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Manual do Curso de Licenciatura em Educação Física e Desporto

Estudos práticos II

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino à Distância
Estudos práticos II i

Direitos de autor
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância
(CED) e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no
seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros) sem permissão expressa da entidade editora (Universidade Católica de
Moçambique-Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a
processos judiciais.

Autores: dr. José Ferrão Pene


Colaborador da Universidade Católica de Moçambique – Centro de Ensino à Distância

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino à Distância
82-5018440
23-311718
82-4382930
País

Fax:
E-mail: eddistsofala@teledata.mz
Website: www. ucm.mz
Estudos práticos II ii

Agradecimentos
Agradeço a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Pelo meu envolvimento nas equipas do CED


Universidade Católica de Moçambique
como Colaborador, na área de Educação
Centro de Ensino à Distância.
Física e Desporto.
À Coordenação do Curso de Educação Física Pela contribuição e enriquecimentos ao
e Desporto. conteúdo
O Coordenador: Mestre Alberto Francisco Pela facilitação, orientação e prontidão
Malequeta durante a concepção do presente manual.
Estudos práticos II iii

Visão geral 5
Bem-vindo ao ensino da Estudos Práticos II 3º Ano ........................................................ 5
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 5
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 6
Ícones de actividade .......................................................................................................... 6
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 7
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 7
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)................................................................................. 7
Avaliação .......................................................................................................................... 8

Unidade nº 1 9
Conceito ............................................................................................................................ 9
Sumário ........................................................................................................................... 13
Exercícios 1..................................................................................................................... 13

Unidade nº 2 13
Fundamento da Atletismo ............................................................................................... 13
Sumário ........................................................................................................................... 16
Exercício 2 ...................................................................................................................... 16

Unidade nº 3 17
Aprendizagem do atletismo ............................................................................................ 17
Sumário ........................................................................................................................... 41
Exercício 2 ...................................................................................................................... 41

Unidade nº 4 42
Natação ........................................................................................................................... 42
Sumário ........................................................................................................................... 60
Exercício 4 ...................................................................................................................... 60

Unidade nº 5 61
Ginástica ......................................................................................................................... 61
O que é a ginástica alternativa? ............................................................................. 72
Alongamento ......................................................................................................... 72
Pilates .................................................................................................................... 73
Yoga ...................................................................................................................... 73
Lian Gong .............................................................................................................. 74
Estudos práticos II iv

Sumário ........................................................................................................................... 75
Exercício 5 ...................................................................................................................... 76

REFERENCIAS BIBLIOGRAFÍAS COMPLEMENTARIAS 77


Estudos práticos II 5

Visão geral
A Cadeira de Estudos Práticos II foi introduzida para os Formandos de Educação Física e Desporto,
que, na sua maioria, são já Professores do EP e/ou do ESG. Começa nestas Presenciais, para,
segundo o seu propósito, desenvolver uma forma inovadora de estar e ser, conhecer e aplicar a
mesma. Nesta cadeira vamos falar de uma forma geral dos Estudos Práticos II e sua aplicação nas
áreas do Desporto.

Bem-vindo ao ensino da
Estudos Práticos II 2º Ano
Pretendemos que este módulo seja um contributo para que os
aprendentes adquiram um conhecimento aprofundado da Estudos
Práticos II.

Quando terminar os Estudos Práticos II – 2º Ano, o formando será


capaz de:

 Estudos Práticos II tem como objetivo desenvolver e aplicar


conhecimentos e competências específicas relacionadas com a
prática e o ensino das diferentes modalidades;
 Conhecer as diferentes modalidades e o seu enquadramento no
Objectivos
ensino, assim como aspetos gerais dos respetivos regulamentos;
 Dominar a metodologia de ensino / treino específica das
modalidades;
 • Demonstrar competências pedagógicas básicas para o ensino das
diferentes modalidades.

Quem deveria estudar este


módulo
Este módulo foi concebido para os estudantes do 2º ano do curso de
Licenciatura em Educação Física e Desporto.
Estudos práticos II 6

Como está estruturado este


módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos por CED - UCM encontram-
se estruturados da seguinte maneira:
Páginas introdutórias
 Um índice completa.
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.

Conteúdo do curso / módulo


O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, e uma ou mais actividades para auto-
avaliação.

Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista
de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir
livros, artigos ou sites na internet.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação


Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do módulo.

Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / módulo.

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens
das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do
processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de
texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.
Estudos práticos II 7

Habilidades de estudo
Caro Estudante, antes de mais o ensino à distância requer de ti
uma grande responsabilidade, ou seja, é necessário que tenhas
interesse em estudar, porque o teu estudo é ‘auto-didáctico’.
Entretanto, vezes há em que te acharás possuidor de muito
tempo, enquanto, na verdade, é preciso saber geri-lo para que
tenhas em tempo útil as fichas informativas lidas e os exercícios
do módulo resolvidos, evitando que os entregues fora de tempo
exigido.

Precisa de apoio?

Há exercícios que o caro estudante não poderá resolver sozinho, neste


caso contacte o tutor, via telefone, escreva uma carta participando a
situação e se estiver próximo do tutor, contacte-o pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interacção, em caso de
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa
fase posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for de
natureza geral, contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante,
tem a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste
período pode apresentar dúvidas, tratar questões administrativas, entre
outras.
O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta,
busque apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-me
mutuamente, reflictam sobre estratégias de superação, mas produza de
forma independente o seu próprio saber e desenvolva suas
competências

Tarefas (avaliação e auto-


avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, Actividades e
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes
do período presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.
Estudos práticos II 8

Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser


dirigidos aos tutores/docentes da cadeira em questão.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo
os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os
direitos do autor.
O plágio deve ser evitado. A avaliação da cadeira será controlada da
seguinte maneira:

Avaliação
Os exames são realizados no final da cadeira e os trabalhos marcados
em cada sessão têm peso de uma avaliação, o que adicionado os dois
pode-se determinar a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 3 (três) trabalhos; 2 (dois)
testes e 1 (exame).
Estudos práticos II 9

Unidade nº 1
Conceito
Estudos Práticos II é a parte da ciência do Desporto que estuda as
várias situações desde organização até ao evento final, ela esta
relacionada com varias áreas do desporto, a qual pretendemos estudar.

O desporto é a parte que enquadra diversas culturas pois isso leva a


um elevado índice de aculturação.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer a Estudos Práticos II;

 Conhecer os principais conceitos dos Estudos


Práticos II.
Objectivos
 Saber as diversas áreas de actuação da Estudos
Práticos II.

Conceito da Estudos Práticos II

Estudos Práticos II é definida como conjuntos de diversas modalidades


Desportiva que visam compreender a sua acção e actuação com
relações as pessoas que intervém na sociedade aonde estão inseridas
sem deixar de lado a comunidade e respeitando as raças e etnias.

Estudos Práticos II, visa compreender as diversas modalidades


desporto e a sua funcionalidade a nível contemporâneo. Assim sendo,
Estudos Práticos II, possibilita a promoção e avaliação do
desenvolvimento de crianças e jovens; e apresenta característica que
compreende a competição que ocorre nesse grupo de modalidades
desportivas envolve, na maioria das vezes, apenas um indivíduo contra
outros, ainda que cada um represente uma entidade - um clube, uma
Estudos práticos II 10

federação, uma nação - e a mesma entidade se faça representar por


mais de um competidor. Ambas as modalidades gozam de grande
exposição na mídia e atraem.

Competência define-se como sendo a “capacidade de agir,


eficazmente, em um determinado tipo de situação, baseada em saberes,
mas sem demarcar.”. Possibilitam a uso, inclusão e/ou mobilização de
conhecimentos, em situações que alteram constantemente, num mundo
dinâmico e cheio de particularidades, características e complexidades.

Subponto de vista de ensino/treinamento, as competências possibilitam


orientar o ensino das modalidades desportivas ajudando segundo o
esquema a baixo:

Saber executar habilidades na Conhecer e apreciar


prática desportiva, de acordo manifestações desportivas e
com suas características pessoais explorá-las com criatividade.
e interesses.

Estabelecer relações positivas


consigo, com os outros e com
o meio ambiente por meio da
prática desportiva

Ambas as competências descritas na figura a cima possibilitam


conjunto de habilidade a prática desportiva.
Estudos práticos II 11

O jogo e o desporto sempre estão presentes como conhecimentos de


ensino na educação física, contribuindo na reflexão, respeito e
compreensão desses fenômenos como patrimônio cultural, justificando
sua presença no currículo e nas aulas de Educação Física escolar. Os
mesmos jogos podem ser caracterizadas por jogos de evasão da vida
real e, é ao mesmo tempo é produtor de cultura, uma vez que permite a
sociedade exprime sua interpretação da vida e do mundo.

Na história dos jogos desportivos, existe como resultado das


manifestações, todavia, a termo jogo abriga uma amplitude de alcances
tornando difícil a tarefa de defini-lo.

A simulação lúdica da realidade, que se manifesta, se concretiza


quando as pessoas fazem desporto, quando lutam, quando fazem
ginástica, ou quando as crianças brincam é chamado de jogo.

O desporto, neste primórdio de século, é um dos fenômenos sociais


mais presentes na vida do ser humano; nem mesmo os mais optimistas
desportistas imaginavam tamanha ascensão do desporto no mundo. E
actualmente o desporto é caracterizado por especialização precoce.

Com isso, o desporto tornou-se objeto de estudo nas mais variadas


áreas do conhecimento, com objetivo de estudar as suas possibilidades
em várias pesquisas. E o rendimento desportivo tem metas fixas para o
rendimento máximo, recebendo cargas de treinamento no limite de
suas possibilidades, aspirando ser o melhor do mundo; a saúde pesa
como a espada de Dâmocles devido ao trabalho intenso do treinamento
(DE La Rosa, 2004).

Esta abordagem de ensino dos desportos tem sido considera as


semelhanças entre as várias modalidades, definindo seis princípios
operacionais comuns, divididos em dois grandes grupos, um para o
ataque e outro para a defesa. Segundo Bayer, classifica os princípios
em:

(1) O Princípio da Individualidade Biológica: É o fenómeno


que explica a variabilidade entre elementos da mesma espécie, o
Estudos práticos II 12

que faz que com que não existam pessoas iguais entre si.”
(TUBINO, 1984, p. 100). Cada ser humano possui uma estrutura
e formação física e psíquica própria, neste sentido, o treinamento
individual tem melhores resultados, pois obedeceria as
características e necessidades do indivíduo.

(2) O Princípio da Adaptação: Adaptações biológicas


apresentam-se como mudanças funcionais e estruturais em quase
todos os sistemas. Sob “adaptações biológicas no desporto”,
entendem-se as alterações dos órgãos e sistemas funcionais, que
aparecem em decorrência das atividades psicofísicas e
desportivas (WEINECK, 1991).

(3) O Princípio da Sobrecarga: Este princípio visa


imediatamente após a aplicação de uma carga de trabalho, há
uma recuperação do organismo, visando restabelecer a
hemóstase” (DANTAS, 1995).

(4) O Princípio da Continuidade: Este princípio está intimamente


ligado ao da adaptação, pois a continuidade ao longo do tempo é
primordial para o organismo, progressivamente, se adaptar. A
condição atlética só pode ser conseguida após alguns anos
seguidos de treinamento e, existe uma influência bastante
significativa das preparações anteriores em qualquer esquema de
treinamento em andamento.

(5) O Princípio da Interdependência Volume-Intensidade:


Está intimamente ligado ao da sobrecarga, pois o aumento das
cargas de trabalho é um dos factores que melhora a performance.
Este aumento ocorrerá por conta do volume e devido à
intensidade.
Pode-se afirmar que os êxitos de atletas de alto rendimento,
independente da especialização desportiva, estão referenciados a
uma grande quantidade (volume) e uma alta qualificação
(intensidade) no trabalho, sendo que, estas duas variáveis
(volume e intensidade) deverão sempre estar adequadas as fases
de treinamento, seguindo uma orientação de interdependência
entre si.

(6) Princípio da Especificidade: A partir do conceito de


treinamento total, quando todo o trabalho de preparação passou a
Estudos práticos II 13

ser feito de forma sistémica, integrada e voltada para objectivos


claramente enunciados, a orientação do treinamento por meio de
métodos de trabalho veio, paulatinamente, perdendo a razão de
ser.

(7) O Princípio da Variabilidade (Generalidade):


fundamenta-se na ideia do treinamento total, ou seja, no
desenvolvimento global, o mais completo possível, do indivíduo.
Para isso deve-se utilizar das mais variadas formas de
treinamento.

Sumário
A Educação por meio do desporto se dá segundo os Pilares da
Educação preconizados e apoiados como forma de buscar a formação
e a inserção socioeducativa de crianças e adolescentes. Pois uma
modalidade desportiva é composta por um conjunto de acções motoras
direcionadas a um determinado objetivo. No que se refere às
modalidades desportivas individuais temos como as mais tradicionais,
em nosso país, o atletismo, natação e ginástica.

Exercícios 1
1. Que entende por Atletismo, Natação e Ginástica?
2. Uma das diferenças entre as modalidades desportivas
individuais e coletivas esta nos princípios gerais das
modalidades. Fundamenta?

Unidade nº 2
Fundamento da Atletismo
A Unidade introduz os princípios fundamentais das diferentes
disciplinas de Atletismo. São lecionados de uma forma integrada os
Estudos práticos II 14

aspetos científicos, pedagógicos e metodológicos das disciplinas de


saltos, corridas e lançamentos. Estes conteúdos, importantes na
formação de um futuro profissional de desporto, são fundamentais na
actividade profissional independentemente da modalidade desportiva
em questão.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Dotar os estudantes das vivências específicas ao nível das corridas de


velocidade, estafetas e lançamentos;
 - Apresentar os regulamentos das disciplinas de velocidade, estafetas
e lançamentos;
Objectivos  - Adquirir competências básicas para o ensino dos aspetos básicos do
Atletismo, ao nível das corridas de velocidade, estafetas e
lançamentos.

O atletismo é caracterizada como uma das mais antigas formas


desportivas. Fez parte dos primeiros Jogos Olímpicos, criados
pelos gregos, em 776 a.C.

Basicamente o atletismo consiste, em um conjunto de práticas


desportivas e classificadas em três disciplinas: corridas, saltos e
lançamentos. Cada uma das três possui certas subdivisões.

Como uma das características o atletismo é praticado por homens e


mulheres. As suas modalidades é praticada em quadras fechadas, com
excepção, das maratonas, que é pratica em meios urbanos públicos. Os
objectos utilizados variam de acordo com a modalidade em questão. A
entidade responsável pela manutenção das regras e pelos eventos de
âmbito internacional é a Associação Internacional de Federações de
Atletismo.
Estudos práticos II 15

O atletismo apresenta qualidades fundamentais no desenvolvimento da


criança. Suas possibilidades pedagógicas na escola são de uma
intensidade indescritível.

Porém, para que seja interessante e desperte o interesse infantil deve


ser desenvolvido sob forma de jogo, pois segundo, estas actividades
são possibilidades concretas da criança experimentar e vivenciar o
domínio do corpo em movimento, interpretando suas sensações
propriocetivas e tátil-cinestésicas.

Nas Actividades lúdicas, a criança adquire liberdade de acção e de


expressão, especialmente pela edificação de movimentos imaginativos
e criativos. E nesse processo de relação com o mundo via brincadeira,
ela vai ampliando sua consciência a respeito de si mesma e do mundo.
É um contínuo processo dialéctico de inter pessoalidade e intra
pessoalidade.

O atletismo como fenómeno sociocultural é consumido em todos os


seus sentidos, não somente como elemento de rendimento desportivo,
mas de igual de forma tem tido diferentes manifestações da nossa
cultura corporal de movimento.

Igualmente, o desporto passa a ser objecto de estudo da sociologia,


não somente na forma do rendimento desportivo, mas similarmente
como objecto de manifestações corporais, pois ele passa a ser
praticado e consumido por diferentes grupos sociais.
Estudos práticos II 16

Sumário

O atletismo apresenta qualidades fundamentais no desenvolvimento da


criança. Suas possibilidades pedagógicas na escola são de uma
intensidade indescritível.

Porém, para que seja interessante e desperte o interesse infantil deve


ser desenvolvido sob forma de jogo, pois segundo, estas actividades
são possibilidades concretas da criança experimentar e vivenciar o
domínio do corpo em movimento, interpretando suas sensações
propriocetivas e tátil-cinestésicas.

Exercício 2

1. Sobre o Desporto como fenómeno social: ilustra algumas


actividades desportivas que as conhecei.

2. De entre vários autores que definem o Desporto qual te


identifica, Porque?

3. O que entendes por social?

4. A onde podemos praticar o Desporto e cultura?

5. Faça uma ligação entre a Sociocultural e o Desporto?

6. Explique-nos que relações existem entre Sociologia, Desporto


e cultura e como ela se manifesta?
Estudos práticos II 17

Unidade nº 3

Aprendizagem do atletismo

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Há anos que caminhar, correr, saltar e lançar é considerado
movimentos naturais. Desde seu nascimento as crianças realizam esses
movimentos, e na escola, com as aulas de Educação Física, tem a
oportunidade de melhorá-las ainda mais. Afirma-se:
 que o atletismo escolar, dependendo de como é a metodologia
utilizada para sua aplicação ele pode vim a ser um grande
responsável por promover o desenvolvimento de capacidades
motoras, da saúde, e da personalidade da criança e para seu
desenvolvimento fisiológico. (HILDEBRANDT, 2003).
 Betti refere uma declaração conveniente em relação ao
desporto: “O desporto é aquilo que se fizer dele”. (BETTI,
1991). Complementando “... Educação Física Escolar será o
que se fizer dela, os profissionais da área são responsáveis
pelo sucesso e insucesso das aulas e da aquisição do
conhecimento dos alunos.” (OLIVEIRA, 2006, p. 9)
Ao executar o atletismo em instituições educacionais acaba se
resultando em promover um comprometimento aos alunos com os seus
aspectos formais e das exigências físicas e do movimento que o
sistema do atletismo exige. Neste caso, Se o rendimento for suficiente
em nível do sistema ou não, os sujeitos terão experiências de como ser
bem ou mal sucedidos. Assim como o bom aluno confirma a si próprio
sua capacidade de rendimento pelo certificado e pela classificação
êxitos, o mal se denomina e, é denominado pelos outros de fracassado.
(HILDEBRANDT, 2003,).
Hildebrandt faz com que se pense que este tipo de aprendizado não
pode ser defendido nas aulas de Educação Física, ou seja, o desporto
Estudos práticos II 18

não pode ser trabalhado/ensinado desta forma para os alunos. Por esta
razão, A escola deve seleccionar os conteúdos clássicos universais e
também trabalhar com o repertório cultural local partindo de
experiências vividas particulares necessários à formação do cidadão
autónomo, crítico e criativo, para que este possa participar, intervir e
comprometer-se com a construção de uma sociedade mais justa, plural
e democrática. (JEBER, 2005). Com isso pode se entender, a
importância de se transmitir conhecimentos particulares do atletismo
como: a complexidade social, histórica, política, e pelas suas
actividades/acção que possui. Assim, uma transformação didáctica-
pedagógica da modalidade esportiva atletismo, do ponto de vista
prático, apresenta algumas dificuldades. “Inicialmente, não se pode ter
a ideia de que isso significa a redução de um modo “correto” da
prática do atletismo para uma alternativa em forma de simples
brincadeiras”. Trata-se, isto sim, em primeiro lugar de uma mudança
de concepção, tanto do ensino quanto do desporp. (KUNZ; SOUZA,
2003). Para Kunz (1991), os objectivos da Educação Física escolar são
definidos em três planos: o biológico, o sinestésico e o integrador.
Esses três planos gerais devem ser compreendidos da seguinte
maneira: a função biológica deve atender a formação das qualidades
físicas básicas, como força, velocidade, resistência e flexibilidade; a
função sinestésica ocupa-se da formação das destrezas motoras para as
diferentes modalidades esportivas e a função integradora deve
desenvolver a competência social através do desporto.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Saber definir o Desporto;


Objectivos
 Conhecer as linhas dos atletismos;

 Conhecer a ligação do atletismo e outras modalidades.


Estudos práticos II 19

A iniciação ao atletismo - visto como um conjunto de habilidades


específicas - constitui a primeira fase do processo ensino-
aprendizagem desta modalidade, utilizando-se das formas básicas de
correr, saltar, lançar e arremessar.

Na actual cultura esportiva que normalmente coloca a competição e


a vitória, ou seja, o produto, como o que se tem de mais importante,
não é possível negar a relação do desporto atletismo com o
rendimento, implícita na prática do atletismo convencional. Porém, é
impossível negar os processos intermediários e, tratando-se de
contexto escolar, deve-se trabalhá-lo em seu potencial e sua
adaptabilidade à interpretação recreativa e lúdica, tão ou até mais
ampla que a tradicional, reconhecendo o fato de que a maioria dos
escolares não atinge o nível de atleta.

Para Costa (1992) o atletismo a ser utilizado na escola deve ser


considerado como o "pré-atletismo", onde, numa primeira fase, faz-se
através dos gestos motores básicos correr, saltar, lançar e arremessar; e
numa segunda fase, mantêm-se os da primeira, avançando-se para as
tarefas que exigem uma maior codificação dos gestos motores básicos,
aproximando progressivamente a criança do Atletismo.

Correr, saltar, lançar e arremessar são as habilidades físicas de base,


estão presentes em quase todas as modalidades esportivas. Como
acções motoras naturais, significam uma função da natureza humana.
Por isso, em si, os movimentos atléticos não são desinteressantes. O
que pode torná-los assim é a sua interpretação e sistematização
didáctica vinculadas somente ao atletismo institucionalizado.

Assim, propõe-se o processo de ensino-aprendizagem do atletismo


vinculado à aspectos lúdicos, onde o brincar permita o
desenvolvimento das capacidades motoras básicas, possibilitando a
aprendizagem do atletismo e a vivencia de diferentes situações
permitidas pelo brincar, favorecendo desenvolvimento integral da
criança (escolar).
Estudos práticos II 20

De acordo com Moyles (2002), brincando a criança desenvolve


confiança em si mesma e em suas capacidades, levando-a a
desenvolver percepções sobre as outras pessoas e a compreender as
exigências bidireccionais de expectativa e tolerância. O ato de brincar
proporciona as crianças a oportunidade de explorar conceitos como
liberdade existentes implicitamente em muitas situações lúdicas
favorecendo o desenvolvimento de sua independência. O brincar
oferece situações em que as habilidades podem ser praticadas, tanto as
físicas quanto as mentais, e repetidas tantas vezes quanto for
necessário para obter confiança e domínio, além de permitir a
exploração de seus potenciais e limitações.

Destaca-se ainda que a utilização do lúdico no processo de ensino-


aprendizagem do atletismo ganha dimensão em importância no
contexto escolar por possibilitar a participação de todos, independente
do seu actual desenvolvimento motor e também por se caracterizar
como sendo uma actividade prazerosa, que possibilita alegria e prazer
na sua realização.

Ainda que restrito, não há como negar o conhecimento que as


crianças, de alguma forma, detêm sobre o atletismo. Assim, para o
início de um bom trabalho, sugere-se que o professor faça um
levantamento daquilo que já é conhecido pelas crianças. A sugestão é
que se trabalhe em equipas, pois, embora o atletismo seja um desporto
individual, nem por isso não deva ser trabalhado em grupo. Muito pelo
contrário! A integração do grupo, sobretudo quando este for formado
por crianças, deverá predominar na realização das actividades. Quem
sabe, sabe! Formar duas equipas, com números iguais de integrantes.
O professor mostrará uma imagem (fotografia) relacionada ao
atletismo e a equipa terá 30 segundos para responder (falar ou
escrever) a pergunta formulada. Por exemplo: Quem é o atleta da foto?
O que ele está fazendo? Qual é a prova? A equipe que acertar, marcará
um ponto.
Estudos práticos II 21

Feito um primeiro levantamento acerca do que as crianças conhecem


sobre o atletismo, o próximo passo será levá-las até a pista. Lá, o
professor, além de procurar observar o que elas já conhecem, poderá,
num primeiro momento, organizar uma actividade que as familiarize
com o espaço em que irão trabalhar. Uma actividade bem aceita pelas
crianças e que tem óptimos resultados é “A caça ao tesouro” que
poderá ser desenvolvida dentro do espaço físico da pista de atletismo.
Caça ao tesouro: Formar duas equipes, com números iguais de
integrantes. Haverá 8 pistas (charadas) para que as crianças possam
achar o “tesouro”. A primeira pista será entregue pelo professor,
enquanto as outras deverão ser descobertas. A última pista levará
directamente ao tesouro que, de preferência, deverá ser algo
relacionado ao atletismo, por exemplo: uma fotografia de um atleta;
uma tabela dos recordes mundiais ou olímpicos etc. No percurso,
todos os integrantes da equipe deverão correr de mãos dadas, em busca
da próxima pista e, consequentemente, do tesouro.
Exemplo de pistas, cujo grau de dificuldade será variável, de acordo
com o grupo:

1. Estou no salto em. (altura)

2. Daqui, até o final da recta, os atletas correm 100 metros rasos.


(saída dos 100 metros). 3. Não uso pregos, mas, aqui se utiliza o
martelo. (Sector do lançamento do martelo)

CONHECENDO A MARCHA ATLÉTICA

Velha esquecida dos profissionais da Educação Física, a marcha


atlética corresponde a uma das provas do atletismo que provoca
grande entusiasmo nas crianças em todas as idades. Ainda que
oficialmente seja uma prova de fundo, com distâncias - para efeito de
recorde mundial - de 5, 10 e 20 km (feminino) e 20, 30 e 50 km e 2
horas (masculino) disputadas algumas vezes em pista outras em rua,
Estudos práticos II 22

sugere-se que, na aprendizagem, se inicie com actividades curtas e que


explorem o andar rápido até que se atinja os movimentos específicos
da marcha atlética. Ou seja, cabe lembrar que a marcha atlética nada
mais é do que uma progressão de passos, executados de forma que o
marchador deverá manter um contacto contínuo com o solo, não
havendo, portanto, “fase aérea”. Além disso, a perna que avança deve
estar estendida desde o primeiro contacto com o solo até a posição
erecta vertical, caso contrário o atleta será submetido à advertências
dos árbitros, sujeito, portanto, à desclassificação. Ainda que os livros
de atletismo dêem pouca atenção à aprendizagem da marcha atlética,
não é difícil elaborar exercícios voltados ao seu ensino, mesmo porque
se pode partir de actividades que envolvam o andar, o andar mais
rápido, até a inserção de especificidades mais técnicas que levem ao
desenvolvimento do marchar. Além disso, é importante que a criança
identifique, na realização do movimento, a diferença entre andar,
marchar e correr (lentamente e em velocidade), observando os
diferentes tipos de apoios e ritmos provenientes de cada situação.
Marcha ou Atlética Em duplas, mantendo uma distância lateral de 2
metros, as crianças andarão pelo espaço da quadra ou pista, sendo que
uma será a “marcha” e a outra será a “atlética”. Quando o professor
mencionar um dos dois termos, os alunos realizarão uma perseguição
utilizando a marcha atlética. Ou seja, se ele falar “marcha”, a criança
assim intitulada deverá marchar o mais rápido possível enquanto a
criança “atlética” marchará para tentar pegá-la.

CONHECENDO AS CORRIDAS

São vários os tipos de corridas dentro do atletismo. Ainda que numa


fase inicial de conhecimento desta modalidade esportiva não se deva
introduzir as provas propriamente ditas em sua forma final, isto é,
Estudos práticos II 23

fazer com que a criança corra, por exemplo, uma prova inteira de 400
metros sob barreiras, é interessante que elas conheçam as diferentes
possibilidades de realização da corrida, as quais, na maior parte das
vezes e de acordo com a distância a ser percorrida, são realizadas
numa pista cuja volta mede (na parte interna) 400 metros e,
normalmente, tem 8 raias com 1m22 de largura cada uma, numeradas
de 1 a 8 a partir da borda interna. Logo, não é demais ressaltar que até
e inclusive os 400 metros é obrigatório que o atleta corra a prova toda
dentro da sua raia e que a chegada será sempre a mesma para todas as
provas independentemente da distância (por ex: 100 metros rasos,
5000 metros rasos, 400 metros com barreiras etc). Portanto, o que
muda é a saída de cada uma das provas, pois, a chegada é geral.

CORRIDAS RASAS DE VELOCIDADE

Normalmente realizados em distâncias curtas, intercalados por


intervalos que garantam a recuperação das crianças em qualquer idade,
os jogos de pegador ou pega-pega correspondem a uma óptima opção
para o desenvolvimento das corridas rasas de velocidade. O professor,
entretanto, deverá estar atento para que haja uma alternância entre os
pegadores, Observando como todos acompanham o ritmo da
actividade, além de utilizar estratégias que evitem a exclusão.

Para além disso, é interessante que o professor realce algumas regras


dessas provas (100, 200 e 400 metros), enfatizando, por exemplo, que
a saída, em provas até e inclusive 400 metros, deve ser baixa, com uso
de bloco de saída; que a chegada é sempre a mesma para toda e
qualquer prova, mudando apenas o local da saída; que em provas até
os 400 metros, é obrigatório correr dentro da raia marcada; que cada
participante poderá realizar apenas uma saída falsa etc. Ainda que uma
preocupação técnica, pautada em ângulos e posições específicas
faça parte de um processo de aprendizagem que deverá ter início de
forma recreativa, é interessante destacarmos algumas indicações
capazes de orientar o ensino da saída baixa. Por
exemplo, dependendo do posicionamento do bloco de saída (em
Estudos práticos II 24

relação à linha de largada), a saída será curta, média ou longa.


Usualmente, ao sinal de “às suas marcas”, a orientação para
iniciantes é que o pé da frente esteja há uma distância de dois pés (do
aluno) em relação à linha de largada, enquanto o pé de trás deverá
estar há uma distância de cerca de três pés (do aluno). Se são inúmeras
as possibilidades de actividades neste campo, sugeriremos com base
em diferentes autores de livros de atletismo e na experiência de ensino
desta modalidade, algumas de fácil realização, sobretudo no campo
escolar.

CORRIDAS RASAS DE RESISTÊNCIA


Talvez, o que seja mais difícil para uma criança na realização das
corridas mais longas, seja a imposição do ritmo adequado. Basta
solicitar a um grupo de crianças que realize, por exemplo, duas voltas
na pista de atletismo, para verificarmos que, logo na saída, todas
correrão em alta velocidade, logo se desgastando e encontrando
dificuldades para cumprir uma tarefa que não deveria ser das mais
difíceis. Mais do que desenvolver a resistência aeróbia das crianças, o
trabalho com corridas de maior duração certamente as auxiliará a
dosarem o ritmo a ser empregado no desenvolvimento da corrida. Uma
actividade muito simples e que apresenta óptimos resultados é a
“corrida contra o relógio”. O professor deverá definir um espaço a ser
cumprido por meio da corrida e um tempo, sendo que as crianças
deverão realizar sua tentativa sem quaisquer interferências do
professor. Por exemplo: percorrer 300 metros em 3 minutos. Após a
execução da tarefa, o professor deverá discutir com a criança qual foi
o tempo solicitado, qual foi
Estudos práticos II 25

o tempo de sua execução e a forma empregada para o


desenvolvimento do percurso. Ou seja, se
correu muito rápido; se correu muito devagar; se deveria ter acelerado
mais etc. Depois das primeiras orientações, a criança deverá realizar
novamente a tentativa e verificar se houve uma
melhora em termos da adequação ao ritmo solicitado. O professor,
então, poderá trabalhar com as
variáveis, alterando o espaço a ser percorrido ou o tempo, de forma
que a criança possa adequar o movimento de seu corpo ao tempo
solicitado. Com base nisso, a criança terá condições de
avaliar melhor o ritmo que deverá empregar quando lhe for solicitado
o desenvolvimento de um percurso mais longo, como as provas de
meio fundo: 800, 1.000 e 1.500 metros rasos, quando a saída é alta.
Além dessas provas, a criança poderá conhecer as provas de fundo,
tais como 3.000m, 5.000m, 10.000 metros rasos, meia maratona e
maratona (42.195km), observando o ritmo utilizado por diferentes
atletas. Para além da actividade mencionada acima, sugeriremos outras
capazes de inspirar os professores no desenvolvimento deste tipo de
corrida.

Entre curvas e rectas


Alunos correndo pela quadra, ao sinal do professor, deverão correr
apenas nas curvas ou rectas,
definidas pelas linhas da quadra. O ritmo poderá ser definido pelo
professor, com palmas ou por
um tambor, podendo ser mais lento ou mais rápido dependendo o
objectivo da aula.

CORRIDAS COM BARREIRAS E COM OBSTÁCULOS


Ainda que tenham uma especificidade técnica que deverá ser
aprimorada sem muita
presa, as corridas com barreiras constituem-se em verdadeiros desafios
para as crianças. O ideal é que se comece com actividades utilizando-
se cordas elásticas para transposição, aumente-se a
altura aos poucos e insira-se um maior número de cordas a cada
actividade, adequando-se os espaços entre as barreiras. Somente
Estudos práticos II 26

quando as crianças estiverem familiarizadas com todos


esses aspectos é que se deve introduzir a barreira propriamente dita,
definindo-se uma altura possível para a sua transposição e situando-as
dentro das regras oficiais. Ou seja, como uma
prova de velocidade, as corridas com barreiras obedecem as regras
antes mencionadas e são acrescidas das seguintes: serão dez barreiras a
serem transpostas independentemente do
percurso da prova (o que muda é a distância entre elas e a altura das
barreiras, de acordo com a prova: nas masculinas, a altura da barreira
será: 1m067 nos 110m e 0,914m nos 400m; nas
femininas, a altura será de 0,84m nos 100m e 0,762m nos 400m); caso
o participante derrube a barreira de propósito, ele será desclassificado.
Ainda que com objectivos e especificidades técnicas bastante
diferenciadas em relação às provas da barreira, as corridas com
obstáculos, pouco conhecidas no Brasil, são muito interessantes e
propiciam uma aproximação com o ensino das corridas de longa
distância e com a
própria corrida com barreiras. A sugestão é que as crianças possam
ultrapassar obstáculos maiores do que as barreiras, nos quais poderão
apoiar os pés caso desejarem. Sugere-se,
inicialmente, que diferentes obstáculos sejam ultrapassados, tais como:
pneus, banco suecos, pequenos caixotes etc. A partir disso, as crianças
poderão entrar em contacto com as principais
regras, cientes, portanto, de que numa prova de 3000 metros com
obstáculos, cada volta terá 5 obstáculos sendo 4 deles similares à
barreira, com uma altura de 0,914m em provas masculinas
e 0,762m em provas femininas e pelo menos 3m96 de largura em
ambas, com bases de 1m20 a 1m40 de comprimento. Haverá, também,
um fosso com água que será o quarto na ordem de cada
uma das voltas completas, tendo 3m66 de comprimento para homens e
3m06 para mulheres e largura de 3m66 para ambos, incluindo o
obstáculo.

Estafeta dos obstáculos


Alunos dispostos em duas equipes, divididas em duas colunas de
frente para o circuito formado
Estudos práticos II 27

por dois cones nos quais estão amarradas cordas numa altura que
propicie a transposição (similar a três barreiras); quatro arcos
colocados no chão em forma de zigue-zague e um caixote de
madeira (ou tampa do plinto). Ao sinal, o primeiro aluno de cada
equipe iniciará a corrida a partir da posição de saída baixa em direção
aos obstáculos, retornando à sua equipe por meio de uma
corrida de velocidade rasa, tocando o ombro do próximo componente.
Vencerá a equipe que concluir todo o circuito primeiro.

CORRIDAS DE REVEZAMENTO
Uma das poucas possibilidades de trabalho em grupo no campo do
atletismo, as provas de revezamento (4x100m, 4x200m 4x400m,
4x800m, 4x1.500m) são, além de emocionantes, muito prazerosas
quando realizadas. Vale aqui as mesmas observações feitas para as
corridas rasas, já que o revezamento também o é, sendo
recomendadas, como adequadas na aprendizagem de crianças, o
trabalho com estafetas que podem reunir um número oficial de
integrantes (4) ou um número maior de crianças, propiciando a
integração do grupo. Ressaltando algumas regras básicas das corridas
de revezamentos diríamos que, independentemente da prova, a “zona
de passagem do bastão” mede 20 metros, sendo que, obrigatoriamente,
a
passagem deverá ocorrer neste espaço. Caso o bastão caia no chão
durante o percurso, ele deverá ser apanhado pelo corredor que o
deixou cair. Além disso, vale observar que oficialmente o bastão deve
ser um tubo liso, oco, circular, de madeira ou material rígido com, no
máximo,
0,30m e, no mínimo, 0,28m de comprimento, numa peça única de, no
mínimo, 50g.

Revezamento gigante
Estudos práticos II 28

Equipes formadas por 10 alunos cada, mantendo uma distância de 40


metros entre eles, em volta da pista. Ao sinal, o primeiro aluno dará
início à corrida de revezamento, passando o bastão que deverá, na
sequência, chegar ao último da equipe que cruzará a linha de chegada

CONHECENDO OS SALTOS
Quer sejam em projecção horizontal, quer em projecção vertical, os
saltos correspondem a uma das actividades preferidas das crianças no
campo do atletismo, independentemente da idade. Contudo, todo
cuidado é pouco na hora de sua execução, sobretudo tendo em vista
que devem ser realizados com um dos pés, o que acaba
sobrecarregando a musculatura quando executados repetidas vezes.
Para além disso, sugere-se que o terreno utilizado para a realização dos
saltos seja, no maior tempo da actividade, macio (grama, areia), de
forma que o impacto tenha menores consequências, já que é muito
comum o não amortecimento nas primeiras etapas da aprendizagem.
Tendo em vista um conhecimento prévio acerca das
corridas, sugere-se que, na sequência, sejam ensinados os saltos em
projecção horizontal
(distância e triplo) e, posteriormente, os saltos em projecção vertical
(altura e vara), sobre os quais
faremos algumas sugestões.

SALTO EM DISTÂNCIA
Observada a existência de um terreno macio ou uma caixa de areia
propícia para o desenvolvimento dos saltos, as crianças podem entrar
em contacto com o salto em distância por
meio de actividades que se iniciem próximas à caixa de areia, sem
quaisquer preocupações técnicas específicas ou regras que restrinjam o
seu movimento. Feito isso, é possível, aos poucos, introduzir as regras
básicas desta prova para que
a criança a conheça melhor. Ou seja, a criança deve saber que, antes
do salto, deverá ser realizada uma corrida de aproximação em um
Estudos práticos II 29

corredor com 45m de comprimento e 1m22 de


largura. Todos os competidores terão direito a três saltos e após o
terceiro, os 8 melhores terão direito a mais três, de modo que vencerá
aquele que fizer o melhor resultado em toda a prova. A
medida do salto sempre será feita a partir da borda da tábua de
impulsão enterrada no piso do corredor, mais especificamente, a partir
da “linha de impulsão” (medição) até a marca mais
próxima desta, feita pelo atleta na areia no momento da queda, não
importando o local exacto da impulsão com um dos pés, no momento
do salto. Contudo, caso o participante realize a impulsão para além
dessa tábua, o salto será invalidado.
Ainda que não possa desenvolver nenhuma forma de salto mortal, o
participante pode se valer de diferentes estilos técnicos para atingir seu
objectivo. Usualmente, inicia-se pela
aprendizagem do salto grupado e do arco, para que depois haja
possibilidades de se ensinar o estilo passada no ar ou “hitch-kick”
utilizado pela grande maioria dos atletas de alto nível. Portanto,
durante a aprendizagem, sugerimos atenção para o desenvolvimento
de actividades pautadas nas seguintes orientações: desenvolvimento de
actividades de saltar iniciadas livremente pelas crianças, sem restrição
quanto à forma do impulso (em um ou dois pés); movimentos dos
braços
ou regras próprias da prova; desenvolvimento de actividades de saltar
com um dos pés em distância, próximo à caixa de areia;
desenvolvimento de actividades de saltar com um dos pés em
distância, com pequena corrida de aproximação, apenas para ampliar o
impulso; aumentar a distância da corrida aos poucos, ao mesmo tempo
em que se fixa um local determinado (a
princípio uma linha traçada no chão e depois, a tábua de impulsão no
corredor dos saltos) para a
realização do impulso em um dos pés; colocação de várias cordas na
caixa de areia, como uma
forma de incentivo e de visualização, por parte da criança, do local da
queda.

Saltando com a bexiga


Estudos práticos II 30

Alunos correndo pelo espaço, com uma bexiga nas mãos. Ao sinal,
deverão executar o movimento do salto grupado, saltando sobre uma
corda estendida, fazendo com que a bexiga
toque a ponta dos pés.

SALTO TRIPLO
Negligenciado, muitas vezes, no âmbito da aprendizagem do
atletismo, o salto triplo corresponde a uma catividade ímpar para o
desenvolvimento da coordenação. Além disso, fica
mais fácil ensiná-lo quando as crianças já detêm um conhecimento das
regras e dos movimentos
básicos utilizados no salto em distância. Contudo, deve-se observar
que, nas provas adultas oficiais, a tábua de impulsão deve estar a pelo
menos 13 metros da caixa de areia nas provas
masculinas e a 11 metros nas provas femininas e que, no momento do
salto, o aluno deve realizar
os dois primeiros saltos com o mesmo pé e o terceiro com o pé
contrário para depois cair na caixa
de areia. Ou seja, a sequência deverá ser com a perna: direita, direita,
esquerda e queda ou esquerda, esquerda, direita e queda. Cabe
ressaltar que mesmo que não seja efetuado em sua
forma final, o que demandaria por parte do praticante uma
determinada estrutura corporal inexistente em crianças menores, o
salto triplo deve ser uma actividade, mesmo que adaptada,
presente em um programa de ensino do atletismo. Basta observarmos
algumas brincadeiras infantis para verificarmos as facilidades de se
ensinar o salto triplo para as crianças, a partir das quais faremos
algumas sugestões.
Salto triplo em revezamento
Alunos dispostos em colunas, formando duas equipes, de frente para
um cone colocado a 5 metros de distância. Com um bastão em uma
Estudos práticos II 31

das mãos, o aluno deverá, ao sinal, realizar o


movimento do salto triplo em direcção ao cone e voltar até o final da
coluna, entregando o bastão para o último da equipe. Quando o bastão
chegar no primeiro da coluna, este reiniciará o
exercício.

SALTO EM ALTURA
A ideia de superação de obstáculos é algo que motiva muito as
crianças em qualquer idade. Há, entretanto, que se ter certos cuidados
• já mencionados no início desta aprendizagem, sobretudo no que se
refere ao material e técnicas utilizados. Não há dúvidas de que o estilo
tesoura é o mais simples e utilizado no ensino do salto em altura com
crianças de menor idade. Contudo, estilos como o rolo ventral e o
Fosboryflop poderão ser vivenciados pelas crianças desde que se tenha
material adequado para a absorção do impacto do movimento.
Usualmente, inicia-se o ensino desta prova pelo estilo tesoura
executado com a perna externa em relação ao sarrafo que será
transposto. Neste estilo utiliza-se uma corrida preparatória de cinco ou
sete passos, num ângulo de cerca de 40-45°, sendo que o impulso é
executado com a perna “de fora” que é “chutada” para o alto, ficando
quase estendida no momento da transposição. A perna de apoio, por
sua vez, segue a mesma trajectória, registando um movimento de
“tesoura”, antes da queda sobre a perna de balanço. Autores como
KIRSCH; KOCH & ORO (1984) ressaltam que é comum, em
iniciantes, a realização de alguns erros, tais como: uma corrida
preparatória em trajectória curva ou com velocidade irregular e a
execução do salto muito próxima ou muito afastada do sarrafo. Outro
estilo que pode ser utilizado na aprendizagem é o “rolo ventral”, o
Estudos práticos II 32

qual contrariamente ao “tesoura” é chamado de “salto interno”, já que


o salto é executado com a perna (de dentro) mais próxima do sarrafo,
após uma corrida preparatória similar
ao estilo anterior. O estilo Fosbory flop, por sua vez, é executado a
partir da impulsão da “perna externa”, ainda que a transposição ocorra
de costas para o colchão, após uma corrida preparatória
realizada em curva. Portanto, após o ensino da “tesoura”, sugere-se o
ensino do rolo ventral para que as crianças vivenciem uma forma
completamente diferente de transposição do sarrafo e, se
houver condições, o ensino do estilo Fosbory flop, cuja aprendizagem
será beneficiada pelo ensino do estilo “tesoura”. Mas, qualquer que
seja o estilo técnico é importante frisar que o obstáculo a ser
ultrapassado não deverá oferecer perigo na execução, sugerindo-se,
independentemente da idade, que se inicie o trabalho de salto em
altura com a corda elástica, habilitando a criança para a transposição
posterior do sarrafo. As observações já realizadas no salto em
distância, são também válidas aqui. No caso deste tipo de salto, a
altura deve ser vista como um obstáculo a ser superado, mas, para
tanto, não deverá ser nem muito baixo, invalidando o desafio, nem
muito alto ou praticamente intransponível. Assim, sugere-se que se
parta de uma altura em que a criança consiga, sem grandes
dificuldades, executar o movimento solicitado, até aquela que lhe sirva
como um real estímulo para a transposição sem, contudo, oferecer-lhe
riscos. No início da aprendizagem, actividades bem simples poderão
ser desenvolvidas e alteradas a medida em que as crianças ofereçam
maiores possibilidades de execução dos movimentos e adequação às
regras oficiais segundo as quais cada participante terá direito a três
tentativas para ultrapassar o sarrafo impulsionando-se em um pé só,
sendo desclassificado se falhar em três tentativas seguidas.
Das várias possibilidades existentes para o ensino do salto em altura,
sugerimos algumas bastante simples e que poderão ser realizadas com
bastante facilidade.

Corda inclinada
Estudos práticos II 33

Em duas colunas, as crianças deverão correr em direcção à corda que


está parada e elevada a poucos centímetros do chão. Essa elevação
deverá ser progressiva, mantendo a corda em um
plano inclinado de forma que todas as crianças permaneçam saltando
durante a actividade.

CONHECENDO OS ARREMESSOS E LANÇAMENTOS


Dentre os lançamentos, a sugestão é que o professor inicie seu trabalho
com o lançamento da pelota. Isso não significa que os demais
lançamentos não devam ser ensinados.
Muito pelo contrário. Se o objectivo do trabalho é levar a criança ao
conhecimento do atletismo, todas as suas provas, ainda que sofrendo
algumas adaptações sobretudo em relação aos
materiais utilizados, deverão ser ensinadas.
Não é difícil observar que dos exercícios individuais aos jogos
colectivos, as crianças se envolvem muito com as actividades de
lançamentos sobretudo quando há um alvo a ser atingido, uma marca a
ser ultrapassada ou uma composição de regras a serem seguidas e isso
poderá estar presente em todas as provas de lançamentos, como
veremos a seguir.
LANÇAMENTO DA PELOTA E DO DARDO

Independentemente da faixa etária, as actividades de lançamento da


pelota, que podem ser realizadas com bolinhas de borracha ou de
meia, correspondem a um bom começo para aqueles que, mais tarde,
lançarão dardos, martelos e discos. Com base em actividades básicas
de lançamentos, as crianças poderão vivenciar diferentes
possibilidades de movimento, preparando-se para outros tipos que
Estudos práticos II 34

serão mais complexos. O intuito é que as crianças se entusiasmem


pelos lançamentos, os quais poderão ser apresentados por meio de
diferentes desafios.
Para tanto, sugerimos o desenvolvimento de actividades que observem
os seguintes cuidados: realização de lançamentos variados tanto com a
mão direita como com a mão esquerda, em diferentes posições,
objectivando o acerto do alvo; distanciamento do alvo, que poderá
sofrer várias alterações quanto à altura e direcções, sendo fixos ou
móveis.
A partir do ensino da pelota (200g), as crianças poderão ter um
contacto com o dardo, material que, por regra, é composto por cabeça,
corpo e empunhadura (de corda) obtendo um peso total 800g para os
homens e 600g para as mulheres e cujo comprimento deverá estar
entre 2m60 a 2m70 e 2m20 a 2m30, respectivamente. Após uma
corrida de aproximação num corredor de 4 metros de largura e cerca
de 36m50 de comprimento, o lançador efectuará o lançamento de
acordo com um estilo considerado ortodoxo, de modo que o dardo seja
lançado da altura do ombro e a cabeça seja a primeira a tocar o sector
delimitado, validando a tentativa. Não à toa, sugerimos que antes do
contacto com o dardo propriamente dito, utilize-se materiais
alternativos até chegar-se ao manuseio do próprio implemento. Ou
seja, que se parta do movimento aprendido no lançamento da pelota,
adequando-se ao novo material o qual, Inicialmente, poderá ser um
cabo de vassoura ou um dardo de bambu com um corpo mais curto;
que se inicie o movimento sem deslocamento e fora do sector de
lançamentos; que se introduza
uma corrida de aproximação curta conjugada com o lançamento do
dardo propriamente dito; que se amplie a distância e velocidade da
corrida de aproximação, levando a criança ao desenvolvimento da
actividade no próprio sector de lançamento; que se coloque cordas
delimitando o espaço definido por regra para a queda do dardo e
marcações horizontais delimitando algumas distâncias para que a
criança tenha noção do quanto está lançando em cada uma de suas
tentativas.

Contra a parede
Estudos práticos II 35

Alunos dispostos em duplas, distantes 4 metros de uma parede. Com a


posse de uma bolinha de borracha, o primeiro aluno realizará a
passada cruzada do lançamento do dardo lançando a
bolinha contra a parede, a qual deverá ser recuperada, ainda no ar, pelo
segundo que realizará o mesmo movimento e assim sucessivamente.

LANÇAMENTO DO DISCO
Ainda que receba pouca atenção por parte daqueles que trabalham com
crianças, o lançamento do disco é uma prova que poderá entusiasmá-
los muito. Obviamente, que dada a dificuldade de manuseio do
material, as crianças, ao menos inicialmente, deverão realizá-lo por
meio de materiais adaptados para a execução dos exercícios, enquanto
que a partir desta idade, o disco (com um menor peso) poderá ser
introduzido nas actividades, mesclando-se ao uso de outros materiais
como bolas de borracha, garrafinhas de plástico e pratos de papelão. A
sugestão, portanto, é que o professor não deixe de ensinar o
lançamento do disco, mas, que o faça pautando-se na utilização de
materiais alternativos sem, contudo, deixar de tomar os devidos
cuidados em relação à segurança das crianças, não permitindo,
inclusive, que haja qualquer uma delas próxima ao raio de execução
do lançamento, sobretudo se não houver a gaiola de protecção no
sector. Como se sabe, o lançamento do disco hoje é disputado por
homens e mulheres, a partir de um círculo de concreto, com 2m50 de
diâmetro, envolto por uma gaiola de protecção.
O disco, que pode ser de madeira ou metal, pesará 2,0kg para os
homens e 1,0kg para as mulheres, sendo que em uma competição, cada
participante terá direito a três lançamentos e os oito melhores mais
três, sendo vencedor aquele que lançá-lo a maior distância dentro do
sector de lançamento, cujo ângulo é de 34,92o. Vale lembrar que será
desclassificado o participante que tocar a borda superior do círculo ou
Estudos práticos II 36

o terreno fora dele, e deixar o sector de lançamento pela frente do


meio círculo.
Dos diferentes estilos técnicos que podem ser empregados no
lançamento do disco destacaríamos o lançamento simples, o
lançamento com troca de pés e o lançamento com giro.
Dada a especificidade do material, sugerimos, independentemente da
faixa etária, actividades que inicialmente:
envolvam o manuseio do disco, sem que haja a execução do
lançamento propriamente dito;
envolvam um pequeno lançamento,
sem deslocamento e sem que haja uma preocupação com a distância a
ser atingida; adaptem o material,
ampliando as possibilidades de movimentos e conhecimento de estilos
que envolvam desde o deslocamento dos pés até a técnica do giro,
dependendo das possibilidades apresentadas pela criança; tenham
cordas delimitando o sector de queda e marcações horizontais
delimitando algumas distâncias para que a criança tenha noção do
quanto está lançando em cada uma de suas tentativas. Ainda que em
termos de jogos pré-desportivos sejam poucas as actividade sugeridas
pela bibliografia da área, sugerimos algumas que poderão ser
utilizadas no desenvolvimento da aprendizagem.

Adaptação da dança das cadeiras


Alunos dispostos em volta de um círculo de arcos. Ao início da
música, correrão pelos arcos ocupando um deles quando o professor
desligá-la. Haverá um arco a menos em relação ao número de
participantes. Durante a próxima partida, aquele que não conseguiu
entrar dentro do arco, realizará o movimento do lançamento do disco
em um arco colocado ao lado do círculo, reintegrando-se ao círculo
principal na próxima partida
Estudos práticos II 37

LANÇAMENTO DO MARTELO
Composto por cabeça, cabo e empunhadura, com um peso oficial de
7,260kg para os homens e 4,0kg para as mulheres, lançado dentro de
um círculo de 2m135 de diâmetro, a partir
de uma posição estacionária, o martelo quase sempre é deixado de
lado quando o assunto é o ensino do atletismo. Entretanto, não há
razão para isso, afinal, este implemento também poderá
sofrer adaptações de maneira que a criança possa conhecê-lo mais a
fundo. Sugere-se, portanto, a construção de martelos utilizando-se
meias de seda ou elástico, para a confecção do cabo, anéis
de papelão (de fita crepe, por exemplo), para a confecção da
empunhadura e uma bolinha de meia para a confecção da cabeça do
martelo, colocando-se, se necessário, areia em seu interior, a fim de
não comprometer a dinâmica do lançamento.
Assim como as demais provas, esta também pode ser ensinada em
qualquer faixa etária, observando-se, obviamente, a complexidade
técnica a ser exigida e a adequação do material ao grupo de crianças.
Assim, sugerimos que para o ensino do lançamento do martelo, o
professor, atento ao que foi observado anteriormente, realize
actividades que inicialmente envolvam: o manuseio do martelo
(alternativo), sem que haja o lançamento, mas, apenas o movimento
dos molinetes; os giros, tentando conciliar o movimento dos molinetes
com um giro ou dois; um pequeno lançamento do martelo, sem
deslocamento dos pés ou preocupação com a distância a ser atingida;
preocupação com a queda do material dentro do espaço definido por
regra e nas marcações horizontais delimitadas no sector de
lançamentos para que a criança tenha noção do quanto está lançando
em cada uma de suas tentativas.

Batata quente adaptada ao martelo


Alunos dispostos em círculo, com uma distância de 10 metros entre
eles. Ao sinal de um dos alunos que estará fora do círculo, os demais
iniciam o lançamento de um martelo confeccionado com meia de
nylon e bolinha de jornal, de modo que o recebam de frente para o
aluno que o lançou e de costas para o próximo integrante do círculo.
Estudos práticos II 38

Quando o aluno que estiver fora disser:


“parou”, quem estiver com o martelo adaptado irá para o seu lugar

ARREMESSO DO PESO
Assim como os demais implementos, o peso pode sofrer adaptações
quanto ao material a ser utilizado na aprendizagem da prova
específica. Sugere-se, por exemplo, que os
materiais possam ser maiores do que os oficialmente utilizados, sendo,
portanto, comum o uso do medicinebol. Bolinhas de meia e de
borracha poderão ser utilizadas, ainda que seja oportuno que
o peso do material (no caso, muito leve) não comprometa a
aprendizagem. Assim como nas demais provas, sugere-se que o ensino
de técnicas mais aprimoradas ocorra de acordo com as possibilidades
demonstradas pelos alunos, de modo que o
professor deverá partir, inicialmente, de actividades que envolvam o
arremesso do peso parado, sem deslocamento até realizar a introdução
do deslocamento lateral (sem e com troca de pés), ou estilos como:
O’Brien e a técnica do giro, se for possível.
Independentemente do estilo técnico, o aluno deverá estar atento as
regras oficiais do arremesso do peso, de modo a garantir a validação
de suas tentativas. Ou seja, essa prova que é masculina e feminina é
disputada a partir de um círculo de concreto com 2m13 de diâmetro,
arremessando-se um peso de metal de 7,260kg para homens e 4,0kg
para mulheres. Assim como em outras provas de campo, cada
participante terá direito a três arremessos e os oito melhores mais três,
sendo vencedor aquele que arremessá-lo em maior distância dentro do
sector de arremessos. Serão anuladas as tentativas em que o
participante, durante o arremesso, tocar a borda superior do círculo ou
o terreno fora dele; arremessá-lo para fora do sector de arremessos
cujo ângulo é de 34,29° e deixar o sector de arremesso pela frente do
meio círculo.
Estudos práticos II 39

Cabe ainda ressaltar que é muito comum que a criança, na tentativa de


executar um arremesso, realize um lançamento, o que além de ser
errado em termos da técnica e das regras específicas que exigem que
ele seja arremessado a partir do ombro, com uma das mãos, estando
bem próximo ou tocando o pescoço ou o queixo, poderá comprometer
sua estrutura óssea e muscular.
Atento a este particular, sugerimos que o ensino do arremesso do peso
siga as seguintes orientações: arremessar o peso partindo-se de uma
posição estacionária, sem deslocamento; arremessar o peso, com
deslocamento lateral, inicialmente sem troca de pés e depois, de
acordo com as possibilidades da criança, executar a troca; realizar o
arremesso tentando atingir um alvo no ar, já que é muito comum a
execução do arremesso em linha reta. Ex: tentar atingir o centro de um
arco suspenso; colocar cordas delimitando o espaço definido por regra
para a queda do peso e marcações horizontais delimitando algumas
distâncias para que a criança tenha noção do quanto está lançando em
cada uma de suas tentativas
.

Contagem regressiva
Duas equipes com números iguais de integrantes, distantes 5 metros. O
professor fará uma pergunta relacionada ao atletismo para os
integrantes da equipe 1 que deverão respondê-la dentro
de um tempo máximo de 30 segundos. Ao respondê-la, cada integrante
realizará um arremesso lateral (com bolinha de meia) para os
integrantes da equipe 2. Se a resposta estiver correta, a
equipe 1 marcará um ponto e a equipe 2 receberá uma nova pergunta;
se estiver incorrecta, a próxima equipa deverá respondê-la e assim,
sucessivamente. Ganha a equipa que responder um maior número de
questões correctamente.

CONHECENDO AS PROVAS COMBINADAS


Estudos práticos II 40

Oficialmente, o decatlo (10 provas) e pentatlo (5 provas), para os


homens e o heptatlo (7 provas) e decatlo (10 provas), para mulheres,
são as provas combinas conhecidas. Para crianças, entretanto, outras
provas poderão ser criadas dentro daquilo que fora ensinado no
período anual destinado ao ensino do atletismo. Isso, inclusive, poderá
funcionar como uma óptima sugestão para avaliação do que foi
ensinado durante o período, além de servir como uma motivação para
as crianças tendo em vista o sistema de acúmulo de pontos que
envolvem estas provas. Sugere-se que, no mínimo, um triatlo seja
organizado com as crianças ao término das actividades do período,
onde poderão ser realizados, por exemplo: uma prova de 50 a 75
metros rasos (de acordo com a idade); o salto em distância (ou altura)
e o lançamento da pelota. Em turmas mais avançadas, sugere-se a
inclusão de outras provas:
como o arremesso do peso, 1.000 metros rasos e 60 metros com
barreiras. Sem grande ênfase no carácter competitivo do evento, mas
frisando a importância de se realizar da melhor forma possível aquilo
que foi aprendido durante o período, o professor poderá, para efeito de
organização, pontuar as provas de acordo com a classificação. Ou seja,
o resultado final da competição está condicionado ao menor número
de pontos conquistados por cada participante em todas as provas.
Assim, quem ficar em primeiro lugar na prova, marcará um ponto;
quem ficar em segundo, marcará dois pontos; e assim sucessivamente.
Ao final, somam-se todos os pontos, vencendo o que obtiver um
menor número. Entretanto, outras actividades poderão ser realizadas a
fim de que as crianças conheçam a composição das provas
combinadas, conforme sugeriremos a seguir:

CONHECENDO O DECATLO MASCULINO


Formar duas equipes com números iguais de integrantes. O professor
entregará pequenos papéis onde constem os nomes de todas as provas
do decatlo masculino e, com base em algumas pistas, as crianças
deverão organizá-las de acordo com a ordem da competição.
Ex: 1. as provas são realizadas em dois dias; 2. são realizadas 5 provas
em cada um dos dias; 3. o dia sempre inicia e termina com uma prova
de corrida; 4. há uma alternância entre provas de corridas, saltos,
Estudos práticos II 41

arremessos e lançamentos; etc. Após 5 minutos de actividade, o


professor confere a ordem, faz as correcções se necessário for e atribui
pontos à equipe que respondeu correctamente. (Ordem: 1o. dia: 100m
rasos, salto em distância, arremesso do peso, salto em altura, 400m
rasos; 2o dia: 110m c/barreiras, lançamento do disco, salto com vara,
lançamento do dardo, 1500m rasos).

Sumário
Não seria demais reforçar a importância que o atletismo assume na
formação da criança em qualquer faixa etária. Sem exigir materiais
muito complexos, formado por regras fáceis e de aprendizagem rápida
e que se repetem em muitas das provas, o atletismo é composto por
movimentos que motivam todos aqueles que o praticam. Contudo,
tratado, muitas vezes, como um desporto de base para as demais
modalidades, a especificidade do atletismo, quase sempre é
deixada em segundo plano, comprometendo o conhecimento mais
amplo dessa modalidade desportiva. Assim, se faltam professores
dedicados ao trabalho com o atletismo, também faltam
aqueles que se dedicam ao ensino desta modalidade esportiva por ela
mesma. Ou seja, faltam programas de actividades físicas que visem
ensinar o atletismo em si, propiciando às crianças um
611 reconhecimento daquilo que aprenderam ao se depararem com a
execução de grandes atletas em competições televisivas.
A esperança é que este texto e o material de ensino (completo)
elaborado possam configurar-se em uma palavra de incentivo aos
profissionais de Educação Física, demonstrando lhes as facilidades de
se trabalhar com o atletismo em qualquer faixa etária, quer por meio
de jogos pré-desportivos ou de actividades mais técnicas, aglutinando
ao seu redor um grande número de praticantes. Só é preciso começar!.

Exercício 2
1.Explica O que entendes por atletismo?
2.Fale de fazes de aprendizagem do mesmo?
Estudos práticos II 42

3.Esboce alguns esquemas para ensino desta modalidades e varias


fazes?
4.Comente sobre as principais fazes do ensino do saltos e corrida.

Unidade nº 4
Natação
Esta unidade irá debruçar acerca das perspectivas e desenvolvimento
da Natação no geral
.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Saber definir as perspectivas sobre a natação;


 Conhecer as varias actividades praticada a natação
 Conhecer a relação entre a Natação e outras actividade física.
Objectivos

Conceitos

Natação é a capacidade do homem e de outros seres vivos de se


deslocarem através de movimentos efetuados no meio líquido,
geralmente sem ajuda artificial.
A natação é uma actividade física que pode ser simultaneamente útil
e recreativa. As suas principais utilizações são
recreativas, balneares, pesca, exercício e desportivo.
Estudos práticos II 43

Área funcional regenerativa: (R1 CÔMODA)


É a que se emprega na recuperação do organismo, sua função
fundamental consiste em obter um efeito regenerativo e restaurador a
escala celular muscular, tendo, como fonte energética fundamental o
ácido láctico residual e os ácidos gordurosos, obtém‐se, mediante uma
actividade física contínua, durante um espaço de tempo compreendido
entre os 10 e 40 minutos, a menos de um 66 % da frequência cardíaca
máxima. Isto se garante, graças a um melhor funcionamento cardido –
respiratório, o qual melhora o transporte e a utilização do oxigénio,
permitindo, fundamentalmente, a remoção do lactato e os ácidos
gordurosos por oxidação.

Área funcional sub‐aeróbica: (R1)


Considera‐se o ponto de equilíbrio entre a produção e a eliminação de
ácido láctico, trabalhando entre um 66 e 76 % da frequência cardíaca
máxima, suas fontes energéticas fundamentais são a glicose, o
glicogénio, os ácidos gordurosos e o ácido láctico residual. Este tipo
de trabalho preserva as reservas de glicogénio, aumenta o nível de
oxidação dos ácidos gordurosos, tem uma alta taxa de remoção de
lactato, o qual permite desenvolver ou manter a capacidade aeróbica.
Área funcional super‐aeróbica: (R2)
É quando a taxa de produção de ácido láctico é maior que a de
eliminação, em uma actividade realizada entre um 76 e um 86 % da
frequência cardíaca máxima, utilizando fundamentalmente como fonte
energética, a glicose, o glicogénio e em menor medida os ácidos
gordurosos. Este tipo de trabalho aumenta a capacidade de produção e
remoção de ácido láctico durante e posterior ao esforço, aumentando a
velocidade mitocondrial, para metabolizar moléculas de ácido
pirúvico, permitindo criar uma base de resistência maior para
desenvolver o máximo consumo de oxigénio.

Área funcional de máximo consumo de oxigénio: (VO2Max) É


considerada a zona de máxima potencializa aeróbica, sendo o ponto de
maior contribuição de oxigénio à célula muscular, alcançado, quando
Estudos práticos II 44

se trabalha entre 86 à 100 % da frequência cardíaca máxima. Sua fonte


energética fundamental é a glicose e o glicogénio. O treinamento nesta
área funcional, incrementa a velocidade mitocondrial para metabolizar
moléculas de ácido pirúvico, melhorando a rapidez das reacções
químicas do ciclo de krebs e a cadeia respiratória, o qual beneficia, o
potencial de redução de oxidação.

Área funcional de resistência anaeróbica aláctica:


É utilizada, para aumentar a escala celular, as concentrações dos
fosfagênios (ATP – CP) e suas enzimas fundamentalmente a ATP asa
e a CPK, assim como a potência e velocidade da glicólisis, para
incrementar a re‐ sínteses do ATP. Seu tempo de trabalho, oscila entre
os 12 e 20 segundos.

Área funcional de potencializa anaeróbica aláctica:


É o motor de arranque de toda actividade física, que obtém uma
elevada activação da coordenação neuromuscular, não requer de
oxigénio, prepondera em acções de curta duração, em tempos
compreendidos entre os 2 e 12 segundos, sua fonte energética
fundamental, é a reserva do ATP e CP (Creatina fosfato), que se
encontram armazenada na célula muscular, com o trabalho, nesta área,
aumentam‐se as concentrações dos fosfagênios e suas enzimas,
incrementando a potência e velocidade da resínteses do ATP.

Área funcional de resistência lactácida:


É a capacidade de resistir, por um período de tempo, de até 30
minutos, níveis elevados de ácido láctico em músculos e no sangue,
séries de 5 a 15 minutos, com intervalos que tenham uma duração
entre os 20” e 2’:30”, alcançando um desenvolvimento progressivo da
atitude para realizar posteriores cargas, com maiores velocidades de
trabalho, sua fonte energética fundamental é a glicose e o glicogénio.
Esta área, considera‐se a base do desenvolvimento láctico no
organismo. Alcança‐se, quando se trabalha por cima de 90 % da
reserva funcional do coração.

Área funcional de potência láctica:


Estudos práticos II 45

É a capacidade de alcançar níveis máximos de lactatos nos músculos e


o sangue, para poder manter durante um tempo maior velocidades
altas, a gastos da potência e velocidade da glicólisis, a qual incrementa
as concentrações das enzimas glagolíticas, especialmente a enzima
lactato desidrogenase (LDH). Obtém‐se, quando a actividade tem um
tempo de duração compreendido entre os 30” e 1’:30”, à máxima
intensidade possível.

Fase preparatória para a aprendizagem seguinte, deve propiciar relação


de proximidade entre a água e o futuro nadador, fazendo este deseja-
la, vê-la e senti-la. O primeiro objectivo a ser atingido é a eliminação
da rigidez muscular produzida muitas vezes pelo sentimento de medo
da água (Rohlfs, 1999). Exemplo de actividades: deslocar-se de
diferentes formas (segurando na borda, em duplas, correndo); jogos;
submergir mantendo bloqueada a respiração; pedalar com auxílio do
aquático, entre outros.

Flutuação:

Capacidade de manter o corpo, parcialmente, na superfície da água.


Está intimamente ligada ao relaxamento muscular que, por sua vez, é
associado ao bom estado mental, ausente, portanto, em situações de
medo e ansiedade (Bonachela,1992). Outros factores também
respondem por essa propriedade. Exemplo de actividades: em duplas,
um auxilia o outro na sustentação do corpo em decúbito dorsal; repetir
a actividade com o uso de flutuadores, explorando as outras posições
(decúbito ventral e lateral).

Respiração:

Conteúdo essencial para o conforto no meio líquido, depende de uma


adaptação, já que ocorre de modo diferente do habitual. Tanto a boca
quanto o nariz encontra o meio aquático como obstáculo. A inspiração
é feita pela boca para optimizar a quantidade de ar captada e evitar
irritação da mucosa nasal por partículas
Estudos práticos II 46

de água inspiradas com o ar. Já a expiração, mais prolongada, pode ser


feita pela boca e nariz, que terão que vencer a resistência da água.
Lotufo, defende expirar pelo nariz, apontando argumentos como:
prevenção de perturbações nos seios nasais e nas mucosas nasais, pois
impede-se a passagem de água pelas vias respiratórias, as quais são
facilmente irritáveis. Conclui-se que esta é a unidade considerada a
“alma do aprendizado” dessa modalidade; quando sob domínio do
aprendiz, garante a concretização da iniciação ao nado. A prática de
exercícios específicos deve tornar a respiração regular, portanto, de
fácil execução, sendo a automatização atingida num está- gio mais
avançado.

Exemplo de actividades: soprar uma bola de pingue-pongue; encher


bexigas; expirar o ar dentro da água, com as mãos na borda da piscina

Propulsão:

capacidade de locomoção do corpo no meio aquático pela exploração


de recursos próprios, e pela acção conjunta de membros superiores e
inferiores (Rohlfs, 1999), sendo essencial para a execução dos nados.
A essa unidade são aplicadas as seguintes fases de aprendizagem: •
noção de propulsão: exploradas actividades que lidem com noções de
impulso e progressão isoladas ou complementares; • propulsão dos
membros inferiores: nesse estágio são abordados exercícios visando ao
deslocamento centrado na movimentação;

• propulsão dos membros superiores: na qual estes lideram o


deslocamento almejado nas diferentes actividades. Exemplo de
actividades: com a prancha, deslizar entre uma borda e outra da
piscina; passar por baixo das pernas dos colegas que estarão em fila;
batimento de pernas

Mergulho Elementar:

Compreende diversas formas de entrada na água. Exemplo de


actividades:

Mergulho de cabeça partindo da posição sentada; mergulho partindo


da posição ajoelhada;

Mergulho partindo da posição dos joelhos semi flexionados;

Mergulho com a utilização de arcos como alvo.


Estudos práticos II 47

As formas de intervenções pedagógicas utilizadas para o


desenvolvimento desses conteúdos serão detalhadas nos diferentes
níveis, a serem abordados neste capítulo, por possuírem características
particulares.

A identidade da natação:

os quatro estilos A natação está estruturada, basicamente, por quatro


estilos fundamentais: crawl, costas, Bruços e Mariposa. Este segmento
traz descrições simples das características técnicas de cada um deles,
abordando tópicos como a posição do corpo na água, movimentação
dos membros superiores e inferiores, respiração e
coordenação/sincronização geral destes. Porém, como Catteau &
Garroff (1990) observam, “a melhor descrição apenas nos fornecerá
um modelo incompleto e imperfeito” e nunca permitirá que a realidade
seja retratada

. ESTILO CRAWL

Neste estilo, o nadador em decúbito ventral assume postura plana e


horizontal na superfície da água, com o corpo estendido. Cabeça,
ombro, tronco e pernas situam-se o mais próximo possível da
superfície, o que evita aumento nas forças de atrito, dificultadoras da
progressão. A movimentação dos membros superiores, conhecida por
braçada, corresponde a uma circundação antero-posterior, sendo
caracterizada, basicamente, em dois momentos importantes: a
recuperação, fase aérea, que compreende o momento entre a saída e a
entrada dos membros superiores na água; e a propulsão, fase
subaquática, responsável pela progressão do nadador. No início da
recuperação, o cotovelo é a primeira parte do corpo a romper a
superfície da água. Essa movimentação, quando realizada
correctamente, garante entrada eficiente dos membros superiores na
água. Nessa sequência, os dedos são os primeiros a tocar a superfície
aquática seguidos pela mão, antebraço, braço e ombro. Quando tais
segmentos entram na água, inicia-se a fase propulsiva da braçada, que
se divide em duas partes: tracção, que objectiva puxar a massa líquida;
Estudos práticos II 48

e o empurre ou impulso, realizado pela extensão progressiva do


membro superior, que em conjunto responde pelo deslocamento do
nadador à frente. A acção básica dos membros inferiores, conhecida
como pernada, é composta por movimentos alternados ascendentes e
descendentes, no plano vertical. Destina-se essencialmente à
estabilização e à manutenção do equilíbrio, e não à manifestação de
força propulsiva (Counsilman, 1984), mas nem por isso destina-se
menor atenção a seus movimentos, que se concentram na articulação
do quadril.

Devido à posição ventral, com imersão da cabeça e acção alternada


dos membros superiores, a respiração ocorre de forma lateral,
correspondendo ao membro superior que se

encontra na fase de recuperação, podendo ainda iniciar-se no final da


fase propulsiva. À medida que este vai retornando para o interior da
água, a cabeça retoma sua posição inicial, quando será efetuada a
expiração.

ESTILO COSTAS

Como o próprio nome indica, nesse estilo o indivíduo posiciona-se em


decúbito dorsal, numa postura plana e horizontal à superfície da água,
com o corpo estendido. A cabeça é mantida em sua posição natural, ou
levemente inclinada, com o queixo em direcção ao peito, o que evita
que o rosto seja coberto pela água. De igual forma que no crawl, as
braçadas são alternadas, porém com circundação póstero-anterior e
possuem as duas fases: propulsão e recuperação. Esta ocorre da
seguinte forma: o movimento inicia-se com a saída do membro
superior da água, estendido desde a altura da coxa, o qual é elevado
pela trajectória semicircular. A velocidade de execução deve
possibilitar a compatibilidade entre a fase propulsiva de um membro e
a recuperativa do outro, sendo importante que sejam feitas com o
mínimo de turbulência. A tracção é feita com um dos membros
superiores em imersão, ligeira flexão do cotovelo e profundidade
moderada. É caracterizada pela submersão do braço e mão, esta
flexionada “puxando” e em seguida empurrando a água em direcção
aos pés do nadador. Esse trajecto se segue até o final da fase
Estudos práticos II 49

subaquática, quando o braço e as mãos se estendem até,


aproximadamente, a linha dos quadris.

Semelhante à pernada do crawl, a acção dos membros inferiores


também responde pela manutenção da estabilidade do corpo na água,
pois equilibra as oscilações e os desvios decorrentes de incorreções da
braçada, participando, ainda, da propulsão do nado. Essa
movimentação é realizada de forma alternada, com movimentos
ascendentes e descendentes, no plano vertical. Pelo fato de o nadador
se manter, permanentemente, com o rosto voltado para fora da água,
não são observadas grandes dificuldades na respiração. O ritmo de
uma inspiração a cada ciclo de braçada é o mais utilizado, ou seja,
inspira-se na recuperação de um dos membros superiores e expira-se
na mesma fase do outro.

Tendo em vista que a coordenação total dos movimentos é obtida com


prática constante, é preciso que se aprenda cada movimento de forma
isolada, ainda que de forma não muito aprimorada, para
posteriormente procurar unir os elementos em ritmo constante e
correto. O ritmo do estilo costas é muito semelhante ao crawl, o que
faz com que alguns autores caracterizem-no como o crawl de costas.

ESTILO PEITO

O estilo peito é caracterizado como nado simétrico e simultâneo, ou


seja, os movimentos realizados pelo lado direito do corpo são
simultaneamente acompanhados por movimentos idênticos do lado
esquerdo. Partindo da posição de decúbito ventral e estendida, com a
cabeça entre os membros superiores; estes passam a orientar-se para
trás e para fora, pela flexão do cotovelo, buscando apoio para que o
tórax e a cabeça possam emergir e, então, possibilitar a inspiração.
Nesse momento, a flexão continua até que as mãos passem por baixo
da linha dos ombros e se encontrem sob o peito, quando os braços
fecham-se em direcção ao tronco e são estendidos acima da cabeça.
Assim como os superiores, os membros inferiores também partem de
posição estendida sendo, posteriormente, flexionados, e os pés são
submetidos à flexão plantar e à rotação externa. Em seguida, as pernas
são estendidas e unidas de maneira vigorosa e os pés seguem a mesma
Estudos práticos II 50

movimentação, empurrando a massa líquida e permitindo o


deslocamento.

No peito a respiração realizada é a frontal, cuja execução já foi


relatada; ocorre com o auxílio do tronco que, ao se elevar, em razão do
apoio proveniente do movimento de puxada dos braços, faz a cabeça
sair da água.

ESTILO BORBOLETA

O estilo borboleta, assim como o peito, resulta da execução de


movimentos simétricos entre os membros, sendo também realizado em
decúbito ventral. Inicialmente o corpo situa-se estendido com os
membros superiores à frente, alinhados ao restante do corpo, na
superfície da água. A cabeça permanece em seu posicionamento
natural, de forma que o topo da cabeça do nadador possa ser
visualizado. Devido à circundação simultânea Antero-posterior dos
membros superiores, atribui-se a eles grande parte da responsabilidade
propulsiva do nado. Assim como nos outros estilos, a forma e a
trajectória dessa movimentação permitem que sua acção seja descrita
em duas fases: recuperação (aérea) e propulsão (subaquática), também
diferenciada em duas outras etapas. A recuperação inicia-se com a
saída dos membros superiores da água em posição estendida e as mãos
posicionam-se na altura da coxa. O cotovelo é o primeiro a romper
essa superfície seguindo levemente flexionado, arrastando consigo o
antebraço e as mãos, que se mantêm relaxados. À medida que os
membros são lançados à frente, o cotovelo e o ombro são estendidos.
Uma vez submersos, os membros superiores iniciarão a tracção; sendo
o movimento direccionado para fora e para baixo até alcançar a linha
dos ombros, quando a trajectória

muda e passa a manifestar-se em direcção ao centro do corpo. Quando


os membros superiores se aproximam do eixo sagital do corpo do
nadador, inicia-se extensão progressiva, que caracteriza o empurre da
fase subaquática. Nesse estilo, as pernadas também são no plano
vertical e simultaneamente, mas diferentemente dos demais estilos,
atuam de forma relevante para a propulsão do nado. O batimento das
pernas assemelha-se ao movimento da cauda do golfinho: os pés
Estudos práticos II 51

estendidos e unidos fazem as pernas moverem-se como se fossem uma


só, em movimentos ascendentes e descendentes. A última fase é mais
potente, sendo acompanhada pela elevação dos quadris, enquanto a
ascendente é menos vigorosa. Essa variação de força que acompanha o
movimento das pernas é responsável pelo efeito de ondulação que o
corpo realiza durante a acção do nado. São realizadas duas pernadas
para cada ciclo de braços. A primeira é realizada logo que a fase de
propulsão dos braços está sendo finalizada; isso contribui para um
efeito de impulsão capaz de projectar o nadador à frente. A segunda
ocorre após a nova entrada dos braços na água. Por isso enuncia-se
que a inspiração seja feita durante o final da tracção dos braços, pelo
movimento de elevação da cabeça: é muito rápida, efetuada pela boca,
indicando-se que pode ocorrer na frequência de uma ou duas braçadas,
sendo esta possibilidade correspondente ao nível de desenvolvimento
do nadador. A expiração se manifesta ao longo de toda a fase do nado
em que a cabeça fica imersa

Os diferentes níveis pedagógicos no projecto Aprender a Nadar

Ozolin (1997) defende a presença de duas fases em um sistema de


aprendizagem ou treinamento “a longo prazo”, por ele designado
como fase preparatória e fase de especialização. No projecto Aprender
a Nadar, a primeira fase é aplicada no nível pedagógico da Iniciação,
pois prioriza a aquisição de amplo repertório motor, além do domínio
dos gestos natatórios. Já a segunda visa promover o incremento da
preparação física dos alunos com rigor técnico, visto que uma melhor
condição física é pré-requisito para a competição, objectivos de muitos
dos que se submetem a essa fase do sistema. Assim o Aprimoramento,
o nível subsequente do projecto Aprender a Nadar, que objectiva, além
da aquisição de novas habilidades, o aperfeiçoamento técnico dos
quatro estilos, situa-se como etapa transitória em relação aos extremos
relatados. Nesse contexto, para o bom desenvolvimento das aulas já
caracterizadas, é necessária a formulação de programa eficiente, que
dependa de atitudes como: planeamento, estruturação e organização da
aula. Planejar significa assegurar que seu produto “não seja fruto do
acaso, mas resulte de organização, investigação, adaptação e aplicação
Estudos práticos II 52

conscientes, nunca de forma improvisada” (Andries Júnior & Dunder,


2002). A estruturação refere-se a dispor as etapas constituintes para
que esboço do todo seja configurado. Isso permite que a utilização do
período destinado às sessões de treino se dê de forma racional e,
portanto, seja produtiva. A

organização é a etapa que abrange “o que” e “como” desenvolver os


objectivos e as estratégias no decorrer do curso a ser ministrado, como
o material a ser utilizado, a estrutura pedagógica de acordo com os
níveis de habilidade e compreensão dos alunos, entre outros. A seguir
são descritas as etapas e características dos dois níveis pedagógicos
abordados pelo projecto Aprender a Nadar: Iniciação e
Aprimoramento.

a) Iniciação Compreende a fase inicial do aprendizado, sendo a


adaptação à água unidade precursora deste período. Esta fase,
quando bem desenvolvida, é capaz de promover a interacção e
harmonia do praticante com o meio em questão, permitindo,
numa fase posterior, que as técnicas padronizadas da natação
sejam apreendidas de forma eficiente. Quanto mais
experiências forem vivenciadas nesta fase, maiores serão as
possibilidades de desenvolvimento da técnica desportiva ou
simplesmente de relação de prazer com a água saudável e
satisfatória. (Andries Júnior et. al., 2002). É nesta fase que se
desmistifica a sensação de temor propiciada pela água; diante
disso o professor transmite confiança a seus alunos para que se
tornem aptos a dominar o meio líquido e desloquem-se nele
com segurança e facilidade (Castro, 1979). Como aponta
Faustino (1999), ao lidar com iniciantes, a graduação do
ensino é necessária, visto que isso possibilita que o aluno por
si só vença suas limitações. São cinco as unidades iniciais
desse nível pedagógico, já descritas anteriormente: adaptação
(primeiros contactos), respiração, flutuação, propulsão e
mergulho. Segundo o cronograma de trabalho adoptado pelo
projecto Aprender a Nadar, após boa assimilação desses
segmentos, segue-se o processo de aprendizagem dos estilos
crawl e costas. Para isso são utilizadas as sequências
pedagógicas específicas para cada estilo, sem deixar que o
Estudos práticos II 53

enfoque principal da iniciação seja a aprendizagem de novas


habilidades motoras, não restritas a técnicas padronizadas da
modalidade. Diante disso, o monitor deve ser capaz de
perceber quando o aluno está apresentando dificuldades e,
como forma de auxílio, pode alterar a sequência programada,
voltando a ela posteriormente, num momento mais oportuno,
pois essas dificuldades podem constranger e desestimular o
praticante. Dessa forma o cronograma mostra-se flexível,
moldando-se ao desempenho da turma. Caso haja boa
assimilação dos conteúdos desenvolvidos e progressão rápida
dos alunos, são ensinados ainda nesse nível o peito e a
borboleta. Na Iniciação, é explícita a soberania do domínio de
mecanismo de respiração adequado, pois sua ausência impede
a aquisição de mecânica natatória eficiente.

Castro (1979) afirma que:

Toda a dificuldade do homem em executar a natação reside apenas no


fato de não poder, de início, controlar a forma de respirar, controle
esse, que vai permitir ao homem ocupar na água a posição horizontal...
. (Castro, 1979:26) Ressalta-se, portanto, que a responsabilidade da
deficiente progressão nessa modalidade não se restringe à respiração;

factores psicológicos e culturais também são integrantes desse


contexto.

As aulas são compostas por exercícios específicos, educativos e jogos;


estes permitem maior envolvimento com a água. Segundo Pereira
(1999), o aluno, por estar envolvido com a actividade lúdica, não
ficará preocupado com os receios e os traumas que o meio líquido
pode representar e, dessa forma, desenvolve-se e interage com o novo
ambiente. Os conteúdos desenvolvidos nas aulas de iniciação são os
mesmos, independentemente da faixa etária; o que vai diferir são
estratégias e procedimentos pedagógicos utilizados. Entretanto, não se
pode ignorar que cada pessoa reage de um modo à aula, sendo as
crianças mais ousadas, por avaliarem o perigo superficialmente e
pouco se preocuparem com o contexto a seu redor. No projecto
Aprender a Nadar são oferecidas duas turmas de iniciação: adulto (a
partir de 14 anos) e criança (6-8/8-10 anos). A turma de adultos é
Estudos práticos II 54

composta por alunos com pouca ou nenhuma experiência no meio


líquido; muitos deles sentem medo, ansiedade e tensão na água,
cabendo ao professor encontrar formas para vencer esses obstáculos.
“Se não se aprende a nadar até os cinco anos de idade, esse receio
pode multiplicar-se a cada ano que passa. Conseguir sentir-se ‘em
casa’ dentro da água pode demorar bastante tempo; a adaptação
variará de pessoa para pessoa, dado que todos somos diferentes um
dos outros” (Wilkie & Juba, 1982:18). Por isso, torna-se
imprescindível o processo de adaptação. As turmas não são
homogéneas; por isso, é comum o desenvolvimento de trabalho
simultâneo, pela divisão do espaço da piscina em duas aulas distintas.
Assim se procede em razão de os alunos apresentarem diferentes
níveis de habilidade motora, o que favorece o processo de
aprendizagem sem desmotivação ou exclusão. Na turma infantil,
diferentes estratégias são adoptadas para os mesmos fins, recorrendo-
se a artifícios como brincadeiras e aulas temáticas. Nestas, os
objectivos propostos pelos docentes são estruturados por elementos
lúdicos e da fantasia, pois quando o aluno vivencia essa fase com
prazer seu desenvolvimento acontece de forma natural, sem grandes
resistências (Pereira, 1999). Nessa faixa etária numerosas vivências
são propostas, as quais são cumpridas sem o rigor técnico presente em
outras faixas etárias e níveis da escala pedagógica; uma proposta de
treinamento restrita ao aperfeiçoamento técnico, como o desenvolvido
no alto nível, afecta de modo negativo o desenvolvimento da criança,
já que esta é submetida a práticas que priorizam o metabolismo
funcional em detrimento do estrutural. Para melhor desenvolvimento
motor e cognitivo das crianças, os conteúdos propostos pelo educador
devem distanciar-se da transmissão da técnica ou de movimentos
estereotipados, e aproximar-se de propostas que possibilitem a elas
novas descobertas, o que garantirá que elas encontrem o porquê do que
fazem e então lhe atribuam a devida importância e, a partir disso,
passem a priorizá-lo em suas manifestações (Silva, 2000). No Projecto
Aprender a Nadar a aula de iniciação, tanto para adultos como
crianças, tem duração de sessenta minutos e são planejadas
semanalmente pelos monitores, considerando as necessidades e o
perfil da turma. Ela é composta basicamente por três partes:
Estudos práticos II 55

aquecimento, parte principal e relaxamento. O aquecimento é bem


diversificado visando à descontracção dos participantes. Começa fora
da água com exercícios gerais e alongamento, seguindo para o meio
líquido, onde se realizam actividades como jogos, circuitos aeróbios
ou sequências de movimentos da hidroginástica. Uma das actividades
bastante utilizadas é o circuito contínuo que percorre todas as bordas
da piscina. Nelas são dispostas oito estações, compostas por exercícios
de deslocamento, responsáveis pela mudança de uma estação à outra,
cada qual com material diferente. Sua execução assemelha-se ao jogo
popular “siga o mestre”, posto que o precursor é seguido pelos demais.
A parte principal contempla o objectivo específico da aula, que pode
abranger questões referentes ao domínio do corpo no meio líquido e à
mecânica dos nados, entre outros; ela responde pela maior parte da
sessão. Nela são realizados exercícios educativos, que contribuirão
para a assimilação dos estilos; correctivos, que servirão para aprimorar
e suprimir as falhas dos movimentos aprendidos com os exercícios já
citados, e as vivências, que possibilitarão que os alunos possam
explorar o meio líquido em suas diversas dimensões, respeitando suas
limitações e apostando em suas possibilidades. O relaxamento
compreende à última etapa da sessão, ou seja, a volta calma; contém
actividades como jogos recepcionam, massagens e formas
diferenciadas de alongamento, como o realizado em duplas. O projecto
Aprender a Nadar é executado em piscina de 25 metros, com
profundidade de 1,20 m na parte rasa da piscina que vai declinando até
a parte mais funda que apresenta 1,75 m. Nas primeiras semanas opta-
se por usar a largura da piscina, para ser compatível com a habilidade
de todos, sem exclusão, já que muitos apresentam, no início, receio de
posicionar-se na parte funda da piscina e pouca condição física para
percorrê-la. Com o passar do tempo e o melhor desenvolvimento da
turma começa-se a trabalhar no comprimento da piscina. A seguir,
apresenta-se o programa (Quadro 3.1) utilizado na Iniciação,
lembrando que pode ser alterado mediante o desenvolvimento próprio
da turma; no caso de assimilação rápida dos conteúdos propostos, o
programa avança para o aprendizado dos outros estilos, peito e
borboleta.
Estudos práticos II 56

b) Aprimoramento Compreendido no Projecto Aprender a Nadar como


fase intermediária entre a iniciação e o treinamento esportivo, o
aprimoramento, ou aperfeiçoamento como também pode ser chamado,
é o nível do aprendizado em que passam a ser introduzidas, de forma
mais específica e aplicada as técnicas da natação esportiva dos seus
quatro estilos. Enquanto na iniciação a prioridade inicial é a liberdade
de movimento e o nadar por si só, no aprimoramento as aulas são
direccionadas às correcções dos nados e estilos e ao desenvolvimento
de capacidades físicas necessárias ao treinamento esportivo. Pode ser
entendido não só como fase específica de ensino, mas também como
período de transição em que os fundamentos de cada estilo e da
natação como um todo são explorados e aperfeiçoados. No Projecto
Aprender a Nadar o ingresso na turma de aprimoramento ocorre
mediante teste, em que o objectivo é
Estudos práticos II 57

verificar se o aluno já possui base dos estilos crawl e costas (conteúdos


desenvolvidos na iniciação). Esse teste consiste em percorrer 25
metros em cada um destes estilos. É importante frisar que esse teste
visa verificar o domínio básico desses dois estilos, não sua execução
técnica e avançada, pois, apesar de se esperar mais eficiência nos
nados, ainda não se almejam grandes performances dos alunos. Os
estilos peito e borboleta não são analisados porque na iniciação o
ensino desses conteúdos pode ou não ter sido concluído, dependendo
do nível de habilidade da turma. Assim, a estruturação e a organização
do programa de curso levam em consideração tal fato, e também
podem variar de acordo com o desenvolvimento das turmas, sendo
Estudos práticos II 58

bastante flexível nesse ponto. Outra questão importante é procurar


manter o prazer pela prática, sempre estimulando e motivando as aulas
sem subestimar ou exceder a capacidade dos alunos, pois quando o
exercício se torna fácil ou difícil demais ele perde o encanto e a
atractividade. Por isso, para realizar um bom planeamento, é
recomendado observar os objectivos dos alunos, a faixa etária, o
conhecimento dos recursos de ensino disponíveis, a metodologia e,
além de tudo, conhecer os factores que influenciam uma prática
positiva e ter um feedback buscando identificar possíveis falhas para
corrigir ou reestruturar metas, programas e actividades. Tal como na
iniciação, no aprimoramento também há turmas de crianças e de
adultos, sendo diferenciadas as for mas de abordagem do ensino. Com
crianças, tem-se muito cuidado com a iniciação/especialização precoce
ao treinamento, buscando valorizar mais as actividades lúdicas
mediante brincadeiras e jogos que reduzam o desinteresse e tenham
maior significado na aprendizagem. Nessa idade não há preocupação
com a melhoria de performances. Já com adultos, além da
preocupação com aprendizagem, busca-se potencializar as capacidades
físicas e promover a saúde. As aulas desse nível de aprendizado
também são compostas por três partes: aquecimento, parte principal e
relaxamento. No aquecimento, objectiva-se preparar o corpo para
actividade física com exercícios gerais e alongamentos. Na maioria
das vezes são realizados fora da água, podendo-se variar,
implementando jogos e brincadeiras descontraídas que possuem o
mesmo efeito. Dentro d’água pode ser feito com a determinação de um
percurso com metragem definida ou um intervalo de tempo no qual o
aluno nade livremente sem grande esforço físico. Na parte principal da
aula são aplicados exercícios correctivos dos estilos crawl e costas,
educativos e correctivos para os nados peito e borboleta e saídas,
viradas e chegadas de cada estilo. No início do curso, as aulas e os
exercícios são de menor complexidade e determinados por tempo de
execução, sendo que, conforme o programa vai avançando, a
implementação de maiores distâncias de nado vão sendo requisitadas.
Isso visa à preparação física com potencialização das capacidades
aeróbias e anaeróbias do grupo. Como dissemos, nesse estágio do
aprendizado há também preocupação com as capacidades físicas,
Estudos práticos II 59

visando à qualidade de vida, dos alunos, sem necessidade do


rendimento desportivo. Algumas formas variadas de treinos são
acrescentadas no programa, buscando tornar as aulas mais dinâmicas e
atractivas. Com esse intuito, utilizam-se diferentes exercícios
educativos e correctivos, que variam desde diferentes ritmos
respiratórios até a conjugação de um nado com elementos de
diferentes estilos, intensidades de nado variáveis, diferentes distâncias
e materiais, entre outros. Com crianças essas variações são
interessantes para o desenvolvimento dos conteúdos, pois estimulam a
criatividade e auxiliam na melhora da capacidade coordenadora A
parte final de cada aula consiste na execução de exercícios mais
amenos que servem como recuperação activaG e relaxamento. Nesse
momento, podem ser executados nados livres de menor intensidade,
acção conhecida como “soltar”, massagens como Watsu,T
relaxamentos e alongamentos, ou até exercícios pedagógicos de saídas,
viradas e chegadas, entre outros. Os programas dos cursos de
aprimoramento no Projecto Aprender a Nadar são elaborados
semestralmente, antes do início do curso, sendo sua organização
definida de acordo com as capacidades dos alunos em geral. Um
exemplo é o fato de que em alguns semestres não se cumpre todo o
programa porque a evolução geral da turma não corresponde à
prevista, bem como há diferença na progressão dos conteúdos, que
nem sempre são os mesmos nas diversas turmas. O Quadro 3.2
expressa a programação geral feita para turma de aprimoramento. É
importante frisar que essa programação é apenas um directivo dos
conteúdos e pode ser alterada de acordo com as necessidades que
surgirem durante o andamento do curso. Além disso, há programação
específica para cada aula a ser ministrada, elaborada com todos os
auxiliares, monitores e estagiários.
Estudos práticos II 60

Sumário
Nesta o aluno de estar apto a responder todas as questões que esta
relacionada com a matéria em caso.

Exercício 4
1. Em quase todas as aulas de nata ção de academias, clubes e
associações, há turmas bem heterogêneas em relação aos
Estudos práticos II 61

níveis de habilidade dos alunos matriculados. São turmas


compostas desde alunos que não tiveram oportunidade de
aprender a nadar até os que já vivenciaram essa modalidade
através de treinamentos específicos para competições.

a) Essa heterogeneidade dificulta ao professor o ensino da


natação?

2. É realmente necessário caracterizar o aprimoramento como


uma fase distinta da iniciação?

3. A maioria das escolas de natação inicia o ensino dos nados,


depois da fase de adaptação, com o estilo crawl.

a) Essa seria a melhor proposta metodoló- gica a ser


seguida?

4. Na pedagogia dos quatro estilos questões referentes à


profundidade, angulação e trajetória das braçadas devem ser
ensinadas e exigidas?

5. As estratégias lúdicas utilizadas nas aulas infantis podem


dificultar a assimilação dos requesitos técnicos por este
público?

Unidade nº 5
Ginástica
A ginástica é um conceito que engloba modalidades competitivas e
não competitivas e envolve a prática de uma série de movimentos
exigentes de força, flexibilidade e coordenação motora para fins
únicos de aperfeiçoamento físico e mental.

Desenvolveu-se, efectivamente, a partir dos exercícios físicos


realizados pelos soldados da Grécia Antiga, incluindo habilidades para
montar e desmontar um cavalo e habilidades semelhantes a executadas
em um circo, como fazem os chamados acrobatas. Naquela época, os
ginastas praticavam o exercício nus (gymnos – do grego, nu), nos
Estudos práticos II 62

chamados ginásios, patronados pelo deus Apolo. A prática só voltou a


ser retomada - com ênfase desportiva e militar - no final do século
XVIII, na Europa, através de Jean Jacques Rousseau, do posterior
nascimento da escola alemã de Friedrich Ludwig Jahn - de
movimentos lentos, ritmados, de flexibilidade e de força - e da escola
sueca, de Pehr Henrik Ling, que introduziu a melhoria dos aparelhos
na prática do desporto. Tais avanços geraram a chamada ginástica
moderna, agora subdividida.

Anos mais tarde, a Federação Internacional de Ginástica foi fundada,


para regulamentar, sistematizar e organizar todas as suas ramificações
surgidas posteriormente. Já as práticas não competitivas,
popularizaram-se e difundiram-se pelo mundo de diferentes formas e
com diversas finalidades e praticantes.

Ao completares esta unidade / lição, serás capaz de:

 Conhecer a Ginástica;
 Saber diferenciar a ginástica de outros
movimento dentro dela;
Objectivos  Analisar a influencia da ginástica no jogos
internacionais;

Esta categoria está relacionada com a proposta de entender a ginástica


como um conteúdo da educação física escolar. Os artigos são
consensuais na estratégia de estabelecer uma linha do tempo dos
métodos ginásticos europeus até a proposta de cultura corporal.
Entretanto, ao realizar a discussão histórica algumas questões não
foram pontuadas, tais como a relação entre a educação física e o
movimento higienista. Faltou um aprofundamento histórico nas aná-
lises na medida em que o movimento higienista foi um movimento
Estudos práticos II 63

com continuidades e descontinuidades (GOIS JUNIOR; LOVISOLO,


2003).
Oliveira e Porpino (2010) e Oliveira e Lourdes(2004), realizaram uma
análise da história da educação física procurando ressaltar a relação
entre a ginástica e a educação física. Entretanto, os autores realizam
uma descrição que pouco nos permite entender esta relação. Além
disso, os autores realizam um acerto de contas com o passado, nos
termos de Caparroz (1997), quando afirma que a produção da
educação física ao descrever a história da área procurou vê-la apenas a
partir de erros e não como um processo. Com efeito, olharam as
instituições médicas, esportivas e militares apenas pelo seu aspecto
negativo e ao realizar tal argumentação não indicaram que se não
fossem estas instituições não existiriam a educação física na escola. Se
actualmente, existe a educação física como um componente curricular
nas escolas, isto se deve a sua construção histórica, que possui
estreitas relações com os médicos, militares e atletas. O que não quer
dizer que as críticas construídas com o tempo devam ser
desconsideradas, mas apenas marcar que as transformações da
educação física só foram possíveis devido ao apoio inicial destas três
instituições.
Caparroz (1997) e Moura (2012) apontam que se deve estabelecer uma
relação mais sóbria quando se investiga historicamente a educação
física, em especial, quando se fala sobre estas heranças

A falta de subsídios teóricos é uma questão polémica no campo da


educação física escolar. Desde os manuais esportivos de cunho
eminentemente técnico, temos observado poucos materiais com uma
preocupação em fomentar a prática dos professores com exemplos do
quotidiano. Dentre estes poucos, se destacam: “metodologia de ensino
da educação física” de autoria de um grupo de professores
autodenominado Colectivo de Autores (1992) e a série de três volumes
de “Didáctica da educação física” de autoria de Elenor Kunz (1999;
2000). Em ambos, os autores dessas obras buscaram em alguma
medida indicar uma proposta de sistematização. Porém, tal finalidade
Estudos práticos II 64

foi secundarizada pela necessidade de relacionar uma “prática” com


alguns valores e matrizes filosóficas. De acordo com Goodson (2008),
quando não há um currículo mínimo, não se tem consenso entre os
pares nas questões de conteúdo, ensino e aprendizagem. Neste caso, o
livro didáctico cumpre essa funcionalidade. Entretanto, quando
também não se tem o livro didáctico, os consensos se tornam pueris e
cada actor do processo segue sua própria concepção da práxis. Não
queremos ir contra a construção de um currículo mínimo, apenas
destacar que a construção de um livro didáctico possibilitaria a
construção de consensos entre os professores de educação física, a
respeito dos conteúdos e organização dos mesmos. Uma pesquisa que
ilustra este quadro é a de Moura, Barboza e Antunes (2012), quando
ao pesquisar os professores de educação física da comunidade da
Rocinha (RJ) sobre a utilização da capoeira nas aulas de educação
física, apontaram que a falta dos subsídios teóricos é o principal
motivo da não introdução da capoeira como conteúdo da educação
física.
Schiavon e Nista-Piccolo (2007) apontam que é necessário capacitar
os professores, não só oferecendo conhecimentos técnicos
relacionados aos conteúdos dos diferentes temas, mas criando
possibilidades de transformação destes conhecimentos para a escola.
Os artigos reconhecem que a ginástica não possui um tratamento
pedagógico quando comparado com o desporto, por exemplo. De certa
forma, parece que a ginástica, é utilizado apenas como alongamento
para preparar para outras actividades. Rinaldi e Souza (2003) apontam
que a ginástica não atingiu seu lugar de ofício dentro da escola.
Apenas Oliveira e Porpino (2010), assinalam a necessidade de ter um
material didáctico nas aulas de educação física escolar. Alguns autores
(MOURA, 2012; GOIS JUNIOR; LOVISOLO, 2003) vem reforçando
o argumento da necessidade de alertar o campo da educação física
sobre a necessidade de fornecer subsídios teóricos para os professores
nas suas tarefas docentes. Rinaldi e Souza (2003), realizaram uma
pesquisa de campo e identificaram que a maioria de alunos do curso de
educação física da Universidade Estadual de Maringá (77,45%) e da
Universidade Estadual de Campinas (53,19%) não vivenciaram o
conteúdo ginástica. O que aponta para a dificuldade de se aprender ou
Estudos práticos II 65

aprimorar esse conteúdo na formação académica. Diante das respostas


dos alunos dessas universidades sobre as concepções de ginástica,
destaca-se a ideia de ginástica como condicionamento físico, ou seja,
apenas como aquecimento para as outras actividades, ou relaxamento
ao final de uma aula, e sempre como conteúdo principal algum jogo,
ficando a ginástica como ferramenta acessória ou complementar.
Schiavon e Nista-Piccolo (2007) apontaram que determinadas
actividades como a ginástica, em geral, não foram praticadas pelos
professores em suas trajectórias académicas, por não serem tão
comuns quantos outros, fazendo com que eles tenham que se dedicar
mais para buscarem actualizações. Outro dado presente no estudo de
Rinaldi e Souza (2003), que nos permite realizar uma reflexão, é que
na concepção dos ingressastes das duas universidades há uma visão da
ginástica como uma prática inserida no conteúdo desporto. Notemos
que esta associação pode estar relacionada com o desconhecimento
das possibilidades pedagógicas deste conteúdo, já que enquanto alunos
não tiveram oportunidade de vivenciar nas aulas de educação física e,
agora, durante a formação académica, não terão um material que
explique estas possibilidades. Portanto, devemos destacar um ponto
fundamental: os autores reconhecem a necessidade de subsídios
teóricos para que os professores atuem com a ginástica na escola.
Entretanto, não são apresentadas estratégias de intervenção. Podemos
perceber que a produção analisada está mais voltada para a
reivindicação da ginástica como um conteúdo, assegurando que este
património histórico da educação física escolar não seja desvalorizado
em frente às outras manifestações da cultura corporal, em especial, o
desporto.

A ginástica escolar tem como objectivo expor o aluno à experiências


de movimentos que contribuam para o desenvolvimento da
compreensão a cerca de si mesmo, do outro e do mundo,
Estudos práticos II 66

desenvolvendo assim as suas capacidades e padrões motores


fundamentais, a fim de torna-lo disponível e a vontade para se
relacionar com o mundo ao seu redor, tendo como eixos norteadores a
aptidão físico motora, habilidades motoras, consciência corporal,
espacial, direccional, temporal. Bertoline et al 19 ressaltam que devido
as suas características principais, a ginástica geral (ginástica para
todos), apresenta-se como sendo a ideal para o trabalho com a
ginástica na escola. Esta tem como características: a fusão de todos os
fundamentos dos mais variados tipos de ginásticas, do teatro, da
dança, da capoeira, dos elementos circenses e de outros elementos da
cultura corporal, com ou sem utilização de materiais. Pode se dar a
partir dos saberes inscritos na cultura popular, nos saberes filosóficos,
nos saberes artísticos e também nos saberes científicos. Além do mais,
deve permitir a participação de todos e o respeito aos limites
individuais e colectivos. A Educação Física escolar abrange diversos
saberes, dentre os quais encontramos a ginástica, que quando
desenvolvida dentro do contexto das aulas de Educação Física escolar,
pode permitir a experimentação de possibilidades corporais,
promovendo a autonomia motora e a formação humana quando tratada
por meio de uma prática educacional que leve o aluno a uma acção
crítica e significativa para seu núcleo social. A escolha da ginástica
geral (ginástica para todos) que, segundo os estudos de Ayoub,
encontra relações directas com o ensino aberto (metodologia da escola
novista), sobretudo no que se refere ao trabalho em relação ao
rompimento com a padronização de movimentos técnicos e à (re)
significação do campo gestual, por ser tratar de uma manifestação
génica ideal para as experiências de ensino que visem apenas a prática
gímnica como forma de prazer e laicidade. A pedagogia que deriva da
dialéctica apresenta como primeiro passo identificar a prática social
dos sujeitos. Nesse sentido, professor e alunos tomarão consciência
sobre essa prática levando-os a buscar um conhecimento teórico
acerca desta realidade para que assim possam obter uma reflexão sobre
a sua prática quotidiana. O segundo passo consiste em teorizar sobre a
prática social buscando um suporte teórico que desmistifique,
explicite, descreva e explique essa realidade, possibilitando assim que
se passe para além do senso comum, tendo uma única explicação da
Estudos práticos II 67

realidade e busque os conceitos científicos que permitirão a


compreensão crítica da realidade em todas as suas dimensões. O
terceiro passo consiste em retornar a prática para transformá-la, pois
após utilizar-se de conceitos científicos no processo de teorização, o
educando poderá adquirir em seu pensamento uma nova perspectiva
da realidade, podendo ter uma posição diferenciada em relação a sua
prática. 21 Assim, a ginástica geral (ginástica para todos) pode
apresentar-se como uma rica forma de expressão e manifestação
corporal aliada a um trabalho desenvolvido e embasado em uma teoria
pedagógica crítica e progressista, destacando a possibilidade de
criação e participação efectiva do educando por meio da sua
experiência de vida. Também poderá contribuir significativamente
para o desenvolvimento do aluno, pois partindo do que a criança já
sabe sobre este tema, poderá propor novos conhecimentos e desafios,
ou seja, sair da zona de desenvolvimento real e incidir na zona de
desenvolvimento potencial dos educandos. 22 Ayoub23 nos diz que a
ginástica nas aulas de Educação Física escolar está praticamente
extinta, devido a uma série de factores que dificultam o
desenvolvimento desta, entre os quais a ausência de conhecimento do
professor sobre esse tema. Sendo assim, é necessário buscar saídas
para reverter esse processo, já que, como parte integrante do conjunto
de conteúdos, caracteriza-se como um conhecimento de importância
indiscutível e que não pode ser simplesmente abandonado na
instituição escolar. Em sua tese de doutorado, Rinaldi apresenta a
ginástica como área de conhecimento na formação profissional em
Educação Física, investigando assim os saberes gímnicos necessários à
actuação profissional, para a construção de uma proposta de
estruturação da área de conhecimento da Ginástica para os currículos
dos Cursos de Educação Física. Em seu estudo participaram 13
professores doutores que trabalham há no mínimo, dez anos com
disciplinas da área da Ginástica e que têm produção significativa nesta
área, representando, desta forma, os docentes que atuam nos cursos de
Formação Profissional de Educação Física do Brasil. Os resultados da
investigação indicaram os conhecimentos gímnicos necessários à
actuação do professor/profissional de Educação Física, os quais foram
discutidos valendo-se do olhar da pesquisadora e do referencial teórico
Estudos práticos II 68

que sustenta o estudo, buscando estabelecer as relações com a


formação inicial e as necessidades emergentes na sociedade. Foi
apresentada uma proposta de estruturação da área de conhecimento da
Ginástica para os currículos dos cursos de Educação Física
(licenciatura e graduação), construída segundo os limites e
possibilidades encontrados na colecta dos dados e nas novas
directrizes curriculares para a área. Foram apontados possíveis
caminhos para o trato com o conhecimento gímnico na formação de
professores, tendo em vista que as necessidades sociais atuais pedem
novos encaminhamentos educacionais e, como consequência, sugerem
às Instituições de Ensino Superior um novo professor, capaz de lidar
com as novas realidades da prática docente. Sugere-se que novos
estudos aconteçam na área, a fim de concretizar a proposta que ora se
apresenta e poder, assim, contribuir para uma mudança significativa na
Formação Profissional em Educação Física.

Acerca deste tema, achamos importante relembrar a “Carta Europeia


do Desporto”, de Rhodes, em 1992 (em baixo – PDF nº1), na qual
ministros europeus discutiram, entre outros temas, um conjunto de
medidas de apoio à igualdade da prática desportiva para todos. Essas
medidas estão apresentadas ao longo de todo o documento,
salientando-se o Artigo 4º, quando fica explícito que, em relação ao
governo de cada país, “tomar-se-ão medidas tendo em vista dar a todos
os cidadãos a possibilidade de praticarem desporto e, se for caso disso,
medidas suplementares para permitir às pessoas ou grupos
desfavorecidos ou deficientes, aproveitarem realmente estas
possibilidades”, sendo que “Os proprietários de instalações desportivas
tomarão as disposições necessárias para permitir que as pessoas
desfavorecidas, incluindo as que sofrem de uma deficiência física ou
mental, tenham acesso a estas instalações.
Estudos práticos II 69

Ginástica artística

Sempre em busca da perfeição, a Ginástica Artística compreende-se


em uma sequência de acrobacias nos diferentes tipos de aparelhos.
Uma apresentação limpa, onde exige-se ao mesmo tempo força e
leveza nos movimentos.

Alguns relatos de sua origem no Antigo Egipto, não se confirmam


com precisão. O que se sabe é que os gregos da antiguidade
praticavam a modalidade para a manutenção da boa forma física. Era
uma preparação para os outros desportos, além de treinamento militar.

O desporto ficou adormecido por um tempo, voltando com força


através do alemão Friedrich Ludwig Christoph Jahn, responsável pela
primeira escola de ginástica, no ano de 1811. Os militares eram
preparados para enfrentar o exército de Napoleão Bonaparte, prática
que logo se espalhou pela Europa. Jahn criou também os saltos da
ginástica, os aparelhos cavalo com alças, trave, barras paralelas e
horizontais.

Mais tarde foi preso e a modalidade proibida. Acreditavam que o


treinamento era de alto risco. No entanto, o desporto continuou vivo
entre alemães, que levaram a modalidade pelo mundo, chegando
inclusive ao mundo inteiro. Após vinte anos de veto, a ginástica
cresceu, resultando na fundação da Federação Europeia de Ginástica,
no ano de 1881.

Nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 1896, o desporto estreava na


reabertura do evento no período da modernidade. As mulheres
puderam participar apenas no ano de 1928, em Amsterdão. A
princípio, a modalidade era conhecida como Ginástica Olímpica,
mudando para Artística, após a inclusão da categoria Rítmica e de
Trampolim.

A romena Nádia Começou, com apenas 14 anos, facturou o primeiro


dez da história da Ginástica Artística, na edição dos jogos de Munique,
Estudos práticos II 70

em 1976. Algo muito raro de acontecer, pois os atletas são avaliados


pelos critérios de grau de dificuldade da série e perfeição da execução.

Nas disputas por equipes e individuais, as provas são divididas por


aparelhos, em sua maioria, distintas entre os sexos:

Masculino e Feminino

 Solo: Em uma área de quatro lados com 12 metros cada, é


necessário executar uma sequência de movimentos
obrigatórias, com 70 segundos para os homens e 90 para as
mulheres. Onde a música faz parte somente no feminino.
 Salto sobre o cavalo: O ginasta salta com o apoio do aparelho,
depois de uma corrida em uma pista de 25 metros. O objectivo
é realizar acrobacias no alto.

Masculino

 Argolas: O atleta deve fazer movimentos em uma altura de


2,80 m, segurando as argolas apenas com as mãos.
 Cavalo com alças: A sequência é realizada sem que as pernas
toquem o aparelho.
 Barras paralelas: Em toda a série, o ginasta apoia na barra com
ao menos uma das mãos.
 Barra fixa: Nesta modalidade, há apenas uma barra de 2,80 m
de altura.

Feminino

 Barras assimétricas: As barras são posicionadas em alturas


desiguais, obrigando a atleta passar pelas duas.
 Trave: A ginasta executa sua série, equilibrando-se em uma
espessura de 10 cm.

A ginástica moderna, regimentada pela Federação Internacional de


Ginástica, incorpora as seguintes modalidades distintas:

Ginástica artística
Estudos práticos II 71

A ginástica artística foi a primeira ramificação da ginástica em si, em


matéria de combinação de exercícios sistemáticos, criada para
diferenciar as técnicas e os movimentos criados das práticas militares.
A sua introdução nos Jogos Olímpicos da era moderna, fez com que a
ginástica passa-se a ser considerada um desporto olímpicos. Os
ginastas devem mostrar força, equilíbrio, coordenação, flexibilidade e
graça.

Ginástica rítmica
Foi no século XVI que se começa a praticar a ginástica ligada ao
ritmo. A partir disso, foram mais de duzentos anos até se tornar um
conjunto uniforme de dança. Mais tarde, obteve sua independência da
modalidade artística e passou a ser um sistema organizado, com
aparelhos e competições próprios, criados em 1996, tornou-se um
desporto olímpico, cem anos após a entrada da ginástica em Jogos
Olímpicos. Esta modalidade envolve movimentos de corpo em dança
de variados tipos e dificuldades combinadas com a manipulação de
pequenos equipamentos. As atletas, durante as suas apresentações,
devem mostrar coordenação, controle e movimentos de dança
harmónicos e sincronizados com as suas companheiras e a música.

Trampolim acrobático
Enquanto desporto, o trampolim foi criado por George Nissen,
em 1936, e institucionalizado como modalidade desportiva nos
programas de Educação Física nas escolas, universidades e treinos
de militares. Como modalidade regida pela FIG, o trampolim
consiste em liberdade, voo e espaço.

Ginástica acrobática
Esta modalidade tem como objectivo o trabalho em grupo e a
cooperação. Confiar no parceiro é essencial para o trabalho em
equipa, que consiste em beleza, dinâmica, força, equilíbrio,
destreza,

Coordenação e flexibilidade. Os acrobatas em grupo devem


executar três séries: de equilíbrio, dinâmica e combinada. Todas as
Estudos práticos II 72

apresentações são realizadas com música, a fim de enriquecer os


movimentos corporais.

Ginástica aeróbica
Esta modalidade foi inicialmente desenvolvida para o treino de
astronautas. Mais tarde, a iniciativa foi continuada por Jane Fonda,
que expandiu o programa técnica e comercialmente para se tornar a
popular fitness aerobics. Esta disciplina requer do ginasta um elevado
nível de força, agilidade, flexibilidade e coordenação.
O que é a ginástica alternativa?
A ginástica alternativa, ou ginástica terapêutica, vai além do exercício
pela beleza, ela trata. Pode ser problemas decorrentes de stresse, má
postura e mesmo reabilitação física. Emagrecer e tonificar vêm como
resultado de você estar cuidando da sua saúde mental e espiritual, é
claro que, também em decorrência dos exercícios que serão praticados.
Vamos abordar alguns tipos de ginástica alternativa e você certamente
encontrará um que vai lhe conquistar. Acompanhe o nosso artigo.
Alongamento
O alongamento é um exercício direccionado ao aumento da
flexibilidade muscular e melhora do movimento das articulações. Os
exercícios de alongamento promovem o bom funcionamento do nosso
corpo, dando mais elasticidade e agilidade e ainda ajudando a prevenir
lesões.
É um tipo de exercício que pode ser feito em qualquer momento,
inclusive em intervalos do trabalho ou dos estudos, pois o
alongamento também ajuda a relaxar o corpo e a mente. É óptimo em
momentos de pressão, de ansiedade e stresse, dá uma “quebrada”
nessas situações e proporcionam descanso e relaxamento necessários,
seja para a tomada de decisões ou para o retorno às actividades que se
estava fazendo.
O alongamento é normalmente a parte que antecede a prática de
qualquer actividade física, mas fazer sessões somente de alongamento
trará muitos benefícios à sua saúde – além dos que citamos acima,
também ajuda a activar a circulação sanguínea e a tonificar os
músculos.
Estudos práticos II 73

Dicas para uma boa sessão de alongamento:


Respirar fundo aumenta o relaxamento e dá o ritmo ao exercício.
Respire lenta e profundamente.
Se notar que não vai conseguir determinado exercício, não force.
Respeito e o seu limite e não se preocupe, aos poucos o corpo vai
acostumando e você consegue avançar.
Uma das vantagens do alongamento é que você pode fazê-lo assistindo
TV, por exemplo. Enquanto faz os exercícios distraia-se vendo seu
programa favorito – isso torna a prática de exercícios menos
aborrecida (para quem tem esse pensamento).

Pilates
O pilates também trabalha o alongamento dos músculos, além da
tonificação e a fortificação do corpo. É um exercício de
condicionamento – físico e mental, que nos leva a ter consciência do
nosso corpo e desenvolver o equilíbrio do mesmo.
É um método indicado e utilizado também por fisioterapeutas, para
pacientes com problemas musculares e ósseos, ou que sofrem de dores
crónicas. Melhorar a coordenação motora e controlar a respiração são
outros resultados que o pilates proporciona. O controle da respiração
ajuda a controlar a ansiedade, que é para algumas pessoas o que causa
o aumento de peso – pode-se dizer que indirectamente, e em alguns
casos, ele auxilia em um processo de emagrecimento. E ainda, ajuda a
combater um dos grandes males modernos: o stresse.

É outro tipo de ginástica alternativa, que através de seus exercícios


trabalha tanto o corpo quanto a mente. Recomenda-se que este
exercício seja sempre acompanhado por um profissional da área, que
orientarão os exercícios de acordo com os limites de quem está
praticando o exercício.
Yoga
Das técnicas orientais, o Yoga é uma das mais difundidas e procuradas
pelo mundo. Ter mais saúde pelo fortalecimento do seu corpo físico e
trabalhar a concentração e exercitar a mente, são alguns resultados que
se obtém pela prática do yoga.
Estudos práticos II 74

O yoga ajuda a realinhar a postura, auxilia no sistema neuro


endocrinológico e a regular os batimentos cardíacos, aumenta a
capacidade respiratória, ajuda no fortalecimento e tonificação
muscular. Ensina as pessoas a ter consciência do corpo, a conhecê-lo e
saber como lidar com ele em diferentes situações – como stresse e
ansiedade, por exemplo.
Há vários tipos de yoga, para diversos fins. Enquanto uns direccionam
o trabalho para a mente, outros o direccionam para o esforço físico.
Não que eles não se complementem, apenas o foco que muda.
Através das posturas é que se chega a resultados de uma ginástica
alternativa, pois elas exigem bastante do praticante, algumas posturas
são bem complicadas e difíceis de fazer nas primeiras vezes. Toda essa
movimentação vai trabalhando o corpo, que mais tarde começa a
mostrar os resultados. Não deixa de ser uma forma de exercício e
como todo exercício, também mostrará resultados em relação à perda
de peso – pelo fato de mexer com todo o corpo e também pelo controle
da ansiedade, que em muitos casos, é uma das causadoras do ganho de
peso.
Lian Gong
Trata-se de um conjunto de exercícios de uma prática oriental,
popularizada nos anos 70 e criada com base em exercícios orientais de
alongamento, respiração e automassagem. É relativamente aprender e
praticar.
Esta ginástica alternativa ajuda a prevenir e reduzir o stresse, curar
dores no pescoço, ombros, articulações, costas e pernas, além de
melhorar o tónus muscular.
O Lian Gong tem 18 terapias, que são 18 posições/movimentos que
compõem o conjunto de exercícios. Com relação ao alívio de dores,
que já fez alega que é eficiente, mas os instrutores explicam que a dor
não some completamente, ela volta e que deve-se fazer os exercícios e
automassagem novamente, e toda que ela voltar.
As técnicas de respiração ajudam com o condicionamento físico e a
movimentação do corpo ajuda a tonificá-lo. Os exercícios ajudam a
suavizar as tensões e ainda estimulam a lubrificação das articulações.
Como já foi falado, promover o emagrecimento não é o foco directo
desses tipos de ginástica alternativa, mas acaba acontecendo pelo
Estudos práticos II 75

trabalho que é feito com o corpo. Para resultados eficientes em


redução de peso é preciso que, junto com o trabalho do corpo, haja
uma dieta saudável e balanceada. Procure o seu médico ou
nutricionista e peça um programa completo para perder peso –
informe-o sobre o tipo de ginástica alternativa que fará, que é de baixo
impacto, assim ele prescreve o programa mais adequado.
Não podemos deixar de falar sobre outras actividades que também
funcionam como ginástica alternativa, que é o Tai Chi Chuan, outra
arte marcial chinesa; a dança – essa você pode fazer a qualquer
momento em casa e é uma das actividades mais prazerosas que existe
– e acredite, queima bastante calorias; e por que não pular corda e
treinar com um bambolê? São coisas super divertidas e que faz com
que nos exercitemos sem aquela pressão de ter que ir para academia e
fazer aquelas séries de exercícios – são actividades perfeitas para
quem é avesso à prática de exercícios.

Sumário
A ginástica e uma modalidade muito diversificada, pois ela faz com
que o ginasta primeiro seja flexível de depois apreenda as diversas
tarefa da ginástica a mesma esta subdividida em varias parte, pois o
estudante deve conhecer as deferentes fazes evolução e as actividade
que os ginasta podem exercer.
Estudos práticos II 76

Exercício 5
1. Explica por palavras tua o que entende por Ginástica?

2. Qual e a subdivisão da ginástica?

3. De exemplo de algumas actividades que tem relacionamento


com a ginástica?

4. Qual é a relação do ginasta e a ginástica?

5. Desenvolva um programa de ginástica para teu bairro com


criança e adultos, bem detalhado, e fazer menção das possíveis
actividade que pretendes fazer.
Estudos práticos II 77

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