Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
LOCAL
MESTRANDOS:
Adilson Carvalho
Naldina Teixeira
Odair Ramos
Introdução ..................................................................................................................................... 4
Os Transportes no processo de Desenvolvimento Local............................................................... 5
Conceitualização de Transportes ................................................................................................... 6
Breve abordagem sobre os Transportes Marítimos ....................................................................... 7
A frota de navios da CV inter-ilhas ............................................................................................. 10
Breve abordagem sobre os Transportes Aéreos .......................................................................... 12
Análise de alguns dados do INE ................................................................................................. 14
Constrangimentos do setor dos Transportes Inter-Ilhas .............................................................. 16
Conclusão .................................................................................................................................... 18
Bibliografia ................................................................................................................................. 19
Lista de siglas
CV Cabo Verde
A falta de uma política clara e assertiva em relação ao sistema dos transportes inter-ilhas
de Cabo Verde tem causado grande insatisfação à população cabo-verdiana, tanto os
residentes como também as comunidades emigradas. As dificuldades surgem desde uma
necessidade de se deslocar à uma determinada ilha para férias, ou então para visitar os
familiares, como também daqueles que dependem do serviço de transporte inter-ilhas
como forma de impulsionar os seus investimentos tanto devido a necessidade de
receberem materiais primas de outras ilhas ou mesmo de fora do país bem como no
escoamento dos seus produtos para a satisfação do consumidor final. Essa situação de
todo não abona a competitividade das empresas, mormente o desenvolvimento do tecido
empresarial nacional e claramente que tem um impacto negativo no desenvolvimento que
se quer para o país.
O setor dos transportes contribui grandemente para o desenvolvimento dos mais variados
setores, principalmente o turismo, o comércio, a modernização da agricultura, a pesca,
etc. proporcionando grande impacto na vida das pessoas e nos indicadores
macroeconómicos de um país. Os transportes tanto aéreos como marítimos proporcionam
um grande impulso na economia nacional, facilitando a mobilidade dos passageiros e de
mercadorias tornando-os mais próximos aos consumidores, aumentando o valor
econômico aos produtos quer acabados, quer matérias-primas de modo que gera grandes
oportunidades de negócios. É um setor estratégico para a catalisação da economia.
Conceitualização de Transportes
Embarque Desembarque
Total 773 869 760 267 797 687 756 915 813 687
Desembarcados 386 882 380 650 399 864 377 866 408 768
Embarcados 386 987 379 617 397 823 379 049 404 919
Fonte: ENAPOR
KRIOLA
Capacidade Passageiros 164
Camarotes 6 Vip w/ toilet
Carros 16 vans +3 trukcs
Covered Car Deck Height 2.3
Velocidade (nós) 19
LIBERDADI
Capacidade Passageiros 164
Camarotes 6 Vip w/ toilet
Carros 16 vans +3 trukcs
Covered Car Deck Height 2.3
Velocidade (nós) 19
PRAIA D’AGUADA
Capacidade Passageiros 208
Camarotes 1ª / 2ª
Carros NA
Covered Car Deck Height
Velocidade (nós) 13
CHIQUINHO BL
Capacidade Passageiros 430
Camarotes NH
Carros 25
Covered Car Deck Height 4
Velocidade (nós) 15
INTER ILHAS
Capacidade Passageiros 300
Camarotes
Carros 25 cars incl 2
troley 40ft
Covered Car Deck Height
Velocidade (nós) 10
SOTAVENTO
Capacidade Passageiros 200
Camarotes
Carros
Covered Car Deck Height
Velocidade (nós) 10
Breve abordagem sobre os Transportes Aéreos
Neste contexto, o regime de tarifas máximas aprovadas e publicadas pela AAC em março
de 2016, através do regulamento n° 02/09/CA-2016 de 13 de junho, bem como a
atualização publicada 18 meses depois através do regulamento n° 02/06/CA-2018 de 13
de julho, mostraram a necessidade de um sistema que garantisse maior previsibilidade e
transparência em termos de metodologia tarifária, periodicidade e do impacto económico
nas operações do transporte aéreo doméstico.
O diploma veio a estabelecer quatro tipos de tarifas: tarifa base de referência; tarifa
promocional; tarifa social e tarifa flexível.
- Pode estas políticas contribuir para o desenvolvimento do país ou das ilhas em particular
em iguais proporções de oportunidades?
ATR
Quantidade 3
Capacidade de passageiros 72
Modelo 72-500
Análise de alguns dados do INE
Movimentação de aeronaves
De acordo com as tabelas acima, podemos ver que do segundo trimestre de 2016 ao
primeiro trimestre de 2017 a tendência foi positiva com um aumento gradual do número
de movimentos.
Já a partir do segundo trimestre de 2017, regista-se uma descida, tendência que se mantém
até ao segundo trimestre de 2019, registando uma pequena subida no terceiro trimestre de
2019.
Os dados que dispomos, não englobam o ano de 2020, mas o facto de ser um ano marcado
pelo contexto pandêmico bem como pelas restrições de circulação que afetou sobretudo
o setor aéreo desde o primeiro trimestre, estando ainda longe de atingir a sua normalidade
supomos que teremos uma queda que ultrapassa os 50%, mas esse resultado, por estar
relacionado a pandemia e não às políticas estabelecidas, não têm relevância para o estudo
que ora realizamos.
Ainda observando esses números e pode-se dizer que a reestruturação efetuada em 2017
terá resultado num aumento em de cerca de 36.8% no segundo trimestre de 2017 em
relação ao mesmo período de 2016, com 4567 e 3338 aterragens e descolagens
respetivamente fazendo com que tivesse um aumento também de 26.3% do número de
passageiros transportados.
Ainda desse período há que realçar que os números do INE, indicam uma diminuição de
5.6% da tonelagem de carga transportada.
Fazendo uma comparação com o setor dos transportes marítimos, observa-se que neste
mesmo período, houve um aumento de 2.2% na tonelagem de mercadorias e 2.9% no
número de passageiros transportados mesmo com uma queda de 1.2% no número de
viagens.
Constrangimentos do setor dos Transportes Inter-Ilhas
Em relação aos preços das passagens aéreas há muito que a população vem reclamando
tendo em conta o valor elevado, sem contar que muitas vezes o valor de uma ilha a outra
tem um preço, mas a viagem inversa tem outro preço, principalmente entre as ilhas de
São Vicente e Santiago.
No que tange as rotas estabelecidas, como já tínhamos referido, a falta de ligação entre as
ilhas de São Vicente e São Nicolau, cria vários constrangimentos na deslocação entre
estas duas ilhas, pois a rota marítima nem sempre serve a todos os interesses.
Também pensamos que a interligação entre os dois setores marítimo e aéreo não tem tido
a eficiência e eficácia desejadas, falta uma maior interação eles de forma que as viagens
de ligação sejam sincronizadas afetando de forma positiva o valor global dessa viagem.
Nesta entrevista o Sr. João Santos que para além de ser armador é técnico naval mostrou
a sua insatisfação e diz estar defraudado com a concessão dos transportes marítimos em
Cabo Verde e diz que o setor marítimo que antes era reservada aos armadores nacionais,
foi entregue a um operador estrangeiro que não possui know-how e nem especialistas na
cabotagem nacional o que tem resultado em uma inoperância e gestão deficiente.
“Os armadores nacionais são capazes de fazer melhor. Fui o primeiro armador que
trouxe um catamarã que navegava em mar aberto” JOÄO SANTOS.
No seu entender de Santos, essa gestão tem dado provas de algum amadorismo e elenca
a escolha dos navios para o tráfego inter-ilhas. Diz ele que por exemplo os navios Kriola,
Liberdadi, Chiquinho não estão preparados para trabalhar em mar aberto levantando desse
modo uma grande preocupação com a segurança tendo em conta que são navios fluviais
ou de navegação no litoral afirmando ainda que as decisões técnicas têm sido suplantadas
por outras políticas.
Em jeito de apontar soluções para que o setor dos transportes marítimo ficasse nas mãos
dos armadores nacionais afirma que estes nunca pediram dinheiro ao Governo para
comprar navios. Pediram sim avales para recorrer às instituições financeiras
internacionais, que se comprometeram a financiar o sector privado. “Temos a
possibilidade de adquirir navios com grande capacidade de carga e passageiros no
Japão, país com quem temos uma boa cooperação desde sempre. Penso que Japão estaria
disposto a ajudar Cabo Verde e os armadores a conseguirem novas unidades e mais
adequadas.”
A inequação dos portos também mereceu duras críticas deste técnico naval que afirma ser
inadmissível que a ENAPOR tenha que recorrer aos serviços de empresas privadas para
prestar serviços de grua em vez de prover os portos com um sistema de carga e descarga.
Conclusão
Com base nas informações acima expostas podemos concluir que apesar da intenção de
modernizar e adequar o sistema de transporte inter-ilhas, as medidas adotadas não tem
surtido o efeito desejado.
Os dados publicados pelo INE e pela ENAPOR, são bastante elucidativas de que essas
políticas necessitam ter um caracter mais eficaz de forma que a circulação dentro do
território nacional se faça com maior tranquilidade, maior regularidade, segurança e
fluidez.
Portanto é da nossa opinião que se deve repensar nas políticas do setor de transporte para
que haja melhoria, fazer investimentos em transportes que se adequam às nossas
necessidades, capaz de assegurar as ligações de forma eficiente, a preços da realidade
económica do país.
Bibliografia
BO. (24 de Setembro de 2019). I Serie Nº 99.
João Santos, antigo armador, defraudado com concessão dos transportes marítimos. (2021).
Mindel Insite.
Rocha, A. (Fevereiro de 2014). Ligações entre Ilhas - Um olhar sobre a Mobilidade do Turismo
Interior. Mindelo, Cabo Verde.