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J.J.

Gremmelmaier

Primeiro conto da Série Sustos

Sustos,
É Sexta 13

Primeira Edição
Edição do Autor
Curitiba
2017

1
Autor; J. J. Gremmelmaier historias que começam aparentemente
Edição do Autor normais, mundos imaginários,
Primeira Edição interligando historias aparentemente
2017 sem ligação nenhuma;
Sustos - É Sexta 13
------------------------------------------
CIP – Brasil – Catalogado na Fonte
-----------------------------------
Gremmelmaier, João Jose
Sustos - É Sexta 13 /
Série Sustos / Romance de
Ficção / 057 pg./ João Jose
Gremmelmaier / Curitiba, PR. /
Edição do Autor / 2017
1 - Literatura Brasileira –
Romance – I – Titulo
--------------------------------
85 – 62418 CDD – 978.426 Sustos,
É Sexta 13
As opiniões contidas no livro, Este texto surgiu de um sonho,
são dos personagens, e não
então imagino os pesadelos do
obrigatoriamente assemelham-se as
autor.
opiniões do autor, esta é uma obra de
ficção, sendo quase todos os nomes e
fatos fictícios. Agradeço aos amigos e
É vedada a reprodução total ou colegas que sempre me deram força
parcial desta obra sem autorização do a continuar a escrever, mesmo sem
autor. ser aquele escritor, mas como
Sobre o Autor; sempre me repito, escrevo para me
João Jose Gremmelmaier, divertir, e se conseguir lhes levar
nasceu em Curitiba, estado do Paraná, juntos nesta aventura, já é uma
no Brasil, formação em Economia, vitória.
empresário a mais de 15 anos, já teve
de confecção a empresa de estamparia,
ele escreve em suas horas de folga,
Ao terminar de ler este livro,
alguns jogam, outros viajam, ele faz empreste a um amigo se gostou, a
tudo isto, a frente de seu computador, um inimigo se não gostou, mas não
viajando em historias, e nos levando a o deixe parado, pois livros foram
viajar juntos. feitos para correrem de mão em
Autor de Obras como a série mão.
Fanes, Guerra e Paz, Mundo de Peter, J.J.Gremmelmaier
os livros Heloise, Anacrônicos, cria em

2
Sustos,
É Sexta 13

J.J.Gremmelmaier

Primeiro conto da Série Sustos


©Todos os direitos reservados a J.J.Gremmelmaier

3
Imagens da Capa e Números de são trabalhos
aplicados e diagramados sobre a arte de
Karen G. G. Pedro
Editoração: J.J.Gremmelmaier
4
Amanda é uma menina que se considerava moça, tinha seus
18 anos, um namorado que vivia da aposentadoria da mãe, o que
lhe deixava bastante tempo para se divertir, para aprontar, para
transgredir, estavam passeando no Bairro do Alto Boqueirão, bairro
ao lado de onde viviam na cidade de Curitiba, no Paraná, Brasil,
olhando se tinha um carro para arrastar, Jonathan já tinha 4
passagens pela policia como menor infrator, agora de maior,
tomava mais cuidado, mas roubar carro era algo que fazia desde os
10 anos, ela estava com uma saia curta, e uma blusa colada ao
corpo, de malha, ele com uma calça larga, tênis largo, de marca, e
uma camiseta tamanho XXG do Paraná Clube jogada no corpo,
caminhavam tranquilamente na rua, quando viram aquele senhor,
deveria ter uns 100 anos, ou estava muito acabado, entrando em
uma casa, nunca haviam reparado naquela entrada, pois estava
sempre fechada, mas olharam para dentro, e viram um imenso
tapete verde de grama bem cuidada, com estatuas, e uma casa
grande bem ao fundo.
Jonathan sorriu e falou.
— Este seria um velho fácil de roubar, só precisamos de
alguém que entre e nos abra as portas, pois este muro é alto e o
sistema do portão tem estes fios de energia, se duvidar tem até
câmera.
— Alguma ideia?
— Não sei ainda, mas obvio que vamos ter uma.
Caminharam mais um pouco, e Jonathan viu aquele carro
dando mole em meio a calçada, entrou pela porta do motorista, deu
partida com uma mixa e abriu a porta de Amanda.
5
Sai calmamente, se dirigindo aos campos de Piraquara, cidade
vizinha, Jonathan tinha seu contato para fornecimento de carros,
entram em um terreno, e uns 100 metros depois da entrada, outro
muro, e a partir dali, muitas peças de carros jogadas por todo lado,
param em um barracão e um rapaz de cabelos raspados, olha
Jonathan e mede Amanda com os olhos e fala.
— Ainda torce para esta porcaria – olha Amanda aos olhos –
quanto desperdício de material.
— Consegue algo por este? – Jonathan.
O rapaz que todos conheciam apenas por Nazi, olha o carro,
chega perto olhando o carro e fala.
— Nada especial, pelo jeito o dia estava ruim?
— Quanto?
— 500.
— Mas não dá nada isto, não tem um preço melhor.
— Pegar ou largar, pois peça antiga não tem tanta saída, se
fosse um clássico, ainda tudo bem, mais uma lata velha de serie,
tem de escolher melhor Jota.
— Aceito os 500.
O rapaz foi para dentro e voltou com um maço de notas e
falou olhando para o dinheiro.
— Conta que depois não aceito reclamação.
Jonathan passou a mão no dinheiro, colocou no bolço e
começam a sair pelo caminho que entraram, estavam longe da
região deles, mas sempre existem lugares para se divertir, bem
acompanhado e com dinheiro mesmo que pouco no bolso.
Um rapaz de dentro do barracão olha para Nazi e pergunta.
— Porque canta sempre aquela moça, ela parece lhe odiar.
— Se ela me olhasse com carinho, agiria diferente, é o tipo de
gente que só atrai problemas, então quanto mais longe melhor, e
nada como uma cantada animal para tirar os dois daqui, daqui a
pouco chegam os bons carros, põem este lixo no fundo.
— Vou fazer de conta que acreditei.
— Tira isto antes que Romarinho chegue, não queremos
problemas, e este carro lá dentro sendo desmanchado pode ser
problema, põem ele encostado no muro do fundo, tira os cabos,
mas deixa fora do terreno.
6
Jonathan olha para Amanda que fala.
— Estes seus amigos são todos grossos, querem meninas
apenas como objeto.
— Você gosta Amanda, não se faz.
Os dois foram a uma festa na região e chegam em casa já na
madrugada de quinta, o dia começava a mostrar seus primeiros
raios de sol, estranha primavera, dias quentes, noites frias, mas sem
a chuva clássica, diziam ser influencias climáticas do aquecimento
dos oceanos, mas Jonathan nunca acreditou nisto.

7
Amanda acorda tarde, olha para fora, olha Cristine e Silvia,
pela janela a falar com Paulo e Rogerio, toma um banho, e ouve sua
mãe quando saia do banho falar algo.
— Faltou aula de novo filha, quer ser como sua mãe,
domestica a vida inteira?
Ela não respondeu, veste uma roupa, e sai a porta, Cristine
sorri e fala.
— Jonathan parece ter uma ideia para hoje.
— Boa ou péssima? – Silvia.
— Pode ser divertido. – Cristine que abraça Paulo, seu
namorado.
— Divertido para Jonathan me dá medo. – Paulo.
Amanda olha ao longe Jonathan chegando, ele parecia não
estar feliz, sinal que os planos dele murcharam, não seria naquele
dia que eles aprontariam.

8
Amanda volta para casa, os planos para o dia não tinham
dado em nada, e sua mãe pede para ela a acompanhar, ela tinha de
ir a uma entrevista, mas alguém teria de ficar a frente da casa, com
a pequena Jessica, pois ela queria tentar conquistar a vaga, e se
entrasse já com a filha de 3 anos no colo, era quase certeza de não
conseguir.
Amanda viu a fila de candidatas, lembra da casa que havia
passado a porta no dia anterior, estavam contratando uma
governanta, ela fica a frente da casa, vendo as caras de encanto
quando entram, pois a casa era bem ao fundo, mas parecia incrível
de longe, mas via as caras de decepção na saída, era quase uma
antecipação da forma que sua mãe sairia, ela olha o sistema de
câmeras, um funcionário a porta pergunta para ela.
— Vai concorrer a vaga?
Ela pensa em o que falar, e apenas despista.
— Minha tia quer conquistar a vaga.
— Sua sobrinha?
— Irmã, estou de baba hoje, mas é bom trabalhar aqui?
— O senhor não fala muito, a casa é bem organizada, sem
bagunça é um lugar calmo para trabalhar.
— Então gosta de trabalhar aqui?
— Sim. Embora os seguranças são temporários, a casa em sua
maioria das vezes fica somente o senhor, pois as empregadas da
casa e a governanta saem as 18hs, depois disto, sono profundo
quase todo dia.
— Então ganha para dormir?

9
— Ganho para cuidar do que o senhor pede, se ele pede para
me recolher, me recolho.
— E mora ai?
— Tem duas casas mais ao fundo, um do segurança e um para
as duas moças que trabalham ai, mas raramente elas usam esta
entrada, pois as casas ficam para a rua de cima, se eu moro numa
casinha, a das moças é melhor que a minha que já acho boa.
— Solteiro?
— Sim, ainda solteiro, tem namorado menina?
Amanda iria responder mas viu o que esperava acontecer, sua
mãe vindo como se desiludida pelo caminho e fala.
— Hora de ir, mas boa tarde.
Amanda olha o rapaz com malicia, estava provocando, sabia
que aquela casa a agradava, bem ao estilo de casas boas para
roubar no bairro.
A mãe olha para ela, não fala nada e estavam a duas quadras
quando ela falou.
— O senhor é seco, nem sei se paga bem?
— Segundo o rapaz, ele contrata cedendo casa para morar,
parecia feliz com o salario. – Amanda.
— Muita gente, pensei que tinham me mandado para uma
entrevista, mas mandaram pelo jeito todas as desempregadas do
bairro, assim fica difícil de competir.
As duas caminham saindo de um bairro para outro
atravessando uma ponte de metal sobre um rio que neste
momento, com pouco fluxo de agua, tinha o cheiro do esgoto que
alguém jogava nele.

10
Um senhor idoso, olha as candidatas, a empresa mandou
algumas candidatas para a vaga de governanta da casa, casa grande,
3 funcionários, que estavam na casa a anos.
O senhor olha a quarta candidata e parecia que nada o
agradava naquele dia, parecia desmotivado, parecia faltar algo
naquelas candidatas.
O senhor se chamava Ângelo, ele não falava sobre sua idade,
sua pele branca, com muitas rugas, olhos negros profundos, olheiras
de quem não dormia direito a anos, um corpo que naquela cadeira
da escrivaninha não diriam ser de alguém que se cuidava, pois viam
ele sentado.
A falta de empatia dele, fazia muitas desistirem, mesmo sem
ele recusar, estava analisando muitas, pensou que a empresa de
seleção as selecionariam e mandaria algumas, tinham mandado
mais de 20, o que já estava tirando a paciência de Ângelo.
Ele olha pela câmera, olha para a menina a porta, olha para a
senhora saindo e olha as imagens do dia anterior, a mesma menina
que olhava os carros, com cobiça, sorri, lá vinha encrenca.
O senhor olha para o segurança ao longe e faz sinal para
chegar perto.
— Namorada?
— Não senhor, apenas ela estava esperando alguém.
— Não se envergonhe rapaz, vi como a olhou, e sempre se
tem de escolher alguém.
— Ela estava perguntando se era bom trabalhar aqui.
— Imagino, mas se duvidar nem perguntou o nome dela?

11
— Não, parece que a tia dela voltou da entrevista bem na
hora, e acabou com o assunto.
— Pode tirar folga Silvio, pois tenho de mudar de empresa de
seleção, eles não selecionaram, mandaram todas as candidatas, se
fosse para que eu selecionasse não precisava deles.
— Tem certeza, que vai ficar bem?
— Estando ai amanhã por volta das 8 da manha, tranquilo.
— Vai sair pelo jeito?
— Na verdade não sei ainda, vou ver se consigo achar uma
moça para fazer a função de governanta, estou ficando velho, não
tenho mais a paciência dos 70 anos.
O rapaz não perguntou quantos anos o senhor tinha, mas
sinal que tinha mais de 70 anos.
Silvio olha o senhor, não parecia ter um corpo de 70 anos,
parecia alguém que se exercitava, mas todo o corpo estava por
baixo de uma roupa folgada ao corpo, mas o que chamava sempre a
atenção, o rosto gasto do tempo, e as mãos bem envelhecidas, olha
o senhor entrar e ir a sua sala, e volta a sua pequena casa de 6
peças na entrada do terreno, tinha uma entrada através do muro da
casa para o terreno que estava a casa que era parte do trabalho, já
morara em casas bem menores que aquela, mas sempre lhe parecia
que não era para se acostumar com aquilo, pois um dia o senhor iria
desta para melhor e teria de ir a um outro lugar.
Silvio olha para as duas moças da casa, uma olha para ele com
medo, parecia não o encarar, e a outra, nem ficou na peça, as duas
saíram como se fosse fim de expediente, mas não pareciam gostar
de trabalhar ali.
Silvio olha para a casa, chega a biblioteca, tinha uma parede
que tinha apenas um quadro em óleo que tinha pintado vários
livros, em estantes, ele chega ao canto da mesma, gira uma
maçaneta, uma porta abriu e ele acende uma escada, ele olha para
as câmeras da casa, todas ligadas, olha o sistema de gravação, e
tudo em volta, fecha a porta e sobe para o segundo piso, em seu
quarto fica a olhar para a imagem das duas moças chegando em
casa, de Silvio saindo, iria ver alguém, ele sempre que podia ia ver
alguém que ele não conhecia.

12
As imagens da rua calma, não pareciam preocupar o senhor
Ângelo, ele fica a olhar para a imagem das moças que o sistema
deixou gravado, de suas entrevistas, os papeis de seus currículos,
estava pensando se algo servia ali.
Ele nunca foi de pegar algo pronto, e sim de preparar algo, de
impor suas opiniões e seus métodos, as coisas ali eram como ele
queria, não como os demais pregavam correto.

13
Amanda estava a chegar ao grupo novamente, Jonathan olha
para ela que sorri, ele soube que ela teve uma ideia, o olhar de
Paulo para o de Jonathan mostrava que a ideia vinha de Amanda,
não sabia o que estava acontecendo, mas o grupo entrou no carro
de Paulo, apertados, os 3 casais, e param a uma quadra da casa do
senhor e Amanda desce, beija Jonathan e fala.
— Vamos ver se vale mesmo a pena.
— Se cuida.
Amanda chega a entrada da casa, ela toca a campainha, ela
esperava que o segurança a atendesse, pois achou que ele seria
uma forma fácil de entrar na casa, talvez fosse, mas apenas ouviu
uma voz rouca no interfone.
— Em que posso ajudar?
— Aqui que estavam fazendo uma entrevista para
governanta.
— Está tarde moça, as candidatas já foram.
Amanda olha para o interfone e fala meio baixo.
— Não teria ninguém para falar, sei que é tarde, mas não
tenho onde ficar ainda na cidade, me perdi para vir aqui, e pelo jeito
nem vou conseguir fazer a entrevista.
— Você...
— Não tem jeito de me ouvir hoje senhor, sei que é tarde,
mas é que... – Amanda faz uma voz quase chorada – ...estou
precisando muito deste emprego.
— Vou abrir uma exceção, entre.

14
Amanda olha para a rua, ouve a porta destravar, quando ela
abre, ela pega no bolço de traz uma fita, e passa na atura da trava
da porta, ela encostaria, não fecharia.
Amanda entra como se estivesse olhando em volta e começa
a caminhar para a casa, olha para como ela era maior de perto, viu
as luzes do caminho se ascenderem. Ângelo olha a menina, quase
uma moça entrando pelo caminho, sabia que deveria ser uma
arapuca, ele parecia querer provar que ainda controlava as coisas,
mas sabia que estava arriscando, não entendeu o problema ainda, e
olha a menina chegando a porta e apenas fala pelo interfone, ele
estava chegando ao escritório, mas olha para ela pela imagem que
desliga ao monitor.
— Entre, fim do corredor a direita.
Amanda olha para a porta toda trabalhada em madeira, olha
para o corredor e caminha até o lugar.
— Veio para entrevista?
— Sim.
— Trouxe um currículo? – Ângelo rindo da pergunta por
dentro, queria ver até onde ela iria com aquilo.
Amanda para na imagem do senhor, aquilo sim era um
senhor velho, e fala.
— Vim encima da hora, mas tenho muita força de vontade,
muita determinação.
— Qual sua formação?
— Terminei o segundo grau e pretendo fazer Farmácia. –
Mente Amanda.
— Quantos anos você tem moça? – Ângelo.
— 18 anos, sou de maior senhor.
— Acha que consegue administrar uma casa com 400 metros
quadrados, não é coisa fácil.
— Tenho garra senhor.
— E gostaria de começar quando, amanha cedo?
Amanda olha o senhor, ele não a estava colocando para fora,
mas não a estava colocando para dentro.
— Se for o caso.

15
Na entrada da casa enquanto Amanda distraia o senhor,
Jonathan e os dois casais entram, poem uma madeira na porta e
Jonathan chega ao portão eletronico, ergue a armaçao de ferro da
engranagem do motor que abria o portão, ninguem entraria no
automatico naquele momento.
Jonathan vai invertendo as cameras, e olha para Paulo.
— Vamos a casa, vamos ver se aquele carro do senhor
realmente é uma raridade, pode valer uma boa grana.
— Você e este vicio por carros, mas tudo bem, qual carro este
senhor teria?
— Um Opala Vermelho, completo, ano 70, 8 cilindros.
Os dois sorriem, olham a parte baixa da casa, uma imensa
garagem, deveria ter mais de 12 carros concervados, alguns
empoeirados, e uma caminhonete 4x4 do ano, o rapaz sorriu e fala.
— Esta caminhonete nos facilita tirar as coisas da casa, pois
classicos são valorizados, mas dificil de levar muita coisa.
Jonathan sorri e fala.
— Olhem a garagem, se acham as chaves, parece que está
calmo, o senhor nem desconfiou ainda, vou subir para a casa e fazer
uma surpresa para este velho.
— Não faz burrada.
— As vezes facilito a passagem Paulo, mas não quer dizer que
ele vai hoje.
— Vamos ajeitar as coisas aqui. – Fala Cristine.
Jonathan entra na casa e vai entrando, com cuidado, ouve a
conversa e aparece a porta, o senhor olha desconfiado e fala.

16
— Quem é você rapaz? – Angelo medindo o rapaz ainda com
aquela camiseta do Paraná Clube jogada ao corpo.
— Quem vai esvaziar a casa velho, senta que não se machuca.
— Acha que está falando com quem ladrãozinho.
Amanda sabia que Jonathan gostava de roubar, mas odiava
quando alguém o chamava de ladrão, talvez fosse a hora que ele se
tocava que estava num caminho sem volta.
Ele se irrita, poem a mão as costas e puxa uma arma e aponta
para Angelo que parece recuar, ele olha a moça que sorri, entendeu
que eles entraram logo em seguida, aquela arma não era uma boa
ideia, ele olha para as janelas, longe, olha para os olhos da menina e
fala.
— Esqueci de prestar atenção no namoradinho marginal, mas
o que quer ladrãozinho, roubar um velho sozinho?
— Se me chamar de ladrãozinho de volta vou lhe furar.
— Quer que chame do que, senhor Ladrãozinho?
Jonathan estava irritado agitando a arma na frente do corpo,
a coceira no gatilho, ouve o senhor tocar na mesa, pensou ser um
alarme e dispara descarregando a arma no senhor.

17
Jonathan atira no senhor, olha o senhor cair para traz, vê um
buraco se abrir, ao chão e o senhor sumir no escuro de um buraco
ao chão, Amanda ia falar que tinham de dar sumiço no corpo e o
mesmo já tinha desaparecido no buraco. Rogerio e Silvia sobem
após ouvir os tiros e se deparam com os dois olhando o buraco e
perguntam.
— O que aconteceu?
— Vamos esvaziar a casa, não sei onde este buraco dá, mas
parece que o senhor tentou uma fuga, mas o acertei antes. –
Jonathan olhando em volta, quadros nas paredes, olha o monitor a
mesa desligado, o liga e vê as imagens, olha os cabos e fala.
— O senhor se distraiu com Amanda, senão teria nos visto
entrar, mas ele tem câmeras, deve ter um servidor – abre a gaveta –
tem um computador pessoal, celular, deve ter um monte de coisa
de valor na casa, vamos a revirar com calma e em silencio, ninguém
percebeu, então vamos ser rápidos. – O relógio na parede toca as
11 badaladas da hora e Jonathan olha aquilo e fala.
— Destes relógios acho que só tem em museu.
Os demais sorriram e Silvia olha para Rogerio e para a escada
e fala.
— Vamos ver lá em cima, deve ter coisas de valor, nem sei o
que vale mais nesta casa, parece aquelas casas de antiguidade. –
Silvia.
— Coisa que sejam fáceis de vender, não esqueçam.
Amanda olhando o buraco, olha um botão a mesa, a que o
senhor apertou e viu o buraco fechar e fala.
— O pegamos antes dele tentar escapar.
18
Jonathan olha para o casal subindo no fundo por uma escada
com adornos de madeira, haviam quadros nas paredes, o piso era
de madeira bem trabalhada, parecia brilhosa.
Silvia entra em uma peça e olha para Rogerio.
— Aqui Rogerio.
Ele entra e olha um cofre, estava apenas encostada a porta,
ele olha para dentro e vê maços de notas e sorri, não fala nada,
põem o dinheiro no bolso, vai a escada e grita para Jonathan.
— Sobe aqui Jota.
Jonathan dá um beijo em Amanda e fala.
— Vamos ver o que eles acharam?
Sobem e olham aquele cofre aberto, joias, 3 barras de ouro e
Rogerio pergunta para Jonathan.
— Deve valer um dinheiro, mais que os carros lá embaixo.
— Vamos ter de repassar para quem entende disto, mas um
bom começo, e este quarto, parece estranho. – Jonathan olhando
em volta, uma peça imensa – a escada dava naquele quarto que
tomava toda a parte superior da casa, uma peça ampla, se via a lua
cheia por uma das janelas, a surgir no céu estrelado. Dali se via
todos os cantos do terreno, se tinha uma porta de vidros com uma
cortina simples, transparente de renda bem fina, a dada lado da
mesma, de um lado o guarda roupa, do outro o cofre, a cama bem a
frente, parecia bagunçada, talvez a única coisa bagunçada.
A sensação de que tinha alguém a cama, os fez olhar
assustados, chegam a cama, algo se mexia por baixo da coberta,
Jonathan pega a arma, chega perto, bem lentamente, os demais
começam a se aproximar, e veem Jonathan puxar a coberta e um
gato bem negro, grande, sair correndo pelo quarto, tentou uma da
janelas, se bateu, parece correr quase a parede e desce a escada
sumindo por ela.
— Todos estavam ainda assustados e Amanda sorriu.
Eles começam a revirar o quarto, relógios, aquelas joias,
alguns pertences que pareciam banhados a ouro, foram colocando
tudo em uma sacola, quando ouvem o relógio tocar as 12 badaladas
da meia noite.

19
Ângelo havia prendido os pés em uma fenda, estava de ponta
cabeça, olha para baixo, sente o corpo, sente a energia lhe correr o
corpo, sente os músculos, se ergue apoiando as duas mãos na
madeira de um dos lados, solta com dificuldade os pés, olha para o
buraco, solta o corpo, que cai pelo buraco, recolhe as pernas para
amortecer a queda.
Calmamente olha o quarto escuro, fecha os olhos, pois não
teria de sentir o local, sente a mascara a parede, coloca em seu
rosto, olha para o corpo, sente a bala e pensa nela saindo do corpo,
sente a dor e grita.
A dor da pele repuxando a pele enquanto fechava o buraco
que a bala saiu, fez o senhor gritar mais uma vez.
Ele chega a parede que dava para fora, olha para o céu, lua
cheia, meia noite, começando a sexta feira, 13, e nada parecia
diferente de outros dias.
Ele sente a energia, e olha as duas moças vindo pelo terreno,
olha para elas que vendo ele com a mascara, recuam, eram as duas
empregadas, elas recuam e uma olha para a outra.
— Invasores?
Ângelo apenas sacode a cabeça, afirmativamente.
Elas recuam as suas casas.
Ele caminha até o portão de entrada, o ergue facilmente o
colocando no lugar, sai pelo portão, olha o carro dos rapazes parado
mais acima, chega ao carro, e o empurra para a entrada, aciona o
portão, ele lentamente abre, ele empurra o carro para dentro do
terreno o deixando atravessado ali.
Começa a entrar novamente e vai ao buraco novamente.
20
Ele entra na garagem pela lateral, Paulo estava a olhar as
chaves, estava ajeitando a caminhonete para sair, e vê Jonathan e
Amanda chegar ali, Ângelo estava em um canto escuro, olhando
eles, com uma mascara que tinha a forma de uma caveira, branca e
negra, para noites especiais.
— Ouviu o grito? – Jonathan.
— Quem não ouviu, tem certeza que matou o velho? – Paulo.
— Temos de descobrir onde ia aquele buraco, pois se ele ficar
gritando pode nos complicar.
— Vamos dar uma geral, a caminhonete e mais 6 carros estão
prontos para encher e sair, pensei em 6 pois cada um sai com um,
depois volto pegar o meu na rua.
— Uma boa ideia. – Amanda.
Eles começam a olhar os cantos, e Amanda entra na peça que
Ângelo estava ao canto, ela olha o buraco e olha para cima, não via
que era um buraco, pois estava tudo escuro, Ângelo se aproxima
pelas costas, ele estava quase a puxando para o buraco quando
Rogerio fala da parte alta.
— O tempo está invertendo, vamos acelerar, pois a chuva vai
cair logo.
Amanda sai para fora, e olha para o céu que antes se via a Lua
Cheia agora com raios e relâmpagos, estava noite, não teria certeza
se era das demoradas, mas entra novamente.
Cristine olha para Paulo, o dá um beijo e fala.
— Vou ajudar a trazer as coisas, temos de acelerar.
Paulo olha para o local onde Amanda saiu, acende a luz do
carro, teve a sensação de ver algo lá, pega a chave de rodas, e entra
no lugar, olha em volta, não viu nada, olha pensando que estava
impressionado.
O olhar para cima, deu a sensação de ouvir os passos na peça
acima, poderia ser o buraco que eles falaram, entra um pouco,
mais, Ângelo estava a parede, olhando para ele, esperando um
momento para agir, ainda olhava como curioso o que aqueles
rapazes achavam que estavam fazendo, mas quando vira-se se
assusta.

21
Olha aquela caveira, recua, e se desequilibra, ele cai num
buraco que estava ali, a meio passo de onde Amanda parou, e se
ouve o grito de Paulo caindo e depois um som seco de quem havia
caído sobre madeiras.
Cristine ouve o grito e fala.
— É o Paulo.
Ela desce apressada e Rogerio e Silvia vieram juntos, viram
que a luz estava iluminando um canto, e chegam a ele, olham para o
lugar, Cristine ia dar um passo a mais e Rogerio a segura e fala.
— Cuidado com o buraco.
Ela parece não entender, mas viu que não havia piso, olha
para baixo e fala.
— Paulo, está bem?
Se ouviu um resmungo, e Cristine fala.
— Precisamos de uma lanterna.
— Vi uma lá encima, vou pegar. – Silvia.
Rogerio olha para o lugar e fala.
— Parece um buraco de despensa, deve ter uma escada para
baixo.
Amanda e Jonathan chegam com duas sacolas e colocam na
caminhonete e o mesmo pergunta.
— O que aconteceu Rogerio, onde está o Paulo?
— Parece ter caído em um buraco, Silvia foi pegar uma
lanterna.

22
Ela chega ao lugar, com duas lanternas e se ouve os trovões
do lado de fora e um estouro, um transformador havia estourado,
toda a luz da casa apaga, se olha para fora, a rua estava apagada,
Jonathan olha para Rogerio e pega a lanterna da mão de Silvia.
Tentando manter a calma, chega ao canto que as luzes do
carro iluminavam, olha para baixo e a visão de Paulo esticado ao
chão, estático, não foi boa, ele olha para Cristina e fala.
— Merda.
Ela olha para baixo, lá estava Paulo, aparentemente morto,
Jonathan olha para a escada de metal que fixa a parede que ia para
baixo e fala.
— Vou ver como ele está lá embaixo – ele coloca a lanterna
no sentido para cima e se vê um piso pouco mais de 3 metros acima
e fala – este poderia ser o buraco que o senhor caiu, escuro, mas ele
estaria ali embaixo de Paulo.
Amanda olha e não vê nada e fala.
— Se cuida Jota.
— Vou lá e vocês coloquem as coisas na caminhonete, vamos
sair daqui, levamos Paulo a um hospital e voltamos para pegar os
carros, não podemos esperar muito.
Jonathan começa a descer a escada de metal incrustado na
parede.

23
Jonathan olha para Paulo, toca ele, estava frio, olha em volta,
não havia o senhor ali, olha para cima, poderia existir outros
alçapões na parte alta.
O olhar para Cristine na parte alta, falava que ele não
sobrevivera, Jonathan sabia que teriam de tirar o corpo dali, eles os
culpariam, ainda achariam o corpo do senhor, e os complicariam.
Jonathan olha para Cristine e fala.
— Temos de o tirar deste buraco.
— Mas...
— Ele merece um enterro digno Cristine, não neste buraco.
— Temos mesmo de fazer isto? – Rogerio.
Jonathan olha em volta e vê que não era uma peça, era uma
galeria pluvial.
A chuva começa do lado de fora, o barulho dela atrapalhava
até a conversa, a luz de duas lanternas e do veiculo que estava de
luz acesa, dava um clima estranho, Jonathan estava olhando em
volta quando sente uma mão no ombro e olha para Cristine, ela
descera, e a vê debruçar sobre o corpo de Paulo.
— Não era para me abandonar desgraçado.
“Um amigo morto”, pensa Jonathan tentando manter a calma
e entender o que teria de fazer.
A agua começa a entrar por uma das entradas, e Jonathan
olha para Cristine.
— Melhor subir, isto vai encher de agua.
— Mas e Paulo.
— Vamos achar uma corda e o levantar, mas não podemos
ficar aqui que isto vai ficar alto e molhados não ajuda.
24
O olhar de Amanda para Jonathan não era bom, o velho
morrer não parecia lhe pesar, mas Paulo era diferente, cresceram
juntos, não era a mesma coisa.
Cristine sobe, olha em volta como se estivesse perdida, as
demais tentam a acalmar, mas ela sobe para a casa, parecia soluçar,
Jonathan quando chega na parte alta, olha para o corpo abaixo e o
vê boiar, começando a sair a oeste, se duvidar aquilo ia até o rio, se
fosse, o corpo poderia ser achado bem longe dali.
— Onde está Cristine? – Jonathan.
— Subiu para a casa. – Sonia.
— Melhor não deixar ela sozinha, a coisa já se complicou, e
não estou feliz com o que aconteceu.
Rogerio olha para Sonia e fala.
— Vamos a procurar, ela não deve estar longe, deve estar
assustada, sei que todos estamos e esta chuva não está facilitando
nada. – Rogerio quase gritado entre um estrondo de trovão e o som
de um raio que deve ter caído próximo.

25
Cristine some, enquanto Ângelo segura o corpo de Paulo e o
tira da agua, amarra o corpo em uma tabua e começa a puxar para
uma peça lateral.
Acende algumas velas, olha para a chuva e sorri.
— Que as forças de sexta 13 se apresentem. – Ângelo.
Um raio cai, sente-se o balançar de tudo pelo som
ensurdecedor do mesmo.
As duas moças surgem na peça, seus rostos estavam
pintados, escurecidos na altura dos olhos, o nariz pintado de preto,
e com tocas brancas na cor do que pintaram o rosto.
Olhando desapercebidamente, ou se fechassem os olhos,
ficavam caveiras andantes, Ângelo as mede e viu que estavam com
capas negras.
As duas não falaram nada, as vezes pareciam nem estar ali
fisicamente, suas mentes pareciam distantes.
Ângelo olha para o corpo e o levanta em um altar, pinta seu
rosto como estava o rosto das moças e põem sobre cada um de
seus olhos uma pedra, tira sua mascara deixando ao lado do corpo.
O senhor começou a assoviar lentamente, e se viu o rapaz
estremecer na mesa, o olhar do senhor envelhece um pouco mais
antes de começar a mudar, sua feição começa a rejuvenescer, a
mudar, o rapaz a mesa, ergue as mãos, e tira as pedras do olho,
Ângelo olha para cima olhando o local.
Ângelo abaixa a cabeça, e fala baixo entre os estrondos da
chuva do lado de fora.
“A energia vital elabora a vida, a energia da luz, a energia dos
raios, a energia do som, a energia da concepção, todas as coisas
26
estão no caminho, todas as coisas estão no destino, todas as
energias venham a mim, todas as energias venham a mim, todas as
energias venham a mim.”
Um raio cai sobre o para raio da casa, a energia corre pelas
paredes, o som entra junto, estremecendo tudo, as mãos de Ângelo
tocam o chão e ele sente o corpo estremecer, as moças
continuaram estáticas, mas o rapaz abre os olhos, se vê a alma dele
sair do corpo, olhar para o senhor que sente a energia no corpo e
olha para o espirito ser atraído para ele, suas rugas somem, as
moças parecem sentir a energia, se vê uma lagrima nos olhos de
uma moça, talvez uma lembrança de um passado.
O rapaz olha para o senhor e não emite um som, apenas fica
ao lado das moças, estático, olhando ele rejuvenescer, a dor dele
pareceu um trovão.
Ângelo alcança a mascara para Paulo, que a pega e coloca,
sem falar nada, e fala.
— Faça a segurança de nossa amada.
Paulo sai pela porta, como se conhecesse onde estava, um ser
sem vontade, ombros caídos, com aquela máscara ao rosto.
Cristine estava a sala, olha para aquele ser, de mascara, recua
e nem percebe o alçapão se abrir ao chão, e desaba, sente o chão,
um colchão, olha para cima e olha aquele ser pular sobre ela, por a
mão em sua boca, ele não falou nada, mas ela desacorda, com a
falta de ar, esticada naquele colchão.
Ângelo chega a ela e coloca uma mascara, e faz sinal para o
rapaz sair.

27
A procura de Cristine é feita por Rogerio e Silvia, eles estavam
olhando a casa, na sala que era ao lado do escritório acham um
buraco, um alçapão aberto, eles estavam com dificuldades de olhar
quando sentem a luz voltar na casa, Silvia acende a luz da peça e
viram um corpo caído, olham aquele corpo rosto de um velho e
pensam ser do senhor.
Reparam na altura e descem para a garagem, atravessam o
corredor lateral, olham para aquele colchão. Silvia tentava se
mostrar valente, mas tremia por dentro, tudo estava errado
naquele incidente.
Ela chega a altura do corpo, olha que estava coberto com
uma capa, olha para o rosto e vê o ser se mexer no chão, ela tenta
manter o raciocínio, mas olha para Rogerio, ele parecia assustado.
Silvia num instante estava confiante, no seguinte, em pânico,
ela olha o ser levantar a cabeça, tentar olhar em volta, sem
perceber que estava com a mascara.
Silvia olha aquilo e tem um ataque de pânico, sai correndo e
entra em uma sala ao lado.
Rogerio a segue, tentando manter a calma, o ser parecia
perdido, mas não se preocupou, tenta manter a calma, olhando
para onde a Silvia correu.
— Calma Silvia, nada de assustador aqui.
Vendo ela se afastar fala mais alto.
— Volta aqui, nem sabe para onde está indo.
Estava andando quando sente alguém pegar no seu ombro,
se assusta, pensa que é Jonathan e fala se voltando.
— Me assusta assim Jota.
28
Ele olha assustado aquela caveira branca olhando para ele, vê
uma mascara e como o ser estava parado, puxa para ele a mascara,
olha os olhos de Paulo, sobre uma pele pintada de branco.
Ele recua, pois não poderia ser Paulo e sente a estaca lhe
atravessar a barriga, caindo para trás.
As moças surgem na peça, o colocam em uma maca e a
levantam o levando para a sala que Ângelo esperava.

29
Sonia corria em pânico, foi entrando nas peças, acendendo e
atravessando, entra em uma sala, toca a parede para sentir o
interruptor, acende e vê que é uma jaula, olha para a porta e vê a
mesma se fechar e começa a gritar para Rodrigo.
— Aqui Rodrigo.
Ela olha para um vulto em meio ao escuro.
— Não brinca Rodrigo que não é hora de brincar?
Olha aquele ser branco, cara com a mascara, arrastando um
corpo, era da Cristine, a moça se afasta, assustada, enquanto o ser
abre a porta e põem a moça para dentro da grade, fecha a grade da
porta e joga um copo de água em Cristine que acorda.
Ela olha assustada, olha para Silvia, demora para se localizar,
viu aquela caveira lhe encarando e fala.
— Não tem graça, tira esta mascara e mostra quem é de
verdade.
O ser olha para ela, não parecia ter sentimentos, mas parece
dobrar o pescoço um pouco, como se a reconhecesse e começa a
sair, com os braços caídos.
— Onde estamos? – Cristine.
— Não sei, o que aconteceu com você?
— Desabei de costas em um destes buracos, mas tinha
alguém lá, alguém me segurou o nariz até eu desacordar, ele
cheirava a Paulo, mas não poderia ser ele.
— Algo está errado Cristine, isto é uma cela, casas não tem
celas na parte de baixo, e aquele ser, o que era aquilo.
— Parece o ser que segurou minha respiração até eu
desacordar.
30
— Temos de sair daqui.
— Como?
— Não sei.
Cristine começa a gritar, pois alguém teria de ouvir, tomara
que Amanda e Jonathan estivessem bem.
Silvia olha para algo vir pelo corredor, duas moças passam
por ali, pareciam carregar algo, pesado.
— Moças aqui, nos ajudem. – Silvia.
As moças soltam a maca, que estava Rogerio, uma acende a
luz, Silvia olha o namorado sangrando na maca e olha aquelas
moças, com os rostos pintados como caveiras e fala.
— Estão querendo assustar quem com isto, o que fizeram
com o Rogerio.
A moça pega as notas na roupa do rapaz e olha para Sonia e
fala com uma voz fina e fúnebre.
— Os pesos da vida se conquista pelo dinheiro.
Cristine olha o dinheiro e não entendeu, mas a moça apagou
a luz e pareceram erguer a maca e continuar por um corredor
lateral. Elas deixam o segundo corpo entre as velas, sobre o altar,
pintam seu rosto e uma delas tira a mascara e se via os anos que
expressos em suas rugas, e ela tomou o lugar de Ângelo, e se viu
suas rugas se apagarem, a voz que não tinha mais força parece sair
forte. Termina o ritual e fala ao final.
— Obrigada por mais este trecho de vida energia vital.
O rapaz levantou-se ela falou.
— Cuidem das entradas, hora de por fogo no carro ao portão.
Rogerio saiu e foi na direção do portão, pega um galão de
gasolina em meio a chuva, olha o carro, abre ele, derrama gasolina e
coloca fogo, afasta-se lateralmente, mas de longe Jonathan olha
para o carro de Paulo ali, não estava ali antes, o que estava
acontecendo.

31
Amanda estava a olhar a casa, todos haviam subido, quando
ouve o grito de socorro de Sonia, desce e olha para a garagem, tinha
um corredor no fundo que não havia visto, Jonathan olha ela
entrando nele.
— Vai onde?
— Sonia está gritando por ajuda, só não sei onde.
— Já chego lá.
Amanda olha para o corredor acesso e vai por ele.
Jonathan estava ligando a caminhonete, para a ajeitar a
entrada, sairia dali de qualquer forma.
Ele olha para a porta e vê aquele ser saindo pelo corredor que
Amanda entrara, parecia um ser sem vida, pois os braços estavam
caídos, puxa a arma e aponta para o ser, ele não deixaria de reagir.
Ele olha para o ser saindo do carro e sente alguém segurar
seu ombro, olha assustado o segundo ser, olha em volta e vê duas
moças, todos com aquelas mascaras, ele aponta para o mais
próximo e descarrega a arma.
O ser olha para ele e apenas fala baixo.
— Dói Jota.
Jonathan não entendeu, puxa a mascara e olha para Rogerio,
olha as balas saindo da barriga do amigo, e o mesmo passar a mão
no sangue e passar em seu rosto, sente as duas moças segurarem
seu braço e uma fala.
— O levem a sala de passagem.
Jonathan não entendeu, mas sentiu o segundo ser o segurar,
e olhar para ele como se fossem conhecidos, ele vê Rogerio colocar
a mascara novamente e fala.
32
— O que está acontecendo Rogerio?
— Não me chamo mais assim Jota.
— E como se chama?
— Ângelo 3, e será o Ângelo 4, parte desta família.
— Está maluco.
O segundo segura seu braço e fala.
— Até que a desventura nos separe.
Jonathan entendeu que o segundo era Paulo, pois ele sempre
falava isto quando algo dava errado, mas ele vira Paulo morto,
lembra de ter descarregado a arma em Rogerio a pouco, e não
entendeu e começa a espernear, que não iria a lugar nenhum.
A chuva aperta do lado de fora, e levam Jonathan para a peça
ao fundo, Ângelo viu a segunda moça fazer o ritual e o terceiro
rapaz ficar ali a pensar quem ele era.

33
Amanda chega à cela e olha para as moças presas e pergunta.
— Estão bem?
— Assustadas, vi duas moças arrastando Rogerio.
— Tem certeza, não acho ninguém mais, ouvi você gritando,
mas pelo menos vocês duas estão bem.
Os olhos fixos de Silvia olhando para traz, fez Amanda olhar
para traz, e olhar assustada para aquele senhor, ela o vira mais
sedo, o que vira Jonathan atirar, as costas dele, duas moças bem
jovens, e ao fundo delas, 3 rapazes que na altura e corpos poderiam
ser os três rapazes, mas carregavam mascaras e estavam com capas
negras, que destacava apenas as cabeças ambulantes com aquela
mascara.
— Você não pode estar vivo.
O senhor Ângelo olha para Amanda e pergunta.
— Ainda quer começar amanha?
Amanda olha o senhor, o que ele estava falando, ele vira que
eles estavam o roubando, ele deveria saber de mais alguma coisa, a
pergunta fora do contexto a tirou as palavras.
— Não entendi a pergunta.
— Não veio pedir um emprego?
— Sim.
— A minha direita, Rose a cozinheira, a minha esquerda,
Matilde, quem ajeita a casa, a pergunta, quer trabalhar mesmo ou
quer fazer parte desta casa para sempre?
Amanda olha para os rapazes ao fundo e as três viram os três
tirando as máscaras, Cristine olha Paulo de pé sem saber o que
estava acontecendo.
34
— Não pode estar vivo?
Ângelo olha os rapazes e fala tirando a mascara de idoso, já
que agora estava sentindo-se bem jovem e olha para Amanda.
— Disse que elas caiam perfeitamente Jonathan.
O senhor dá as costas e começa a sair, e Amanda olha com
raiva para Jonathan que chega perto e a beija.
— Feliz sexta feira 13.
Paulo abre a porta e as duas outras saírem e Cristine bate no
peito de Paulo e fala brava.
— Não se faz isto.
Paulo levanta os braços e fala olhando para ela.
— Me preferia morto?
— Não disse isto, não mesmo.
Os três começam a sair e Jonathan olha para Rogerio que fala.
— Eu dirijo o Opala.
— Eu vou de caminhonete mesmo. – Paulo.
Amanda olha como se não entendesse, e Jonathan fala.
— Com calma lhe explico.
Amanhecia lá fora, quando os 3 carros saem pelo portão,
desviando pela grama o carro incendiado de Paulo.
Param na casa de Jonathan, deixam as coisas que pegaram na
casa no quarto dele e os três rapazes deixaram as meninas em casa
e foram no sentido de Piraquara.

35
Ângelo olha para Rose e pergunta.
— Está bem?
— Sim, há anos não sentia meu corpo, a dor de andar me
tomava o corpo.
Ele olha para Matilde.
— E você?
— Bem, não entendi o que pretende?
— Se um dia as convenções me prenderem, estarei morto, se
um dia o mundo me entender, as energias não me obedecerão
mais, então apenas aceito um obrigado e pronto.
— Obrigada. – Rose e Matilde.
Ele sobe ao quarto, olha para as coisas fora do lugar, a chuva
parece apertar um pouco, um raio a mais cai sobre a casa, e as
coisas parecem ficar energizadas, a mesma corre pelas paredes e
tudo volta ao lugar, Ângelo abre um segundo cofre e repõem o
dinheiro no lugar, as peças de ouro, e olha pelas janelas, vendo
aquelas duas moças, jovens, entrarem em duas combinações
transparentes pela porta.

36
Nazi olha aquela caminhonete entrando no terreno com dois
carros antigos bem conservados, e olha para o portão e fala.
— Fecha, não sei quem é.
O rapaz olha os carros e a caminhonete e olha para Nazi.
— Este trabalhou a noite pelo jeito.
Nazi não entendeu até ver o carro parar a sua frente e
Jonathan sair da caminhonete e olhar para ele.
— Consegue algo por esta Nazi? – Jonathan olhando ele, com
a mesma camiseta, parecia não ter outra na vida.
— Esta vale um bom dinheiro, mas tem de ver que não tenho
no cofre.
— Então perdeu este, não posso esperar Nazi.
— Não vai nem dar uma chance de lhe pagar amanha?
— Hoje não.
— Me dá um momento Jota, o que aconteceu, vai querer
pelos carros também?
— Se quiser ficar com o Opala, pode ser.
Paulo sai do Opala e olha para o rapaz, não se conheciam,
mas parecia obvio, que Jonathan estava ampliando os negócios.
O rapaz que nunca saia olha para Paulo e fala.
— Abre o capo para eu dar uma olhada.
Paulo puxa a trava e o rapaz abre o capo e olha para Nazi, que
entendeu, valia.
— O que tem ai Carlinhos?
— Um motor original com toda a suspensão nova, com a
lataria inteira, as borrachas bem conservadas, diria que parece
novo, e estamos falando de um carro de mais de 40 anos.
37
Nazi que raramente via emoção na voz de Carlinhos, olha
para o carro e chega perto.
Olha o estofamento, olha para o painel, parecia muito bom
para ser verdade, mas viu que o outro que tinha um rapaz dentro,
parecia também bem conservado.
— Sabe que estes devem ser bons de mais para não chamar a
atenção Jota.
— Não ofereci, se não quer, fala, acho quem compra.
Carlinhos olha para Jota e fala.
— Se ele não comprar eu compro.
Nazi odiava quando Carlinhos atravessava a conversa, mas
era obvio que o rapaz se encantou com o carro, principalmente
porque ele tinha um chassis do mesmo do lado de dentro, com
documentos, teria apenas que mudar a parte do chassis, pintar na
mesma cor e pedir alteração de cor do carro e teria uma raridade na
mão.
— Ofereço 12 pelos dois?
— Capricha ai Nazi, está pechinchando, mas tudo bem, disse
que não tinha mais no cofre, mas capricha no preço. – Jonathan.
Nazi olha para Jonathan, ele nunca negociava, mas estava
com um olhar cansado, mas bem fixos nos seus olhos.
— 24 pelos dois.
— Agora.
— Sim, vou pegar o documento, estaciona os dois para
dentro.
Eles estacionam, recebem e voltam para suas casas, com um
dinheiro no bolso e quando chegam a casa de Rogerio ele olha para
Jota e fala.
— Vamos falar serio agora.
— O que quer falar?
— Não sei, minhas lembranças não me dizem nada, parte não
lembro do que aconteceu naquela casa, mas quando abri o cofre,
peguei estes maços de dinheiro.
Jonathan viu o rapaz por o dinheiro a mesa e falar.
— Acho que o senhor tinha mais dinheiro que este seu
atravessador.

38
— Acho que vamos voltar lá, não entendi ainda o que
aconteceu, juro que nada do que vivi lá esta se encaixando também
Rogerio, mas então teremos um bom fim de semana.
— Parte eu vou guardar, sabem que nem toda semana será
como esta.
Os três sorriem.
Nazi olha o carro que Carlinhos olhava e pergunta.
— Se encantou com este carro?
— Nazi, estas peças são originais, as junções originais, dá até
pena de cortar para substituir o chassis, pois é um carro original
como poucos que vi, ele parece ter ficado 40 anos numa garagem,
um quarto a vácuo, pois nem ferrugem demonstra ter.
— Tem de manter o brilho fora dos olhos, assim não se faz
bons negócios.
— Este vou comprar de você Nazi, este é meu, nem pensa
nele que tem dono.
— As vezes esqueço que carros antigos são sua especialidade
e paixão.
— Eles estavam em um mais clássico, mas talvez não
estivesse como este aqui, mas se ele aparecer com outro destes, ele
tem alguém para roubar ou uma garagem destas que abandonam
por ai, com raridades.
— Vale muito?
— Nazi, eu pagaria os 24 que pagou pelos dois só neste.
— Ele vale quanto?
— Se achar um assim, neste estado e conservação, não vão
pedir menos de 40.
— Bom saber quanto lhe cobrar.
— Se quer perder um parceiro nisto, faz isto Nazi.
Nazi olha serio para Carlinhos, sabia que ele entendia da
parte carros antigos, pelo olhar de Carlinhos sabia se valia algo ou
não, mas pelo jeito aquele carro encantou o senhor.
O senhor colocou o carro para dentro da área de corte, ele
substituiria apenas a parte do chassis, Nazi olha a diferença de
ferro, realmente parecia que o carro estivera em uma sala isolada,
pois o que mais deu trabalho para Carlinhos foi ajustar a diferença
de ferro, um intacto, outro mesmo inteiro, desgastado.
39
— Vendo você trocar a parte interna, entendi o quanto o
carro está conservado, mas sinal que este pode ter um rastreador,
pensou nisto?
— Sim, passei o medidor de sinais de saída, nada, este estava
limpo, ele não usou nem sistemas de trava, pois deixariam marcas,
ele parece estar como saiu de fabrica.
Nazi olha o outro e fala.
— Acha que eles vão trazer outros?
— Não sei, mas esta foi uma compra realmente lucrativa,
sabe disto Nazi, nem todos os carros estão tão conservados.

40
Amanda olha para fora, estava pensando, o que não estava
certo, ela olha para fora e se depara com uma pergunta.
“Como Jonathan saberia o que ela pensara à tarde, com a
mãe a frente daquela casa?”
Ela olha para a rua, as duas amigas estavam lá, os meninos
não, estranha, embora Paulo tivesse de explicar o carro que
incendiou, embora com um carro novo no lugar, mas não, o carro
era do senhor, ele não poderia usar.
O olhar para fora foi cortado pela frase da mãe.
— O que fará hoje a tarde filha?
— Porque mãe?
— A entrevista de ontem, me chamaram para conversar,
parece que algo o senhor viu que eu não vi. Preciso que olhe a
pequena Jessica.
O olhar de perdida de Amanda, o que não entendera, o que
parecia não encaixar, olha para fora e fala.
— Vou sim, não entendi nada mesmo do dia de ontem.
— O que aconteceu, Jota não está por ai? Está se cuidando
filha?
— Sim, mas quando vamos?
— Assim que terminar a louça, mas se começar lá, terá de
cuidar da casa, tenho de trabalhar, sabe que sem dinheiro não
temos nem o que comer.
— Sei, quando me cuido, é para não ter um filho com alguém
que parece mais inconsequente que o pai.
— Então porque está com ele?

41
— Acho que quando amamos acreditamos que podemos
mudar as pessoas, mas não sei o que mudar nele ainda.
Amanda ajuda a mãe e vão a casa do senhor, ficou a porta a
olhar sua mãe entrar, olha para o carro de Paulo inteiro,
estacionado para dentro, olha em volta, olha o segurança do dia
anterior olhando-a.
— Voltou?
— Sim, parece que ontem era a pré entrevista.
— O senhor Ângelo ficou bravo ontem, ele queria que o
trabalho feito por ele ontem, tivesse sido feito pela agencia.
— E vieram muitas hoje? – Pergunta Amanda.
— Só sua tia.
— Desculpa, eu menti ontem.
— Mentiu?
— É minha mãe, mas as vezes tememos ser peso para ela
conseguir um emprego.
— Nisto não posso opinar, não tenho filho, não achei a
pessoa certa ainda.
— Seu o carro? – Pergunta Amanda apontando para o carro
de Paulo.
— Não, alguém deixou na entrada, está aberto, apenas
encostamos onde não atrapalhe a entrada.
Amanda olha para o carro sem entender, para ela o carro
tinha pego fogo, será que pregaram uma super peça nela, não
conhecia o senhor, poderia nem ser o que vira no dia anterior, mas
a pergunta era como Jonathan soube onde indicaria?
Estava olhando o rapaz, o carro quando sua mãe saiu
sorridente, algo estava errado, mas não sabia ainda oque.
— Começo na segunda.
Amanda olha para o rapaz e fala.
— Estamos indo, meu nome é Amanda.
— Silvio.
Amanda sorriu e saiu.
Sua mãe estava olhando para ela esperando se afastar e fala.
— As vezes a primeira impressão é diferente da segunda,
ontem o senhor parecia antipático.

42
— O segurança falou que era para eles terem feito uma pré-
seleção na agencia e mandaram todas, que o proprietário parecia
cansado e irritado ontem a tarde por isto.
A senhora olha para a filha e fala.
— O senhor é bem idoso, parece estar precisando de 3
pessoas novas para cuidar da casa, ela parece bem limpa e
organizada, mas ele a quer assim sempre.
— Bem idoso?
— Não perguntei a idade, mas tem mais de 80 com certeza,
ele parece bem fisicamente, mas o rosto e as mãos entregam a
idade, parece alguém que viveu muito ao sol, pele bem envelhecida.
Silvio olhava as 3 se afastando e ouve o senhor Ângelo chegar
até a entrada e falar.
— A olha diferente Silvio.
— Ela não era a sobrinha e sim a filha.
— Descobriu o nome?
— Amanda.
O senhor pareceu mais sorridente e o rapaz perguntou.
— Achou uma no meio de tantas?
— Sim, as irmãs estavam a 3 meses falando que era hora de
as dar a aposentadoria, elas parecem cansadas, não sei se a senhora
vai conseguir assumir tudo, mas Roberto deve estar por ai a tarde,
vou dar uma saída então.
— Vem com alguém?
— Disse que convidou alguns rapazes para conversar, mas
este meu filho não toma jeito.
Roberto era o nome que Ângelo tomava quando surgia mais
jovem, para o rapaz, o filho de Ângelo, a verdade, Silvio nem
imaginava, talvez se ele lembrasse o dia que começou ali,
entendesse, mas isto era algo no subconsciente do rapaz, algo que
Ângelo não queria despertar.

43
Amanda estava ao portão, as meninas falam que os meninos
estavam estranhos, mas pareciam sorridentes, pareciam diferentes,
Amanda olha em volta, sentia como se algo estivesse errado, mas
poderia ser apenas sensação.
As vezes ela temia o caminho que aquele grupo estava
tomando, as vezes, excitante.
Quando Jonathan pareceu naquele opala, estranhou, eles não
estavam escondendo o mesmo, e viu aquele rapaz sair pela porta do
passageiro, Paulo vinha no fundo da rua com o carro que ela jurava
ter queimado na noite anterior, ela olha para a mãe sair pelo portão
e lhe olhar.
— Não apronta muito filha, segunda começo no novo
emprego, então tenho de acertar algumas coisas que semana que
vem não vou ter tempo.
— Me comporto.
A senhora olha para as pessoas a rua e olha para o rapaz que
saíra do carro de Jonathan.
— Alguém novo na rua?
— Ainda não entendi esta historia mãe, mas não deve passar
de hoje o entender disto.
A senhora sai pela porta e Jonathan apresenta o rapaz,
Roberto as meninas a rua, Amanda ainda olhava ao longe, alguém
que ela não conhecia, mas que surge de uma hora para outra,
confusão na certa.
A forma que o rapaz olhou para ela, lhe deixou insegura, não
sabia exatamente porque, mas tinha certeza de ser problema
novamente.
44
Jonathan olha para ela e chega ao portão.
— Vai se isolar? – Jonathan.
— Não me explicou o que aconteceu ontem.
— Se assustou pelo jeito, sinal que fizemos certinho.
— Não teve graça Jonathan, as meninas estão se fazendo de
normais, mas todas estavam em pânico.
— Acha que exageramos um pouco? – Jonathan sorrindo.
— Sim, e que carro é este?
— Do rapaz, ele disse que não tem boa visão para dirigir uma
banheira destas, para mim, um clássico com todo conforto de um
clássico.
— Não era para brigar comigo, apenas adrenalina, sei que
adora uma adrenalina.
— Eu tive medo, agora traz o rapaz para dentro como se
fossem íntimos, nunca o vi por aqui antes.
— Tem de ver que as vezes, as coisas acontecem meio
estranha, tínhamos pensado em fazer a pegadinha, dai você se
propõem a assaltar a mesma casa, juro que pareceu na hora que
você soube de algo.
— Vai dizer que foi apenas coincidência?
— Deixa lhe apresentar o rapaz, filho do dono daquela casa, o
nome dele é Roberto.
Amanda chega perto e o rapaz, mais velho que todos ali,
deveria ter uns 30, olha pra a moça e fala.
Roberto (Ângelo) estica a mão para ela, se olham apertando
as mãos, e ele fala.
— Desculpa o susto de ontem.
— Não entendi algumas coisas, um delas talvez saiba me
responder.
— Se souber?
— Porque seu pai contratou minha mãe hoje?
Jonathan ao lado não parecia ligado ao que falavam, foi a
Paulo falar sobre o carro.
— Ela precisa do emprego.
— E como ele ficou sabendo, quem é você realmente?
— Pensei que tinha entendido algo sobre ontem, que
Jonathan já tivesse explicado as coisas?
45
— Não, mas sei que algo estranho aconteceu, existem
segundos que não lembro, coisas que parecem não encaixar, mas
como se diz, pode ter sido o susto.
— Ou o senso de percepção feminina, que é bem melhor que
o nosso. – Roberto.
— Como saber que o carro ao fundo explodiu ontem, e está
ali?
— Sim, mas parece a única preocupada com isto.
— Ou a única que não entendeu o acontecido, então está
apenas divagando, mas o que Jonathan fala ao fundo? Parece
agitado.
— Meu pai não vai estar em casa hoje e combinamos fazer
uma festa lá daqui a pouco.
— Festa?
— Uma festa do horror, pois hoje é Sexta 13.
— Na casa ou nos porões?
Roberto não respondeu, Jonathan chega ao lado e fala.
— Vamos?
— Onde? – Amanda nunca deixou as coisas fáceis, não
mudaria neste momento.
— Ele não falou da festa?
Amanda olha para Jonathan enquanto o rapaz sai ao fundo,
ela não olhou para o rapaz, mas sentiu que ele a olhava, Jonathan a
olhava, os rapazes a olhavam, o que estava acontecendo?
Ela olha para Jonathan que fala.
— Vamos dar uma festa na casa do senhor, convidei todo
pessoal da rua.
— Festa?
— Sabe que nem sempre damos festas, mas ontem foi um
dia lucrativo.
— Como?
— Lembra do outro carro? Do senhor.
— Não seria do rapaz o carro?
— Ele disse para o pai que roubaram, mas já tínhamos nos
livrado dele, e este sim, gerou um dinheiro, temos de comemorar
isto.
— Parece armação ainda. – Amanda.
46
— Não quer ir, fala serio? – Jonathan.
Amanda olha o pessoa a rua, pareciam todos olhando para
eles, então todos sabiam da festa, eles queriam é não chamar
atenção de seus próprios pais.
— Não disse isto Jonathan, mas tem de ver que ele me
convidar a uma festa é diferente de você me convidar a ir.
Amanda olha para o rapaz ao longe e sorri.
— Desculpa, nem percebi que não tinha falado disto, acho
que falei para tantos que parece que falei a todos.
— Tem de manter os pés no chão amor, sabe que te amo,
mas tem de manter os pés no chão.
Jonathan sorri e a abraça pela frente, e olha para ela de cima
para baixo e fala.
— Devo estar estranho, é isto?
— Sim, tá dando mais atenção aos carros e amigos, do que
para mim.
Ele a beija e fala serio.
— As vezes nos empolgamos, as vezes, não sei, quando tudo
da certo, fico tentando entender onde está o erro.
— Em tudo, mas quando vai ser esta festa, como vamos?
— No carro do dono, ele parece não conseguir dirigir, não
entendi, ele não explicou bem ainda.
— Mal o conhece? – Amanda.
— Sim, mas é bom ter gente que tem como dar festas no
grupo, tá ficando apenas assaltos, nada de diversão.
Os dois sorriram.

47
Nazi olhava Carlinhos ajeitar o carro quando viu um grupo de
pessoas chegar a entrada, não conhecia, olha para Carlinhos que
reparou ser gente que não era da região, olha para a câmera e fala.
— Estes não vieram de carro Nazi.
— Vamos descobrir o que querem.
Nazi pega a 12 e coloca a baixo do balcão, a engatilha e fica
esperando os rapazes entrarem, um senhor vinha a frente, ele olha
pra aquele rapaz e pergunta.
— No que posso ajudar?
— Me informaram que tinham um carro antigo a venda aqui,
como colecionador, vim verificar.
Os olhos do senhor foram ao carro e falou.
— Está legalizado? – O rapaz.
— Não está a venda. – Nazi.
— Não entendeu, eu quero, faz o preço, você que sabe se
quer fazer negocio ou se meter em encrenca Nazi.
O rapaz viu que o senhor não veio brincar, estava com mais
de 12 pessoas grandes a volta, Carlinhos olha os rapazes sacarem
armas, apontando para Nazi e fala.
— Se pagar 30 leva, não precisamos morrer por um carro. –
Carlinhos.
— Seu sócio é mais meu estilo, não gosto de não ter o que
quero.
Carlinhos olha para Nazi, sabia que teriam problemas, eles
não sacariam as armas se não tivessem intensão de usar, o senhor
olha o carro de perto e fala.

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— Olha que quando me disseram que alguém havia
conseguido tirar este carro da garagem do senhor Ângelo, duvidei,
mas sinal que o velho está fraco, ou vai passar para o outro lado. –
O senhor fazendo sinal para os demais baixarem as armas.
— Pelo jeito estava de olho no carro há muito tempo? – Nazi.
— Mais do que seu tempo de vida rapaz, para não dizer que
fizeram o preço pelas armas apontadas, e para não colher as pragas
de algo mal feito por este carro, pago os 42 mil que vale.
Nazi estranhou, mas viu um rapaz entrar, com uma bolsa, o
senhor viu os documentos, olha para o novo chassis, soube que
ainda iriam dar um retoque de tinta por baixo, não dera tempo do
rapaz terminar, mas sorri e fala.
— Bom fazer negocio com vocês, se conseguirem um opala,
que Ângelo tinha, pago outros 42, este senhor tem um Mercedes 44
vermelho a garagem, por este pagaria mais de 50, mas este duvido
que alguém tire de lá.
— Por quê? – Carlinhos.
— A importância dele não está na conservação, mas na prova
de que Ângelo existe, mas já falei demais.
O senhor passa a pasta, Nazi conta as notas e olha para o
senhor pegar a chave e sair.
Carlinhos olha para Nazi e pergunta.
— Quem são estes?
— Não sei, vieram a pé, para não deixar os veículos deles nas
câmeras, o senhor usava barba falsa e não sei, vamos sair Carlinhos.
— O que acha que pode acontecer?
— Não sei, mas como falou, um carro super conservado, que
parecia ter sido mantido em uma sala especial, mas que existem
outras pessoas querendo ele.
— Acha que corremos perigo?
— Acho que ele quer que consigamos os demais carros, ele
de alguma forma nos vigia, pois ele não veio perguntar, ele veio
adquirir o carro, nem que fosse a força.
Carlinhos olha para as câmeras, olha para Nazi e fala.
— Algo muito errado nesta historia.
Nazi olha os rapazes ao fundo, simplesmente sumindo no
caminho, como se não tivessem mais ali.
49
O senhor chega em sua casa na região da Serra do Mar, se via
a estrada que dava a Piraquara ao fundo e um rapaz chega ao
senhor saindo do carro.
— Como foi senhor Oliveira?
— Não sei como, não tem magia, nada de interação, como se
o carro tivesse realmente sido roubado do local, prepara a prensa.
O rapaz olha o carro e pergunta.
— Vai destruir mesmo?
— Quando o ultimo sinal de Ângelo estiver sobre a terra, e
ele deixou muitos, talvez ele tenha coragem de mostrar sua
verdadeira origem.
— Nunca entendi esta obsessão senhor. – Fala o funcionário
olhando para o carro conservado.
— Não é obsessão, mas sei que nem todos entendem.
O senhor olha para a porta da casa e caminha até lá, olha
para o pequeno Bryan, sua esposa sorri e entra a casa, pensando
que não gostaria de ter de passar a seu filho a função de achar os
sinais do ser que muitos chamavam de Caveira andante, alguns, de
ser mais antigo do planeta de aparência humana, ele chamava
apenas de Ângelo, o Anjo Inicial.
— Tem de se cuidar amor.
— Sei disto, mas hora de tentar encerrar uma historia.
— Porque acha que consegue?
— Nunca se tirou nada da casa do senhor, ele não a deixava
visível tanto tempo, ele parece estar envelhecendo.
— Mas se cuida, nosso filho precisa mais de você que esta
historia.
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— Sei que não entende amor, mas vou apenas ajeitar
detalhes e vou ter de olhar de perto isto,
O senhor beija a esposa e sai pela porta, o funcionário não
pareceu se impressionar com as pessoas surgindo a calçada, e
entrando no galpão ao lado.
— O que temos Oliveira?
— Um dos carros saiu de lá, outro está passeando no Sitio
Cercado, a pergunta é como dois ladrãozinho fizeram isto?
— Acha que é uma arapuca?
Um rapaz entrou pela porta e Oliveira olha para ele.
— O que está acontecendo?
— Dizem que o filho de Ângelo vai dar uma festa hoje na
casa, tem muitos jovens do Sitio Cercado que vão a festa senhor.
— Ele deve precisar de forças, ele vai tentar algo, mas temos
de tentar evitar que ele consiga, pois se ele está dispondo de bens
sem olhar para eles, pode ser que seja apenas para atrair jovens,
mas temos de verificar e ficar de olho.
O rapaz a porta olha serio e fala.
— Não quero voltar a servir a ele Oliveira.
— Ninguém aqui o quer, mas temos de evitar que outros
entrem nesta encrenca, temos de tentar defender os que nos
cercam.
— Não vou negar que tenho medo senhor.
Oliveira também tinha, mas não teria como abandonar a
historia antes do fim, sabia que todos que pararam, voltaram a ser
prisioneiros.
Oliveira olha os demais e fala.
— Sei que temos medo, sei que alguns demoraram séculos
para se livrar, mas se pararmos, ele nos alcança, as irmãs estão lá
novamente, elas não tem nem como nos passar o que sentem,
quando sobre domínio dele, mas todos sabemos que elas acharam
que estavam seguras, se por um lado elas estão sofrendo, elas nos
permitiram saber onde ele está neste momento.
Todos se olham, talvez a guerra mais difícil que eles teriam de
batalhar, era contra suas próprias vontades de fugir.

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As irmãs se olham, elas pareciam não falar o que sentiam,
mas o que não queriam, sabiam que o controle é total, mas as
vezes, diante de palavras fortes, precisavam trocar uma ideia.
— Acha que ele cumpre o que falou?
— Acho que não depende de nós isto, se ele se propôs, seria
bom voltar à vida, voltar a nossa vida.
O olhar trocado entre elas, vendo as coisas se arrumarem na
casa, sabendo que o senhor vinha a casa com novas vitimas, as fez
se afastarem para a casa ao fundo.
Estranhos sentimentos das duas, pois era triste ver outros
entrando naquilo, ao mesmo tempo, se o senhor não conseguisse,
não lhes daria liberdade.
Dualidade de uma escolha difícil, voltar à vida, continuarem
escravas pela eternidade.

52
Quando Amanda chega a casa, talvez o olhar em volta, fez ela
reparar que não era uma festa, mas como Jonathan estava ali, ela
não pareceu preocupada.
O entrar na casa, uma vitrola antiga parecia fazer um som
impossível para ela, ela apenas olha o senhor que fala.
— Bom que veio.
— Deixar claro, vim com meu namorado, não porque me
convidou.
O olhar para ela foi apenas de duas moças que serviam ao
fundo, nem Jonathan a olhou.
Amanda olha as amigas soltas, como se já tivessem entrado
na festa, algo estava errado, ela era quem agitava, talvez a sensação
total fosse algo que não lhe cabia.
Tentava relaxar e não estava funcionando, estranha que
Jonathan não ficou ali, então tinha os olhos do dono da casa sobre
ela, jovem comparado ao velho, mas ainda assim muito velho para
ela.
Quando as moças lhe serviram algo a tomar, ela sente aquele
gosto estranho a boca, tinha algo ali, os demais estavam tomando,
sem sentir, ela encosta o copo e fala caminhando no sentido que
Jonathan estava.
— Vamos agitar.
Jonathan a olhou como se estivesse a estranhando e ela
perguntou.
— Queria lhe dizer uma coisa Jonathan.
— Está estranha.
— Apenas uma coisa.
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— Fala.
— Não esquece, eu te amo.
As meninas pareciam mais reais, talvez fosse apenas
impressão, mas o olhar das moças estava no grupo, e isto fazia ela
achar que algo acontecera.
As duas estavam no dia anterior ali, a forma que o senhor
olhou para ela, que lhe preocupou, uma conotação que não gostaria
de por sua mãe.
As vezes a idade das coisas internas na casa, pareciam não
fazer sentido real.
Tudo com muito tempo, as luzes eram de vela.
Mas o que mais irritava Amanda, era que Jonathan
basicamente estava a deixando de lado, as vezes lhe dava as costas
e ficava a conversar com os demais.
Amanda sabia que algo não estava normal, e não queria
brigar, mas estava ficando chateada.
Sua mãe sempre disse que dentro dela morava um perigo,
pois ela não se prendia facilmente, mas quando ela olha pela janela,
Roberto (Ângelo) sente as energias, olha para ela e pergunta.
— O que sente?
— Que este lugar vai ruir, mas como, é rocha? – Amanda que
olha para Jonathan e vê que estavam como se estáticos, lembra do
dia anterior, será que fora uma peça mesmo?
Roberto olha pela janela e vê o carro entrar acelerado pelo
portão, o rapaz a porta, os barra e todos ouvem o tiro, Amanda
estava olhando o grupo e pareciam todos estáticos.
— O que fez com eles?
— Durante a eternidade lhe explico.
O senhor olha os rapazes e fala.
— Defendam a casa.
Amanda viu Jonathan abrir um armário ao fundo e pegar uma
arma pesada e tentou o deter.
— Acorda Jonathan.
— Ele não tem como acordar, ele já está no mundo dos
mortos.
Amanda olha o senhor e fala.
— Porque disto?
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— Como disse, preciso de novos serviçais.
Amanda começa andar de costas e viu os rapazes irem para a
frente e começarem atirar nos carros.
As duas moças olham e ficam inertes.
— Vão me trair? – Ângelo mudando de feição, o que fez
Amanda saber quem era.
Os demais não pareciam seus amigos, pareciam seres sem
vida a atirar, as moças estavam tentando apoiar os rapazes, mas
eles, pareciam totalmente fora do controle.
Amanda para a frente de Jonathan e lhe dá um tapa.
— Acorda.
Ele pega a arma e dá na cabeça dela, que cai.
Ângelo olha que a moça desacordou, e estranha, pois as
moças pareceram correr para a acudir, enquanto os rapazes
mantinham os tiros.
Amanda olha para Jonathan com raiva, mas não parecia ser
ele, olha para as meninas e fala.
— Temos de sair daqui.
— Mas e os meninos?
— Desconfio que não foi armação ontem, algo aconteceu de
verdade.
As duas ajudaram Amanda a chegar ao canto, viram o senhor
olhar para elas e falar.
— Se estão aqui, ou são aliadas ou inimigas.
Amanda olha para ele e fala.
— Inimigas, sempre inimigas de velhos babões e nojentos.
O senhor ficou furioso e olhou para ela.
— Um dia vai pedir perdão por estas palavras.
Amanda o olha e fala.
— Pode ser, mas não deixarão de ser verdade, porque por
medo ou submissão pedir perdão.
As meninas tentavam abrir uma porta, viram que Paulo tinha
levado alguns tiros e continuava a atirar para fora, Jonathan olha
para o senhor Ângelo, se viu o tiro na cabeça, e continuava a atirar.
Amanda olha para o senhor e fala.
— Pelo jeito ou ajudamos ou morremos, é isto?
— Sim, quem vem ai não vai deixar ninguem vivo.
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Amanda anda até Jonathan, passa a mão em seu rosto, ele
estava sem traços de personalidade, como se o rosto estivesse sem
músculos, pega a arma dele e olha pra fora, ela olha para as
meninas e fala.
— Desculpa.
Ela pega a arma e coloca na boca, o senhor se assusta, mas
para Ângelo seria apenas ter de conseguir outras, as moças ao
fundo viram que teriam de continuar naquele lugar, elas param
olhando Amanda.
Ela inverte a arma para o senhor e puxa o gatilho, o senhor
olha assustado e sorri.
— Acha que um tiro me mata?
Amanda olha para Jonathan, ele de alguma forma ainda
estava vivo, ela recarrega e atira no peito do namorado, Ângelo
gritou, e colocou a mão no peito, ela carrega e aponta na cabeça de
Ângelo e atira de novo, ele ainda não morreria, mas ele caiu, ela
olha para as moças a segurarem e viu o senhor se recompondo.
Os rapazes do lado de fora atiravam, o segurança estava
nitidamente morto e continuava a atirar, Amanda olhava aquele
rosto se refazendo e ouve o tiro, olha para o lado e Cristine havia
atirado contra o coração de Paulo, o senhor parece recuar, ele
colocar a mão no coração, Cristine mira nas moças e começa a
atirar, Amanda sai do caminho, mas era obvio que o senhor se
levantaria, ela olha para Silvia, ela abraçava Rogerio ao chão, e se
ouve o tiro, seco.
As moças olham os rapazes ao chão, mortos, Ângelo olha
para as três olharem para ele, Amanda pega a arma e também
aponta para ele e as três atiram.
Os rapazes entravam pela garagem quando veem a casa
começar a se desmanchar, e começam a sair.
As moças olham para as três e falam.
— Vocês não sabem o que estão fazendo.
As três apontam para as duas e começam a atirar, ao chão
Ângelo parece se transformar em uma nevoa, e as duas começam a
recuar.
Amanda chega ao alçapão ao fundo, as amigas estavam ali e
puxa com tudo, sente o corpo cair, entram em meio a um barro e se
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batem para sair dele, Amanda ajudar Cristine a sair e a casa começa
a se despedaçar.
As três saem pelo fundo, vendo que os atiradores estavam no
outro lado.
— Eles podem ajudar. – Silvia.
— Ou nos matar. – Amanda.
As três chegam a rua dos fundos, Amanda lembra do
namorado e senta a calçada, uma lagrima escorre ao rosto, se ouve
a badalada da igreja bem ao fundo, meia noite.
Amanda olha para a casa, e parte do pessoal não consegue
sair do terreno, sendo puxados para dentro, parte consegue, e o
que era uma casa, passa a ser apenas um lamaçal.
Amanda olha para o terreno e fala.
— Como falar disto?
— Eu não vou falar nada.
— Minha mãe vai xingar alto.
As três voltam pela rua, se lavam na praça a frente, em uma
torneira, não poderiam chegar assim em casa.
As três sentam-se a rua, e as lembranças fez as três chorarem
abraçadas, os demais não entenderam, elas estavam sujas, estavam
tristes, mas nenhuma delas sabia o que havia acontecido.

Fim.

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