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Contribuição dos autores Clark Hull, Jonh Dollard e Neal Miller (estudo

livre)

- Clark Hull
De acordo com Friedman, Hull enfatizava a experimentação e a natureza
dos hábitos (associações entre estímulo e resposta). Para ele, o organismo
reage de modo a atingir uma meta que alivie um impulso (comer para matar a
fome, por exemplo). A teoria hulliana concede atenção ao estado interno do
organismo durante a aprendizagem, embora também enfatizasse os reforços
do ambiente. Já Kester Carrara, sustenta em sua tese que Hull foi propositor de
um sistema teórico que se sustentou sobre a ideia do reflexo condicionado,
próximo de como Pavlov o concebeu. Segundo Kester, Hull considerava o
reflexo uma espécie de situação simplificada de aprendizagem que servia
admiravelmente às análises experimentais. Amparado pela ferramenta da
lógica dedutiva e da matemática, elaborou uma teoria do comportamento que,
ao mesmo tempo em que pretendia a precisão de poder representar as leis da
interação com símbolos arranjados em fórmulas, também se via obrigada a
admitir a existência de variáveis intervenientes, notoriamente organísmicas,
que funcionavam como construtos explicativos das relações estímulo-
resposta. Hull se converteu num líder indiscutível da pesquisa sobre
aprendizagem nos Estados Unidos, à sua época, e uma das figuras mais
controvertidas nesse campo.

- Jonh Dollard
Foi um dos fundadores da teoria da aprendizagem social, junto com
Neal Miller. Essa teoria propõe que a probabilidade de reagirmos de
determinada maneira (o que constitui um hábito) em uma situação específica é
estabelecida em termos de uma hierarquia de impulsos secundários ou
adquiridos. Os impulsos secundários são adquiridos por associação com a
satisfação de impulsos primários (alimento, sexo). Ou seja, um impulso
adquirido poderia motivar novos comportamentos. Há, portanto, uma hierarquia
aprendida de probabilidade, em que uma pessoa terá determinadas reações
em situações específicas. Dollard e Miller chamaram isso de hierarquia de
hábitos. O ordenamento na hierarquia de hábitos está relacionado com a
probabilidade de determinada ação gerar recompensa. Já o conceito de
impulsos secundários procura compreender como a personalidade humana
(adulta) pode ser condicionada desde o primeiro ano da criança (fase especial),
em que a criança é apenas um conjunto de impulsos e reações psicológicas
indiferenciados. Esse conceito explica constructos tradicionais da
personalidade como, por exemplo, a extroversão. Muitas crianças são
socializadas (aprendem impulsos e comportamentos) por meio de
recompensas sociais. Para aprender, a pessoa precisa querer alguma coisa
(recompensa). A personalidade é constituída por hábitos e pelas relações entre
os vários hábitos. A abordagem da aprendizagem social esforça-se por integrar
as principais ideias de outras teorias, mas todas dentro de uma estrutura da
aprendizagem. Essas ideias mostraram o caminho para as abordagens
modernas de aprendizagem sociocognitiva e interacionista da personalidade.

- Neal Miller
Miller trabalhou em uma pesquisa de reforços ambientais com ratos de
laboratório, como um behaviorista experimental. Entretanto, deu continuidade à
pesquisa de Hull sobre os impulsos internos, tanto em termos fisiológicos como
motivacionais. Também estudou as questões mais profundas da psique
(levantadas por Freud). Se destacou no campo da psicologia da saúde,
trabalhando com temas como o biofeedback. Mais tarde, junto com Jonh
Dollard, deu origem à abordagem da personalidade denominada teoria da
aprendizagem social, já apresentada anteriormente. Miller (acompanhado por
Dollard) tentou compreender o desenvolvimento da diversidade (e
complexidade) da personalidade em termos de condicionamento e
aprendizagem, de modo dedutivo. Sua teoria mesclou questões biológicas e
psicodinâmicas com processos do condicionamento. Tanto Dollard quanto
Miller consideravam a personalidade uma consequência de comportamentos
condicionados e achavam fundamentais os constructos internos (impulsos e
motivações) e os processos mentais superiores, de forma a admitir o fato de
que o comportamento humano está implantado em uma determinada cultura.

Referências Bibliográficas:
CARRARA, Kester. Redimensionamento do behaviorismo radical pós-skinneriano a
partir da análise do percurso histórico da crítica ao pensamento behaviorista:
implicações preliminares na área educacional. 1996. 2v. Tese (doutorado) -
Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências, 1996.
FRIEDMAN, Howard S.; SCHUSTACK, Miriam W. Teorias da Personalidade: da teoria
clássica à pesquisa moderna. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

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