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1.

Para que a voz se manifeste, é necessário que quem ouve se encontre num estado de
semiconsciência ou de semiacordo ("E só se, meio dormindo, / Sem saber de ouvir
ouvimos" - vv. 6-7) e que não procure escutar essa voz, pois, se tal acontecer, ela cala-
se ("Mas que, se escutamos, cala, / Por ter havido escutar." - vv. 4-5).

2. Segundo os dois últimos versos do poema, quando se desperta do estado de


semiconsciência, por um lado, a voz do mar, que traduz a ideia de esperança,
desaparece, e, por outro, o mar constitui apenas uma realidade objetiva.

3. De facto, a última estrofe convoca o mito sebastianista. Nela é visível a esperança no


regresso do Rei (D. Sebastião) e, com esse regresso, a crença na possibilidade de
resgatar a glória de Portugal. O Rei encontra-se num espaço mítico e misterioso, fora
do espaço ("São ilhas afortunadas, / São terras sem ter lugar," - vv. 11-12), e aguarda o
momento adequado para regressar e agir ("Onde o Rei mora esperando." - v. 13)

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