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Crónica de D. João I
Fernão Lopes

A ARTE DA GUERRA

Fixem-se na melhor estratégia,


Beneficiem da sua dinâmica interna,
Desenvolvam-na de acordo com a situação.

Obtenham vantagem,
5 E esperem pelo momento certo:
Esta é a dinâmica.

A conduta da Guerra é
Uma Conduta de Enganos.

[…]

10 O guerreiro habilidoso no
Combate indireto
É infinito
Como os céus e a Terra,
Inesgotável
15 Como os rios e o mar,
Desaparece e reaparece
Como o Sol e a Lua.

Sun Tzu, A Arte da Guerra, Vila Nova de Famalicão:


Eduções Quasi, 2008, pp. 10 e 29

Relaciona estas palavras do general chinês Sun Tzu (século IV a.C.) com os acontecimentos narrados por
Fernão Lopes no capítulo 11 da Crónica de D. João I. Tem em conta os seguintes aspetos:1
1. Em que medida foi o Mestre de Avis “habilidoso”?
2. Em que consistiu a sua “estratégia”?
3. Quem enganou quem? Com que intenção?
4. Parece-te esta a melhor forma de preparar uma guerra?

1
Manual Intertextos 10, página 76 , Plátano Editora (autores: Ana Eustáquio; Gisela Peixoto; Paulo Mendes)

http://textosintegrais.blogspot.com A Professora: Lucinda Cunha


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Cenários de resposta (retirados do manual):

1. Na medida em que conseguiu, através do lançamento de um boato infundado, mobilizar o povo


sem que este se apercebesse de que estava a ser enganado. Este “combate indireto” reforçou o
apoio popular à sua causa.
2. A sua estratégia consistiu em combinar com o seu pajem o lançamento do boato de que estaria a
ser morto pelo Conde Andeiro, para semear o pânico e a revolta, arrastando a turba até ao palácio.
3. Os defensores do Mestre enganaram o povo para que este o apoiasse na luta contra a ameaça
castelhana, representada pelo Conde Andeiro (já morto nesta altura) e pela rainha, a “aleivosa”.
4. É uma das formas. É fundamental conseguir o apoio incondicional da população para a defesa da
pátria, uma vez que a união contribuirá para mais facilmente derrotar o inimigo.

CENÁRIOS DE RESPOSTA

(Questões e respostas do manual “Entre Palavras”, 10º ano, ASA; autores: António Vilas-Boas e Manuel Vieira),
pp. 110 e 111.

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1. O Mestre de Avis, futuro D. João I.
1.1. O Mestre ordenou que se recolhessem e guardassem na cidade todos os alimentos possíveis, que se
reparassem os muros da cidade, que se abastecessem o melhor possível de armas esses muros e suas torres,
e, finalmente, designou as pessoas que comandariam as diferentes zonas das muralhas.

2 / 2.1. Trata-se do quarto parágrafo, mais concretamente no seu final, quando o cronista informa que sempre
que havia perigo e os sinos tocavam a rebate, a cidade, como um todo, acorria para se defender: “(…) mas como
davom aa campãa, logo os muros era cheos, e muita gente fora.”.

3.1. Trata-se da enumeração de muitas armas e armaduras que ocorre no segundo parágrafo e nos mostra, pela
quantidade e variedade, como a cidade estava para enfrentar os inimigos: “escudos”, “lanças”, “dardos”,
“bestas”, “viratões”, “bacinetes”, “ troos”, “pedras”.

4.1. Esta frase, que ocorre no último parágrafo, significa que aos lisboetas cercados aumentava a coragem
quando eram avisados do perigo; neste parágrafo são apresentados momentos em que os sinos tocavam a
rebate pois havia perigo: logo todos sobressaltavam e corriam para os lugares onde eram necessários, com a
coragem avivada.

5./ 5.1. Nas linhas 29 e 30, encontramos a frase “ Ali viriees os muros cheos de gentes”: Fernão Lopes torna-nos
testemunha presencial do que narra através da convocação do sentido testemunhal por excelência- a vista.

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