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Poemas
Vários Autores
(Compilação feita por Michel Felipe e Polyana Arenari)
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1
Apresentamos a vocês uma compilação de poemas e hinos anarquistas,
extraídos das páginas dos principais jornais comunistas libertários em língua
portuguesa, feita pelo coletivo Consciência Subversiva, para articulação e
propaganda do ideário libertário dentro de uma ótica teórica e crítica. Ela não
possui direitos autorais pode e deve ser reproduzida no todo ou em parte,
além de ser liberada a sua distribuição, preservando seu conteúdo e o nome
do autor.
2
(Os asteriscos demarcam os hinos
anarquistas)
*Filhos do povo
3
Ao grito de Revolução Social!
Ação, Ação!
Não pedir leis!
Valor e União
Que livre sereis!
Tomai de vez
O bem estar
Contra a burguesia
Lutar! Lutar!
Ser Anarquista
O anarquista ultrapujante
Quando fala às multidões,
Parece um astro gigante,
Da luz das constelações!
4
Ser anarquista é ser grande
Não temendo sacrifício,
É querer que ninguém mande
Pela força ou por suplício.
Aos Operários
5
E entretanto ainda existe a tal propriedade!
Pra dividir o Mundo em pátrias que guerreiam
Combatendo o Direito, o amor e a Liberdade!
Procissão Trágica
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choram, famintos e sem carinhos…
Ao operário
7
Um Conselho…
8
DÚVIDAS
Morte… e depois?
9
Mistério!...
Aquele pobre
Na Aldeia
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Quando escutei a voz daquela gente rude,
Daquela gente inculta, então eu soube e pude
Analisar a força, enfim, do missionário:
Balanço
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Mas desde que atingi a adolescência,
E vi qual era o fim da religião:
Pregar em toda parte a obediência,
Arrependido
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e, cônscio, se arrependeu.
*Rebelião
13
Há criaturas humanas
Agonizando com fome;
Vem da cloaca deletéria
Em que a “Justiça” comprime
Esses que a mão da miséria
Pôs no caminho do crime;
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Amor livre
*Primeiro de Maio
15
(cantado ao som de Nabucodonosor, de Verdi)
*Maio Proletário
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E na cruenta luta pela redenção.
Saúdo em ti, Ó Maio promissor!
A heróica e sublime proletária dor.
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A esperança de um porvir melhor.
Ouves de Maio o épico clangor?
Da sociedade velha e agonizante
Surgirá uma nova e livre. AVANTE!
Arautos decididos,
Ousando conquistar nas praças de Chicago,
Oito horas de labor em bem dos oprimidos,
Não poderão gozar do sonho o belo afago.
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Presos foram sofrer sem culpa, nas prisões!..
Aos crentes
19
Hipócritas de “deus”, palhaços infamantes,
Impudentes cristãos e falsos clericais,
Não mais conseguirão com capas de farsantes
Vestir a humanidade em almas imortais!
Primeiro de Maio
20
Respodei aos tiranos salafrários
Cruzando os vossos braços neste dia.
Conquistemos a vida dando a morte
Às colunas sociais da tirania!
O Amor
A Hora
21
Além-mar, o canhão; foi-se o marasmo
O Protesto
22
Sou a nova intuição contra a lei do Senhor;
A Cidade
*Marselhesa de Fogo
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A chama a crepitar! E círculo formai!
Dançai!
Dançai!
24
O burgo é vêlo, o fogo é bom!
25
O velho burgo tomba enfim,Oh! Quanto abutre cai e morre!
26
Chega o momento da vindicta,
Em benefício unicamente
27
Sem generais a dirigir;
As honrarias desprezamos,
28
Não vês que sopra do deserto
Se a tirania te consome
As alegrias do viver,
29
A Ronda Heróica
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Anarquia
31
Atroz Realidade
32
Para um operário
33
Liberdade!...
34
Onde aspira bradando: liberdade!
Miséria
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Envolto e confundido em tua vida amarga!...
A Fábrica
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Do que a cruz em que foi pregado Cristo!
Ululo
37
É um Proudhon, é um Reclus, é um Pedro Kropotkine!
Justiça
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e a Humanidade sofre! E ninguém da o alarma,
Anarquia
39
-Como me chamo? -Eu chamo-me Anarquia!
A nossa fogueira
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A tirania
41
Pátria
42
A República
um arremedo de democracia,
43
Ferrer
Fuzilaste o Pensamento
Espanha de Torquemada,
Espanha medieval,
tu és pátria brutal
da Reação e da Turturada.
Espanha fanatizada
És vergonha da Europa,
No Tenebroso castelo
44
de Montjuich -vil, odioso,
O sublime educador
Espanha do jesuitismo;
em prol do obscurantismo
Fuzilaste o Pensamento.
45
Mas qual Fenix fabulosa,
e a Obra há de renascer
do austero Pensador
A Escola Moderna
46
Que aos crentes inspirasse a fé que se revona…
47
...Banhou com sangue o ideal! E o sangue, tumultuário,
Francisco Ferrer
Morte ao infiel!”
E a terra, horrorizada,
48
De um mar de sangue tétrico e iracundo.
49
Nasce, cresce, floreja do fermento
Ferrer!
do amanhã!
Ao disparo homicida
reticência de sóis…
50
que pontuaram, à luz das horas matutinas,
A Marselhesa do Futuro!
Dom Quixote
51
Reina, domina a musa -um sol de luz tão viva
A Justiça
52
Que num leito de vil ouro se espreguiça:
Raciocinando
53
Pois não se vai bolir no cancro alicerçado,
Um pavoroso milagre
A um púlpito quebrado
54
Às multidões beatas,
Crivado de pecados;
É o pestífero ninho,
55
Covil de pecadores
Agora permutou-te
A cúpula divina,
As músicas da aurora
56
Novo padre jacinto, sacudiste
E, pois, te restituiste,
Acabarás em lenha,
Barbas de molho
O vigário da Tapera
57
Foi-se um dia deste mundo, berrando como uma fera.
Pecados
58
Não fui sequer ouvido ou convidado
A um padre
59
Iludes de maneira a mais ladina
Cristo-proletário
60
Torna-te um revoltado, um ladrão, um incendiário,
Não-Sim Sim-Não
61
ao som surdo da música dos ais.
a se contraditar, discompassados:
O mineiro
Tu arrancas o carvão,
Careces do necessário.
És a presa do vilão,
62
Passas fome- é teu fadário.
De madrugada ao sol-posto
Só te produzem desgosto…
E és a fonte da riqueza,
Sentes do ar a impureza
63
Porque és mais preciso à lida
E à sociedade em geral.
E combate o capital
O Trabalhador
64
E põe-se a refletir na sorte desgraçada
O Merecimento
65
Bendito o que tem braço para erguer,
O Modelo
66
O sem par, o sozinho, o último, o herói,
Os Seringais
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sem destino, sem pão, sem leis, sem lar, sem trato,
A Prisão
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Faz dessa Via-Sacra o caminho mais curto
69
Gritai, ovacionai, enchei de vento
José Oititica
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Lênin brasileiro, te chamaram;
Guerrilheiro Órfão
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Que te diga a sorrir: “Luta meu filho...vai!”
Anseios
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que orbe formoso e jucundo,
73
em que a gente se irmanasse
um anátema deletério.
Escutai, ó povo
74
criador das maravilhas que há no globo:
75
Do ideal Porvir o rútilo edifício
76
a Cidade Encantada da Justiça!
Espanha
77
Prisioneiro da Cruz, da Espada e do Milhão,
Cocoriqué!
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Plínio! Plínio! tu tens mais fôlego que um gato
79
O Delíquio
80
Negrinho do Pastoreio
Há erros da sociedade,
Na vida da humanidade.
"Negrinho do Pastoreio"
É a lenda conhecida,
A História se repete:
O senhor é industrial,
O negrinho é o proletário,
81
Muito o negrinho sofreu,
O Povo
82
Esqueço a Torre de Marfim da lenda.
*Canto Operário
ó escravos do salário;
83
Vossos braços,
Vosso braços,
fortes laços
sempre vivos
enlaçai!
Vida! vida
decidida!
Eia, uni-vos!
Despetai!
Desprezados,
embalados na esperança,
ficais sós!
Luta! Luta
resoluta!
Confiança
só em, vós!
Tu és sangue, liberdade!
Liberdade, tu és vida!
84
Mas mentira, falsidade,
Liberdade e alegria
ao trabalho fecundante!
85
Tudo, tudo produzimos;
Separados, sucumbimos
; só unidos, venceremos!
Um só corpo, produtores,
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ao fraterno sentimento!
A Lanterna Redivida
87
Guia-a, a pulsar-lhe vívido, no peito
Hipocrisia
Ao pé do negro "altar-da-penitência".
88
E ousadia do clero salafrário,
Do milagre a exploração
89
Se não há nêle metida
Alguma tapeação...
90
Fora, o lixo que o mundo nos atira!...
O Confessor
Aos Coroados
91
Faço aqui, (perdoai-me a bárbara heresia)
92
Repugna-me também vosso confessionário,
O Padre
93
Tua batina, padre, eu te confesso,
tu és a perfeição do retrocesso!
Aos Padres
94
Tremei de susto e horror, ó aves de rapina,
95
Depois para evitar que o cheiro nauseabundo
Ébrio
96
-Como é possível dar-se assim ao vício!
À Operária
97
Como a águia da Legenda espedaçava outrota
Pequeno Proletário
98
Que, de manhã à noite, aí no ofício
Desgarrão
99
O operário não tem onde morar
A justiça
100
Ouves! Retumba a torva tempestade
Os Grevistas
101
São operários, andrajosa gente
em solidariedade comovente.
e as eloquencias da metralhadora!
O Último Grito
102
Arvoras-te em juiz oh!... velha desdentada,
103
Problema social! gritam por toda parte;
Meu estandarte
104
Guia das multidões, cultor do Gênio, poeta.
105
E é previsto que em minha orquestra de mar,
106
Prazo aceitável
Muito pachorrentamente,
Cheio de indignação
Ia o burguês recriminar
Aquela irreverência.
O ladrão, entretanto,
107
Podia ser um santo
Da carteira roubada,
Ao burguês entregou!
E capitalizados
108
Levou toda carteira.
Peão da Energia
Torquemada
Da negra inquisição
109
De vítimas milhares!... Monstro horrendo!
Maldição! Maldição!
O transatlântico penadamente,
110
O Cais deixou, e apenas certa gente
111
e fogem dos reis trêmulos dos paços.
Exortação
112
Pravidades de deuses e tiranos.
Tragi-Comédia
113
Na insana decisão raivosa de assalta-las…
Laus Satan X
114
Deste grão César não me induzem, nem me tentam.
O Fuzilamento de Ferrer(Injustiça)
115
Diz-se hipocritamente Cristã,
116
Nada prova? Ah! Só prova o improvável!
No Exílio…
117
Além já a divisa o Sol da Redenção
1º de Maio
118
tu, ó Maio de luz e dor que agora passa,
O vampiro
119
E dorme pachorrenta e calma como um frade
120
e que açoita o cavalo com sangue do anti-Cristo!
A caserna
121
Em chacinas brutais, impróprias destas eras…
O Turbilhão
122
Espiam dois vitrais ardentes como luas.
Proletário
123
E vencerás a luta enorme e forte!...
*A BATALHA
124
A terra só pertence a quem trabalha...
125
Um povo livre e feliz.
De um mundo superior.
Superior á Verdade.
Tomem nota!
É coisa séria.
126
A Igreja, ao vir, a República,
E diz ao desconhecido
Os simples e os farizeus,
A Ideia
127
Em vão a buscas nessa imensa esfera!
Ibéria
Terra.
128
Quem a repara dos pensadores da serra,
129
E vós que hoje rendes, num gesto bem sublime,
Em Nome da Lei…
130
Sou uma pobre mulher, mas tenho dignidade!
131
Dentro da noite…
Desgraçada!...
132
Lá dentro, a voz alegre das crianças
A pátria
133
Mas enches o Tesouro à Pátria querida.
A Velha inutilidade
134
jamais acorda os ecos nos recantos.
A Canalha
135
Avança para ela, escava e não recua.
Primeiro de Maio
136
Hurrah! Hurrah! -volvem mil ecos,
o lençol ao Imperador?
a ladainha da Dor!...
137
brada Justiça! em clamor,
*Estribilho
138
Seja o mundo liberto da guerra,
139
Era uma vez
140
Esqueça Deus
Contraste
141
Vamos! basta de farças e basta de farçantes:
142
Também nos dobras da sotaina escura
143
Há discussões e insultos; certamente,
*A Volta
144
E ajuntaremos: -Meu irmão, cá estamos
145
queimado o milharal, morta a semente,
146
A vida não deserta, não descura
147
e a quem a vã espera em si amarra
O Padre
148
A Comuna de Paris
149
E faz luzir na treva o tríplice fanal
E grava em letras de ouro os direitos do homem,
Cujo brilho perene os anos não consomem,
A mesma mão levanta o facho da Igualdade
E clama em bronzea voz: És livre, Humanidade
Une-te pelo amor; trabalha e sê feliz!
150
Que atrai a chama aqui o revolucionário,
Alguma coisa mais nos emociona e prende:
É uma aureola de ouro, uma auréola que explende
E desta bela terra a Luz ideal espalha,
Nome que só dizê-lo é um repto: A Batalha!
Alvorecer
As campinas verdejantes
Na gestão de três meses
São as floridas amantes
Dos fecundos camponeses.
Cessa a luta fraticida
Ante uma frase de luz:
-Pois só tem direito à vida
Quem para a vida produz!-
151
Só tem uma lei: o Amor!
Párias…
152
E está a ralar o momento desejado,
Em que se dirá com alegria e ironismo:
Padre? Cura? Vaticano? Clericalismo?
-Felizmente já é vergonha do passado!!!
1º de Maio
De imensas guilhotinas.
De brasas: a Anarquia!
153
A Melancia
Há na fauna diretora,
Repletos de pacifismo,
Resguardar na piolhieira
Recoberto a sinapismo.
Praticam paraquedismo.
154
Mas na aparência enganosa,
O Pelego
o Pelego é um produto
Da criação do varguismo.
Do ventre do trabalhismo
Os proventos sindicais.
De todos os exercícios.
A carranca do patrão,
E do ministro, o "sabão"
155
Que, todo contrito, escuta.
Só se desvela e matuta
Gordinho e reluzente,
E ladainha convexa,
Na primeira ocasião…
Pão e circo
156
Era assim na Roma antiga
Os aforismos de então.
As padarias tomasse
157
Proclamação às tropas de “choca” do exército
“galinhas verdes”
consola os desconsolados…
158
O susto do Gegê
159
Vendo um sorriso dos pontapés da turba…
O que eu odeio
160
Quando de espada à cinta e farda com galões…
161
Por causa delle é que não há no mundo Amor,
*Amor Rebelde
162
outro amor eu preferia.
ao covarde opressor.
bandeiras ensangrentadas.
e derrubamos as muralhas
163
E no dia em que venceremos,
*A Revolta
Religiões,
Patrões e Governantes,
164
E com nossos corações fraternos
Trabalhador ou agricultor
De um extremo ao outro
Religiões,
Patrões e Governantes,
165
O estado nos esmaga com altos impostos
Religiões,
Patrões e Governantes,
O capital triunfante;
166
Cortando a mulher e a criança.
Religiões,
Patrões e Governantes,
167
Cabe a nós somente a liberdade.
Religiões,
Patrões e Governantes,
168
O cárcere abominável desaparecerá
e no mundo só permanecerá
E então
no coração
cessará
a agonia e a amargura.
E então
no coração
cessará
a agonia e a amargura.
169
*O Triunfo da Anarquia
Destruir as monstruosidades
170
Camaradas, saiam da fábrica
171
Sonhamos amor entre nações inteiras
172
Porque na lei há apenas punição
173
De pé, de pé, companheiros de miséria
(adaptação)
E partem cantando,
E partem cantando,
174
com esperança em cor.
vocês trabalhadores
Camaradas no anonimato,
e esta é a vingança,
e esta é a vingança,
175
com uma vil mentira,
República burguesa,
temente da anarquia,
temente do futuro,
livre da opressão
temente do futuro,
livre da opressão.
e condenar a guerra:
funerais da escravidão.
funerais da escravidão.
176
E partem cantando,
E partem cantando,
vocês trabalhadores
Camaradas no anonimato,
e esta é a vingança
e esta é a vingança
177
que pedimos a você.
República burguesa,
temente da anarquia,
Temente do futuro,
livre da opressão,
Temente do futuro,
livre da opressão.
e condenar a guerra:
funerais da escravidão.
funerais da escravidão.
178
*Viva a Anarquia
de anarquia e solidariedade,
em defesa da liberdade.
179
Viva a anarquia ...
"Da-me pão",
Viva a anarquia …
*Amarrado à Cadeia
Amarrado à cadeia
da iniqua exploração
com amor caminha o pária
180
Rumo à revolução.
Liberdade, amada
tu és meu único anseio
tu és meu sonho
és meu amor!
Liberdade, amada,
tu és meu único anseio
tu és meu sonho,
és meu amor.
181
Os cárceres e castelos
Nós devemos derrubar,
Nos enganam os caudilhos,
roubam nossa liberdade.
*Juventude Libertária
182
bela esperança libertária
que ilumina nosso subsistir.
Nosso lema é a Anarquia
nosso escudo de verdade,
damos o peito se preciso até morrer,
morrer pela liberdade.
Às mulheres
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a todo no doce existir.
Há de ser obra da juventude
romper as cadeias da servitude.
Em busca duma vida melhor
onde os seres humanos
gozem do amor.
Por uma ideia lutamos,
a qual defendemos
com muita razão.
Acabam-se os tiranos,
guerras, que não queremos,
e a exploração.
Todos nascemos iguais
A natureza não faz distinções;
comunistas libertárias
luta com firmeza
pela revolução.
As mulheres devem colaborar,
na linda obra da humanidade;
mulheres, mulheres, necessitamos vossa união
No dia em que rebente nossa grande revolução.
184