Segundo fontes documentais a rainha D. Catarina avó de D.
Sebastião pagou a Cristóvão de
Morais por um retrato de D. Sebastião. Cristóvão de Morais foi um pintor português do Maneirismo, ativo entre 1551 e 1571 na corte portuguesa. Dedicou-se à pintura de retratos e retábulos, assim como à decoração. É dele a autoria do quadro Retrato de D. Sebastião. O Retrato do Rei D. Sebastião é uma pintura a óleo sobre tela realizada entre 1571 e 1574 por este pintor português na era do renascimento. O retrato foi pedido com o intuito de oferecer ao Papa Pio Quinto, sendo o rei apresentado como um cavaleiro com a sua armadura e a espada sobre a qual apoia a mão esquerda e tendo ao seu lado um galgo, como símbolo de fidelidade. D. Sebastião é representado a meio corpo com uma armadura de Metal ricamente decorada com embutidos a ouro de figuras geométricas, tendo a sair da goleira e dos punhos folhos brancos em canudo. A imagem do jovem rei representado apresenta algumas das características técnicas e pictóricas de Cristóvão de Morais, como olhos amendoados, orelhas pontiagudas e o espaço entre os dedos alongados, a cabeça oval e a paleta contrastada dos pretos vermelhos e brancos. Este retrato mede 1 metro por 85 centímetros e está exposto ao público no Museu de Arte Antiga em Lisboa. Com este retrato aqui representado podemos fazer uma ponte para o poema D. Sebastião, Rei de Portugal de Fernando Pessoa da obra Mensagem. D. Sebastião não foi apenas um rei que morreu numa batalha, foi e é também uma figura nacional que se tornou Mítica dado o seu sonho e a sua loucura de aumentar o império português. Fernando Pessoa na obra Mensagem transmite o mito sebastianista no seu ponto de vista, dado o período conturbado que Portugal atravessava na altura em que foi escrita a obra, entre 1918 e 1934. Este mito sebástico já vem de séculos anteriores e atravessou muitas gerações que vislumbravam que o rei morto aparecesse numa manhã de nevoeiro, Mito este criado pelo fruto da loucura que D. Sebastião apunhalava na sua mente para o império português. Fruto de um Mito cria-se história, acredita-se em sonhos, e no fim de tudo o que importa aprender é que acreditar faz-nos mover e andar para a frente, quer como uma nação, quer como uma sociedade agora num contexto mais democrático, que é o que nos aproxima mais de um mundo humanizado, longe do ideal, mas mais distante do que é desumano e desigual. Apesar da morte de D. Sebastião ter representado a morte de Portugal durante oitenta anos, Portugal e os portugueses rumam hoje para um país cada vez mais social, combatendo as desigualdades e aproximando cada vez mais o nosso país de um mundo utópico, mas que dessa utopia as consequências que advêm, é ter o afastamento de mais desigualdades.