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http://www.institutocftv.com.br/50-
maiores-2018.html
Veja quais foram as 50 maiores
empresas de segurança em 2018
 
Por Eng. Claudio de Almeida

 
 
 

A revista A&S
(www.asmag.com) acaba de publicar seu ranking anual das 50 maiores
empresas do mercado de segurança em 2018
 
Ela vem publicando esse ranking desde 2003 e o  Instituto CFTV também tem
publicado esse ranking, com minha análise e comentários exclusivos, desde
2015
 
O ranking das 50 maiores de 2017 pode ser visto aqui.
 
O que marcou bastante este ano foi o aumento da oferta e do interesse em
dispositivos de análise de vídeo mais sofisticados, incluindo machine learning e
deep learning.
 
Ou seja, a integração da Inteligência Artificial (AI) em sistemas de segurança é
um caminho sem volta.
 
As 50 maiores empresas de 2018 foram (em ordem decrescente):
 
 

Primeiramente, os números
 
Apesar da A&S informar em seu artigo que o crescimento global do mercado
de segurança ano a ano tem sido de 8%, o crescimento médio em 2018 das 50
empresas aqui listadas foi de 4,93 %.
 
Como estamos falando das 50 maiores, dá para afirmar que o mercado
mundial de segurança teve um crescimento médio de cerca de 5 % em 2018.
 
Essas 50 empresas faturaram, juntas, 19,5 bilhões de dólares em 2018.
 
Isso significa que a Hikvision, o primeiro lugar da lista, sozinha se
responsabilizou por 28% desse faturamento.
 
E as 3 primeiras somadas, por mais da metade desse faturamento, 53%.
 
É interessante constatar como a Lei de Pareto - ou regra do 80/20 -, realmente
é válida, pois se somarmos o faturamento dos 10 primeiros lugares (20% da
lista), veremos que ele foi de cerca de16 bilhões de dólares, o que corresponde
a 82 % do faturamento total, enquanto que os outros 80% da lista foram
responsáveis por apenas 18% desse valor.
 

Considerações sobre a lista


 
Comparando-se a lista acima com a do ano anterior, pode-se observar que:
 
- A Hikvision é a maior empresa de segurança do mundo pela terceira vez
consecutiva, tendo faturado US$ 5,36 bilhões em 2018, sendo a única empresa
da lista que gerou um lucro líquido de mais de um bilhão de dólares.
 
- A Dahua avançou mais uma posição e se tornou a n° 2, conforme eu havia
previsto no ano passado, e foi a empresa que apresentou o 3° maior
crescimento da lista, 41,4%;
 
- A Assa Bloy avançou mais uma posição, ficando com o terceiro lugar;
 
- A Flir, que em 2017 havia avançado 3 posições na lista, se manteve na
mesma posição, crescendo apenas 0,6%;
 
- A Hanwha Techwin (ex-Samsung) se manteve no 8° lugar, apesar de ter
amargado um prejuízo de US$ 48 milhões (-9%);
 
- A Bosch perdeu o segundo lugar para a Dahua  e foi para a 4ª posição, com
um lucro de apenas 6,3%;
 
- A Axis, que havia avançado 3 posições em 2017, permaneceu na mesma
posição;
 
- A Vivotek, que havia avançado três posições em 2017, avançou mais duas
posições;
 
- A Milestone, que havia avançado 3 posições em 2017 e 6 posições em 2016,
avançou apenas uma posição, apesar de ter tido um bom crescimento: 24,3 %;
 
- A Johnson Controls/Tyco, que estava em 7° lugar no ano passado, sumiu da
lista;
 
- A Wanjiaan, que havia apresentado o maior crescimento em 2017, 65,4%,
este ano cresceu apenas 5%, mas manteve a 29ª posição no ranking;
 
- O maior salto positivo na tabela foi da Optex, que passou do 21° para o 13°
lugar na lista, apesar de ter crescido muito pouco, apenas 7,2%;
 
- O maior salto negativo foi da AV Tech, de 37° para 49°, com seu faturamento
caindo pela metade (50,2%).
 

A batalha pelo primeiro lugar


 
A Hikvision, apesar de estar em primeiro lugar na lista, novamente apresentou
um crescimento inferior ao do ano anterior, ficando apenas em 8° lugar entre as
que mais cresceram: Cresceu 26,4% em 2018, contra 29,2% em 2017 e 43,6%
em 2016, .
 
Enquanto que a Dahua, segunda na lista, apresentou o 3° maior crescimento,
41,4%, contra 32,3% em 2017.
 
À uma primeira e rápida análise, poderia se dizer que a Dahua em breve irá
alcançar a Hikvision, pois seu faturamento só tem aumentado, enquanto o da
Hikvision vem caindo ano a ano.
 
Mas não é bem assim, existem outros fatores que devem ser analisados:
 
-  Apesar da Dahua, o segundo lugar da lista,  estar crescendo rapidamente,
seu faturamento ainda é 50% do faturamento da Hikvision, ou seja, para a
Dahua ter alcançado a Hikvision este ano, ela ainda deveria ter crescido 100 %
a mais do que cresceu;
 
- Além disso, é bastante normal uma empresa que está no topo da lista, com
cerca de 28% do faturamento total do mercado, ter mais dificuldades para
aumentar seu faturamento, pois a curva de crescimento não é linear, quanto
mais se cresce, mais difícil é crescer;
 
- Mesmo assim, o faturamento líquido da Hikvision, que cresceu 'apenas'
26,4%, foi de US$ 1,235 bilhões, enquanto que a Dahua, apesar de
proporcionalmente ter crescido mais, 41,4%, teve um faturamento 3,7 vezes
menor, US$ 338 milhões.
 
Com base nesses fatos, é bastante improvável que a Hikvision perca sua
posição de liderança em 2019.
 
Então podemos esperar vê-la por uma quarta vez consecutiva em primeiro
lugar.
 

As 10 empresas que mais cresceram


 
- Raysharp, 18° lugar, 71,3%, primeira vez na lista;
 
- DSSL, 37° lugar, 48,2%, primeira vez na lista;
 
- Dahua Technology, 2° lugar, 41,4%, subiu uma posição;
 
- Tiandy Technologies, 9° lugar, 30,2%, subiu duas posições;
 
- CP Plus, 15° lugar, 27,7%, subiu duas posições;
 
- Kedacom, 20° lugar, 26,9%, subiu duas posições;
 
- ITX Security, 43° lugar, 26,8%, subiu seis posições;
 
- Hikvision Digital Technology, 1° lugar, 26,4%, mantendo sua posição anterior
de líder do mercado;
 
- Kocom, 21° lugar, 25,6%, subiu duas posições;
 
- Milestone Systems, 19° lugar, 24,3%, subiu uma posição.
 
Os 2 maiores crescimentos ficaram com duas novatas na tabela: Raysharp, em
18° lugar com um crescimento de 71,3% (!) e DSSL, no 37° lugar, com um
crescimento de 48,2 %.
 

As 10 empresas que tiveram o pior resultado


 
- Everfocus, 47° lugar, -50,2%, perdendo seis posições;
 
- Thruvision Group, 48° lugar, -46,4%, primeira vez na lista;
 
- AV Tech, 49° lugar, -42,3%, perdendo doze posições;
 
- Hunt Electronic, 50° lugar, - 35,6%, mantendo a posição anterior, de último da
lista;
 
- Magal Security Systems, 46° lugar, -31,1%, perdendo uma posição;
 
- Vicon Industries, 42° lugar, -25,5%, ganhando uma posição;
 
- Acti, 44° lugar, -18,7%, ganhando três posições;
 
- Mobotix, 27° lugar, -17,7%,  perdendo duas posições;
 
- Geovision, 34° lugar, -16,7%, perdendo duas posições;
 
- Idis, 25° lugar, -12,2%, perdendo seis posições.
 
Me espantou o fato da Thruvision ter entrado na lista este ano, em 48° lugar,
apesar de ter encolhido 46,4% em relação à 2017, com o segundo pior
resultado.
 
Também é estranho que duas das dez empresas acima ganharam até três
posições na lista, mesmo tendo um desempenho negativo.
 

Ranking das empresas que não comercializam


apenas CFTV
 
Essas foram as 50 maiores, mas muitas delas não comercializam apenas
CFTV; outras nem comercializam CFTV.
 
As empresas múltiplas, que não comercializam apenas um tipo de produto
foram:
 

 
Repare que temos 4 novas empresas nessa lista, Hikvision, Dahua, Axis e
Avigilon, que até o ano passado comercializavam apenas CFTV e estão entre
as 10 maiores, o que pode indicar que diversificar é uma boa opção.
 

Ranking das empresas que comercializam


apenas CFTV
 

 
A Kocom, a Commax e a Aiphone se retiraram do mercado de CFTV.

 
Pode-se ver que a grande maioria das empresas dessa lista (80%)
comercializam CFTV, sendo que apenas 9 comercializam exclusivamente
outros tipos produtos, indicando que CFTV ainda é o carro chefe no mercado
de segurança.

 
Porém, a primeira empresa que não comercializa CFTV, a Assa Bloy, é muito
forte, aparecendo em terceiro lugar na lista.

 
Conclusão
 
Da mesma forma que ressaltei isso no ano passado, volto a relembrar que os
critérios da A&S para elegibilidade nesse ranking exigem que as empresas
estejam  dispostas a fornecer seu balanço fiscal de 2017 e 2016, assim como
do primeiro semestre de 2018, auditado e endossado por contador ou firma de
contabilidade certificada.
 
Então pode ser que algumas empresas ficaram fora desse ranking por terem se
recusado a fornecer esses dados.
 
Uma das maiores empresas de VMS, a Milestone, aparece na 19ª posição,
ganhando apenas uma posição em 2018, contra treze posições ganhas nos 3
anos anteriores, e a Genetec nem aparece na lista.
 
Será que isso significa que as 2 grandes empresas brasileiras de software
VMS, mundialmente conhecidas, estão incomodando seus maiores
concorrentes? Será que elas estão sendo consideradas nesse ranking?

Limk: http://www.institutocftv.com.br/mtbf-e-mttr.html
 

MTBF e MTTR: Medindo a eficiência


de uma instalação
 
Por Eng. Claudio de Almeida
 

Saiba como estes 2 indicadores podem ajudá-lo a ser mais eficiente e mais competitivo.
 

O que  é MTBF?
 
Você já conhece essa sigla, já convive com ela no seu dia a dia.
 
Só não foi formalmente apresentado...
 
MTBF é um acrônimo para Mean Time Between Failures que, traduzindo, seria
Tempo Médio Entre Falhas.
 
Ele especifica o tempo previsto para que uma determinada máquina ou
equipamento possa falhar ou apresentar defeito.
 
Em outras palavras, ele define a confiabilidade do equipamento.
 
Por exemplo, toda máquina utilizada em indústrias tem seu MTBF definido nas
especificações. Porque assim a manutenção pode programar uma manutenção
preventiva em um dia que a fábrica esteja parada, antes que essa máquina
apresente falha, o que poderá acontecer em um dia de produção, causando
grande prejuízo para a empresa.
 
Continua achando que não conhece o MTBF?
 
Vamos lá:
 
- Quando você compra uma câmera ou DVR, o fabricante não te dá, digamos,
um ano de garantia?
 
Ele está dizendo que o MTBF do produto que você está adquirindo é, em
média, maior do que um ano, senão ele não te daria esse período  de garantia,
já que teria prejuízo consertando ou trocando esse produto dentro do prazo de
garantia, ou seja, sem custo para você;
 
- Quando você compra um carro, você não recebe uma tabela com as revisões
que devem ser feitas a 10000 Km - ou um ano, o que acontecer primeiro -, e a
20000, 30000, 40000 Km, etc?
 
O fabricante está te informando quais peças, ou fluídos, devem ser trocados a
cada revisão, se baseando no MTBF de cada item, para que seu carro não
quebre no meio da rua.
 
Por exemplo, o óleo  a cada 10000 Km; a correia dentada, a cada 60000 Km,
etc.
 
Em outras palavras, o MTBF te ajuda a definir quando fazer uma manutenção
preventiva, programada para um período em que você esteja disponível,
evitando assim ser pego de surpresa com um chamado para fazer
uma manutenção corretiva, que terá que acontecer o mais rápido possível, não
importando se você está ocupado com outra obra ou não.
 
Percebeu a diferença?
 

O que  é MTTR?
 
É claro que até seu cliente entende que não existe equipamento que nunca
quebre ou dê defeito.
 
O que ele quer de você é que, quando isso acontecer, você consiga resolver o
problema o mais rapidamente possível.
 
E certamente você também quer isso; ter que se deslocar de uma obra nova 
para atender um chamado na garantia, ou seja, de graça, não estava nos seus
planos para aquele dia...
 
Então você quer, você precisa, resolver esse problema no menor tempo
possível.
 
E o MTTR, acrônimo de Mean Time To Repair, é o indicador que mede o
tempo médio para reparo, o tempo médio de duração das suas manutenções
corretivas.
 
MTBF x MTTR
 
O gráfico abaixo nos mostra como esses indicadores se manifestam ao longo
do tempo:
 

 
Quando você entrega a obra, certamente o sistema instalado está disponível e
em perfeito funcionamento.
 
Até o dia em que ele apresenta uma falha. Então o cliente abre um chamado,
você vai atender e,.após um determinado tempo para reparo, deixa o sistema
funcionando novamente.
 
Isso até o sistema apresentar uma nova falha. Aí o ciclo se repete.
 
MTBF é a média do  tempo medido entre cada falha.
 
MTTR é a média do tempo que levou para o sistema voltar a funcionar após
cada falha.
 
 
Como medir o MTBF e o MTTR
 
Certamente você tem um controle dos chamados de manutenção que sua
empresa recebe e quanto tempo levou para atender cada chamado. Ou pelo
menos deveria ter...
 
A medição desses indicadores é muito simples.
 
- Meça o intervalo entre atendimentos  ->  MTBF;
 
- Meça o tempo gasto no reparo -> MTTR;
 
- Tire a média por obra / da sua empresa.
 
Se você ainda não tem esses controle, nunca é tarde para começar.
 
Exemplo: Pegue os últimos 3 meses, período de fevereiro a abril de 2018
 
Você deve ter uma lista parecida com isto:
 
- 5/2 -  Obra X - Câmera sem imagem -> mau contato Tempo para solução: 1
hora
 
- 20/2 - Obra Y - Câmera sem imagem -> Câmera queimada  Tempo para
solução: 4 horas
 
- Etc.
 
Criei uma planilha para facilitar esses cálculos. Ela pode ser baixada neste
link:  Planilha de calculo MTBF e MTTR.
 
ATENÇÃO! AS CÉLULAS COM FUNDO AMARELO NÃO DEVEM SER
PREENCHIDAS, SÃO FÓRMULAS CALCULADAS A PARTIR DAS
INFORMAÇÕES INSERIDAS NAS OUTRAS CÉLULAS
 
Na coluna DATA, informe as datas dos chamados, da mais antiga para a mais
recente, e na coluna MTTR, o tempo gasto  na solução do problema (em
horas), sem contar o tempo de deslocamento até a obra:
 
A planilha fará automaticamente o cálculo do intervalo entre os chamados, em
dias, e o exibirá na coluna MTBF
 
O MTTR e o MTBF da sua empresa* serão informados na última coluna de
cada indicador, em MÉDIA
 
*NOTA: Você também pode fazer esse cálculo por obra, para determinar quais
são suas obras mais problemáticas e depois, tirando a média de todas as
obras, você obterá os valores de MTBF e MTTR da sua empresa.
 
Exemplo:
 

 
 
No exemplo, ocorreram 5 chamados para manutenção nos 3 meses medidos.
 
O MTTR da sua empresa seria de 3,75 horas e o MTBF, de 19 dias.
 
Isso significa que você gastaria quase 4 horas cada vez que atendesse um
chamado - fora o tempo de deslocamento -, e suas obras ficariam em média 19
dias sem dar problema.
 
Se você está dando 6 meses de garantia aos seus clientes, isso significa que
você teria que atender, em média, de 9 a 10 chamados para manutenção
nesse período  (6 meses são 180 dias que, divididos por 19 dias de MTBF dão
9,5  chamados durante o período de garantia). E tudo isso sem cobrar nada do
cliente...
 
Por esse motivo é importante saber quanto você gastaria em média para
atender esses chamados e incluir esse valor na sua proposta.
 
Neste artigo, 5 simples passos para saber quanto cobrar pelos seus
serviços, eu explico como calcular e cobrar isso corretamente, sem ter
prejuízo.
 
Como usar os dados coletados para
aumentar sua eficiência
 
Do que foi exposto acima, podemos deduzir:
 
- Quanto maior for o MTBF, melhor;
 
- Quanto menor for o MTTR, menor.
 
Então você deve conhecer e controlar o MTBF e o MTTR das suas obras e da
sua empresa.
 
Faça medições periódicas. Esses índices devem melhorar ou pelo menos
ficarem estáveis.
 
Mas como melhorar esses índices?
 
É o que eu ensino nestes 2 treinamentos:
 
Infraestrutura e Cabeamento para Sistemas de CFTV
 
Problemas com fonte de alimentação e cabeamento são responsáveis por 80%
dos chamados de manutenção.
 
Todo mundo se preocupa somente com as pontas: as câmeras e os DVRs /
NVRs. Mas a infraestrutura que está por trás disso consome 80% do tempo de
instalação de uma obra. O cabeamento, por exemplo, uma vez passado, é
muito difícil de ser substituído.
 
Além disso, o cabeamento inadequado é responsável pela maioria dos
problemas que aparecem no final da obra, atrasando a sua entrega, e também
é a maior causa dos chamados de manutenção.
 
Nele você irá aprender:
 
Como ganhar mais obras, tornando-se mais eficiente
 
Os aspectos técnicos a serem observados nas instalações: Minimizando as
chances de retrabalho, perda de tempo e custos com a manutenção dos
sistemas instalados nos clientes
 
A conhecer os erros mais comuns que são cometidos durante uma instalação
e  como evitar esses erros.
 
A importância de um bom projeto.
 
Como escolher a infraestrutura mais adequada para cada situação.
 
Como aumentar a confiabilidade da infraestrutura.
 
Sobre a importância do cabeamento adequado para cada situação.
 
Como dimensionar corretamente a bitola do cabeamento de alimentação.
 
Veja mais detalhes desse treinamento aqui.
 
Projetando Sistemas de CFTV
 
Você sabe especificar corretamente as câmeras e DVRs, ou NVRs, em seus
projetos?
 
Você sabe para que servem e como utilizar todos os recursos dos
equipamentos que instala?
 
Uma das maiores dificuldades em orçar/elaborar o projeto de uma obra é saber
especificar e dimensionar corretamente o cabeamento e os equipamentos a
serem utilizados.
 
A discrepância entre o material / equipamento orçado e o que foi realmente
utilizado é um dos fatores que causa maior prejuízo / atraso na execução da
obra e consequente insatisfação do cliente.
 
Outro fator que prejudica o resultado final da obra é o desconhecimento dos
recursos oferecidos pelos equipamentos escolhidos, que acabam não sendo
utilizados em sua melhor performance.
 
Veja mais detalhes desse treinamento aqui.
 
Fique de olho neste site para saber quando teremos novas turmas!
 
 
Conclusão
 
Saber o MTBF e o MTTR das suas obras e da sua empresa é muito importante
para que você possa determinar quanto cobrar  pelas suas obras e também
aumentar a sua eficiência, reduzindo gastos desnecessários.
 
Os valores de MTBF e MTTR que você calculou serão usados nos cálculos que
eu ensino neste artigo: 5 simples passos para saber quanto cobrar pelos
seus serviços
 

Link: http://www.institutocftv.com.br/estudo-de-mobiliario-para-cftv---ellan.html

ESTUDO: A IMPORTÂNCIA DE UM
MOBILIÁRIO ADEQUADO PARA
CFTV
 
Por Eng. Claudio de Almeida

 
 

TOPOLOGIAS DE SISTEMAS DE
CFTV
 
Cerca de um ano atrás, a Ellan, empresa especializada em móveis para
aplicações profissionais, me pediu que fizesse um estudo de quais seriam os
móveis mais adequados para a instalação de sistemas de CFTV, visto que ela
tinha a intenção de entrar nesse mercado.
 

O estudo
 
Primeiramente, é necessário entender a topologia de um sistema de CFTV e
como suas partes se distribuem conforme a aplicação.
 

Topologia básica de um sistema de CTV


 
Basicamente, um sistema de CFTV pode ser dividido em 3 blocos:
AQUISIÇÃO, GRAVAÇÃO e MONITORAMENTO/BUSCA:
 

 
No bloco AQUISIÇÃO estão as câmeras, responsáveis pela captura das
imagens, que serão enviadas através de cabos ao bloco GRAVAÇÃO, onde
serão armazenadas.
 
As imagens ao vivo ou armazenadas serão visualizadas no bloco
MONITORAMENTO / BUSCA, onde estão os monitores e os operadores do
sistema.
 
Os 2 blocos dentro do retângulo vermelho normalmente ficam no mesmo local,
em uma sala denominada central de segurança ou sala de monitoramento.
 
As câmeras normalmente ficam distantes dessa sala, instaladas nos pontos a
serem monitorados e suas imagens são levadas são enviadas por cabos até a
central de segurança
 
Porém, as funções de GRAVAÇÃO e MONITORAMENTO / BUSCA não
consistem apenas na aquisição de equipamentos de gravação (DVRs, NVRs,
servidores de arquivos, etc.) e monitores para visualização das imagens;
existem outros fatores a considerar, que são os itens em vermelho no diagrama
acima:
 
Racks para instalar os equipamentos
 
Consoles de trabalho adequadas à função
 
O problema é que, normalmente, os clientes não estão dispostos a investir
mais nesse quesitos e passam a improvisar, pois já investiram muito no
sistema de segurança, que na opinião deles é o que importa.
 
“Tá funcionando bem assim.”
 
“O resto a gente vê depois.”
 
“Não tenho orçamento para isso agora...”
 

Racks para instalar os equipamentos


 
Não importa o tamanho da obra nem seu nível de sofisticação; na grande
maioria das salas de monitoramento que visitei, os equipamentos estavam
jogados em cima de mesas, prateleiras, fixados na parede ou até jogados
dentro do forro.
E a fiação que os interligava era uma verdadeira confusão, algo parecido com
as instalações abaixo:
 
 

 
Esse tipo de instalação, que a princípio é bastante econômica para o cliente – e
é aceita pelo instalador, pois não quer perder a obra -, acaba se tornando uma
verdadeira dor de cabeça para ambos.
 
Certamente quem fez essas instalações é chamado para manutenção sempre
que alguém faz uma limpeza no local, pois acaba desconectando algo ou até
partindo um cabo.
 
A instalação correta
 
Uma instalação bem feita deve evitar o fácil acesso ou manipulação acidental
dos equipamentos e do cabeamento.
 
Como?
 
Acondicionando os equipamentos em racks ou painéis de comando;
 
Não deixando qualquer cabo a vista, protegendo-o com canaletas, eletrodutos,
calhas, etc.
 
Ao finalizar uma instalação, verifique se não ficou nada solto ou exposto à
manipulação pelos usuários, equipe de limpeza, etc.
 
Esse cuidado irá garantir que você não precisará voltar à obra para reparar
cabos partidos ou desconectado acidentalmente.
 

Consoles de trabalho adequadas à função


 
Ergonomia é a ciência que estuda as relações entre homem e máquina,
visando a uma segurança e eficiência ideais no modo como um e outra
interagem.
 
Porém, da mesma forma que acontece com os equipamentos, operadores são
instalados em móveis velhos (escrivaninhas, mesas, etc), sentados em
cadeiras velhas, quebradas, olhando para monitores instalados na altura
inadequada.
 
A função de um operador é ser os olhos do sistema; deve estar sempre atento
às imagens nos monitores para detectar qualquer atividade suspeita ou fora do
normal.
 
Se estiver desconfortável, sentindo dores, não conseguirá se concentrar
totalmente em sua função.
 
Por isso a altura da mesa é muito importante. A posição que seus braços ficam
em relação ao teclado pode lhe causar desconforto e até tenossinovite.
 
A altura dos monitores também é importante; a mesa deve oferecer um ajuste
de altura para que cada operador coloque o monitor na altura que achar mais
confortável.
 
Além disso, ele tem que estar confortavelmente instalado, em uma cadeira
onde possa passar o dia inteiro sentado, sem sentir dores.
 
A  figura abaixo, à direita, mostra uma situação errada e suas consequências,
onde se procurou economizar, ignorando a ergonomia:
 

 
Já vi empresas que tiveram problemas com essa situação, que acabou levando
vários funcionários a se afastarem para recuperação por ordem médica.
 
A grande incidência de funcionários em licença médica fez com que um fiscal
visitasse a empresa, que acabou sendo multada.
 
A imagem da direita mostra a situação correta, com o funcionário trabalhando
confortavelmente instalado, graças à escolha do mobiliário correto.
 
Durabilidade
 
Enquanto móveis de escritório são utilizados apenas durante o horário de
expediente, ou seja, cerca de 8 horas por dia e somente em dias úteis,
consoles de operação de sistemas de CFTV são solicitadas durante  24 horas
diárias / 7 dias semanais.
 
Daí a necessidade de móveis mais resistentes, adequados à esse esforço
contínuo.
 
Fora os aspectos ergonômicos, esse é outro motivo para não se usar móveis
comuns nessas aplicações.
 
A princípio, a opção por móveis e cadeiras comuns de escritório parece ser a
mais econômica.
 
Porém, logo se percebe que a necessidade de substituição constante - devido
a sua rápida deterioração-, faz com que a escolha de móveis mais resistentes a
esse tipo de utilização, acabe sendo a opção mais econômica.
 

Situações mais encontradas / Topologias mais


adequadas
 
Não existe uma única solução de sistema de CFTV que atenda todas as
situações.
 
Sua topologia varia com o tipo de cliente, instalação, finalidade, etc.
 
E uma das partes mais importantes desse estudo foi identificar as diferentes
situações e definir a topologia mais adequada para cada uma.
 
As principais topologias são (as soluções foram apresentadas para sistemas
analógicos, com DVR. Para uma solução IP, basta trocar o DVR por um NVR +
switch):
 
Residências
 
Normalmente são apenas 4 ou 8 câmeras, podendo chegar a 16.
 
O NVR ou DVR fica escondido em um armário, no teto ou no móvel da
televisão da sala.
 
As imagens são eventualmente visualizadas nas TVs da residência ou via
Smart Phones.
 
Não existe uma sala de monitoramento com um operador olhando
constantemente para as imagens.
 
Não necessita de mobiliário específico. No máximo um mini rack para
acomodar DVR, fonte e baluns.
 
Guarita
 
Condomínios ou residências de alto padrão costumam ter guaritas 24 horas,
onde operadores ficam monitorando as imagens das câmeras. Nestes casos, o
DVR costuma ficar dentro da guarita.
 
Pela escassez de espaço, normalmente este tipo de instalação não contempla
mais do que 32 câmeras (2 DVRs, 2 monitores).
 
A configuração ideal para oferecer a esse cliente seria uma mesa com um ou
dois monitores e um rack embaixo da mesa para acondicionar os DVRs.
 

 
Para guaritas muito pequenas, é utilizado apenas um rack menor, suspenso,
fixo à parede ou embaixo da bancada existente no local.
 
Guarita com monitoramento remoto
 
O sistema de CFTV não está instalado na guarita, mas em uma sala de
segurança monitorada. É uma solução melhor do que a anterior, pois o DVR
não fica exposto.
 
Sendo assim, o rack ficará na sala de segurança e a mesa na guarita.
 
Os monitores, mouses e teclado PTZ são levados até a guarita através de
cabos extensores. Seria a configuração MESA no diagrama abaixo:
 

 
Sala de segurança monitorada
 
Quando existem operadores na sala de segurança.
 
A guarita recebe as imagens da sala de segurança através de um software de
monitoramento remoto rodando em um computador conectado à rede.
 
Pode existir mais de um monitor conectado à esse PC, já que softwares de
monitoramento remoto aceitam vários monitores, podendo exibir até 100
câmeras simultaneamente em cada monitor. Seria a configuração GUARITA no
diagrama abaixo:
 

 
Sala de segurança não monitorada
 
Pode ser de 2 tipos:
 
1- Com guarita
 
O monitoramento é feito na guarita e na sala de segurança fica apenas o rack,
conforme a parte central do diagrama abaixo:
 
 
 
2- Sem guarita
 
Situações onde não é importante monitorar as imagens ao vivo, somente
gravá-las para pesquisa posterior de eventos.
 
Neste caso, não existe mesa, somente o rack, e se utiliza apenas um monitor,
que normalmente fica sobre o rack.
 
Se o sistema possuir mais de um DVR, é utilizado um chaveador de monitor e
mouse, que também ficará dentro do rack.
 
Também é comum instalar-se o no-break dentro do rack.
 
 
Central de Monitoramento
 
As centrais de monitoramento podem concentrar qualquer um dos tipos de
sistemas aqui explanados, sendo que elas recebem as imagens desses
sistemas via rede.
 
Câmeras IP individuais também podem se conectar via rede diretamente aos
NVRs e servidores rodando software VMS instalados na central de
monitoramento.
 
 
Nesta configuração é necessário cotar-se:
 
• Racks para os NVRs (com a profundidade adequada);
 
• Suportes para os servidores PC torre (ou racks, se forem no padrão rack 19”);
 
• Suportes para os monitores. Podem ser individuais ou formando uma video
wall.
 
Em muitos casos, como na foto abaixo, existem também várias estações
separadas,compostas de PC, monitor(es) e mouse.
 
 

Definindo as opções de mobiliário necessárias


 
Para atender todas as topologias acima, serão necessárias as seguintes
opções:
 
Console de de operação com rack
 
Atende a opção guarita.
 
 
Console de operação com CPU
 
Para todas as opções onde a guarita monitora o sistema remotamente através
de software de monitoramento.
 

 
 
Console de operação simples
 
Como extensão das opções acima, caso seja necessário acomodar mais
monitores / operadores.
 
Ou para as opções onde os monitores, mouses e teclado PTZ são levados até
a guarita através de cabos extensores.
 

 
 
Rack individual padrão 19”
 
Para salas de monitoramento
 
Mini-rack suspenso padrão 19”
 
Para residências ou guaritas muito pequenas
 

As soluções desenvolvidas pela Ellan


 
Como resultado do estudo, foi criada uma linha de mobiliário dedicado a
atender as necessidades / exigências de quem instala e opera sistemas de
CFTV.
 
Apenas as consoles de operação tiveram que ser desenvolvidas, pois os racks
já fazem parte da sua linha atual de produtos.
 
Ergonomia e organização
 
OS móveis desenvolvidos passaram por um estudo de ergonomia e encontram-
se em conformidade com a Lei 6.514, portaria nº 3214/NR17
 
As soluções desenvolvidas foram:
 
Suporte ajustável para monitor e calha de passagem dos cabos
 
Os suportes têm altura ajustável e deslizam lateralmente pelo trilhos
 

 
Para passagem dos cabos, foi prevista uma calha com tampas bipartidas
removíveis, que fica logo à frente dos suportes para monitores.
 

 
Compartimento inferior para passagem de cabos
 
Sob cada console de operação, ao fundo, existe um compartimento para
passagem de cabos (está oculto atrás da chapa perfurada na foto abaixo)
 

 
Durabilidade
 
Os móveis desenvolvidos serão fabricados e construídos em cima dos mais
rigorosos padrões de qualidade (nacionais e/ou  internacionais) e
normatizações, para suportar um esforço de 24horas X 7 dias semanais....365
dias no ano, durante no mínimo 5 anos.
 
Por isso, seu banho, sua pintura (micragem, aderência e cura....), seus tampos,
estruturas  e os revestimentos laminados melamìnicos dos tampos utilizam
requisitos técnicos de alta performance, tanto de produtos como de processos
de fabricação,  a fim de suportar  este tipo de trabalho e exposição para uma
vida útil de  no mínimo 05 ( cinco) anos.
 
Além de serem flexíveis e ergonômicos, foram desenvolvidos visando receber
as tecnologias de hoje e futuras.
 
Adequados para equipamentos + cabeamento  de CFTV, dados, lógica, voz,
telefonia, elétrica, equipamentos de informática (monitores e CPUs) e
telecomunicação.
 
Suas estruturas são modulares, resistentes e inteligentes, garantindo rigidez,
robustez,  leveza (podem ser usados em salas com piso elevado) e
longevidade (garantia de 5 anos).
 
Os móveis desenvolvidos
 
Características principais:
 
• Revestimento em laminado melamínico baixa pressão(BP);
 
• Pés estruturais retangulares em chapa de aço de 2,0mm com reforço interno e
parafusos niveladores;
 
• Calhas de cablagem unificadas no compartimento inferior;
 
• Calhas superiores com tampas bi-partidas para passagem e acesso ao
cabeamento;
 
• Capacidade estática dos tampos de até 100 Kg;
 
• Altura do tampo: 760 mm;
 
• Tratamento especial e anti-oxidante das chapas ferrosas e alumínios, através
de processo nanocerâmico( nanotecnologia ):
 
• Pintura eletrostática à pó a base de resina poliéster com espessura  minima de
80 microns e grau de aderência GrO, aeguindo a Norma ASTM B 117
resistência à corrosão com os testes  realizados com duração de 500 hs ou
mais de exposição e os resultados de avaliação comparativa seguindo as
Normas DIN 53156 (penetração da corrosão);
 
• Pés niveladores, com rosca M12 e cabeça sextavada, injetada em nylon, e com
sistema de nivelamento de altura através de chave sextavada.
 
Console de operação com rack embaixo
 
O rack pode ser substituído por um suporte para CPU.
 

 
Console de operação simples
 

 
Console de operação com rack +  console simples
 

 
 
Este artigo foi elaborado com a colaboração do Sr. J. Nardini, diretor da Ellan

Link: http://www.institutocftv.com.br/bnc-75-ou-50-ohms.html

Conectores BNC de 75 ou 50 ohms?


 
Por Eng. Claudio de Almeida

 
 
Veja
as fotos ao lado. Elas mostram a diferença entre conectores BNC com 75 ohms
de impedância, que devem ser usados em sistemas de CFTV, e conectores
BNC com 50 ohms de impedância, que  eram utilizados nas antigas redes de
computadores 10Base2.
 
Repare que no conector BNC macho de 75 ohms não existe o dielétrico interno
(parte branca) e no conector fêmea ele é menor, ou também inexistente.
 
Agora verifique os conectores BNC macho que você  costuma comprar e os
conectores  BNC fêmea dos DVRs e câmeras que você instala.
 
Eles são de 75 ou 50 ohms?
 
Se eles são de 50 ohms, você está introduzindo problemas de casamento de
impedância nas suas instalações, pois se a impedância das câmeras, DVRs e
cabos é de 75 ohms, os conectores também devem ser.
 
Infelizmente, acredito que você vai descobrir que está utilizando os conectores
errados, de 50 ohms.
 
Por que estou dizendo isso?
 
- Porque observei que a maioria dos DVRs  e câmeras do mercado são
fabricados com conectores de 50 ohms de impedância;
 
- Porque visitei várias lojas da Santa Ifigênia e distribuidores pelo Brasil e
descobri que, salvo pouquíssimas exceções, eles têm para oferecer apenas os
conectores de 50 ohms;
 
- Porque pesquisei no site do Ali Babá alguns fornecedores asiáticos  de
conectores e vi que poucos têm conectores de 75 ohms, mas o pior de tudo é
que muitos desconhecem o que estão vendendo, oferecem conectores de 50
ohms como sendo de 75 ohms!!
 
Pesquisas e medições comprovaram que para frequências de até 10 MHz, não
faz diferença se utilizar conectores de 50 ou 75 ohms.
 
E isso explica porque para câmeras analógicas não fazia nenhuma diferença
se utilizar conectores de 50 ohms: Porque o sinal de vídeo de uma câmera
analógica não atinge frequências maiores que 10 MHz, sendo que esse limite
só era alcançado por uma câmera com 800 linhas de resolução.
 
Porém, os sinais de vídeo de câmeras HD analógicas Full HD podem atingir
frequências de até 50 MHz e ainda mais para câmeras 4 K.
 
Por isso agora se tornou extremamente importante que todas as câmeras,
DVRs, baluns e cabeamento utilizem conectores BNC com 75 ohms de
impedância.
 

Qual é a diferença entre resistência e


impedância?
 
Essa é uma coisa que todo mundo confunde, porque tanto a resistência (R)
quanto a impedância (Z) são medidas em ohms.
 
Veja abaixo o circuito equivalente de um conector:
 

 
Multímetros não medem impedância Você já se perguntou por que ao
 

medir com um multímetro um metro de cabo que tem 75 ohms de impedância,


o valor lido não é 75 ohms? E se você medir 10 m de cabo e 100 metros de
cabo, os valores medidos serão diferentes (maiores).  Porque o multímetro
está medindo a resistência do cabo e não a impedância. Quanto mais longo
for o cabo, maior a resistência. Se você pegar uma tabela de cabos, verá que
a resistência para cada bitola é informada em ohms/km ou ohms/100 m. A
resistência é medida aplicando-se uma tensão DC no dispositivo a ser medido.
Então mede-se a corrente que passa pelo dispositivo quando submetido à
essa tensão. Dividindo-se a tensão aplicada pela corrente medida, obtêm-se a
resistência do dispositivo que está sendo medido  (Lei de ohm, R = V/I). É
assim que um multímetro faz as medições de resistência. Quando passamos
pelo conector uma tensão DC:
 
- A resistência Rs é muito pequena, quase zero;
 
-  A indutância L também é desprezível;
 
- A resistência oferecida pelo capacitor C é praticamente infinita, pois sob uma
tensão DC ele vai operar como um circuito aberto.
 
- A resistência Rp é obtida medindo-se com as pontas de um multímetro entre o
pino central e a carcaça do conector e também será muito alta.
 
Sendo assim, qualquer um dos conectores, de 50 ou 75 ohms, é transparente
para Tensões DC.
 
Porém, quando submetido a uma tensão AC, como um sinal de vídeo, deve-se
considerar também a indutância e a capacitância
do circuito acima.
 
A soma da resistência com a indutância e a capacitância é o que constitui
a impedância do conector.
 
Repare agora que os dois conectores, de 75 e 50 ohms, são parecidos; o que
muda é o dielétrico interno, sendo a parte branca no conector de 50 ohms e o
ar no conector de 75 ohms. Essa diferença de dielétrico faz com que eles
tenham capacitâncias diferentes, o que  causa a diferença de impedância entre
eles.
 
A impedância característica de um dispositivo, seja ele câmera, conector, cabo,
DVR, etc., é definida como Zo, sendo que:
 
 

Casamento de impedância
 
Por que é importante que a impedância de cada componente de um sistema
seja a mesma?
 
Para que 100 % do sinal de vídeo seja transmitido para o DVR, sem reflexão, é
necessário que a câmera, o DVR e o cabeamento (cabo + conectores) tenham
a mesma impedância.
 
Quando se conecta dois dispositivos com impedâncias diferentes, uma parte do
sinal é refletida e retorna à origem.
 
Imagine um quadro de imagem enviado por uma câmera, que tem 75 ohms de
impedância, conectada a um cabo coaxial com 50 ohms de impedância.
 

Uma parte do sinal desse


quadro de imagem será refletido e retornará à câmera.  A parte refletida do
sinal se encontrará com  o sinal de vídeo relativo ao próximo quadro de
imagem e, por ter polaridade invertida, irá cancelar parte desse sinal.
 
O gráfico ao lado mostra o que acontece com o sinal de vídeo ao passar de um
dispositivo com 75 ohms para outro com 50 ohms. Repare como parte do sinal
é refletida.
 
Explicando a reflexão de uma forma mais didática: Quando você atira uma
pedra num lago, o impacto com a água  formará ondas circulares a partir do
ponto onde a pedra atingiu a água.
 
 
Quando uma dessas ondas atingir a margem, ela será refletida de volta em
direção à origem, atenuando e deformando as ondas que ainda estão sendo
geradas pelo impacto da pedra.
 

 
É isso que acontece com o sinal de vídeo quando encontra um meio com
impedância diferente; uma parte do sinal será refletida de volta à origem.
 

Coeficiente de reflexão e perda de retorno


 
O coeficiente de reflexão (CR) pode ser medido pela fórmula abaixo:
 
CR= Z1 - Z2 / Z1 + Z2
 
O coeficiente de reflexão determina quanto do sinal está sendo refletido.
Quando há casamento de impedância, o coeficiente de reflexão é zero, sendo
1 o valor máximo que ele pode ter.
 
Para 75 e 50 ohms temos:
 
CR = 75 - 50 / 75 + 50 => CR = 25 / 125 => CR = 0,2
 
A perda de retorno, em decibéis, pode ser medida pela fórmula abaixo:
 
Perda de retorno = -20 log (CR)
 
Esse valor significa quantos decibéis o sinal refletido está atenuado em relação
ao sinal original. Quanto maior a atenuação do sinal refletido, melhor. Se a
impedância estiver casada (os dois dispositivos com a mesma impedância), a
perda de retorno tenderá ao infinito, praticamente inexistente, pois 100 % do
sinal será transmitido ao destino.
 
Com  CR = 0,2, o sinal refletido estará com uma atenuação de 13,98 dB em
relação ao sinal original, um valor considerável, acima do limite aceitável, que é
igual ou superior à 20 dB.
 

Balun, o conversor de impedância


 
Antigamente, as televisões utilizavam uma fita paralela para conexão de
antena. Essa fita tinha uma impedância de 300 ohms. Quando começou a se
utilizar cabos coaxiais com 75 ohms de impedância para fazer a ligação da
antena de VHF, era comum utilizar-se  baluns 75 - 300 ohms para conectar a
antena de UHF. Esses baluns também eram utilizados na conexão dos
primeiros videogames.
 
 
 
Função semelhante fazem os baluns de vídeo - UTP: São transformadores de
impedância de 75 para 100 ohms.
 
Permitem transmitir o sinal de saída de vídeo de uma câmera, que apresenta
75 ohms de impedância, por cabos UTP, que têm uma impedância de 100
ohms. No lado DVR, o balun é utilizado invertido, convertendo a impedância de
100 ohms do cabo UTP para os 75 ohms de impedância da entrada de vídeo
do DVR.
 
 

Conclusão
 
Os prejuízos causados pelo não casamento de impedância são:
 
- Atenuação do sinal transmitido. O sinal de vídeo enviado pela câmera não
chegará ao seu destino com a mesma intensidade que saiu da câmera, pois
parte dele será refletida no cabo;
 
- O sinal refletido retornará até a câmera, onde será novamente refletido e
enviado juntamente com o novo quadro de imagem até o DVR. O resultado
disso é o famoso 'fantasma' na imagem;
 
- Ou,  por estar com a fase invertida, o sinal refletido poderá cancelar parte do
sinal do próximo quadro de imagem.
 
Portanto, o casamento de impedância é muito importante e deve-se garantir
que todos os componentes de um sistema de CFTV estejam com a mesma
impedância.
 
Perda de retorno no cabeamento Não adianta utilizar conectores BNC de 75
 

ohms se o cabo coaxial escolhido não conseguir manter uma impedância de 75 ohms ao
longo do seu comprimento. O que define a impedância de um cabo é basicamente seu
dielétrico, que deve ter uma espessura constante. Uma forma de se perceber isso é
passando a mão pela superfície do cabo; o diâmetro deve permanecer constante, sem
calombos ou depressões. Se o cabo não for rejeitado nesse primeiro teste, verifique nas
especificações do fabricante qual é a perda de retorno informada. Deve ser maior ou igual
a 20 dB. Se as especificações do cabo não informarem a perda de retorno, pergunte ao
fabricante. Se ele não souber informar, procure outro cabo. De outro fabricante. Esse
mesmo raciocínio pode ser empregado na escolha de um cabo UTP.

Link: http://www.institutocftv.com.br/fibra-optica-1.html

Utilização da Fibra Óptica em CFTV


Introdução - Parte 1
 
Por Eng. Claudio de Almeida

 
Conforme já havia comentado em Transmissão do Sinal de Vídeo, existem
vários meios de se transmitir o sinal de vídeo proveniente de uma câmera até o
seu destino, sendo a fibra óptica um desses meios.
ÚLTIMAS ATIVIDADES
 
17/08 Live Café com Segurança - "Causos" da área de segurança
06/08 - Live MCM - fontes de alimentação
16/07 Live da Aproseg - Dicas sobre instalações

04/05 Live Recarregando a Bateria, com o tema A Evolução do CFTV28/04 Live da


Equipe Segurança Brasil, no CT Segurança

14/02 Palestras para a equipe de vendas da Bellfone


 
 
Princípio de funcionamento da fibra óptica

Cabos coaxiais e de par trançado transmitem o sinal de vídeo pela passagem


dos elétrons em cabos metálicos, preferencialmente de cobre.
 
A fibra óptica utiliza o vidro como meio de transmissão. O sinal de vídeo é
convertido em pulsos luminosos para ser enviado por cabos feitos de fibra de
vidro à distâncias muito maiores do que aquelas conseguidas nos cabos
metálicos.
 
Estrutura da fibra ótica
A fibra óptica se utiliza dos princípios básicos da física sobre a reflexão e a
refração da luz.
 
Refração Para entender melhor o que é refração, observe um lápis em um copo d'água: O
lápis parecerá quebrado. Quem gosta de pescar sabe que, também devido a refração, os

peixes não estão exatamente onde os vemos

Conforme aprendemos no segundo grau, nas aulas de


óptica, quando a luz atravessa 2 corpos de densidades diferentes, ela sofre
refração e/ou reflexão, ou seja uma parte da luz passa para o segundo corpo,
porém sofre refração, e a outra parte é refletida, como num espelho.
 
Para se aproveitar desses princípios, a fibra óptica é composta de um núcleo
transparente de vidro puro envolto por um material com menor índice de
refração.
 
O índice de refração do ar é 1; da água é 1,33; do vidro que é usado no núcleo
da fibra óptica é  1,5. Já o vidro que envolve o núcleo tem um índice de
refração de 1,45.
 
E é essa diferença que faz com que o feixe luminoso sofra refração ou reflexão
quando atinge a junção entre o núcleo e a capa que o envolve.
 
Para que se aproveite 100% do feixe de luz que está sendo transmitido, é
necessário que ele sofra reflexão interna total, sem nenhuma refração.
 
Mas, como conseguir isso?
 
Existe um determinado ângulo em que a luz incide, chamado de ângulo crítico,
onde a partir dele toda luz incidente será totalmente refletida.
 
Como pode-se ver na figura abaixo, da esquerda para a direita, os dois
primeiros raios de luz sofrem refração total, pois estão abaixo do ângulo crítico.
Já o último raio de luz sofre reflexão total, pois está acima do ângulo crítico.
 

 
Sendo assim, qualquer raio de luz que atingir a fronteira entre as duas
superfícies concêntricas da fibra óptica será refletido, sendo direcionado para a
superfície oposta, onde será refletido novamente. Por meio dessas reflexões
sucessivas, o feixe luminoso percorrerá toda a fibra, até alcançar a outra
extremidade do cabo.
 
Fibra óptica multimodo
 
O diagrama acima ilustra o princípio de transmissão da fibra óptica chamada
de multimodo. Ela é chamada assim porque permite a passagem de múltiplos
feixes de luz.
 
Esse tipo de fibra óptica foi criado na década de 1970, sendo que a primeira
instalação foi feita em Chicago, USA, em 1976.
 
µm - micrômetro Um micrômetro é a milionésima parte de um metro. 1 µm =  1 x 10-
6  
m Para ter uma noção melhor do que representa um micrômetro, divida um milímetro por
mil. O núcleo da fibra óptica multimodo têm um diâmetro da ordem de 50 a 65
µm, chegando a ser mais fino do que um fio de cabelo humano, cuja espessura
varia de 60 a 120 µm.
 
Mesmo sendo tão fino, esse núcleo ainda é mais espesso do que os feixes de
luz transmitidos através dele, que acabam sendo refletidos quando atingem
suas paredes.
 
É claro que essa reflexão não é ideal, pois acaba atenuando o sinal
transmitido, diminuindo seu alcance.
 

Fibra óptica monomodo


 
Para evitar-se o problema acima, foi desenvolvida uma fibra óptica ainda mais
fina, com apenas 8 µm, chamada de monomodo.
 
Na fibra monomodo, um único feixe de luz - daí o nome monomodo - é guiado
diretamente para a outra extremidade, sem qualquer reflexão, permitindo que
sejam alcançadas distâncias muito maiores.
 

Multimodo x monomodo
 
Fonte:  http://www.tecmundo.com.br/imagens//materias/9862/infografico-tecmundo-9862.jpg
 

As fibras ópticas multimodo são oferecidas em 2 tipos de núcleo, com 50 ou


62,5 µm de diâmetro. Mas, apesar de apresentarem núcleos com espessuras
diferentes, em todas elas, incluindo a monomodo, a capa de vidro que as
reveste tem o mesmo diâmetro externo: 125 µm
 

 
O mercado costuma chamar essas 3 fibras de 62.5/125; 50/125 e 8/125,
respectivamente.
 
Além do núcleo e da capa que o reveste, as fibras ópticas ainda possuem
outras capas:
 
 
Capa interna (ou buffer): Para proteger o núcleo e o revestimento, que são de
vidro.
 
Fibras p/ suportar tração: Normalmente de aramida, evitam que a fibra se
danifique quando for passada pelo eletroduto.
 
Capa protetora: É a capa externa, que protege todo o conjunto.
 
Diferenças entre fibra óptica monomodo e multimodo
 
Distância alcançada: Cerca de 4 Km para a multimodo e 120 Km para a
monomodo;
 
Fonte luminosa: A fibra multimodo utiliza diodos LED, mais baratos, operando
nas frequências de 850 a 1300 nm (raios infravermelhos). Já a fibra monomodo
utiliza diodos LASER nas frequências de 1310 a 1550 nm;
 
Instalação: Por ser bem mais fina, a fibra monomodo requer precisão maior
nas emendas e conectorização.
 

Utilização
Obviamente, não se pode conectar a fibra óptica diretamente na câmera ou
DVR. Deve-se utilizar conversores especiais para isso.
 
Para a área de CFTV, esses conversores podem ser:
 
- Vídeo: O módulo transmissor transforma o sinal de vídeo composto que sai da
câmera em impulsos luminosos que são novamente convertidos para um sinal
de vídeo composto na entrada do DVR;
 
- Vídeo + dados: O módulo transmissor transforma o sinal de vídeo composto
que sai da câmera em impulsos luminosos que são novamente convertidos
para um sinal de vídeo composto na entrada do DVR. Além disso, também
transforma o sinal de controle RS-485 que sai do DVR ou teclado de controle
PTZ em impulsos luminosos que são novamente convertidos para um sinal RS-
485 na entrada da câmera PTZ;
 
- Conversores múltiplos: Concentram até 16 canais de vídeo e dados em uma
única fibra. Dessa maneira, pode-se enviar o sinal de 16 câmeras de um prédio
distante para um DVR  que está em outro prédio utilizando-se uma única fibra
óptica.
 
OBS.: Deve-se sempre adquirir conversores compatíveis com a fibra óptica que
será utilizada: 62.5/125; 50/125 ou 8/125
 

Terminação
Toda fibra óptica deve ser conectorizada para poder ser utilizada. Existem
vários tipos de conectores, que devem ser compatíveis com aqueles
encontrados nos conversores que se pretende utilizar.
 
Os tipos mais comuns são:
ST
 

Abreviação de Straight Tip


Connector. Foi desenvolvido pela AT&T. Seu encaixe, tipo baioneta, lembra um
conector BNC. É o mais utilizado em CFTV.
 
 
 
FC

Por ser uma conexão roscada, costuma ser


utilizado em ambientes sujeitos a vibração. Por muitos anos, foi o conector
mais popular.
 
 
 
 
 
SC

Abreviação para Subscription Channel Connector.


Apresenta conexão por encaixe.
 
 
 
 
 
 
 LC

É o mais recente. T ambém apresenta conexão por


encaixe. É mais utilizado para aplicações onde se necessita de alta velocidade.
 
Fibra Óptica ou Fibra Ótica?
 
Essas duas palavras vêm do grego, onde têm sentidos completamente diferentes:
 
- As palavras óptica ou óptico tem sua origem na palavra grega optikós - com p - e se refere a
uma parte da física que estuda a luz e os fenômenos da visão. Refere-se também ao
estabelecimento específico para fabricação e venda de óculos e outros instrumentos ópticos.
Figurativamente, esta palavra é usada para designar o aspecto de objetos vistos à distância, ou
seja, perspectiva e ainda uma forma de ver a realidade, ou seja, um ponto de vista.
 
- A palavra ótico tem outro significado, tem sua origem na palavra grega otikós, sem p. Oto se
refere ao ouvido ou à região auditiva, como por exemplo, em Otorrinolaringologista, médico
especialista em ouvido, nariz e garganta.
 
Sendo assim, o nome ótica, dado comumente aos estabelecimentos que vendem óculos,
estaria errado,mas os dicionários aceitam como corretas as duas formas.
 
Porém, como ambas as palavras são pronunciadas da mesma forma  - ótica, sem o p -,
segundo o Novo Acordo Ortográfico, que entrou em vigor em janeiro de 2009, as consoantes c
e p que não se leem nas palavras deverão ser abolidas, apenas as consoantes que se leem
deverão ser mantidas. Isso porque na língua portuguesa, como é falada no Brasil,  não existem
consoantes mudas. Quem duvidar, leia em voz alta as palavras opção, corrupto, pneu, etc. O
som do p sempre aparece.
 
Resumindo, para respeitar sua origem grega e o verdadeiro sentido da palavra, o correto seria
escrever óptica e também se pronunciar óptica, sem omitir o p.
Na parte 2 veremos quais as vantagens e desvantagens em se utilizar fibra
óptica ao invés de cabeamento metálico.
 

Link: http://www.institutocftv.com.br/nossos-olhos-cameras-e-lentes---parte-1.html

Nossos olhos, câmeras e lentes -


parte 1
 
Por Eng. Claudio de Almeida

 
Esta é a primeira parte de um artigo sobre a visão e como ela se processa.
Seja a nossa ou a das câmeras de CFTV.
 
Câmeras e lentes são os equivalentes artificiais mais próximos da maravilhosa
máquina que é a nossa visão.
 
Então, para poder entendê-las e aproveitá-las melhor, temos que
primeiramente entender como a visão humana se processa. Afinal, é ela que
usamos para visualizar as imagens capturadas pelas câmeras de CFTV.
 
ÚLTIMAS ATIVIDADES
 
17/08 Live Café com Segurança - "Causos" da área de segurança
06/08 - Live MCM - fontes de alimentação
16/07 Live da Aproseg - Dicas sobre instalações

04/05 Live Recarregando a Bateria, com o tema A Evolução do CFTV28/04 Live da


Equipe Segurança Brasil, no CT Segurança

14/02 Palestras para a equipe de vendas da Bellfone


 
 
Uma visão geral
 
Nossos olhos ainda são muito melhores do que a melhor e mais cara câmera
de CFTV existente. Do tamanho de uma bola de pingue-pongue, podem cuidar
de cerca de um milhão e meio de mensagens simultâneas.
 
Dos conhecimentos que absorvemos diariamente através dos nossos 5
sentidos (tato, paladar, olfato, audição e visão), 80% são absorvidos pela nossa
visão. Portanto, somos máquinas essencialmente visuais, como as câmeras de
CFTV...
O cristalino

O equivalente à lente de uma câmera de CFTV é o nosso cristalino, que está


cercado por um anel de pequenos músculos, chamados de ciliares.
 
Quando estão relaxados, o cristalino se achata; é quando enxergamos bem de
longe. Para podermos enxergar de perto, esses músculos se contraem,
inchando o cristalino.
 
Sendo assim, nossos olhos estão relaxados quando estamos enxergando
coisas mais distantes.
 
E essa era sua função primordial, pois nossos antepassados somente
precisavam visualizar as coisas a certa distância — distante o suficiente para
dar tempo de perceber e fugir de perigos ou próximo o suficiente para ter uma
certa precisão na hora de caçar.
E essa distância ideal de trabalho para os nossos olhos é de cerca de 6
metros.
 
Mas, desde a invenção da escrita, nossos olhos vêm tendo problemas, pois
estão sendo utilizados diariamente para operar à distâncias mais curtas: Livros
e revistas, telas de computadores, smartphones, etc. , o que obriga nossos
músculos ciliares a estarem contraídos a maior parte do tempo — e acabam se
cansando.
 
Por isso é importante interromper nosso trabalho periodicamente e passar
alguns minutos olhando pela janela, para longe.
 
O cristalino funciona da mesma forma que uma lente zoom com autofoco,
sendo que o "teclado de controle" é o nosso cérebro.
A pupila

A pupila fica na frente do cristalino e faz o papel de uma lente auto íris,
controlando a passagem da luz que chega ao cristalino. Com muita luz, ela se
retrai; com pouca luz, se abre, variando de 3 a 8 mm de diâmetro.
 
Se estamos em um lugar escuro que de repente fica iluminado, nossa pupila
leva cerca de 5 segundos para se adaptar.
Porém, se estamos em um local iluminado que de repente fica escuro, nossa
pupila levará cerca de 300 segundos para se adaptar.
 
As lentes auto íris fazem um processo equivalente à nossa pupila; para isso
têm um cabo de controle ligado à câmera, por onde elas recebem os sinais de
controle de abertura ou fechamento da íris da lente.
Quando vamos ao oftalmologista e temos que dilatar a pupila, é como se ele
"desligasse nosso cabo de controle" fazendo com que nossa pupila fique
totalmente aberta por algumas horas. Isso explica por que não conseguimos
suportar luz forte e precisamos usar óculos escuros até que o efeito passe.
A retina

Assim como o cristalino e a pupila são equivalentes às lentes das câmeras de


CFTV, nossa retina é o equivalente aos sensores de imagem.
 
Com mais ou menos 5 cm2, ela contém dois tipos de células receptoras,
denominadas cones e bastonetes.
Os cones
Responsáveis por enxergarmos em cores, são cerca de 6 a 7 milhões em cada
olho e estão bastante concentrados na região central do olho, conhecida como
mácula. No centro da mácula existe a fóvea, com 0,3 mm de diâmetro onde
existe uma altíssima concentração de cones e nenhum bastonete.
São divididos em 3 tipos diferentes: os cones vermelhos (64%), os cones
verdes (32%) e os cones azuis, que representam apenas 2%.
 
Se você notou alguma semelhança com o padrão de cores RGB (vermelho,
verde e azul) utilizado no sistema de vídeo colorido, não é mera coincidência...
 
Os cones vermelhos e verdes estão mais concentrados na fóvea, enquanto os
cones azuis estão mais encontrados fora da fóvea.
Os cones também são responsáveis pela nossa visão em alta resolução
(percepção de detalhes) e têm um tempo de resposta melhor que os
bastonetes, sendo assim também responsáveis pela nossa percepção a
mudanças rápidas na imagem.
Os bastonetes
Em quantidade bem maior, cerca de 125 milhões em cada olho, são bem mais
sensíveis à luz do que os cones (cerca de 100 vezes mais), sendo
responsáveis pelo contraste em preto e branco do que enxergamos e pela
nossa visão noturna.
 
Sim, é isso mesmo: Sob baixa iluminação enxergamos em preto e branco
(como uma câmera day-night...) pois, nessas condições, somente os
bastonetes estão captando a luz.
 
Isso explica porque conseguimos nos movimentar em lugares pouco
iluminados, mas não ler; porque os cones, responsáveis pela nossa visão em
detalhes, não estão operantes. Já os bastonetes ainda conseguem captar luz
suficiente para enxergarmos o caminho.
 
Um fato interessante: A cor que causa a menor sensação de intensidade
luminosa aos bastonetes é o vermelho. Por esse motivo os instrumentos do
painel de um carro (de um DVR também) são normalmente na cor vermelha,
para não atrapalhar nossa visão do caminho à noite, com todo o carro no
escuro.
 
Qualquer outra cor "estouraria" a sensibilidade dos nossos bastonetes,
tornando-a incômoda de ser visualizada nessas condições.
Distribuição dos cones e bastonetes

Os cones estão mais concentrados no centro do nosso olho, a um angulo de 20


graus à esquerda e 20 graus à direita.
 
Ou seja, nossa visão colorida e nossa percepção a detalhes funcionam melhor
quando focalizamos objetos a um angulo máximo de 40° de abertura.
 
Já os bastonetes estão mais concentrados fora da fóvea, trabalhando mais
com nossa visão periférica.
 
Por isso fazem o papel de sensores de movimento, alertando-nos sobre algo se
movimentando à nossa esquerda ou direita.
É a chamada "visão de canto de olho".
O angulo de visão dos nossos olhos
Cada olho individualmente consegue visualizar um ângulo de abertura de 120 a
200°. Como trabalham em conjunto, a região de intersecção é em torno de
130°.
 
Mas, por razões evolutivas, nossa visão periférica é útil somente para detectar
movimento e grandes objetos (como um leão vindo para cima de você...).
 
Nosso ângulo de visão central é em torno de 40 a 60°, o que corresponde ao
ângulo em que você consegue visualizar objetos sem mover seus olhos.
 
Esse é o mesmo ângulo de visão obtido por uma lente de 8 mm instalada em
uma câmera fixa com sensor de 1/3".
A visão feminina

Por alguma
armadilha do destino, você foi parar em uma loja de cosméticos com sua
esposa e está aguardando, "pacientemente", enquanto ela escolhe um esmalte
de unhas.
 
Alguns intermináveis minutos depois — nunca menos do que dez — ela se
aproxima com 4 vidros de esmalte, que você jura serem idênticos, e lhe
pergunta:
 
— Qual você acha que é o mais bonito?
 
Você analisa cuidadosamente os quatro esmaltes e conclui que são mesmo
idênticos — Até repara que alguém se enganou, colocando rótulos com nomes
diferentes neles — e, suando frio, pensa: — Ai, ai, ai, e agora? O que
responder?
 
Você pode ser honesto e dizer: — Sei lá, para mim são todos iguais...
 
Ela vai te chamar de cego, insensível, etc. e você vai acabar passando a noite
no sofá.
 
Pressentindo que isso pode acontecer, você resolve fingir que eles são
diferentes e escolhe qualquer um dos quatro. Porém, se você tiver o azar de
não escolher o mesmo esmalte que ela já escolheu — sim, ela já fez sua
escolha e não está interessada em sua opinião, só quer que você confirme a
excelente escolha dela —, você será chamado de cego, insensível, etc. e vai
acabar passando a noite no sofá.
 
Tirando a brincadeira de lado, por que isso acontece?
 
Devido às diferenças cromossômicas (XX e XY), os homens têm maior
sensibilidade para detalhes e percepção de movimentos rápidos. Já as
mulheres são melhores para descrever diferenças entre as cores.
 

VISÃO FEMININA                                                         VISÃO MASCULINA


 
Isso explica aqueles nomes estranhos de cores que elas costumam usar.
Como Fúcsia, por exemplo. Que raio de cor é essa, afinal?
 
Fica bastante claro que, na época das cavernas, a percepção de movimentos
rápidos era muito útil para o homem caçar — e escapar de perigos.
 
Já o fato das mulheres reconhecerem mais nuances de cores as tornavam
mais aptas que os homens a proteger seus filhos, percebendo melhor
predadores escondidos nas sombras ou camuflados para se confundirem com
o ambiente.
 
Essa informação é útil para determinar o sexo do vigilante mais adequado para
monitorar cada situação: ambiente com muita movimentação ou com muitas
áreas onde invasores podem se esconder.
A visão dos animais
Dizem que cães e gatos enxergam em preto e branco. Não é verdade, eles
simplesmente não enxergam todas as cores como nós, pois têm apenas dois
dos três cones de cores e em uma porcentagem bem menor que nós, cerca de
10%.
 
Porém, seus bastonetes conseguem amplificar a luz até 130 vezes mais do que
nós humanos e também possuem pupilas maiores, para poder captar mais luz.
 
Já os predadores de animais de sangue quente que caçam à noite, como a
cobra, a coruja e os felinos em geral, conseguem enxergar o espectro de
infravermelho (como as câmeras IR).
 
Isso é bastante útil para enxergar suas presas, que aparecem para eles
destacadas do resto do ambiente, já que seu corpo está em uma temperatura
mais alta (como em uma câmera térmica).
O sensor de imagem

Como já mencionei, o sensor de imagem das câmeras de CFTV é equivalente


à nossa retina.
 
Sendo assim, para poder captar todas as cores, ele também tem 3 tipos
diferentes de pixels, representando os 3 cones dos nossos olhos.
 
Ao lado, um sensor de imagem, onde se percebe as mesmas 3 cores dos
cones dos nossos olhos.
Mas, você notou que existe o dobro de pixels verdes?
Isso é necessário porque se as quantidades de pixels fossem iguais para cada
cor, as cores das imagens capturadas por uma câmera ficariam totalmente fora
da realidade, já que os cones existem em nossos olhos em proporções
diferentes, como já vimos acima.
 
Repare, na figura ao lado, que a somatória da quantidade de luz absorvida por
cada grupo de cones dá uma curva com um pico entre as cores verde e
amarelo.
 
Sendo assim, para que o sensor de imagem apresente cores que nós humanos
possamos enxergar como reais, ele tem que reproduzir esse "defeito", essa
não linearidade dos nossos olhos.
É por isso que existem dois pixels verdes para cada pixel vermelho e azul.
 
Mas, e os bastonetes dos nossos olhos? Como estão representados no sensor
de imagem?
 
Vimos que as cores são definidas por grupos de 4 pixels, em um arranjo 2x2,
sendo que cada pixel é responsável por capturar a intensidade luminosa
correspondente à cor que ele representa.
 
Sob pouca iluminação, quando a câmera entra no modo Night, as informações
de cores são descartadas, cada um dos 4 pixels de cada grupo passa a
capturar apenas a intensidade luminosa da cena.
 
Ou seja, tem-se uma área 4 vezes maior de captação, aumentando assim a
sensibilidade do sensor de imagem em cerca de 10 vezes.
 
Por esse motivo é comum vermos especificações do tipo:
 
Sensibilidade: 0,1 Lux colorido, 0,01 Lux, P&B
 
Os sensores de imagem têm uma visão de espectro bem mais amplo que
nossos olhos. Como os felinos, eles conseguem enxergar no espectro dos
raios infravermelhos, o que poderia causar uma aberração cromática, afetando
a fidelidade das cores.
 
Para  corrigir isso, é colocado sobre o sensor de imagem um filtro de luz visível
para que, como nossos olhos, ele só enxergue o espectro de luz visível.
 
Já para as câmeras IR não se utiliza esse filtro, caso contrário o sensor não
enxergaria a luz emitida pelo canhão de raios infravermelhos acoplado à
câmera.
 
Assim, as câmeras IR são muito úteis para aplicações noturnas, mas podem
apresentar distorções de cores durante o dia.
 
Por exemplo, como os raios do Sol têm grande quantidade de raios
infravermelhos, uma câmera IR apontada para um piso claro pode apresentar
imagens totalmente estouradas ao longo do dia, principalmente perto do meio
dia.
 
Uma solução para esse problema são as câmeras chamadas de True Day, IR
cut ou IRC filter, como as speed domes e as câmeras analógicas CMOS mais
recentes.
 
Elas também possuem um filtro de luz visível que, sob baixas condições de
iluminação, é retirado automaticamente da frente do sensor, permitindo que ele
enxergue também os raios infravermelhos.
O processamento da imagem
Na verdade, não vemos com nossos olhos, vemos com o cérebro. É ele que
processa as imagens recebidas.
 
Essa mesma função é feita nas câmeras de CFTV pelo DSP (Digital Signal
Processor - Processador Digital de Sinais) que trata as imagens recebidas pelo
sensor.
 
Apesar de os sensores de imagem já tentarem imitar nossos olhos, tendo o
dobro de pixels verdes, isso ainda não seria suficiente para que as cores da
imagem parecessem reais. Cabe ao DSP dar um último retoque na imagem.
A faixa dinâmica (o WDR) dos nossos olhos
Uma boa câmera com WDR consegue visualizar uma faixa dinâmica em torno
de 60 a 75 dB, um nível de contraste que varia de 1:1.800 a 1:5.600 entre o
ponto mais claro e o ponto mais escuro de uma cena.
 
Nossos olhos conseguem enxergar um nível de contraste de até 1:10.000 para
cenas iluminadas. Em baixa luminosidade, como quando olhamos para as
estrelas em um local pouco iluminado, esse nível de contraste pode chegar a
1:1.000.000!
Conclusão da parte 1
Conforme vimos até aqui, nós seres humanos não inventamos as câmeras de
CFTV, apenas copiamos e adaptamos o funcionamento da visão humana e dos
animais.
 
Você sabe quantos megapixels de resolução tem a nossa visão? Descubra na
segunda parte deste artigo.
 
Vou explicar também como aproveitar todo o conhecimento adquirido sobre
nossos olhos no projeto de sistemas de CFTV mais eficientes e ergonômicos.

Link: http://www.institutocftv.com.br/nossos-olhos%2c-cameras-e-lentes---parte-ii.html

Nossos olhos, câmeras e lentes -


parte 2
Acuidade visual e resolução
 
Por Eng. Claudio de Almeida

 
Esta é a segunda parte desta série de artigos. Se você ainda não viu a primeira
parte, recomendo que a leia antes, clicando neste link: Nossos olhos,
câmeras e lentes - parte 1
ÚLTIMAS ATIVIDADES
 
17/08 Live Café com Segurança - "Causos" da área de segurança
06/08 - Live MCM - fontes de alimentação
16/07 Live da Aproseg - Dicas sobre instalações

04/05 Live Recarregando a Bateria, com o tema A Evolução do CFTV28/04 Live da


Equipe Segurança Brasil, no CT Segurança

14/02 Palestras para a equipe de vendas da Bellfone


 
 
Acuidade visual

 
Imagine algumas linhas horizontais que vão se afinando e se aproximando
umas das outras até que as enxerguemos como sendo uma coisa só. Esse
limite onde ainda as enxergamos separadamente determina a acuidade visual
dos nossos olhos.
 

 
Estudos demonstraram que, em condições normais de iluminação, o olho
humano possui a capacidade de distinguir pares de linhas separadas por um
ângulo de visão de até um minuto de um grau, ou seja, 1°/60.

Para se entender como esse ângulo de um minuto de grau é pequeno, imagine


um ângulo reto (90°), como o canto de uma sala. Divida esse angulo por 90 e
você terá o valor de 1°, agora divida novamente por 60: essa é a nossa
acuidade visual!
 
Por exemplo, uma speed dome com 35X de zoom ótico vai de 3,6 mm a 126
mm de abertura. No zoom ótico máximo, a imagem que estamos vendo está
com uma abertura de aproximadamente 1,7º, 102 vezes maior que a nossa
acuidade visual!
A carta de Snellen

Em 1862, o oftalmologista holandês Hermann Snellen, elaborou a carta ao lado


para testar nossa acuidade visual.

Para isso ele considerou o ângulo mínimo de visão, um minuto de um grau, já


comentado acima. Então ele fez as letras da linha 20/20 com a altura de 5
minutos, sendo que a espessura das letras e o espaçamento são de 1 minuto.
Essa carta era colocada a 20 pés de distância, cerca de 6 metros. Lembra da
distância ideal para os nossos olhos, comentada na primeira parte?
 
A 6 metros de distância, nossos músculos ciliares estão relaxados, a melhor
condição para testar nossa acuidade visual.
De acordo com os cálculos de Snellen, se as letras da linha 20/20 tiverem a
altura de 8,75 mm, uma pessoa com visão normal consegue ler perfeitamente a
linha 20/20 a 6 metros de distância.
 
Toda essa informação é importante para sabermos como observar melhor as
imagens capturadas pelas câmeras de acordo com sua resolução, a resolução
do monitor, o tamanho da tela e a distância do operador.
 
Para isso vamos verificar qual seria o tamanho mínimo (S) que o par de linhas
da primeira figura deste artigo pode ter. Utilizando a fórmula S = tan(A) x D,
temos que o tamanho mínimo desse par de linhas é igual à tangente de 1°/60
multiplicada pela distância.
 
A tangente de 1°/60 é igual a 0,000291, que podemos arredondar para
3/10000. Assim fica mais fácil: Para saber o tamanho mínimo aceitável de um
par de pixels (2 linhas) em um monitor, multiplique a distância (em metros) do
operador por 3 e divida por 10000.

Por exemplo, para um operador à 4 metros de distância do monitor, um par de


pixels pode ter 0,0012 metros. Se o monitor tiver 0,65 m na vertical (52") ,
teremos 1083 pixels na vertical (0,65/0,0006).
 
Então um monitor nessas dimensões, com resolução 1080p, exibindo em tela
cheia uma câmera com essa mesma resolução, estará na configuração ideal
para ser observado à essa distância.
 
À uma distância maior, perderemos a definição entre essas 2 linhas. Se o
operador ficar mais próximo do que isso, começará a ver os pixels da imagem.
DICA
 
Os monitores atuais têm uma relação de 16:9 entre largura e altura e suas dimensões são
especificadas pela sua diagonal, em polegadas.
 
Então, para saber a altura aproximada de um monitor, em metros, divida sua diagonal, em
polegadas, por 80. Para saber a largura, divida por 45.
Nossa visão é curva
A acuidade visual é especificada como uma medida angular (1°/60) e não linear
— do tipo x milímetros —, porque nossa córnea é curva.
 
Isso significa que vemos, na mesma distância focal, objetos dispostos em uma
curvatura compatível com a curvatura da nossa córnea.
 
Sendo assim, quando visualizamos coisas distantes que estão dispostas no
mesmo plano, veremos as extremidades fora de foco em relação à região
central.
 
Então, toda vez movermos os olhos para ver as extremidades, nosso músculos
ciliares terão que reajustar o foco do nosso cristalino, contribuindo para um
maior cansaço visual.
 
Como a indústria tem aplicado esse conhecimento:
 
- Até os anos 70, os painéis dos carros eram planos, com todos os
instrumentos alinhados, apontando para a frente e não para a posição do
motorista. Hoje os painéis são curvos, envolventes, com todos os instrumentos
na mesma linha de visão do motorista;
 
- A última moda são as televisões 4k com tela curva...
 
As salas de cinema e os outdoors
As salas de cinema
Podemos aprender muito com as salas de cinema. Veja como os projetistas
souberam aproveitar bem as características da nossa visão:
 
- Todos os assentos ficam a mais de 6 metros de distância da tela,
possibilitando que nossos músculos ciliares fiquem relaxados. E nós também;
- O tamanho da tela e a alta resolução da projeção permitem uma identificação
perfeita dos objetos e pessoas que aparecem no filme, mesmo para os que
estão sentados no fundo da sala;
 
- O ângulo de visão fica dentro da área coberta pelos nossos cones, permitindo
uma melhor definição de imagem e identificação de cores sem que precisemos
mexer muito os olhos (exceto para aqueles que sentam muito próximos à
tela...);
DICA
 
Como não dá para projetar uma sala que permita uma visualização ideal da tela de qualquer
ponto onde se estiver sentado, leva-se em consideração o centro da sala.
 
Portanto, da próxima vez que for ao cinema, procure sentar-se no centro da fila intermediária,
que é a melhor posição para se desfrutar o filme.
- A sala escura traz o foco da nossa visão para a tela, priorizando nossa visão
colorida e de alta definição (cones);
 
Por outro lado, pode-se perceber que a medida que o tempo passa, você
começa a enxergar melhor as pessoas que estão na sala. É porque seus
bastonetes vão se adaptando ao ambiente escuro.
Os outdoors
Se você já teve a curiosidade de olhar um outdoor de perto, percebeu que a
imagem não é contínua, é formada por esferas com cerca de 2 cm de diâmetro
cada!
 
Porém, à distância em que são visualizados, essas esferas se fundem,
formando uma imagem com qualidade fotográfica.
 
Isso prova que definição tem a ver com o tamanho da tela e a distância de
visualização.
A resolução do olho humano
Repare que estamos falando sempre em resolução vertical, pois nossos olhos
são mais sensíveis à resolução vertical do que à horizontal. É por esse motivo
que uma imagem Full HD, que tem 1920 x 1080 pixels, é chamada de 1080p e
não 1920p, pois o que importa é a resolução vertical.
 
Mas qual seria a resolução equivalente do olho humano em Megapixels?
 
À uma distância de 25 cm, normalmente utilizada para leitura, 1' (um minuto de
grau) corresponde a cerca de 350 ppi (pixels por polegada).
 
Quando a Apple lançou os novos displays para o iPhone e o iPad com 326 ppi
de resolução, próxima da resolução da nossa retina, ela os chamou de Retina
Display. Agora já temos Smart Phones com mais de 440 ppi.
 
Se você procurar no Google qual é a resolução do olho humano, você
encontrará vários sites dizendo que ela é de 576 Megapixels para um ângulo
de 120°.
 
Porém, o que mais impacta nossa percepção é a nossa visão central, onde
estão concentrados os cones (cores e definição, lembra?), que é cerca de 20°
do centro do olho para cada lado, 40° no total.
 
No limite dessa faixa, a pouco mais de 20°, a resolução já é 10 vezes menor!
 
É fácil comprovar isso: Olhe para o centro de uma linha de quadros
pendurados em uma parede ou objetos em uma estante, de preferência
coloridos, à cerca de um metro de distância.
 
Ainda olhando para frente, procure enxergar de canto de olho o quadro ou
objeto à esquerda ou à direita e você irá reparar como ele está bem embaçado.
 
Ou seja, a região da nossa visão que importa quando estamos olhando para
câmeras que estão sendo visualizadas em monitores, são apenas os 40°
frontais.
 
Portanto, se os monitores estiverem fora desse ângulo de visão, os operadores
de uam sala de monitoramento terão que ficar movendo constantemente a
cabeça, o que pode ser bastante desconfortável.
 
Por isso achei bem criativo e correto o método utilizado neste site para
comparar nossa visão com câmeras Megapixel:
 
http://ipvm.com/report/testing_the_resolution_of_the_human_eye
 
Posicionando uma carta de Snellen a 6 m de distância, eles compararam a
resolução de várias câmeras (720p, 1080p, 5 MP e 10 MP) com o olho
humano, para saber até qual linha da carta de Snellen elas seriam capazes de
identificar.
 
Todas as lentes estavam com uma abertura de 60°, próxima à do olho humano,
e os testes foram feitos com níveis diferentes de iluminação: 160 Lux, 3 Lux e 1
Lux
 
A resolução máxima que cada câmera alcançou foi:
160 Lux
20/20
20/50
20/40
20/30
20/20
1 Lux
20/40
20/100
20/70
Escuridão total
Escuridão total
3 Lux
20/30
20/70
20/70
20/50
20/40
 
Olho humano
Câmera 720p
Câmera 1080p
Câmera 5 Megapixels
Câmera 10 Megapixels
O teste mostra que, em boas condições de iluminação, a resolução do olho
humano é equivalente àquela de uma câmera de 10 Megapixels. Já para níveis
inferiores de iluminação, o olho humano se saiu melhor do que qualquer uma
das câmeras testadas.
 
A única falha que achei nesse teste é que, justamente na área onde se poderia
detectar a resolução com melhor precisão, há um salto muito grande de
definição, de 5 para 10 Megapixels.
 
Sendo assim, o que dá para saber é que 5 Megapixels é abaixo da resolução
do olho humano, mas qualquer resolução entre 5 e 10 Megapixels pode ser o
ponto onde uma câmera começa a se igualar ao olho humano.
Por esse motivo, devemos considerar como válida a informação obtida em
outros estudos, que comprovaram ser de 8 Megapixels a resolução equivalente
ao olho humano:
 
Pelo ângulo mínimo permitido pela nossa acuidade visual (1°/60) e pelas
dimensões da córnea, determinou-se que a resolução vertical dos nossos olhos
é de cerca de 1100 pares de linhas, ou seja, o equivalente a 2200 pixels.
 
Uma câmera de 8 Megapixels para resolução 4K tem cerca de 3840 x 2160
pixels, próximo dos 2200 pixels verticais dos nossos olhos, o que comprova o
resultado obtido acima.
 
4 K, o Ultra HD, é o limite?
 
Com base nos 2200 pixels verticais da nossa visão, pode-se dizer que sim.
 
Qualquer resolução acima de 4K seria inútil, pois estaria acima da definição dos nossos olhos.
Bem, para entretenimento, talvez.
 
Mas, para aplicações de CFTV, quanto maior a resolução, maior a capacidade de zoom digital,
permitindo capturar mais detalhes da imagem.
 
Essa é uma discussão que vem incomodando bastante os fabricantes de TVs.
 
A sala de monitoramento ideal
Com base no que aprendemos, uma sala de monitoramento ideal deve
considerar as seguintes características:
 
- Para que seus músculos ciliares trabalhem relaxados, o operador deve ficar à
uma distância mínima de 6 m dos monitores;
 
- Cada operador deve ficar responsável apenas pelos monitores que estejam
dentro de um ângulo de visão de no máximo 40°;
 
- Os monitores devem preferencialmente ser instalados em curva, tanto
verticalmente quanto horizontalmente, de forma que todos fiquem na mesma
distância focal para o operador, sendo que a posição ideal para esse operador
é olhando para o centro do arranjo de monitores.
 
- Os bastonetes, que captam mais luz, ficam na nossa visão periférica.
Portanto, a iluminação da sala deve ser reduzida, para não atrapalhar a visão
dos monitores, que será feita mais pelos cones, dentro dos 40° de abertura.;
 
- Todos os monitores devem ficar à mesma distância do operador.
 
Evite, sempre que possível, monitores próximos, que terão uma luminosidade
muito maior, atrapalhando a visualização dos monitores distantes.
Caso contrário, quando o operador estiver visualizando esses monitores, o
monitor individual ficará na sua visão periférica, com sua luminosidade sendo
amplificada pelos bastonetes.
 
Além disso, pelos motivos já explicados, a mudança constante longe-perto
causará maior fadiga visual.
 
Sei que este item é difícil de atender, pois normalmente cada operador tem um
computador e monitor individual.
 
Se não der para evitar, tente ajustar o monitor individual para uma
luminosidade compatível com a dos monitores distantes, ou deixá-lo de lado,
ou mais abaixo, ou até desligá-lo quando não estiver sendo usado.
FAÇA ESTE TESTE
 
Com as luzes da sala apagadas, mas não totalmente escura, olhe para o lado de forma que
seu monitor fique na sua visão periférica. Você vai notar duas coisas:
 
- A tela do monitor ficará embaçada, pois agora está sendo visualizada pelos seus bastonetes,
que têm uma resolução mais de dez vezes inferior à dos cones;
 
- Você não conseguirá definir bem os objetos que estão ao lado do monitor, devido à
luminosidade da tela na sua visão periférica.
 
Desligue o monitor e repare como agora você consegue definir melhor os objetos.
 
Aplicando as premissas acima no exemplo a seguir, em escala, temos uma
sala onde o operador está a 6m dos monitores, seu ângulo de visão de 40°
cobre uma área de 4,10 na horizontal, onde estão instalados 4 monitores de
47" (47"/45=1,04m) seguindo o ângulo de curvatura.
Na vertical, sua visão cobre 2200 pixels. Então 3 monitores com 720p de
resolução somarão 2160 pixels, atendendo a resolução desejada.
 
Sendo assim, esse operador tem capacidade de visualizar um videowall com
12 monitores de 47" com 720p de resolução cada.
Essa solução atenderia a visualização de 12 câmeras HD (720p).
 
Porém, se as câmeras forem Full HD (1080p), teremos que utilizar monitores
1080p, sendo que empilhando 2 deles, em 4 colunas, já se atenderia a
resolução desejada.
Provavelmente cada monitor ficará a maior parte do tempo com a tela dividida, exibindo várias
câmeras, mas esses cálculos foram feitos para a condição de uma câmera em tela cheia, que é
quando se deseja obter maiores detalhes da imagem, quando se precisa da melhor resolução
de visualização possível.
Portanto, esse operador passaria a visualizar apenas 8 monitores Full HD
(4x2).
 
Essa seria a condição ideal, a mais ergonômica, pois permite que o operador
veja todos os monitores sem precisar mexer a cabeça ou reajustar o foco da
sua visão.
E se a sala não for ideal?
Nem sempre vamos conseguir uma sala com um recuo de 6 metros, então
teremos que adaptar as condições ideais para a distância máxima permitida.
Vale lembrar que os olhos do operador não estarão relaxados nessa
configuração.
 
Para fazer essa adaptação:
 
1- Multiplique a distância que o operador ficará dos monitores por 0,64. Essa é
a largura da área coberta pela visão do operador;
 
2 - Divida o tamanho em polegadas do monitor desejado por 45 para obter sua
largura em metros. Veja quantos monitores serão necessários para cobrir a
largura obtida no item 1. Se não der um número exato ou próximo, aumente ou
diminua o tamanho dos monitores;
 
3 - Especifique a definição dos monitores conforme a definição das câmeras
que serão visualizadas;
 
4 - Verifique quantos monitores deverão ser empilhados na vertical para atingir
2200 pixels.
 
Essa será a quantidade máxima de câmeras / monitores que cada operador
conseguirá visualizar confortavelmente.
 
Se você não precisa de tantos monitores, faça o cálculo para o máximo de
monitores e utilize apenas a quantidade que precisar, agrupando-os no centro.
 
Isso é necessário para garantir que os monitores estarão com a distância /
definição mais adequadas.
 
Conclusão
A natureza é sábia, simples, eficiente e direta.
 
E sempre acertamos quando projetamos algo baseado naquilo que a natureza
vem utilizando por milhares — ou milhões — de anos.
 
Um exemplo disso é que o ser humano vem quebrando a cabeça há muito
tempo para projetar células solares mais eficientes. Recentemente, alguém
resolveu copiar nossos olhos, transformando as estruturas em cones.
 
E percebeu que isso aumentou a absorção de luz em 65%...
Link: http://www.institutocftv.com.br/nossos-olhos%2c-cameras-e-lentes---parte-iii.html

Nossos olhos, câmeras e lentes -


parte 3
Visão Noturna
 
Por Eng. Claudio de Almeida

 
Esta é a terceira parte desta série de artigos. Se você ainda não viu os artigos
anteriores, recomendo que os leia antes, nestes links: Nossos olhos, câmeras
e lentes - parte 1 e Nossos olhos, câmeras e lentes - parte 2
ÚLTIMAS ATIVIDADES
 
17/08 Live Café com Segurança - "Causos" da área de segurança
06/08 - Live MCM - fontes de alimentação
16/07 Live da Aproseg - Dicas sobre instalações

04/05 Live Recarregando a Bateria, com o tema A Evolução do CFTV28/04 Live da


Equipe Segurança Brasil, no CT Segurança

14/02 Palestras para a equipe de vendas da Bellfone


 
 
 

Câmeras Night Vision


 
Os primeiros sistemas de CFTV eram em preto e
branco!
 
É inegável a vantagem de se ter imagens coloridas para identificar melhor uma
pessoa pelas roupas que está usando ou um veículo pela sua cor.
 
Por esse motivo, quando comecei a trabalhar na área de segurança, em 1997,
estranhei muito que a maioria das câmeras instaladas eram P&B e não
coloridas (na época só existiam essas duas opções).

 
Me explicaram que as câmeras P&B, por não precisarem do filtro de luz visível
(veja na parte 1), conseguiam mais algumas horas de imagem útil, quando
estava escurecendo ou amanhecendo, do que as câmeras coloridas.

 
Depois inventaram as câmeras Day-Night, que eram coloridas de dia e P&B à
noite. Aí já se podia ter imagens coloridas durante o dia.

 
Então vieram as câmeras com canhões de IR,  que iluminavam a cena à noite,
que podia ser melhor captada pelo sensor de imagem. Porém, em preto e
branco...

 
Como obter imagens  coloridas à noite?
 
Esse era o maior desafio: Como fazer uma câmera enxergar em cores à noite?

 
Para tentar resolver essa questão, os fabricantes se valeram de um truque
muito usado em fotografia: Aumentar o tempo de exposição de uma imagem
para se obter uma maior luminosidade em cenas mal iluminadas.
 
Com esse truque pode-se obter fotos belíssimas de cachoeiras ou avenidas à
noite:

        

 
Porém, repare que são imagens com a câmera fotográfica apontando para um
ponto fixo, onde as imagens em movimento ficam BORRADAS, causando
esse belo efeito.

 
Os fabricantes omitiram esse 'pequeno detalhe' e criaram um recurso em suas
câmeras, conhecido por vários nomes: Sensitive-UP, Starlight, Night Vision,
etc.

 
Esse recurso aumenta o tempo de exposição de um quadro de imagem em 128
ou até 256 vezes, ou seja, assim a câmera consegue captar 256 vezes mais
luz em uma cena.
 
Então começaram a anunciar câmeras com sensibilidades de 0,0000001 Lux!

 
Um assombro! Desde que não houvesse movimento na cena, pois qualquer
coisa em movimento apareceria borrada, não permitindo sua identificação.
 
Por isso até hoje, quando anunciam esse recurso, só mostram fotos (e não
vídeos) das imagens com e sem o recurso. Ou vídeos de cenas sem nenhum
movimento...

 
Veja o exemplo neste vídeo de alguém filmando carros passando com esse
recurso ativado (você também pode fazer isso no seu celular). Veja se é
possível identificar pelo menos a marca dos carros...

 
 
 
Dá para perceber claramente que não serve para propósitos de segurança,
onde é preciso identificar alguém ou algo se movimentando em frente à
câmera, a não ser que esteja se movendo MUITO lentamente.
 
Um recurso bastante útil se você só tem que monitorar as atividades noturnas
de bichos-preguiça em zoológicos....

 
 
Novamente, vamos aprender com os
nossos olhos
 
Eu também comentei na parte 1 desta série de artigos como os fabricantes
de sensores se basearam nos nossos olhos para desenvolver os sensores de
imagem das câmeras.

 
E, novamente, a resposta estava lá, em nosso olhos.

 
Como enxergamos à noite
 
Também vimos como os cones e bastonetes processam nossa visão.
 
Recapitulando um pouco do que vimos lá:
 
Os cones são responsáveis por enxergarmos em cores e também pela nossa
visão em alta resolução (percepção de detalhes) e têm um tempo de resposta
melhor que os bastonetes, sendo  também responsáveis pela nossa percepção
a mudanças rápidas na imagem.
 
Os bastonetes são bem mais sensíveis à luz do que os cones (cerca de 100
vezes mais), sendo responsáveis pelo contraste em preto e branco do que
enxergamos e pela nossa visão noturna.
 
Sob baixa iluminação, enxergamos em preto e branco (como uma câmera day-
night...) pois, nessas condições, somente os bastonetes estão captando a luz.
 
Isso explica porque conseguimos nos movimentar em lugares pouco
iluminados, mas não ler; porque os cones, responsáveis pela nossa visão em
detalhes, não estão operantes. Já os bastonetes ainda conseguem captar luz
suficiente para enxergarmos o caminho.
 
Porém, nossa visão noturna não é tão eficiente quanto à visão dos animais,
que conseguem  amplificar a luz até 130 vezes mais do que nós humanos e
também possuem pupilas maiores, para poder captar mais luz.
 
Já os predadores de animais de sangue quente que caçam à noite, como a
cobra, a coruja e os felinos em geral, também conseguem enxergar o espectro
de infravermelho (como as câmeras IR).

 
O que já aprendemos
 
Observando as características dos olhos dos animais (humanos incluídos), os
fabricantes de câmeras e sensores já conseguiram  algumas vitórias:

 
- Com base nas características dos olhos dos felinos, foram inventadas as
câmeras IR.

 
- Para saber como criaram as câmeras day-night, vamos relembrar outro trecho
da parte 1desta série:

 
"Vimos que as cores são definidas por grupos de 4 pixels, em um arranjo 2x2,
sendo que cada pixel é responsável por capturar a intensidade luminosa
correspondente à cor que ele representa.
 
Sob pouca iluminação, quando a câmera entra no modo Night, as informações
de cores são descartadas, cada um dos 4 pixels de cada grupo passa a
capturar apenas a intensidade luminosa da cena.
 
Ou seja, tem-se uma área 4 vezes maior de captação, aumentando assim a
sensibilidade do sensor de imagem em cerca de 10 vezes.
 
Por esse motivo é comum vermos especificações do tipo:
 
Sensibilidade: 0,1 Lux colorido, 0,01 Lux, P&B"
 
Ou seja, descartando as informações de cores, conseguiram um aumento de
sensibilidade em torno de 10 vezes.
 
Mas faltava alguma coisa...
 
O grande erro, a falta de visão dos fabricantes de câmeras e sensores é que,
para criarem os sensores de imagem, se basearam apenas nos cones dos
nossos olhos

 
Mas os cones são responsáveis apenas pelas cores e pela resolução das
imagens que enxergamos.

 
E os bastonetes? Foram esquecidos? Pois são eles os responsáveis por
enxergarmos melhor a noite!
 
A grande sacada
 
Pois é, a resposta estava aí, diante dos olhos de todos, e ninguém percebia:
Temos que incorporar os bastonetes aos sensores de imagem!
 
E foi a engenharia da Hikvision que, aprendendo com a estrutura dos nossos
olhos, teve a brilhante ideia de criar uma câmera com dois tipos de sensores:
Além do colorido, baseado em nossos cones, que já existe em todas as
câmeras, criou um outro sensor, IR, baseado em nossos bastonetes.
 
A função desse segundo sensor é capturar os raios infravermelhos refletidos na
cena.
 
Enquanto esse sensor IR somente detecta e transmite imagens em preto e
branco, o outro sensor, colorido e sensível à luz visível, detecta e transmite
imagens coloridas em alta resolução.
 
E esses dois sensores são montados sob uma única lente, como os cones e os
bastonetes em nossos olhos.
 
Como acontece em nosso cérebro, o processador de imagens da câmera
combina então os dois espectros de luz capturados por esses dois sensores
para criar e entregar imagens em movimento nítidas, sem borrões, mesmo em
baixas condições de iluminação.

Link: http://www.institutocftv.com.br/megapixel-ou-speed-dome.html

Megapixel ou Speed Dome?


 
Por Eng. Claudio de Almeida

 
 
Suponha que você instalou uma câmera speed dome analógica, com 35 X de
zoom ótico, visualizando toda a área de um estacionamento quando ela está na
sua abertura máxima (3,6mm – 68°). Se quiser ver algum detalhe, basta
posicionar a câmera e aproximar o zoom, levando a abertura da lente de 3,6
mm para até 126 mm.
 
Na mesma situação, se você instalasse uma câmera megapixel, com uma lente
abrangendo o mesmo ângulo de 68°, também veria toda a área do
estacionamento e, se quisesse ver algum detalhe, bastaria dar um zoom digital
na imagem, visualizando o detalhe sem perder a gravação da área total.
 
Este é um dos argumentos de vendas mais utilizados para convencer o cliente
a comprar uma câmera megapixel ao invés de uma speed dome, já que esta
última, quando aproxima o zoom para pegar algum detalhe, deixa de exibir (e
gravar) o resto da cena.
 

Porém, a câmera speed dome exibe e grava sempre na resolução D1 (720 x


480), não importando a abertura da lente – do nível de zoom ótico.
 
No exemplo ao lado, a área visualizada com o zoom ótico no máximo é 35
vezes menor, mas a resolução é mantida.
 
Quantos megapixels seriam necessários, na câmera de lente fixa, para que se
tenha o mesmo enquadramento e a mesma resolução que a câmera speed
dome apresenta no zoom ótico máximo?
 
Essa câmera teria de apresentar uma imagem com 720 x 480 pixels de
resolução a um zoom digital de 35 vezes.
 
Multiplicando-se a resolução vertical e horizontal da menor área a ser
visualizada (720 x 480) pelo nível de zoom digital necessário (35 X), temos:
 
Resolução horizontal: 720 x 35 = 25200 pixels
 
Resolução vertical: 480 x 35 = 16800 pixels
 
Resolução total da câmera: 25200 x 16800 = 423, 36 Megapixels!
 
Sendo assim, seria necessário uma câmera de 423 Megapixels para ter-se a
mesma resolução de uma câmera speed dome em seu zoom ótico de 35
vezes. O que ainda é impraticável.
 
A título de comparação, a câmera de 29 Megapixels comentada no
artigo “Câmera IP 29 Megapixels com 0,1 Lux de iluminação mínima?”, que
tem uma resolução de 6576 x 4384 pixels, consegue ir à até apenas 9X de
zoom digital quando exibe uma imagem com 720 x 480 pixels de resolução.
Acima desse nível de zoom, sua resolução já seria pior do que a de uma
câmera analógica.
 
Além disso, outra vantagem da câmera speed dome é que ela consegue cobrir
360° à sua volta, enquanto que a câmera megapixel, apesar de sempre
capturar toda a cena, ficaria limitada ao angulo de abertura da lente escolhida.
Conclusão
Pesando-se as vantagens e as desvantagens de cada solução, o melhor seria
utilizar-se uma ou mais câmeras megapixel fixas nas áreas a serem
observadas – com resolução suficiente para se perceber qualquer
movimentação suspeita – em conjunto com uma câmera speed dome
analógica, que seria utilizada para se obter maiores detalhes da cena.
 
Obs.: Repare que a comparação foi feita com uma câmera speed dome
analógica. Se fosse utilizada uma speed dome megapixel, a situação ficaria
ainda pior para a câmera megapixel fixa. Por exemplo, uma speed dome de 2
megapixels de resolução e zoom ótico de 20 X, proporciona um zoom total de
120 X na resolução D1...
 

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