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Universidade de Caxias do Sul

Centro de Ciências Exatas e da Tecnologia

Química Básica e Experimental


QUI0341

Roteiros Experimentais
2016/4

Professor: Prof. Thiago Barcellos da Silva


Justus von Liebig (1803-1873)

Aluno:________________________________ ____________
Telefones de emergência 9. Em caso de acidente, manter a calma, desligar os aparelhos próximos, isolar os
inflamáveis, chamar os Bombeiros (193), iniciar o combate ao fogo.
Atendimento de emergência UCS: Ramal 2839 10. Em caso de acidente (por contato ou ingestão de produtos químicos) ligar para
EMERCOR: 3214 1212 o CIT 08007213000 solicitando informações sobre o produto e chamar o
atendimento de emergência na Instituição pelo ramal 2839 ou pelo telefone
Centro de Informações Toxicológicas (CIT-RS): 0800 721 3000 3214.1212.
www.cit.rs.gov.br 11. Ler atentamente os rótulos dos frascos dos reagentes e soluções antes de utilizá -los,
a fim de evitar enganos.
12. Evitar derramamento de reagentes e soluções, mas, se o fizer, limpar imediatamente
o local de acordo com os procedimentos do laboratório (consultar o professor).
Regras básicas de seguran ça para 13. Não descartar materiais sólidos utilizados na prática, nas pias, deverão ser
acondicionados no contêiner resíduos sólidos perigosos (caixa cor laranja localizado
laboratórios de química nas bancadas).
14. Todo o resíduo líquido oriundo da parte prática deverá ser acondicionado conforme
Laboratórios de química são lugares de trabalho que necessariamente não são perigosos,
descrito no procedimento experimental.
desde que certas ações sejam tomadas.
15. Ao trabalhar com reações perigosas, explosivas, tóxicas, ou cuja periculosidade você
Acidentes em laboratórios ocorrem em virtude da pressa excessiva na obtenção de
não conhece, consultar a FISPQ dos reagentes e usar EPI's e EPC's para a sua
resultados. Todo aquele que trabalha em laboratório deve ter respo nsabilidade e evitar atitudes segurança.
que possam acarretar acidentes e possíveis danos para si e para os demais.
16. Manter o laboratório sempre bem ventilado, podendo ser ventilação natural ou
O técnico/ professor/ aluno deve, portanto, adotar sempre uma atitude atenciosa, artificial.
cuidadosa e metódica no que faz. Deve, particularmente, concentrar -se no trabalho e não permitir
17. Não trabalhar com material imperfeito, principalmente materiais de vidr o trincados ou
qualquer distração enquanto trabalha. Da mesma forma, não deve distrair os demais enquanto
que contenha pontas ou arestas cortantes.
desenvolvem trabalhos no laboratório.
18. Fechar com cuidado as torneiras de gás, evitando o seu escapamento.
Para trabalhar no laboratório, você deve: 19. Não deixar vidro aquecido sem identificação.
20. Não aquecer tubos de ensaio com a boca virada para si ou para outra pessoa.
1. Ler e utilizar as regras de Segurança dos Laboratórios de Química.
21. Não aquecer reagentes em sistema fechado.
2. Consultar o professor quando tiver alguma dúvida
22. Preencher a etiqueta de identificação de amostra, quando o produto obtido ficar
3. Durante as atividades didáticas, o professor, os alunos e os funcionários deverão depositado no laboratório.
usar jaleco (guarda-pó) que seja 100% algodão, mangas compridas com punho de
ribana ou com elástico, e fechamento por botões de pressão. O comprimento deve 23. Nunca esquecer solventes inflamáveis, mesmo em pequenas quantidades, junto ou
ser até a altura dos joelhos. O jaleco deve ser utilizado todo fechado e suas próximo à chama direta.
mangas não devem ser dobradas. 24. Não transferir ou verter solventes inflamáveis de um frasco a outro quando a chama
Os sapatos devem ser de solado baixo e fechados, calça comprida, óculos de estiver próxima.
segurança e cabelos presos. 25. Medir as substâncias tóxicas ou voláteis preferencialmente na bureta.
4. Verificar a localização exata do extintor de incêndio, lava -olhos, chuveiro de 26. Não inalar gases ou vapores desconhecidos. Se necessário, nunca fazê-lo
emergência, saída de emergência, soluções de emergência, kit para derrame de diretamente, colocando o rosto sobre o recipiente que contém o líquido. Aproximar o
líquidos, caixa de areia, exaustores, caixa de comando elétrico do laboratório. vapor, com a ajuda de uma das mãos, para que seja possível aspirá -lo (aspirar
5. Não fumar, não comer ou beber no laboratório. vagarosamente).
6. Não tocar, cheirar ou experimentar soluções ou reagentes químicos. 27. Não acender o bico de Bunsen com a janela aberta, pois pode se formar chama na
base e acarretar graves queimaduras ao operador inadvertido.
7. Evitar trabalhar sozinho e fora dos horários de aula.
28. Cuidar para não misturar as tampas dos frascos conta-gotas. O correto é utilizar uma
8. Comunicar imediatamente ao professor qualquer incidente que esteja ocorrendo. solução e fechar bem o frasco antes de utilizar a próxima. Não introduzir pipetas
sujas nos frascos com soluções.

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29. Não utilizar a mesma pipeta para soluções diferentes, pois, com certeza, haveria A Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) da UCS na Cidade Universitária, trata os
contaminação com a substância usada anteriormente. efluentes das atividades desenvolvidas na Instituição, excetuando-se aqueles gerados nas
30. Ao término do uso de uma solução, nunca esquecer de recolocar a tampa, para evitar atividades químicas e biológicas desenvolvidas nos laboratórios da Universidade. Pa ra tanto, foi
a contaminação e a evaporação das substâncias voláteis. desenvolvido e otimizado, o sistema de gerenciamento de resíduos de laboratórios gerados em
31. Ao final do procedimento experimental deixar os bulbos pipetadores cheios de ar. práticas de ensino, pesquisa e prestação de serviço.
As unidades laboratoriais geradoras de resíduos são orientadas a implementar
32. Conservar o ambiente de trabalho arrumado.
procedimentos internos que visem à minimização do volume de rejeitos gerados bem como o
33. Ao fim da aula, lavar todo o material e recolocá-lo no carrinho ou na estufa.
possível reaproveitamento dos mesmos, pois muitas vezes, o que é considerado resíduo de uma
34. Verificar se os registros de gás estão fechados após o uso. marcha analítica, pode ser a matéria-prima de outra.
35. Lembrar que qualquer experimento em laboratório pode levar mais tempo do que se Os técnicos das referidas unidades laboratoriais são instruídos no sentido de atender à
pensa. correta segregação, manuseio, acondicionamento e armazenamento dos resíduos na unidade
36. Lavar bem as mãos antes de deixar o laboratório. laboratorial. Para tanto são adotadas as seguintes recomendações:
37. Ao sair do laboratório, não deixar nada ligado e verificar se tudo está em ordem. Não lançar restos de análises físico-químicas e biológicas na rede de esgoto, sem a
devida informação sobre o correto descarte;
Procurar minimizar a quantidade de resíduos, substituindo métodos e/ou reduzindo
Sistema de coleta de resíduos líq uidos e sólidos volumes e concentrações de soluções;
Descartar os resíduos da forma mais seletiva possível, procurand o evitar a formação de
O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Análises Laboratoriais o qual foi aprovado
misturas muito complexas e possíveis reações secundárias;
pelo órgão ambiental estadual FEPAM (BEAL, 2002), tem como objetivo principal estabelecer
Identificar e rotular os resíduos químicos, seguindo sistemática de classificação
procedimentos de segregação, acondicionamento, armazenamento, co leta, transporte e destino
estabelecida para toda a Universidade;
final de resíduos potencialmente perigosos. A equipe técnica do Instituto de Saneamento
Aproveitar os resíduos e insumos internamente, quando possível.
Ambiental (ISAM) é responsável pela formulação do Plano, bem como pelo planejamento,
implantação e operacionalização das demais etapas do mesmo. Os resíduos foram classificados
O acondicionamento dos resíduos de análises de laboratórios (RALs) nas unidades
em função das análises físico-químicas e biológicas que lhe deram origem. A partir dos reagentes
laboratoriais é feito em contêineres de polietileno de alta densidade (PEAD) com capacidades de
utilizados em cada experimento e das características dos mesmos, definiu -se agrupamentos de
20, 10 ou 5 litros, conforme a necessidade de cada laboratório.
substâncias levando-se em consideração sua periculosidade em função de suas características
Os contêineres são identificados por uma etiqueta padronizada, contendo informações
de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade além da incompatibilidade das mesmas.
sobre o laboratório gerador do resíduo, responsável pelo laboratório, a(s) análise(s) envolvida(s)
Desta análise, resultaram 49 diferentes grupos de substâncias a serem segregadas,
na geração do resíduo, constituintes químicos e/ou biológicos presentes no contêiner.
atendendo as recomendações da norma NBR 12.235 (ABNT, 1992).
Os resíduos de análises laboratoriais devidamente identificados estão sendo armazenados
As etapas do Gerenciamento de Resíduos de Análises Laboratoriais da UCS encontram -
se na Figura . na Central de Triagem e Armazenamento de Resíduos da UCS, localizada na Cidade
Universitária.
O transporte dos resíduos desde as unidades geradoras, até a Ce ntral de Armazenamento
de Resíduos da Cidade Universitária, é realizado obedecendo às normas de segurança,
objetivando evitar possíveis acidentes e a segurança do trabalhador exposto.
O sistema de gerenciamento de resíduos é controlado por meio de um banc o de dados,
criado pelo Núcleo de Processamento de Dados da UCS (NPD), onde são cadastradas todas as
informações necessárias para definição do tratamento e destino final dos resíduos. Ainda, o
banco de dados permite auditar todo o sistema de gerenciamento de resíduos e propor ações que
visem a aperfeiçoá-lo e a minimizar a geração dos resíduos.
Ao reutilizar frascos de reagentes para estocagens de resíduos químicos, verifique a sua
procedência, visto que muitos produtos químicos formam misturas explosivas, por exemplo, ácido
Figura I . Fluxograma contendo as etapas de gerenciamento de resíduos gerados nos
laboratórios da UCS. nítrico e etanol. Recomenda-se sempre passar água nos frascos antes de reutilizá-los.

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Materiais mais utilizados em laboratório

Materiais mais utilizados em laboratório

Pipeta graduada
Instrumento que permite a medida e a transferência exata de
Tubo de ensaio volumes de líquidos.
Utilizado para realizar reações química em pequena escala, principalmente Apresenta graduações ao longo do instrumento, permitindo a
testes de reação. sucção de quantidades variadas do líquido a ser medido.

Pipeta Volumétrica
Copo de béquer Instrumento que permite a medida e a transferência exata de
Utilizado para o aquecimento de líquidos, purificações volumes de líquidos. A medida é marcada por uma linha sobre o
por recristalização, precipitação ou sedimentação. bulbo central.

Frasco de Erlenmeyer
Utilizado para misturar soluções através de agitação orbital,
evitando respingos. Também utilizado em titulações. Recebe o Bulbo pipetador
nome do químico alemão Emil Erlenmeyer o qual criou o frasco Utilizado juntamente com as pipetas para auxiliar no processo de
em 1860. sucção e liberação dos líquidos.

Proveta ou cilindro graduado


Empregado para medir e transferir volumes de líquidos
Não pode ser aquecido
Bureta
Instrumento cilíndrico que contém uma escala graduada precisa.
Com ela pode ser medido com precisão o volume de uma solução
que é consumida no processo de titulação.
Funil de vidro
Usado para a transferência de líquidos e para filtrações em
conjunto com o papel filtro. O funil com colo longo e estrias é
chamado de funil analítico.

Balão volumétrico
Utilizado no preparo e na diluição de soluções.
É calibrado para possuir um volume específico a uma
determinada temperatura. Este instrumento não pode ser
aquecido.
Pisseta ou frasco lavador
Utilizado para armazenar água destilada ou soluções hidro
alcoólicas (etanol a 70%).
É empregada para enxaguar vidrarias com água destilada.

Funil de separação
Conhecido também como ampola de decantação, é utilizado
para a separação de líquidos imiscíveis.
Ao ser utilizado líquidos com baixo ponto ebulição,
como o éter dietílico, deve-se ter cuidado com a
pressão formada dentro do instrumento.

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Materiais mais utilizados em laboratório Materiais mais utilizados em laboratório

(a) Capsula de porcelana


(b) Cadinho de porcelana
São instrumentos resistentes a altas temperaturas e
Espátulas utilizados na evaporação e secagem de amostras e
Utilizadas para auxiliar a transferência de sólidos. Podem ser de sais. Pode ser levado ao fogo sobre uma tela de
aço-inox, cerâmica ou polímero (teflon). amianto.

Gral (almofariz) de porcelana e pistilo de porcelana


Instrumento utilizado na moagem (pulverização) de
amostras. Ao contrário das capsulas e cadinhos de
Bico de Bunsen porcelana, este material não suporta altas
Utilizado no aquecimento de soluções e queima/ incineração de temperaturas.
compostos.

Agitador magnético com placa de aquecimento e barra


magnética
Tripé de ferro e tela de amianto
Utilizado para agitar através da barra magnética líquidos em
O tripé é utilizado para sustentar a tela de amianto, a qual será
frascos como copo de béquer, Erlenmeyers e frascos de fundo
utilizada como um condutor de calor entre a chama do bico de
redondo. Pode ser ainda utilizado como fonte de aquecimento
Bunsen e o frasco de vidro sobre a tela.
através da condução do calor através da placa cerâmica ou de
alumínio.

Suporte universal Balança Analítica


Realiza a sustentação de várias estruturas comumente utilizadas Instrumento utilizado para a medida de massas com precisão.
no laboratório. Podem possuir uma precisão de três (0,001 g) ou quatro (0,0001 g)
casas decimais.

Garra para bureta


Utilizada para fixar a bureta no
suporte universal
Estufa
Usada para secagem de materiais.
(a) Pinça metálica com mufa: Utilizada para prender
frascos, condensadores e buretas ao suporte
universal.
(b) Anel de aço com mufa: oferece suporte a funis e
frascos de extração/decantação.
Mufla
(c) Mufa dupla simples: utilizada para prender
Usada para calcinações.
diferentes tipos de garras ao suporte universal.

(a) Pinça de madeira: usada para segurar tubos de


ensaio durante aquecimentos no bico de Bunsen.
(b) Pinça tenaz para cadinho: usada para segurar e
transportar cadinhos.
(c) Pinça longa: utilizada em diversos propósitos
quando deseja-se segurar ou alcançar objetos
sólidos.

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determinações de uma medida estão entre si. Medições podem ser precisas sem serem
Prática 1: exatas, devido a algum erro sistemático. O ideal é que as medições sejam precisas e
Manuseio do material básico de laboratório de exatas. A precisão de uma medição pode ser melhorada aumentando-se o número de
química determinação de uma medição e fazendo-se o valor médio das mesmas.

Introdução 1.1.4 Medidas de volume


Trabalhar em um laboratório de química é uma experiência bastante agradável, pois Em um Laboratório o aluno terá sempre que fazer uso de vários tipos de medidas,
nele podemos observar as transformações químicas. Porém, a química é uma ciência sendo de grande importância a de volume. Torna-se extremamente necessário conhecer
exata, e a reprodutibilidade dos experimentos está diretamente relacionada com a corretamente as diversas unidades de volume e a correspondência entre elas; identificar
precisão das medidas. e caracterizar os recipientes volumétricos e sua limpeza; estar ciente dos erros que
Nos experimentos que serão realizados nas aulas práticas desta disciplina serão porventura possam ocorrer e procurar evitá-los.
utilizados vários tipos de aparelhos para medir o volume de líquidos. Assim, é de extrema Em todos os experimentos serão utilizados vários tipos de aparelhos para medir
importância conhecer os equipamentos que são, ou não são, empregados para a medida volumes de substâncias líquidas, a saber:
de líquidos bem como fazer a leitura correta do volume desejado. -Pipetas graduadas e volumétricas: são aparelhos graduados com a finalidade de
medir rapidamente, pequenos volumes. A pipeta volumétrica ou de transferência serve
para livrar um volume perfeitamente conhecido de líquido. Apresenta uma parte co m um
1.1.1 Reagentes e soluções
Os reagentes utilizados nos experimentos estão geralmente em forma de solução. O bulbo, e na parte superior, uma linha indicando a capacidade da pipeta. Essas são mais
condicionamento dessas soluções deve ser feito em frascos de vidro, que de um modo precisas do que pipetas graduadas. As pipetas devem ser preenchidas com auxílio do
geral apresentam resistência química ao ataque de reagentes. As soluções alcalinas bulbo pipetador.
atacam o vidro. Nesse modo, ou guarda-se essas soluções em embalagens de polietileno - Provetas graduadas: quando o volume de um líquido a ser medido é relativamente
ou em frascos de vidro com tampa de borracha. Algumas soluções se decompõem por grande ou quando se trata de medida de volumes de ácido concentrado, de substâncias
ação da luz devendo ser conservadas em frascos de cor castanha ou âmbar. nocivas, a pipeta se torna inadequada. Neste caso pode-se utilizar proveta graduada.
- Balão volumétrico: este aparelho contém um volume preciso de um líquido numa
1.1.2 Limpeza e secagem do material de vidro (vidraria de laboratório) determinada temperatura. Os balões volumétricos são utilizados na preparação das
Antes de qualquer experimento, deve ser observado se o material a ser utilizado está soluções de concentração conhecida. Seu gargalo é longo, apresentando uma linha
limpo e seco. Caso contrário, o material deve ser lavado e seco. Após os experimentos, o traçada, indicando o volume total (capacidade do balão) à uma dada temperatura. A
material deve ser limpo pela pessoal o qual o utilizou , pois conhece-se a natureza da posição da leitura deve ser na altura dos olhos do leitor.
sujeira. O processo mais simples é através da utilização de detergentes específicos e
escova. Após, enxagua-se o material com água da torneira e finalmente com água
destilada. Além disso, pode-se utilizar outros agentes de limpeza, como uma solução
de hidróxido de potássio e etanol, cujo desengordurante é rápido.
Também pode-se utilizar a solução sulfocrômica a base de ácido sulfúrico
concentrado e dicromato de potássio, o qual apresenta elevado poder oxidante. Em todos
os casos de limpeza com agentes químicos, após a remoção da solução de limpeza, o
aparelho deve ser rigorosamente enxaguado em água corrente. Figura 1.1. Como ler corretamente a marca do menisco.

1.1.3 Leitura de medidas Bureta graduada: Serve para livrar volumes variados de determinados líquidos.
Sempre que uma medição é efetuada, deve-se levar em consideração o erro a ela
Consiste um tubo de vidro contendo na extremidade inferior uma torneira de vidro ou
inerente. O erro de uma medida é muitas vezes limitado pelo equipamento que é
teflon como dispositivo para controlar a vazão de líquidos. É utilizada geralmente em
empregado na sua obtenção. Em uma medida exata, os valores encontrados estão muito
titulações.
próximos do valor verdadeiro. A precisão refere-se a quão próximos diversas

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Objetivos Temos dois tipos de chama no Bico de Bunsen: a chama luminosa (chama amarela) e
a chama não luminosa (chama azulada). A chama luminosa é obtida quando o anel está
Objetivos da Experiência: O objetivo desta prática é aprender a manusear as vidrarias e
equipamentos de uso rotineiro em um laboratório de química e anotar todos os resultados e fechado (combustão incompleta e produção de fuligem) e a chama não luminosa é obtida
observações provenientes dos experimentos. quando o anel está aberto (combustão completa, sem formação de fuligem). Conforme a
Objetivos de Ensino: Aprender a realizar corretamente a leitura das escalas, tanto de região da chama não luminosa, há a produção de temperaturas diferenciada s, conforme
volume de líquidos como a massa de objetos sólidos. Fazer operações aritméticas mostrado na Figura 1.2.
empregando corretamente os algarismos significativos. Calcular o erro absoluto associado Atualmente os Bicos de Bunsen estão sendo substituídos por chapas de aquecimento
aos resultados das operações aritméticas.
e mantas de aquecimento mas alguns usos específicos ainda requerem o seu uso em
laboratório.

Atividade pré-laboratório
Ler atentamente as regras de segurança e a descrição sobre os materiais mais
utilizados em laboratório.

Procedimento experimental
Figura 1.2. Bico de Bunsen.
1.4.1 Utilizando a proveta e a leitura do menisco
Em uma proveta de 50,0 mL, meça 30 mL de água destila em uma proveta. Utilize a Procedimento experimental:
pisseta para auxiliar na transferência do líquido . Observe o menisco formado pelo líquido. 1) Verificar se a válvula de gás geral da bancada e a válvula do Bico de Bunsen que
A parte inferior do menisco (forma côncava) deve coincidir com a linha de aferição. você está usando estão na posição aberta;
Transfira o volume para um copo de béquer e repita o procedimento até executá -lo 2) Abrir a torneira de gás do Bico de Bunsen cuidadosamente e acendê -lo com um
perfeitamente. palito de fósforo;
3) Girar lentamente o anel da base do Bico de Bunsen e observar o que acont ece
com a chama. Anotar;
1.4.2 Precisão das vidrarias
Meça 50,0 mL de água destilada em uma proveta graduada e transfira para um copo 4) Fechar o anel do Bico de Bunsen até a formação da chama amarela. Com um
agarrador, segurar uma cápsula de porcelana sobre a chama por uns 20 segundos.
de béquer de 150 mL seco. Observe o volume lido no copo de béquer. Meça novamente
Observar a superfície que foi exposta à chama;
50,0 mL de água destilada em uma proveta e transfira o conteúdo para um frasco de
5) Abrir agora o anel até obter a chama azulada. Introduzir no cento do cone formado
Erlenmeyer de 125 mL seco.
(zona interna) outra cápsula de porcelana. Observar o que ocorre.

1.4.3 Utilizando corretamente o bulbo pipetad or e as pipetas gradu adas e


1.4.5 Utilizando uma balança analítica
volumétricas As balanças são instrumentos adequados para medir massas. O manuseio de uma
Com o auxílio de uma pipeta graduada de 5,00 mL, pipetar 4,00 mL de água destilada
para um copo de béquer de 150 mL. Ao executar este procedimento balança requer muito cuidado, pois são instrumentos delicados e caros. Quando de sua
Repetir o mesmo procedimento com uma pipeta volumétrica de 5,00 mL. utilização, devem ser observados os seguintes cuidados gerais:
1) Manter a balança limpa;
1.4.4 Manuseio do bico de Bunsen 2) Não colocar os reagentes diretamente sobre o prato da balança, utilizar recipientes
adequados para grandes massas e papel manteiga para pequenas massas.;
O Bico de Bunsen é um bico de gás, especialmente construído para uso de 3) Os objetos a serem pesados devem estar limpos, secos e à temperatura ambiente;
laboratório, utilizado para aquecimento através da combustão do gás GLP. O Bico de 4) A balança deve ser mantida desligada caso não estiver sendo utilizada;
Bunsen possui na parte inferior uma entrada de gás (1), na parte média há um anel que 5) Nas balanças analíticas, os objetos devem ser colocados e retirado s com a pinça e
controla a entrada de ar que irá aliment ar a combustão (2) e na parte superior forma-se a não com as mãos;
chama (3). 6) O operador não deve se apoiar na mesa em que a balança está colocada.

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Procedimento experimental:
1) Ligar a balança na tecla On/Off; Prática 2:
2) Aguardar estabilização;
3) nelas e colocar o material
Teste da chama
no qual a massa será medida (um parafuso e uma porca grande) sobre o disco
central;
Introdução
4) Anotar este valor.
5) Anotar suas observações. A luz em sua natureza ondulatória consiste em fóton, cada um caracterizado pelo
seu comprimento de onda ou cor, o comprimento de onda está intimamente
1.4.6 Determinação da densidade de um sólido relacionado com a energizado fóton através da relação:
A densidade, que se define como a massa da unidade de volume ( =m/V) é expressa
nos trabalhos científicos em gramas por mililitro (ou g cm-3), para os sólidos e líquidos e
em gramas por litro para os gases. Para se determinar a densidade, devemos medir o Apenas os fótons cujos comprimentos de onda caem na faixa de 4.000 a 7.000 Å
volume e a massa de uma quantidade dada da substância em questão. estimulam o sentido humano da visão, são visíveis. O vermelho é de grande
Um método adequado para medir o volume de um sólido, independente do seu comprimento de onda, corresponde a baixa energia e o violeta é de pequeno
formato, consiste em mergulhá-lo numa quantidade medida de água numa proveta comprimento de onda, corresponde a alta energia. Entre esses limites, aumentando-se
graduada. O aumento do volume, medido pela elevação da água, determina o volume do a energia existem fótons associados com as diferentes cores (Figura 2.1). A luz branca
sólido. comum, como a emitida pelo filamento de tungstênio, é um contínuo de todas as cores
- Medir a massa de um parafuso e anotar o valor. Colocar 25,0 mL de água destilada e energia; o preto corresponde à ausência de fótons visíveis e detectáveis.
em uma proveta de 50 mL, e ler o volume inicial. Colocar o material, cuja a massa já é
conhecida, dentro da proveta e ler o volume final. A partir deste s dados determinar a
densidade do material e reportar em gramas por mililitro (g mL -1).

1.4.7 Lavagem das vidrarias


Em geral a vidraria pode ser lavada com detergente e uma escova apropriada.
Enxague várias vezes com água da torneira; não é necessário enxugar nenhum material,
que será guardado molhado (mas não sujo).
As pipetas e buretas são lavadas com água corrente somente e posteriormente água
destilada. Ao final, retorne o material ao local de onde o mesmo foi retirado (gaveta,
armário, carrinho, etc.)

Atividade pós-laboratório
Redigir o relatório experimental de acordo com as normas pré -estabelecidas, incluindo Figura 1.1. Espectro eletromagnético.
as observações e os valores obtidos nos experimentos.
1. Quais os inconvenientes em devolvermos porções de solução não usados ao frasco
Vemos um objeto opaco, basicamente, pela luz refletida por sua superfície.
originário ou de origem?
Consequentemente, um objeto iluminado por luz branca pode parecer vermelho
2. Por que os aparelhos de precisão como bureta, pipeta volumétrica e balão
porque está absorvendo fótons de energia alta e refletindo os vermelhos de baixa
volumétricos não podem ser aquecidos?
energia.
3. É indicado pipetar soluções de solutos voláteis?
O mecanismo de absorção da luz por um sólido ou líquido está intimamente
4. Que prejuízos podem trazer o uso de soluções alcalinas em buretas dotadas de
relacionado ao de emissão de fótons por íons gasosos excitados por uma chama.
torneira de vidro?

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Quando os íons sódio num sal são vaporizados na chama de um bico de Bunsen, os Molhar a alça de platina na solução de HCl 6 mol L -1 e secar na chama do bico de
elétrons nos íons metálicos gasosos são excitados a níveis de energia mais altos e, Bunsen. Repetir este procedimento até que fique completamente limpa, ou seja, a cor
quando voltam ao estado fundamental emitem fótons de energia correspondentes à da chama fique completamente azul.
cor amarela. Em temperatura ambiente, certos elétrons num sólido ou líquido, quando Pegar uma pequena porção do sal correspondente com a alça de platina e colocar
bombardeados com luz branca podem absorver fótons cujas energias correspondem a no fogo. Observar a cor de emissão de cada elemento.
saltos quânticos permitidos dentro dos íons, ou correspondem à energia necessária O teste de chama será realizado com os cloretos dos seguintes metais: Rb, Ca, Sr,
para transferir o elétron de um orbital externo num íon a um orbital vazio de um íon de Cs, Ba, Li e Na.
um tipo diferente. Por exemplo, a cor amarelo-laranja do sulfeto de cádmio é
2.1 Atividade pós-laboratório
provavelmente devido à transferência de um elétron 3p de um íon sulfeto a um orbital
vazio num íon cádmio vizinho. Os fótons que não podem sofrer o processo (os Redigir o relatório experimental de acordo com as normas pré-estabelecidas,
vermelhos de baixa energia, os amarelos e os laranjas) são refletidos de volta como incluindo as observações relacionadas a cor produzida por cada amostra submetida
cor característica do composto. ao teste da chama e inclui no relatório uma discussão a respeito das seguintes
O elétron transferido ou excitado dissipa usualmente sua energia contribuindo para questões:
1. O que acontece com os elétrons do metal, quando submetido ao teste de chama?
os movimentos vibracionais dos íons reticulados sólidos ou para movimentos
2. Qual a relação entre cor e comprimento de onda?
rotacionais, vibracionais e translacionais das moléculas em solução.
3. Como varia a energia de ionização com o tamanho do átomo?
Consequentemente, não é usual ocorrer nenhum processo de emissão (clarão de luz).
4. Que tipos de íons podem ser usados no teste de chama?
Desde que o tempo da vida do estado excitado é muito curto, o elétron logo está de
volta ao seu estado fundamental, pronto para outra absorção. Os processos
vibracionais não ocorrem nos átomos ou íons isolados em fase gasosa, daí a
existência de espectro de emissão para gases.

Objetivos
Objetivos da Experiência: O objetivo desta prática é observar e analisar as cores
produzidas por diferentes metais alcalinos e metais de transição.

Objetivos de Ensino: Manusear o bico de Bunsen de forma adequada e observar o


fenômeno físico decorrente da queima de diferentes sais.

Atividade pré-laboratório
a) Ler atentamente as regras de segurança com relação ao manuseio do bico de Bunsen.
b) Pesquisar a formula molecular e a massa molecular dos sais empregados no experimento.

Procedimento experimental
Adicionar 10 mL de uma solução aquosa de HCl om concentração de 6 mol L -1 em
um copo de béquer. Acender o bico de Bunsen (OBS: o palito de fósforo usado deverá
ser acondicionado na caixa de areia) e regular a cor da chama para o azul, tendo o
cuidado de não deixar traços de amarelo ou alaranjado.

QUI0341 Química Básica e Experimental: Roteiros Experimentais 17 QUI0341 Química Básica e Experimental: Roteiros Experimentais 18
Após acondicionar cada uma das substâncias nos respectivos recipientes, utilize o
Prática 3: sistema de LED e coloque os eletrodos em contato com a substância. Evite tocar os
Comparando substâncias Iônicas e covalentes eletrodos. Observe se o lâmpada de LED ficará acesa ou não após mergulhar os

e polaridade das ligações covalentes eletrodos na substância. Anote na Tabela 3.1 se a substância analisada conduz ou
não corrente elétrica e as suas observações.
Lave os eletrodos com água destilada e seque -os com papel toalha antes de fazer
Introdução a próxima medida.
As propriedades das substâncias estão relacionadas com o tipo e força das suas
ligações químicas. Elementos e substâncias reagem quimicamente para formar Tabela 3.1. Condutividade obtidas para as amostras avaliadas.
substâncias que podem ser iônicas ou covalentes.
Amostra condutividade observações
Nas substâncias iônicas (como NaCl) os íons (Na+ e Cl ) são mantidos unidos por
água destilada
fortes forças eletrostáticas denominadas ligações iônicas. As substâncias covalentes
NaCl sólido
(como H2O) consistem em moléculas nas quais um grupo de átomos estão unidos por
NaCl 1,0 mol L-1
ligações covalentes. HCl 0,1 mol L-1
Compostos iônicos têm altos pontos de fusão e ebulição devido à forte atração HCl 3,0 mol L-1
entre íons de cargas opostas. São bons condutores de eletricidade quando em hexano (C6H14)
solução ou no estado de fusão. Moléculas que consistem de átomos covalent emente
ligados formam substâncias moleculares que tem baixos pontos de fusão e ebulição.
Estas moléculas também exibem baixa condutância elétrica.
Resíduos:
Os resíduos resultantes da prática devem ser acondicionados na seguinte forma:
Objetivos NaCl e soluções de sódio - contêiner 004;
Soluções ácidas - contêiner 018;
Objetivos da Experiência: Diferenciar um composto covalente de um iônico pelas
Hexano - contêiner 011;
propriedades características de cada tipo de ligação química. Resíduos sólidos - contêiner para resíduos sólidos perigosos (caixa laranja sobre a
Objetivos de Ensino: Aplicar os conhecimentos teóricos sobre as ligações químicas iônicas bancada).
e covalentes e relacionar com as observações obtidas em laboratório.

3.3.2 Experimento B Ação de um campo elétrico


Montar 3 buretas nos suportes, colocando abaixo de cada uma um copo de béquer.
Procedimento experimental Carregar a primeira bureta com água, e segunda com álcool etílico e a terceira com
hexano. Abrir a torneira da bureta com água de forma a deixar correr um fio de água o
3.3.1 Experimento A Caracterização de compostos iônicos e covalentes mais fino possível e constante com uma altura de aproximadamente 10 cm entre a
pela condução de corrente elétrica ponta da bureta e o copo de béquer. Em seguida atritar uma caneta esferográfica
Adicione a pequenos recipientes plásticos pequenas quantidades de cada uma das
contra o cabelo e aproxime-a do fio de água sem encostar.
substâncias listadas a seguir:
Repetir o experimento para a bureta que contêm o álcool e depois com a que
Recipiente 1 água destilada
contêm hexano. Anote os resultados.
Recipiente 2 cloreto de sódio (sólido)
Recipiente 3 solução aquosa de NaCl 1,0 mol L-1
Recipiente 4 solução aquosa de HCl 0,1 mol L-1 Importante:
Não descartar os solventes, pois estes serão utilizados na próxima experiência.
Recipiente 5 solução aquosa de HCl 3,0 mol L-1
Recipiente 6 hexano

QUI0341 Química Básica e Experimental: Roteiros Experimentais 19 QUI0341 Química Básica e Experimental: Roteiros Experimentais 20
3.3.3 Experimento C Solubilidade versus polaridade
Prática 4
Rotular 6 tubos de ensaio com os números de 1 a 6. Utilizando os solventes que Funções Químicas - Parte 1: Ácidos e Bases
restaram nas buretas, acrescentar água ou hexano e os solutos (uma ponta de
espátula) nos tubos seguindo a ordem mostrada na Tabela 3.2. Após agite bem e
anote os resultados. Introdução
Apesar da existência de um grande número de substâncias e das diferentes
Tabela 3.2 Solubilidade versus polaridade. combinações segundo as quais elas interagem, existem alguns grupos de substâncias
tubo de ensaio solvente (2 mL) soluto solubilidade que apresentam semelhanças e são chamadas de funções químicas. As principais
Tubo 1 água naftalina funções químicas inorgânicas são: ácidos, bases, óxidos e sais .
Tubo 2 hexano naftalina
Tubo 3 água sacarose
4.1.1 Definição de ácidos e bases
Tubo 4 hexano Sacarose A definição mais tradicional para ácidos e bases foi desenvolvida no final do século
Tubo 5 água iodo
19, por Svante Arrhenius, um químico sueco, que estabeleceu os ácidos como
Tubo 6 hexano iodo
substâncias que - em solução aquosa - liberam íons hidrogênio (H +), enquanto as
bases, também em solução aquosa, liberam hidroxilas (OH ).
Resíduos: Uma outra definição para ácidos e bases foi dada pelo dinamarquês Johannes N.
Os resíduos resultantes da prática devem ser acondicionados na seguinte forma: Bronsted e pelo inglês Thomas Lowry, independentemente, ficando conhecida como
tubos 1 e 2 - contêiner 057;
tubo 3 - contêiner escrito água + sacarose;
definição protônica. Segundo os dois, ácido é uma substância capaz de ceder um
tubo 4 - contêiner 011; próton a uma reação, enquanto base é uma substância capaz de receber um próton. A
tubos 5 e 6 - contêiner 013. definição de Bronsted-Lowry é mais abrangente que a de Arrhenius, principalmente
pelo fato de nem todas as substâncias que se comportam como bases liberarem uma
hidroxila OH , como é o caso da amônia (NH3). Além disso, a definição protônica não
Atividade pós-laboratório condiciona a definição de ácidos e bases à dissolução em meio aquoso.
Redigir o relatório experimental de acordo com as normas pré-estabelecidas. Já o norte-americano Gilbert Newton Lewis se voltou para os elétrons ao
desenvolver sua definição: ácidos são substâncias que, numa ligação química, podem
receber pares eletrônicos, enquanto as bases são aquelas que cedem estes pares.

4.1.2 Identificação dos ácidos e bases


Os ácidos possuem sabor azedo, como o encontrado nas frutas cítricas ricas no
ácido de mesmo nome. Já as bases possuem gosto semelhante ao do sabão (sabor
adstringente). Mas, felizmente, há modos mais eficazes e seguros de identificar ácidos
e bases do que o paladar.
A acidez ou basicidade de uma solução está relacionada à sua concentração
hidrogeniônica e uma maneira simples de representar esta concentração é através do
seu pH.
É possível medir a concentração de hidrogênio iônico em uma solução a partir de
uma escala logarítmica inversa, que recebeu o nome de potencial hidrogeniônico, ou
simplesmente, escala de pH. Esta escala vai de zero a 14, sendo o pH 7 considerado

QUI0341 Química Básica e Experimental: Roteiros Experimentais 21 QUI0341 Química Básica e Experimental: Roteiros Experimentais 22
neutro. Os valores menores que sete classificam a solução medida como ácida e os Procedimentos Experimentais
maiores que sete, como alcalinos (bases).
4.3.1 Indicadores de papel para a determinação de soluções aquosas
ácidas e básicas
1) Utilizando uma caneta marcadora, enumere dois tubos de ensaio: tubo 1 e tubo 2;
2) No tubo 1, adicione 1,0 mL de uma solução aquosa de NaOH. Mergulhe a ponta
de um bastão de vidro no tubo 1 e pós toque a ponta do bastão nos papéis
tornassol azul, vermelho e universal. Reserve a solução;
3) Observe e anote os resultados obtidos na Tabela 5.2. Após, lave o bastão de
vidro;
4) No tubo 2, adicione 1,0 mL de uma solução de vinagre, e repita o procedimento
executado para o tubo 1. Reserve a solução e observe e anote os resultados
Para se medir o pH, usam-se combinações de substâncias indicadoras, que obtidos na Tabela 3.2.
mudam de cor conforme a posição da substância testada na escala acima.
Tabela 4.2. Resultados obtidos no experimento 4.3.1.
Indicadores são substâncias orgânicas que apresentam coloração característica de
acordo com o meio onde se encontram. Estas substâncias têm a propriedade de Resultados obtidos
mudar de cor dentro da zona de transição do indicador, com as variações de pH do Solução papel tornassol papel tornassol pH (papel indicador
azul vermelho universal)
meio. Geralmente os indicadores são ácidos ou bases fracas que ao se unirem aos
íons H+ ou OH mudam de cor devido uma alteração em sua configuração eletrônica. NaOH
Os principais indicadores usados em laboratório são:
vinagre

Tabela 4.1. Comportamento de indicadores ácido-base em soluções ácidas e alcalinas.


4.3.2 Comportamento de soluções aquosas ácidas e básicas na presença
Indicador de pH solução ácida em solução básica
de indicadores ácido-base.
tornassol vermelho azul
fenolftaleína incolor vermelho (8, 0 - 10, 0) 1) Aos tubos do experimento anterior adicione mais dois tubos de ensaio rotulados
alaranjado de metila vermelho amarelo (3, 1 - 4, 4) como tubo 3 e tubo 4;
vermelho de metila vermelho amarelo (4, 4 - 6, 2) 2) Adicione ao tubo 3, 1 mL de solução aquosa de NaOH e ao tubo 4, 1 mL de uma
solução de vinagre;
Existe também o indicador universal, que é uma mistura de vários indicadores.
3) Adicione 2 gotas do indicador fenolftaleína nos tubos 1 e 2 e 2 gotas do indicador
Também podem ser usados instrumentos como os medidores de pH por eletrodo
alaranjado de metila nos tubos 3 e 4;
indicador, que medem as diferenças de potencial elétrico produzidas pelas
4) Observe os resultados obtidos e os anote na Tabela 4.3.
concentrações de hidrogênio e indica o resultado dentro da escala de 0 a 14.
Tabela 4.3. Resultados obtidos no experimento 4.3.2.

Objetivos Solução
Resultados obtidos

Objetivos da Experiência: Constatar experimentalmente as propriedades funcionais coloração com fenolftalína coloração com alaranjado de metila

dos ácidos e bases e utilizar corretamente os indicadores ácido-base mais comuns. NaOH

vinagre

QUI0341 Química Básica e Experimental: Roteiros Experimentais 23 QUI0341 Química Básica e Experimental: Roteiros Experimentais 24
4.3.3 Identificação de ácidos e bases através do uso de indicadores
Prática 5
1) Enumere 6 tubos de ensaio e adicione 1,0 mL das soluções problema de acordo Funções Químicas - Parte 2: Sais e óxidos
com a seguinte sequência:
Tubos 1 e 2 solução A
Introdução
Tubos 3 e 4 solução B
Como vimos na Prática 3, as principais funções químicas inorgânicas são:
Tubos 5 e 6 solução C
ácidos, bases, óxidos e sais .
2) Assim como foi realizado no primeiro experimento (4.3.1.), utilize o bastão de vidro
Sais são compostos iônicos que por dissociação liberam pelo menos um íon
e o papéis indicadores (tornassol azul, vermelho e universal) para d eterminar se a
positivo diferente do cátion H + e um íon negativo diferente do ânion OH .
solução é ácida ou básica e qual é o pH da solução;
3) Após, adicione 3 gotas do indicador fenolftaleína nos tubos 1,3 e 5 e 2 gotas do
Exemplos: NaCl (s) Na+(aq) + Cl (aq)
indicador alaranjado de metila nos tubos 2, 4 e 6;
Al 2(SO4)3(s) 2 Al 3+(aq) + 3 SO42 (aq)
4) Observe e anote os resultados na Tabela 4.4.

Tabela 4.4. Classificação das substâncias A,B e C. Uma reação de neutralização entre um ácido e uma base produz sal e água, desde
que na base esteja presente o oxigênio.
Resultados obtidos
O sal produzido pode ser de três tipos:
Solução papel tornassol papel tornassol coloração com coloração com Classificação
azul vermelho fenolftalína alaranjado de (ácido ou base) Sal normal (neutralização total): H2SO4(aq) + Ca(OH)2(aq) CaSO4(s) + 2 H2O(l)
metila
Sal básico (neutralização parcial): HNO3(aq) + Pb(OH)2(aq) Pb(OH)NO3(aq) + H2O(l)
A
Sal ácido (neutralização parcial): H 3PO4(aq) + NaOH(aq) NaH2PO4(aq) + H2O(l)
B
Os óxidos são compostos binários oxigenados, onde o oxigênio é o elemento mais
C
eletronegativo.
Exemplos: Na2O, CaO, CO2, H2O, SO2

Resíduos:
Os óxidos que reagem com água produzindo bases, são chamados óxidos básicos.
Os resíduos resultantes da prática devem ser acondicionados na seguinte forma:
Soluções ácidas contêiner 018; Exemplos: Na2O (s) + H2O(l) 2 NaOH(aq)
Soluções básicas contêiner 019; CaO(s) + H2O(l) Ca(OH)2(aq)
Tubos 5 e 6 (solução C) contêiner 004;

Os óxidos que reagem com água produzindo ácidos são chamados de óxidos
ácidos.
Exemplos: SO2(g) + H2O(l) H2SO3(aq)
Atividade pós-laboratório
H3PO4(aq) + 2 NaOH(aq) Na2HPO4(aq) + 2H2O(l)
Redigir o relatório experimental de acordo com as normas pré-estabelecidas.
Já em temperaturas elevadas, óxidos ácidos e básicos, em geral, reagem
produzindo um sal.
Exemplo: K 2O(s) + 2 B 2O3(s) K 2B 4O7(s)

QUI0341 Química Básica e Experimental: Roteiros Experimentais 25 QUI0341 Química Básica e Experimental: Roteiros Experimentais 26
Objetivos Resíduos:
Objetivos da Experiência: Realizar reações de obtenção de óxidos e sais O palito, o papel tornassol e o indicador universal usados deverá ser acondicionado no
Objetivos de Ensino: identificar a função química através das respectivas funções e contêiner para resíduos sólidos perigosos (saco laranja).
formulas moleculares, denominar os compostos empregando a tabela de cátions e ânions, Os resíduos devem ser acondicionados no contêiner 004.
verificar a estequiometria das reações e equacionar quando necessário as reações químicas.

5.3.3 Reação entre um óxido básico e um ácido


Procedimento experimental 1) Colocar em um tubo de ensaio uma ponta de espátula rasa de óxido de cálcio;
2) Adicionar lentamente ácido nítrico concentrado até que por agitação desapareça o sólido
5.3.1 Obtenção de um óxido básico branco;
1) Ligar a chama do bico de Bunsen (rever as instruções); 3) Observar e escrever a reação.

2) Segurar um pedaço de magnésio com uma pinça metálica e introduzir a ponta do


Resíduos:
mesmo na chama do bico de Bunsen para provocar a sua combustão.
Os resíduos devem ser acondicionados no contêiner 004.
OBS.: o palito de fósforo usado deverá ser acondicionado na caixa de areia;
3) Recolher o produto em uma cápsula de porcelana;
4) Adicionar um pouco de água ao produto formado da combustão do magnésio e
5.3.4 Reação entre dois sais
agitar;
5) Testar a solução obtida com uma gota de fenolftaleína e anotar o resultado. 1) Adicionar 5 gotas de uma solução de Pb(NO3)2 0,100 mol L-1 em um tubo de ensaio e 5 gotas
de uma solução de KI 0,1 mol L-1;
6) Através da coloração do indicador, indicar a que função química pertence a solução 2) Observar o que ocorre e escrever e equacionar a reação.
testada
7) Equacionar a reação que ocorreu entre a água e o produto da combustão do Resíduos:
magnésio. Os resíduos devem ser acondicionados no contêiner 002.

Resíduos:
Os resíduos devem ser acondicionados no contêiner 004.
5.3.5 Reação entre um sal e um ácido

5.3.2 Obtenção de um óxido ácido e de um ácido oxigenado (chuva ácida) 1) Adicionar 5 gotas de solução de BaCl2 a 1% em um tubo de ensaio;
1) Ligar a chama do bico de Bunsen (rever as instruções); 2) Acrescentar 5 gotas de solução de H2SO4 com concentração de 0,1 mol L-1;
3) Observar o que ocorre e escrever e equacionar a reação.
2) Fazer em uma das extremidades de um fio de cobre um pequeno anel e coletar
através deste anel uma pequena porção de enxofre;
Resíduos:
3) Colocar em contato direto com a chama do bico de Bunsen para provocar a sua Os resíduos devem ser acondicionados no contêiner 005.
combustão;
4) Quando iniciar a combustão, chama de coloração azulada, inserir todo o conjunto (fio
de cobre + enxofre em combustão) um frasco Erlenmeyer de 50 mL, e fechar com a
5.3.6 Reação entre um sal e uma base
tampa de teflon;
5) Após a formação de uma névoa amarelada, a dicionar uma pequena quantidade de 1) Colocar em um tubo de ensaio 5 gotas de solução de FeCl 3 a 2% e na sequência 5 gotas de
água ao Erlenmeyer e agitar bem; solução de NH4OH com concentração de 1 mol L-1;
2) Observar o que ocorre e escrever e equacionar a reação.
6) Testar a solução obtida com o papel de tornassol e medir pH com papel indicador
universal;
Resíduos:
7) Após anotados os resultados, corrigir o pH da solução com a adição de 1,0 mL de Os resíduos devem ser acondicionados no contêiner 001.
água de cal (Ca(OH)2) e medir o pH novamente.

QUI0341 Química Básica e Experimental: Roteiros Experimentais 27 QUI0341 Química Básica e Experimental: Roteiros Experimentais 28
Quando é preparada uma solução de algum reagente químico ou quando um
Pratica 6 reagente químico é utilizado em alguma reação sempre deve ser levado em conta a
pureza do reagente.
Preparo de soluções diluídas A maior parte dos reagentes químicos não são 100 % puro, quando a pureza for de
99 % ele pode ser tratado como se tivesse 100 % de pureza.
Introdução Muitas vezes são utilizadas soluções de concentrações aproximadas, e não é
Quando é utilizado uma solução de um reagente químico em qualquer experiência
levado em conta a pureza do reagente.
de laboratório é necessário conhecer a concentração da solução que está sendo
utilizada.
Existem várias formas de expressar a concentração das soluções químicas, entre
Objetivos
elas podemos citar:
Objetivos da Experiência: Preparar soluções diluídas a partir de soluções concentradas ou
sólidos puros.
6.1.1 Concentração molar ou molaridade (mol L -1)
A concentração de uma solução (C) é expressa em molaridade, o qual é definida
como a quantidade de soluto por litro de solução Atividade pré-laboratório
a) Determinar a massa molecular dos solutos empregados nesta experiência;
b) Realizar os cálculos necessários para determinar a quantidade de soluto presente nas
soluções concentradas e dos reagentes puros necessários para o preparo das soluções;
c) Escrever o procedimento experimental detalhado para o preparo da solução de ácido
O número de mols de uma substância é calculado pela seguinte equação: clorídrico 0,05 mol L -1.

Procedimento experimental

Importante: o volume da solução refere-se ao volume ocupado pelo soluto + Preparo da solução 1: 50,00 mL de uma solução aquosa de NaCl com concentração
solvente em litros (dm3), e não apenas o volume ocupado pelo solvente. massa/ massa (m/m) de 10%.
Medir em uma balança analítica a massa de NaCl necessária para obter a solução
desejada, e após transferir para um copo de béquer de 200 mL. Adicionar água
6.1.2 Porcentagem massa/massa (% m/m)
suficiente para dissolver o sólido e após transferir para um balão volumétrico de
Corresponde a massa em gramas do soluto contidos em 100 gramas de solução.
200,00 mL com o auxílio de um funil e haste de vidro.

Preparo da solução 2: Preparar 100,00 mL de uma solução de HCl 0,1 mol L-1 a partir
de uma solução de HCl concentrado, com pureza 37% m/m e densidade de
6.1.3 Porcentagem massa/volume (% m/v) 1,19 g cm-3).
Corresponde a massa em gramas de soluto contidos em 100 mL da solução. Resíduos:
Os resíduos resultantes da prática devem ser acondicionados no contêiner para HCl.

Preparo da solução 3: Preparar 100,00 mL de uma solução de NaOH 0,1 mol L-1 a
partir do NaOH (sólido) e com 99% de pureza.

QUI0209 Práticas de Química: Roteiros Experimentais 29 QUI0209 Práticas de Química: Roteiros Experimentais 30
Importante
Guardar a solução de NaOH 0,1 mol L -1 para uso posterior. Pratica 7
Padronização de soluções diluídas:
Preparo da solução 4: Preparar 250,00 mL de solução de H 2SO4 0,02 mol L-1 (H2SO4
concentrado com 96% de pureza m/m e densidade 1,84 g cm-3).
Padronização de uma solução de NaOH
Resíduos:
Os resíduos resultantes da prática devem ser acondicionados no contêiner para H2SO4.
Introdução
Na ciência e na indústria, frequentemente é necessário determinar a concentração
de íons em soluções. Para determinar a concentração de um ácido ou uma base, um
Preparo da solução 5: Preparar 50 mL de uma solução de NaCl 0,3 mol L-1, partindo método chamado titulação é utilizado. A titu lação utiliza o fato de que ácidos são
de uma solução inicial de NaCl 25% m/v. neutralizados por bases formando sal e água.
Resíduos:
Os resíduos resultantes da prática devem ser acondicionados no contêiner para NaCl.
Significando que um íon hidrogênio neutraliza um íon oxidrila. O número total de
íons hidrogênio é igual ao volume da solução multiplicado pela concentração de íons
hidrogênio.
Atividade pós-laboratório
Redigir o relatório experimental de acordo com as normas pré-estabelecidas.
Após o preparo das soluções apresente as possíveis fontes de erro que justifiquem
a padronização futura das soluções preparadas. O ponto em que uma solução ácida é completamente neutralizada por uma solução
básica é chamado de ponto de equivalência e o número de íons H+ é igual ao nº de
íons OH-.
As concentrações de muitos compostos são usualmente expressas como
molaridade(M) ou mols/litro
O ponto no qual a base neutraliza completamente um ácido (ou vice versa) pode
ser detectado com um indicador, que muda de cor com um excesso de íons H+ ou
OH-. Fenolftaleína é um indicador desse tipo, quando em meio ácido a fenolftaleína é
incolor, mas com excesso de íons OH- numa solução ela se torna cor de rosa.

Objetivos
Objetivos da Experiência: O objetivo da experiência é a determinação da concentração
exata de uma solução diluída de NaOH previamente preparada, utilizando a técnica de
titulação ácido-base.

Atividade pré-laboratório
a) Determinar a massa molecular dos solutos empregados nesta experiência;
b) Realizar os cálculos necessários para determinar a quantidade de soluto presente nas
soluções concentradas e dos reagentes puros necessários para o preparo das soluções;
c) Escrever o procedimento experimental detalhado para o preparo da solução de ácido
clorídrico 0,05 mol L -1.

QUI0209 Práticas de Química: Roteiros Experimentais 31 QUI0209 Práticas de Química: Roteiros Experimentais 32
Procedimento Experimental
Prática 8
Inicialmente montar a aparelhagem de titulação indicada na Figura 7.1. Pipetar 5,00
mL de uma solução de biftalato de potássio 0,1 mol L -1. Transferir para um Erlenmeyer
Determinação da concentração do ácido
de 125 mL. acético em uma amostra de vinagre comercial

Objetivos
Objetivos da Experiência: O objetivo da experiência é a determinação da concentração
exata de ácido acético em uma amostra comercial de vinagre, utilizando a técnica de
titulação ácido-base.
Objetivos de Ensino: Aplicar os conhecimentos sobre reações entre ácidos e bases
(reações de neutralização). Efetuar cálculos para determinar a concentração exata da
solução problema. Observar o comportamento dos indicadores ácido -base na identificação
do ponto de equivalência do processo de titulação.
Figura 7.1. Aparelhagem de titulação.

Adicionar 20 mL de água destilada com auxílio de uma proveta graduada e após, Atividade pré-laboratório
acrescentar 2 a 3 gotas de fenolftaleína. 1) Pesquise a formula química do ácido acético, bem como as propriedades físico-
Encher a bureta com solução de NaOH preparada e acertar o volume no zero. químicas deste compostos, como massa molecular, ponto de ebulição e
Começar a adição da solução de NaOH ao Erlenmeyer de 125 mL, sob agitação. Se densidade.
ficar solução de NaOH nas paredes do Erlenmeyer, lavar com água destilada e 2) Escreva a equação química balanceada para a reação de neutralização que
continuar a adição de NaOH. ocorrerá no processo de titulação.
Proceder a titulação até que a cor da solução passe de incolor para levemente 3) Discuta porque a fenolftaleína é um indicador adequado para este processo.
rosada e a cor persista por mais de 30 segundos; 4) Leia atentamente o procedimento experimental e reescreva-o na forma de um
Anotar o volume da solução de NaOH consumido. Esse volume será usado no fluxograma.
cálculo da concentração. O procedimento deve ser realizado em duplicata. 5) Faça uma busca na internet e pesquise sobre o teor de ácido acético aceito no
vinagre.
Resíduos:
Os resíduos resultantes da prática devem ser acondicionados no contêiner para NaOH. Procedimento experimental
Monte a aparelhagem de titulação de acordo com o a Figura 7.1 (Prática 7). Após,
transfira 1,0 mL de vinagre comercial para um frasco de Erlenmeyer de 125 mL com o
auxílio de uma pipeta volumétrica. Adicione ao frasco de Erlenmeyer 20 mL de água
destilada. Adicione ao mesmo Erlenmeyer 2 gotas do indicador fenolftaleína.
Preencha a bureta com a solução de NaOH 0,100 mol L -1, ou a solução de NaOH
previamente padronizada. Antes de carregar a bureta, observe se a torneira está
fechada e se não há vazamentos.
Adicionar lentamente (gotejar) a solução de NaOH presente na bureta sobre a
solução contida no frasco de Erlenmeyer. O frasco de Erlenmeyer deve estar sempre
sob agitação orbital constante. Manter a gotejamento até a cor rosada permanecer

QUI0209 Práticas de Química: Roteiros Experimentais 33 QUI0209 Práticas de Química: Roteiros Experimentais 34
constante, o que indica que o ponto de equivalência foi alcançado, ou seja, o final da
titulação.
Prática 9
Ler e anotar o volume gasto da solução de NaOH e repetir o procedimento mais Reações de oxirredução e potenciais de
duas vezes.
oxirredução
Resíduos: Introdução
Os resíduos resultantes da prática devem ser acondicionados no contêiner 019. As reações de oxidação são reações que ocorrem com transferência de elétrons.
Neste experimento um prego (Fe) é imerso numa solução de s ulfato de cobre(II)
(CuSO4). Observa-se que o prego fica recoberto de uma camada de cobre metálico. A
reação que ocorre é:
Atividade No Laboratório
a) Faça os cálculos da concentração de ácido acético na amostra de vinagre
comercial e discuta os resultados com o professor. Como os sais em água apresentam-se dissociados, podemos escrever:
Represente a concentração em mol L-1, g L-1 e em porcentagem.
b) Qual o objetivo de adicionar 20 mL de água aos 1,00 mL de vinagre. O volume de
água adicional irá influenciar nos cálculos.
Como nada ocorre com os íons sulfato (SO42-), a equação da reação acima fica:
c) De acordo com a concentração de ácido acético encontrada, esta está de acordo
com as normas.

Observa-se que a reação consistiu na transferência de dois elétrons do ferro para o


Atividade pós-laboratório
íon cobre da solução, o qual passando à forma metálica se deposita sobre o prego.
Redigir o relatório experimental de acordo com as normas pré-estabelecidas. Por outro lado, quando uma barra de cobre é imersa numa solução de sulfat o de
ferro(II) (FeSO4) nada ocorre, isto significa que a reação inversa não ocorre
espontaneamente:

Voltando a reação entre o ferro e o sulfato de cobre(II), esta pode ser escrita sob
forma de duas semi-equações:
ocorre perda de elétrons - reação parcial de oxidação;
ocorre ganho de elétrons - reação parcial de redução;

transferência de elétrons - reação


redox.

As reações de oxidação-redução consistem na transferência de elétrons, a qual é


determinada pela diferença de potencial de natureza eletroquímica que se estabelece
entre as fases: Cu+2 (aq) e Fe°. Os elétrons são transferidos espontaneamente do
maior para o menor potencial de oxidação. Isto explica porque a reação (A) ocorre
espontaneamente e a reação (B) não ocorre espontaneamente.

QUI0209 Práticas de Química: Roteiros Experimentais 35 QUI0209 Práticas de Química: Roteiros Experimentais 36
O sentido espontâneo da reação de um sistema redox pode ser determinado Tabela 9.1 Potenciais padrão de redução em solução aquosa, a 25 oC
teoricamente a partir dos potenciais normais de oxidação-redução dos elementos que
o constituem.
O sistema: representa o próprio quimismo
de uma pilha constituída de eletrodos de fer ro e cobre, cujo potencial (Ep) é dado pela
soma dos potenciais de oxidação e redução dos metais que constituem os eletrodos.

Ep = Eox (ânodo) + Ered (cátodo) invertendo o sinal da tabela de potenciais;

Ep = Eox Fe + Ered Cu

Ep = Ered (cátodo) + Eox (ânodo) mantendo os sinais da tabela de potenciais.


Ep = Ered Cu + Eox Fe

As equações parciais, escritas no sentido da redução, (como estabelecem as


normas da IUPAC), apresentam os potenciais:

Reação A: Eox Fe = -0,44 V

Reação B: EredCu = +0,34 V

Assim para o sistema:

O sentido A representa a Reação A, cujo Ep :


Fe sofre oxidação Eox Fe = +0,44 V (agente redutor)
Cu sofre redução Ered Cu = +0,34 V (agente oxidante)
Ep = +0,44 +0,34 = 0,78 V

O sentido B (sentido inverso da reação) representa a Reação B cujo Ep :


Fe sofre redução Ered Fe = -0,44 V (agente oxidante)
Cu sofre oxidação Eox Cu = -0,34 V (agente redutor)
Ep = -0,44 + (-0,34) = -0,78 V

Logo, se o Ep > 0 o sentido da reação é espontâneo;


se o Ep < 0 o sentido da reação não é espontâneo.

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Tabela 9.3. Reações de semi-reação e potenciais de oxirredução para os experimentos realizados
Objetivos
Objetivos da Experiência: O objetivo da experiência é constatar experimentalmente através Reação semi-reação semi-reação Eored Eo
Eo ox
de reações em microescala o sentido espontâneo das reações de oxirredução entre redox de oxidação de redução
diferentes metais. Tubo 1
Tubo 2
Objetivos de Ensino: Aplicar os conhecimentos teóricos sobre as reações de oxirredução e
Tubo 3
prever as reações a partir dos valores dos potências de oxirredução de cada par redox.
Tubo 4
Tubo 5
Tubo 6
Atividade pré-laboratório Tubo 7
Determine previamente as semi-reações de oxirredução para o experimento que
Tubo 8
será realizado na aula prática e determine a diferença de potencial para cada reação.

Procedimento experimental Resíduos:


Os resíduos resultantes dos tubos 1, 2 e 5 deverão ser acondicionados no contêiner 001;
Separe 8 tubos de ensaio e adicione em cada um deles 2,00 mL da solução aquosa
Os resíduos dos tubos 3, 7 e 8 deverão ser acondicionados no contêiner 002;
indicada na Tabela 9.2 e posteriormente um pequeno pedaço do metal indicado na Os resíduos dos tubos 4 e 6 deverão ser acondicionados no contêiner 007.
mesma Tabela.

Tabela 9.2. Soluções aquosas e metais empregados no procedimento experimental.


Atividade Pós-Laboratório
Reação redox Solução aquosa Metal
Tubo 1 CuSO4 (aq) Fe (s) Redigir o relatório experimental de acordo com as normas pré-estabelecidas.
Tubo 2 CuSO4 (aq) Mg (s)
Tubo 3 ZnSO4 (aq) Cu (s)
Tubo 4 Mg(NO3)2 (aq) Zn (s)
Tubo 5 FeSO4 (aq) Cu (s)
Tubo 6 Mg(NO3)2 (aq) Cu (s)
Tubo 7 CuSO4 (aq) Zn (s)
Tubo 8 ZnSO4 (aq) Mg (s)

Observe o que está ocorrendo nos tubos de ensaio e anote as observações.


Complete a Tabela 9.3 com as equações de semi-reação para as reações
realizadas e calcule a diferença de potencial para cada reação.

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Prática 10 Objetivos
Objetivos da Experiência: O objetivo da experiência é montar uma célula galvânica com
Montagem e determinação do potencial de eletrodos de cobre e zinco e determinar o potencial da pilha formada.
uma célula galvânica (pilha de Daniell) Objetivos de Ensino: Aplicar os conhecimentos teóricos sobre as reações de oxirred ução e
prever as reações a partir dos valores dos potências de oxirredução de cada par redox.

Introdução
Uma típica célula galvânica consiste de dois eletrodos imersos em soluções Procedimento experimental
eletrolíticas, na qual um eletrodo imerso em um eletrólito constitui uma meia pilha ou Para a realização do experimento deverá ser montado o sistema como mostrado na
meia célula. Duas meia - células: uma anódica e outra catódica compõem uma pilha Figura 10.1. Pegue dois copos de béquer e númere-os: béquer 1 e béquer 2. Adicione
galvânica. 30 mL de uma solução aquosa de CuSO 4 1,0 mol L-1 ao béquer 1. No béquer 2,
O funcionamento de uma célula galvânica baseia-se no fato de que durante uma adicione 30 mL de uma solução aquosa de ZnSO 4 1,0 mol L-1.
reação de oxirredução há transferência de elétrons de uma espécie química para Carregue o tubo em formato de U (ponte salina) com uma solução saturada de KCl.
outra. Esta transferência de elétrons é possível porque se desenvolve uma diferença Encha com a solução até quase as extremidades. Após, adicione um pequeno
de potencial entre os eletrodos (ddp). chumaço de algodão para evitar que a solução saia ao mergulhar o tub o em U nos
Na prática, para ser satisfatório, um eletrodo simples não pode ser, béqueres (ver Figura 10.1).
termodinamicamente, reversível. O potencial de um eletrodo simples não pode ser Pegue uma placa de zinco e uma de cobre e limpe -as com o auxílio de uma palha
medido experimentalmente, mas quando dois eletrodos formam uma célula completa, de aço. Após, prenda as placas nas extremidades dos bornes, mergulhe a placa de Cu
o potencial relativo de um deles para o outro pode ser medido. Este potencial relativo no béquer 1 e a placa de Zn no béquer 2. Ligue as extremidades dos bornes no
pode ser determinado através de um voltímetro ligado aos eletrodos. É interessante voltímetro e observe a diferença de potencial determinada pelo voltímetro.
ressaltar que o fluxo de elétrons do circuito externo dá -se no sentido do eletrodo de
maior potencial para o eletrodo de menor potencial. Resíduos:
Consideremos a seguinte pilha: Os resíduos deverão ser descartados da seguinte forma:
Zn° | Zn+2 (aq) || Cu+2(aq) | Cu° As placas de Zn e Cu deverão ser lavadas com água destilada (limpe sobre os
respectivos béqueres) e acondicionadas no carrinho para reuso;
No ânodo ocorre a A solução de CuSO 4 (béquer 1) deverá ser acondicionada no contêiner 001;
oxidação: A solução de ZnSO4 (béquer 1) deverá ser acondicionada no contêiner 002;
No cátodo ocorre redução: A solução de KCl (tubo em U) deverá ser acondicionada no contêiner 004.

Assim, ddp = V redução (cátodo) - V oxidação (ânodo)

Atividade pós-laboratório
Redigir o relatório experimental de acordo com as normas pré-estabelecidas.

Figura 10.1. Célula de Daniell

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