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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Resolução de exercícios em forma de abordagem

Verónica Monteiro Pedro

708205368

Licenciatura em Ensino de Educação Física e Desporto

Teoria e Metodologia do treino Desportivo

2º Ano, IIo Grupo, Turma: C

Nampula, Maio, 2021


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Resolução de exercícios em forma de abordagem

Licenciatura em Ensino de Educação Física e Desporto

Trabalho de carácter avaliativo apresentado na


cadeira de Teoria e Metodologia do Treino
Desportivo, 2º Ano, IIo grupo, Turma: C,
orientado pelo:

Docente: Frantinho Alfredo Natanha

Nampula, Maio, 2021


ii

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Nota do
o Subtotal
tutor
máxima

 Índice 0.5

 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5

 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada 2.0


ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio do
discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional 2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5

Conclusão  Contributos teóricos 2.0


práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA 6ª
Referências edição em  Rigor e coerência das
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliografia bibliográficas
iii

Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Lei básica de bioadaptação.......................................................................................................6
1.1 Princípio da individualidade biológica..................................................................................6
2. Princípio de Treinamento desportivo.......................................................................................7
2.1. Princípio da sobrecarga.....................................................................................................8
2.2. Princípio da continuidade..................................................................................................8
2.3. Princípio da interdependência volume intensidade...........................................................9
2.4. Princípio da especificidade...............................................................................................9
2.5. Princípio da variabilidade...............................................................................................10
2.6. Princípio da saúde...........................................................................................................10
2.7. Princípio da inter-relação dos princípios........................................................................11
3. Carga de treinamento..............................................................................................................11
3.1. A periodização do treinamento desportivo.....................................................................13
3.2. Carga de treinamento e seus aspectos determinantes......................................................16
3.3. Conteúdo da carga...........................................................................................................16
3.4. Intensidade da carga........................................................................................................16
3.5. Volume da carga.............................................................................................................17
3.6. Duração da carga.............................................................................................................17
3.7. Organização da carga......................................................................................................17
4. Métodos de treinamento............................................................................................................18
4.1. Método de treinamento contínuo........................................................................................19
4.2. Método de treinamento contínuo invariável.......................................................................19
4.3. Método de treinamento contínuo variável..........................................................................19
4.5. Método de treinamento descontínuo...................................................................................20
4.6. Método de treinamento descontínuo de repetição...............................................................20
4.7. Método de treinamento descontínuo intervalado................................................................20
5. Preparação teórica dentro da preparação desportiva..............................................................21
5.1. Combinação das cargas de treinamento no processo de preparação desportiva.............22
Conclusão......................................................................................................................................23
Bibliografias..................................................................................................................................25
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Introdução

O entendimento do termo treinamento é, sem dúvida, bastante amplo, tendo sido empregado nas
mais variadas áreas científicas e profissionais. Treinamento é caracterizado como um processo
repetitivo e sistemático composto de exercícios progressivos que visam o aperfeiçoamento do
desempenho.

Neste sentido, o treinamento físico pode ser compreendido como um processo organizado e
sistemático de aperfeiçoamento físico, nos seus aspectos morfológicos e funcionais, impactando
diretamente sobre a capacidade de execução de tarefas que envolvam demandas motoras, sejam
elas desportivas ou não (Barbanti, Tricoli & Ugrinowitsch, 2004).

A preparação desportiva é um processo tão complexo que o resultado final só pode ser atingido
com a união de diversos factores cujas explicações e cujo entendimento não dependem apenas do
domínio do conhecimento do conteúdo de treinamento, mas também da arte e da intuição do
treinador. Dessa forma, é possível considerar que o desenvolvimento do processo de preparação
desportiva de qualquer modalidade está directamente relacionado com as evidências empíricas
diagnosticadas na prática pelo treinador.

Neste trabalho, aborda sobre o treinameno, conceitos básicos, princípios de treinamentos e outros
aspectos.

Quando a organização do mesmo, comporta da seguinte maneira:

 Introdução;
 Desenvolvimento e
 Conclusão
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1. Lei básica de bioadaptação

Toda metodologia que se aplica no processo de treino desportivo e que por suposto está orientada
para os resultados competitivos, tem uma base científica que está rigorosamente regida pelas leis
objectivas que reflectem a realidade; acções que determinam o passo a seguir no caminho da
vitória desportiva.

Adaptação é uma possibilidade que o organismo tem para sobreviver. Um organismo no estado
de adaptação, significa que alcançou um equilíbrio entre os processos de sínteses e degeneração,
estando nesta situação portanto não se interrompe as exigências que demanda o equilíbrio. A este
equilíbrio biológico (entre sínteses e degeneração) que caracteriza o organismo no estado de
adaptação da- se o nombre de homeostasia.

Se alguma (carga de treino) interrompe a homeostasia, o organismo tratará de buscar novamente


o equilíbrio funcional. Se este agente estressante (carga de treino) é desconhecido pelo
organismo, a interrupção da homeostasia estará determinada por um aumento dos processos
catabólicos o degenerativos, dos quais manterám a influência da carga, de forma imediata o
organismo responderá a agressão com um aumento dos processos constituitivos, generativos o
anabólicos (o que chamamos de recuperação) a fim de dar protecção ao organismo pelas perdidas
energéticas sofridas até o esforço realizado pela carga de treino.

1.1 Princípio da individualidade biológica


De acordo com Tubino, “chama-se individualidade biológica o fenómeno que explica a
variabilidade entre elementos da mesma espécie, o que faz que com que não existam pessoas
iguais entre si.” (Tubino, 1984, p. 100). Cada ser humano possui uma estrutura e formação física
e psíquica própria, neste sentido, o treinamento individual tem melhores resultados, pois
obedeceria as características e necessidades do indivíduo.

Mesmo gémeos univitelinos possuem diferenças, seja cultural, de personalidade, de carácter, ou


seja, características próprias que os diferem um do outro. E como prescrever actividades iguais
para estas duas pessoas sendo que cada ser é único? Em se tratando de individualidade biológica,
cada um tem uma genética diferente e os treinamentos devem ser prescritos e desenvolvidos
individualmente, mesmo que em desportos colectivos isso exija mais do treinador e comissão
técnica, mas cada um desempenha uma função diferente dentro do jogo, sendo assim os treinos
7

devem ser individualizados ou reduzidos a pequenos grupos de acordo com a função exercida
para o desenvolvimento desejado.

2. Princípio de Treinamento desportivo


De acordo com Weineck, a adaptação é a lei mais universal e importante da vida. Adaptações
biológicas apresentam-se como mudanças funcionais e estruturais em quase todos os sistemas.
Sob “adaptações biológicas no desporto”, entendem-se as alterações dos órgãos e sistemas
funcionais, que aparecem em decorrência das actividades psicofísicas e desportivas (Weineck,
1991).

Capacidade de adaptação” ou “adaptabilidade” é o nome que se dá à diferente assimilação dos


estímulos, frente à mesma qualidade e quantidade de exercícios ou carga de treinamento. Ela
pode ser atribuída à correlação organismo/ambiente, sob o ponto de vista da predisposição
hereditária e sua expressão (genética) (Gurtler 1982, 35).” (ibidem, 1991, p. 23).

1. Estímulos débeis => não acarretam consequências;

2. Estímulos médios => apenas excitam;

3.Estímulos médios para fortes => provocam adaptações;

4.Estímulos muito fortes => causam danos.” (ibidem, 1984, p. 101).

Somos seres adaptáveis, por isso, quando somos estimulados seja fisicamente, cognitivamente, ou
socialmente, respondemos a estes estímulos com uma adaptação. Se gostamos ou nos sentimos
bem com o estimulo a tendência é que aprimoremos o dom que que possuímos para o
desenvolvimento de nossas habilidades. Em se tratando de treinamento os estímulos que
recebemos devem ser sempre variados para que estes estímulos ocasionem uma adaptação
positiva ao organismo.
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2.1. Princípio da sobrecarga

De acordo com Dantas: “Imediatamente após a aplicação de uma carga de trabalho, há uma
recuperação do organismo, visando restabelecer a homeostase” (Dantas, 1995, p. 43).
Tubino (1984) cita algumas indicações de aplicação do Princípio da Sobrecarga, referenciado nas
variáveis: Volume (Quantidade) e Intensidade (Qualidade); em vários Tipos de Treinamento,
como: Contínuo, Intervalado, em Circuito, de Musculação, de Flexibilidade e Agilidade, e
Técnico.
Sobrecarga, como o próprio nome diz é uma carga imposta ou condicionada a uma outra carga
que já esta sendo trabalhado no indivíduo durante a periodização do treinamento, esta sobrecarga
é importante para que o organismo ao se adaptar à carga não fique homeostático e gere
posteriormente uma resposta positiva do organismo gerando resultados de evolução nos
treinamentos e competição. Podemos citar um exemplo de academia de ginástica, onde um
cliente faz supino recto (uma das actividades mais conhecidas pelos homens em academias de
ginástica) com 15 Kg de cada lado por um longo período, se este cliente não mudar o peso depois
de um tempo, seu organismo terá gerado uma adaptação que aquela actividade não será benéfica
em termos de ganho para o indivíduo.

2.2. Princípio da continuidade

Compartilho com Tubino, a ideia de que a condição atlética só pode ser conseguida após alguns
anos seguidos de treinamento e, existe uma influência bastante significativa das preparações
anteriores em qualquer esquema de treinamento em andamento.  Para Tubino (1984),
Quando começam a praticar algo seja no desporto ou mesmo em nossas vidas se não damos
continuidade a esta prática, ou a esquecemos como se faz ou nos tornamos menos habilidosos em
tais afazeres. Um exemplo nítido para isso são os músculos, o cérebro e a prática desportiva, você
deve estar se perguntando, mas como assim? No caso dos músculos, se pararmos de utiliza-los
durante um tempo, eles diminuem; no caso do cérebro, se optamos por não ler ou interagir com as
actualidades, ou paramos de estudar, não teremos ganhos cognitivos; e no esporte se paramos de
praticar algum determinado esporte ao qual estamos acostumados, quando retornamos
percebemos que perdemos boa parte da habilidade que tínhamos.
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2.3. Princípio da interdependência volume intensidade

Este princípio está intimamente ligado ao da sobrecarga, pois o aumento das cargas de trabalho é
um dos factores que melhora a performance. Este aumento ocorrerá por conta do volume e
devido à intensidade.

Para Tubino (1984), pode-se afirmar que os êxitos de atletas de alto rendimento, independente da
especialização desportiva, estão referenciados a uma grande quantidade (volume) e uma alta
qualificação (intensidade) no trabalho, sendo que, estas duas variáveis (volume e intensidade)
deverão sempre estar adequadas as fases de treinamento, seguindo uma orientação de
interdependência entre si.

Um dos princípios mais conhecidos no Treinamento Desportivo e corresponde aos estímulos de


volume e intensidade de treinamento, Estas variáveis devem ser muito estudadas, já que, é
fundamental que a periodização desportiva esteja muito bem embasada para que o volume e
intensidade tenham uma harmonia não ocasionando o overtrainning ou o burnout. O volume e
intensidade de treinamento devem ser planejados em todos os âmbitos do treinamento: físico,
técnico, táctico e psicológico.

2.4. Princípio da especificidade

O princípio da especificidade é aquele que impõe, como ponto essencial, que o treinamento deve
ser montado sobre os requisitos específicos da performance desportiva, em termos de qualidade
física interveniente, sistema energético preponderante, segmento corporal e coordenações
psicomotoras utilizados” (Dantas, 1995, p. 50).

Isto serve, cada vez mais, para firmar na consciência do treinador que o treino, principalmente na
fase próxima à competição, deve ser estritamente específico, e que a realização de actividades
diferentes das executadas durante a performance com a finalidade de preparação física, se
justifica se for feita para evitar a inibição reactiva (ou saturação de aprendizagem).” (Dantas,
1995, p. 50).

Então, se a especificidade do movimento, e consequentemente da modalidade desportiva, está


atrelada à memória do gesto motor, de seu treinamento, podemos dizer que o Princípio da
Especificidade está ligado directamente aos gestos específicos de uma determinada modalidade e
10

o treinamento utilizado para o aprendizado e o desenvolvimento destes respectivos gestos


específicos.
Princípio da Especificidade, o principio ao qual mais estou me atentando nos treinamento que
organizo. Um exemplo fora dos exportes seria: como vou pedir para um funcionário do banco em
hora de expediente "brincar" de banco imobiliário.

Transferindo para o exporte como vou pedir para meu atleta realizar movimentos que não sejam
específicos ou tragam benefícios para a especificidade do exporte. No caso do futebol como pedir
para um atleta fazer um exercício de biceps ou outro qualquer de cadeia cinética aberta, sendo
que o mesmo não sabe sua função entro do campo, ou simploriamente como chutar e executar um
passe com as duas pernas. O trabalho ou treinamento deve ser específico, os testes devem ser
específicos para o exporte, não podemos realizar actividades que compreendem a movimentos de
outros exportes, temos que estudar, pensar e criar métodos de treinamentos específicos.

2.5. Princípio da variabilidade

Também denominado de Princípio da Generalidade, encontra-se fundamentado na ideia do


Treinamento Total, ou seja, no desenvolvimento global, o mais completo possível, do indivíduo.
Para isso devem-se utilizar as mais variadas formas de treinamento (GOMES da COSTA, 1996).
Os atletas devem ser preparados de maneira geral nos primeiros anos de actividade, vivenciando
diferentes desportos e posteriormente, caso tenha predisposição para uma determinada
modalidade desporto, aperfeiçoar-se fazendo com que toda aquela vivência no âmbito motor,
psicológico e social vivido anteriormente contribua deforma positiva em seu futuro.

2.6. Princípio da saúde

Segundo Gomes da Costa (1996), esse princípio encontra-se directamente ligado ao próprio
objectivos maior de uma actividade física utilitária que vise à saúde do indivíduo.
Este princípio muitas das vezes não é respeitado devido a resposta imediata que o atleta tem que
dar para a si mesmo, sociedade, treinador e seus patrocinadores. O ganhar a qualquer custo, pode
trazer sequelas graves que não são pertinentes ser citadas neste momento. Porém a prática
desportiva de auto rendimento, ou mesmo recreativa traz inúmeros benefícios para a saúde geral
do indivíduo.
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2.7. Princípio da inter-relação dos princípios

De acordo com Gomes da Costa (1996), se faz lógico e transparente que essas leis não existem
apenas por existir. Cada princípio, considerado individualmente, possui seu valor e função
próprios, entretanto, a integração entre esses princípios adquire inestimável importância. “Aqui
acontece aquela “historinha” de que o todo é sempre maior do que a soma de suas partes.”
A integração de todos os princípios ou o máximo deles em um programa de treinamento não é
certeza de sucesso, já que o exporte envolve outros inúmeros factores externos, aos quais
podemos controlá-los para a obtenção do sucesso, porém muitas das vezes como envolve duas
equipes na grande maioria das vezes estes factores não são palpáveis.

3. Carga de treinamento.

    Desde muito tempo se vêm repetindo que "A planificação do treinamento desportivo é antes de
tudo o resultado do pensamento do treinador" (Forteza, 1999). Este pensamento deve estar o mais
distanciado possível de toda improvisação, integrar os conhecimentos em um sistema estrutural e
organizado e mais perto da ciência e tecnologia.

    Para Bompa (2001), o programa anual é uma ferramenta que norteia o treinamento atlético. Ele
é baseado em um conceito de periodização, que, por sua vez, se divide em fases e princípios de
treinamento. O conhecimento existente sobre a planificação desportiva, assim como o controle do
treinamento, é algo que não escapa a nenhum profissional (ou pelo menos não debería ser
ignorado).

    É igualmente certo que treinadores que trabalham na área de rendimento desportivo aplicam
este conhecimento de forma fundamentalmente artesanal e individual (Feal e col, 2001), por
outro lado, parece indiscutível a obrigação inerente a todo treinador de pôr em prática seus
conhecimentos de forma acertada, com o fim de programar o treinamento dos atletas, ademas de
recolher a máxima informação possível que se desprende do processo de treinamento e integrar
todo ele para tirar conclusões que permitam melhorar o rendimento de seus atletas.

    O principal objectivo do treinamento é fazer com que o atleta atinja um alto nível de
desempenho em dada circunstância, especialmente durante a principal competição do ano com
uma boa forma atlética (Bompa, 2001).
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    Os conceitos da planificação para Sancho, J. A. (1997) citado por Forteza (2000) são os
seguintes:

 A planificação não intuitiva, não pode ser na sorte. Pelo contrário, tem que seguir um
processo, deve como se falou em alguns momentos, planificar-se.
 Os objectos devem estar de acordo com os problemas e necessidades, devendo aqueles
estabelecer-se e determinar-se claramente. Pelo contrário se corre o risco de planificar um
processo encaminhado para algo diferente de que realmente se precisa para o primeiro dos
casos e sem saber para que no segundo.
 As metas, os objectos e em última instância os fins devem ser alcançáveis, realistas (o que
não exclui uma certa ousadia e um certo nível de risco).
 A planificação é um processo sequencial e logicamente ordenado, não se desenvolve tudo,
simultâneo e nem caprichosamente.
 A planificação está imersa no meio ambiente, não podendo nem desprezar nem trabalhar a
margem do mesmo.
 Toda planificação pressupõe uma troca efectiva com respeito a situação existente de como
se começa.
 Se planifica para a execução. Não pode se falar de verdadeira planificação, o trabalho
exclusivamente teórico sem intenção de por em prática, deve portanto existir vontade de
fazé-la efectiva.

    Forteza considera que a planificação do treinamento desportivo é a organização de tudo o que


acontece nas etapas de preparação do atleta, é então o sistema que interrelacionam os momentos
de preparação e competição. Nessa definição deixa aberto o problema actual da planificação para
o rendimento competitivo.

    Estrutura e planificação são dois termos inseparáveis no processo de preparação desportiva,


mas são diferentes.

    A estrutura é organização que adoptará o período de tempo tanto de treinamento como de
competições. A estrutura do treinamento tem um carácter temporal, portanto, considera um início
e um fim do processo de preparação e competições e estará determinada fundamentalmente por:
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 O calendário competitivo que considera o número de competições, a frequência, o


carácter e a dispersão ou concentração das competições em um período de tempo dado.
 A organização e dosificação das cargas, que considera se estas serão diluídas ou
concentradas, a concepção que se adopte no carácter da carga, quer dizer, a
proporcionalidade entre as cargas gerais e as especiais.
 As direcções de treinamento, objectos de preparação que considera as direcções
determinantes do rendimento (DDR) e as direcções condicionantes do rendimento.

    A estruturação do rendimento desportivo é hoje por hoje uma das principais condições para
obter um resultado desportivo em qualquer desporto.

    "Uma perfeita estruturação do treinamento garante não só a obtenção de resultados no âmbito


mundial se não ademais procura assegurar a longevidade desportiva de nossos atletas..."(Forteza,
1999).

    A paternidade de uma teoria científica e ainda válida ainda que com profundas modificações
sobre a estrutura e planificação do rendimento se devemos ao Russo I. Matveiev. Se atualmente
existem diferentes conceitos sobre qual estrutura de treinamento é melhor e que todas elas partem
da proposta inicialmente pelo russo Matveiev desde os anos 60, considerando os pioneiros Kotov,
1916, Grantyn, 1939, Letunov, 1950, Ozolin, 1949, Gorinevski, 1922 e Pinkala, 1930.

    Para analisar qualquer estrutura actual do treinamento é necessário partir da formulada por
Matveiev e conhecida mundialmente por periodização do treinamento.

- Periodização e planificação são conceitos diferentes: a periodização é a estrutura temporal e a


planificação é a integração do processo de obtenção do rendimento.

    O objectivo deste estudo é demonstrar dentro de uma revisão de literatura as diferentes
estruturas de periodização pedagógica do treinamento desportivo

3.1. A periodização do treinamento desportivo

    A forma geralmente concentrada da preparação dos atletas é a organização do treinamento


através de períodos e etapas.
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    A periodização é um dos mais importantes conceitos do planejamento do treinamento. Esse


termo origina-se da palabra período, que é uma porção ou divisão do tempo em pequenos
segmentos, mais fáceis de controlar denominados fases (Bompa, 2001).

    Esta forma de estruturas o treinamento desportivo tem como seu idealizador o russo Matveiev
sendo criada nos anos 60 durante até nossos dias.

    Baseados nos ciclos de supercompensação, criados pelo Austríaco Hans Seyle e modificado
pelo grande bioquímico desporto o russo Yakolev, Matveiev idealizou a periodização do
treinamento apoiado em avaliações estatísticas do comportamento em atletas de diversas
modalidades desportos da Ex. União Soviética nas décadas dos anos 50 e 60.

    Desta forma a periodização do treinamento desportivo pode ser entendida como uma divisão
organizada do treinamento anual ou semestral dos atletas na busca de prepará-los para alcançar
certos objectivos estabelecidos previamente, obter um grande resultado competitivo em
determinado ponto culminante na temporada desportiva, ou seja, obter a forma desportiva através
da dinâmica das cargas de treinamento ajustadas ao seu ponto máximo em esse momento (Dick,
1988, Mc Farlane, 1986).

    Estas três fases de aquisição, manutenção e perda temporal da forma esportiva se


transformaram em um âmbito mais geral nos três grandes períodos do treinamento desportivo ao
saber: período preparatório, competitivo e transitório (Ozolin, 1989) ou seja:

 O período preparatório é relativo a aquisição da forma desportiva.


 O período competitivo é relativo a manutenção da forma desportiva.
 O período transitório é responsável pela perda temporal da forma desportiva.

Segundo Dilson, 1992 a periodização do treinamento se fundamenta justamente na transferência


positiva dos grandes volumes de cargas gerais de trabalho nas primeiras fases de treinamento
para uma maior especificidade das fases posteriores.

    Várias críticas têm surgido sobre a periodização de Matveiev e seus seguidores.

    Algumas críticas surgiram sobre a periodização de Matveiev e seus seguidores:


15

    Weineck, 1989 afirma que a preparação geral tem sentido apenas para elevar o estado geral de
preparação do atleta de que por se já está elevado pelos anos de treinamento realizados. Por esta
razão segundo ele não se desencadeiam nos atletas os processos adaptativos para uma nova
capacidade de resultados aumentado.

    Bompa, 2001, argumenta que não existe com os calendários competitivo actuais tempos
disponível para a utilização de meios de preparação geral que não correspondem as
especificidades concretas do desporto em questão. Este plano coincide com o assinalado a
respeito no início deste capítulo.

    Tschiene, 1990, um dos autores que tem mais discutido a periodização de treinamento
desportivo, fala sobre a importância de uma preparação individualizada e específica com altos
índices de intensidade durante o processo actual de treinamento desportivo, o que não acontece
na periodização tradicional de Matveiev, falando que seu esquema é muito rígido em que se
refere as diversas fases da preparação desportiva, considerando que para diferentes desportos e
atletas são as normas e possuem relativamente a mesma duração. Também chama a atenção para
a importância de novas formas alternativas de estruturação do treinamento desportivo surgidas
ultimamente e que mais para frente falaremos.

    Verjoshansky, 1990, coloca que a periodização de treinamento desportivo, quando foi


entendida tinha como base resultados competitivos muito mais baixo e de um nível de oxigénio
muito menor que as actuais pelo que esta forma de estruturar o treinamento se deve conceber
unicamente para atletas de nível médio e não em atletas de elite que trabalham com exigências
maiores.

    Matveiev, 1990 respondeu algumas dessas críticas principalmente no que se diz respeito a
utilização das cargas gerais e os altos volumes de trabalho nas fases básicas de treinamento
colocando que este é um factor que não pode ser contestado e muito menos eliminado. Em nesse
fenómeno os conteúdos específicos e vice-versa.

    Os principais problemas encontrados na prática concretos do treinamento desportivo estão


relacionados sem dúvida nenhuma com os calendários variados dos ciclos competitivos ao largo
dos anos e com o grande número de competições que existem durante o ano.
16

    Sobre este problema novas formas de estruturar o treinamento desportivo para atletas de alto
nível tem surgido, e a tendência é que cada vez se recorra a utilização de uns ou outros sistemas
(Raposo, 1989).

    As formas de estruturas do treinamento desportivo que assinalamos a continuação são aquelas
que tentam aperfeiçoar a periodização de Matveiev ou as que pretendem romper com ela, é
evidente que estas formas não encerram as variadas possibilidades de estruturação de treinamento
desportivo mais são actualmente as mais discutidas na literatura internacional especializadas no
tema.

3.2. Carga de treinamento e seus aspectos determinantes

Para seleccionar uma óptima carga de trabalho, deve-se levar em consideração alguns aspectos.

3.3. Conteúdo da carga

A carga pode ser determinada por dois aspectos do treinamento: o primeiro é o nível de
especificidade, e o segundo é o potencial de treinamento.

a) Nível de especificidade: ocorre pela maior ou menor similaridade ao exercício competitivo.


Isso permite englobar os exercícios em dois grupos: os de preparação especial e os de preparação
geral.

b) Potencial de treinamento: define-se como a forma em que a carga estimula a condição do


atleta. O potencial de treinamento dos exercícios reduz-se com o crescimento da capacidade de
rendimento, por isso surge a necessidade de variar os exercícios e usa-se a intensidade para seguir
alcançando implementos em seu rendimento. Os exercícios utilizados devem ser aumentados
gradativamente, observando a consequência lógica, de forma treinamento do atleta e pelo
momento da preparação a que se pretende chegar. Mas nem sempre se cumpre o maior volume de
trabalho correspondente para o rendimento.
17

3.4. Intensidade da carga

A intensidade da carga trata do seu aspecto qualitativo. Assim como o que ocorreria com a
magnitude, a intensidade está relacionada com o nível do desportista e, evidentemente, ao
momento em que ele se encontra na temporada. Define-se intensidade como a força de estímulo
que manifesta o desportista durante o esforço (Grossen; Starischa, 1988).

3.5. Volume da carga

É determinado pelo aspecto quantitativo do estímulo utilizado no processo de treinamento. Nesse


aspecto, a carga distingue-se da seguinte forma (Gomes; Filho, 1991): a) magnitude da carga; b)
intensidade da carga; c) duração da carga.

3.6. Duração da carga

A duração da carga de treinamento é um aspecto fundamental do volume. A distância percorrida


e o tempo total gasto para completar toda a carga em uma sessão de treinamento devem ser
considerados, também, como uma carga caracterizada pela sua duração.

Hoje em dia, é sabido que as cargas de diferentes características apresentam limites a partir dos
quais a carga não provoca melhoras no rendimento. Nesse sentido, as cargas aeróbias provocam,
em um mês, um aumento significativo dos índices de rendimento aeróbio. Mais adiante, o
incremento é mais lento, até os três meses de treinamento aproximadamente; independentemente
do volume, os índices não variam substancialmente, mantendo se os níveis adquiridos. Já a
respeito das cargas anaeróbias, o ritmo de melhora da capacidade de rendimento não evolui tanto
quanto a capacidade aeróbia. Para conseguirem-se valores máximos de capacidade anaeróbia, é
necessário de três a quatro meses de trabalho, precedidos por um considerável trabalho aeróbio
(Suslov, 1976; Zatsiorski, 1966).

A força explosiva estabiliza o seu crescimento em três ou quatro meses; porém, se, no processo
de treinamento, as cargas de força explosiva forem aplicadas mais espaçadamente, essa condição
pode continuar crescendo até por volta de 10 meses
18

3.7. Organização da carga

Entende-se por organização de carga a sistematização no período de tempo determinado. A base


dessa sistematização deve ser realizada com a obtenção de um efeito acumulado de treinamento
positivo de cargas de diferentes orientações. Isso nos obriga a considerar dois aspectos dentro do
processo organizacional:

 A distribuição da carga durante o tempo;


 A interconexão dessas cargas.

a) Pela distribuição das cargas no tempo entende-se de que formas colocam-se as diferentes
cargas nas partes em que, tradicionalmente, divide-se o processo de treinamento, por exemplo:
sessão, dia, micro ciclo, mesociclo ou macro ciclo. Na actualidade, existem duas formas de
sugerir as cargas de treinamento em relação ao tempo de trabalho: as formas diluídas e as formas
concentradas.

b) A interconexão indica a relação que as cargas de diferentes orientações apresentam entre si.
Uma combinação das cargas de diferentes características assegura a obtenção do efeito
acumulativo de treinamento.

4. Métodos de treinamento

Seja qual for a magnitude de exercícios de treinamento que será aplicada ao atleta, deve-se
utilizar algum tipo de estimulação orientada para alcançar determinados objectivos. É nessa hora
que se apresenta uma das categorias pedagógicas fundamentais: os métodos de treinamento.
Estes, quando planificados longitudinalmente, adquirem a categoria de “sistemas metodológicos”
(FORTEZA, 2001a). Entende-se por métodos de treinamento as diferentes formas pelas quais o
exercício pode ser prescrito e, consequentemente, realizado (MONTEIRO, 2002). Compreendem
os diversos procedimentos tomados com o intuito de sistematizar os meios de treinamento e,
dessa forma, maximizar os resultados objectivados (GOMES, 1999).

Neste contexto, é importante salientar que nenhum método é mais completo do que outro por
excelência, pois cada um deles responde a direcções específicas da carga de treinamento. Dessa
forma, nenhum método substitui ao outro (FORTEZA, 2001b).
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Na base da classificação geral dos métodos orientados para o treinamento das capacidades físicas
estão alguns indícios externos dos exercícios. Assim, eles podem ser executados de forma
contínua ou intervalada. Ambas as possibilidades podem se caracterizar pelos parâmetros
constantes ou variáveis do exercício. Além disso, pode existir uma combinação de ambos durante
a execução (método de exercício variável) (ZAKHAROV; GOMES, 2003; FORTEZA, 2001a,
2006; FORTEZA; RAMIREZ, 2007).

4.1. Método de treinamento contínuo

O método contínuo é fundamental para o treinamento de modalidades cíclicas de longa duração,


tais como a corrida e o ciclismo, e para desenvolver a resistência cardiorrespiratória de base
necessária em outras modalidades desportivas (MONTEIRO, 2002). Trata-se de exercícios de
movimentação ininterrupta, em geral de longa duração, e que fundamentalmente visa o
desenvolvimento cardiorrespiratório (TUBINO, 1993; WEINECK, 2005; FORTEZA, 2006), com
a intensidade ficando entre 75-80% em relação à máxima carga de trabalho estabelecida
(FORTEZA, 2001a, 2001b, 2006; FORTEZA; RAMIREZ, 2007).

A vantagem deste método consiste em evocar adaptações fisiológicas naqueles sistemas


orgânicos responsáveis pela captação (sistema respiratório), transporte (sistema cardiovascular) e
utilização (sistema muscular) do oxigénio (FORTEZA, 2006; FORTEZA; RAMIREZ, 2007). Os
métodos contínuos podem ser invariáveis ou variáveis (FORTEZA, 2001b).

4.2. Método de treinamento contínuo invariável

Como o próprio nome indica, as cargas são aplicadas sem variação. Utiliza-se, em geral, como
ferramenta para o desenvolvimento da resistência aeróbia, tendo como base exercícios cíclicos e
acíclicos (o primeiro com maior destaque). É caracterizado por sua execução prolongada e com
intensidade moderada (75-85% em relação à máxima carga de trabalho estabelecida). São
amplamente utilizados nas primeiras etapas do processo de preparação. Os efeitos alcançados
pela sua utilização influenciam significativamente todas as etapas posteriores do processo de
treinamento. Apesar de não constituir um método de preparação determinante para o rendimento
óptimo durante a prática de modalidades desportivas com características intermitentes (devido a
sua característica de longa duração e intensidade moderada), ele cria a base para o atleta destas
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modalidades se recuperar com maior eficiência de trabalhos que exijam esforços mais intensos e
prolongados (Forteza, 2001a, 2001b).

4.3. Método de treinamento contínuo variável

Caracteriza-se pela variação da magnitude externa da carga, mediante o ritmo de execução dos
exercícios. A variação da magnitude está entre 75-95% em relação à máxima carga de trabalho
estabelecida. Ao se analisar a essência deste método, percebe-se que pode se assemelhar ao
método descontínuo com intervalos activos de recuperação. A ideia é buscar uma recuperação
parcial do organismo nos momentos de menor intensidade após ter realizado um trabalho em
intensidades maiores, tudo de maneira ininterrupta (Forteza, 2001a, 2001b).

4.5. Método de treinamento descontínuo

São caracterizados pela alternância entre períodos de estímulo e recuperação, com intensidade e
duração controladas, ao mesmo tempo em que exigem uma orientação das variáveis de
treinamento nos objectivos propostos (TUBINO, 1993).

4.6. Método de treinamento descontínuo de repetição.

Consistem na alteração sistemática entre o estímulo e a recuperação. Sua característica básica é o


uso de alta intensidade (superior a 95% em relação à máxima carga de trabalho estabelecida)
durante estímulos de duração muito curta. O tempo de recuperação tanto nas pausas entre as
repetições (micropausas), quanto nas pausas entre as séries (macropausas), deve ser suficiente
para restabelecer o sistema energético que foi priorizado na elaboração da actividade. Este
método prioriza a via anaeróbia apática (ATPCP) (FORTEZA, 2001b).

4.7. Método de treinamento descontínuo intervalado

Embora o método de exercício contínuo constitua o fundamento do treino de resistência aeróbia,


o treino desta capacidade não deve se limitar a ele. Deve ser levado em conta o método
intervalado constituído com base nos exercícios de regime misto (aeróbio/anaeróbio). O
treinamento intervalado exige com que o atleta execute o exercício em uma intensidade muito
maior àquela observada no treinamento de natureza contínua. Esta maior intensidade do
treinamento intervalado potencializa as adaptações fisiológicas dos sistemas orgânicos
relacionados ao VO2max  e, consequentemente, o aprimoramento do desempenho de natureza
21

aeróbia (FORTEZA, 2006, 2007). Atletas bem treinados não são capazes de manter a intensidade
de 90-95 % do VO2max  por mais de 20-30 minutos e que a intensidade de 100% do VO2max
 é sustentada por 6-10 minutos. Dessa forma, o método de treinamento intervalado oferece
possibilidades mais favoráveis à criação das influências de treino que visam o aumento das
possibilidades do atleta de desempenhar esforços na intensidade associada ao VO2max 
(ZAKHAROV; GOMES, 2003).

Para Bompa (2005), o treinamento intervalado pode ser pensado mediante a duração do estímulo.
Dessa forma, ele pode ser elaborado da seguinte maneira:

 TI de curta duração: estímulos de 15 segundos a 2 minutos, que teria a resistência


anaeróbia láctica como prioridade;
 TI de média duração: estímulos entre 2 e 8 minutos, que desenvolveria tanto a resistência
anaeróbia quanto a aeróbia (com predominância desta última a medida que o tempo
aumenta);
 TI de longa duração: estímulos entre 8 a 15 minutos, com um efeito de treinamento
incidindo prioritariamente na resistência aeróbia.

5. Preparação teórica dentro da preparação desportiva

A preparação desportiva é um processo tão complexo que o resultado final só pode ser atingido
com a união de diversos factores cujas explicações e cujo entendimento não dependem apenas do
domínio do conhecimento do conteúdo de treinamento, mas também da arte e da intuição do
treinador. Dessa forma, é possível considerar que o desenvolvimento do processo de preparação
desportiva de qualquer modalidade está directamente relacionado com as evidências empíricas
diagnosticadas na prática pelo treinador. No entanto, é necessário, cada vez mais, o fundamento
teórico proveniente da investigação científica nas diferentes áreas relacionadas com as ciências
do desporto. O conhecimento da teoria e da metodologia do treinamento desportivo tem-se
tornado o maior artifício para o treinador, e o sucesso está relacionado com as investigações
científicas no domínio do desporto e, por que não, em diversas outras áreas de actuação. A área
da pedagogia do desporto tem dado sua contribuição, destacando-se consideravelmente como
componente essencial na preparação do atleta moderno. A experiência na área do desporto, tanto
22

como atleta quanto como treinador, e a actuação na área de pesquisa permitem-me afirmar que
uma das dificuldades

A preparação desportiva é composta por três sistemas que, de uma forma integrada, facilitam a
preparação do desportista. São eles:

Sistema de competições: indica todas as manifestações da competição, desde sua forma de


disputa até o diagnóstico das acções motoras realizadas pelo atleta na actividade competitiva do
desporto praticado.

Sistema de treinamento: está relacionado com o desenvolvimento e com o aperfeiçoamento de


capacidades motoras tais como força, velocidade, resistência, coordenação e flexibilidade. A
estruturação do sistema de treinamento depende do sistema de competições: em alguns desportos
o sistema de treinamento é de fundamental importância, todavia, em outros, não. Assim, a
construção do processo de treinamento apresenta particularidades de um desporto para outro.

Sistema de factores complementares: trata-se de todos os meios que auxiliam na preparação do


atleta, principalmente os relacionados com a recuperação após cargas de treinamento e com os
meios utilizados para a mobilização do atleta para a competição. Estão incluídas as áreas da
psicologia, medicina, fisioterapia, nutrição e massoterapia, dentre outras.

A expressão treinamento desportiva tem relação directa com a adaptação psi- comorfofuncional
que se altera durante toda a temporada de treinamento. A organização, a estruturação e o controle
do treinamento podem auxiliar, de forma decisiva, no ganho de performance de alto rendimento.
Como definição, podemos nos referir ao treino desportivo como “um conjunto de procedimentos
que devem ser considerados com o objectivo de aperfeiçoar as capacidades motoras até um
estado óptimo, mantendo sempre o equilíbrio entre os sistemas biológico, psicológico e social”.

5.1. Combinação das cargas de treinamento no processo de preparação


desportiva

No desporto, objectiva-se o desenvolvimento máximo das capacidades do desportista. Isso está


relacionado ao incremento máximo das cargas de treinamento e de competição, à complexidade
das tarefas executadas no processo de preparação desportiva e à superação das crescentes
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dificuldades. Há muito constatou-se que as capacidades do indivíduo se desenvolvem melhor


com sua exposição a actividades que requeiram esforços pouco ordinários.

Em geral, os diferentes parâmetros da carga no processo de desenvolvimento da preparação


desportiva não permanecem constantes. Uma das causas principais é as “discrepâncias” na
dinâmica de seu volume e na intensidade durante o aumento. Os parâmetros de seu volume e de
sua intensidade podem, por algum tempo, crescer simultaneamente; então, quando se aproximam
de um nível bastante alto, o aumento torna-se possível sob condição de estabilização presente, e
logo também da diminuição da intensidade, que passa a ser condição para o aumento do volume.
Devido a isso, em diferentes etapas da preparação desportiva, deve-se variar diferentemente tais
parâmetros de carga, o que, a seu modo, influencia o carácter ondulatório de sua dinâmica.\
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Conclusão

Neste trabalho abordei sobre o treinamento e aperfeiçoamento das capacidades motoras, mas não
deixei de dar atenção ao aspecto relacionado com métodos de treinamentos e das teorias de
preparação desportivas. A literatura nacional ainda não apresenta dados suficientes para que se
possa construir um instrumento teórico que responda às exigências do desporto moderno.

O panorama actual, relacionado com a actividade competitiva do atleta, exige um controle


minucioso de todas as variáveis envolvidas, directa ou indirectamente, com o processo de
preparação desportiva. Ao planejar o treino, o técnico desportivo deve sempre levar em
consideração os princípios pedagógicos da Educação Física, além das leis biológicas que regem o
treinamento especializado, quando relacionados com o esporte de rendimento.

A arte de organizar o treino torna-se fascinante quando técnico e desportistas têm bem claro
quais são os objectivos a serem atingidos na temporada e qual a competição considerada alvo, o
que facilitará a periodização do treinamento.

No desporto colectivo, o período de preparação não exerce grande influência, pois é normalmente
de curta duração, quando são criadas as primeiras premissas de adaptação em um nível baixo. O
período competitivo é que determinará a elevação paulatina do nível de performance.

Nesse caso, o treinador deve ter muito claros e objectivos os indicadores de controle da
performance do desportista, pois isso facilitará uma maior ou menor atenção na evolução das
capacidades motoras.
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Bibliografias
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Iniciação Esportiva Universal: Da aprendizagem motora ao treinamento técnico. Belo horizonte,


MG: Editora UFMG.

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GOMES da Costa, Marcelo. Ginástica Localizada. Rio de Janeiro: Editora Sprint, 1996.
WEINECK, Jurgen. 1989, Manual de Treinamento Desportivo. 2ª Edição. São Paulo: Editora
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TUBINO, Manoel José Gomes, 1984, Metodologia científica do treinamento desportivo.
3ªedição. São Paulo: Ibrasa.

Bompa, T.(1983). Theory and Methodology of Training: the Key to athletics performance. Iowa,
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BOMPA, T. O. 2002, Periodização: teoria e metodologia do treinamento. São Paulo: Phorte.

Garganta, J. (1993). Programação e Periodização do Treino em Futebol: das generalidades à


especificidade. In A Ciência do Desporto, a Cultura e o Homem: 259-270. J. Bento & A.
Marques (Eds.). FCDEF - UP. CMP.

KELLER, V. S; Platonov, V. N. Teoria e metodologia da preparação de desportistas. Linov,


1983. p. 270.

MATVEEV, L. P. 1983, Introdução à teoria da cultura física. Moscou: Fizcultura y Sport.

PLATONOV, V. N. 1984, Teoria e metodologia do treinamento desportivo: manual de estudos


para os estudantes de cultura física. Kiev: Escola Superior.

PLATONOV, V. N. Teoria geral de preparação de desportistas no desporto olímpico. Kiev:


Literatura Olímpica, 1997. PLATONOV, V. Teoria do desporto. Kiev: Editora Vischa Scola,
1987, p. 216.

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