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RURAL SUSTENTÁVEL DO
Versão Preliminar
Elaboração Técnica:
Manoel Ricardo Vilhena
São Paulo - SP
Novembro/2010
SUMÁRIO
Pág.
1. Resumo Executivo 4
2. Introdução 6
PARTE 1
4. A Dimensão Político-institucional 28
PARTE 2
PARTE 3
Bibliografia 35
Anexos 36
2
LISTA DE TABELAS
Pág.
Tabela 11. Estrutura Fundiária, por Tamanho de Imóveis Rurais no Pólo Colatina 27
LISTA DE GRÁFICOS
Pág.
LISTA DE QUADROS
Pág.
LISTA DE FIGURAS
3
1. Resumo Executivo
4
O PTDRS do Território do Pólo Colatina é resultado do somatório dos diversos
momentos em que sociedade civil e poder público se integraram para a construção de um
planejamento estratégico participativo, pró-ativo e de uma agenda construtiva de ações e
eventos territoriais. O PTDRS resgata a trajetória de constituição do território, desde sua
elaboração até a execução e monitoramento propriamente dita quando estiveram
envolvidos o Colegiado e as Câmaras Técnicas.
O plano em seus principais componentes situa o território no contexto do
desenvolvimento rural do estado e mais especificamente do norte capixaba,
caracterizando a agricultura familiar e o conjunto de ações relacionado à sua dinâmica.
Em uma segunda etapa haverá refinamento do diagnóstico participativo e de elaboração
do Plano Territorial de Desenvolvimento com mais profundidade ampliando a qualidade
e quantidade de informações necessárias às ações decisórias das lideranças sociais
quanto aos rumos do desenvolvimento do território. As partes integrantes do PTDRS são
as seguintes:
Parte 1: Diagnóstico do Território: são destacados os dados
secundários identificados e sistematizados com os participantes da primeira jornada,
incluindo propostas de alterações. São abordadas as quatro dimensões do
desenvolvimento: 1. Dimensão Ambiental; 2. Dimensão social, demográfica e cultural;
3. Dimensão socioeconômica; 4. Dimensão Político-institucional.
Parte 2: Planejamento: é destacada a visão de futuro construída com os
participantes e em sintonia com o diagnóstico apresentado. Apresenta-se também, os
eixos estruturadores da política de desenvolvimento territorial. Nesta etapa, os itens
estão organizados em: 1. Visão de Futuro; 2. Diagnóstico do Ambiente Interno e Externo
ao Território; e 3. Eixos Estratégicos.
Parte 3: Gestão e Monitoramento: são indicadas as formas de gestão e
monitoramento do planejamento que foram discutidas com os participantes das oficinas.
Busca-se descrever a maneira como os atores sociais pretendem gerir o planejamento de
forma que ele represente, de fato, um instrumento norteador da política de
desenvolvimento do setor.
5
2. Introdução
6
O Censo Agropecuário (IBGE, 2006) passou a incorporar, de maneira inédita, a
agricultura familiar quando foram identificados 4.367.902 propriedades rurais que
representam 84,4% do total de 5.175.489 estabelecimentos, ocupando, no entanto,
apenas 24,3% (cerca de 80,25 milhões de hectares) da área dos estabelecimentos
agropecuários. Apesar de ocupar apenas um quarto da área plantada (1/4), atinge cerca
de 38% do valor da produção (ou R$ 54,4 bilhões) desse total. Importante destacar que
mesmo cultivando uma área menor, a produção agrícola familiar garante a segurança
alimentar gerando os produtos da cesta básica, por exemplo. O valor bruto da produção
na agricultura familiar é R$ 677 reais por hectare/ano.
Os dados do IBGE indicam que em 2006, a agricultura familiar foi responsável
por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho,
38% do café, 34% do arroz, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves, 30%
dos bovinos e, ainda, 21% do trigo. A cultura com menor participação da agricultura
familiar foi a soja (16%). O valor médio da produção anual da agricultura familiar foi de
R$ 13,99 mil.
Portanto, os programas e projetos com abordagem territorial devem ter
capacidade de gerar efeitos multiplicadores não apenas no campo, também nas cidades,
através da construção, negociação e “concertação” das estratégias de desenvolvimento
territorial, por meio, da articulação das políticas nos diversos níveis de governo em
sintonia com as necessidades das populações territoriais.
O acesso aos serviços públicos básicos no campo e na cidade é condição para que
o desenvolvimento se converta em benefícios concretos para a população. Estas políticas
deverão apoiar a formação de infra-estruturas sociais e econômicas, programar
instrumentos de benefícios e proteção social, promover o ordenamento territorial,
incentivar a prática de inovações tecnológicas, sociais e institucionais e promover a
diversificação e dinamização econômica territorial.
7
PARTE 1
8
desmatamento acelerado, o manejo inadequado e não-sustentado das áreas agrícolas, o
uso de agroquímicos, a realização de queimadas de forma indiscriminada e a extração
mineral são fortes agentes de degradação da bacia.
A falta de planejamento ambiental na bacia hidrográfica, por meio de
intervenções políticas públicas e privadas agrava o problema. Alguns destes impactos
que afetam e limitam o desenvolvimento em termos mais sustentáveis são: a) Perda da
produtividade em sítios agrícolas, resultante da erosão e perda de solo; b) Assoreamento
do leito com diminuição do volume de água, comprometendo o abastecimento urbano,
industrial, agrícola, a navegação e a geração de energia; c) Poluição das águas com
queda na qualidade, tornando-as até mesmo impróprias para o consumo; d) Mudança no
regime hidrológico, com ocorrência de cheias e secas pronunciada.
Outro aspecto sócio-ambiental importante é o Parque Nacional dos Pontões
Capixabas. Está localizado nos municípios de Pancas e Águia Branca, na região
noroeste do Estado do Espírito Santo. Foi criado em dezembro de 2002, e abrange duas
áreas distintas, que somam 17.496 ha. Possui geografia e geomorfologia de aspectos
singulares, com presença de centenas de pontões rochosos. Na área se concentram os
últimos remanescentes da Mata Atlântica da região com uma variedade significativa de
espécies animais e vegetais. À área do Parque está incluída na região da ampliação da
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, já reconhecida pela UNESCO.
Cerca de 400 famílias de agricultores que vivem há anos em propriedades
incluídas na área do Parque, reivindicam a revogação do decreto de criação da unidade e
a garantia de permanência em suas terras. O Conselho Nacional da Reserva da Biosfera
da Mata Atlântica, autor da proposta da criação do Parque, reconhecendo a relevância de
manutenção da categoria de manejo “Parque Nacional”, propôs a revisão dos seus limites
a partir do levantamento fundiário e discriminatório das propriedades. Esta situação está
praticamente resolvida (ainda em 2010).
9
2. Dimensão Social, Demográfica e Cultural
10
A comparação de evolução do Índice de Desenvolvimento Humano - IDH,
quando confrontados os períodos de apuração, os indicadores revelam que o Espírito
Santo atingiu um patamar de alto desenvolvimento humano (IDH acima de 0,8),
localizando-se na 7ª colocação entre diversos estados do País.
11
2.2. Aspectos Históricos do Território Pólo Colatina
12
2.3. A População do Território Pólo Colatina
13
O comportamento da população do Espírito Santo revelado pelo Censo 2010
apresentou taxa de crescimento de 1,27%, ou seja, um aumento moderado, pois em
valores absolutos a variação na expansão da população em dez anos foi de 415.440, que
pode representar um incremento 41.544 pessoas/ano. Em 2010, é expressiva a
concentração populacional na região urbana, com 2.928.993 (83,3%) quando
confrontado com a população rural do total do Território com 583.679 (16,6%).
No Território Pólo Colatina para o conjunto de 12 municípios a taxa de
crescimento no período censitário foi maior que do Estado com 6,37% e, em termos
absolutos a variação ficou em 15.610 habitantes entre 2000 e 2010. O município de
Marilândia apresentou a maior taxa em 11,92%, e Governador Lindemberg com 10.874
habitantes não registrou percentual positivo ou negativo em razão de sua criação haver
ocorrido em menos de 10 anos.
Um fato revelador sobre o comportamento populacional é que quatro municípios
apresentaram taxas negativas de crescimento: Colatina (- 0,81%), Itaguaçu com (-
2,49%), Itarana (- 4,76%), Laranja da Terra (- 0,99%). Colatina, em termos absolutos
perdeu população, com redução de 917 habitantes no período censitário de 2000 a 2010.
2
Segundo o IBGE, A razão de dependência significa o peso da população considerada inativa ( 0 a 14
anos e 65 anos e mais de idade) sobre a população potencialmente ativa (15 a 64 anos de idade)
www.ibge.gov.br.
14
municípios juntos era de 52,0% caiu para 45,5%, variando negativamente em 6,5%. A
relação de dependência demonstra a proporção de jovens e idosos em relação às pessoas
em idade ativa, (população potencialmente ativa - PIA) demonstra que a população sem
idade para ingressar no mercado de trabalho, ou com, idade avançada, depende menos
daquelas produtivas capazes de gerar riquezas.
3
Orientações Gerais para Elaboração e Qualificação do PTDRS, Brasília. Janeiro, 2010.
15
3. Dimensão Socioeconômica no Espírito Santo e Território Pólo Colatina
16
produtos de commodities minerais (ferro, aço, etc.) e vegetais (eucalipto, pasta de
celulose, etc.) produzidos como manufaturas primárias ou intermediárias para
exportação.
A possibilidade de desenvolvimento para a economia capixaba é que, além de
continuar contando com a produção de commodities (limites de espaço físico e
ambiental) inserida de maneira moderna e diversificada, deve superar entraves críticos,
na expansão de produtos agroindustriais.
O excessivo grau de concentração em produtos de baixo valor agregados estão
destacados na tabela a seguir, através do indicador de VTI, para um período de 10 anos,
indicam a estabilidade e mesmo aumento das taxas de produção por segmentos da
indústria capixaba.
5
VTI: Valor da Transformação Industrial: é a diferença entre valor bruto da produção industrial e o custo
das operações industriais.
17
As informações apresentadas nos últimos anos indicam que empresas como
Aracruz Celulose, Samarco e Arcelor Mittal, têm apresentado um padrão de crescimento
parecido e com ampliações sucessivas do parque produtivo. No entanto, existem entraves
sobre a sustentabilidade ambiental e impacto no espaço urbano que esses projetos de
expansão devem ter no longo prazo.
18
Colatina com 8.433 postos de trabalho, concentra 76,27% dos empregos na Indústria e
apenas 627 (40,32%) na Agropecuária e, o município de Baixo Guandu que apresenta
755 postos de trabalho (6,82%) de empregos na Indústria e 402 (25,85%) de ocupações
na Agropecuária, representa duas situações extremas no desempenho do emprego na
economia municipal do território.
Os setores industriais e agropecuários são importantes em razão do encadeamento
lógico de diferentes segmentos da cadeia produtiva, com fornecedores de matéria-prima,
equipamentos e acessórios, insumos de consumo intermediário e final, mão-de-obra
(qualificada e de baixa qualificação), consumo de energia, geração de impostos, etc.
19
3.2. Sistemas Produtivos no Território Pólo Colatina
20
irrigação racional, conduções das lavouras com podas e número de hastes/ha.
A qualidade do conilon capixaba conquistou mercado de exportação como café “verde” e
apresenta maior participação no mercado do solúvel no cenário internacional.
A tendência é de uma maior produção e comercialização do conilon orgânico em
mercados específicos. As cooperativas e associações passam a ter papel de maior
abrangência e fundamental na organização do produtor e da produção estadual de
conilon, em parceria com as diversas entidades do agronegócio café.
A fruticultura é uma atividade econômica importante, gera trabalho e renda do
setor rural, responsável pela diversificação produtiva capixaba. O Estado é o maior
exportador de mamão papaia (Europa e Estados Unidos) e gengibre do Brasil e produtor
de diversas frutas, como coco, morango, abacaxi, banana, manga, goiaba e maracujá,
todas destinadas aos mercados regional e nacional. Empresas processadoras de frutas
estão instaladas em vários municípios, sendo as maiores localizadas em Linhares (Região
Norte), Domingos Martins (Região Serrana) e Guaçuí (Região Sul).
No município de Colatina, a indústria de vestuário está se tornando uma
atividade econômica mais sustentável e perene. O município e região estão passando de
maior produtor brasileiro de café do tipo robusta, para se tornar o principal centro da
indústria têxtil e de confecções do Estado.
Um investimento importante foi feito pela empresa PW Brasil, que comprou a
grife mineira Vide Bula, atraindo mão-de-obra para a cidade, que empregava no setor
quase 10% da população de 106,6 mil habitantes (IBGE, 2007). Neste contexto o
governo do Estado reduziu a alíquota do ICMS para vendas interestaduais de 7% para
5%. com objetivo de estimular o setor. A seguir algumas características da indústria do
vestuário:
21
Um indicador que demonstra de maneira consistente o potencial da indústria de
vestuário, é que em 2007, são os dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), o saldo de empregos formais no setor têxtil, de vestuário e
confecções de Colatina (janeiro a setembro) foi positivo em 197 vagas, resultado de
1.942 admissões e 1.745 demissões. O número é melhor do que o do mesmo período no
ano de 2006, quando foram admitidas 1.969 pessoas e demitidas 1.810, com saldo de
159 vagas. Em dezembro de 2007 o saldo do ano fechou em apenas 34 vagas.
Na formação da cadeia de valor do vestuário, os investimentos estão sendo
planejados. A Câmara de Diretores Lojistas (CDL) de Colatina avalia que o comércio da
cidade, centro de compras de uma região formada por até 15 municípios, emprega
aproximadamente 5 mil pessoas e que pouco mais de 50% das lojas são do setor de
vestuário e de confecções, muitas delas lojas das fábricas existentes na cidade.
A prefeitura municipal fez previsão para funcionamento de um shopping de
pronta entrega (Outubro/2010) para funcionar em um galpão do extinto Instituto
Brasileiro do Café (IBC). O shopping servirá de centro de vendas por atacado das
indústrias, com investimento avaliado em R$ 6 milhões. O objetivo é concentrar
compradores do comércio de artigos de grife, vindo das cidades de São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte e Salvador.
O efeito sobre recolhimento de impostos do município terá maior impacto com
aumento do rateio da cota do ICMS do Espírito Santo, através do Valor Adicionado
Fiscal (VAF, base de cálculo da divisão do ICMS) que passou de R$ 280 milhões em
2001 para pouco mais de R$ 1 bilhão em 2007.
Um entrave que exige superação na indústria de confecção é a baixa escolaridade.
No entanto, há um programa em execução com objetivo de aumentar o grau de instrução
dos trabalhadores. Outro programa é voltado a pequenos fornecedores das grandes
empresas, e busca evitar mais que 50% das vendas dependam de um só comprador.
A PW Brasil, hoje com 510 empregados e 64 empresas prestadoras de serviços, e
é detentora de marcas como a Lei Básica e Fiorucci que emprega cerca de 250
empregados, além de terceirizados. Possui também uma fábrica moderna, com área de 70
mil metros quadrados (2003) construída ao custo de R$ 12 milhões.
A inovação é meta prioritária no planejamento estratégico da empresa, sendo que
mais de 80% dos empregados são mulheres, no entanto os salários são baixos. Uma
costureira, com ganhos de produtividade, recebe R$ 730/mês. Sem os ganhos de
produtividade, o salário cai para R$ 585/mês.
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3.3. A Distribuição regional dos investimentos no Território Pólo Colatina
23
Tabela 7. Investimentos prioritários por setor de atividade no Pólo Colatina
No. Classificação Milhões (R$) %
1 Fabricação de produtos têxteis 157,0 27,1
2 Fabricação de produtos alimentícios e bebidas 129,7 22,4
3 Correio e telecomunicações 120,0 20,7
4 Saúde e serviços sociais 51,0 8,8
5 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 42,0 7,2
6 Metalurgia básica 35,0 6,0
7 Construção 19,7 3,4
8 Confecção de artigos do vestuário e acessórios 18,1 3,1
Preparação de couros e fabricação de artefatos de
9
couro, artigos de viagem e calçados. 4,5 0,8
Fonte: Geres/Bandes, Invest-ES, Seama/Iema, diversas empresas, jornais e revistas. Elaboração: IJSN
24
A agricultura familiar é considerada de importância fundamental não apenas
pela fonte de trabalho e renda que representa, como por seu potencial de aproveitamento
da mão-de-obra não-qualificada e de manutenção do homem no campo. Um dos fatores
que se destacam é a preocupação com a necessidade de desconcentração das atividades
produtivas da faixa litorânea e da região da Grande Vitória. Entre os riscos da
continuidade das políticas concentradoras de renda, além do esvaziamento do campo, foi
apontado o do aumento da pobreza em torno de Vitória.
O Censo Agropecuário (IBGE, 2006) registrou o aumento do número de
estabelecimentos rurais capixabas e a diminuição de sua área total ocupada no período
1996-2006, entretanto, as distorções relacionadas à estrutura fundiária no Espírito Santo
permanecem. A pecuária demonstra por meio de dados secundários que o extremo norte
do território é onde se concentram os números mais expressivos do rebanho. A atividade
é uma das mais antigas e está intimamente relacionada com o processo de ocupação do
território sendo a primeira atividade econômica desenvolvida.
No território Pólo Colatina, nos anos de 2004 a 2005, a variação positiva de
bovinos em 9,4% foi motivada pela expansão no município de Alto Rio Novo que obteve
24,65%, entre outros. O rebanho bubalino teve resultado negativo de -4.88%
demonstrando redução significativa no período.
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3.4. A Estrutura Fundiária e Uso da Terra
A distribuição das terras no País demonstra que a grande maioria das terras ainda
é altamente concentrada. A concentração da propriedade da terra remonta ao período
colonial quando os portugueses se apropriaram de grandes extensões de terra e
desconsiderando as populações nativas existentes.
Os dados do último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2006), indicam que 50% dos estabelecimentos agropecuários têm
menos de 10 hectares e ocupam somente 2,36 % da área total. Do outro lado do espectro
fundiário, menos de 1% dos estabelecimentos rurais (ou seja, 46.911 ha), tem área acima
de 1 mil hectares cada, ocupam 44% das terras.
Variável
Número de Área dos
Grupos de área total
estabelecimentos % estabelecimentos %
(unidades) (hectares)
Menos de 10 hectares 2.477.071 47,86 7.798.607 2,36
10 a menos de 100 hectares 1.971.577 38,09 62.893.091 19,06
Menos de 100 hectares 4.448.648 85,96 70.691.698 21,43
100 a menos de 1000 ha 424.906 8,21 112.696.478 34,16
1000 ha e mais 46.911 0,91 146.553.218 44,42
Total 5.175.489 100,00 329.941.393 100,00
Fonte: IBGE (2009) - Censo Agropecuário de 2006
26
A agricultura familiar, além de responder por 70% dos alimentos produzidos no
país, é responsável ainda pela maioria das ocupações de terra (em torno de 70%) no meio
rural. O agronegócio atinge 3% das ocupações.
Os dados sobre distribuição fundiária mostram que, nas últimas duas décadas, no
Espírito Santo, houve uma fragmentação dos estabelecimentos menores de 100 ha,
principalmente por sucessão hereditária, o que tem inviabilizado muitos pequenos
produtores devido ao reduzido espaço para a produção. A questão então é viabilizar o
assentamento para os sem terra e também a terra para famílias com pouca terra.
Os resultados preliminares apurados na revisão do PTDRS (serão ampliados até a
versão final) indicam que em Colatina, os resultados demonstram que nas faixas de 0 a
99,9 hectares existe forte concentração de pequenos proprietários, em áreas restritas para
cultivo e diversificação de espécies.
A representatividade da produção agrícola familiar é indicada pelo total de
imóveis na faixa de 0 a 99,9 com 2.916 estabelecimentos ocupando uma área total de
76.530 ha. Nas faixas de 10 a menos de 49,9 ha existem 1.732 imóveis representando
54,32% dos imóveis e 32,72% da área ocupada.
No território, os municípios com menores hectares, apresentam, portanto,
restrições produtivas com relação a utilização da água (principalmente para irrigação).
Uma inferência que se pode fazer é sobre a co-relação entre a diversificação, valor anual
da produção agrícola e indicadores sociais, que reforçam a necessidade do território
identificar melhor sua matriz produtiva na agricultura familiar.
Tabela 11. Estrutura Fundiária, por Tamanho de Imóveis Rurais no Pólo Colatina
Faixas de Número de
Área (ha) Imóveis Área (ha)
0 a menos de 9,9 755 3.655,80
10 a menos de 49,9 1.732 43.882,10
50 a menos de 99,9 429 28.992,10
100 a menos de 199,9 189 25.953,70
200 a menos de 499,9 66 19.291,90
500 a menos de 999,9 15 10.057,10
Mais de 1.000 2 2.243,00
Total 3.188 134.075,70
Fonte: INCRA, 2002
27
4. A Dimensão Político-institucional
28
PARTE 2
29
2.2. Eixos Estratégicos
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Eixo 2: Dinamização dos Mercados da Agricultura Familiar: houve substituição do
eixo denominado “comercialização”, em razão da definição sobre mercado ser mais
abrangente, refletindo melhor a dinâmica social e econômica da cadeia produtiva
integrada da agricultura familiar no Território Pólo Colatina. Os principais pontos que
fundamentaram a construção do eixo, baseado em ações propostas foram os seguintes:
a) Entraves na comercialização: existem diversas dificuldades enfrentadas no
momento de vender a produção agrícola.
31
Os principais pontos que fundamentaram a construção do eixo, baseado em ações e
propostas foram os seguintes:
a) Regularização das propriedades: muitas propriedades da agricultura familiar
ainda têm situação documental irregular. O processo de legalização é oneroso o
que provoca desinteresse nas famílias sobre o processo de regularização.
32
PARTE 3
33
requeiram a atuação das câmaras técnicas ou outros grupos de apoio. Essa equipe elabora
relatórios periódicos a serem debatidos na assembléia geral.
As ações de monitoramento e avaliação, em fases de elaboração ou de execução
das metas do PTDRS, podem envolver um conjunto amplo de participantes, tanto
membros das comunidades e municípios envolvidos no território, quanto parceiros com
capacidade técnica para facilitar o trabalho, no entanto, a autogestão da comunidade é
determinante na condução do seu próprio desenvolvimento territorial.
O Colegiado Territorial representa a instância de formulação e gestão do
PTDRS no Território do Pólo Colatina, sendo que em 2010, passa por sérias dificuldades
de representatividade, articulação política e condução compartilhada de programas e
projetos.
Para recuperar a representatividade territorial do Colegiado, assim como, a
legitimidade de suas decisões e encaminhamentos, tornando-os mais eficientes e eficazes
é necessária então, implantar medidas de reorganização de seu funcionamento e a divisão
de estratégica de ações, por meio de um novo (renovado) Colegiado Territorial.
34
BIBLIOGRAFIA
Sites consultados
www.seag.es.gov.br
35
ANEXOS
36
Anexo 1
37
Anexo 2
38