos para os grandes, a


duração dependerá do desporto, da idade e da temperatura.

Tempo de aquecimento:

Temperatura 10o - Mínimo de 50 min


Temperatura 05o - Mínimo de 35 min
Temperatura 08o + Mínimo de 25 min
Temperatura 10o + Mínimo de 20 min
Temperatura 15o + Mínimo de 16 min
Temperatura 20o + Mínimo de 13 min
Temperatura 30o + Mínimo de 06 min
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 62

Parte básic ou principal

a) Trabalho selectivo: aplicação de somente uma qualidade de


trabalho: Ex.: treino técnico ou físico.
1a variante: utilização de um só meio;
2a variante: combinação de vários meios.

b) Trabalho selectivo integral: aplicação de várias qualidades


de trabalho, a sequência de exercícios determinará o efeito.

Obs.: Deve-se trabalhar 1o o sistema neuromuscular depois o


orgânico, portanto: trabalhos como flexibilidade, velocidade,
coordenação, técnica, força, devem ser desenvolvidos logo após o
aquecimento.

Parte Conclusiva

O objectivo é assegurar a transição do estado activo para o passivo. Os


exercícios conclusivos dependem da parte básica, em geral, são
exercícios cíclicos: corrida lenta (trote), caminhada, ginástica leve,
exercícios aquáticos.

Aquecimento pré-competitivo

Esta é a principal reserva para mobilizar o atleta na competição.


Início: ± 1 hora antes da competição.

Parte geral: não diferencia muito dos aquecimentos de treino, apenas


são mais profundos.

Desportos de força rápida (explosiva): na parte principal ter o


cuidado para não realizar esforço máximo, devem ser paulatinos e
variados (explosivos).

Tempo ideal para competir: nos desportos de sprint ± 6 a 8 minutos


após o aquecimento, onde o atleta apresenta sua melhor capacidade de
excitabilidade muscular.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 63

Unidade de treino

Trata-se da união de mais de uma sessão de treino, atualmente nos


desportos de alto nível, os treinadores tem procurado sub-dividir as
tarefas diárias de treino em mais de uma sessão ao dia. Dependendo da
modalidade desportiva e do condicionamento geral do atleta, pode-se
chegar a 4-5 sessões por dia.

O objectivo da Unidade de treino é o de submeter o atleta ao trabalho


em bom estado de recuperação, aproveitando assim para treinar em um
elevado nível de qualidade. Por outro lado o treino em várias sessões,
deve ser feito respeitando a capacidade de recuperação das diversas
características fisiológicas.

Combinações admissíveis de cargas de diferentes orientações


fisiológicas na sessão de treino (Volkov,1986; citado por
Zakhorov,1992).

Sequência de Execução Caráter do próximo


de cargas efeito de treino

Treino anaeróbio alático Anaeróbio


+ anaeróbio glicolitico glicolítico

Anaeróbio alático
± aeróbio Aeróbio

Anaeróbio
glicolítico(volume
pequeno) Aeróbio
+ aeróbio
Aeróbio(em volume Alático
pequeno) anaeróbio
+ anaeróbio alático
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 64

Exercício 5

1- Faça uma planificação de treino tendo em conta todos


elementos por ti estudados de uma modalidade à sua escolha.
Teoría e Metodología do Treino Desportivo 65

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