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P2 - África

Nome: Gabriela Torres Pinto

RA: 11201722678 Período: Noturno

Resposta 1

A União Africana surge na ideia de que a união era mais que necessária aos
países africanos. Após séculos de dominação por parte de outros continentes e sem
voz no sistema internacional, era somente através de um espaço de compartilhamento
de interesses e de ideias conjuntas que o continente africano superaria seu passado
trágico e traria a esperança prometida nos anos futuros.

Dentre os pontos positivos da organização, é necessário pensar também a


mensagem que o continente africano deseja passar ao mundo com o advento dessa
união: Ela marca a reinserção africana no sistema internacional. Ou seja, isso significa
que a adoção de políticas neoliberais e a facilidade nas negociações de investimento
traz uma nova posição para o continente dentro do jogo internacional. Essa nova
diplomacia busca ressignificar suas relações com países-chave historicamente
dominantes e que precisam de uma nova postura frente aos negócios na África. Além
disso, essa reinserção também dá a mensagem de estabilidade social em âmbito
doméstico, garantindo assim investimentos de alto capital. O continente que por anos
ficou subalterno na mesa de negociações, com a União Africana, conta agora com
mecanismos neoliberais que melhoram o diálogo comercial geopolítico e diplomático
da África dentro do sistema internacional.

A União Africana representa também a busca por uma menor dependência das
potências dominantes dentro da África. Sabe-se que por muito tempo, esses países
viram o continente apenas como um quintal repleto de recursos a serem explorados.
Atualmente, essa autonomia africana se dá principalmente pela negociação com novos
atores no jogo internacional como a China e os países do sul global. A diversificação
enquanto acordo comercial, faz com que o continente não fique dependente das
condições impostas de apenas um único capital financeiro. De modo figurado, é como
se a África possuísse ao longo da União Africana mais braços de apoio económico.
O último ponto positivo que destaco aqui, é que ao longo do tempo, houve
uma melhoria do orçamento social dentro do continente. Esses negócios e
investimentos fechados, além de segurarem o capital dentro dos limites africanos,
muitas vezes, também vinham acompanhados de implementação de infraestrutura e
serviços básicos à população. Por exemplo, muitos acordos fechados com a China,
possuía o pagamento em construção de escolas, unidades médicas ou prédios, fazendo
com que o pagamento em si fosse isento de corrupção estatal africana. Além disso, é
no período mais recente que a África possui um período de maior crescimento e
destaque nas condições de vida da população, aumentando a ajuda a sua população.

Claro que nem só de história boa uma instituição vive. A constituição e a


história da organização também é marcada por aspectos que instigam a reflexão e a
avaliação se de fato ela vem sendo efetiva ao longo dos anos. Para ínicio, um dos
pontos de grande dificuldade é que a organização é relativamente nova, o que torna
difícil o amadurecimento e a institucionalização de ideias compartilhadas pela maioria
dos países. Em comparação com a UE, por exemplo, esses países não tem um histórico
de posições firmadas entre si. Como são regiões bem diferentes, cada país acaba
vivendo uma realidade dentro dele, e não uma realidade conjunta, aprofundando cada
vez mais a assimetria e a formação de uma opinião única e coesa dentro da instituição.

A UA faz parcerias estratégicas financeiras. Grande parte do orçamento da


organização provém de aliados como EUA, UE e China onde esse patrocínio deixa claro
o interesse geopolítico das potências na região. Nesse sentido, os conceitos de
autonomia e dependência entram em xeque quando entra esse assunto, pois se a
maioria dos recursos são subsidiados por outros atores externos, o continente acaba
não tendo de modo efetivo uma margem de manobra rumo a sua autonomia.

Por fim, por mais que a proposta seja de integrar regionalmente esses países
africanos com uma história e elementos em comum, a integração percorre em ritmo
lento. Isso se dá principalmente pelas assimetrias sociais e econômicas cada vez mais
aprofundadas entre os próprios países. Por ser um continente muito grande e marcado
por uma profunda desigualdade, os países possuem uma dificuldade de alinhamento
de interesses, já que são diferentes em cada região.
Resposta 2

O colonialismo sempre foi presente na história africana. A transformação de


arranjos e elementos para marcar a reconfiguração desse colonialismo foi fundamental
para a garantia da exploração das grandes potências. Em tempos mais recentes, o
processo de renascimento altera esse cenário e surge como força propulsora para
novos tempos que virão.

Nesse sentido, o período do renascimento africano marca também novos


rumos ao continente. Em uma conjuntura muito mais estável e harmônica,
principalmente com o fim do Apartheid e guerras domésticas, a Africa ressurge com
condições de negociação com outros atores geopolíticos, aumentando sua autonomia
comercial e dando margem de manobra para não depender de apenas atores
especificos. Ainda, a aliança do Sul Global é de fundamental para o sucesso de uma
maior autonomia, e consequentemente uma superação do neocolonialismo. Nos
últimos tempos, países com grande potencial tomaram uma posição chave no sistema
internacional: é daqui que provém grande parte das commodities e alimentação
mundial. Ao fazer frente a antigos processos instaurados, também é uma forma de
superação.

Por último, a manifestação da comunidade civil, tanto internacional quanto


nacional, vem tomando uma posição notória na agenda de negociação global. O
movimento das mulheres, dos negros, da erradicação da pobreza, meio ambiente e
trabalho vem sendo cada vez mais debatido e conversado, fazendo com que construa
uma consciência global de reflexão sobre padrões impostos historicamente. Assim, os
elementos que legitimam o neocolonialismo até então, vem sendo alterado e
consequentemente, agregando ao processo de superação africana.

Acredito que o renascimento africano foi o passo central para o início de uma
África mais autônoma e livre das correntes da subalternidade. Ainda que de modo
lento, essa configuração acaba por revelar o verdadeiro potencial africano, tanto a
nível econômico quanto cultural. O continente também deve ser entendido como um
ator importante nas negociações, nos fóruns e debates. É somente através da
discussão que veremos cada vez mais uma África cada vez mais desenvolvida.

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