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História das instituições escolares: desafios

teóricos
History of school institutions: theoretical challenges
José Luís Sanfelice
Professor titular em História da Educação UNICAMP/FE/
DEFHE; Pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas -
HISTEDBR.
e-mail: sanfelice00@hotmail.com

Resumo
O presente artigo, reconhecendo a importância que os estudos históricos das instituições escolares vêm
adquirindo no campo da historiografia educacional mais recente, busca realizar uma breve reflexão sobre
os riscos teórico-metodológicos que podem comprometer o alcance de resultados cientificamente significa-
tivos para a área de conhecimento. Sem censurar as inovações, indica que é preciso entendê-las no campo
do confronto ideológico que envolve a escolha de referenciais científicos. Espera-se trazer uma contribui-
ção ao debate, com um posicionamento no âmbito do materialismo histórico-dialético.
Palavras-chave
Ciência da história. História da educação. História de instituições escolares.

Abstract
This paper, acknowledging the relevance that the studies about the history of school institutions have been
acquiring in the field of the most recent educational historiography, aims to briefly discuss about the
theoretical-methodological risks that can compromise the extent of scientifically significant results for the
area of knowledge. Instead of criticizing the innovations, it points out that they must be viewed in the light
of the ideological confrontation that involves the choice of scientific reference points. This work expects to
bring some contribution to the debate, taking a position in the scope of the historical-dialectical materialism.
Key words
History science. History of education. History of school institutions.

Série-Estudos - Periódico do Mestrado em Educação da UCDB.


Campo Grande-MS, n. 25, p. 11-17, jan./jun. 2008.
[...] o evento, o indivíduo e até a retomada As abordagens visando captar os
de algum estilo ou modo de pensar o objetos podem e devem ser múltiplas, pois
passado, não são fins em si mesmo, mas
meios de esclarecer alguma questão mais
são como instrumentos do pesquisador
ampla, que ultrapassa em muito o relato empenhado em captar o real tal como ele
particular e seus personagens. é. O alcance e os limites de cada aborda-
(HOBSBAWM, 1998, p. 202) gem se diferenciam e, em alguns casos, se
Produzir o estudo da história das ins- esgotam já na constatação tão somente
tituições escolares tornou-se uma prática da aparência. O senso comum, por exemplo,
bastante comum entre os historiadores da pode ser resultante de uma abordagem
educação mais recentes. Já se somam às mais precária, enquanto o bom-senso resul-
centenas os trabalhos que se abrigam sob ta de maior elaboração. O bom-senso pode
este tema de investigação. Nosella e Buffa dar origem ao conhecimento científico cada
(2006) observaram, por exemplo, que essas vez mais complexo, mas novas mediações
pesquisas se desenvolveram, sobretudo, a são necessárias.
partir dos anos 1990. Os motivos seriam a No sentido que acabo de explicitar,
consolidação da pós-graduação, que levou não vejo maiores dificuldades em aceitar a
a uma maior institucionalização da pesqui- possibilidade de pesquisas voltadas para
sa acadêmica, e o estímulo favorável de objetos singulares. Mais do que isso: vejo a
uma possível crise de paradigmas, propicia- possibilidade de se construir um conheci-
dora de pluralismo epistemológico e temá- mento verdadeiro dos objetos. Um conheci-
tico, privilegiando o estudo de objetos sin- mento verdadeiro para o(s) sujeito(s) que
gulares. conhece(m) e que têm, sempre, certa relati-
Pressupondo que Nosella e Buffa vidade, pois não seria a apreensão da tota-
(2006) estejam corretos, quero entender que lidade da verdade. Mas, ainda assim, conhe-
o estudo da história de uma instituição es- cimento verdadeiro e, portanto, sem a possi-
colar é o estudo de um objeto singular, mas, bilidade de se constituir apenas em verdade
como os mesmos autores sinalizaram, tam- subjetiva, ou seja, o relativismo da verdade
bém um estudo que pode resultar de uma de cada um: uma verdade, enfim, relativa,
possível fragmentação que dificulta a com- objetiva/subjetiva.
preensão do fenômeno educacional em sua Preservados os espaços acadêmicos
totalidade. democráticos, nos quais os pesquisadores
Toda vez que observo o embate das necessitam de liberdade para escolherem
posturas que os autores citados registraram, os seus objetos de pesquisa e fazerem suas
procuro deixar logo claro: nenhum objeto, opções de abordagens, gosto de lembrar
por mais singular que seja, está interditado que essa democracia e liberdade costumam
a um pesquisador que queira se compro- ter condicionantes que as limitam. Cito três
meter com a visão de totalidade histórica; exemplos: a) objetos de estudo que se en-
os objetos são o que são e se manifestam contrem fora da moda acadêmica hegemô-
pela sua aparência e/ou essência. nica podem não encontrar grande recepti-

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vidade nas agências de fomento às pes- Assim posto, relembro que conside-
quisas, quando os pesquisadores deman- ro o estudo da história de uma instituição
dam recursos para seus projetos de investi- escolar o estudo de um objeto singular; que
gação, pois as agências estabelecem priori- o estudo de um objeto singular não está
dades; b) objetos e abordagens não con- interditado ao pesquisador que deseja se
templados pelo manto sagrado das linhas comprometer com uma visão de totalidade
de pesquisa ou os grupos de pesquisa não histórica, e que o estudo de um objeto sin-
credenciados podem ser consideradas pes- gular pode ser também a opção por uma
quisas relevantes, bem propostas, mas para postura epistemológica fragmentada.
as quais não estão previstos recursos; c) A questão central, a partir de agora,
difundem-se, entre os pesquisadores, certos passa a ser a seguinte: que implicações
modismos que sugerem a necessidade de decorrem de cada uma das opções acima?
se estar atualizado. Há uma sensação de Trata-se, portanto, de uma reflexão episte-
que não aderir à moda ou à última influên- mológica.
cia da cultura européia ou norte-americana Segundo Nosella e Buffa (2006, p. 3),
por aqui divulgada, torna-nos ainda mais a postura epistemológica fragmentada vem
subdesenvolvidos e dependentes. Há um se caracterizando por privilegiar temas como
olhar de desdém para com as resistências [...] cultura escolar, formação de professo-
e os resistentes começam a ter seus espa- res, livros didáticos, disciplinas escolares,
currículo, práticas educativas, questões de
ços de debates, de apresentação de traba- gênero, infância e, obviamente, as institui-
lhos em colóquios, jornadas, simpósios, se- ções escolares. A nova história, a história
minários e congressos cada vez mais dimi- cultural, a nova sociologia, a sociologia
nuídos. Uma boa desculpa nos dias de hoje francesa constituem as matrizes ou a tela
de fundo teórica das pesquisas realizadas.
para evitar a participação dos indesejados
e/ou inoportunos é alegar que os ditos cujos Para os autores citados, a expressão
não fazem a interlocução com a produção cultura escolar, por exemplo, vem sendo
mais atual da área. usada como categoria abrangente e funcio-
As observações acima não me im- nam como categorias de análise:
pedem de constatar que o tema “história o contexto histórico e as circunstâncias
específicas da criação e da instalação da
das instituições escolares”, no sentido em escola; seu processo evolutivo: origens,
que apontei, está na moda, entre outros. apogeu e situação atual; a vida da escola;
Isso significa dizer que o tema tem bons o edifício escolar: organização do espaço,
espaços nas áreas acadêmicas, nas agên- estilo, acabamento, implantação, reformas
cias e nas editoras, por exemplo. Sem ne- e eventuais descaracterizações; os alunos:
origem social, destino profissional e suas
nhum pudor, tenho orientado vários traba- organizações; os professores e administra-
lhos, desde os de conclusão de curso (TCC), dores: origem, formação, atuação e organi-
de mestrado ou mesmo de doutorado, es- zação; os saberes: currículo, disciplinas,
pecificamente tratando do tema em pauta.1 livros didáticos, métodos e instrumentos

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de ensino; as normas disciplinares: regi- gosta de saber como eram vestidas e
mentos, organização do poder, burocra- educadas as crianças dos séculos passados
cia, prêmios e castigos; os eventos: festas, e suas brincadeiras ou como as normalis-
exposições, desfiles e outros. (Nosella e tas representavam a relação diploma-ca-
Buffa, 2006, p. 4) samento? Ou ainda, quem não gosta de
Baseados na vasta experiência ver enaltecidos os fundadores de uma
escola significativa para sua própria cida-
vivenciada na área da História da Educação de? Ou, finalmente, quem não gosta de
e sendo profundos conhecedores do tema ver, consagrados em livros, nomes e foto-
aqui abordado, Nosella e Buffa ponderam: grafias de seus antepassados?
Constatamos que este tipo de pesquisa Estudos como estes agradam a inúmeros
apresenta sérios perigos metodológicos, leitores. (NOSELLA e BUFFA, 2006, p. 5)
porque o envolvimento do estudioso é fácil;
Até seria possível fazer uma conside-
o difícil é produzir um resultado final crí-
tico e proveitoso. Freqüentemente, o pes- ração, neste momento, sobre o sucesso
quisador resvala em reducionismos teóri- editorial e mercadológico que as pesquisas
cos tais como particularismo, culturalismo que contemplam novos objetos e novas
ornamental, saudosismo, personalismo, abordagens conseguem, mas seria uma
descrição laudatória ou apologética.
digressão um tanto grande. Persigo, então,
(NOSELLA e BUFFA, 2006, p. 5)
a continuidade da reflexão3.
Da minha parte, eu já havia apresen- O pesquisador da História da Edu-
tado trabalho na V Jornada do HISTEDBR2, cação não necessita furtar-se à abordagem
afirmando que os caminhos de que o pes- do objeto singular, embora, como já dito,
quisador dispõe para ingressar na história haja riscos metodológicos e vacilos que
de uma instituição escolar são inúmeros. comprometem o trabalho científico. É pre-
Conseguindo acessar a referida história, por ciso enfrentar o desafio nodal:
toda e qualquer porta que se abra (enten- [...] por mais sedutoras que sejam essas
da-se a diversidade de fontes) é necessário pesquisas, não se pode admitir que a
montar o quebra-cabeça a ser decifrado descrição pormenorizada de uma dada
(entenda-se, compreendido e analisado). instituição escolar deixe de levar o leitor à
Mas, o mais importante naquela comuni- compreensão da totalidade histórica. A
dificuldade principal reside exatamente aí:
cação era minha preocupação em sinalizar conseguir evidenciar, de forma conveni-
como o pesquisador, após mergulhar pro- ente, o movimento real da sociedade [...].
fundamente no objeto singular, sai dele, ou (NOSELLA e BUFFA, 2006, p. 5)
seja, algo que Nosella e Buffa chamaram Corroborando perspectiva teórico-
de “final crítico e produtivo”. metodológica indicada acima, lembro da
Tenho que reconhecer, como os au- minha insistência contida no trabalho apre-
tores citados fizeram que sentado à V Jornada do HISTEDBR:
[...] estudos e pesquisas que retratam, de [...] a dimensão da identidade de uma ins-
forma curiosa, aspectos singulares da ins- tituição somente estará mais bem
tituição escolar, em tempos diversos, são delineada quando o pesquisador transi-
fascinantes e até sedutores. Quem não tar de um profundo mergulho no micro e,

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com a mesma intensidade, no macro. As em múltiplos e infinitos detalhes que são,
instituições não são recortes autônomos
muitas vezes, interessantíssimos e/ou curio-
de uma realidade social, política, cultural,
econômica e educacional. Por mais que sos. A pesquisa pode se deter aí, mas para
se estude o interior de uma instituição, a uma opção metodológica dialética, não.
explicação daquilo que se constata não Após o exaustivo levantamento e apresen-
está dada de forma imediata em si mes- tação dos dados empíricos de um objeto
ma. Mesmo admitindo que as instituições
adquirem uma identidade, esta é fruto dos
singular – a instituição escolar – é ainda
laços de determinações externas a elas e, necessário explicitar suas múltiplas relações
como já dito, ‘acomodadas’ dialeticamente com o contexto. Repito: um contexto social,
no seu interior. (SANFELICE, 2007) político, cultural e econômico, entre outros.
De forma enfática, como foi sinteti- Por difícil que pareça a apreensão da
zado: “Defendemos uma linha metodoló- dialeticidade da relação entre estrutura e
gica que descreve o particular, explicitando superestrutura, entre sociedade e escola,
suas relações com o contexto econômico, fica claro que seu evidenciamento é o
objetivo da ciência [...]. (NOSELLA e BUFFA,
político, social e cultural, dialeticamente rela- 2006, p. 13)
cionados” (NOSELLA e BUFFA, 2006, p. 8).
Resta-me, portanto, insistir na ques-
Diante do exposto, posso sugerir a
tão metodológica e/ou epistemológica, ou
já constante imagem que nos é sempre
seja, na necessidade de se fazer da história
lembrada. O pesquisador, quando está de
das instituições escolares objetos singulares,
frente para uma imensa floresta, pode ter
duas posturas metodológicas: a) pretender um excelente exercício para que se possa
conhecer a totalidade da floresta e, realmen- iniciar e praticar as exigências da ciência
te, é uma pretensão inicial; b) ou já encan- da história. O objeto singular não se explica
tar-se com o primeiro arbusto e tornar-se em si mesmo, por mais que eu possa narrar
um especialista daquele arbusto, esquecen- amplamente as características constitutivas
do a floresta que nem mais vê. Enquanto de sua identidade. Uma instituição singu-
no segundo caso a especialização levará à lar é instituída, por exemplo, por um ou
pobreza de interpretação, pois se perde a vários grupos sociais, ou por uma classe
dimensão das relações múltiplas do arbusto social que, freqüentando-a, levam para o
com o conjunto da floresta, a primeira seu interior um mundo já estabelecido fora
opção também pode começar pelo arbusto, dela. O mesmo acontece com o conjunto
mas caminha na direção do conhecimento de educadores que por ela transita. Mas
da floresta: trata-se de atender à pretensão não é só isso, pois as instituições escolares
inicial. respondem a ordenamentos jurídicos e le-
O mesmo acontece com a história gais sobre os quais não tiveram poder de
das instituições escolares. Como um arbus- escolha. E há muito mais: há as políticas
to da “floresta” social, política, cultural e eco- educacionais, há o Estado e, em última ins-
nômica, a história de cada instituição esco- tância, há a determinação de um mundo
lar pode ser escrita, narrada, apresentada da produção material sobre o qual as ins-

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tituições e os homens se organizam e não é nenhuma necessidade da ciência da
estabelecem suas conflituosas e antagôni- história, mas um embate que, em nome da
cas relações. É preciso atentar para o fato ciência, se traduz, de fato, no campo das
de que a instituição escolar exerce apenas ideologias.
uma parcela das práticas educativas que
cada sociedade desenvolve. E, só se justifi- Notas
ca o estudo histórico do objeto singular, no 1
Alguns exemplos: ANANIAS, M. As escolas para o
caso, a história das instituições escolares, povo em Campinas: 1860-1889. Origens, ideário e
se tais esforços trouxerem mais luzes para contexto (Dissertação de Mestrado) – Universidade
compreendermos o fenômeno educativo Estadual de Campinas, Campinas, 2000. ALMEIDA,
geral de uma sociedade historicamente de- C. C. A. de. Origem e fundação da 1ª Faculdade de
Engenharia de Sorocaba: FACENS (Dissertação de
terminada. Se assim não for, estudaremos Mestrado) – Universidade de Sorocaba, Sorocaba,
o arbusto sem conseguir enxergar a floresta. 2006. DESSOTTI, I. C. C. História da educação de
Novamente utilizo-me das palavras Votorantim: do apito da fábrica à sineta da escola
do autor já citado na epígrafe para sintetizar (Dissertação de Mestrado) – Universidade de
uma possível conclusão: Sorocaba, Sorocaba, 2007. SILVA, F. C. A Faculdade
de Tecnologia de Sorocaba: antecedentes e primei-
A nova história dos homens e das menta-
ros anos (1971-1981) (Dissertação de Mestrado) –
lidades, idéias e eventos pode ser vista mais
Universidade de Sorocaba, Sorocaba, 2008.
como complementar que como substituta 2
V Jornada do HISTEDBR – Grupo de Pesquisas
da análise das estruturas e tendências
“História, Sociedade e Educação no Brasil”, realizada
socieconômicas. (HOBSBAWM,1998, p. 205)
de 9 a 12 de maio de 2005, na Universidade de
Logo, passa a ser possível afirmar Sorocaba – Uniso. Cf. Sanfelice (2007).
que tomar o complementar pelo principal 3
Cf. Sanfelice (2006).

Referências

HOBSBAWM, Eric. Sobre história. São Paulo: Companhia da Letras, 1998.


LOMBARDI, José C.; CASIMIRO, Ana Palmira B. S.; MAGALHÃES, Livia Diana R. (Orgs.). História,
cultura e educação. Campinas: Autores Associados, 2006.
LOMBARDI, José C.; NASCIMENTO, Maria Isabel M. (Orgs.). Fontes, história e historiografia da
educação. Campinas: Autores Associados; HISTEDBR; Curitiba: PUCPR; Palmas: UNICS; Ponta
Grossa: UEPG, 2004.
NOSELLA, Paolo, BUFFA, Ester. As pesquisas sobre instituições escolares: balanço crítico. In:
Navegando na história da educação brasileira. Disponível em: <www.histedbr.fae.unicamp.br>.
Acesso em: 23 abr. 2008.
SANFELICE, José Luís. História das instituições escolares. In: NASCIMENTO, Maria Isabel. M.;
SANDANO, Wilson; LOMBARDI, José C.; SAVIANI, D. (Orgs.). Instituições escolares no Brasil.
Conceito e reconstrução histórica. Campinas: Autores Associados; HISTEDBR; Sorocaba: Uniso;

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Ponta Grossa: UEPG, 2007. p. 75-93.
______. História, instituições escolares e gestores educacionais. In: Revista Histedbr On-Line.
Número especial, ago. de 2006. Disponível em: <www.histedbr.fae.unicamp.br>. Acesso em: 20
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______. Perspectivas atuais da história da educação. In: SCHELBAUER, A. R.; LOMBARDI, J. C.;
MACHADO, M. C. G. (Orgs.). Educação em debate. Perspectivas, abordagens e historiografia.
Campinas: Autores Associados, 2006. p. 23-52.

Recebido em 30 de abril de 2008.


Aprovado para publicação em 26 de maio de 2008.

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