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E. E. E. F. M. D.

MARIO DE MIRANDA VILAS BOAS


PROFESSORA: LUCIENE ANDRADE 1º ANO _________
ALUNO/A: _____________________________________________________________________
LÍNGUA PORTUGESA
Em cada questão há somente 1 alternativa a ser marcada corretamente. Ao final, há um gabarito com as alternativas
corretas, para que você possa verificar suas respostas.

1. (ENEM – 2013) -
Dúvida
Dois compadres viajavam de carro por uma O outro perguntou:
estrada de fazenda quando um bicho cruzou — Lagarto ou largato?
a frente do carro. Um dos compadres falou:  O primeiro respondeu:
— Passou um largato ali! — Num sei não, o bicho passou muito rápido.
Piadas coloridas. Rio de Janeiro: Gênero, 2006.

Na piada, a quebra de expectativa contribui para produzir o efeito de humor. Esse efeito ocorre
porque um dos personagens:

a. Reconhece a espécie do animal avistado.


b. Tem dúvida sobre a pronúncia do nome do réptil.
c. Desconsidera o conteúdo linguístico da pergunta.
d. Constata o fato de um bicho cruzar a frente do carro.
e. Apresenta duas possibilidades de sentido para a mesma palavra.

Leia os textos a seguir e utilize-os para solução das questões de 2 a 5.

Texto 1

O menino que tinha medo de poesia

(Pedro Gabriel – Março de 2014)

– Mãe, acho que tem um poema debaixo da espontânea, tremelique e gagueira repentina.
minha cama! Por fora, fingia que estava tudo bem. Eu
Quando menino, a poesia me assustava. sempre escolhia o poema mais curto da lista
Parecia ter dentes afiados, pernas que a escola sugeria. Naquele dia, sobrou
desajeitadas, mãos opressoras. E nem as Pneumotórax, de Manuel Bandeira, e eu
mãos da professora mais dócil conseguiam queria ser aquele paciente para não precisar
me acalmar. Não compreendia uma palavra, declamá-lo. Eu queria tossir, repetir sem
uma metáfora, uma rima pobre, rica ou rara. parar: trinta e três... Trinta e três.... Ter uma
Não entendia nada. Tentava adivinhar o que doença pequena, uma desculpa qualquer,
o poeta queria dizer com aquela frase um atestado médico assinado pelo meu avô
entupida de imagens e sentidos subjetivos. que me deixasse em casa – não a semana
Achava-me incapaz de pertencer àquilo. Não toda, mas só o tempo da aula.
conseguia mergulhar naquele mundo. Eu, Depois, para a prova de francês, não tive
sem saber nadar em versos, afogava-me na escolha: fui obrigado a decorar Le dormeur
incompreensão de um soneto; ela – a tão du Val, de Rimbaud. Eu lembro que, antes de
sagrada poesia – não me afagava e me ficar em pé de frente para o meu professor,
deixava morrer na praia, entre um eu queria que alguém me desse dois tiros no
alexandrino e um heptassílabo. peito. Queria ser esse soldado e dormir,
Toda vez que eu era obrigado a decorar tranquilo, na paz celestial daquele vale até
poesia, sentia vontade de sumir, de virar um que a turma toda esquecesse a minha
móvel e ficar imóvel até tudo se acabar. Por existência. Ou que a guerra fosse declarada
dentro, sentia azia, taquicardia, asma finda. Ou que eu fosse declamado culpado. A
Primeira Guerra Mundial parecia durar ficava à mercê da minha rebeldia. Não queria
menos do que aqueles 15 minutos de exame. aprender a contar sílabas, queria ser verso
Minha boca está seca até hoje. Minhas mãos livre. Tolo! Até a liberdade exige teoria!
estão molhadas até agora. Só eu sei o que Se hoje eu pudesse falar com aquele
suei por você, querida Poesia. menino, diria-lhe que a poesia não é nenhum
Aos 17, a poesia ainda me apavorava. Podia decassílabo de sete cabeças. Que se ela o
ser o verso mais delicado do mundo, eu tinha assusta é porque ela o deseja. Que se ele
medo. Podia ser o poeta mais simpático da sente medo é porque ele precisa dela. Não
face da Terra, eu desconfiava. há mais monstro debaixo da sua cama. O
Desconversava, lia outra coisa. Ou não lia monstro agora está em você.
nada. Talvez por não querer entendê-la. – Filho, acho que tem um poema por dentro
Talvez por achar não merecê-la. E assim de quem você ama...
Disponível em: <www.intrinseca.com.br/site/2014/.../o-menino-que-tinha-medo-de-poesia>. (texto adaptado) Acesso
em: 20 Nov 2020

Texto 2
A mulher que não sente medo de absolutamente nada
(Jeanna Bryner – Dezembro de 2010)
Você gostaria de não sentir medo? Pelo Além disso, durante três meses ela carregou
menos uma pessoa no mundo não tem medo um diário que informatizava sua emoção, e
de nada: uma mulher de 44 anos, que até que, aleatoriamente, pedia-lhe para
ajudou pesquisadores a identificarem o local classificar o seu nível de medo ao longo do
em que vive o fator medo no cérebro dia. O diário também indicava emoções que
humano. ela estava sentindo em uma lista de 50 itens.
Os pesquisadores tentaram inúmeras vezes Sua pontuação média de medo foi de 0%,
assustar a mulher: casas mal-assombradas, enquanto para outras emoções ela mostrou
onde monstros tentaram evocar uma reação funcionamento normal.
de rejeição, aranhas e cobras, e uma série Em todos os cenários, ela não mostrou
de filmes de terror apenas entreteram a nenhum medo. Baseado no seu passado, os
paciente. pesquisadores encontraram muitas razões
A mulher tem uma doença rara chamada para ela reagir com medo. Ela própria contou
síndrome de Urbach-Wiethe que destruiu sua que não gosta de cobras, mas quando entrou
amígdala. A amígdala é uma estrutura em em contato com duas, não sentiu medo.
forma de amêndoa situada no fundo do Além disso, já lhe apontaram facas e armas,
cérebro. Nos últimos 50 anos, estudos ela foi fisicamente abordada por uma mulher
mostraram que ela tem um papel central na duas vezes seu tamanho, quase morreu em
geração de respostas de medo em diferentes um ato de violência doméstica, e em mais de
animais. uma ocasião foi explicitamente ameaçada de
Agora, o estudo envolvendo essa paciente é morte.
o primeiro a confirmar que essa região do O que mais se sobressai é que, em muitas
cérebro é responsável pelo medo nos seres destas situações a vida da paciente estava
humanos. A descoberta pode levar a em perigo, mas seu comportamento foi
tratamentos para transtorno de estresse pós- desprovido de qualquer senso de desespero
traumático (TEPT). Tratamentos de ou urgência. E quando ela foi convidada a
psicoterapia que seletivamente amorteçam a lembrar como se sentiu durante as situações,
hiperatividade na amígdala podem curar respondeu que não sentiu medo, mas que se
pacientes com TEPT. sentia chateada e irritada com o que
Estudos anteriores com a mesma paciente aconteceu.
revelaram que ela não conseguia reconhecer Segundo os pesquisadores, sem medo,
expressões faciais de medo, mas não pode-se dizer que o sofrimento dela não tem
sesabia se ela tinha a capacidade de sentir a intensidade profunda e real suportada por
medo. Para descobrir, os pesquisadores outros sobreviventes de traumas.
deram vários questionários padronizados à Essencialmente, devido aos danos na
paciente, que sondaram os diferentes amígdala, a mulher está imune aos efeitos
aspectos do medo, desde o medo da morte devastadores do transtorno de estresse pós-
até o medo de falar em público. traumático.
Mas há uma desvantagem: ela tem uma Os pesquisadores dizem que esse tipo de
incapacidade de detectar e evitar situações paciente é muito raro, mas para entender
ameaçadoras, o que provavelmente melhor o fenômeno, seria ótimo estudar mais
contribuiu para a frequência com que ela pessoas com a condição.
enfrentou riscos.
Disponível em <http://hypescience.com> (texto adaptado de http://www.livescience.com). Acesso em: 20 Nov 2020.

Texto 3
Consoada
(Manuel Bandeira)
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga: — Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
Disponível em: <http://www.poesiaspoemaseversos.com.br> Acesso em: 20 Nov 2020.

Texto 4
Autossabotagem: o medo de ser feliz
(Raphaela de Campos Mello – Outubro de 2012)
A cada passo dado você sente que a de casa para tentar a vida, enquanto outros
felicidade se afasta alguns metros? Talvez permanecem na zona de conforto, porque
esteja, inconscientemente, queimando continuam recebendo atenção dos pais e se
chances de se realizar. Repense as próprias eximem de enfrentar as dificuldades da fase
atitudes para interromper esse ciclo adulta", afirma.
destrutivo. O problema é que, ao fazermos isso, não nos
Por medo dos riscos e das responsabilidades desenvolvemos plenamente. "Todo mundo
da vida, podemos acabar inconscientemente busca a felicidade, a questão é ter coragem
com as nossas realizações. Isso se chama de viver, o que significa correr riscos e
autossabotagem. São atitudes forjadas por assumir responsabilidades", diz ele.
uma parte de nós que não nos vê como
merecedoras do sucesso ou que subestima
nossa capacidade de lidar com a vitória.
Pode ser aquela espinha que apareceu no
nariz no dia daquele encontro especial ou da
gripe que a pegou na véspera daquela
importante reunião.
"Muitos desses comportamentos destrutivos
estão quase fora do domínio da consciência",
afirma o psicólogo americano Stanley
Rosner, coautor do livro O Ciclo da Auto-
Sabotagem - Por Que Repetimos Atitudes
que Destroem Nossos Relacionamentos e
Nos Fazem Sofrer (ed. BestSeller).
"A autonomia, a independência e o sucesso
são apavorantes para algumas pessoas
porque indicam que elas não poderão mais
argumentar que suas necessidades precisam
ser protegidas", diz o autor.
O filósofo e psicanalista paulista Arthur
Meucci, coautor de A Vida Que Vale a Pena
Ser Vivida (ed. Vozes) comenta sobre os
ganhos secundários. "Há jovens que saem
Disponível em: <http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/noticias/autossabotagem-o-medo-deser-feliz> (Texto
adaptado). Acesso em 20 Nov. 2020.

Texto 5
O quase
(Sarah Westphal Batista da Silva)
Ainda pior que a convicção do não, e a teria ondas, os dias seriam nublados e o
incerteza do talvez, é a desilusão de um arco-íris em tons de cinza. O nada não
quase. É o quase que me incomoda, que me ilumina, não inspira, não aflige nem acalma,
entristece, que me mata trazendo tudo que apenas amplia o vazio que cada um traz
poderia ter sido e não foi. Quem quase dentro de si.
passou ainda estuda, quem quase morreu Não é que fé mova montanhas, nem que
ainda está vivo, quem quase amou não todas as estrelas estejam ao alcance, para
amou. Basta pensar nas oportunidades que as coisas que não podem ser mudadas resta-
escaparam pelos dedos, nas chances que se nos somente paciência, porém, preferir a
perdem por medo, nas ideias que nunca derrota prévia à dúvida da vitória é
sairão do papel por essa maldita mania de desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros
viver no outono. erros há perdão; pros fracassos, chance;
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a pros amores impossíveis, tempo. De nada
escolher uma vida morna; ou melhor, não me adianta cercar um coração vazio ou
pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, economizar alma. Um romance cujo fim é
está estampada na distância e frieza dos instantâneo ou indolor não é romance. Não
sorrisos na frouxidão dos abraços, na deixe que a saudade sufoque, que a rotina
indiferença dos “Bom Dia” quase que acomode, que o medo impeça de tentar.
sussurrados. Sobra covardia e falta coragem Desconfie do destino e acredite em você.
até para ser feliz. A paixão queima, o amor Gaste mais horas realizando que sonhando,
enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fazendo que planejando, vivendo que
fossem bons motivos para decidir entre a esperando porque, embora quem quase
alegria e a dor, mas não são. Se a virtude morre esteja vivo, quem quase vive já
estivesse mesmo no meio termo, o mar não morreu.
Disp. em: <www.pensador.uol.com.br>. Acesso em: 20 Nov 2020.

2. Leia atentamente as afirmativas relacionadas aos textos apresentados e, a seguir, marque a


alternativa correta:
I. Todos os textos apresentados mostram que o medo só nos leva ao insucesso;
II. No texto 1, o protagonista retrata um medo vivido em sua infância, fazendo alusão a
elementos próprios desse medo;
III. No texto 2, a mulher não reage às situações desagradáveis a ela impostas, porque não é
capaz de sentir medo;
IV. O texto 3 aborda um único medo: o medo da morte; e
V. Os textos 4 e 5 encorajam o leitor a sair de uma posição de conforto e a encarar riscos e
responsabilidades em busca do sucesso.

a. Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.


b. Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
c. Apenas as afirmativas III e V são verdadeiras.
d. Apenas as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.
e. Todas as afirmativas são verdadeiras.

3. Observe os fragmentos em destaque:


“_ Mãe, acho que tem um poema debaixo da minha cama! ” (texto1; 1º parágrafo)
“_ Filho, acho que tem um poema por dentro de quem você ama...” (texto1; 7º parágrafo)
O jogo de ideias criado em forma de diálogo pode ser interpretado como:
a. A resposta da mãe aos questionamentos do seu filho, o protagonista, a cerca do medo da
poesia.
b. Ideia subentendida sobre real mudança positiva na relação entre o protagonista e a poesia.
c. Apenas uma forma estilística de introduzir e concluir o texto, sem grande significado.
d. Constatação de que o medo de poema do protagonista se transformou em medo de amar.
e. Evidência de que o medo de poesia do protagonista nunca existiu.

4. Acerca da postura do autor diante da morte, no texto 3, pode-se afirmar que:


a. Revela-se doente e já a espera da morte.
b. Admite que tem muito medo da morte.
c. Se mostra conformado com a sua vinda, sem desejá-la.
d. Deseja alegremente a sua chegada.
e. Demonstra ainda não estar pronto para a sua chegada.

5. Os termos “Consoada” (texto 3, título) e “se eximem” (texto 4; 6º parágrafo) podem significar,
respectivamente:
a. Pequena refeição tomada à noite / isentam-se.
b. Pequena refeição tomada à noite / aprimoram-se.
c. Tipo de panela / desobrigam-se.
d. Tipo de panela / aperfeiçoam-se.
e. Tipo de panela / superam-se.

6. (Insper 2013.2) - Considerando-se os elementos verbais e visuais da tirinha abaixo, é correto


afirmar que o que contribui de modo mais decisivo para o efeito de humor é:

a. A ingenuidade dos personagens em acreditarem na existência de poderes sobrenaturais.


b. O contraste entre os personagens que representam diferentes classes sociais.
c. O duplo sentido do substantivo “super-herói”, no contexto do 1º quadrinho.
d. A tentativa fracassada do personagem ao fazer um discurso panfletário.
e. A quebra de expectativa produzida, no último quadrinho, pelo termo “invisibilidade”

7. (Enem/2004)

A conversa entre Mafalda e seus amigos


a. Revela a real dificuldade de entendimento entre posições que pareciam convergir.
b. Desvaloriza a diversidade social e cultural e a capacidade de entendimento e respeito
entre as pessoas.
c. Expressa o predomínio de uma forma de pensar e a possibilidade de entendimento entre
posições divergentes.
d. Ilustra a possibilidade de entendimento e de respeito entre as pessoas a partir do debate
político de ideias.
e. Mostra a preponderância do ponto de vista masculino nas discussões políticas para
superar divergências.

8. Sobre as linguagens verbal e não verbal, é INCORRETO afirmar que:


a. A linguagem verbal utiliza qualquer código para se expressar, enquanto a linguagem não
verbal faz uso apenas da língua escrita.
b. São utilizadas para criar atos de comunicação que nos permitem dizer algo.
c. A linguagem não verbal é aquela que utiliza qualquer código que não seja a palavra,
enquanto a linguagem verbal utiliza a língua, seja oral ou escrita, para estabelecer
comunicação.
d. Linguagem verbal e não verbal, quando simultâneas, colaboram para o entendimento do
texto.

9. (Enem/2005)

A situação abordada na tira acima torna explícita a contradição entre a


a. Relações pessoais e o avanço tecnológico.
b. Inteligência empresarial e a ignorância dos cidadãos.
c. Inclusão digital e a modernização das empresas.
d. Economia neoliberal e a reduzida atuação do Estado.
e. Revolução informática e a exclusão digital.

10. Sobre a tirinha a seguir é correto afirmar que:

a. A linguagem verbal é o elemento principal para o entendimento da tirinha.


b. O uso da linguagem verbal não faz diferença para a compreensão da tirinha.
c. O uso simultâneo das linguagens verbal e não verbal colabora para o entendimento da
tirinha.
d. A sequência cronológica dos fatos relatados nas imagens não influencia na compreensão
da tirinha.

GABARITO:
1. C
2. D
3. D
4. C
5. A
6. E
7. A
8. A
9. A
10. C

Lembre-se: “Saber o caminho é conhecimento; conhecer o caminho, é sabedoria! ” Então seja sábio/a, não copie
só a resposta. Verifique seus conhecimentos.

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