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MECÂNICA DE
MOTOS
Freios
EDUBRAS
PROIBIDA A REPRODUÇAO, TOTAL OU PARCIAL DESTA OBRA, POR QUALQUER MEIO OU METODO SEM AUTORIZAÇÃO POR ESCRITO DO EDITOR
© TODOS OS DIREITOS FICAM RESERVADOS.
FREIOS
FREIOS
Os objetivos desta unidade são:
O editor não se responsabiliza por nenhum acidente ou dano causado pela aplicação dos procedimentos
descritos neste e nos demais textos do programa. As pessoas que utilizarem este texto como guia para
realizar procedimentos de manutenção em motocicletas farão isso assumindo todos os riscos e responsabi-
lidades.
O editor não se responsabiliza por nenhuma omissão ou erro no texto e/ou no programa que possam causar
algum inconveniente ou prejuízo ao leitor.
FREIOS
FUNCIONAMENTO exemplo, o freio.
Este contato produz uma fricção (atrito) que freia a roda
O princípio de funcionamento dos freios está baseado e gera calor com a conseqüente perda de material.
na transformação da energia cinética ou de movimen- A fricção é conseguida quando as sapatas roçam com
to em energia calorífica. o tambor.
Isto se consegue quando uma peça metálica ligada à O freio pode ser acionado mecanicamente, através de
roda, como por exemplo, o disco ou o tambor, entra um cabo ou uma haste ou, hidraulicamente, através
em contato direto com una peça estática como, por de um pistão e tubulação hidráulica.
CAME
SAPATA
TAMBOR
FREIO A TAMBOR
O cubo da roda é um cilindro fechado num dos seus
extremos. Pelo centro do cubo passa o eixo que con-
tém dois rolamentos. O outro extremo do cubo está
aberto e suporta as sapatas. Estas entram em contato
com um anel que é colocado na face interna do cubo,
freando a roda. Este anel é feito de aço e evita que o
cubo ou tambor, geralmente de fundição de alumínio,
se desgaste prematuramente.
FREIO A TAMBOR
COM DOIS CAMES
Para solucionar o problema, foi desenvolvido um siste-
ma de dois cames. Neste sistema, cada sapata tem
seu próprio pivô e came, permitindo um efeito maior
de frenagem. O sentido de rotação estende as duas
sapatas durante a frenagem e o resultado final é um
aumento da eficiência do sistema.
CONSTRUÇÃO DA SAPATA
A sapata está constituída por duas partes: a sapata
propriamente dita, feita de fundição de alumínio e a
lona de freio. A lona entra em contato com o tambor e
por isso deve ser medida para a verificação do seu
desgaste. A lona, normalmente, vai colada na sapata.
Anteriormente, costumava-se rebitá-la.
O sistema de freio a tambor e sua área de fricção ge-
ram uma grande quantidade de calor. As característi-
cas de sua construção dificultam a dissipação do ca-
lor. Por isso, se são colocadas tomadas de ar para a
sua ventilação, pode entrar água, reduzindo perigosa-
mente sua eficiência. Portanto, ao dificultar-se a venti-
lação, o grande problema deste sistema é a fatiga a
que está exposto ao ser usado de forma excessiva.
FREIO A DISCO
Este sistema iniciou sua aplicação prática na indústria
da motocicleta na década dos 70, em motos de gran-
de desempenho. Hoje em dia, todas as motos de tama-
nho grande, médio, algumas pequenas e os scooters
possuem este sistema.
VANTAGENS
- Resistência à fatiga: Seu desenho lhe permite estar
sempre em contato com o ar. As frenagens sucessi-
vas e prolongadas, geradoras de calor, não reduzem
sua eficácia.
- Não se molha: Como o disco gira com a roda, sua
força centrífuga o mantém seco.
- Frenagem balanceada: Como a pinça «atrapa» as
duas faces do disco simultaneamente, a roda desace-
lera de forma segura e paulatina, não brusca.
- Ajuste automático: À medida que as pastilhas vão
se desgastando com o uso, o pistão avança, compen-
sando o espaço perdido pelo desgaste das pastilhas.
- Baixo custo: De manutenção e de fabricação.
DISCO
O sistema de freio a disco tem um disco de aço uni-
do à roda. O disco pode ser maciço, ventilado ou fura-
do (com orifícios). O maciço é utilizado em motos de
baixo custo e consta de um simples disco retificado
em ambas faces. O ventilado é aquele formado por
dois discos unidos por pequenas aletas. Ao girar, as
aletas tomam o ar de impacto que recebe sua face
circular e o faz atravessar as faces internas. É uma
espécie de ventilação forçada. Este tipo de disco é
utilizado em motocicletas muito exigidas.
O modelo furado tem uma aparência agressiva e es-
portiva. Os orifícios lhe permitem reduzir seu peso.
PINÇA
O segundo elemento mais importante do freio a disco
é a pinça. A pinça está fixada no amortecedor do gar-
fo, no freio dianteiro, e no braço oscilante, no traseiro.
Está composta de uma ou duas peças fundidas em
forma de «U». Por dentro do «U», passa o disco. Os
braços do «U» são o alojamento do pistão (ou dos pis-
tões). A pinça pode ser fixa ou deslizante.
Quando a pinça possui somente um pistão, o disco é
flutuante e ela é fixa. Se o disco é fixo, a pinça deverá
ser deslizante para permitir a operação do seu único
pistão.
PASTILHAS
As pastilhas se localizam em ambas faces do disco e
podem ser idênticas (intercambiáveis) ou simétricas
(cada uma tem seu lugar na pinça).
Estão divididas em duas partes:
- Parte metálica: que está em contato com o pistão
(ou a pinça) e dá rigidez à peça.
- Material de fricção: é a parte que entra em contato
com o disco. Pelo seu desgaste, sua espessura deve
ser medida.
Não é necessária uma desmontagem complexa para
ver o estado das pastilhas. Essa é uma das principais
razões do baixo custo de manutenção do freio a dis-
co.
PISTÃO
O pistão é um cilindro de aço que se desloca dentro
do alojamento formado pela pinça. Ele tem um reten-
tor que evita a perda do fluido hidráulico. Este retentor
tem uma segunda função: ajudar o pistão a retornar a
sua posição anterior, quando cessa a pressão hidráu-
lica.
Cabo
O cabo se desloca dentro de uma capa (camisa) que
guia o cabo. Ao acionar-se o manete do freio, o cabo
move a outra alavanca que encontra-se no conjunto do
freio a tambor.
A capa tem um regulador em cada extremo. Com ele é
possível fazer os ajustes necessários, inclusive, compen-
sar o desgaste da lona de freio. Existem motonetas e
ciclomotores nas quais o conjunto de freio traseiro tam-
bém é acionado por cabo.
Em algumas motos, se corta a capa e se coloca um inte-
rruptor do tipo telescópico.
Quando se aciona o manete a capa se endurece pela
tensão exercida pelo cabo. O interruptor é comprimido e
fecha o circuito da luz do freio.
Haste (Vareta)
A vareta é utilizada exclusivamente na roda traseira. Quan-
do o pedal é oprimido ela se desloca e aciona, no seu
outro extremo, a alavanca do conjunto de freio a tambor.
A vareta se regula neste extremo. Quando se pisa no pe-
dal, se estica uma mola que aciona um interruptor. Este
interruptor acende a luz vermelha: "Pare".
Indicador de desgaste
As alavancas que estão localizadas no prato de freio têm
um indicador. Quando esta alavanca é movida, o indica-
dor se desloca na frente de um gravado feito no suporte
das sapatas (tampa). Se a lona é nova, o indicador não
deve deslocar-se além do início do gravado. Ao ir fazen-
do os ajustes de compensação por desgaste, esse indi-
cador vai tomando novas posições. Quando o indicador
chega ao final do gravado é quando deve ser sustituída
a lona do freio ou a sapata completa.
COMANDO HIDRÁULICO
DE FREIO
Um sistema hidráulico está formado por:
- Reservatório de fluido de freio: armazena o fluido
hidráulico (líquido de freio).
- Cilindro mestre: é alimentado pelo reservatório de
fluido de freio e gera a pressão necessária para a ope-
ração do sistema.
- Alavanca ou Pedal de freio: este dispositivo mecâni-
co, atua sobre o cilindro mestre e seu deslocamento
angular é proporcional à pressão liberada.
- Tubulação hidráulica: pode ser rígida, flexível ou mis-
ta. É a encarregada de transmitir a pressão gerada no
cilindro mestre ao conjunto de freio.
- Conjunto de freio: já foi visto anteriormente.
FLUIDO DE FREIO
O fabricante da moto geralmente não faz referência a
uma marca específica de fluido de freio mas sim, à
especificação técnica.
Os mais usados são: DOT Nº 3 e Nº 4 . Recentemente
foi lançado no mercado o DOT Nº 5 sintético. Não é
conveniente misturar diferentes tipos de fluidos. Retire
o fluido em uso e coloque o novo.
Reservatório de fluido
Ele pode ser circular ou quadrado. Forma parte do cor-
po do próprio cilindro mestre ou está conectado a ele
por uma passagem parafusada. Possui uma tampa que
contém uma membrana. Esta está sempre em contato
com a superfície do fluido de freio e na sua face opos-
ta recebe a pressão atmosférica. A membrana evita o
contato do fluido com o ar e também seu derramamen-
to. Alguns reservatórios têm visor e outros possuem
duas marcas de nível: máximo (max level) e mínimo (min
level).
Cilindro mestre
Está fixo no lado direito do guidão da moto e consta
de um corpo cilíndrico. Na sua parte superior se en-
contra o reservatório de fluido de freio. Basicamente,
o cilindro possui no seu interior os seguintes elemen-
tos:
PRINCÍPIO HIDRÁULICO
Qual é a força final que os pistões recebem nas pinças?
Para isto é necessário recordar o princípio hidráulico
em que se baseia este sistema de freio. Devemos con-
siderar em primeiro lugar que os líquidos não são com-
pressíveis e que a pressão aplicada na sua superfície
é transmitida integralmente em todas as direções den-
tro do sistema.
MANUTENÇÃO
DO SISTEMA DE FREIOS
PROCEDIMENTOS SEGURANÇA
Este guia indica passo a passo procedimentos Não se esqueça de observar as normas de segu-
generalizados de manutenção deste sistema. rança requeridas pelas autoridades do seu país e
Podem haver variações com respeito aos proce- aquelas descritas no manual do fabricante da mo-
dimentos indicados pelo fabricante da motocicleta tocicleta na qual você está trabalhando.
na qual você está trabalhando.
Sempre siga os procedimentos indicados no ma- Este guia traz os seguintes procedimentos:
nual do fabricante da motocicleta.
Utilize a ferramenta indicada. - Verificação do desgaste das lonas.
Não substitua as instruções do manual de manu- - Inspeção do conjunto de freio a tambor.
tenção da motocicleta pelas deste guia se forem - Ajuste da folga do comando do freio a tam-
diferentes. No caso de diferir em algum procedimen- bor.
to, siga o indicado pelo fabricante. - Verificação do desgaste das pastillas de
freio.
- Verificação do nível do fluido de freio.
- Sangria do sistema hidráulico.
- Lubrificação do cabo de freio.
VERIFICAÇÃO
DO DESGASTE DAS LONAS
- Pressione o pedal ou manete de freio. Se ao soltá-
lo não volta a sua posição original, o freio pode estar
colado, necessitar limpeza ou estar com as lonas tão
gastas que o came está girando fora de seu ângulo
normal de funcionamento.
INSPEÇÃO DO CONJUNTO
DE FREIO A TAMBOR
- Neste caso se realiza a inspeção do freio traseiro.
- Retire as sapatas.
- Coloque a placa-suporte.
- Instale a roda.
AJUSTE DO COMANDO
DO FREIO TRASEIRO
- Para ajustar o pedal de freio, aperte a porca da
vareta do freio traseiro. Você notará que através des-
ta operação o percurso do pedal diminui. Lembre-se
de que a distância do trajeto deve estar entre os limi-
tes indicados pelo fabricante.
O cabo do freio é ajustado através da porca de ajus-
te no cabo.
VERIFICAÇÃO DO DESGASTE
DAS PASTILHAS DE FREIO
- Retire a pinça.
- Retire a tampa.
- Retire o seguro elástico (presilha elástica), os pi-
nos e as molas das pastilhas.
- Retire as pastilhas.
VERIFICAÇÃO DO NÍVEL
DO FLUIDO DE FREIO
Para verificar o nível do líquido de freio basta colocar
a moto na sua posição normal de marcha e observar
o visor ou as marcas de nível.
SANGRADO
DO SISTEMA HIDRÁULICO
Este procedimento é realizado quando entra ar no
sistema hidráulico. Isto pode ser evidenciado por uma
sensação esponjosa ao acionarmos a manete do freio.
O ar na tubulação diminui a capacidade de frenagem,
ocasionando uma situação perigosa.
Também devem ser sangrados os freios logo após a
troca da tubulação do sistema; substituição ou repa-
ração da pinça ou do cilindro mestre; troca do fluido
de freio; ou se, por um descuido, o sistema ficou sem
fluido e o cilindro aspirou ar.
A sangria deve ser realizada da seguinte maneira:
- Coloque um plástico ou um pano absorvente sobre
a superfície do tanque que está localizado debaixo
do depósito para evitar manchas em caso de salpicos
do fluido.
- Retire a tampa do reservatório.
- Assegure-se de que o diafragma está na posição
deprimida.
- Acople um tubo transparente à válvula de sangria e
coloque o extremo livre do tubo num recipiente. O flui-
do de freio não deve derramar-se sobre nenhuma su-
perfície pintada, pois a danificaria.
ANÁLISE DE FALHAS
FREIOS
PROBLEMA CAUSA
Ruído anormal Pastilhas vitrificadas
Pastilhas de tamanho incorreto
Disco defeituoso
Lonas gastas
Contato desigual entre as sapatas e o tambor
Tambor áspero ou deteriorado
Sapatas vitrificadas
Baixa (ou nula) potência Ar no circuito hidráulico
de frenagem Pastilhas gastas
Pastilhas sujas pela água, óleo ou fluido de freio
Pastilhas vitrificadas
Fluido de freio deteriorado
Cilindro mestre com vazamento
Retentor da pinça em mau estado
Lonas gastas ou vitrificadas
Came do freio gasto
Sapatas molhadas pela água ou óleo
Alavanca gasta ou defeituosa
Cabo defeituoso
Regulagem incorreta do pedal
Curso do pedal muito Lonas gastas
extenso Contato desigual entre as sapatas e o tambor
Presença de materiais estranhos no tambor
Alavanca e came defeituosos
Os freios se trancam Disco em mau estado
ou se arrastam Pistão ou pastilhas corroídas
Retentor do pistão danificado
Alavanca ou pedal trancado
Tambor ovalizado ou deformado
Molas da sapata muito débeis
Came mal lubrificado
Agradecemos a colaboração da YAMAHA MOTOR DO BRASIL Ltda. pelo fornecimento de manuais técnicos utilizados na elaboração
deste curso.