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CELESC

Assistente Administrativo

O mundo contemporâneo: o desenvolvimento das ciências, o avanço da medicina e a cura das


doenças, a revolução dos computadores e da Internet............................................................................. 1

A era da Globalização. ....................................................................................................................... 15

Cultura brasileira: arquitetura, artes, cinema, folclore, literatura, música, teatro e televisão. .............. 19

Os problemas contemporâneos (século 21): a distribuição da riqueza, a questão ambiental, a crise dos
recursos hídricos, a crise energética, os conflitos bélicos. ...................................................................... 29

Candidatos ao Concurso Público,


O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom
desempenho na prova.
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar
em contato, informe:
- Apostila (concurso e cargo);
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- Qual a dúvida.
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la.
Bons estudos!

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O mundo contemporâneo: o desenvolvimento das ciências, o avanço
da medicina e a cura das doenças, a revolução dos computadores e
da Internet.

Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br

As inovações tecnológicas avançam em escala crescente na era moderna. De fato, a vida no século
XXI não é a mesma que a do século XX, as sofisticações ocupam cada vez mais seu espaço na
contemporaneidade, havendo os que a criticam e também que as apreciam. A todo momento, a realidade
se transforma e novidades surgem na mesma proporção.

SAÚDE

Há mil anos, o desconhecimento de hábitos alimentares encurtava a vida de nossos antepassados e


até o primeiro ano de vida, uma entre quatro crianças morria de infecções variadas. Os tratamentos
cirúrgicos remontam da antiguidade, mesmo entre os homens da pré-história, há vestígios de que já
praticavam a medicina voltada mais para as crendices e religiões.
O progresso no campo sanitário, os padrões nutritivos das pessoas e o desenvolvimento da medicina
em todos os campos, estão mudando o quadro da saúde substancialmente.
Nos últimos cem anos, é difícil apontar um marco mais significativo para a humanidade na área das
ciências médicas. Mas, pode-se dizer que ela tem três fases decisivas: a invenção da penicilina, das
vacinas e a previsão das doenças através do DNA.
O avanço científico na medicina nas primeiras décadas do século XX, também se deu no setor da
endocrinologia, com notáveis recursos para o controle e cura de doenças provenientes do imperfeito
funcionamento das glândulas endócrinas. Os portadores de diabetes têm hoje a possibilidade de controlar
a doença através da insulina, conseguindo manter uma qualidade de vida satisfatória.
Outro ponto de destaque nas grandes descobertas, é no que se refere a nutrição, pois a importância
da descoberta dos fatores alimentares acessórios ou vitaminas, permitiu combater o raquitismo, o
escorbuto e o beribéri.
Atualmente, além da expectativa de vida nos países mais desenvolvidos está próximo dos 80 anos,
descobrir doenças e curá-las antes do nascimento é uma realidade.
Através de um diagnóstico precoce, como a utilização do ultrassom morfológico, é possível identificar
90% das más-formações fetais, contra 20% dos exames comuns. Outro grande avanço nesta área, é o
teste de transluscência nucal, que é capaz de detectar o risco de a criança

SAÚDE

Mosquitos adultos podem passar zika para sua prole, diz estudo1

Mosquitos adultos fêmeas podem repassar o vírus da zika para sua prole, disseram pesquisadores
dos Estados Unidos nesta segunda-feira (29/08/16). A descoberta, publicada no periódico "American
Journal of Tropical Medicine and Hygiene", mostra que o vírus da zika se comporta como vírus
relacionados, incluindo o da dengue e o da febre amarela.
Robert Tesh, do departamento de medicina da Universidade do Texas em Galveston, um dos autores
do estudo, declarou que o fato de o vírus poder ser repassado para a prole do mosquito torna o zika mais
difícil de controlar.
"A pulverização afeta os adultos, mas não mata geralmente as formas imaturas, como ovos e larvas.
Pulverização vai reduzir a transmissão, mas pode não eliminar o vírus”, afirmou ele.
O Aedes aegypti, o mosquito que transmite o vírus da zika, coloca ovos em pequenos acúmulos de
água. Cientistas queriam descobrir se alguma parte da prole desses mosquitos tropicais poderia carregar
o vírus, ajudando a perpetuar o surto durante as estações secas.

1
29/08/16 – Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/08/mosquitos-adultos-podem-passar-zika-para-sua-prole-diz-estudo.html

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Para isso, eles injetaram o vírus da zika em mosquitos Aedes aegypti fêmeas criados em laboratório.
Eles foram alimentados e, em uma semana, colocaram ovos. A equipe coletou e cuidou dos ovos até eles
darem vida a mosquitos adultos, quando ela contou o número deles que carregava o vírus. Em cada 290
mosquitos testados, eles encontraram o vírus em um mosquito.
"A proporção pode parecer baixa”, disse Tesh, “mas, quando você leva em conta o número de Aedes
aegypti numa comunidade urbana tropical, ela é provavelmente alta o suficiente para permitir que o vírus
persista, mesmo quando os adultos infectados são mortos.”

Vacina contra dengue já pode ser comercializada no Brasil2

Após sete meses registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a vacina contra a dengue já
pode ser comercializada no Brasil. O Comitê Técnico Executivo da Câmara de Regulação do Mercado de
Medicamentos (Cmed) determinou que o preço da Dengvaxia, como é chamada a vacina da Sanofi
Pasteur, vai variar entre R$ 132,76 e R$ 138,53, dependendo do ICMS adotado em cada estado.
O valor estipulado é o que será pago ao fabricante por clínicas, hospitais e distribuidores e deve ser
bem diferente do que será cobrado do consumidor final. "Os valores para um mercado privado não
refletem o que vai ser praticado. As clínicas tem taxa de aplicação, tem tributação da clínica, tem que
pagar sua estrutura. Esse preço é muito longe do que o mercado vai trabalhar para o consumidor final.
Esse é o preço de fábrica que a Sanofi vai colocar no comércio", explicou Renato Kfouri, vice-presidente
da Sociedade Brasileira de Imunizações.
De acordo com o infectologista, o produto é um avanço, considerando que o Brasil vivencia há muitos
anos um grande problema de saúde pública devido ao vírus da dengue. Em 2016, até 11 de junho, mais
de 1,3 milhão de pessoas tiveram dengue em todo o país e 318 pessoas morreram em decorrência da
infecção pelo vírus.
Fabricada pela empresa francesa Sanofi Pasteur e registrada no Brasil desde dezembro de 2015, a
Dengvaxia é a primeira vacina desenvolvida contra a dengue no mundo e só precisava da determinação
do valor de fábrica para poder ser vendida. Segundo a Anvisa, a demora ocorreu devido ao ineditismo do
produto, já que normalmente a estipulação de preços leva em conta outros produtos semelhantes no
mercado.
O imunizante é indicado para pessoas entre 9 e 45 anos, deve ser aplicado em três doses com intervalo
de seis meses entre elas. O fabricante garante proteção contra os quatro tipos do vírus da dengue.
Segundo os estudos, a proteção é de 93% contra casos graves da doença, redução de 80% das
internações e eficácia global de pouco mais de 60% contra todos os tipos do vírus. A capacidade de
produção do laboratório é de 100 milhões de doses por ano.
Para Kfouri, a eficácia da vacina é satisfatória e segue o padrão de vacina como a contra varicela e
contra o rotavírus, que evitam completamente cerca de 60% dos casos das doenças, mas tem um impacto
maior na redução de casos graves, que poderiam levar a hospitalizações e à morte.

SUS
Apesar de poder ser comercializada em todo o Brasil, ainda não há determinação sobre se a Dengvaxia
será utilizada na rede pública. Para isso, o Ministério da Saúde deve fazer estudos sobre o custo/benefício
da compra e distribuição do produto e de qual seria a estratégia de aplicação para ter impacto em termos
de saúde pública.

Testes da “pílula do câncer” em humanos começam nesta segunda em São Paulo3

Os testes clínicos para tratamento de câncer com a fosfoetanolamina sintética, que ficou conhecida
como “pílula do câncer”, começam na próxima segunda-feira (25/07/2016) em São Paulo. A pesquisa
será conduzida pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).
O início dos testes em humanos será possível após aprovação da Comissão Nacional de Ética em
Pesquisa, do Ministério da Saúde. A Fundação para o Remédio Popular (Furp), laboratório oficial da
Secretaria de Saúde do estado, forneceu as cápsulas suficientes da substância para realização da
pesquisa.

2
26/07/2016 – Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/noticia/2016-07/vacina-contra-dengue-ja-pode-ser-
comercializada-no-brasil
3
25/07/2016 – Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/noticia/2016-07/testes-da-pilula-do-cancer-em-humanos-
comecam-nesta-segunda-em

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“O projeto de pesquisa clínica foi desenhado sob a ótica de especialistas de alto conhecimento técnico.
Nossa prioridade é a segurança dos pacientes, por isso, primeiro vamos avaliar, com grande
responsabilidade, se a droga é segura e se há evidência de atividade. É um processo extenso, que deve
ser acompanhado com cautela”, diz, em nota, o oncologista Paulo Hoff, diretor-geral do Icesp.
Segundo a Secretaria de Saúde, o pesquisador aposentado da Universidade de São Paulo (USP) de
São Carlos Gilberto Chierice tem acompanhado todo o processo. A fosfoetanolamina sintética foi
estudada por Chierice, enquanto ele ainda estava ligado ao Grupo de Química Analítica e Tecnologia de
Polímeros da universidade. Algumas pessoas tiveram acesso às cápsulas contendo a substância,
produzidas pelo professor, que usaram como medicamento contra o câncer.
“É a primeira vez na história que a fosfoetanolamina sintética será testada em humanos, por iniciativa
do governo de São Paulo. O objetivo é avaliar a eficácia da substância no combate ao câncer”, informa,
em nota, a secretaria. O estudo prevê avaliação de 10 pacientes na primeira fase, para determinar a
segurança da dose que vem sendo usada na comunidade.
Após a primeira etapa, caso a droga não apresente efeitos colaterais graves, a pesquisa prosseguirá.
No chamado Estágio 1, está prevista a inclusão de mais 21 pacientes para cada um dos 10 grupos de
tumor: cabeça e pescoço, pulmão, mama, cólon e reto (intestino), colo uterino, próstata, melanoma,
pâncreas, estômago e fígado.
Se o Icesp observar sinais de atividade da substância nessa fase, o Estágio 2 começa com mais 20
participantes em cada grupo. Progressivamente, desde que se comprove atividade relevante, a inclusão
de novos pacientes continuará até atingir o máximo de mil pessoas, ou seja, 100 para cada tipo de câncer.

Cientistas já trabalham em 23 projetos de vacina contra zika, diz OMS4

Atualmente, já existem 23 projetos de vacina contra o vírus da zika em andamento no mundo, anunciou
a diretora-geral da Organizaçãop Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, em coletiva de imprensa
nesta terça-feira (22/03). As iniciativas são desenvolvidas por 14 instituições dos Estados Unidos, França,
Índia, Áustria e Brasil.
"Há estimativas de que pelo menos alguns desses projetos vão para testes clínicos ainda este ano,
mas muitos anos podem ser necessários antes que uma vacina totalmente testada e licenciada estiver
pronta para uso", disse Chan. Segundo ela, é possível que esta primeira onda explosiva de disseminação
do vírus possa ter acabado antes de a vacina estar disponível.
Ainda assim, o desenvolvimento de uma vacina é considerado imperativo, já que mais da metade da
população do mundo vive em áreas com a presença do mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus da zika e
de outras doenças como dengue, chikungunya e febre amarela.
As equipes de pesquisa estudam se a vacina, a princípio, seria destinada apenas a mulheres grávidas
ou mulheres em idade reprodutiva, já que a consequência mais severa associada ao vírus até o momento
é a microcefalia em bebês cujas mães foram infectadas durante a gravidez.

Teste diagnóstico é urgente


Além disso, 30 empresas em todo o mundo estão trabalhando ou já desenvolveram potenciais novos
testes diagnósticos para zika, segundo Chan. "Em termos de novos produtos médicos, os especialistas
concordam que um teste diagnóstico confiável é a prioridade mais urgente."
Segundo Bernardette Murgue, gerente de projeto dos Sistemas de Saúde e Inovação da OMS, apesar
de várias equipes estarem trabalhando nos testes, apenas alguns deles já estão disponíveis
comercialmente e quase nenhum passou por aprovação de órgãos regulatórios. “A OMS está conduzindo
análises para guiar o desenvolvimento de novos produtos e também acelerar o processo para esses
produtos passarem por avaliação regulatória.”

Crise de saúde pública grave


Existem 38 países e territórios com circulação do vírus da zika. Ainda não é possível saber, segundo
Chan, se o padrão de aumento de casos de microcefalia e outros problemas neurológicos que foi
observado no Brasil após a chegada do vírus irá se repetir em outros locais.
"Se esse padrão for confirmado para além da América Latina e o Caribe, o mundo enfrentará uma
grave crise de saúde pública", disse Chan.

4
22/03/2016 - Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/03/cientistas-ja-trabalham-em-23-projetos-de-vacina-contra-zika-diz-
oms.html

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A diretora-geral da OMS afirmou ainda que a transmissão sexual do vírus da zika é, agora, um fato
confirmado, constatado por episódios de infecção de pessoas que tiveram relação sexual com parceiros
que estiveram em áreas com circulação do vírus.
"Em menos de um ano, o status do zika mudou de uma curiosidade médica branda para uma doença
com implicações graves em saúde pública", afirmou.

Desigualdade em infraestrutura é catalisadora do surto de zika no Brasil5

O mosquito, diz um ditado, é democrático – pica ricos e pobres. Mas o atual surto do vírus da zika no
Brasil revelou uma profunda desigualdade quando se trata de quem arca com a maior parte do fardo de
viver entre os insetos.
"Você vê nuvens de mosquitos ao redor das pilhas de lixo aqui no meu bairro", disse Gleyse da Silva,
que mora em uma das regiões mais pobres de Recife, que está no epicentro da epidemia de Zika.
Gleyse contraiu o vírus transmitido por mosquito na gravidez e em outubro deu à luz Maria – uma das
mais de 700 crianças nascidas no Brasil com microcefalia, uma malformação cerebral, desde que o surto
de zika foi detectado no ano passado.
A doença, altamente suspeita de ter relação com o vírus, retarda o crescimento da cabeça e do
cérebro, levando a problemas de desenvolvimento.
A vizinhança superpovoada de Ibura, onde Gleyse mora, não fica longe dos arranha-céus à beira-mar
de Recife, mas as condições de vida estão a um mundo de distância.
As ruas do bairro, que abrigam 50 mil pessoas, estão repletas de lixo, e só 10% das casas têm esgoto
ou água encanada, o que as torna um terreno fértil para a proliferação dos mosquitos.
"Às vezes a cidade vem coletar o lixo, mas a maior parte do tempo ele simplesmente se acumula",
contou a jovem de 27 anos à Reuters.
O Brasil fez avanços significativos no combate à desigualdade na última década, retirando cerca de
40 milhões de pessoas da pobreza. Mas o surto de zika, detectado pela primeira vez nas Américas em
2015, e a pior recessão em décadas expuseram as limitações do despertar brasileiro já em decadência.
Décadas de urbanização rápida e caótica no país de 205 milhões de habitantes deixaram muitas áreas
pobres sem saneamento básico, expondo os pobres a um risco maior de contrair zika e outros vírus
transmitidos por mosquitos.
Cerca de 35 milhões de brasileiros não têm água encanada, mais de 100 milhões não têm acesso a
esgoto e mais de 8 milhões de habitantes de cidades vivem em áreas sem coleta de lixo regular, de
acordo com o censo mais recente, de 2010.

Microcefalia ocorre em 1% dos casos de grávidas com zika, segundo estudo6

Nos casos de infecção pelo vírus da zika no primeiro trimestre da gravidez, o risco da ocorrência de
microcefalia é de aproximadamente 1%, segundo um novo estudo publicado nesta terça-feira (15/03) na
revista médica "The Lancet". A conclusão resultou da análise de dados do surto de zika que atingiu a
Polinésia Francesa entre 2013 e 2014.
"Estimamos que o risco de microcefalia foi de 1 a cada 100 mulheres infectadas com o vírus da zika
durante o pimeiro trimestre da gravidez. Os achados são da epidemia de 2013 e 2014 na Polinésia
Francesa e ainda será preciso observar se nossas descobertas se aplicam da mesma forma a outros
países", disse Simon Cauchemez, pesquisador do Instituto Pasteur de Paris e um dos autores do estudo.
Para chegar ao resultado, sua equipe usou modelos matemáticos para estimar o risco estatístico de
uma grávida que tenha sido infectada pelo vírus ter um bebê com microcefalia. Para isso, os
pesquisadores tomaram como base o número de nascimentos durante o surto, o número de bebês
diagnosticados com microcefalia, o número de testes positivos para o vírus da zika e o número de casos
suspeitos da infecção.
O surto de microcefalia da Polinésia Francesa --território francês que fica que fica no Pacífico Sul--
começou em outubro de 2013 e terminou em abril de 2014. Ao todo, mais de 31 mil pessoas tiveram
casos suspeitos de zika e houve oito diagnósticos de microcefalia, dos quais cinco bebês sofreram abortos
e três nasceram.
"As informações da Polinésia Francesa são particularmente importantes, já que o surto já acabou. Isso
nos dá um conjunto de dados pequeno, mas muito mais completo do que aquele disponível em uma

5
16/03/2016 - Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/03/desigualdade-em-infraestrutura-e-catalisadora-do-surto-de-zika-no-
brasil.html - Adaptado
6
15/03/2016 - Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/03/microcefalia-ocorre-em-1-dos-casos-de-gravidas-com-zika-segundo-
estudo.html

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epidemia em curso. Muitas outras pesquisas são necessárias para entender como o vírus da zika pode
causar microcefalia. Nossos achados apoiam as recomendações da OMS para mulheres grávidas se
protegerem das picadas dos mosquitos", disse Arnaud Fontanet, professor do Instituto Pasteur de Paris
que também participou do estudo.

Risco menor em comparação a outras infecções


De acordo com os resultados obtidos, o risco de microcefalia associada ao vírus da zika é menor do
que o risco de malformações associadas a outras infecções. A infecção da grávida por citomegalovírus,
por exemplo, resulta em 13% de risco de malformações no bebê. A síndrome da rubéola congênita afeta
de 38% a 100% dos bebês cujas mães foram infectadas pelo vírus durante o primeiro trimestre da
gravidez.
A diferença é que o vírus da zika tem um potencial muito maior de se propagar durante um surto do
que outros vírus capazes de levar a malformações de bebês, por isso seu impacto fio muito maior do que
outras infecções.
"Nossa análise apoia fortemente a hipótese de que a infecção pelo vírus da zika no primeiro trimestre
da gravidez está associada com um risco aumentado de microcefalia", diz Cauchemez.
Em um comentário sobre o estudo divulgado pela "The Lancet", a pesquisadora brasileira Laura
Rodrigues, da London School of Hygiene and Tropical Medicine, no Reino Unido, afirma que mais
pesquisas são necessárias para se chegar a uma conclusão sobre a relação entre microcefalia e o vírus
da zika.
"Mais dados estarão disponíveis em breve de Pernambuco, Colômbia, Rio de Janeiro e talvez outros
locais. A produção rápida de conhecimento durante essa epidemia é uma oportunidade de observar a
ciência em desenvolvimento: da formulação de novas hipóteses e produção de novos resultados que
trarão confirmações e contradições até o refinamento de métodos e a construção gradual de um
consenso", afirma Laura, que não participou do estudo.

Governo libera R$ 10,9 milhões para acelerar diagnóstico de microcefalia7

O Ministério da Saúde e o de Desenvolvimento Social e Combate à Fome anunciaram nesta terça-


feira (15/03) que vão liberar R$ 10,9 milhões para acelerar o diagnóstico de microcefalia no país. Segundo
o governo, o objetivo da medida é diagnosticar 4.976 crianças com suspeita da malformação e garantir
que as famílias envolvidas recebam assistência necessária.
Serão repassados aos estados R$ 2,2 mil (em duas parcelas de R$ 1,1 mil) por caso suspeito notificado
para busca das crianças, transporte, hospedagem e exames. De acordo com a portaria assinada nesta
terça, as secretarias estaduais deverão buscar todos os casos em investigação ou confirmados e
encaminhar aos serviços de reabilitação até dia 31 de maio.
Pelo acordo, os estados terão de mandar semanalmente planilhas para serem monitoradas pelo
ministério. “Há previsão de acréscimo de recursos aos estados em que houver a notificação de casos em
investigação”, informou a pasta. Os estados que não conseguirem realizar o diagnóstico e
encaminhamento para os serviços de reabilitação dos casos notificados terão os valores pagos
antecipadamente descontados.
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o
normal. A malformação é diagnosticada quando o perímetro da cabeça é igual ou menor do que 31,9 cm
para meninos e 31,5 cm para meninas – o esperado é que bebês nascidos após nove meses de gestação
tenham pelo menos 34 cm.

Acompanhamento de crianças
Em janeiro, o Ministério da Saúde informou que passaria a capacitar pais de crianças com suspeita de
microcefalia e 7.525 profissionais para aprender a lidar com a malformação. Segundo a pasta, crianças
que podem ter microcefalia também passaram a receber estímulos sensoriais até os 3 anos de idade,
sendo atendidas em 1.543 centros de serviço de reabilitação.

7
15/03/2016 - Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/03/governo-libera-r-109-milhoes-para-acelerar-diagnostico-de-
microcefalia.html

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CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Introdução ao Conceito de Big Data8

Com a evolução das aplicações e a necessidade do ser humano pelas informações, mais e mais
aplicações vem surgindo, deixando o homem cada vez mais refém da informação. Para isso basta
lembrar-nos da evolução da relação homem-computador em que num passado existiam muitas pessoas
para uma máquina (como o mainframe), em seguida uma pessoa por máquina (o caso do computador
pessoal) e nos tempos atuais em que cada pessoa possui várias máquinas (notebook, ultrabook, PC,
tablet, smartphone, no futuro óculos, geladores, etc.). Com tantos aplicativos surgindo, as informações
são geradas exponencialmente, com isso a capacidade de gerenciar tantas informações se torna
primordial para as aplicações atuais. Esse mesmo crescimento de dados acontece nos aplicativos
empresariais com crescimento anual de 60%. Estima-se que uma empresa com mil funcionários gera
anualmente 1000 terabytes, sem falar que essa quantidade tende a aumentar cinquenta vezes até 2020.
Com o recém surgimento do bigdata, a primeira dificuldade é encontrar o seu conceito. É possível vê-
lo de maneiras totalmente divergentes em cada blog que se lê, ou seja, se você ler 10 materiais sobre
bigdata, provavelmente cada um trará conceitos diferentes. Dentre as matérias, ao se tirar um mínimo
comum se verá que o bigdata, na sua raiz, fala em tratar um grande volume de dados com grande
velocidade. No entanto, se repara que essa definição é bastante abstrata pelo simples fato de que para
uma pessoa A, por exemplo, um grande volume seja um gigabyte e para uma pessoa B um grande volume
seja um terabyte e o mesmo pode acontecer ao se referenciar a velocidade e o tempo de resposta de
uma requisição.
Assim, o grande desafio do bigdata é estar administrando um grande volume de dados e minerando
informações em um menor tempo de requisição. Com o grande volume de dados, fazer com que a
aplicação cresça à medida que é necessário é uma ótima estratégia, assim, uma escalabilidade vertical
(em que se aumenta o poder do hardware, como aumento de memória e de processamento de uma única
máquina) ou horizontal (em que se aumenta a quantidade de máquinas) deve ser analisada. Apesar de
ser mais complexa, a escalabilidade horizontal acaba sendo muito barata, sem falar de ser mais fácil de
crescer ou diminuir os recursos por demanda.
Para armazenar as informações com a escalabilidade horizontal, os bancos NOSQL são uma ótima
estratégia. Vale lembrar que o banco NOSQL significa não apenas not only e não SQL. Uma diferença
entre os bancos NOSQL e SQL é que o primeiro possui uma grande variedade de bancos e cada um com
características diferentes. Em termo de arquitetura, os bancos NOSQL podem ser distribuídos ou não,
embora sejam mais populares do tipo distribuído. Sua forma de armazenamento pode ser apenas em
memória, apenas em disco rígido ou configurável (vale apena lembrar que banco apenas na memória são
muito rápidos, no entanto são volúveis, já os somente no HD tem informações permanentes, porém o I/O
é muito alto). Outra característica divergente entre os bancos NOSQL está na forma do armazenamento
que são: chave-valor, documento, família de coluna e grafos. Os bancos NOSQL costumam ser muito
rápidos na leitura e na escrita, no entanto, possuem uma grande deficiência por parte das buscas. Estas
normalmente são feitas apenas pela chave, para isso usar um serviço para terceirizar o serviço pode ser
uma boa ideia, como o framework Lucene.
Mesmo realizando estratégias de buscas terceirizadas ou buscando pelo id, se a informação não
estiver na memória principal pode haver uma demora para recuperar essa informação. Assim, ter um
dispositivo de acesso rápido pode ser uma melhor opção, entra aqui o uso do cache. Ao se optar pelo
cache deve-se levar em conta os dois maiores desafios:
Ter informação: o ato de esquentar a informação é extremamente importante para esse mecanismo,
já que não adianta existir um cache se o mesmo não possuir nenhuma informação. Para isso ele pode
ser esquentado de várias formas (ao iniciar uma aplicação, por demanda, por sessão do usuário) que
deve ser definido com o aplicativo em questão.
Matar o cache: para o cache é necessário que existam apenas informações atuais, assim é importante
que os dados antigos sejam mortos e trocados por informações mais atuais.
Um outro aspecto no bigdata, que não é muito tratado, está relacionado à velocidade da modelagem
além da velocidade no desenvolvimento de software. Um exemplo muito interessante é o Twitter que viu
muito usuários usando a hashtag (o '#' adicionado com uma palavra) e em pouco tempo teve que realizar
pesquisas através dos mesmos.

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Fonte: http://www.devmedia.com.br/introducao-ao-conceito-de-big-data/27066

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Assim podemos verificar que o bigdata não apenas está relacionado apenas à velocidade de
requisição, mas também em desenvolvimento, então conhecer bem o negócio além de várias ferramentas
poderá ser extremamente importante. Na linguagem Java, conhecer o Java EE 6, muito em breve o Java
7, além do JDK 7 trará velocidade de desenvolvimento, produtividade e um melhor gerenciamento de
memória.
Assim pode-se concluir que o conceito do bigdata é relativamente muito fácil, mesmo sendo divergente
em várias fontes, que é gerenciar um grande volume de memória em alta velocidade. O mais difícil
certamente é chegar nesse objetivo, já que para isso é necessário conhecer uma gama de ferramentas,
frameworks, metodologias, tipos de bancos como NOSQL, SQL e NewSQL, cache, serviço de indexação
de buscas, tipos de escalabilidades, etc. Apesar de ainda ser muito discutida nas universidades, a
normalização foi desenvolvida em 1970 (vale lembrar que os servidores da época possuíam 16kb de
memória principal e 800kb de armazenamento e os celulares atuais são muitas vezes mais rápidos que
estes servidores), ou seja, não é certo afirmar que os aplicativos, os hardwares, as necessidades de hoje
são os mesmos daquela época, e com isso entender que esse padrão nem sempre é válido.

Após um ano isolado em vulcão, grupo diz ser possível viver em Marte9

Um grupo de seis pessoas completou uma missão da Nasa na qual simularam como seria viver em
Marte por um ano.
Eles conviveram em isolamento quase total, em um ambiente fechado no Havaí, nos Estados Unidos,
sem acesso ao mundo exterior, comida fresca ou privacidade.
Especialistas estimam que uma missão humana ao planeta vermelho levaria de um a três anos. O
grupo contava com um francês que é astrobiólogo (estuda a origem e o futuro da vida no Universo), um
físico alemão e quatro americanos: Carmel, um piloto, um arquiteto e um jornalista. Durante a simulação,
o grupo teve de viver com poucos recursos, usar roupas de astronauta ao sair e trabalhar para evitar
conflitos pessoais. Entre as comidas disponíveis estavam queijo ralado e atum enlatado. Após os 12
meses nesta situação, os seis participantes afirmaram estar confiantes.
"Posso dar minha impressão pessoal, que é a de que a missão para Marte no futuro próximo é realista",
afirmou o francês Cyprien Verseux, que integra o grupo. "Acredito que os obstáculos tecnológicos e
psicológicos podem ser superados."
Mas a comandante da missão, a cientista Carmel Johnston, disse que não ter privacidade por um ano
não foi fácil.
"É como dividir o quarto com colegas que estão sempre presentes, e você nunca consegue se
distanciar deles - tenho certeza de que todo mundo consegue imaginar como é conviver assim com
qualquer pessoa." O americano Tristan Bassingthwaghte, doutor em arquitetura pela Universidade do
Hawaí, elogiou a missão.
"Essa pesquisa é vital no momento em que for preciso escolher a equipe (que irá a Marte), descobrir
como as pessoas se comportam de verdade em diferentes tipos de missões e lidar com o fator humano
em viagens espaciais, colonizações ou o que mais estiver sendo analisado", disse o arquiteto.

Primeiro táxi sem motorista começa a ser testado em Cingapura10

Os primeiros táxis que dispensam motoristas começaram a ser testados nas ruas de Cingapura nesta
quinta-feira (25/08/16), informou a agência Reuters.
A empresa nuTonomy convidou um grupo de pessoas a baixar o aplicativo no celular para chamar os
"robô-táxis", que são modelos elétricos da Mitsubishi equipados com sistema capaz de guiar sozinho.
Por enquanto, um engenheiro acompanhará o trajeto no banco do motorista, para coletar informações
e reagir caso alguma coisa saia errada.
A nuTonomy já testa o sistema de forma privada desde abril e espera ter pelo menos 100 "robô-táxis"
operando comercialmente na cidade até 2018.
"Este é verdadeiramente um momento na história que vai mudar como as cidades são construídas,
como olhamos ao nosso redor", afirmou à Reuters o executivo Doug Parker, da nuTonomy. A empresa é
mais uma que pretende lançar um serviço de carros autonômos, em uma corrida que fez as grandes
montadoras de automóveis se aliarem a empresas de tecnologia. Na quarta-feira (24/08/16), a Delphi e a
Mobileye anunciaram que devem lançar uma plataforma pronta para carros autônomos em 2019. Já a
Ford espera ter uma produção em larga escala de carros sem volante e pedais em 2021.
9
29/08/16 – Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/08/apos-um-ano-isolado-em-vulcao-grupo-diz-ser-possivel-viver-em-
marte.html
10
25/08/16 – Fonte: http://g1.globo.com/carros/noticia/2016/08/taxi-sem-motorista-comeca-ser-testado-em-cingapura.html

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O Uber anunciou recentemente uma parceria com a Volvo e deve colocar uma frota de carros sem
motorista para testes nos Estados Unidos em breve - também com a supervisão de "pilotos" dentro.

Estudo redesenha rota de passagem de humanos para as Américas11

As primeiras pessoas a chegar às Américas não poderiam ter passado pelo corredor de camada de
gelo - onde hoje fica o Estreito de Bering - que se pensava que tinha sido o ponto de entrada de humanos
para os continentes de acordo com um estudo publicado quarta-feira (10/08/2016).

Mapa mostra a abertura das rotas de migração para a América do Norte, de acordo com o estudo
(Foto: Mikkel Winther Pedersen/Divulgação)

Mais provavelmente, os pioneiros humanos do Novo Mundo - provavelmente cerca de 15 mil anos
atrás - avançaram ao longo de uma costa do Pacífico, suficientemente livre de gelo para suportar a flora
e a fauna necessárias para sustentar a vida.
A rota e o período exatos desta migração inaugural permanecem sendo conjecturas, disseram os
pesquisadores.
Mas o que é certo, de acordo com as descobertas relatadas na revista científica "Nature", é que a
versão clássica sobre aquela passagem está errada. Durante décadas, os cientistas trabalharam com a
seguinte teoria. Cerca de 14,5 mil anos atrás, um corredor norte-sul de 1.500 km se abriu entre a camada
de gelo Cordilleran - que cobria aproximadamente o que é hoje a província canadense de Colúmbia
Britânica - e a muito maior camada de gelo Laurentide, que ocupava o resto do Canadá. A era do gelo foi
lentamente desaparecendo e dando lugar a uma ponte de terra entre a Eurásia e o Alasca.
Cerca de mil anos mais tarde, de acordo com esta teoria, os primeiros seres humanos da era do gelo
se moveram através desta passagem interior para fundar novas culturas no sul.

Uma nova história


Entre eles estava o povo de Clóvis, que apareceu pela primeira vez nos registros arqueológicos mais
de 13 mil anos atrás. Este enredo pressupõe, naturalmente, que estes primeiros povos encontraram
alimentos ao longo do caminho.
E é aí que a teoria cai por terra, de acordo com Mikkel Pedersen, pesquisador do Centro de
GeoGenetics da Universidade de Copenhague e autor principal do estudo.
"O primeiro momento em que o corredor se abre para a migração humana é 12,6 mil anos atrás", disse
à AFP.
Embora a passagem possa ter estado livre, "não havia absolutamente nada antes desta data no
ambiente em volta - nem plantas, nem animais".

11
11/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/08/estudo-redesenha-rota-de-passagem-de-humanos-para-
americas.html

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Nada, em outras palavras, que teria permitido aos seres humanos se alimentarem durante um longo e
árduo caminho entre penhascos de gelo.
Outras pesquisas que mostraram que os seres humanos poderiam ter chegado às Américas pelo
menos 14,5 mil anos atrás - e talvez alguns milhares de anos antes disso - já tinha começado a
enfraquecer a hipótese do corredor de camada de gelo, forçando especialistas a olharem mais de perto
a possibilidade de uma rota costeira.
Pedersen e colegas agora parecem ter fechado definitivamente a porta para a teoria da rota pelo
interior.
Os métodos inovadores que eles utilizaram para reconstruir o ecossistema no final da idade do gelo
foram cruciais para a descoberta. Em vez de procurar vestígios de DNA de plantas ou animais específicos
enterrados em sedimentos - a abordagem padrão - a equipe de Pedersen usou o que é chamado de
método de "shotgun" (espingarda), catalogando todas as formas de vida em uma determinada amostra.
"Tradicionalmente, estivemos procurando genes específicos de uma ou de várias espécies", explicou.
"Mas a abordagem 'shotgun' realmente nos deu uma visão fantástica sobre todas as diferentes"
cadeias alimentares. "Camadas, desde bactérias e fungos até plantas superiores e mamíferos".

Janela para mundos antigos


Os pesquisadores escolheram extrair núcleos de sedimentos do que teria sido uma passagem estreita
no corredor interior, uma área parcialmente coberta hoje pelo Charlie Lake, na província canadense de
British Columbia.
A equipe fez datação por radiocarbono e recolheu amostras enquanto estava na superfície do lago
congelado no inverno. Até 12,6 mil anos atrás, o ambiente era quase inteiramente desprovido de vida,
descobriram os cientistas.
Mas o ecossistema evoluiu rapidamente, dando lugar dentro de algumas centenas de anos a uma
paisagem de grama e sálvia, logo povoada por bisões, mamutes, coelhos e ratazanas. Mil anos depois,
o ecossistema teve uma nova transição, está vez para um ambiente com árvores, alces e águias.
As descobertas abrem "uma janela para os mundos antigos" e são uma pedra angular em uma "grande
reavaliação" de como os seres humanos chegaram à América, disse Suzanne McGowan, da Universidade
de Nottingham, comentando o estudo na Nature. Elas também tornaram a teoria da passagem costeira
muito mais provável, acrescentou.

Outros estudiosos concordam.


"Se já houve um corredor livre de gelo durante o Último Máximo Glacial, não era nas regiões do interior
do norte da América do Norte, mas ao longo da costa noroeste", escreveu James Dixon, da Universidade
do Novo México, em um estudo recente.

Cientistas descobrem objeto misterioso que se esconde atrás de Netuno12

Um grupo internacional de pesquisadores descobriu um pequeno corpo celeste por trás de Netuno
com uma órbita que não é típica do sistema solar, informa a edição da revista New Scientist.
Conforme estimativas dos especialistas, o achado enigmático é 160 mil vezes menos brilhante que
Netuno. O diâmetro do corpo é cerca de 200 quilômetros.
Os cientistas assinalam que o corpo celeste possui uma órbita muito estranha: objeto gira em torno do
Sol de modo quase perpendicular relativamente aos outros planetas. O achado foi batizado de Niku, que,
em chinês, significa "rebelde", "indócil".
O descobrimento foi feito com ajuda do sistema de telescópios Pan-Starrs, no Havaí.

Tecnologia: uso de drones dispara e equipamentos prometem mudar o mundo13

- Drones são veículos não tripulados, controlados à distância.


- Esses equipamentos já são usados há muito tempo na área militar, mas nos últimos anos, viraram
uma febre para as mais diversas finalidades.
- A segurança do espaço aéreo e a garantia de privacidade da população são questões que preocupam
a população em relação aos drones.

12
12/08/2016 – Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2016-08/cientistas-descobrem-objeto-misterioso-que-se-
esconde-atras-de-netuno
13
11/07/2016 – Fonte: http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/tecnologia-uso-de-drones-dispara-e-equipamentos-
prometem-mudar-o-mundo.htm

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Eles são leves, voam em uma altura que os helicópteros não alcançam, entram em espaços
considerados pequenos e fazem manobras com facilidade. Mas não são aviões. As aeronaves
remotamente pilotadas (RPAs), mais popularmente conhecidas como drones, são máquinas voadoras
operadas a distância por controle remoto.
Os drones aéreos surgiram durante a Segunda Guerra Mundial e buscavam evitar mortes de soldados
em operações de risco. Durante a Guerra Fria, foram usados pelas Forças Armadas dos Estados Unidos
em operações de espionagem. Na Guerra do Iraque, em versões modernizadas, foram usados para
bombardeios.
Em 2014, o presidente Barack Obama anunciou que os EUA passariam a utilizar drones em operações
antiterroristas para combater grupos jihadistas em países como a Síria, Afeganistão, Somália e Iêmen.
Na última década, a frota de drones dos EUA aumentou de 50 para mais de 7 mil aeronaves, incluindo
minidrones e drones sem armas, que podem ser pilotados a partir de bases norte-americanas.
Cientistas apostam em uma terceira revolução na tecnologia bélica (depois da pólvora e das armas
atômicas) na qual a guerra passa a se fazer por automação e inteligência artificial, com drones terrestres,
marítimos e subterrâneos. Seu uso militar promete “uma guerra sem combate”. Segundo David Deptula,
um oficial da força aérea norte-americana, a verdadeira vantagem deles é “projetar poder sem projetar
vulnerabilidade”, ou seja, não é necessário enviar tropas e coloca-las em risco.

China finaliza o maior radiotelescópio do mundo14

O maior radiotelescópio do mundo está prestes a entrar em funcionamento.


A China colocou a peça final do aparelho no último domingo(03/07/2016) e, em setembro, ele
começará a funcionar, segundo a agência estatal de notícias Xinhua.
O telescópio tem o tamanho de 30 campos de futebol (500 metros de diâmetro), é considerado o maior
do mundo e sua construção custou US$ 180 milhões.
Com ele, a China espera conseguir explorar o espaço em busca de vida extraterrestre.
O subdiretor nacional de Observação Astronômica da Academia Chinesa de Ciências, Zheng Ziaonian,
anunciou que, a partir de agora, os cientistas começam o processo de testes para detectar e corrigir
problemas no telescópio.
O Telescópio de Abertura Esférica de 500 metros (ou Fast, na sigla em inglês) fica na Província de
Guizhou, sudoeste da China, uma área favorável para a atividade de pesquisa astronômica pois o relevo
dos arredores do radiotelescópio o protege naturalmente de perturbações eletromagnéticas.

Hidrogênio
O Fast será usado para tentar descobrir a existência de hidrogênio neutro em galáxias distantes e
também pulsares distantes ("bolas" de nêutrons muito magnetizadas).
Além disso, o radiotelescópio também aumenta a possibilidade de detectar ondas gravitacionais de
baixa frequência.
O Fast vai tomar o lugar do Observatório de Arecibo, em Porto Rico, que mede 300 metros diâmetro,
como o maior telescópio do mundo.
Sua construção ocorreu em tempo recorde: apenas cinco anos.
E, apesar de as autoridades chinesas afirmarem que seu programa espacial tem fins pacíficos, o
Departamento de Defesa dos Estados Unidos afirmou que o objetivo real da China é "evitar que seus
adversários usem dispositivos espaciais em uma crise".
O programa espacial do país se transformou em uma das prioridades do governo chinês. Em 2018 o
país deve lançar um "módulo central" para sua primeira estação espacial.

China passa EUA e vira o país com mais supercomputadores do mundo15

A China passou os Estados Unidos e se tornou o país com o maior número de supercomputadores do
mundo, aponta o ranking Top 500, divulgado nesta segunda-feira (20/06/2016). Já o Brasil, que chegou
a ter seis máquinas na lista e estava no grupo das dez nações com maior potencial de computação de
alto nível, teve sua participação reduzida para apenas quatro representantes.
De 2015 para 2016, a China pulou de 109 supercomputadores para 167. Nesse meio tempo, o total de
máquinas norte-americanas caiu de 199 para 165, na lista que reúne computadores tão velozes a ponto
fazer milhões de milhões de cálculos enquanto você nem terminou de piscar os olhos.
14
05/07/2016 - http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/07/china-finaliza-o-maior-radiotelescopio-do-mundo.html
15
20/07/2016 - Fonte: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2016/06/china-passa-eua-e-vira-o-pais-com-mais-supercomputadores-do-
mundo.html

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A máquina mais rápida do ano passado já era chinesa. Agora, o topo do ranking é do Sunway
TaihuLight, do Centro de Supercomputação Nacional, também da China. Só que o dispositivo é três vezes
mais rápido que o antigo líder, o Tianhe-2 (Universidade Nacional de Tecnologia para a Defesa), e cinco
vezes mais ágil que o primeiro norte-americano da lista, o Titan (Laboratório Nacional Oak Ridge), no
terceiro lugar.
O critério dos cientistas do Laboratório Nacional de Berkeley, Universidade do Tennessee e da
Prometeus, que elaboram o ranking, é a capacidade de executar cálculos. O Sunway faz 93.014 teraflops,
equivalente a 456 trilhões de cálculos de ponto-flutuante por segundo (trocando em miúdos: contas de
soma e subtração por segundo). Já a potência do Tianhe-2 é de 33.862 TFlops e a do Titan, de 17.590
TFlops.
Antes no top 10 dos países com maior número de supercomputadores no ranking, o Brasil passou a
ocupar a 11ª posição. No ano passado, eram seis os representantes brasileiros: Três deles são do
Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis (RJ), um do Cimatec, em Salvador
(BA), um do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), de São Paulo (SP), e um da Petrobras. Em
2016, saíram da lista as máquinas do Inpe e da Petrobras.

Com velocidade média de 70 km/h, avião movido a energia solar finaliza voo 'simbólico' em
Nova York16

O famoso avião Solar Impulse, que é movido a energia solar, pousou no aeroporto JFK, de Nova York,
na manhã deste sábado, depois quatro horas de uma viagem que começou no Lehigh Valley, na
Pensilvânia.
Decolando na sexta-feira à noite, a aeronave passou boa parte da viagem dando voltas em torno da
Estátua da Liberdade para um ensaio fotográfico.
O piloto, Andre Borschberg, falou à BBC após o pouso e considerou o voo "simbólico".
"Os Estados Unidos são um país onde você encontra muitos empresários e pioneiros, então terminar
nossa viagem pela América sobrevoando a Estátua da Libertade - que representa para mim a liberdade
de empreender, de inovar, que alimenta o espírito desse país - é muito simbólico."
O avião tem o tamanho de um Boeing 747 e pesa cerca de 300 toneladas, tendo uma velocidade média
de 70 km/h. Ele partiu de Abu Dhabi em março do ano passado e o objetivo dos autores do projeto é dar
uma volta ao mundo com o Solar sem gastar nenhum combustível.
Agora, a aeronave deverá partir em direção a Europa, cruzando o Atlântico. Mas e decisão sobre
quando isso irá acontecer ainda não foi feita - e é um pouco complexa.
Isso porque o Solar precisa de ventos favoráveis e condições climáticas boas que permitam o sobrevoo
pelo oceano por vários dias. "Paciência é a palavra que definirá essa decisão", disse o diretor de voo
Raymond Clerc. "Eu imagino que esse voo irá durar cerca de 3 ou 4 dias."
A equipe queria que o voo para a Europa tivesse Paris como destino, em uma referência à histórica
primeira travessia feita por um avião ao cruzar o Atlântico, com Charles Lindbergh, em 1927. Mas o clima
não deverá permitir isso e é mais provável que o Solar parta para Toulouse, mais para o Sul, ou então
para Sevilha, na Espanha.

Trajetos
O projeto do Solar já conseguiu grande progresso desde seu início, em 9 de março de 2015. No ano
passado, foram cinco etapas de voo, começando em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, e com
paradas em Omã, Mianmar, China e Japão.
Nesse período, o trajeto mais marcante foi o que durou mais de quatro dias sobre o Pacífico. Esse voo
acabou danificando a bateria da aeronave, que precisou passar por reparos e ficou "inativa" por 10 meses.
O projeto se completará quando o Solar retornar a Abu Dhabi.
O avião é movido à energia "limpa" - ele tem 17 mil células solares, que são responsáveis por mantê-
lo no ar abastecendo propulsores e carregando a bateria. A ideia é que o projeto chame a atenção do
mundo para que sejam implementadas mais soluções tecnológicas sustentáveis.

Primeiro 'computador' do mundo mapeou eclipses e futuro, diz estudo17


Uma calculadora astronômica de 2 mil anos usada pelos gregos antigos para traçar o movimento do
Sol, da Lua e dos planetas pode ter tido um outro propósito – adivinhar a sorte, dizem pesquisadores.

16
14/06/2016 - http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/06/com-velocidade-media-de-70-kmh-aviao-movido-a-energia-solar-
finaliza-voo-simbolico-em-nova-york.html
17
10/06/2016 - Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/06/primeiro-computador-do-mundo-mapeou-eclipses-e-futuro-diz-
estudo.html

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Considerado como o primeiro computador do mundo, a Máquina de Anticítera é um sistema intrincado
de engrenagens que data aproximadamente do ano 60 a.C. Ele era empregado pelos gregos para prever
eclipses solares e lunares.
O mecanismo foi recuperado de um naufrágio descoberto na ilha grega de Anticítera em 1901.
Embora os pesquisadores já tenham analisado seus mecanismos internos antes, agora um estudo que
já dura décadas está tentando decodificar inscrições minúsculas nos fragmentos restantes de suas
superfícies externas.
"Isso confirma que o mecanismo exibia planetas, além de mostrar posição do Sol e da Lua no céu",
disse Mike Edmunds, professor de astrofísica da Universidade de Cardiff, no País de Gales, que participa
da equipe do projeto de pesquisa.
Mas, ao criar um espelho do céu, seus antigos engenheiros também podem ter cedido a um anseio
menos científico – a curiosidade perpétua do homem a respeito do que o futuro reserva.
Edmunds, que trabalha no projeto há cerca de 12 anos, contou que decodificar as inscrições também
trouxe à tona um tópico interessante – a cor de um eclipse futuro.
"Não sabemos bem como interpretar isso, mas pode remontar às insinuações de que a cor de um
eclipse era uma espécie de presságio ou sinal. Certas cores podem ser melhores para o que está por vir
do que outras", disse ele durante uma apresentação em Atenas.
"Se for isso, e estivermos interpretando corretamente, esta é a primeira ocasião em que encontramos
qualquer menção real de astrologia, em vez de astronomia, no mecanismo."
Mas o objetivo primordial da máquina era astronômico, e não astrológico, afirmou.
"Os textos serviam para ajudar o observador a entender o significado de todos os diferentes pontos e
indicadores, o que isso lhes ensinaria sobre o cosmo em que vivem... e sobre como, através de ciclos de
tempo, isso se relaciona com suas vidas", disse Alexander Jones, professor de história do Instituto Para
o Estudo do Mundo Antigo, de Nova York.

INFORMÁTICA

Instagram ganha 'modo história', recurso que fez a fama do Snapchat18

Rede social de fotos cria recurso para fotos e vídeos que 'somem' após 24h. Objetivo é permitir que
usuários compartilhem conteúdo instantâneo.
Chega de fotos fazendo biquinho e cheias de filtro. O Instagram lançou nesta terça-feira (2/8/16) um
recurso para que os usuários publiquem “fotos e vídeos da vida real” e que se autodestroem dentro de 24
horas. Essas imagens serão reunidas no “modo história”, um novo campo de publicação que fica no topo
do aplicativo. A liberação da ferramenta é mundial e ocorre a partir das 11h.

24 horas
No Instagram, as “histórias” poderão ser vídeos ou fotos, conter inscrições, emojis, desenhos e
rabiscos manuscritos. Para criar uma delas, basta clicar no sinal de “mais”, posicionado também na
extremidade superior esquerda do aplicativo.
As histórias dos contatos serão exibidas no topo da rede social. As cenas são mostradas uma após a
outra como se fossem uma exibição de slides, com duração de três segundos. É possível avançar ou
retroceder. Tudo isso dentro das 24 horas em que as apresentações perdurarem. Após esse período,
elas somem.

Sem 'curtida'
Outra limitação do “modo história” do Instagram é a ausência da opção “curtir”. Também não é possível
comentar. No lugar disso, porém, os usuários podem enviar mensagens diretas ao autor da publicação.

Telegram recebe 1 milhão de usuários no Brasil após bloqueio de WhatsApp

O Telegram recebeu mais de um milhão de novos usuários no Brasil após o bloqueio do seu rival
WhatsApp nesta segunda-feira (02/05/2016). A empresa afirma que a demora para o cadastro de novos
usuários foi causado pela sobrecarga na rede de SMS.

18
02/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2016/08/instagram-ganha-modo-historia-recurso-que-fez-fama-do-
snapchat.html

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O aplicativo envia um código de verificação para novos usuários. "Códigos de verificação no Brasil
estão atrasados por causa da sobrecarga no lado das redes de SMS, eles estão trabalhando nisso. Por
favor espere, os códigos virão", afirma o Telegram em sua conta no Twitter.
"Desculpe, Brasil! Suas redes móveis não conseguem processar tantos SMS de verificação que
estamos mandando. Mais de um milhão de usuários se cadastraram, mais estão esperando."
A procura pelo app aumentou após o bloqueio de seu rival, o WhatsApp. O aplicativo de mensagens
foi bloqueado a partir das 14h por determinação da do Tribunal de Justiça do Sergipe.
O bloqueio foi pedido porque o Facebook, dono do WhatsApp, não cumpriu uma decisão judicial
anterior de compartilhar informações que subsidiariam uma investigação criminal. A recusa já havia
resultado na prisão do presidente do Facebook para América Latina em março.
02/05/2016
Fonte: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2016/05/telegram-recebe-1-milhao-de-usuarios-no-
brasil-apos-bloqueio-de-whatsapp.html

Novos pendrives da Kingston usam software especial para criptografia

A Kingston acaba de lançar dois pendrives com sistema de criptografia para uso profissional. Batizados
Traveler 4000 G2 e DataTraveler Vault Privacy 3.0, os dispositivos são pensados para empresas cujos
funcionários precisam transportar informações confidenciais com segurança, como bancos e escritórios
de advocacia.
Os dois utilizam criptografia de hardware AES 256-bit e possuem cerificações FIPS. Os dispositivos
chegam ao mercado brasileiro em versões de 4 GB, 8 GB, 16 GB, 32 GB e 64 GB, com preços variando
entre R$ 199,90 e R$ 1.229,90.
28/04/2016
Fonte: http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2016/04/novos-pendrives-da-kingston-usam-
software-especial-para-criptografia.html

Direito do cliente de internet fixa será 'considerado', diz diretor da Anatel

O conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Otavio Rodrigues, relator do caso


que avalia a possibilidade de as operadoras limitarem o acesso dos clientes à internet fixa após fim da
franquia, afirmou nesta quinta-feira (28/04/2016) que irá “ouvir a sociedade” sobre o assunto e que vai
considerar o interesse dos consumidores em seu parecer.
“Eu não vou adiantar minha posição. A única garantia é que o interesse dos consumidores será
observado na minha análise”, afirmou Rodrigues após a reunião do conselho nesta quinta.
Na semana passada, a Anatel decidiu proibir as operadoras de limitar o acesso à banda larga fixa por
tempo indeterminado. Agora, essa decisão fica valendo até que o conselho julgue a questão, o que não
tem data para acontecer.
Com isso, as operadoras ficam proibidas de reduzir a velocidade, suspender o serviço ou cobrar pelo
tráfego excedente nos casos em que os consumidores utilizarem toda a franquia contratada, ainda que
isso esteja previsto em contrato.
Segundo Rodrigues, ainda não há previsão de quando o assunto será votado pelo conselho da
agência. O conselheiro afirmou que, antes disso, a presidência da Anatel irá criar um grupo de trabalho
para organizar o processo de ouvir os interessados.
"Eu quero ouvir a sociedade, de todas as formas. Em audiência no gabinete, audiência pública, será
criado inclusive um grupo de trabalho para formalizar isso. [...] Isso poderia ser feito de maneira informal,
mas é mais interessante dar formalização", afirmou.

Polêmica
Nas últimas semanas, gerou polêmica a informação de que as operadoras querem oferecer planos de
internet fixa, usada nas residências e empresas, com limite de download, em que o serviço pode ser
suspenso quando o usuário atinge uma determinada quantidade de arquivos e dados baixados.
Atualmente, esse serviço é cobrado de acordo com a velocidade de navegação contratada, sem teto
de uso da internet. Já o sistema que limita a quantidade de dados baixados, ou seja, que fixa uma franquia,
já funciona na internet móvel, dos celulares.
A primeira decisão da Anatel foi divulgada quatro dias depois de o Ministério das Comunicações ter
cobrado da agência medidas para garantir que as empresas respeitem os direitos dos consumidores.

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A Anatel já havia informado que comunicou às operadoras que pretendem oferecer internet fixa com
franquia limitada que elas só poderão começar a interromper o serviço se garantirem aos consumidores
ferramenta para acompanhar o consumo. Nesta segunda, no entanto, as exigências divulgadas foram
maiores – e sujeitas a multa.
28/04/2016
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/04/direito-do-cliente-de-internet-fixa-sera-
considerado-diz-diretor-da-anatel.html

Amapá é o estado que mais utiliza celular para acessar internet no país

No Amapá, a maioria da população opta pelo uso do telefone móvel como o aparelho preferido para
se conectar à internet, colocando o estado proporcionalmente no topo do ranking do país, quando é
medido o equipamento mais utilizado pelos internautas.
Os dados são de 2014 e fazem parte da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (Pnad),
divulgada nesta quarta-feira (06/04/2016) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, dos 201 mil domicílios amapaenses pesquisados, 99 mil tinham algum
aparelho com acesso à internet. Desses, 97,1% das casas existia um celular com conexão de dados,
correspondendo a 96 mil. O percentual no referido item é o maior do país. Roraima aparece logo atrás
com 96,8% dos domicílios com telefone móvel conectado. O menor é Rondônia, com 76,8%.
Em segundo lugar, no Amapá, aparece o computador desktop como o aparelho mais utilizado. Ele
existe em 50,4% das casas, representando 50 mil imóveis. O tablet completa a lista, usado em 14,6%,
com 14 mil equipamentos.
Em relação aos equipamentos mais utilizados para acesso à informação e comunicação em 2014, o
IBGE constatou que a população do Amapá ainda tem a televisão como o aparelho preferido, existente
em 96,7% das casas do estado. O celular, no entanto, segue de perto, com 89,5%, resultado superior ao
do rádio, utilizado em 55% dos domicílios. Computador desktop (55%) e telefone fixo (15,8%) completam
a lista.
Quanto a forma utilizada para assistir programações na TV, dos 195 mil domicílios com o aparelho, o
sinal aberto é o mais usado em 74 mil imóveis, seguido pelo de TV por assinatura e parabólica, ambos
em 46 mil casas, cada.

07/04/2016- Fonte: http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2016/04/amapa-e-o-estado-que-mais-


utiliza-celular-para-acessar-internet-no-pais.html

Oracle anuncia o fim do plugin Java para navegadores

A fabricante de softwares e plugins Oracle anunciou o fim de uma teimosia. Depois da próxima
atualização, o famoso (e igualmente odiado) plugin Java vai deixar de existir para navegadores.
Segundo a empresa, o motivo principal é que várias desenvolvedoras de navegadores decidiram
remover ou anunciar limites em um futuro próximo para a remoção de bases-padrão de plugins,
eliminando o acesso a Flash e Java, por exemplo. Isso faria com que a insistência no produto fosse
praticamente inútil nos grandes mercados, como Google Chrome, Firefox e Microsoft Edge.
Assim, a Oracle anunciou que vai desencorajar cada vez mais a utilização da próxima versão, o Java
Developer Kit 9 — até que um futuro lançamento elimine de vez seus traços. Como alternativa, ela indica
a Java Web Start, tecnologia nova e que não se enquadra na categoria de plugin. O procedimento no
mobile será muito mais rápido que no desktop.

Por que tanto ódio?


O plugin Java existe desde 1995 nos navegadores e já na época começava a causar dores de cabeça
em usuários e especialistas em segurança. Ele é cheio de vulnerabilidades e falhas facilmente
exploráveis, sendo um dos maiores riscos de infecção em PCs domésticos e industriais em todo o mundo.

28/01/2016 - Fonte: http://www.tecmundo.com.br/navegador/94663-oracle-anuncia-fim-plugin-java-


navegadores.htm

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A era da Globalização.

GLOBALIZAÇÃO

O termo globalização surgiu após a Guerra Fria tornando-se o assunto do momento, aparecendo nos
círculos intelectuais e nos meios de comunicação, tornando possível a união de países e povos, essa
união nos dá a impressão de que o planeta está ficando cada vez menor. Um dos mais importantes fatores
que contribui para a união desses povos é, sem dúvida, a internet. É impossível falar de globalização sem
falar da Internet, que a cada minuto nos proporciona uma viagem pelo mundo sem sair do lugar. Dentro
da rede conhecemos novas culturas, podemos fazer amizades com pessoas que moram horas de
distância, trabalhamos e ainda podemos nos aperfeiçoar cada vez mais nos assuntos ligados a nossa
área de interesse, através dela, milhões de negócios são fechados por dia.
A globalização não é uma realização do presente, vem de longa data. Tudo começou há muito tempo
quando povos primitivos passaram a explorar o ambiente em que viviam. No século XV os europeus
viajavam pelos mares a fim de ligar Oriente e Ocidente; a Revolução Industrial foi outro fator que permitiu
o avanço de países industrializados sobre o restante do mundo.
No final dos anos 70, os economistas passaram a usar o termo “globalização” fora das discussões
econômicas facilitando as negociações entre os países. Nos anos 80, começaram a ser difundidas novas
tecnologias que uniam os avanços da ciência com a produção, por exemplo: nas fábricas, robôs ligados
aos computadores aceleravam (e aceleram) a produção, ocasionando a redução da mão de obra
necessária, outro exemplo são as redes de televisão que facilitam ainda mais a realização de negócios,
com as suas transmissões em tempo real.
A globalização envolve países ricos, pobres, pequenos ou grandes e atinge todos os setores da
sociedade, e por ser um fenômeno tão abrangente, ela exige novos modos de pensar e enxergar a
realidade. As coisas mudam muito rápido hoje em dia, o território mundial ficou mais integrado, mais
ligado. Por exemplo, na década de 1950, uma viagem de avião cruzando o Oceano Atlântico durava 18
horas; hoje a mesma rota pode ser feita em menos de 5 horas. Em 1865, a notícia da morte de Abraham
Lincoln levou 13 dias para chegar na Europa, mas hoje, ficamos sabendo de tudo o que acontece no
mundo em apenas alguns minutos.
Não podemos negar que a globalização facilita a vida das pessoas, por exemplo o consumidor foi
beneficiado, pois podemos contar com produtos importados mais baratos e de melhor qualidade, porém
ela também pode dificultar. Uma das grandes desvantagens da globalização é o desemprego. Muitas
empresas aprenderam a produzir mais com menos gente, e para tal feito elas usavam novas tecnologias
fazendo com que o trabalhador perdesse espaço.
A necessidade de união causada pela Globalização fez com que vários países que visavam uma
integração econômica se unissem formando os chamados blocos econômicos (ALCA, NAFTA e Tigres
Asiáticos, por exemplo), o interesse dessa união seria o aumento do enriquecimento geral.
Não podemos esquecer também que, hoje em dia, é essencial o conhecimento da língua inglesa. O
inglês, que ao longo dos anos se tornou a segunda língua de quase todos nós, é exigido em quase todos
os campos de trabalho, desde os mais simples como um gerente de hotel até o mais complexo, como um
grande empresário que fecha grandes acordos com multinacionais.
Para encarar todas estas mudanças, o cidadão precisa se manter atualizado e informado, pois estamos
vivendo em um mundo em que a cada momento somos bombardeados de informações e descobertas
novas em todos os setores, tanto na música, como na ciência, na medicina e na política.

www.infoescola.com

Conheça o BRICS

A ideia dos BRICS foi formulada pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O'Neil, em estudo de
2001, intitulado “Building Better Global Economic BRICs”. Fixou-se como categoria da análise nos meios
econômico-financeiros, empresariais, acadêmicos e de comunicação. Em 2006, o conceito deu origem a
um agrupamento, propriamente dito, incorporado à política externa de Brasil, Rússia, Índia e China. Em
2011, por ocasião da III Cúpula, a África do Sul passou a fazer parte do agrupamento, que adotou a sigla
BRICS.

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O peso econômico dos BRICS é certamente considerável. Entre 2003 e 2007, o crescimento dos
quatro países representou 65% da expansão do PIB mundial. Em paridade de poder de compra, o PIB
dos BRICS já supera hoje o dos EUA ou o da União Europeia. Para dar uma ideia do ritmo de crescimento
desses países, em 2003 os BRICs respondiam por 9% do PIB mundial, e, em 2009, esse valor aumentou
para 14%. Em 2010, o PIB conjunto dos cinco países (incluindo a África do Sul), totalizou US$ 11 trilhões,
ou 18% da economia mundial. Considerando o PIB pela paridade de poder de compra, esse índice é
ainda maior: US$ 19 trilhões, ou 25%.
Até 2006, os BRICs não estavam reunidos em mecanismo que permitisse a articulação entre eles. O
conceito expressava a existência de quatro países que individualmente tinham características que lhes
permitiam ser considerados em conjunto, mas não como um mecanismo. Isso mudou a partir da Reunião
de Chanceleres dos quatro países organizada à margem da 61ª. Assembleia Geral das Nações Unidas,
em 23 de setembro de 2006. Este constituiu o primeiro passo para que Brasil, Rússia, Índia e China
começassem a trabalhar coletivamente. Pode-se dizer que, então, em paralelo ao conceito “BRICs”
passou a existir um grupo que passava a atuar no cenário internacional, o BRIC. Em 2011, após o
ingresso da África do Sul, o mecanismo tornou-se o BRICS (com "s" maiúsculo ao final).
Como agrupamento, o BRICS tem um caráter informal. Não tem um documento constitutivo, não
funciona com um secretariado fixo nem tem fundos destinados a financiar qualquer de suas atividades.
Em última análise, o que sustenta o mecanismo é a vontade política de seus membros. Ainda assim, o
BRICS tem um grau de institucionalização que se vai definindo, à medida que os cinco países intensificam
sua interação.
Etapa importante para aprofundar a institucionalização vertical do BRICS foi a elevação do nível de
interação política que, desde junho 2009, com a Cúpula de Ecaterimburgo, alcançou o nível de Chefes
de Estado/Governo. A II Cúpula, realizada em Brasília, em 15 de abril de 2010, levou adiante esse
processo. A III Cúpula ocorreu em Sanya, na China, em 14 de abril de 2011, e demonstrou que a vontade
política de dar seguimento à interlocução dos países continua presente até o nível decisório mais alto. A
III Cúpula reforçou a posição do BRICS como espaço de diálogo e concertação no cenário internacional.
Ademais, ampliou a voz dos cinco países sobre temas da agenda global, em particular os econômico-
financeiros, e deu impulso político para a identificação e o desenvolvimento de projetos conjuntos
específicos, em setores estratégicos como o agrícola, o de energia e o científico-tecnológico. A IV Cúpula
foi realizada em 29 de março de 2012, em Nova Délhi. A V Cúpula foi realizada em Durban, na África do
Sul, em 27 de março de 2013.
Além da institucionalização vertical, o BRICS também se abriu para uma institucionalização horizontal,
ao incluir em seu escopo diversas frentes de atuação. A mais desenvolvida, fazendo jus à origem do
grupo, é a econômico-financeira. Ministros encarregados da área de Finanças e Presidentes dos Bancos
Centrais têm-se reunido com frequência. Os Altos Funcionários Responsáveis por Temas de Segurança
do BRICS já se reuniram duas vezes. Os temas segurança alimentar, agricultura e energia também já
foram tratados no âmbito do agrupamento, em nível ministerial. As Cortes Supremas assinaram
documento de cooperação e, com base nele, foi realizado, no Brasil, curso para magistrados dos BRICS.
Já realizaram-se, ademais, eventos buscando a aproximação entre acadêmicos, empresários,
representantes de cooperativas. Foram, ainda, assinados acordos entre os bancos de desenvolvimento.
Os institutos estatísticos também se encontraram em preparação para a II e a III Cúpulas e publicaram
uma coletânea de dados. Versões atualizadas da coletânea foram lançadas por ocasião da Cúpula de
Sanya e da Cúpula de Nova Délhi. Todas as três publicações encontram-se neste site.
Em síntese, o BRICS abre para seus cinco membros espaço para (a) diálogo, identificação de
convergências e concertação em relação a diversos temas; e (b) ampliação de contatos e cooperação
em setores específicos.

Fonte: Ministério das Relações Exteriores

Para entender o G20

Quando foi criado o G20?


O G20 foi criado em 1999, ao final de uma década marcada por turbulências na economia (na Ásia,
no México e na Rússia). Além de resposta a essas crises, a formação do grupo foi uma forma de os
países ricos reconhecerem o peso dos emergentes, que se mostraram capazes de ameaçar os mercados
com suas instabilidades. O G7 - bloco de nações mais desenvolvidas do planeta, que agrega agora a
Rússia - já se reunia para falar de economia desde 1975. Mas, com os distúrbios da década de 1990,
passou a abrir a discussão a países em desenvolvimento. Em 1998, reuniões mais amplas que as do G8,

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com até 33 países, deram início à inserção dos emergentes na conversa. O movimento resultaria na
formação do G20.

Quais nações compõem o G20?


Ministros da área econômica e presidentes dos bancos centrais de 19 países: os que formam o G8 e
ainda 11 emergentes. No G8, estão Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino
Unido e Rússia. Os componentes do G20 são: Brasil, Argentina, México, China, Índia, Austrália,
Indonésia, Arábia Saudita, África do Sul, Coréia do Sul e Turquia. A União Européia, em bloco, é o
membro de número 20, representado pelo Banco Central Europeu e pela presidência rotativa do Conselho
Europeu. O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, assim como os Comitês Monetário
e Financeiro Internacional e de Desenvolvimento, por meio de seus representantes, também tomam
assento nas reuniões do G20.

Quais os critérios para adesão ao grupo?


Apesar de não haver critérios formais de adesão ao G20, existe uma intenção declarada de unir num
mesmo grupo grandes potências e nações em desenvolvimento e também de manter inalterado o
tamanho da organização. "Em um fórum como o G20, é particularmente importante que o número de
países envolvidos seja restrito e fixado para assegurar a eficácia e a continuidade de suas atividades",
diz texto do site da instituição. A composição é a mesma desde a sua fundação, em 1999. Aspectos como
o equilíbrio geográfico e a representação populacional dos países-membros também foram levados em
conta à época da criação do grupo.

A que fração da economia mundial corresponde o G-20?


Os países que compõem o grupo respondem juntos por 90% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Se computadas as transações internas da União Européia, o grupo responsável por cerca de 80% do
comércio internacional. Além disso, dois terços da população global estão distribuídos entre os países
que formam o G20. Em declaração feita no final de 2008, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou
que os emergentes do G20 respondem hoje por "75% do crescimento mundial".

Como funciona o G20?


Ao contrário de organismos transnacionais como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional
(FMI) ou a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o G20 não conta com
equipe permanente. Neste sentido, seu modelo de operação é semelhante ao do G8. Rotativa, a
presidência do grupo muda a cada ano. Em 2008, o Brasil foi escolhido para presidir o G20; em 2009, o
Reino Unido e, em 2010, a Coréia do Sul. Para garantir a continuidade dos trabalhos, a presidência opera
em um esquema tripartite, chamado de Troica: uma diretoria formada por três peças fundamentais
concentra ao mesmo tempo uma pessoa ligada à presidência anterior, uma relacionada à atual e outra à
futura gestão. A cada presidência, é definido um secretariado provisório, que coordena os trabalhos e
organiza as reuniões do grupo.

Quando acontecem as reuniões e o que se discute nelas?


Os ministros da área econômica e os presidentes de bancos centrais do G20 costumam se reunir uma
vez por ano. Em 2008, o encontro aconteceu em São Paulo, nos dias 8 e 9 de novembro - poucos dias
depois, chefes de estado do G20 se reuniriam em Washington, a convite do presidente americano, George
W. Bush. Nessas oportunidades, os dirigentes debatem tópicos orçamentários e monetários, comerciais,
energéticos, saídas para o crescimento e formas de combater o financiamento ao terrorismo. Na
presidência rotativa da organização, o Brasil propôs três temas para 2008: competição nos mercados
financeiros, energia limpa e desenvolvimento econômico e elementos fiscais de crescimento e
desenvolvimento. Os assuntos foram abordados em seminários realizados em fevereiro, na Indonésia,
em maio, em Londres, e em junho, em Buenos Aires. Em pleno movimento de recuperação, os países
discutem nesta edição de 2010 questões relacionadas à estabilidade da economia global e às possíveis
maneiras de fortalecer o comércio e seus investimentos.

Que decisões já foram tomadas nessas reuniões?


Na cúpula de 2008, em Washington, o primeiro encontro desde o início da crise financeira, os países
decidiram maneiras de retomar o crescimento econômico, as maneiras de lidar com crises financeiras e
o estabelecimento de normas para evitar crises futuras. Em 2009, em Londres, a ideia foi construir bases
para a reforma de um sistema financeiro mais seguro. Vale lembrar que o G20 é um fórum informal, não
um bloco econômico como a União Europeia.

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Instituições privadas são convidadas a participar?
Sim. Como forma de promover diálogo e sinergia entre estado e mercado, podem tomar lugar nas
reuniões especialistas de instituições privadas que sejam convidados a participar. Já a presença do Banco
Mundial, do FMI e dos coordenadores do Comitê Financeiro e Monetário Internacional e do Comitê de
Desenvolvimento tem a função de assegurar a integração do grupo com as instituições do sistema
financeiro internacional criado em Bretton Woods, em 1944, quando se estabeleceram regras para
atuação financeira internacional e se tomou o dólar como parâmetro para as outras moedas.

Existe mais de um G20?


Sim, e isso é uma grande fonte de confusão. Existe o G20 que está sendo explicado aqui, que une
países desenvolvidos e outros em desenvolvimento para falar de economia. Ele é chamado de G20
financeiro. Outro grupo, formado apenas por nações emergentes (mais de 20, na realidade), também se
denomina G20. Ele foi batizado pela imprensa de G20 comercial, já que seu foco são as relações
comerciais entre países ricos e emergentes. O G20 comercial nasceu em 2003, numa reunião ministerial
da Organização Mundial do Comércio (OMC) realizada em Cancún, no México. Liderado pelo Brasil, o
grupo procura defender os interesses agrícolas dos países em desenvolvimento diante das nações ricas,
que fazem uso de subsídios para sustentar a sua produção. Exceto pela Austrália, Arábia Saudita, Coreia
do Sul e Turquia, todas as nações emergentes do G20 financeiro estão no G20 comercial. Também fazem
parte deste grupo Bolívia, Chile, Cuba, Egito, Filipinas, Guatemala, Nigéria, Paquistão, Paraguai,
Tanzânia, Tailândia, Uruguai, Venezuela e Zimbábue.

Há outros grupos internacionais semelhantes?


Já surgiram muitos "Gs" no cenário internacional, como G4, G5, G8, G10, G8+5 e os dois G20 citados.
Vale lembrar que antes da entrada da Rússia o G8 era G7 e que, por isso, há quem o chame de G7/8 ou
G7+1. G8+5 é o nome que se dá aos encontros esporádicos entre o G8 e o G5, mais um grupo informal
de países em desenvolvimento: Brasil, China, Índia, México e África do Sul. O G5 vem sendo chamado a
se sentar à mesa das grandes potências pela relativa importância econômica que vem conquistando no
cenário mundial. Já foram criados vários G4, mas o principal deles foi uma associação entre EUA, Brasil,
União Européia e Índia. O principal objetivo do grupo era o de tratar de questões comerciais, quando
preciso envolvendo a Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas alguns fracassos, como nas
negociações feitas em Postdam (Alemanha) sobre a liberalização do comércio mundial, em junho de
2007, levaram à saída do Brasil e da Índia e, consequentemente, ao fim do grupo. No episódio de
Postdam, Bush culpou os dois países pelo malogro nas negociações. Fundado em 1964, o G10 reunia
as dez maiores economias capitalistas da época. Hoje, são 11: Alemanha, Canadá, Bélgica, Estados
Unidos, França, Itália, Japão, Holanda, Reino Unido, Suécia e Suíça. Os países do chamado Grupo dos
Dez participam do General Arrengements to Borrow (GAB), um acordo para a obtenção de empréstimos
suplementares, para o caso dos recursos estimados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) estarem
aquém das necessidades de um dos países-membros. O G10 concentra 85% da economia mundial.

Fonte: veja.abril.com.br

Questão

01. (PC/PI – Escrivão de Polícia Civil – UESPI/2014) No início dos anos 1990, o mundo assistiu à
derrocada do chamado Bloco Socialista, comandado pela ex-União Soviética, tendo como consequência
o fim da Guerra Fria e o surgimento de uma Nova Ordem Mundial, que apresenta como características,
EXCETO,
(A) o controle do mercado mundial por grandes corporações transnacionais.
(B) aprofundamento da Globalização da economia e consolidação da tendência à formação de blocos
econômicos regionais.
(C) processos pacíficos de Fragmentação territorial sem ocorrência de conflitos étnicos, a exemplo da
ex-Iugoslávia.
(D) ampliação das desigualdades internacionais.
(E) a existência de uma realidade mais complexa, com múltiplas oposições ou tensões econômicas,
étnicas, religiosas, ambientais etc.

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Resposta

01. Resposta: C.
(...). Com a crise do bloco socialista, no final dos anos 1980, uma nova fase se abriu para a história da
Iugoslávia. Em 1991, Croácia, Eslovênia e Macedônia declararam sua independência, sendo que apenas
esta última de maneira pacífica. A separação da Croácia e da Eslovênia foi acompanhada por intensos
conflitos militares liderados pelo então presidente sérvio Slobodan Milosevic. Em 1992, a Bósnia declarou
sua independência, passando a enfrentar militarmente a Croácia, em disputa por territórios, e sobretudo
a Sérvia, contrária ao movimento separatista de mais uma região iugoslava. (...)
(Fonte:http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/geopolitica/conflitos-na-ex-iugoslavia.htm).

Cultura brasileira: arquitetura, artes, cinema, folclore, literatura, música,


teatro e televisão.

A cultura no Brasil é um reflexo da formação do país, já no período colonial, quando começam a surgir
as primeiras relações entre portugueses e indígenas, no primeiros anos do contato. Ao longo de mais de
cinco séculos de transformação, ela incorpora elementos de todos aqueles que ajudaram a criar o país
ou que vieram para o Brasil em buscas de vida nova. Do churrasco ao acarajé, catolicismo a umbanda,
norte ao sul, o Brasil é um país de contrastes, definidos por seus habitantes que convergem seus
costumes, crenças e práticas em território nacional.
Mesmo admitindo a existência de diversos estudos e discussões antropológicas sobre o conceito de
cultura, podemos considerá-la, grosso modo, da seguinte forma: a cultura diz respeito a um conjunto de
hábitos, comportamentos, valores morais, crenças e símbolos, dentre outros aspectos mais gerais, como
forma de organização social, política e econômica que caracterizam uma sociedade. Dessa forma,
podemos pensar na seguinte questão: o que caracteriza a cultura brasileira? Certamente, ela possui suas
particularidades quando comparada ao restante do mundo, principalmente quando nos debruçamos sobre
um passado marcado pela miscigenação racial entre índios, europeus e africanos e que sofreu ainda a
influência de povos do Oriente Médio e da Ásia. Além de celebrar seus escritores, como Nelson
Rodrigues, dramaturgo, jornalista e escritor, que deixou um legado que ressurge cada vez mais forte
através de suas obras sempre atuais, inexoráveis ao tempo, o cenário cultural brasileiro é marcado pelo
retomada da produção cinematográfica que tem levado alguns cineastas do Brasil a dirigir filmes na
Europa e nos Estado Unidos. José Padilha é o exemplo mais recente deste fenômeno. Depois do sucesso
com “Tropa de Elite”, ele dirigiu o remake de Robocop. No embalo da Copa do Mundo e das Olimpíadas
do Rio de Janeiro, que acontecem em 2016, ritmos musicais de diversas regiões do Brasil têm feito muito
sucesso no exterior. A culinária brasileira, conhecida pela forte influência europeia, africana e indígena
também ganha lugar de destaque.

Diversidade Cultural no Brasil


A diversidade cultural reflete os diferentes costumes e práticas que compõem a sociedade brasileira.
O Brasil é um país de dimensões continentais, que passou por diversos processos de ocupação,
migração, imigração e emigração, incorporando os traços de diversos povos e sociedades para compor
uma cultura única e diversificada. Além disso, por conter um extenso território, apresenta diferenças
climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões.
Entre as principais fontes de contribuição para a formação da cultura brasileira, estão os diferentes
povos indígenas que habitaram e ainda habitam o território brasileiro, os africanos escravizados e os
colonizadores e imigrantes europeus.
Para facilitar o entendimento da diversidade cultural brasileira é possível dividi-la pelas cinco regiões,
lembrando porém que cada localidade possui características únicas, que muitas vezes não podem
simplesmente serem englobadas de maneira simples.

Nordeste
Na região Nordeste existem diversas festas e danças como o bumba meu boi, maracatu, caboclinhos,
carnaval, ciranda, coco, terno de zabumba, marujada, reisado, frevo, cavalhada e capoeira. A
religiosidade também é um fator importante para compreender a cultura nordestina, com manifestações
religiosas como a festa de Iemanjá e a lavagem das escadarias do Bonfim. A literatura de Cordel é outro
elemento forte da cultura nordestina. O artesanato é representado pelos trabalhos de rendas. Os pratos
típicos são: carne de sol, peixes, frutos do mar, buchada de bode, sarapatel, acarajé, vatapá, cururu,

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feijão-verde, canjica, arroz-doce, bolo de fubá cozido, bolo de massa de mandioca, broa de milho verde,
pamonha, cocada, tapioca, pé de moleque, entre tantos outros.

Norte
A quantidade de eventos culturais do Norte é imensa. As duas maiores festas populares do Norte são
o Círio de Nazaré, em Belém (PA); e o Festival de Parintins, a mais conhecida festa do boi-bumbá do
país, que ocorre em junho, no Amazonas. Outros elementos culturais da região Norte são: o carimbó, o
congo ou congada, a folia de reis e a festa do divino.
A influência indígena é fortíssima na culinária do Norte, baseada na mandioca e em peixes. Outros
alimentos típicos do povo nortista são: carne de sol, tucupi (caldo da mandioca cozida), tacacá (espécie
de sopa quente feita com tucupi), jambu (um tipo de erva), camarão seco e pimenta-de-cheiro.

Centro-Oeste
A cultura do Centro-Oeste brasileiro é bem diversificada, recebendo contribuições principalmente dos
indígenas, paulistas, mineiros, gaúchos, bolivianos e paraguaios. São manifestações culturais típicas da
região: a cavalhada e o fogaréu, no estado de Goiás; e o cururu, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A culinária regional é composta por arroz com pequi, sopa paraguaia, arroz carreteiro, arroz boliviano,
Maria Isabel, empadão goiano, pamonha, angu, cural, os peixes do Pantanal - como o pintado, pacu,
dourado, entre outros.

Sudeste
Os principais elementos da cultura regional são: festa do divino, festejos da páscoa e dos santos
padroeiros, congada, cavalhadas, bumba meu boi, carnaval, peão de boiadeiro, dança de velhos,
batuque, samba de lenço, festa de Iemanjá, folia de reis, caiapó.
A culinária do Sudeste é bem diversificada e apresenta forte influência do índio, do escravo e dos
diversos imigrantes europeus e asiáticos. Entre os pratos típicos se destacam a moqueca capixaba, pão
de queijo, feijão-tropeiro, carne de porco, feijoada, aipim frito, bolinho de bacalhau, picadinho, virado à
paulista, cuscuz paulista, farofa, pizza, etc.

Sul
O Sul apresenta aspectos culturais dos imigrantes portugueses, espanhóis e, principalmente, alemães
e italianos. As festas típicas são: a Festa da Uva (italiana) e a Oktoberfest (alemã). Também integram a
cultura sulista: o fandango de influência portuguesa, a tirana e o anuo de origem espanhola, a festa de
Nossa Senhora dos Navegantes, a congada, o boi-de-mamão, a dança de fitas, boi na vara. Na culinária
estão presentes: churrasco, chimarrão, camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado (cozido de
carne em uma panela de barro), vinho.

Arte Brasileira19

A arte brasileira surge da mistura de outros estilos e se inicia desde o período da Pré-História há mais
de 5 mil anos, até a arte primitiva. Ela também foi influenciada pelo estilo artístico de outras sociedades.
Dentre elas, temos a arte da Pré-História brasileira, com vários sítios arqueológicos espalhados pelo
território e tombados pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Outra a ser citada
é a arte indígena, na época do descobrimento do Brasil, quando no início, havia cerca de 5 milhões de
índios. Atualmente, esse número foi reduzido, assim como parte de sua cultura.
Outra arte brasileira a ser citada é a do Período Colonial. O Brasil transformou-se em colônia de
Portugal, depois da chegada de Cabral e eram feitas construções simples, como as feitorias, várias vilas,
engenhos de açúcar como representação da arte. Após a divisão do Brasil em capitanias hereditárias, foi
necessária a construção de casas para os colonizadores.
Na invasão dos holandeses que ficaram no nordeste do Brasil por quase 25 anos, no início de 1624,
se instalou uma cultura vinda dos povos holandeses. Apesar dos portugueses terem defendido o Brasil
de invasores, estes ainda conseguiram instalar-se. Artistas e cientistas vieram para o Recife, trazendo a
cultura holandesa. Outro estilo surgido foi o Barroco, ligado ao catolicismo. A influência da Missão Artística
Francesa, no início do século XIX, quando a família real veio ao Brasil foi intensa. A população começou
a imitar a cultura europeia. Eram pintados retratos da família real e algumas imagens dos índios
brasileiros.

19
Textos adaptados de: Ministério da Cultura, www.historias-da-arte.info e www.suapesquisa.com

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A Pintura Acadêmica, também no século XIX, na arte brasileira, retrata a riqueza clássica, sendo que
era refletido um padrão de beleza ideal (padrões propostos pela Academia de Belas Artes). Já no início
do século XX, presenciamos o Modernismo Brasileiro, marcado inicialmente pela Semana de Arte
Moderna. E, antes disso, o Expressionismo já começa a chegar ao Brasil e fazer história com Lasar Segall
(1891-1957) que contribui para o Modernismo. Após a Semana de Arte Moderna, vários artistas
começaram a desenvolver um estilo próprio de pintura, sendo ela mais valorizada no país.
Além do já citado Lasar Segall, o Brasil tem grandes pintores, cujas obras têm reconhecimento
internacional. Entre os principais destaques, podemos incluir:

Cândido Portinari - Foi um dos pintores brasileiros mais famosos. Nasceu na cidade de Brodowski
(interior do estado de São Paulo), em 29 de dezembro de 1903. Destacou-se também nas áreas de poesia
e política. Durante sua trajetória, ele estudou na Escola de Belas-Artes do Rio de Janeiro; visitou muitos
países, como a Espanha, a França e a Itália, onde finalizou seus estudos. No ano de 1935 ele recebeu
uma premiação em Nova Iorque por sua obra "Café". Deste momento em diante, sua obra passou a ser
mundialmente conhecida. Dentre suas obras, destacam-se: "A Primeira Missa no Brasil", "São Francisco
de Assis" e “Tiradentes". Seus retratos mais famosos são: seu autorretrato, o retrato de sua mãe e o do
famoso escritor brasileiro Mário de Andrade. Características principais de suas obras: Retratou questões
sociais do Brasil; Utilizou alguns elementos artísticos da arte moderna europeia; Suas obras de arte
refletem influências do surrealismo, cubismo e da arte dos muralistas mexicanos; Arte figurativa,
valorizando as tradições da pintura.

Anita Malfatti - Foi uma importante e famosa artista plástica (pintora e desenhista) brasileira. Nasceu
na cidade de São Paulo, no dia 2 de dezembro de 1889 e faleceu na mesma cidade, em 6 de novembro
de 1964. Era filha de Bety Malfatti (norte-americana de origem alemã) e pai italiano. Estudou pintura em
escolas de arte na Alemanha e nos Estados Unidos (estudou na Independent School of Art em Nova
Iorque). Em sua passagem pela Alemanha, em 1910, entrou em contato com o expressionismo, que a
influenciou muito. Já nos Estados Unidos teve contato com o movimento modernista. Em 1917, Anita
Malfatti realizou uma exposição artística muito polêmica, por ser inovadora, e ao mesmo tempo
revolucionária. As obras de Anita, que retratavam principalmente os personagens marginalizados dos
centros urbanos, causou desaprovação nos integrantes das classes sociais mais conservadoras. Em
1922, junto com seu amigo Mario de Andrade, participou da Semana de Arte Moderna. Ela fazia parte do
Grupo dos Cinco, integrado por Malfatti, Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e
Menotti del Picchia. Entre os anos de 1923 e 1928 foi morar em Paris. Retornou a São Paulo em 1928 e
passou a lecionar desenho na Universidade Mackenzie até o ano de 1933. Em 1942, tornou-se presidente
do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Entre 1933 e 1953, passou a lecionar desenho nas
dependências de sua casa. Principais obras: “A boba”, “As margaridas de Mário”, “Natureza Morta -
objetos de Mário”, “A Estudante Russa”, “O homem das sete cores”, “Nu Cubista”, “O homem amarelo”,
“A Chinesa”, “Arvoredo” e “Interior de Mônaco”, entre outros.

Di Cavalcanti - Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di


Cavalcanti, foi um importante pintor, caricaturista e ilustrador brasileiro. Nasceu no Rio de Janeiro, em 6
de setembro de 1897. Desde jovem demonstrou grande interesse pela pintura. Com onze anos de idade
teve aulas de pintura com o artista Gaspar Puga Garcia. Seu primeiro trabalho como caricaturista foi para
a revista Fon-Fon, em 1914. Participou do Primeiro Salão de Humoristas em 1916. Mudou para São Paulo
em 1917. No mesmo ano, fez a primeira exposição individual para a revista "A Cigarra". Participou da
Semana de Arte Moderna de 1922, expondo 11 obras de arte e elaborando a capa do catálogo. Em 1923,
foi morar em Paris como correspondente internacional do jornal Correio da Manhã. Retornou para o Brasil
dois anos depois e foi morar no Rio de Janeiro. Em 1926, fez a ilustração da capa do livro O Losango de
Cáqui de Mário de Andrade. Neste mesmo ano participa como ilustrador e jornalista do jornal Diário da
Noite. Foi premiado, junto com o pintor Alfredo Volpi, como melhor pintor nacional na II Bienal de São
Paulo. Seu estilo artístico é marcado pela influência do expressionismo, cubismo e dos muralistas
mexicanos (Diego Rivera, por exemplo). Abordou temas tipicamente brasileiros como, por exemplo, o
samba. O cenário geográfico brasileiro também foi muito retratado em suas obras. Em suas obras são
comuns os temas sociais do Brasil (festas populares, operários, as favelas, protestos sociais, etc).
Estética que abordava a sensualidade tropical do Brasil, enfatizando os diversos tipos femininos.
Principais obras: “Pierrete”, “Samba”, “Mangue” e “Cinco Moças de Guaratinguetá”, entre outras.

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Tarsila do Amaral - foi uma das mais importantes pintoras brasileiras do movimento modernista.
Nasceu na cidade de Capivari (interior de São Paulo), em 1º de setembro de 1886. Na adolescência,
Tarsila estudou no Colégio Sion, localizado em São Paulo, porém, completou os estudos numa escola de
Barcelona (Espanha). Desde jovem, demonstrou muito interesse pelas artes plásticas. Aos 16 anos,
pintou seu primeiro quadro, intitulado Sagrado Coração de Jesus. Em 1906, casou-se pela primeira vez
com André Teixeira Pinto e com ele teve sua única filha, Dulce. Após se separar, começa a estudar
escultura. Somente aos 31 anos começou a aprender as técnicas de pintura com Pedro Alexandrino
Borges (pintor, professor e decorador). Em 1920, foi estudar na Academia Julian (escola particular de
artes plásticas) na cidade de Paris. Em 1922, participou do Salão Oficial dos Artistas da França, utilizando
em suas obras as técnicas do cubismo. Retornou para o Brasil em 1922, formando o "Grupo dos Cinco",
junto com Anita Malfatti, Mario de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia. Este grupo foi o
mais importante da Semana de Arte Moderna de 1922. Em 1923, retornou para a Europa e teve contatos
com vários artistas e escritores ligados ao movimento modernista europeu. Entre as décadas de 1920 e
1930, pintou suas obras de maior importância e que fizeram grande sucesso no mundo das artes. Entre
as obras desta fase, podemos citar as mais conhecidas: Abaporu (1928) e Operários (1933). No final da
década de 1920, Tarsila criou os movimentos Pau-Brasil e Antropofágico. Entre as propostas desta fase,
Tarsila defendia que os artistas brasileiros deveriam conhecer bem a arte europeia, porém deveriam criar
uma estética brasileira, apenas inspirada nos movimentos europeus. Características de suas obras: Uso
de cores vivas; Influência do cubismo (uso de formas geométricas); Abordagem de temas sociais,
cotidianos e paisagens do Brasil; Estética fora do padrão (influência do surrealismo na fase
antropofágica). Principais obras: “Abaporu”, “Autorretrato”, “Retrato de Oswald de Andrade”, “Estudo
(Nu)”, “Natureza-morta com relógios”, entre outras.

Volpi - Alfredo Foguebecca Volpi, artista plástico ítalo-brasileiro. É considerado um dos principais
artistas da Segunda Geração da Arte Moderna Brasileira. Ganhou destaque com pinturas representando
casarios e bandeirinhas de festas juninas (sua marca registrada). Nasceu na cidade de Lucca (Itália) em
14 de abril de 1896. Atuou como pintor decorador de residências de famílias da alta sociedade paulistana,
fazendo pinturas em paredes e murais; Ganhou o prêmio de melhor pintor nacional na Bienal de Artes de
1953; Fez afrescos na Capela São Pedro de Monte Alegre e Participou da 1ª Exposição de Arte Concreta
em 1956. Estética: explorou as formas e composição de cores com grande impacto visual. Nos anos 50
enveredou para o campo do abstracionismo geométrico. Foi neste período que começou a retratar
bandeirinhas de festas juninas. Principais obras: "Mulata", "Fachada e Rua", "Festa de São João",
"Grande Fachada Festiva" e "Fachadas".

Literatura brasileira20

A literatura no Brasil viveu vários períodos, geralmente recebendo influência de escolas europeias.
Houve ainda um movimento que tentou criar uma identidade puramente nacional, voltada à abordagem
de temas cotidianos. Os principais momentos da produção literária no Brasil foram:

Quinhentismo (século XVI) - Representa a fase inicial da literatura brasileira, pois ocorreu no começo
da colonização. Representante da Literatura Jesuíta ou de Catequese, destaca-se Padre José de
Anchieta com seus poemas, autos, sermões cartas e hinos. O objetivo principal deste padre jesuíta, com
sua produção literária, era catequizar os índios brasileiros. Nesta época, destaca-se ainda Pero Vaz de
Caminha, o escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral. Através de suas cartas e seu diário, elaborou uma
literatura de Informação (de viagem) sobre o Brasil. O objetivo de Caminha era informar o rei de Portugal
sobre as características geográficas, vegetais e sociais da nova terra.

Barroco (século XVII) - Essa época foi marcada pelas oposições e pelos conflitos espirituais. Esse
contexto histórico acabou influenciando na produção literária, gerando o fenômeno do barroco. As obras
são marcadas pela angústia e pela oposição entre o mundo material e o espiritual. Metáforas, antíteses
e hipérboles são as figuras de linguagem mais usadas neste período. Podemos citar como principais
representantes desta época: Bento Teixeira, autor de Prosopopeia; Gregório de Matos Guerra (Boca do
Inferno), autor de várias poesias críticas e satíricas; e padre Antônio Vieira, autor de Sermão de Santo
Antônio ou dos Peixes.

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Texto adaptado de www.suapesquisa.com

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Neoclassicismo ou Arcadismo (século XVIII) - O século XVIII é marcado pela ascensão da burguesia
e de seus valores. Esse fato influenciou na produção da obras desta época. Enquanto as preocupações
e conflitos do barroco são deixados de lado, entra em cena o objetivismo e a razão. A linguagem complexa
é trocada por uma linguagem mais fácil. Os ideais de vida no campo são retomados (fugere urbem = fuga
das cidades) e a vida bucólica passa a ser valorizada, assim como a idealização da natureza e da mulher
amada. As principais obras desta época são: Obra Poética, de Cláudio Manoel da Costa; O Uraguai, de
Basílio da Gama; Cartas Chilenas e Marília de Dirceu, de Tomás Antonio Gonzaga; e Caramuru, de Frei
José de Santa Rita Durão.

Romantismo (século XIX) - A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da família real
portuguesa em 1808, e a Independência do Brasil em 1822 são dois fatos históricos que influenciaram na
literatura do período. Como características principais do romantismo, podemos citar: individualismo,
nacionalismo, retomada dos fatos históricos importantes, idealização da mulher, espírito criativo e
sonhador, valorização da liberdade e o uso de metáforas. As principais obras românticas que podemos
citar: O Guarani, de José de Alencar; Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães;
Espumas Flutuantes, de Castro Alves; e Primeiros Cantos, de Gonçalves Dias. Outros importantes
escritores e poetas do período: Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, Junqueira Freire e Teixeira e
Souza.

Realismo - Naturalismo (segunda metade do século XIX) - Na segunda metade do século XIX, a
literatura romântica entrou em declínio, juntos com seus ideais. Os escritores e poetas realistas começam
a falar da realidade social e dos principais problemas e conflitos do ser humano. Como características
desta fase, podemos citar: objetivismo, linguagem popular, trama psicológica, valorização de
personagens inspirados na realidade, uso de cenas cotidianas, crítica social, visão irônica da realidade.
O principal representante desta fase foi Machado de Assis, com as obras: Memórias Póstumas de Brás
Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro e O Alienista. Podemos citar ainda como escritores realistas
Aluísio de Azedo, autor de O Mulato e O Cortiço e Raul Pompéia, autor de O Ateneu.

Parnasianismo (final do século XIX e início do século XX) - O parnasianismo buscou os temas
clássicos, valorizando o rigor formal e a poesia descritiva. Os autores parnasianos usavam uma
linguagem rebuscada, vocabulário culto, temas mitológicos e descrições detalhadas. Diziam que faziam
a arte pela arte. Graças a esta postura foram chamados de criadores de uma literatura alienada, pois não
retratavam os problemas sociais que ocorriam naquela época. Os principais autores parnasianos são:
Olavo Bilac, Raimundo Correa, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho.

Simbolismo (fins do século XIX) - Esta fase literária inicia-se com a publicação de Missal e Broqueis,
de João da Cruz e Souza. Os poetas simbolistas usavam uma linguagem abstrata e sugestiva, enchendo
suas obras de misticismo e religiosidade. Valorizavam muito os mistérios da morte e dos sonhos,
carregando os textos de subjetivismo. Os principais representantes do simbolismo foram: Cruz e Souza
e Alphonsus de Guimaraens.

Pré-Modernismo (1902 até 1922) - Este período é marcado pela transição, pois o modernismo só
começou em 1922, com a Semana de Arte Moderna. Está época é marcada pelo regionalismo,
positivismo, busca dos valores tradicionais, linguagem coloquial e valorização dos problemas sociais. Os
principais autores deste período são: Euclides da Cunha (autor de Os Sertões), Monteiro Lobato, Lima
Barreto, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma, e Augusto dos Anjos.

Modernismo (1922 a 1930) - Este período começa com a Semana de Arte Moderna de 1922. As
principais características da literatura modernista são: nacionalismo, temas do cotidiano (urbanos),
linguagem com humor, liberdade no uso de palavras e textos diretos. Principais escritores modernistas:
Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, Alcântara Machado e Manuel Bandeira.
Neorrealismo (1930 a 1945) - Fase da literatura brasileira na qual os escritores retomam as críticas e
as denúncias aos grandes problemas sociais do Brasil. Os assuntos místicos, religiosos e urbanos
também são retomados. Destacam-se as seguintes obras: Vidas Secas, de Graciliano Ramos; Fogo
Morto, de José Lins do Rego; O Quinze, de Raquel de Queiroz; e O País do Carnaval, de Jorge Amado.
Os principais poetas desta época são: Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Cecília
Meireles.

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Arquitetura Brasileira21

A arquitetura indígena é baseada nas convicções mágicas que tinham tanto para a moradia quanto
para o conjunto urbano. A disposição geométrica de uma aldeia visa funcionalidade, mas também é
orientada pelo gosto. Uma aldeia circular, com orientação norte-sul, tendo como eixo a casa central
servindo de passagem e como espaço de reuniões, seu conceito é a “aldeia do além”: assim, o arco da
existência supera o tempo e o trânsito terreno em função do infinito. Esta filosofia governa os atos de
viver, as expressões plásticas e mais ainda a poesia, compondo uma cultura bem definida.
Já os portugueses começam da estaca zero, os pioneiros improvisavam-se construtores para levantar
moradias e entrincheiramento a fim de se defenderem dos índios e de outros brancos. Na necessidade
da conquista e manutenção do espaço cria-se um sistema feudal e organizam-se os arraiais, como no
caso de Salvador uma cidade cercada por muros de taipa, essa técnica, embora precária quando bem
mantida, perpetua-se ao longo dos séculos. Em cada uma das regiões ocupadas recursos locais são
utilizados na construção, como a carnaúba no Piauí que ainda hoje é utilizada.
Até a primeira metade deste século grande parte das casas no Recife era construída como no século
do descobrimento. A “casa-fortaleza”, como era denominada, utilizava pedra, cal, pau a pique e era
telhada e avarandada. Não se tem amostras, mas sabe-se através dos documentos que obedeciam às
prescrições da Coroa ao conceder-se uma sesmaria. Com o crescimento das vilas, os construtores
começam a procurar materiais mais resistentes e passam a utilizar a pedra. A primeira obra em pedra
parece ter sido a torre de Olinda, construída por seu primeiro donatário (Duarte Coelho).
A grande produção desta época é de fortalezas e o número de arquitetos é grande, porém a maioria
ocultos. A arquitetura “arte” foi preocupação dos missionários, pois sabiam da importância da construção
das Igrejas na catequese. Esta arquitetura toma vulto com a chegada de Francisco Dias e Luís Dias,
assim como Grandejean de Montiny, no século XIX e Le Corbusier no século XX. Deve-se notar aqui as
conquistas holandesas, os batavos muito produziram com alta qualidade e fazem com que Recife torne-
se a cidade mais importante da colônia, porém não se misturam com os produtores da insipiente arte
local. É com a ajuda de Pieter Post, arquiteto incluído na expedição de Nassau, que se realizam um
conjunto de obras urbanísticas e arquitetônicas notáveis. É nesta época que o barroco começa a dar
sinais de vida, e as Igrejas buscam construir com luxo, enquanto o povo continuará a viver da maneira
mais simples até os anos setecentos. A prosperidade da arquitetura religiosa deve-se, também, à
instituição das Irmandades que construíam suas igrejas, às vezes, rivalizando com as Ordens. Os artistas
eram disputados e razoavelmente retribuídos.
Nosso barroco floresce de maneira torta e não é comparável aos outros movimentos no mundo, pode-
se dizer que é mais parecido com o alemão do que com o italiano. A arquitetura civil é inexpressiva e
servia, praticamente, a fins religiosos. Quase todos os arquitetos brasileiros da primeira metade do século
XVIII, constroem igrejas de nave octogonal, a primeira, construída entre 1714 e 1730, é a de Nossa
Senhora da Glória do Outeiro, no Rio de Janeiro, muito importante por representar uma evolução em
relação às igrejas portuguesas ou mesmo qualquer igreja da época. Outras Igrejas brasileiras de plano
octogonal são: a igreja paroquial de Antônio Dias (1727); a Igreja de Santa Efigênia em Ouro Preto (1727),
ambas atribuídas a Manuel Francisco Lisboa, pai de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho; igreja do
Pilar em Ouro Preto (1720); igreja de São Pedro dos Clérigos de Recife (1728-1782), de Manoel Ferreira
Jácome; igreja da Conceição da Praia em Salvador, projetada por Manoel Cardoso Saldanha, que foi a
última de importância construída na Bahia, também a última de plano octogonal a ser erguida, tanto no
Brasil quanto em Portugal.
Na segunda metade do século XVIII, Minas Gerais passa a dominar a arquitetura religiosa em igrejas
como: o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo (1757-1770); a de São Pedro
dos Clérigos, em Mariana (1771) e a Capela do Rosário de Ouro Preto. Antônio Francisco Lisboa, o
Aleijadinho principal escultor e arquiteto da época deixou vasta obra, adepto do estilo rococó, soube
integrar melhor do que ninguém a arquitetura e a escultura, a decoração rebuscada à sobriedade da
arquitetura religiosa portuguesa. Ele modifica a estrutura do altar suprimindo o baldaquim ou elevando-o
até a abóbada. A igreja de São Francisco em Ouro Preto foi inteiramente projetada, construída e decorada
por Aleijadinho num espaço de vinte e oito anos entre 1766 e 1794, o que explica sua extraordinária
unidade. Sua capela-mor é uma das obras mais importantes de Aleijadinho.
A transferência da Corte de Dom João VI para o Brasil provoca mudanças sensíveis na arquitetura.
Em 1816 chega ao Rio de Janeiro a chamada Missão Francesa incumbida, por Dom João, da educação
artística do povo brasileiro. Liderada por Lebreton, a missão trouxe como arquiteto Auguste-Henri-Victor
Grandjean de Montigny (1776-1850), que introduziu o Neoclassicismo e fez adeptos. A primeira obra, que

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http://www.coladaweb.com/artes/arquitetura/arquitetura-brasileira

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foi encomendada a ele, foi a da Academia de Belas-Artes, edifício cujas obras paralisadas durante anos,
por ocasião da morte do Conde da Barca, responsável pela vinda de Grandjean. Tal fato faz com que o
arquiteto passe a dedicar-se a outros projetos, como o edifício da Praça do Comércio, já demolido, a
Alfândega, o antigo Mercado da Candelária e várias residências, além de ter sido o primeiro professor de
arquitetura do Brasil. Atuaram também nesta época os arquitetos José da Costa e Silva, Manuel da Costa
e o Mestre Valentim da Fonseca e Silva, autor da ornamentação do passeio público do Rio de Janeiro.
Já no começo do século, o Art Nouveau e o Art Deco aparecem de forma restrita, principalmente em
São Paulo, e seu expoente máximo é Victor Dubugras, que faleceu em 1934. A Semana de Arte Moderna
de 1922 e a sequente revolução de 1930 são a alavanca da arquitetura moderna no Brasil. Já em 1925 o
arquiteto Gregori Warchavchik publicou seu Manifesto da Arquitetura Funcional. É interessante notar que
a Casa Modernista que Warchavchik construiu em São Paulo, em 1928, é anterior à construção da Casa
das Rosas, da Av. Paulista. Le Corbusier, arquiteto modernista francês, visitou o Brasil pela primeira vez
em 1929 e realizou conferências no Rio e em São Paulo; chegou a propor um plano de urbanização para
o Rio de Janeiro que não foi executado. Provavelmente o seria, não fosse a Revolução que colocou
Getúlio Vargas no poder e Júlio Prestes no exílio. Mas a revolução traz vantagens para a arquitetura:
Lúcio Costa torna-se diretor da Escola Nacional de Belas Artes, para onde chama Warchavchik. Por
motivos políticos, sua gestão não dura um ano, mas não sem frutos. Cedo uma nova geração de
arquitetos surgia: Luiz Nunes, os irmãos M.M.M. Roberto, Aldo Garcia Roza, entre outros.
Em 1935, é realizado o concurso para o prédio do Ministério da Educação no Rio de Janeiro, cujo
primeiro prêmio foi para um projeto puramente acadêmico; porém, por decisão do Ministro Gustavo
Capanema, o projeto passa para as mãos de Lúcio Costa, que reúne uma equipe com outros
concorrentes, entre eles Oscar Niemeyer. Le Corbusier faz nova visita ao Brasil para opinar sobre o
projeto do concurso e também para discutir o projeto da Cidade Universitária do Rio de Janeiro. Lúcio
Costa deixou, em 1939, a chefia da equipe que construía o Ministério da Educação e em seu lugar assume
Oscar Niemeyer, no início de uma carreira brilhante, que tem seu apogeu juntamente com Lúcio Costa,
com a construção de Brasília, vinte anos mais tarde. No mesmo ano de 1939, acontece a Exposição
Internacional de Nova York, onde o Pavilhão do Brasil, obra de Lúcio e Oscar, causa furor.
A arquitetura brasileira dá sinais de vida mundialmente. Niemeyer constrói o conjunto da Pampulha
em Belo Horizonte durante a prefeitura de Juscelino Kubitschek, que depois o leva para Brasília, onde
realizará um conjunto de obras notáveis juntamente com o plano geral de Lúcio Costa. Oscar Niemeyer
também esteve à frente da equipe que construiu o parque do Ibirapuera em São Paulo entre 1951 e 1955.
No Ibirapuera, o paisagismo é de Roberto Burle Marx, que tem vasta obra a ser apreciada e é o maior
expoente dessa arte no país.
Em 1954, foi construído o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, de Affonso Eduardo Reidy. Outro
arquiteto modernista de grande importância é Villanova Artigas, autor, entre outras obras, da Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Artigas, que esteve exilado por causa do
regime militar, quando retornou ao Brasil, viu-se obrigado a fazer uma prova de admissão para poder
lecionar na faculdade que ele mesmo projetara, prova que ficou registrada em forma de livro.
Não é possível, neste breve esforço, abranger toda a produção arquitetônica contemporânea, porém
não podemos deixar de citar aqui a grande obra de Lina Bo Bardi, mulher de Pietro Maria Bardi, autora
de projetos como o do SESC Pompéia, em São Paulo ou o do MASP (Museu de Arte de São Paulo), cuja
arrojada estrutura foi uma imposição do terreno. O projeto deveria conservar o antigo belvedere, e a
solução encontrada por Lina foi construir um prédio sustentado apenas por quatro pilares nas
extremidades do terreno, uma vez que o túnel da Av. 9 de julho, que passa por baixo do terreno, não
permitia outra conformação. O resultado é uma grande caixa de vidro suspensa, envolta em dois pórticos,
formados pelos pilares somados às vigas de sustentação da cobertura. Seu vão livre, de setenta e dois
metros em concreto protendido, é uma aventura a ser apreciada.

Cinema no Brasil22

Em 1896, chegaram ao Rio de Janeiro aparelhos de projeção cinematográfica, em 1898, foram


realizadas as primeiras filmagens no Brasil. Somente em 1907, com o advento da energia elétrica
industrial na cidade, o comércio cinematográfico começou a se desenvolver. Nesta fase predominou
filmes de reconstituição de fatos do dia-a-dia. A partir de 1912, das mãos de Francisco Serrador, Antônio
Leal e dos irmãos Botelho eram produzidos filmes com menos de uma hora de projeção, época em que
o cinema nacional encarou forte crise perante o domínio norte-americano nas salas de exibição, os

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http://www.infoescola.com/cinema/historia-do-cinema-brasileiro/

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cinejornais e documentários é que captavam recursos para as produções de ficção. Em 1925, a qualidade
e o ritmo das produções aumenta, o cinema mudo brasileiro se consolida e os veículos de comunicação
da época inauguram colunas para divulgar o nosso cinema. Entre os anos 30 e 40, o cinema falado abre
um reinício para a produção nacional que limita-se ao Rio em comédias populares, conhecidas como
chanchadas musicais que lançaram atores como Mesquitinha, Oscarito e Grande Otelo.
A década de 30 foi dominada pela Cinédia e os anos 40 pela Atlântida. No período de 1950 a 1960,
em São Paulo, paralelo à fundação do Teatro Brasileiro de Comédia e abertura do Museu de Arte
Moderna, surge o estúdio da Vera Cruz que através de fortes investimentos e contratação de profissionais
estrangeiros busca produzir no Brasil, uma linha de filmes sérios, industrial, com uma preocupação
estético-cultural hollywoodiana e com a participação de grandes estrelas como Tônia Carreiro, Anselmo
Duarte, Jardel Filho, entre outros. A Vera Cruz tinha uma produção cara e de qualidade, mas faltava-lhe
uma distribuidora própria e salas para absorver a sua produção, uma de suas produções foi premiada em
Cannes, o filme Cangaceiro, de Lima Barreto. Em oposição às produções paulistas e cariocas, surgem
cineastas independentes que a partir da década de 60, buscam manter a pretensão artística da Vera
Cruz, como por exemplo Walter Hugo Khouri, e uma esfera neorrealista, com o filme “Rio 40°” de Nelson
Pereira dos Santos. Nesta fase há o fenômeno de filmes feitos na Bahia, por baianos e sulistas, como o
“Pagador de Promessas”, é o surgimento do Cinema Novo, movimento carioca que abarca o que há de
melhor no cinema nacional, época de intensa produção e premiação de nomes como os de Glauber
Rocha, Serraceni, Ruy Guerra, entre outros.

Televisão no Brasil23

A primeira emissora de televisão no Brasil, a TV Tupi, foi inaugurada há 60 anos, em 18 de setembro


de 1950. No começo, os programas eram ao vivo e caracterizados pela improvisação, experimentação
em linguagem (adaptada do rádio e do teatro) e falta de aparelhos receptores, devido ao alto custo.
O idealizador da TV brasileira foi Assis Chateaubriand (1892-1968), dono dos Diários Associados, um
império de comunicação que incluía dezenas de jornais, revistas e rádios. Como não havia televisores no
país, o empresário contrabandeou 200 aparelhos. Até os anos 1960, novas emissoras foram inauguradas,
como a TV Excelsior, a Globo, a Bandeirantes e a Rede Record. Nesse período a TV Tupi entrou em
decadência, até ter a concessão cassada em 1980.
Segundo o IBGE, há hoje nos domicílios brasileiros mais TVs (95%) do que geladeiras (92%). Nesta
primeira década do século, o veículo passa por transformações, como a chegada da TV Digital e a
convergência com outras mídias. A despeito disso, a regulamentação para o setor no Brasil é um das
mais atrasadas do mundo e favorece a manutenção de oligopólios.

Música Brasileira24

Podemos dizer que a MPB surgiu ainda no período colonial brasileiro, a partir da mistura de vários
estilos. Entre os séculos XVI e XVIII, misturaram-se em nossa terra as cantigas populares, os sons de
origem africana, fanfarras militares, músicas religiosas e músicas eruditas europeias. Também
contribuíram, neste caldeirão musical, os indígenas com seus típicos cantos e sons tribais. Nos séculos
XVIII e XIX, destacavam-se nas cidades, que estavam se desenvolvendo e aumentando
demograficamente, dois ritmos musicais que marcaram a história da MPB: o lundu e a modinha. O lundu,
de origem africana, possuía um forte caráter sensual e uma batida rítmica dançante. Já a modinha, de
origem portuguesa, trazia a melancolia e falava de amor numa batida calma e erudita. Na segunda metade
do século XIX, surge o Choro ou Chorinho, a partir da mistura do lundu, da modinha e da dança de salão
europeia. Em 1899, a cantora Chiquinha Gonzaga compõe a música Abre Alas, uma das mais conhecidas
marchinhas carnavalescas da história. Já no início do século XX começam a surgir as bases do que seria
o samba. Dos morros e dos cortiços do Rio de Janeiro, começam a se misturar os batuques e rodas de
capoeira com os pagodes e as batidas em homenagem aos orixás.
O carnaval começa a tomar forma com a participação, principalmente de mulatos e negros ex-
escravos. O ano de 1917 é um marco, pois Ernesto dos Santos, o Donga, compõe o primeiro samba que
se tem notícia: Pelo Telefone. Neste mesmo ano, aparece a primeira gravação de Pixinguinha, importante
cantor e compositor da MPB do início do século XIX. Com o crescimento e popularização do rádio nas
décadas de 1920 e 1930, a música popular brasileira cresce ainda mais. Nesta época inicial do rádio
brasileiro, destacam-se os seguintes cantores e compositores: Ary Barroso, Lamartine Babo (criador de
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http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/
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http://www.suapesquisa.com/mpb/

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O teu cabelo não nega), Dorival Caymmi, Lupicínio Rodrigues e Noel Rosa. Surgem também os grandes
intérpretes da música popular brasileira: Carmen Miranda, Mário Reis e Francisco Alves. Na década de
1940 destaca-se, no cenário musical brasileiro, Luis Gonzaga, o "rei do Baião". Falando do cenário da
seca nordestina, Luis Gonzaga faz sucesso com músicas como, por exemplo, Asa Branca e Assum Preto.
Enquanto o baião continuava a fazer sucesso com Luis Gonzaga e com os novos sucessos de Jackson
do Pandeiro e Alvarenga e Ranchinho, ganhava corpo um novo estilo musical: o samba-canção.
Com um ritmo mais calmo e orquestrado, as canções falavam principalmente de amor. Destacam-se
neste contexto musical: Dolores Duran, Antônio Maria, Marlene, Emilinha Borba, Dalva de Oliveira, Angela
Maria e Caubi Peixoto. Em fins dos anos 50 (década de 1950), surge a Bossa Nova, um estilo sofisticado
e suave. Destaca-se Elizeth Cardoso, Tom Jobim e João Gilberto. A Bossa Nova leva as belezas
brasileiras para o exterior, fazendo grande sucesso, principalmente nos Estados Unidos. A televisão
começou a se popularizar em meados da década de 1960, influenciando na música. Nesta época, a TV
Record organizou o Festival de Música Popular Brasileira. Nestes festivais são lançados Milton
Nascimento, Elis Regina, Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso e Edu Lobo. Neste mesmo período,
a TV Record lança o programa musical Jovem Guarda, onde despontam os cantores Roberto Carlos e
Erasmo Carlos e a cantora Wanderléa. Na década de 1970, vários músicos começam a fazer sucesso
nos quatro cantos do país. Nara Leão grava músicas de Cartola e Nelson do Cavaquinho. Vindas da
Bahia, Gal Costa e Maria Bethânia fazem sucesso nas grandes cidades.
O mesmo acontece com Djavan (vindo de Alagoas), Fafá de Belém (vinda do Pará), Clara Nunes (de
Minas Gerais), Belchior e Fagner (ambos do Ceará), Alceu Valença (de Pernambuco) e Elba Ramalho
(da Paraíba). No cenário do rock brasileiro destacam-se Raul Seixas e Rita Lee. No cenário funk
aparecem Tim Maia e Jorge Ben Jor. Nas décadas de 1980 e 1990 começam a fazer sucesso novos
estilos musicais, que recebiam fortes influências do exterior. São as décadas do rock, do punk e da new
wave. O show Rock in Rio, do início dos anos 80, serviu para impulsionar o rock nacional.Com uma
temática fortemente urbana e tratando de temas sociais, juvenis e amorosos, surgem várias bandas
musicais. É deste período o grupo Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Titãs, Kid Abelha, RPM, Plebe
Rude, Ultraje a Rigor, Capital Inicial, Engenheiros do Hawaii, Ira! e Barão Vermelho. Também fazem
sucesso: Cazuza, Rita Lee, Lulu Santos, Marina Lima, Lobão, Cássia Eller, Zeca Pagodinho e Raul
Seixas.
Os anos 90 também são marcados pelo crescimento e sucesso da música sertaneja ou country. Neste
contexto, com um forte caráter romântico, despontam no cenário musical: Chitãozinho e Xororó, Zezé di
Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo e João Paulo e Daniel. Nesta época, no cenário pop destacam-
se: Gabriel, o Pensador, O Rappa, Planet Hemp, Racionais MCs e Pavilhão 9. O século XXI começa com
o sucesso de grupos de rock com temáticas voltadas para o público jovem e adolescente. São exemplos:
Charlie Brown Jr, Skank, Detonautas e CPM 22.

Teatro no Brasil25

Uma das primeiras manifestações do teatro no Brasil ocorreu no século XVI como forma de
catequização. O teatro era utilizado pelos jesuítas para instruir religiosamente os índios e colonos. O
padre Anchieta é um dos principais jesuítas que utilizou estes tipos de representações que eram
chamadas de teatro de catequese. Esse teatro possuía uma preocupação muito mais religiosa do que
artística, os atores eram amadores e não existiam espaços destinados à atividade teatral, as peças eram
encenadas em praças, ruas, colégios entre outros. Já no século XVII, além do teatro de catequese emerge
outros tipos de teatros que celebram festas populares e acontecimentos políticos, alguns lembram muito
o carnaval como conhecemos hoje, as pessoas saíam às ruas para comemorações vestidas com
adereços, desfilando mascaradas, dançando, cantando e tocando instrumentos.
Com a chegada da família real no Brasil, em 1808, o teatro dá um grande salto. D. João VI assina um
decreto de 28 de maio de 1810 que reconhece a necessidade da construção de "teatros decentes" para
a nobreza que necessitava de diversão. Grandes espetáculos começaram a chegar ao Brasil porém, além
de serem estrangeiros e refletirem os gostos europeus da época eram somente para os aristocratas e o
povo não tinha qualquer participação, o teatro não tinha uma identidade brasileira. No século XIX o teatro
brasileiro começa a se configurar e um grande marco foi a representação da tragédia Antônio José ou O
Poeta e a Inquisição de Gonçalves Magalhães em 13 de março de 1838. Esse drama foi encenado por
uma companhia genuinamente brasileira, com atores e propósitos nacionalistas formado pelo ator João
Caetano.

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www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=196

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Nessa época surgem as Comédias de Costume com o escritor teatral Luiz Carlos Martins Pena que
buscava em fatos da época situações para arrancar da plateia muitos risos. Muitos autores teatrais
surgiram como Antônio Gonçalves Dias, Manuel Antônio Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Castro
Alves, Luís Antônio Burgain, Manuel de Araújo Porto Alegre, Joaquim Norberto da Silva, Antônio
Gonçalves Teixeira e Souza, Agrário de Menezes, Barata Ribeiro, Luigi Vicenzo de Simoni e Francisco
José Pinheiro Guimarães. Em 1855 surge o teatro realista no Brasil, o teatro deixa de lado os dramalhões
e visa o debate de temas atuais, problemas sociais e conflitos psicológicos tentando mostras e revelar o
cotidiano da sociedade, o amor adúltero, a falsidade e o egoísmo humanos. Um dos mais importantes
autores dessa época é Joaquim Manoel de Macedo, autor da obra-prima A Moreninha, de Arthur Azevedo.
A Semana de Arte Moderna de 1922, que foi um marco para as artes não abrangeu o teatro que ficou
esquecido, adormecido por longos anos.
A renovação do teatro brasileiro veio em 1943, com a estreia de Vestido de Noiva, de Gianfrancesco
Guarnieri e Nelson Rodrigues, sob a direção de Ziembinski, que escandalizou o público e modernizou o
palco brasileiro. Vestido de Noiva fez um grande sucesso assim como o Auto da Compadecida, de Ariano
Suassuna. Vale destacar Teatro Brasileiro de Comédia formado por grandes artistas como Cacilda
Becker, Tônia Carrero, Sérgio Cardoso, Paulo Autran, Fernanda Montenegro, entre outros e o Teatro de
Arena que encenou a peça Eles Não Usam Black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, em 1958, um grande
sucesso. Com o golpe militar em 1964 veio a censura e um número enorme de peças foram proibidas e
somente a partir dos anos 70 o teatro novamente ressurge mostrando produções constantes.

Questões

01.

No final da década de 1950, a sociedade brasileira passava por transformações marcantes em


diferentes áreas.
A letra da canção “Chiclete com banana” enfoca o seguinte elemento da conjuntura desse momento:
(A) difusão da cultura estrangeira
(B) diversificação da identidade étnica
(C) valorização da pluralidade artística
(D) expansão da dependência econômica

02. Um volume imenso de pesquisas tem sido produzido para tentar avaliar os efeitos dos programas
de televisão. A maioria desses estudos diz respeito a crianças – o que é bastante compreensível pela
quantidade de tempo que elas passam em frente ao aparelho e pelas possíveis implicações desse
comportamento para a socialização. Dois dos tópicos mais pesquisados são o impacto da televisão no
âmbito do crime e da violência e a natureza das notícias exibidas na televisão.

GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005.

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O texto indica que existe uma significava produção científica sobre os impactos socioculturais da
televisão na vida do ser humano. E as crianças, em particular, são as mais vulneráveis a essas influências,
porque
(A) codificam informações transmitidas nos programas infantis por meio da observação.
(B) adquirem conhecimentos variados que incentivam o processo de interação social.
(C) interiorizam padrões de comportamento e papéis sociais com menor visão crítica.
(D) observam formas de convivência social baseadas na tolerância e no respeito.
(E) apreendem modelos de sociedade pautados na observância das leis.

Respostas

01. A / 02. C

Os problemas contemporâneos (século 21): a distribuição da riqueza,


a questão ambiental, a crise dos recursos hídricos, a crise energética,
os conflitos bélicos.

DISTRIBUIÇÃO DE RIQUEZA

A desigualdade social e a pobreza são problemas sociais que afetam a maioria dos países na
atualidade. A pobreza existe em todos os países, pobres ou ricos, mas a desigualdade social é um
fenômeno que ocorre principalmente em países não desenvolvidos.
O conceito de desigualdade social é um guarda-chuva que compreende diversos tipos de
desigualdades, desde desigualdade de oportunidade, resultado, etc., até desigualdade de escolaridade,
de renda, de gênero, etc. De modo geral, a desigualdade econômica – a mais conhecida – é chamada
imprecisamente de desigualdade social, dada pela distribuição desigual de renda. No Brasil, a
desigualdade social tem sido um cartão de visita para o mundo, pois é um dos países mais desiguais.
Segundo dados da ONU, em 2005 o Brasil era a 8º nação mais desigual do mundo. O índice Gini, que
mede a desigualdade de renda, divulgou em 2009 que a do Brasil caiu de 0,58 para 0,52 (quanto mais
próximo de 1, maior a desigualdade), porém está ainda é gritante.
Alguns dos pesquisadores que estudam a desigualdade social brasileira atribuem, em parte, a
persistente desigualdade brasileira a fatores que remontam ao Brasil colônia, pré-1930 – a máquina
midiática, em especial a televisiva, produz e reproduz a ideia da desigualdade, creditando o “pecado
original” como fator primordial desse flagelo social e, assim, por extensão, o senso comum “compra” essa
ideia já formatada –, ao afirmar que são três os “pilares coloniais” que apoiam a desigualdade: a influência
ibérica, os padrões de títulos de posse de latifúndios e a escravidão.
É evidente que essas variáveis contribuíram intensamente para que a desigualdade brasileira
permanecesse por séculos em patamares inaceitáveis. Todavia, a desigualdade social no Brasil tem sido
percebida nas últimas décadas, não como herança pré-moderna, mas sim como decorrência do efetivo
processo de modernização que tomou o país a partir do início do século XIX. Junto com o próprio
desenvolvimento econômico, cresceu também a miséria, as disparidades sociais – educação, renda,
saúde, etc. – a flagrante concentração de renda, o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros,
a desnutrição, a mortalidade infantil, a baixa escolaridade, a violência. Essas são expressões do grau a
que chegaram as desigualdades sociais no Brasil.
Segundo Rousseau, a desigualdade tende a se acumular. Os que vêm de família modesta têm, em
média, menos probabilidade de obter um nível alto de instrução. Os que possuem baixo nível de
escolaridade têm menos probabilidade de chegar a um status social elevado, de exercer profissão de
prestígio e ser bem remunerado. É verdade que as desigualdades sociais são em grande parte geradas
pelo jogo do mercado e do capital, assim como é também verdade que o sistema político intervém de
diversas maneiras, às vezes mais, às vezes menos, para regular, regulamentar e corrigir o funcionamento
dos mercados em que se formam as remunerações materiais e simbólicas.
Observa-se que o combate à desigualdade deixou de ser responsabilidade nacional e sofre a
regulação de instituições multilaterais, como o Banco Mundial. Conforme argumenta a socióloga Amélia
Cohn, a partir dessa ideia “se inventou a teoria do capital humano, pela qual se investe nas pessoas para
que elas possam competir no mercado”. De acordo com a socióloga, a saúde perdeu seu status de direito,
tornando-se um investimento na qualificação do indivíduo.

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Ou, como afirma Hélio Jaguaribe em seu artigo No limiar do século 21: “Num país com 190 milhões de
habitantes, um terço da população dispõe de condições de educação e vida comparáveis às de um país
europeu. Outro terço, entretanto, se situa num nível extremamente modesto, comparável aos mais pobres
padrões afro-asiáticos. O terço intermediário se aproxima mais do inferior que do superior”.
A sociedade brasileira deve perceber que sem um efetivo Estado democrático, não há como combater
ou mesmo reduzir significativamente a desigualdade social no Brasil.

QUESTÃO AMBIENTAL

Desenvolvimento sustentável26
Desenvolvimento sustentável é o modelo que prevê a integração entre economia, sociedade e meio
ambiente. Em outras palavras, é a noção de que o crescimento econômico deve levar em consideração
a inclusão social e a proteção ambiental

Gestão do Lixo
O lixo ainda é um dos principais desafios dos governos na área de gestão sustentável. No entanto, na
última década, o Brasil deu um salto importante no avanço para a gestão correta dos resíduos sólidos.
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, em 2000, apenas 35% dos resíduos eram destinados
aos aterros.
Em 2008, esse número subiu para 58%. Além disso, o número de programas de coleta seletiva saltou
de 451, em 2000, para 994, em 2008.
Para regulamentar a coleta e tratamento de resíduos urbanos, perigosos e industriais, além de
determinar o destino final correto do lixo, o Governo brasileiro criou a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (Lei n° 12.305/10), aprovada em agosto de 2010.

Créditos de Carbono
No mercado de carbono, cada tonelada de carbono que deixa de ser emitida é transformada em
crédito, que pode ser negociado livremente entre países ou empresas.
O sistema funciona como um mercado, só que ao invés das ações de compra e venda serem
mensuradas em dinheiro, elas valem créditos de carbono.
Para isso é usado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que prevê a redução certificada
das emissões de gases de efeito estufa. Uma vez conquistada essa certificação, quem promove a redução
dos gases poluentes tem direito a comercializar os créditos.
Por exemplo, um país que reduziu suas emissões e acumulou muitos créditos pode vender este
excedente para outro que esteja emitindo muitos poluentes e precise compensar suas emissões.
O Brasil ocupa a terceira posição mundial entre os países que participam desse mercado, com cerca
de 5% do total mundial e 268 projetos.

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Fonte: http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20/desenvolvimento-sustentavel.html

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Entenda como funciona o mercado de crédito de carbono27
A partir dos anos 2000, entrou em cena um mercado voltado para a criação de projetos de redução da
emissão dos gases que aceleram o processo de aquecimento do planeta.
Trata-se do mercado de créditos de carbono, que surgiu a partir do Protocolo de Quioto, acordo
internacional que estabeleceu que os países desenvolvidos deveriam reduzir, entre 2008 e 2012, suas
emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) 5,2% em média, em relação aos níveis medidos em 1990.
O Protocolo de Quioto criou o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que prevê a redução
certificada das emissões. Uma vez conquistada essa certificação, quem promove a redução da emissão
de gases poluentes tem direito a créditos de carbono e pode comercializá-los com os países que têm
metas a cumprir.
“O ecossistema não tem fronteira. Do ponto de vista ambiental, o que importa é que haja uma redução
de emissões global”, ressalta o consultor de sustentabilidade e energia renovável, Antonio Carlos Porto
Araújo.
Durante a última Conferência do Clima (COP 17), realizada em 2011, na África do Sul, as metas de
Quioto foram atualizadas e ampliadas para cortes de 25% a 40% nas emissões, em 2020, sobre os níveis
de 1990 para os países desenvolvidos.
“Isso pode significar um fomento nas atividades de crédito de carbono que andavam pouco atraentes”,
disse Araújo, autor do livro “Como comercializar créditos de carbono”.
O Brasil ocupa a terceira posição mundial entre os países que participam desse mercado, com cerca
de 5% do total mundial e 268 projetos. A expectativa inicial era absorver 20%. O mecanismo incentivou a
criação de novas tecnologias para a redução das emissões de gases poluentes no Brasil.

Cálculo
A redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) é medida em toneladas de dióxido de carbono
equivalente – t CO2e (equivalente). Cada tonelada de CO2e reduzida ou removida da atmosfera
corresponde a uma unidade emitida pelo Conselho Executivo do MDL, denominada de Redução
Certificada de Emissão (RCE).
Cada tonelada de CO2e equivale a 1 crédito de carbono. A ideia do MDL é que cada tonelada de CO2
e não emitida ou retirada da atmosfera por um país em desenvolvimento possa ser negociada no mercado
mundial por meio de Certificados de Emissões Reduzidas (CER).
As nações que não conseguirem (ou não desejarem) reduzir suas emissões poderão comprar os CER
em países em desenvolvimento e usá-los para cumprir suas obrigações.

Consumo racional28

É um modo de consumir capaz de garantir não só a satisfação das necessidades das gerações atuais,
como também das futuras gerações. Isso significa optar pelo consumo de bens produzidos com tecnologia
e materiais menos ofensivos ao meio ambiente, utilização racional dos bens de consumo, evitando-se o
desperdício e o excesso e ainda, após o consumo, cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem
degradação ao meio ambiente. Principalmente: ações no sentido de rever padrões insustentáveis de
consumo e diminuir as desigualdades sociais.
Adotar a prática dos três 'erres': Redução, que recomenda evitar o consumo de produtos
desnecessários; Reutilização, que sugere que se reaproveite diversos materiais; e Reciclagem, que
orienta reaproveitar materiais, transformando-os e lhes dando nova utilidade.

Aquecimento Global

O aquecimento global é uma consequência das alterações climáticas ocorridas no planeta. Diversas
pesquisas confirmam o aumento da temperatura média global. Conforme cientistas do Painel
Intergovernamental em Mudança do Clima (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), o século
XX foi o mais quente dos últimos cinco, com aumento de temperatura média entre 0,3°C e 0,6°C. Esse
aumento pode parecer insignificante, mas é suficiente para modificar todo clima de uma região e afetar
profundamente a biodiversidade, desencadeando vários desastres ambientais.
As causas do aquecimento global são muito pesquisadas. Existe uma parcela da comunidade científica
que atribui esse fenômeno como um processo natural, afirmando que o planeta Terra está numa fase de

27
Fonte: http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2012/04/entenda-como-funciona-o-mercado-de-credito-de-carbono
28
Texto adaptado de http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/

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transição natural, um processo longo e dinâmico, saindo da era glacial para a interglacial, sendo o
aumento da temperatura consequência desse fenômeno.
No entanto, as principais atribuições para o aquecimento global são relacionadas às atividades
humanas, que intensificam o efeito de estufa através do aumento na queima de gases de combustíveis
fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural. A queima dessas substâncias produz gases como
o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), que retêm o calor proveniente das
radiações solares, como se funcionassem como o vidro de uma estufa de plantas, esse processo causa
o aumento da temperatura. Outros fatores que contribuem de forma significativa para as alterações
climáticas são os desmatamentos e a constante impermeabilização do solo.
Atualmente os principais emissores dos gases do efeito de estufa são respectivamente: China, Estados
Unidos, Rússia, Índia, Brasil, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido e Coreia do Sul. Em busca de
alternativas para minimizar o aquecimento global, 162 países assinaram o Protocolo de Kyoto em 1997.
Conforme o documento, as nações desenvolvidas comprometem-se a reduzir sua emissão de gases que
provocam o efeito de estufa, em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990. Essa meta teve que ser
cumprida entre os anos de 2008 e 2012. Porém, vários países não fizeram nenhum esforço para que a
meta fosse atingida, o principal é os Estados Unidos.

Enfraquecido, Protocolo de Kyoto é estendido até 2020

Quase 200 países concordaram em estender o Protocolo da Kyoto até 2020. A decisão foi tomada
durante a COP-18, Cúpula das Nações Unidas sobre Mudança Climática realizada em Doha, no Catar.
Apesar do acordo, Rússia, Japão e Canadá abandonaram o Protocolo: assim, as nações que obedecerão
suas regras são responsáveis por apenas 15% das emissões globais de gases de efeito estufa. O acordo
evita um novo entrave nas negociações realizadas há duas décadas pela ONU. Na oportunidade, não foi
possível impedir o aumento das emissões de gases do efeito estufa.
Sem o acordo, a vigência do Protocolo se encerraria no começo de 2013. A extensão do Protocolo o
mantém ativo como único plano que gera obrigações legais com o objetivo de enfrentar o aquecimento
global. Rússia, Belarus e Ucrânia se opõem à decisão de estender o Protocolo para além de 2012. A
Rússia quer limites menos rígidos sobre as licenças de emissões de carbono que não foram utilizadas.
Todos os lados dizem que as decisões tomadas em Doha ficaram aquém das recomendações de
cientistas. Estes queriam medidas mais duras para evitar mais ondas de calor, tempestades de areia,
enchentes, secas e aumento do nível dos oceanos.

Conceito de desenvolvimento sustentável

Usar os recursos naturais com respeito ao próximo e ao meio ambiente. Preservar os bens naturais e
a dignidade humana. É o desenvolvimento que não esgota os recursos, conciliando crescimento
econômico e preservação da natureza.
Em Salvador, o TEDxPelourinho foi totalmente dedicado ao tema, e reuniu pensadores de diversas
áreas e regiões do país para compartilhar suas experiências e mostrar como estão ajudando a transformar
os centros urbanos em locais planejados para serem ocupados por pessoas. As iniciativas incluem
ciclovias, centros revitalizados, instrumentos de participação coletiva e empoderamento dos cidadãos,
mais solidários, inclusivos, saudáveis, verdes e humanas. Em relação a capital gaúcha, foi reconhecida
pela IBM com uma das 31 cidades do mundo merecedoras do prêmio Smarter Cities Challenge Summit.
O reconhecimento veio graças ao projeto Cidade Cognitiva, que tem o objetivo de simular os impactos
futuros sobre a vida do município, com as obras e ações realizadas no presente demandadas pelo
orçamento participativo - sistema no qual a tomada de decisões sobre investimentos públicos é
compartilhada entre sociedade e governo.
Quem também fez progressos da área também foi o Rio de Janeiro. A sede das Olimpíadas de 2016
tem investido em um moderno centro integrado de operações para antecipar e combater situações de
calamidade. A tecnologia, desenvolvida em parceria com a IBM, deve ser aplicada nas demais cidades
do país, segundo anunciou o presidente da empresa no Brasil Rodrigo Kede. O prefeito da cidade,
Eduardo Paes, chegou a palestrar em uma Conferência do TED explicando quatro grandes ideias que
devem conduzir o Rio (e todas as cidades) ao futuro, incluindo inovações arrojadas e executáveis de
infraestrutura.
Mobilizações populares: Os rapazes do Shoot the Shit da cidade de Porto Alegre, usam bom humor
para resolver os problemas locais. Ao longo do ano, o foi noticiado diversas iniciativas populares que
contribuem com as cidades brasileiras. Em Salvador, a jornalista Débora Didonê e seus companheiros do

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projeto Canteiros Coletivos mostraram como estão transformando os espaços públicos da capital baiana
utilizando somente pás, mudas e a conscientização dos cidadãos locais.
Megacidades: Prefeitos das maiores cidades do mundo estiveram reunidos na Rio+20. Representantes
das maiores metrópoles do mundo se reuniram para trocar experiências sobre desenvolvimento
sustentável e traçar metas para reduzir os impactos dos grandes centros urbanos no planeta. Prefeitos
das 40 maiores cidades do mundo se encontraram em São Paulo para participar da C40 (Large Cities
Climate Leadership Group). Um dos destaques foi à assinatura de um protocolo de intenções destinado
a viabilizar suporte financeiro a grandes cidades, no intuito de que elas desenvolvam ações de
sustentabilidade. O documento foi assinado pelo presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, e pelo
prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, presidente da cúpula. Outro encontro decisivo aconteceu
durante a Rio+20, quando os líderes das 59 maiores cidades do mundo se comprometeram a reduzir em
até 248 milhões de toneladas as emissões de gases do efeito estufa até 2020. Na mesma ocasião, os
prefeitos firmaram o compromisso de engajar 100 metrópoles no caminho do desenvolvimento
sustentável até 2025.

Lixo Eletrônico

Um estudo da Organização Internacional do Trabalho, OIT, destaca que 40 milhões de toneladas de


lixo eletrônico são produzidas todos os anos. O descarte envolve vários tipos de equipamentos, como
geladeiras, máquinas de lavar roupa, televisões, celulares e computadores. Países desenvolvidos enviam
80% do seu lixo eletrônico para ser reciclado em nações em desenvolvimento, como China, Índia, Gana
e Nigéria. Segundo a OIT, muitas vezes, as remessas são ilegais e acabam sendo recicladas por
trabalhadores informais. Saúde - O estudo Impacto Global do Lixo Eletrônico, publicado em dezembro,
destaca a importância do manejo seguro do material, devido à exposição dos trabalhadores a substâncias
tóxicas como chumbo, mercúrio e cianeto.
A OIT cita vários riscos para a saúde, como dificuldades para respirar, asfixia pneumonia, problemas
neurológicos, convulsões, coma e até a morte. Orientações - Segundo agência, simplesmente banir as
remessas de lixo eletrônico enviadas países em desenvolvimento não é solução, já que a reciclagem
desse material promove emprego para milhares de pessoas que vivem na pobreza. A OIT sugere integrar
sistemas informais de reciclagem ao setor formal e melhorar métodos e condições de trabalho. Outro
passo indicado no estudo é a criação de leis e associações ou cooperativas de reciclagem.

As principais ONGs ambientais do Brasil

SOS Mata Atlântica - Na década de 1980, cientistas, empresários, jornalistas e defensores da questão
ambiental se aproximam e lançam as bases para a criação da primeira ONG destinada a defender os
últimos remanescentes de Mata Atlântica no país, a Fundação SOS Mata Atlântica. O ideal de
conservação ambiental da entidade, criada em 1986, associa-se ao objetivo de profissionalizar pessoas
e partir para a geração de conhecimento sobre o bioma. A proposta representa também um passo adiante
no amadurecimento do movimento ambientalista no país. A história da Fundação SOS Mata Atlântica foi
construída através da mobilização permanente e da aposta no conhecimento, na educação, na tecnologia,
nas políticas públicas e na articulação em rede para consolidação do movimento socioambiental
brasileiro.

Instituto Socioambiental (ISA) - O Instituto Socioambiental (ISA) é uma organização da sociedade


civil brasileira, sem fins lucrativos, fundada em 1994, para propor soluções de forma integrada a questões
sociais e ambientais com foco central na defesa de bens e direitos sociais, coletivos e difusos relativos
ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, aos direitos humanos e dos povos. Desde 2001, o ISA é uma
Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – com sede em São Paulo (SP) e subsedes
em Brasília (DF), Manaus (AM), Boa Vista (RR), São Gabriel da Cachoeira (AM), Canarana (MT),
Eldorado (SP) e Altamira (PA).

Greenpeace Brasil - O Greenpeace chegou ao Brasil no mesmo ano em que o país abrigou a primeira
e mais importante conferência ambiental da História, a Eco-92. O protesto que marca a fundação da
organização por aqui foi uma ação contra a usina nuclear de Angra. Chegando por mar, ao bordo do navio
Rainbow Warrior, os ativistas fixaram 800 cruzes no pátio da usina, simbolizando o número de mortos no
acidente de Chernobyl. A primeira grande vitória no Brasil se deu um ano após a inauguração do
escritório, com a proibição da importação de lixo tóxico. Ainda na década de 1990, tiveram início as
campanhas contra o uso dos gases CFC – que atacam a camada de ozônio – e de transgênicos, que

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levou à aprovação de uma lei para a rotulagem de alimentos com organismos geneticamente modificados.
De olho na proteção da maior floresta tropical do mundo, em 1992 começou a investigação sobre a
exploração ilegal e predatória de madeira na Amazônia. O Greenpeace ajudou o Brasil a levar mais a
sério o debate ambiental, enquanto a realidade do país mostrou à organização que os problemas
ambientais e os sociais caminham juntos. Os desafios da organização cresceram com o país. O ritmo do
desmatamento na Amazônia vem caindo, mas ainda é alarmante, sem que os problemas tenham sido
resolvidos. Por outro lado, o Brasil, que tinha tudo para aproveitar seus recursos naturais para se tornar
uma potência energética de matriz quase 100% limpa, ainda quer investir em energias sujas e perigosas
como petróleo e nuclear – e por isso a organização faz campanha pelo incentivo e pelo investimento em
fontes renováveis de energia, como eólica, solar e biomassa.

WWF Brasil - A história do WWF no Brasil começou em 1971, quando a Rede WWF iniciou o seu
trabalho no país apoiando os primeiros estudos feitos sobre um desconhecido primata ameaçado de
extinção do Rio de Janeiro. Esse trabalho pioneiro viria a se transformar no Programa de Conservação
do Mico-Leão-Dourado, um dos mais bem-sucedidos do gênero no mundo, que há 30 anos vem sendo
executado pelo WWF em parceria com outras organizações. Nos anos seguintes vários pequenos
projetos em todo o Brasil contaram com ao ajuda financeira da entidade. Foi na década de 80 que a
presença do WWF no país aumentou, com o apoio dado aos primeiros anos do Projeto Tamar, entre
outras iniciativas. Ao optar por trabalhar com parceiros locais, o WWF ajudou a criar e fortalecer várias
entidades ambientalistas que hoje ocupam lugar de destaque na área da conservação, como a Fundação
Vitória Amazônica (FVA). Até 1989, diferentes organizações nacionais da rede WWF (WWF-EUA, WWF-
Reino Unido e WWF-Suécia) financiavam diretamente projetos desenvolvidos por instituições ou
estudantes e pesquisadores brasileiros. Todavia, com a ampliação do suporte técnico-financeiro ao longo
dos anos, tornou-se necessária a criação de um escritório de representação. Isso aconteceu em 1990
com a contratação do biólogo Dr. Cléber Alho, que ficou responsável pelo escritório aberto em Brasília. A
unidade passou a ser mantida pelo WWF-EUA que administrava, em nome da Rede, todos os projetos
apoiados pelo WWF no Brasil. A estrutura do escritório e o número de técnicos e funcionários cresceu
continuamente, dentro do objetivo de fortalecer as ações do WWF no Brasil e maximizar o impacto para
a conservação da natureza. Em 1993, para dar mais agilidade ao trabalho, foi nomeado o primeiro diretor
do escritório, o biólogo Eduardo Martins.

Conservação Internacional (CI) - A missão da Conservação Internacional (CI) é promover o bem-


estar humano fortalecendo a sociedade no cuidado responsável e sustentável para com a natureza -
nossa biodiversidade global - amparada em uma base sólida de ciência, parcerias e experiências de
campo. A CI é uma organização privada, sem fins lucrativos, dedicada à conservação e utilização
sustentada da biodiversidade. Fundada em 1987, em poucos anos a CI cresceu e se tornou uma das
maiores organizações ambientalistas do mundo. Atualmente, trabalha com foco no tripé conservação da
biodiversidade, serviços ambientais e bem-estar humano em mais de 40 países distribuídos por quatro
continentes. A organização utiliza uma variedade de ferramentas científicas e econômicas, associadas a
estratégias de política e comunicação ambiental, que contribuem para a promoção de um modelo de
desenvolvimento chamado de Economia Verde, ou seja, aquele que tem por base a manutenção ou a
ampliação do capital natural. No Brasil, o primeiro projeto de conservação da CI teve início em 1988. A
CI-Brasil tem sede em Belo Horizonte-MG e possui outros escritórios estrategicamente localizados em
Brasília-DF, Rio de Janeiro-RJ, Belém-PA, Campo Grande-MS e Caravelas-BA.

Instituto Akatu - O Instituto Akatu é uma organização não governamental sem fins lucrativos que
trabalha pela conscientização e mobilização da sociedade para o Consumo Consciente. Defende o ato
de consumo consciente como um instrumento fundamental de transformação do mundo, já que qualquer
consumidor pode contribuir para a sustentabilidade da vida no planeta: por meio do consumo de recursos
naturais, de produtos e de serviços e pela valorização da responsabilidade social das empresas.

Instituto Ecoar - Fundado no ano de 1992, o Instituto ECOAR para a Cidadania é uma OSCIP,
organização da sociedade civil de interesse público, sediada na cidade de São Paulo e formada por
profissionais, estudiosos e ambientalistas que se reuniram logo após a Conferência das Nações Unidas
para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92) e o Fórum Global 92, para atuar em questões
ambientais emergentes, contribuir com a construção de sociedades sustentáveis e influenciar políticas
públicas socioambientalmente corretas.
Um dos criadores do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e
Responsabilidade Global, documento referência para educadores e educadoras em todo o mundo, o

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Ecoar, ao longo dos anos, vem aprofundando pesquisas e estudos em práticas de educação para
sustentabilidade que promovam a disseminação de conhecimentos, valores, atitudes, comportamentos e
habilidades que contribuam para a sobrevivência de todas as espécies e sistemas naturais do planeta,
para a equidade social e emancipação humana.
O Ecoar atua em regiões metropolitanas, periurbanas e rurais, elabora e implementa programas e
projetos de educação para sustentabilidade, de mitigação do aquecimento global, de adaptação as
mudança climáticas, de gestão compartilhada de áreas densamente urbanizadas, de unidades de
conservação, de parques e demais áreas de propriedade e/ou uso público, gerenciamento participativo
de bacias hidrográficas, de elaboração de Agenda 21 local, de criação e animação de redes, de
minimização e gerenciamento de resíduos e cursos de capacitação em temas ambientais
contemporâneos. Desde 1997, o Ecoar tem se dedicado a estudar o fenômeno do Aquecimento Global e
das Mudanças Climáticas e suas consequências sobre a manutenção da vida, com qualidade, no Planeta.
Criou diversos programas de public awareness, com o objetivo de sensibilizar, informar, formar os
indivíduos e as comunidades para mudanças de práticas e hábitos cotidianos que possam mitigar a
emissão de gases de efeito estufa.
O Ecoar também se destaca na questão da formação e animação de redes, tendo sido fundador e
coordenador da Rede Brasileira de Educação Ambiental – REBEA e membro de diversas outras redes,
como a Rede Mata Atlântica, A Reserva da Biosfera, a CAN - Rede Mundial do Clima, etc. A equipe de
educadores do Ecoar tem criado e elaborado material institucional e instrucional, considerados
referências nas esferas ambientalistas, tais como vídeos, livros, cartilhas, agendas, jogos. Buscando cada
vez mais a transparência e sustentabilidade de suas atividades, em 2008 o ECOAR aderiu às diretrizes
da Global Report Initiative (GRI) em seu processo de gestão.
Em dezembro de 2009, durante a COP 15, em Copenhagen, o Ecoar juntamente com a Universidade
de York, do Canadá, lançou o Portal de Justiça Climática Global, com foco na adaptação das
comunidades vulneráveis de todo o mundo às consequências das mudanças climáticas. Em 2010, o
Ecoar inova mais uma vez e lança o primeiro projeto de mensuração, redução e neutralização da emissão
de gases de efeito estufa de um time de futebol brasileiro e de educação ambiental dos times e das
torcidas. Trata-se do projeto Jogando pelo Meio Ambiente, que envolveu os times paulistas, Corinthians
e Palmeiras com o mote “adversários no campo, unidos pelo meio ambiente”.
Em sua trajetória internacional o Ecoar representa a sociedade civil brasileira no Conselho Diretor do
Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata, posto este conquistado graças sua
proposição de ser um espaço de reflexão e construção e difusão de novas metodologias, novos conceitos,
novas tecnologias. O Ecoar, assim como o Centro de Saberes e Cuidados sempre se dispôs a ser um
espaço de diálogos, de encontros entre os múltiplos saberes e fazeres, uma comunidade de
aprendizagem e difusão dos princípios e valores da Educação Ambiental para Sustentabilidade,
acrescidos de cientificidade e eficiência. O amadurecimento e consolidação dos trabalhos do ECOAR
geram constantemente material institucional e instrucional, considerados referência no setor de educação
para a sustentabilidade.

A Agenda 21 Brasileira29

A Agenda 21 Brasileira é um processo e instrumento de planejamento participativo para o


desenvolvimento sustentável e que tem como eixo central a sustentabilidade, compatibilizando a
conservação ambiental, a justiça social e o crescimento econômico. O documento é resultado de uma
vasta consulta à população brasileira, sendo construída a partir das diretrizes da Agenda 21 global. Trata-
se, portanto, de um instrumento fundamental para a construção da democracia participativa e da
cidadania ativa no País.
A primeira fase foi a construção da Agenda 21 Brasileira. Esse processo que se deu de 1996 a 2002,
foi coordenado pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional
(CPDS) e teve o envolvimento de cerca de 40 mil pessoas de todo o Brasil. O documento Agenda 21
Brasileira foi concluído em 2002.
A partir de 2003, a Agenda 21 Brasileira não somente entrou na fase de implementação assistida pela
CPDS, como também foi elevada à condição de Programa do Plano Plurianual, (PPA 2004-2007), pelo
governo. Como programa, ela adquire mais força política e institucional, passando a ser instrumento
fundamental para a construção do Brasil Sustentável, estando coadunada com as diretrizes da política

29
Fonte: Ministério do Meio Ambiente

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ambiental do Governo, transversalidade, desenvolvimento sustentável, fortalecimento do Sisnama e
participação social e adotando referenciais importantes como a Carta da Terra.
Portanto, a Agenda 21, que tem provado ser um guia eficiente para processos de união da sociedade,
compreensão dos conceitos de cidadania e de sua aplicação, é hoje um dos grandes instrumentos de
formação de políticas públicas no Brasil.

Implementação da Agenda 21 brasileira (a partir de 2003)


A posse do Governo Lula coincidiu com o início da fase de implementação da Agenda 21 Brasileira. A
importância da Agenda como instrumento propulsor da democracia, da participação e da ação coletiva da
sociedade foi reconhecida no Programa Lula, e suas diretrizes inseridas tanto no Plano de Governo
quanto em suas orientações estratégicas. Outro grande passo foi a utilização dos princípios e estratégias
da Agenda 21 Brasileira como subsídios para a Conferência Nacional de Meio Ambiente, Conferência das
Cidades e Conferência da Saúde. Esta ampla inserção da Agenda 21 remete à necessidade de se
elaborar e implementar políticas públicas em cada município e em cada região brasileira.
Para isso, um dos passos fundamentais do atual governo foi transformá-la em programa no Plano
Plurianual do Governo (PPA 2004/2007), o que lhe confere maior alcance, capilaridade e importância
como política pública. O Programa Agenda 21 é composto por três ações estratégicas que estão sendo
realizadas com a sociedade civil: implementar a Agenda 21 Brasileira; elaborar e implementar as Agendas
21 Locais e a formação continuada em Agenda 21. A prioridade é orientar para a elaboração e
implementação de Agendas 21 Locais com base nos princípios da Agenda 21 Brasileira que, em
consonância com a Agenda global, reconhece a importância do nível local na concretização de políticas
públicas sustentáveis. Atualmente, existem mais de 544 processos de Agenda 21 Locais em andamento
no Brasil, quase três vezes o número levantado até 2002.

Em resumo, são estes os principais desafios do Programa Agenda 21:


Implementar a Agenda 21 Brasileira. Passada a etapa da elaboração, a Agenda 21 Brasileira tem
agora o desafio de fazer com que todas as suas diretrizes e ações prioritárias sejam conhecidas,
entendidas e transmitidas, entre outros, por meio da atuação da Comissão de Políticas de
Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 Brasileira (CPDS);implementação do Sistema da Agenda 21;
mecanismos de implementação e monitoramento; integração das políticas públicas; promoção da
inclusão das propostas da Agenda 21 Brasileira nos Planos das Agendas 21 Locais.
Orientar para a elaboração e implementação das Agendas 21 Locais. A Agenda 21 Local é um dos
principais instrumentos para se conduzir processos de mobilização, troca de informações, geração de
consensos em torno dos problemas e soluções locais e estabelecimento de prioridades para a gestão de
desde um estado, município, bacia hidrográfica, unidade de conservação, até um bairro, uma escola. O
processo deve ser articulado com outros projetos, programas e atividades do governo e sociedade, sendo
consolidado, dentre outros, a partir do envolvimento dos agentes regionais e locais; análise, identificação
e promoção de instrumentos financeiros; difusão e intercâmbio de experiências; definição de indicadores
de desempenho.
Implementar a formação continuada em Agenda 21. Promover a educação para a sustentabilidade
através da disseminação e intercâmbio de informações e experiências por meio de cursos, seminários,
workshops e de material didático. Esta ação é fundamental para que os processos de Agendas 21 Locais
ganhem um salto de qualidade, através da formulação de bases técnicas e políticas para a sua formação;
trabalho conjunto com interlocutores locais; identificação das atividades, necessidades, custos,
estratégias de implementação; aplicação de metodologias apropriadas, respeitando o estágio em que a
Agenda 21 Local em questão está.

Agenda 21 brasileira em ação


No âmbito do Programa Agenda 21, as principais atividades realizadas em 2003 e 2004 refletem a
abrangência e a capilaridade que a Agenda 21 está conquistando no Brasil. Estas atividades estão sendo
desenvolvidas de forma descentralizada, buscando o fortalecimento da sociedade e do poder local e
reforçando que a Agenda 21 só se realiza quando há participação das pessoas, avançando, dessa forma,
na construção de uma democracia participativa no Brasil. Destacamos as seguintes atividades:
Ampliação da CPDS: Criada no âmbito da Câmara de Políticas dos Recursos Naturais, do Conselho
de Governo, a nova constituição da CPDS se deu por meio de Decreto Presidencial de 03 de fevereiro de
2004. Os novos membros que incluem 15 ministérios, a Anamma e a Abema e 17 da sociedade civil
tomaram posse no dia 1º. de junho de 2004. A primeira reunião da nova composição aconteceu no dia 1º
de julho, e a segunda em 15 de setembro de 2004. Realização do primeiro Encontro Nacional das
Agendas 21 Locais, nos dias 07 e 08 de novembro de 2003, em Belo Horizonte, com a participação de

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cerca de 2.000 pessoas de todas as regiões brasileiras. O II Encontro das Agendas 21 Locais será
realizado em janeiro de 2005, durante o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre-RS.
Programa de Formação em Agenda 21, voltado para a formação de cerca de 10 mil professores das
escolas públicas do País que, através de cinco programas de TV, discutiram a importância de se
implementar a Agenda 21 nos municípios, nas comunidades e na escola. Esse programa, veiculado pela
TVE em outubro de 2003, envolveu, além dos professores, autoridades governamentais e não
governamentais, e participantes dos Fóruns Locais da Agenda 21, da sociedade civil e de governos.
Participação na consolidação da Frente Parlamentar Mista para o Desenvolvimento Sustentável e
Apoio às Agendas 21 Locais. Esta frente, composta de 107 deputados federais e 26 senadores, tem como
principal objetivo articular o poder legislativo brasileiro, nos níveis federal, estadual e municipal, para
permitir uma maior fluência na discussão dos temas ambientais, disseminação de informações
relacionadas a eles e mecanismos de comunicação com a sociedade civil.
Elaboração e monitoramento, em conjunto com o FNMA, do Edital 02/2003 - Construção de Agendas
21 Locais, que incluiu a participação ativa no processo de capacitação de gestores municipais e de ONGs,
em todos os estados brasileiros, para a confecção de projetos para o edital. Ao todo foram cerca de 920
pessoas capacitadas em 25 eventos. No final do processo, em dezembro de 2003, foram aprovados, com
financiamento, 64 projetos de todas as regiões brasileiras.
Publicação da Série Cadernos de Debate Agenda 21 e Sustentabilidade com o objetivo de contribuir
para a discussão sobre os caminhos do desenvolvimento sustentável no País. São seis os Cadernos
publicados até o presente: Agenda 21 e a Sustentabilidade das Cidades; Agenda 21: Um Novo Modelo
de Civilização; Uma Nova Agenda para a Amazônia; Mata Atlântica o Futuro é Agora; Agenda 21 e o
Setor Mineral; Agenda 21, o Semiárido e a Luta contra a Desertificação.
Publicação de mil exemplares da segunda edição da Agenda 21 Brasileira: Ações Prioritárias e
Resultado da Consulta Nacional, contendo apresentação da Ministra Marina Silva e a nova composição
da CPDS.
Ainda, foram efetivadas parcerias e convênios com o Ministério da Educação, Ministério da Saúde,
Ministério das Cidades, Ministério da Cultura, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Ministério da Integração Nacional, Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento e Ministério de Minas e Energia; Fórum Brasileiro das ONGs para o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento; Confea/CREA, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do
Nordeste e prefeituras brasileiras.

Biomas30

O Brasil é formado por seis biomas de características distintas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata
Atlântica, Pampa e Pantanal.
Cada um desses ambientes abriga diferentes tipos de vegetação e de fauna.
Como a vegetação é um dos componentes mais importantes da biota, seu estado de conservação e
de continuidade definem a existência ou não de hábitats para as espécies, a manutenção de serviços
ambientais e o fornecimento de bens essenciais à sobrevivência de populações humanas.
Para a perpetuação da vida nos biomas, é necessário o estabelecimento de políticas públicas
ambientais, a identificação de oportunidades para a conservação, uso sustentável e repartição de
benefícios da biodiversidade.

Amazônia
A Amazônia é quase mítica: um verde e vasto mundo de águas e florestas, onde as copas de árvores
imensas escondem o úmido nascimento, reprodução e morte de mais de um-terço das espécies que
vivem sobre a Terra.
Os números são igualmente monumentais. A Amazônia é o maior bioma do Brasil: num território de 4,
196.943 milhões de km² (IBGE,2004), crescem 2.500 espécies de árvores (ou um-terço de toda a madeira
tropical do mundo) e 30 mil espécies de plantas (das 100 mil da América do Sul).
A bacia amazônica é a maior bacia hidrográfica do mundo: cobre cerca de 6 milhões de km² e tem
1.100 afluentes. Seu principal rio, o Amazonas, corta a região para desaguar no Oceano Atlântico,
lançando ao mar cerca de 175 milhões de litros d’água a cada segundo.
As estimativas situam a região como a maior reserva de madeira tropical do mundo. Seus recursos
naturais – que, além da madeira, incluem enormes estoques de borracha, castanha, peixe e minérios, por
30
Fonte: http://www.mma.gov.br/biomas

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1247109 E-book gerado especialmente para NICOLAS MELO
exemplo – representam uma abundante fonte de riqueza natural. A região abriga também grande riqueza
cultural, incluindo o conhecimento tradicional sobre os usos e a forma de explorar esses recursos naturais
sem esgotá-los nem destruir o habitat natural.
Toda essa grandeza não esconde a fragilidade do ecossistema local, porém. A floresta vive a partir de
seu próprio material orgânico, e seu delicado equilíbrio é extremamente sensível a quaisquer
interferências. Os danos causados pela ação antrópica são muitas vezes irreversíveis.
Ademais, a riqueza natural da Amazônia se contrapõe dramaticamente aos baixos índices
socioeconômicos da região, de baixa densidade demográfica e crescente urbanização. Desta forma, o
uso dos recursos florestais é estratégico para o desenvolvimento da região.

Caatinga
A caatinga ocupa uma área de cerca de 844.453 quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do
território nacional. Engloba os estados Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio
Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais. Rico em biodiversidade, o bioma abriga 178
espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221
abelhas. Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região, a maioria carente e dependente dos recursos
do bioma para sobreviver. A caatinga tem um imenso potencial para a conservação de serviços
ambientais, uso sustentável e bioprospecção que, se bem explorado, será decisivo para o
desenvolvimento da região e do país. A biodiversidade da caatinga ampara diversas atividades
econômicas voltadas para fins agrosilvopastoris e industriais, especialmente nos ramos farmacêutico, de
cosméticos, químico e de alimentos.
Apesar da sua importância, o bioma tem sido desmatado de forma acelerada, principalmente nos
últimos anos, devido principalmente ao consumo de lenha nativa, explorada de forma ilegal e
insustentável, para fins domésticos e indústrias, ao sobrepastoreio e a conversão para pastagens e
agricultura. Frente ao avançado desmatamento que chega a 46% da área do bioma, segundo dados do
Ministério do Meio Ambiente (MMA), o governo busca concretizar uma agenda de criação de mais
unidades de conservação federais e estaduais no bioma, além de promover alternativas para o uso
sustentável da sua biodiversidade.
Em relação às Unidades de Conservação (UC´s) federais, em 2009 foi criado o Monumento Natural
do Rio São Francisco, com 27 mil hectares, que engloba os estados de Alagoas, Bahia e Sergipe e, em
2010, o Parque Nacional das Confusões, no Piauí foi ampliado em 300 mil hectares, passando a ter
823.435,7 hectares. Em 2012 foi criado o Parque Nacional da Furna Feia, nos Municípios de Baraúna e
Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte, com 8.494 ha. Com estas novas unidades, a área protegida
por unidades de conservação no bioma aumentou para cerca de 7,5%. Ainda assim, o bioma continuará
como um dos menos protegidos do país, já que pouco mais de 1% destas unidades são de Proteção
Integral. Ademais, grande parte das unidades de conservação do bioma, especialmente as Áreas de
Proteção Ambiental – APAs, têm baixo nível de implementação.
Paralelamente ao trabalho para a criação de UCs federais, algumas parcerias vêm sendo
desenvolvidas entre o MMA e os estados, desde 2009, para a criação de unidades de conservação
estaduais. Em decorrência dessa parceria e das iniciativas próprias dos estados da caatinga, os
processos de seleção de áreas e de criação de UC´s foram agilizados. Os primeiros resultados concretos
já aparecem, como a criação do Parque Estadual da Mata da Pimenteira, em Serra Talhada-PE, e da
Estação Ecológica Serra da Canoa, criada por Pernambuco em Floresta-PE, com cerca de 8 mil hectares,
no dia da caatinga de 2012 (28/04/12). Além disso, houve a destinação de recursos estaduais para criação
de unidades no Ceará, na região de Santa Quitéria e Canindé.
Merece destaque a destinação de recursos, para projetos que estão sendo executados, a partir de
2012, na ordem de 20 milhões de reais para a conservação e uso sustentável da caatinga por meio de
projetos do Fundo Clima – MMA/BNDES, do Fundo de Conversão da Dívida Americana – MMA/FUNBIO
e do Fundo Socioambiental - MMA/Caixa Econômica Federal, dentre outros (documento com relação dos
projetos). Os recursos disponíveis para a caatinga devem aumentar tendo em vista a previsão de mais
recursos destes fundos e de novas fontes, como o Fundo Caatinga, do Banco do Nordeste - BNB, a ser
lançado ainda este ano. Estes recursos estão apoiando iniciativas para criação e gestão de UC´s,
inclusive em áreas prioritárias discutidas com estados, como o Rio Grande do Norte.
Também estão custeando projetos voltados para o uso sustentável de espécies nativas, manejo
florestal sustentável madeireiro e não madeireiro e para a eficiência energética nas indústrias gesseiras
e cerâmicas. Pretende-se que estas indústrias utilizem lenha legalizada, advinda de planos de manejo
sustentável, e que economizem este combustível nos seus processos produtivos. Além dos projetos
citados acima, em 2012 foi lançado edital voltado para uso sustentável da caatinga (manejo florestal e

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eficiência energética), pelo Fundo Clima e Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal – Serviço
Florestal Brasileiro, incluindo áreas do Rio Grande do Norte.
Devemos ressaltar que o nível de conhecimento sobre o bioma, sua biodiversidade, espécies
ameaçadas e sobreexplotadas, áreas prioritárias, unidades de conservação e alternativas de manejo
sustentável aumentou nos últimos anos, fruto de uma série de diagnósticos produzidos pelo MMA e
parceiros
Da mesma forma, aumentou a divulgação de informações para a sociedade regional e brasileira em
relação à caatinga, assim como o apoio político para a sua conservação e uso sustentável. Um exemplo
disso é a I Conferência Regional de Desenvolvimento Sustentável do Bioma Caatinga - A Caatinga na
Rio+20, realizada em maio deste ano, que formalizou os compromissos a serem assumidos pelos
governos, parlamentos, setor privado, terceiro setor, movimentos sociais, comunidade acadêmica e
entidades de pesquisa da região para a promoção do desenvolvimento sustentável do bioma. Estes
compromissos foram apresentados na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável - Rio +20.
Por outro lado, devemos reconhecer que a Caatinga ainda carece de marcos regulatórios, ações e
investimentos na sua conservação e uso sustentável. Para tanto, algumas medidas são fundamentais: a
publicação da proposta de emenda constitucional que transforma caatinga e cerrado em patrimônios
nacionais; a assinatura do decreto presidencial que cria a Comissão Nacional da Caatinga; a finalização
do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Caatinga; a criação das Unidades de
Conservação prioritárias, como aquelas previstas para a região do Boqueirão da Onça, na Bahia, e Serra
do Teixeira, na Paraíba, e finalmente a destinação de um volume maior de recursos para o bioma.

Cerrado
O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448 km², cerca
de 22% do território nacional. A sua área contínua incide sobre os estados de Goiás, Tocantins, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e
Distrito Federal, além dos encraves no Amapá, Roraima e Amazonas. Neste espaço territorial encontram-
se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São
Francisco e Prata), o que resulta em um elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade.
Considerado como um hotspots mundiais de biodiversidade, o Cerrado apresenta extrema abundância
de espécies endêmicas e sofre uma excepcional perda de habitat. Do ponto de vista da diversidade
biológica, o Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo, abrigando 11.627
espécies de plantas nativas já catalogadas. Existe uma grande diversidade de habitats, que determinam
uma notável alternância de espécies entre diferentes fitofisionomias. Cerca de 199 espécies de mamíferos
são conhecidas, e a rica avifauna compreende cerca de 837 espécies. Os números de peixes (1200
espécies), répteis (180 espécies) e anfíbios (150 espécies) são elevados. O número de peixes endêmicos
não é conhecido, porém os valores são bastante altos para anfíbios e répteis: 28% e 17%,
respectivamente. De acordo com estimativas recentes, o Cerrado é o refúgio de 13% das borboletas, 35%
das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos.
Além dos aspectos ambientais, o Cerrado tem grande importância social. Muitas populações
sobrevivem de seus recursos naturais, incluindo etnias indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos,
babaçueiras, vazanteiros e comunidades quilombolas que, juntas, fazem parte do patrimônio histórico e
cultural brasileiro, e detêm um conhecimento tradicional de sua biodiversidade. Mais de 220 espécies têm
uso medicinal e mais 416 podem ser usadas na recuperação de solos degradados, como barreiras contra
o vento, proteção contra a erosão, ou para criar habitat de predadores naturais de pragas. Mais de 10
tipos de frutos comestíveis são regularmente consumidos pela população local e vendidos nos centros
urbanos, como os frutos do Pequi (Caryocar brasiliense), Buriti (Mauritia flexuosa), Mangaba (Hancornia
speciosa), Cagaita (Eugenia dysenterica), Bacupari (Salacia crassifolia), Cajuzinho do cerrado
(Anacardium humile), Araticum (Annona crassifolia) e as sementes do Barú (Dipteryx alata).
Contudo, inúmeras espécies de plantas e animais correm risco de extinção. Estima-se que 20% das
espécies nativas e endêmicas já não ocorram em áreas protegidas e que pelo menos 137 espécies de
animais que ocorrem no Cerrado estão ameaçadas de extinção. Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o
bioma brasileiro que mais sofreu alterações com a ocupação humana. Com a crescente pressão para a
abertura de novas áreas, visando incrementar a produção de carne e grãos para exportação, tem havido
um progressivo esgotamento dos recursos naturais da região. Nas três últimas décadas, o Cerrado vem
sendo degradado pela expansão da fronteira agrícola brasileira. Além disso, o bioma Cerrado é palco de
uma exploração extremamente predatória de seu material lenhoso para produção de carvão.

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Apesar do reconhecimento de sua importância biológica, de todos os hotspots mundiais, o Cerrado é
o que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção integral. O Bioma apresenta 8,21% de seu
território legalmente protegido por unidades de conservação; desse total, 2,85% são unidades de
conservação de proteção integral e 5,36% de unidades de conservação de uso sustentável, incluindo
RPPNs (0,07%).

Mata Atlântica
A Mata Atlântica é formada por um conjunto de formações florestais (Florestas: Ombrófila Densa,
Ombrófila Mista, Estacional Semidecidual, Estacional Decidual e Ombrófila Aberta) e ecossistemas
associados como as restingas, manguezais e campos de altitude, que se estendiam originalmente por
aproximadamente 1.300.000 km² em 17 estados do território brasileiro. Hoje os remanescentes de
vegetação nativa estão reduzidos a cerca de 22% de sua cobertura original e encontram-se em diferentes
estágios de regeneração. Apenas cerca de 7% estão bem conservados em fragmentos acima de 100
hectares. Mesmo reduzida e muito fragmentada, estima-se que na Mata Atlântica existam cerca de 20.000
espécies vegetais (cerca de 35% das espécies existentes no Brasil), incluindo diversas espécies
endêmicas e ameaçadas de extinção. Essa riqueza é maior que a de alguns continentes (17.000 espécies
na América do Norte e 12.500 na Europa) e por isso a região da Mata Atlântica é altamente prioritária
para a conservação da biodiversidade mundial. Em relação à fauna, os levantamentos já realizados
indicam que a Mata Atlântica abriga 849 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de
répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes.
Além de ser uma das regiões mais ricas do mundo em biodiversidade, tem importância vital para
aproximadamente 120 milhões de brasileiros que vivem em seu domínio, onde são gerados
aproximadamente 70% do PIB brasileiro, prestando importantíssimos serviços ambientais. Regula o fluxo
dos mananciais hídricos, assegura a fertilidade do solo, suas paisagens oferecem belezas cênicas,
controla o equilíbrio climático e protege escarpas e encostas das serras, além de preservar um patrimônio
histórico e cultural imenso. Neste contexto, as áreas protegidas, como as Unidades de Conservação e as
Terras Indígenas, são fundamentais para a manutenção de amostras representativas e viáveis da
diversidade biológica e cultural da Mata Atlântica.
A cobertura de áreas protegidas na Mata Atlântica avançou expressivamente ao longo dos últimos
anos, com a contribuição dos governos federais, estaduais e mais recentemente dos governos municipais
e iniciativa privada. No entanto, a maior parte dos remanescentes de vegetação nativa ainda permanece
sem proteção. Assim, além do investimento na ampliação e consolidação da rede de áreas protegidas,
as estratégias para a conservação da biodiversidade visam contemplar também formas inovadoras de
incentivos para a conservação e uso sustentável da biodiversidade, tais como a promoção da recuperação
de áreas degradadas e do uso sustentável da vegetação nativa, bem como o incentivo ao pagamento
pelos serviços ambientais prestados pela Mata Atlântica. Cabe enfatizar que um importante instrumento
para a conservação e recuperação ambiental na Mata Atlântica, foi a aprovação da Lei 11.428, de 2006
e o Decreto 6.660/2008, que regulamentou a referida lei.

Pampa
O Pampa está restrito ao estado do Rio Grande do Sul, onde ocupa uma área de 176.496 km² (IBGE).
Isto corresponde a 63% do território estadual e a 2,07% do território brasileiro. As paisagens naturais do
Pampa são variadas, de serras a planícies, de morros rupestres a coxilhas. O bioma exibe um imenso
patrimônio cultural associado à biodiversidade. As paisagens naturais do Pampa se caracterizam pelo
predomínio dos campos nativos, mas há também a presença de matas ciliares, matas de encosta, matas
de pau-ferro, formações arbustivas, butiazais, banhados, afloramentos rochosos, etc.
Por ser um conjunto de ecossistemas muito antigos, o Pampa apresenta flora e fauna próprias e grande
biodiversidade, ainda não completamente descrita pela ciência. Estimativas indicam valores em torno de
3000 espécies de plantas, com notável diversidade de gramíneas, são mais de 450 espécies (campim-
forquilha, grama-tapete, flechilhas, brabas-de-bode, cabelos de-porco, dentre outras). Nas áreas de
campo natural, também se destacam as espécies de compostas e de leguminosas (150 espécies) como
a babosa-do-campo, o amendoim-nativo e o trevo-nativo. Nas áreas de afloramentos rochosos podem
ser encontradas muitas espécies de cactáceas. Entre as várias espécies vegetais típicas do Pampa vale
destacar o Algarrobo (Prosopis algorobilla) e o Nhandavaí (Acacia farnesiana) arbusto cujos
remanescentes podem ser encontrados apenas no Parque Estadual do Espinilho, no município de Barra
do Quaraí.
A fauna é expressiva, com quase 500 espécies de aves, dentre elas a ema (Rhea americana), o
perdigão (Rynchotus rufescens), a perdiz (Nothura maculosa), o quer-quero (Vanellus chilensis), o
caminheiro-de-espora (Anthus correndera), o joão-de-barro (Furnarius rufus), o sabiá-do-campo (Mimus

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saturninus) e o pica-pau do campo (Colaptes campestres). Também ocorrem mais de 100 espécies de
mamíferos terrestres, incluindo o veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus), o graxaim (Pseudalopex
gymnocercus), o zorrilho (Conepatus chinga), o furão (Galictis cuja), o tatu-mulita (Dasypus hybridus), o
preá (Cavia aperea) e várias espécies de tuco-tucos (Ctenomys sp). O Pampa abriga um ecossistema
muito rico, com muitas espécies endêmicas tais como: Tuco-tuco (Ctenomys flamarioni), o beija-flor-de-
barba-azul (Heliomaster furcifer); o sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus atroluteus) e
algumas ameaçadas de extinção tais como: o veado campeiro (Ozotocerus bezoarticus), o cervo-do-
pantanal (Blastocerus dichotomus), o caboclinho-de-barriga-verde (Sporophila hypoxantha) e o
picapauzinho-chorão (Picoides mixtus) (Brasil).
Trata-se de um patrimônio natural, genético e cultural de importância nacional e global. Também é no
Pampa que fica a maior parte do aquífero Guarani.
Desde a colonização ibérica, a pecuária extensiva sobre os campos nativos tem sido a principal
atividade econômica da região. Além de proporcionar resultados econômicos importantes, tem permitido
a conservação dos campos e ensejado o desenvolvimento de uma cultura mestiça singular, de caráter
transnacional representada pela figura do gaúcho.
A progressiva introdução e expansão das monoculturas e das pastagens com espécies exóticas têm
levado a uma rápida degradação e descaracterização das paisagens naturais do Pampa. Estimativas de
perda de hábitat dão conta de que em 2002 restavam 41,32% e em 2008 restavam apenas 36,03% da
vegetação nativa do bioma Pampa (CSR/IBAMA).
A perda de biodiversidade compromete o potencial de desenvolvimento sustentável da região, seja
perda de espécies de valor forrageiro, alimentar, ornamental e medicinal, seja pelo comprometimento dos
serviços ambientais proporcionados pela vegetação campestre, como o controle da erosão do solo e o
sequestro de carbono que atenua as mudanças climáticas, por exemplo.
Em relação às áreas naturais protegidas no Brasil o Pampa é o bioma que menor tem
representatividade no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), representando apenas
0,4% da área continental brasileira protegida por unidades de conservação. A Convenção sobre
Diversidade Biológica (CDB), da qual o Brasil é signatário, em suas metas para 2020, prevê a proteção
de pelo menos 17% de áreas terrestres representativas da heterogeneidade de cada bioma.
As “Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da
Biodiversidade Brasileira”, atualizadas em 2007, resultaram na identificação de 105 áreas do bioma
Pampa, destas, 41 (um total de 34.292 km²) foram consideradas de importância biológica extremamente
alta.
Estes números contrastam com apenas 3,3% de proteção em unidades de conservação (2,4% de uso
sustentável e 0,9% de proteção integral), com grande lacuna de representação das principais fisionomias
de vegetação nativa e de espécies ameaçadas de extinção da fauna e da flora. A criação de unidades de
conservação, a recuperação de áreas degradadas e a criação de mosaicos e corredores ecológicos foram
identificadas como as ações prioritárias para a conservação, juntamente com a fiscalização e educação
ambiental.
O fomento às atividades econômicas de uso sustentável é outro elemento essencial para assegurar a
conservação do Pampa. A diversificação da produção rural a valorização da pecuária com manejo do
campo nativo, juntamente com o planejamento regional, o zoneamento ecológico-econômico e o respeito
aos limites ecossistêmicos são o caminho para assegurar a conservação da biodiversidade e o
desenvolvimento econômico e social.
O Pampa é uma das áreas de campos temperados mais importantes do planeta.
Cerca de 25% da superfície terrestre abrange regiões cuja fisionomia se caracteriza pela cobertura
vegetal como predomínio dos campos – no entanto, estes ecossistemas estão entre os menos protegidos
em todo o planeta.
Na América do Sul, os campos e pampas se estendem por uma área de aproximadamente 750 mil
km², compartilhada por Brasil, Uruguai e Argentina.
No Brasil, o bioma Pampa está restrito ao Rio Grande do Sul, onde ocupa 178.243 km² – o que
corresponde a 63% do território estadual e a 2,07% do território nacional.
O bioma exibe um imenso patrimônio cultural associado à biodiversidade. Em sua paisagem
predominam os campos, entremeados por capões de mata, matas ciliares e banhados.
A estrutura da vegetação dos campos – se comparada à das florestas e das savanas – é mais simples
e menos exuberante, mas não menos relevante do ponto de vista da biodiversidade e dos serviços
ambientais. Ao contrário: os campos têm uma importante contribuição no sequestro de carbono e no
controle da erosão, além de serem fonte de variabilidade genética para diversas espécies que estão na
base de nossa cadeia alimentar.

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1247109 E-book gerado especialmente para NICOLAS MELO
Pantanal
O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta. Este bioma
continental é considerado o de menor extensão territorial no Brasil, entretanto este dado em nada
desmerece a exuberante riqueza que o referente bioma abriga. A sua área aproximada é 150.355 km²,
ocupando assim 1,76% da área total do território brasileiro. Em seu espaço territorial o bioma, que é uma
planície aluvial, é influenciado por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai. O Pantanal sofre influência
direta de três importantes biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Além disso sofre
influência do bioma Chaco (nome dado ao Pantanal localizado no norte do Paraguai e leste da Bolívia).
O bioma Pantanal mantêm 86,77% de sua cobertura vegetal nativa. A vegetação não florestal (savana
[cerrado], savana estéptica [chaco], formações pioneiras e áreas de tensão ecológica ou contatos
florísticos [ecótonos e encraves]) é predominante em 81,70% do bioma. Desses, 52,60% são cobertos
por savana (cerrado) e 17,60% são ocupados por áreas de transição ecológica ou ecótonos. Os tipos de
vegetação florestais (floresta estacional semi-decidual e floresta estacional decidual) representam 5,07%
do Pantanal. A maior parte dos 11,54% do bioma alterados por ação antrópica é utilizada para a criação
extensiva de gado em pastos plantados (10,92%); apenas 0,26% é usado para lavoura.
Uma característica interessante desse bioma é que muitas espécies ameaçadas em outras regiões do
Brasil persistem em populações avantajadas na região, como é o caso do tuiuiú – ave símbolo do
Pantanal. Estudos indicam que o bioma abriga os seguintes números de espécies catalogadas: 263
espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132
espécies de mamíferos sendo 2 endêmicas. Segundo a Embrapa Pantanal, quase duas mil espécies de
plantas já foram identificadas no bioma e classificadas de acordo com seu potencial, e algumas
apresentam vigoroso potencial medicinal.
Apesar de sua beleza natural exuberante o bioma vem sendo muito impactado pela ação humana,
principalmente pela atividade agropecuária, especialmente nas áreas de planalto adjacentes do bioma.
Assim como a fauna e flora da região são admiráveis, há de se destacar a rica presença das
comunidades tradicionais como as indígenas, quilombolas, os coletores de iscas ao longo do Rio
Paraguai, comunidade Amolar e Paraguai Mirim, dentre outras. No decorrer dos anos essas comunidades
influenciaram diretamente na formação cultural da população pantaneira.
Apenas 4,4% do Pantanal encontra-se protegido por unidades de conservação, dos quais 2,9%
correspondem a UCs de proteção integral e 1,5% a UCs de uso sustentável (apenas RPPNs, no Pantanal,
até o momento).

ENERGIA

Na maioria dos países, os investimentos em energia são feitos em diferentes tipos de usinas,
justamente para evitar crises quando uma fonte de energia tem problemas de abastecimento, segundo
ensina a página na internet da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL).
No Brasil, ao contrário, 91% da eletricidade é de origem hidráulica. A falta de investimentos no setor é
apontada como a principal culpada pela crise atual. Os investimentos, que eram da ordem de US$ 13
bilhões anuais, caíram, na década de 90, para US$ 7 bilhões. O consumo de energia elétrica aumenta
5% ao ano. A propósito, este foi o argumento central para a privatização do setor elétrico brasileiro, fato
que predominou na agenda do setor nos últimos anos, desviando a atenção para a defasagem que se
acentuava entre a oferta e a demanda de energia no país.
Além disso, ao estimular o consumo, o governo promoveu uma maior demanda por parte da indústria.
Os aparelhos eletro-eletrônicos, cada vez mais comuns nas casas dos brasileiros, também absorvem
uma fatia da produção energética, agravando a crise.
Outro problema é a falta de integração existente entre as usinas. Enquanto as hidrelétricas do Sudeste
enfrentam os níveis mais baixos de abastecimento desde que foram construídas, sobra água e energia
no Sul e no Norte, onde as usinas estão, em média, com altos níveis de abastecimento. A falta de linhas
de transmissão de alta capacidade impede a transmissão de energia entre estas regiões.
Segundo muitos estudiosos do setor elétrico, houve excessiva demora na implantação de medidas de
contenção do consumo de energia, incluindo o próprio racionamento, uma vez que a crise já era
anunciada há vários anos.

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1247109 E-book gerado especialmente para NICOLAS MELO
Os leilões de aquisição de energia31

No Ambiente de Contratação Regulada (ACR), os agentes vendedores (geradores, comercializadores


e autoprodutores) e as distribuidoras estabelecem Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente
Regulado (CCEAR) precedidos de licitação ressalvados os casos previstos em lei, conforme regras e
procedimentos de comercialização específicos.
A Energia de Reserva é Destinada a aumentar a segurança no fornecimento de energia elétrica ao
Sistema Interligado Nacional - SIN. Esta energia adicional é contratada por meio de Leilões de Energia
de Reserva - LER e busca restaurar o equilíbrio entre as garantias físicas atribuídas às usinas geradoras
e a garantia física total do sistema, sem que haja impacto nos contratos existentes e nos direitos das
usinas geradoras. A contratação desta energia tem por objetivo, ainda, reduzir os riscos de desequilíbrio
entre a oferta e demanda de energia elétrica. Tais riscos decorem, principalmente, de atrasos
imprevisíveis de obras, ocorrência de hidrologias muito críticas e indisponibilidade de usinas geradoras.

Compreendendo um leilão de energia


O conceito “leilão” remete à concorrência entre agentes em um local pré designado, em data marcada.
Não é diferente o caso dos leilões da área de energia elétrica, sendo a partir deles que se realiza a
concessão de novas usinas e se fecham contratos de fornecimento para atender à demanda futura das
distribuidoras de energia. Desse modo, os leilões de energia são de extrema importância para a
sustentabilidade do setor elétrico brasileiro.
O Leilão de energia elétrica é um processo licitatório, ou seja, é uma concorrência promovida pelo
poder público com vistas a se obter energia elétrica em um prazo futuro (pré-determinado nos termos de
um edital), seja pela construção de novas usinas de geração elétrica, linhas de transmissão até os centros
consumidores ou mesmo a energia que é gerada em usinas em funcionamento e com seus investimentos
já pagos, conhecida no setor como “energia velha”.
Sem os leilões, portanto, seria difícil para o setor elétrico conseguir equilibrar oferta e consumo de
energia e, consequentemente, aumentar-se-iam os riscos de falta de energia e de racionamento. Os
leilões de energia elétrica, ao definirem os preços dos contratos, definem, também, a participação das
fontes de energia utilizadas na geração, o que impacta na qualidade da matriz elétrica de nosso país em
termos ambientais (mais ou menos energia hidrelétrica, nuclear, eólica, queima de combustíveis,
biomassa, etc.), bem como no valor das tarifas pagas pelos consumidores.
No que tange a coordenação hierárquica, todos os leilões de energia passam pela coordenação e
controle da Agência reguladora do setor elétrico, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), a qual,
por sua vez, é ligada ao Ministério das Minas e Energia (MME). Vale acrescentar que o Instituto Acende
Brasil realiza uma análise sistemática dos leilões realizados no setor elétrico, trabalho desempenhado
desde junho/2007 e que pode ser conferido ao clicar no link.

Os leilões de compra / venda de energia


Os leilões de compra / venda de energia elétrica são realizados no âmbito do Ambiente de Contratação
Regulada (ACR) - parte do mercado elétrico em que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
(CCEE) opera, atuando em sua coordenação [encontre o endereço da Câmara em nossa seção de links
do setor elétrico]. A maior parte da energia contratada nessa modalidade de leilões vai para as próprias
Distribuidoras de energia - dentre elas, as associadas da Abradee - para distribuir aos consumidores da
área geográfica em que atuam. Adicionalmente, conforme redação do Decreto nº 5.163 de 2004, em seu
artigo 11, parágrafo 4°, a ANEEL também poderá promover leilões para compra de energia de fontes
alternativas, nos casos em que esteja em risco a obrigação de atendimento de 100% da demanda dos
agentes de distribuição.

Energia Nova ou Energia Existente


Os leilões são divididos de acordo com o tipo de empreendimento: se novo ou existente. Os chamados
leilões de energia existente são aqueles destinados a atender as distribuidoras no ano subsequente ao
da contratação (denominado A-1) a partir de energia proveniente de empreendimentos em operação. Já
os leilões de energia nova destinam-se à contratação de energia proveniente de usinas em projeto ou em
construção, que poderão fornecer energia em 3 (denominado A-3) ou 5 (A-5) anos a partir da contratação.
Esta segmentação é necessária porque os custos de capital dos empreendimentos existentes não são
comparáveis aos de empreendimentos novos, ainda a ser amortizados.

31
Disponível em: http://www.mme.gov.br/programas/leiloes_de_energia/menu/inicio.html.
Disponível em: http://www.abradee.com.br/setor-eletrico/leiloes-de-energia.

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1247109 E-book gerado especialmente para NICOLAS MELO
Após o advento da Lei 12.783 de 2013, parte considerável da energia “velha”, proveniente de
empreendimentos hidroelétricos com mais de trinta anos, passou a ser comercializada com preços
regulados pela ANEEL e com montantes contratados pelo regime de cotas nas distribuidoras.
Efetivamente, esses agentes passaram a não poder mais participar dos leilões do ACR.

Contratos por Quantidade ou por Disponibilidade


Os contratos resultantes dos leilões podem ser de duas modalidades diferentes: por quantidade ou por
disponibilidade. Os contratos por quantidade preveem o fornecimento de um montante fixo de energia a
um determinado preço. Nesta modalidade, geralmente utilizada para a contratação de energia hidráulica,
os geradores estão sujeitos a riscos de sobras ou déficits de energia, liquidados ao PLD, sendo que esses
riscos são minimizados pelo chamado Mecanismo de Realocação de Energia (MRE). Esse mecanismo
realoca montantes de energia gerados entre as usinas participantes, reduzindo o risco de exposição de
agentes individuais.
Os contratos por disponibilidade, por sua vez, são destinados à contratação de usinas termelétricas, e
preveem uma remuneração fixa ao agente gerador, independente do que for efetivamente gerado. Nesses
contratos, a parcela fixa é destinada à cobertura dos custos fixos para a disponibilização da usina ao
sistema, que pode ou não ser despachada por conta das condições hidrológicas do sistema interligado.
Todavia, quando essas usinas são despachadas, as distribuidoras devem pagar os curtos variáveis
relativos ao uso do combustível, que serão repassados aos consumidores no momento do reajuste
tarifário. O objetivo dos contratos por disponibilidade é garantir a segurança do sistema hidrotérmico.
Caso as condições hidrológicas sejam desfavoráveis, como em períodos excessivamente secos, essas
usinas podem ser solicitadas a despachar sua energia, reduzindo o risco do déficit de oferta do sistema
como um todo. Ao contrário, quando as condições hidrológicas são favoráveis, essas usinas são deixadas
em estado de espera.

Outras modalidades de leilões de energia


Ademais, fazem parte dos leilões de energia a construção de usinas de geração de eletricidade e de
linhas de transmissão de energia, tanto para a maior parte do Brasil que é integrada ao Sistema Interligado
Nacional (SIN), quanto aos sistemas isolados de nosso país, onde ainda não foi possível efetuar a
conexão com nosso sistema elétrico principal, o SIN. Nesses leilões, a ANEEL e o MME atuam mais
diretamente, tendo inclusive a ANEEL mantido uma página dedicada à divulgação desses leilões, o
Espaço do Empreendedor.

Novas Tecnologias32

As grandes descobertas de petróleo no Brasil nos últimos anos, em especial na camada de Pré-Sal,
foram determinantes para que a Petrobras ampliasse ainda mais os seus investimentos em tecnologia de
exploração petrolífera, em parceria com universidades, centros de pesquisa e fornecedores. A empresa
já detém a tecnologia mais avançada do mundo em exploração de águas profundas, mas a produção do
Pré-sal, com profundidades superiores a 5 mil metros em relação ao nível do mar e sob lâminas d’água
de mais de 2 mil metros, exige uma revolução no setor.
A empresa conta hoje com 50 redes temáticas em 80 instituições. São investidos US$ 1,3 bilhão ao
ano nessas parcerias. O Programa de Desenvolvimento Tecnológico de Sistemas de Produção em Águas
Profundas da Petrobras (Procap) engloba cinco áreas de atuação: novo conceito de sistemas de
produção; engenharia de poço; logística; reservatório; e sustentabilidade. Outra iniciativa importante
nessa área é a Rede Galileu, uma parceria da Petrobras com 14 universidades brasileiras, que recebeu
investimentos de R$ 117 milhões.
O Visão Futuro, da Procap, tem o objetivo de dar prioridade ao conteúdo nacional nos projetos. A meta
é promover o desenvolvimento da competência tecnológica e da engenharia brasileiras sempre em bases
competitivas. De acordo com a Petrobras, estimular o conhecimento tecnológico nacional, além de
contribuir para o desenvolvimento tecnológico do País, tornará mais fácil para a empresa no futuro adquirir
produtos no mercado interno, com o desenvolvimento de novos produtos e um suporte local eficiente para
manutenção e reposição de peças e equipamentos.
O carro-chefe do programa é a elaboração de um novo conceito de sistemas de produção inovadores.
Estão sendo desenvolvidos, por exemplo, equipamentos de processamento primário cerca de dez vezes
menores que os tradicionais. Usando-se recursos como força centrífuga ou campo eletrostático, esses

32
Fonte: Governo do Brasil - http://www.brasil.gov.br/infraestrutura

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equipamentos, na forma de tubos compactos, podem ser instalados no fundo do mar, em grandes
profundidades, o que facilita a operação e economiza espaço nas plataformas.
Também estão em estudo o desenvolvimento de separadores compactos de fluidos (óleo, água e gás)
por membranas cerâmicas, aminas (composto molecular derivado da amônia) e micro-ondas, entre outras
alternativas. Essas tecnologias permitem maior eficiência energética, menores custos, aumento da
capacidade de produção e armazenagem da plataforma, além de diminuição do uso de produtos
químicos.
A Petrobras já opera atualmente algumas plataformas desabitadas, por meio de salas de controle em
terra, mas o objetivo é avançar ainda mais. Uma das possibilidades em estudo é a automação de
operações que hoje são realizadas passo a passo, como colocar um poço de petróleo em teste, fazer a
passagem do “pig” (equipamento para desobstrução de dutos), entre outras. Entre os benefícios previstos
estão a redução de custos operacionais com logística e do número de pessoas expostas a ambiente de
risco. Serão testados, também, nos próximos anos, diversos equipamentos para operação remota e
automação. Entre eles, robôs industriais com câmeras tridimensionais acopladas para auxiliar na
manutenção de plataformas.

Novas Reservas33

As estimativas de reservas para o Pré-sal brasileiro indicam potencial de 70 a 100 bilhões de barris de
óleo equivalente – boe (somatório de petróleo e gás natural), mas o caminho para a exploração de toda
essa riqueza ainda está em estágio inicial. A produção do primeiro óleo do Pré-Sal foi realizada em
setembro de 2008 no campo de Jubarte, que já produzia óleo pesado do pós-sal no litoral sul do Espírito
Santo. Localizado ao norte da Bacia de Campos, na área conhecida como Parque das Baleias, esse
reservatório está a uma profundidade de cerca de 4,5 mil metros.
A produção do Teste de Longa Duração (TLD) do prospecto de Tupi, atual campo de Lula, iniciou-se
em 1º de maio de 2008 e foi somente ao final de 2010 que a Petrobras e seus parceiros comerciais
iniciaram a produção em escala comercial nos campos do Pré-sal. De acordo com a Petrobras,
atualmente são extraídos cerca de 117 mil barris por dia de óleo no pré-sal das bacias de Santos e de
Campos, ambas no litoral sudeste do Brasil.
A Petrobras prevê a “fase zero” de exploração do Pré-sal, ao priorizar a coleta geral de informações e
mapeamento do pré-sal, até 2018. Entre 2013 e 2016 está prevista a “fase 1a”, com a meta de atingir 1
milhão de barris por dia. Após 2017, terá início a “fase 1b”, com incremento da produção e aceleração do
processo de inovação. A Empresa informa que, a partir deste momento, é projetado o uso massivo de
novas tecnologias especialmente desenhadas para as condições específicas dos reservatórios do Pré-
sal.
A Petrobras ressalta ainda que não há nenhum obstáculo tecnológico para a produção nessa nova
fronteira exploratória e que os investimentos em tecnologia diminuem os custos e aumentam a velocidade
de exploração e produção no Pré-Sal. Segundo a Empresa, hoje o tempo médio de perfuração de um
poço equivale a 66% do tempo médio de perfuração de poços entre 2006 e 2007 no Pré-Sal.
Considerando que o afretamento (aluguel) de sondas de perfuração é um dos grandes custos de uma
empresa de petróleo, essa diminuição no tempo de perfuração tem grande impacto positivo na redução
de gastos da companhia.
As reservas conhecidas de petróleo da Petrobras atingiram 16 bilhões de boe em 2010. Com isso, a
participação do Pré-Sal na produção de petróleo passará dos atuais 2% para 18% em 2015 e para 40,5%
em 2020, de acordo com o Plano de Negócios 2011-2015. Hoje, são utilizadas 15 sondas de perfuração
equipadas para trabalhar em lâmina d’água (LDA) acima de 2 mil metros de profundidade. Em 2020, esse
número chegará a 65. Atualmente, são disponibilizados 287 barcos de apoio. O objetivo da Empresa é
atingir 568 barcos em 2020.
Aos poucos a extração nos campos do Pré-sal tem aumentado. No campo Lula (antes conhecido como
Tupi), na Bacia de Santos, está em operação um projeto-piloto que utiliza o FPSO denominada Angra dos
Reis, com capacidade para produzir diariamente até 100 mil barris de óleo e 4 milhões de m³ de gás.
Trata-se da primeira plataforma de produção programada para operar em escala comercial naquela área.
Atualmente, o navio-plataforma ancorado a cerca de 300 km da costa produz em torno de 25 mil barris
de óleo por dia.
As informações coletadas por essas perfurações e em outras dezenas de poços permitiram reduzir
significativamente as incertezas sobre os reservatórios do Pré-Sal. Várias dessas reservas recém-

33
http://www.brasil.gov.br/infraestrutura

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descobertas entraram em produção aproveitando plataformas que já operavam no pós-sal (acima da
camada de sal) de campos existentes e foram adaptadas para receber o óleo leve de reservatórios
identificados no Pré-Sal.

Brasil se destaca em ranking de energia eólica34

Com recente ingresso no setor, o Brasil já tem conquistado destaque no ranking de energia
eólica produzida ao redor do mundo. Atualmente, ocupamos a décima posição no ranking dos maiores
produtores de energia eólica e a previsão é de ultrapassarmos a Itália e chegarmos à nona colocação
ainda este ano.
A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) prevê que, até 2020, o Brasil figure entre os
cinco maiores produtores, que hoje são China, EUA, Alemanha, Índia e Espanha. Além do Brasil e da
Itália, o ranking de energia eólica também é composto por Rússia, Canadá e França.
Os investimentos em energia eólica no Brasil nos últimos dois anos chegam à casa dos R$ 30 milhões
e 81 mil postos de trabalho foram criados na área desde então. São 8,72 GW de capacidade instalada e
distribuída em 349 usinas, a maioria na região Nordeste.

Energia: a produção mundial de energia. As Fontes de energia. Petróleo. Carvão mineral e gás
natural. Energia elétrica. Alternativas de energia

A Infraestrutura energética no mundo

Um mundo carente de energia:


As transformações verificadas no decorrer da Revolução Técnico-científica, ou Terceira Revolução
Industrial, foram acompanhadas por uma demanda acelerada de energia. Além disso, o crescimento
econômico e a urbanização crescente na Ásia e na América Latina ampliaram a necessidade de fontes
energéticas. O crescimento do número de automóveis em circulação, um aspecto marcante das
sociedades que se industrializam, também passou a exigir maior volume de combustíveis fósseis
(originados de restos de seres vivos que habitaram a Terra há milhões de anos. Exemplos: petróleo,
carvão mineral, gás natural, xisto pirobetuminoso), (petróleo e gás natural), apesar de os veículos
produzidos atualmente, consumirem, em média, 50% menos combustível do que os modelos de 30 anos
atrás.
Dessa forma, a ampliação dos recursos energéticos é um dos principais problemas das sociedades
contemporâneas. Mas essa ampliação deve considerar a degradação do ambiente, utilizando fontes
menos poluidoras e renováveis. Trata-se de uma tarefa difícil, considerando que a principal fonte
energética para os transportes no mundo inteiro ainda é petróleo.
Os combustíveis fósseis representam praticamente 85% da matriz energética mundial; ou seja,
considerando-se todas as fontes utilizadas no mundo e todas as modalidades de energia – elétrica,
mecânica, térmica -, o petróleo, o carvão mineral e o gás natural são responsáveis por 85% da energia
gerada.

Energia, desenvolvimento econômico e condições sociais:


O desenvolvimento econômico e social está intimamente ligado ao desenvolvimento das fontes de
energia. Pode-se dizer que há uma interdependência: o progresso econômico e social resulta da ativação
de fontes de energia, que, por sua vez, ocorre em consequência das demandas da economia e da
sociedade.
Assim, os países mais desenvolvidos são grandes consumidores de energia e precisam importar
recursos energéticos para suprir suas necessidades. Em geral, esse alto consumo exige também a
utilização de diversas fontes.

As fontes de energia e suas origens:


As fontes de energia podem ser divididas em renováveis e não-renováveis, primárias e secundárias.
A primeira se relaciona à capacidade da fonte em se recompor ou não. O petróleo, gerado através de
decomposição do material orgânico, ao longo de milhares de anos, é uma fonte não-renovável. A
velocidade com que o combustível é produzido pela natureza não permite recompor as quantidades
dele retiradas pela sociedade contemporânea. O álcool, pelo contrário, é um combustível renovável,

34
Fonte: ambienteenergia.com.br

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pois provém do processamento de matéria orgânica viva, a cana-de-açúcar. O ritmo de crescimento da
cana acompanha o consumo do combustível.
A segunda divisão se refere à utilização das fontes. Ela é primária quando a energia fornecida é
usada diretamente para um trabalho ou geração de calor. O uso da lenha para cozinhar alimentos é
um exemplo de energia primária. Mas se se usa lenha ou carvão para alimentar uma caldeira, que por
sua vez gera energia elétrica, esta última é uma energia secundária.
Há ainda uma terceira divisão: a energia pode ser convencional ou alternativa. São consideradas
como convencionais aquelas usadas em grande quantidade e de forma difundida na sociedade
contemporânea. Por exemplo: o petróleo. São energias alternativas aquelas utilizadas em menor
quantidade, e que se encontram ainda em fase de pesquisas. Por exemplo: a energia solar.
(Revista Ecologia e Desenvolvimento, ano 2, nº 31, setembro de 1993, p.10).

As fontes de energia primária mais utilizadas no mundo atual são, respectivamente, o petróleo, o
carvão mineral, o gás natural, o urânio e a hidráulica (da água). Sendo recursos naturais, as fontes de
energia podem ser classificadas em renováveis, como o sol, a água dos rios, o vento, etc.; e não-
renováveis, como o petróleo, o carvão mineral e o urânio.
As fontes não-renováveis podem se esgotar, ao contrário das fontes renováveis.

Energia Hidrelétrica:
A utilização da água como fonte de energia é muito antiga e remonta aos tempos dos moinhos movidos
pelas rodas d’água. Atualmente, o movimento natural das águas é utilizado principalmente para a
produção de energia elétrica, a qual é obtida em usinas hidrelétricas. Essas usinas utilizam basicamente
o mesmo princípio empregado nas antigas rodas d’água.

A energia das águas;


Barragens para o represamento de água e seu uso na movimentação de rodas que acionam moinhos
datam da Idade Média. Pelo que se sabe através de documentos do geógrafo Estrabão (século I a.C.),
moinhos movidos pela força d’água já existiam, pelo menos, nos anos 60 a. C. Porém, a primeira notícia
de barragem com a finalidade de regularizar as vazões para uma série de moinhos industriais refere-
se a instalações construídas no século XII, no rio Garone, sul da França.
As rodas d’água ainda hoje existem nos engenhos de pequenos sítios por todo o nosso país e
desempenharam importante papel, nos séculos passados, em relação a todos os processos de
produção de farinha e açúcar. Ao girar, pela força d’água, movimentam mós de pedra – conjunto de
martelos-pilões -, para socar o milho ou a mandioca, ou ainda pesados cilindros de ferro para esmagar
a cana, extraindo o precioso caldo açucarado com o qualk são fabricados o melado, a rapadura, o
açúcar, a aguardente e o álcool.
(BRANCO, Samuel Murgel. Energia e Meio Ambiente. São Paulo, Moderna, 1990, p.37).

A energia hidrelétrica é o resultado de uma série contínua de transformações de energia. A energia


inicial é a força da água em movimento encontrada na própria natureza e conhecida como energia
potencial. Por essa razão, a usina deve ser construída em rios que tenham um determinado volume de
água e apresentem desníveis em seu curso.
A barragem construída para a formação de represa garante maior acúmulo de agua e aumenta o
desnível do rio. Dessa forma, a água entra pelas tubulações da usina com maior velocidade e força, o
que acarretará a movimentação das turbinas. Essa movimentação das turbinas pela água constitui a
primeira etapa de transformação de energia – a energia potencial da água é transformada em energia
mecânica (movimento das turbinas).
As turbinas, por sua vez, estão ligadas a um gerador, que transforma a energia mecânica em energia
elétrica, caracterizando a segunda etapa do processo.
As usinas hidrelétricas suprem 18% das necessidades de energia elétrica do mundo, mas apenas em
pouco mais de vinte países as hidrelétricas são responsáveis pela quase totalidade de eletricidade gerada
(mais de 90%), como é o caso do Brasil.
Os países que possuem grande potencial hidráulico são: Estados Unidos, Canadá, Brasil, Rússia e
China. Os Estados Unidos constituem o país que mais aproveita esse potencial, sendo responsável pela
produção de praticamente 1/5 do total da hidroeletricidade produzida no mundo. Mesmo assim, as usinas
hidrelétricas norte-americanas suprem apenas 5% das necessidades energéticas do país. A China
construiu a maior hidrelétrica do mundo – Três Gargantas, no rio Yang-tsé-kiang, que gerou, em 2009, 18
milhões de kwh, suprindo cerca de 10% das necessidades energéticas dos chineses. A usina de Itaipu,
no Brasil, gera 12,6 milhões de kwh e é, a segunda maior hidrelétrica do mundo.

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O fato de ser renovável e de não poluir a atmosfera, ao contrário do que ocorre com os combustíveis
fósseis (carvão mineral, petróleo e mesmo gás natural), são duas grandes vantagens a utilização de
energia hidrelétrica. Além disso, o tempo de vida das usinas é bastante longo e o custo de manutenção
é relativamente baixo.
Porém, a construção de usinas hidrelétricas costuma causar grande impacto socioambiental. Com o
represamento do rio, as barragens formam um grande lago.
A inundação destrói extensas áreas de vegetação natural, comprometendo a vida animal naquele
habitat modificado pela ação humana. Até mesmo pequenas barragens provocam danos ambientais,
como a destruição das matas ciliares, o desmoronamento das margens e o assoreamento do leito dos
rios. Outra consequência da modificação do ciclo natural da água é o comprometimento da vida aquática
e da reprodução dos peixes.
Uma hidrelétrica também pode afetar a vida das pessoas que moram na região em que a usina for
construída. O represamento da água, que acarreta a formação de imensos lagos artificiais, pode
desabrigar populações ribeirinhas, povos indígenas, pequenos agricultores e inundar completamente
vilas, povoados e até pequenas cidades.

As Fontes Alternativas:
A enorme participação das fontes não-renováveis na oferta mundial de energia coloca o mundo diante
de um desafio: a busca por fontes alternativas de energia. E isso é urgente, pois o mundo pode,
literalmente, entrar em colapso se forem mantidos os atuais modelos de desenvolvimento
socioeconômico, com base no consumo de petróleo.
As resoluções estabelecidas pela maioria dos países as conferências sobre o clima do planeta, como
o Protocolo de Kyoto (segundo esse protocolo, que os Estados Unidos se negaram a ratificar, alegando
que isso traria prejuízos para a sua economia, os países industrializados, entre 2008 e 2012, deveriam
reduzir em 5,2% as emissões de gases-estufa, principalmente o dióxido de carbono, em relação ao que
lançavam na atmosfera em 1990), que envolvem questões ligadas ao aumento das temperaturas médias
do ar na Terra, exigem uma nova postura por parte dos governos em relação à produção de energia. Isso
só pode ser conseguido com investimentos em tecnologias para a geração de energia limpa.
É preciso considerar também o fato de que um terço da população mundial não tem acesso à energia
elétrica e que o fornecimento de eletricidade é uma condição básica para a melhoria da qualidade de vida
das pessoas, sobretudo no contexto da Terceira Revolução Industrial, em que a informática dinamizou o
acesso à informação, via Internet, e traz novas exigências para a inserção no mercado de trabalho.
Há diversas fontes alternativas disponíveis, exigindo desenvolvimento tecnológico para que possam
ser rentáveis e, consequentemente, utilizadas em maior escala. Entre elas, destacam-se o sol, o álcool,
o vento, o calor da Terra, o carvão vegetal e o biogás.

O Sol:
O aproveitamento da energia solar oferece grandes vantagens: não polui, é renovável e existe em
abundância. Entretanto, pelo fato de a sua utilização em larga escala (grandes usinas) para a geração de
energia elétrica estar em fase relativamente inicial de desenvolvimento tecnológico, a energia solar ainda
não é viável economicamente, ou seja, os custos financeiros para sua obtenção superam os benefícios.
A geração de energia elétrica tendo o sol como fonte pode ser obtida de forma direta ou indireta.
A forma direta de obtenção acontece por meio de células fotovoltaicas (trata-se de dispositivos que
desempenham força eletromotriz pela ação da luz. As células fotovoltaicas só produzem corrente elétrica
quando estão iluminadas), geralmente feitas de silício, um dos elementos mais abundantes na crosta
terrestre. A luz solar, ao atingir as células, é diretamente convertida em eletricidade. Apesar de o preço
dessas células estar caindo nos últimos anos, elas ainda são caras.
Para obter energia elétrica a partir do sol de forma indireta, constroem-se usinas em áreas de grande
insolação (áreas desérticas, por exemplo), onde são instaladas centenas de espelhos côncavos (coletores
solares) direcionados para um determinado local, que pode ser uma tubulação de aço inoxidável, como
ocorre no deserto de Mojave, na Califórnia (EUA), ou um compartimento contendo simplesmente ar, como
ocorre em Israel.
No caso das usinas da Califórnia, pela tubulação de aço inoxidável circula um tipo de óleo, que é
aquecido pelo calor do sol concentrado. O óleo aquece a água que circula em outra tubulação. A água
vira vapor, que irá mover as turbinas e acionar os geradores elétricos.
Na usina de Israel, o calor aquece o ar existente no compartimento até 1300ºC, quando este aciona
uma turbina e gera eletricidade.

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O Álcool:
O álcool é produzido principalmente a partir da cana-de-açúcar, do eucalipto e da beterraba. Como
fonte de energia, pode ser utilizado para fazer funcionar motores de veículos (álcool etílico, da cana-de-
açúcar, e da beterraba; e metanol, do eucalipto) ou para produzir energia elétrica.
Como combustível para automóveis, o álcool tem a vantagem de ser uma fonte renovável e menos
poluidora que a gasolina, além de ter possibilitado, no caso brasileiro, o desenvolvimento de uma
tecnologia nacional de produção de motores. Mas o álcool nunca suprirá a necessidade total de
combustível dos veículos automotores. Para se ter ideia, os EUA possuem uma frota de quase 200
milhões de veículos; se quisessem utilizar apenas o álcool para abastece-los, necessitariam de uma área
de plantio de cana-de-açúcar de 1 000 000 km², aproximadamente, o que representaria mais de 10% de
todo o território norte americano.

Energia Eólica:
Como o sol e a água, o vento também é um recurso energético abundante na natureza. Quando intenso
e regular, pode ser utilizado para produzir energia a preços relativamente competitivos. Este custo poderá
cair ainda mais quando a energia dos ventos estiver mais difundida.
A tecnologia atualmente empregada na construção dos cata-ventos que geram eletricidade é bastante
sofisticada e consegue explorar a força de ventos que sopram a mais de 10 metros por segundo. As
imensas pás dos rotores, com até 100 metros de comprimento, são agora construídas em fibra de vidro
(as primeiras, de aço, deterioravam rapidamente), giram a frequências que não interferem nas
transmissões de rádio e TV e são controladas por computadores.
Alguns países europeus já projetam rotores com potência e até 4 mil quilowatts, enquanto a Nasa, nos
EUA, pensa em atingir a potência de muitos megawatts, em colaboração com o Departamento de Energia.

Vantagens de uma boa ventania:


“A energia eólica é uma das melhores alternativas para gerar muita energia em curto prazo”, afirma
Everaldo Feitosa, diretor do Centro Nacional de Energia Eólica (CNEE). “Nossas jazidas de vento são
as melhores do Brasil e do mundo”, explica ele, referindo-se ao potencial eólico da região Nordeste,
que é de 10 mil MW. Segundo o Cepel, o potencial dos ventos brasileiros é cerca de 60 mil MW, e a
estimativa é de que mais de 25% poderiam ser efetivamente aproveitados. "A “capacidade instalada
poderia chegar a 20 mil MW, mas hoje há apenas 20,3 MW”, relata Feitosa. “Se o governo definisse
um preço para que o investidor pudesse colocar a alternativa no mercado e adotasse uma resolução
para obrigar as distribuidoras a comprar essa energia, poderíamos ter 2 mil MW em dois anos”. O
diretor do CNEE ainda lembra que a instalação de uma turbina é rápida e tem baixo impacto ambiental,
deixando a área livre para a agricultura ou pecuária.
“A tecnologia está dominada e tem um custo totalmente compatível com o das usinas térmicas”,
ressalta o engenheiro Augustin Woelz. Segundo o CNEE, o custo desse tipo de geração está na faixa
de US$ 60 a US$ 80 por MWh. A primeira turbina brasileira, de 75 kw, foi instalada em Fernando de
Noronha, em 1992. Hoje, instalações eólicas de grande porte concentram-se nos estados do Ceará,
Pernambuco, Minas Gerais e Paraná.
(MULLER, Rafaela. Problemas brasileiros. São Paulo, Senac, julho/agosto de 2001, nº 346, p.17).

O Calor da Terra:
Outra fonte alternativa de energia é representada pelas centrais geotérmicas, que transformam o calor
do interior da Terra em fonte de energia.
A principal vantagem da energia geotérmica é a escala de exploração, que pode ser adequada ás
necessidades, permitindo o seu desenvolvimento em etapas, à medida que aumenta a demanda.
Uma vez concluída a instalação, os seus custos de operação são baixos.
Já existem algumas dessas centrais encravadas em zonas de vulcanismo, onde a água quente e o
vapor afloram à superfície ou se encontram a pequena profundidade.
Costa Rica, Guatemala e, principalmente, a Islândia, já utilizam esse tipo de energia.
Atualmente a exploração da energia geotérmica estende-se a outras regiões, além das vulcânicas,
cuja superfície apresenta claros indícios de vapores subterrâneos.

O Biogás:
O biogás, constituído principalmente pelo gás metano, é obtido a partir de reações anaeróbicas (sem
oxigênio) da matéria orgânica existente no lixo, que é recolhido nas cidades e depositado nos aterros
sanitários energéticos. Ele tem sido utilizado para gerar gás combustível de uso doméstico ou combustível

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de veículos, solucionando ainda um sério problema, especialmente para as metrópoles: a destinação do
lixo.
O biogás também pode ser obtido por meio de aparelhos chamados biodigestores, nos quais se
processa a fermentação de esterco, folhas de árvores e outros compostos orgânicos, constituindo-se uma
excelente alternativa para as áreas rurais.

A Energia Hidrelétrica no Brasil:


O Brasil possui cerca de 450 usinas hidrelétricas em funcionamento, entre as quais duas das dez
maiores do mundo.
De modo geral, as bacias dos principais rios que banham estados do Nordeste e do Sudeste estão
com o seu potencial bastante aproveitado. Já as bacias do Uruguai, do Tocantins e do Amazonas
oferecem ainda muito potencial a ser explorado.
Na Amazônia, tanto as hidrelétricas em operação quanto as planejadas têm provocado muita polêmica.
Embora a Eletronorte alegue que elas são uma opção para todo o Brasil, a transmissão dessa energia
para o Centro-Sul tem um custo muito alto em razão das enormes distâncias. Na realidade, em parte,
foram construídas na região para fornecer energia aos projetos mineradores de grandes empresas,
principalmente as produtoras de alumínio, que consomem muita eletricidade (eletrointensivas): cerca de
um terço da energia elétrica gerada por Tucuruí. No Rio Tocantins, no Pará, é consumido pelas indústrias
de alumínio que atuam na região amazônica.
As usinas hidrelétricas são, em sua maioria, empresas estatais. A partir de 1995, o setor de geração
de energia, antes restrito à esfera governamental, foi aberto às empresas privadas, as quais poderiam
adquirir as empresas estatais em leilão. No entanto, apenas algumas estatais do setor hidrelétrico foram
vendidas e, a maior parte delas, pelo preço mínimo.
Se, de um lado, as empresas privadas mostravam-se desinteressadas em investir no setor de geração
de energia, por outro lado, havia grande interesse em outro setor – o de distribuição de energia, o qual
apresentava perspectivas de retorno mais rápido dos investimentos. Desde o final do século passado e
início do século XXI, a distribuição da maior parte da energia elétrica produzida no Brasil está sob a
responsabilidade das grandes empresas do setor privado.

Quem controla o setor elétrico no Brasil?


Dentre os órgãos governamentais controlam o setor de produção de eletricidade no Brasil,
destacam-se os pioneiros – a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e o ONS (Operador
Nacional do Sistema).
A ANEEL foi criada em 1996. É responsável pela regulamentação e fiscalização de todos os setores
elétricos ligados à produção e distribuição de energia.
O ONS foi criado em agosto de 1998. Coordena e controla a operação da geração e transmissão de
energia elétrica entre as diversas usinas e sistemas de distribuição espalhados pelo país.

A CRISE HIDRÍCA35

A região metropolitana de São Paulo vive sua maior crise hídrica desde 1930, quando começaram as
medições nos sistemas de reservatórios fornecedores de água. A situação é pior no sistema Cantareira,
cujo nível bate sucessivos recordes negativos desde o início do ano. Responsável pelo abastecimento de
8,8 milhões de pessoas – quase a metade da população da Grande São Paulo – o Cantareira opera com
o volume útil esgotado desde julho. A retirada de água do sistema só continuou porque, em maio, a
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) começou a bombear água do
chamado volume morto. A utilização inédita da reserva técnica, que fica abaixo das comportas das
represas, fez o nível do reservatório subir a 18,5%. A previsão da Agência Nacional das Águas (ANA),
órgão federal responsável pela gestão dos recursos hídricos brasileiros, é de que o volume morto dure
até novembro. Mas o cumprimento do prazo vai depender da chuva nas represas nos próximos meses.

A pressão das cidades


O esgotamento dos mananciais na região metropolitana de São Paulo não é causado apenas pela
falta de chuvas. Além do rápido crescimento populacional, a alta taxa de urbanização, que se aplica a
todo o Brasil, polui os rios e dificulta o acesso à água potável. Criado na década de 1970, o Cantareira foi
uma resposta à demanda crescente da região. Foi então preciso buscar água na Bacia do Rio Piracicaba,

35
http://guiadoestudante.abril.com.br/crise-hidrica/

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onde fica o sistema, a 70 quilômetros da capital. Essa transferência forçada de recursos hídricos exerce
pressão sobre a oferta de água para os centros urbanos, as indústrias e as plantações do interior paulista.
O crescimento desordenado das cidades agrava a dificuldade de acesso à água em qualidade e em
quantidade satisfatórias. A falta de planejamento, com a verticalização das construções (prédios),
sobrecarrega as estruturas já existentes nas ruas, que muitas vezes não suportam a quantidade de água
que agora passa por ali – milhões de litros se perdem por vazamento nos canos subterrâneos das cidades.
Segundo um estudo do Instituto Socioambiental (ISA), as capitais brasileiras perdem, diariamente, quase
metade da água captada durante a distribuição. Sozinha, a cidade do Rio de Janeiro joga fora mais de
1,5 milhão de metros cúbicos por dia – o equivalente a mais de 600 piscinas olímpicas. A maior parte
desse desperdício deve-se a vazamentos na rede de distribuição, ao crescimento urbano e à falta de
manutenção adequada às novas condições.
Loteamentos clandestinos e vias públicas à beira de mananciais e em áreas de várzea, normalmente
inundadas pelo fluxo dos rios em períodos de cheia, ameaçam as fontes com a poluição por esgoto e lixo,
industrial e doméstico. Ao mesmo tempo, a grande concentração de vias pavimentadas e de edifícios de
concreto aquece a atmosfera sobre as grandes cidades, criando as chamadas ilhas de calor, que atraem
nuvens pesadas e tempestades.
O solo impermeabilizado (coberto pelo asfalto ou por construções) não permite que a água das chuvas
penetre até os lençóis freáticos, resultando em enchentes durante o verão, o período de chuvas.

O sertão e a origem das secas


A crise hídrica em São Paulo chamou a atenção pelo ineditismo e por acontecer numa das regiões
mais desenvolvidas e populosas do país. Mas uma boa parte dos mais de 10 milhões de brasileiros que
moram no semiárido nordestino convive com a estiagem ano após ano. A falta contínua de chuvas desde
2011 fez com que, em 2013, ocorresse na região a pior seca dos últimos 50 anos. Muitos nordestinos
perderam os meios que tinham para sobreviver e, sem outras alternativas, recorreram à ajuda do governo
ou decidiram deixar suas terras áridas, buscando trabalho bem longe do sertão onde nasceram.
A escassez de chuva na região tem origem em lugares distantes e é provocada principalmente por
mecanismos de circulação de ventos. Na chamada Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que
circunda a Terra próxima à linha do Equador, os ventos dos Hemisférios Norte e Sul se encontram. A
massa de ar que chega à Região Nordeste é quente e úmida, provocando chuvas na região litorânea,
onde predomina a vegetação da Mata Atlântica. Mas, quando se movimenta em direção ao interior, já
perdeu força e umidade, e o resultado é uma massa quente e seca que estaciona no sertão durante
longos períodos. Outros fatores que podem provocar chuva, como as frentes frias vindas do Sul do país,
nem sempre conseguem chegar ao Nordeste.
O resultado de tais fenômenos, ao longo de séculos, foi a formação de uma região com clima
semiárido, de baixo índice pluviométrico anual (pouca chuva), com predominância da vegetação da
caatinga, solo raso e pedregoso e temperaturas elevadas em grande parte do ano. Alguns fenômenos
que ocorrem a grande distância agravam muito a falta de chuvas ali, como aconteceu em 2013. Um deles
é a temperatura da água no Oceano Atlântico, nos dois hemisférios. A diferença de 1 °C pode fazer com
que a ZCIT se movimente mais para o norte ou para o sul, provocando chuvas e novas correntes de vento
em lugares distintos, piorando ou atenuando o período de seca. Outro fator é o fenômeno do El Niño, que
atua a cada dois ou sete anos e pode durar de um a dois anos. Ele é provocado também por diferença
de temperatura nas águas do Oceano Pacífico, interferindo nas massas de ar próximas à costa oeste da
América do Sul. Por causa da estiagem, mais de 1.400 municípios decretaram estado de emergência. A
situação só foi amenizada com as chuvas de verão de 2014, principalmente em maio.

Políticas públicas
A seca é um fenômeno natural, mas, quando prolongada, causa graves problemas, como os que
atingem o sertão. Há relatos de secas nordestinas desde o início da colonização portuguesa. Na estiagem
de 1983, 1 milhão de sertanejos se inscreveram no programa de emergência para receber dinheiro para
a construção de açudes. Muitos outros emigraram para o Sudeste e engrossaram o trabalho em
construtoras e fábricas. A seca do ano passado causou a perda de 18 mil empregos na região.
Para atenuar o problema, o Estado brasileiro desenvolveu, principalmente a partir do século XX,
políticas públicas de combate aos efeitos da seca. O primeiro órgão criado foi o Departamento Nacional
de Obras Contra as Secas (DNOCS), sob o nome de Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), em
1909, e que existe até hoje, vinculado ao Ministério da Integração Nacional. Seu objetivo é executar ações
para beneficiar as áreas atingidas e fomentar obras de proteção contra as secas e inundações, como a
construção de açudes, que permitem tornar perenes rios intermitentes. Outra ação governamental foi criar
uma legislação específica para a região, denominada então de Polígono das Secas, em 1951.

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O atual governo federal investiu mais de 20 bilhões de reais em obras de infraestrutura, como os
sistemas coletivos de abastecimento de água, adutoras para a distribuição das águas das barragens e as
próprias barragens, além da operação de carros-pipa, construção de cisternas e recuperação de poços.
Dentre as obras, está a controversa transposição do Rio São Francisco. A previsão de gastos é de 8
bilhões de reais (veja mais na pág. 173). Alguns especialistas afirmam que a construção de poços
profundos e de cisternas para a coleta de água da chuva seria uma alternativa mais eficaz e barata para
combater a seca. Opositores da obra também argumentam que o projeto não alcançará muitas
comunidades e beneficiará principalmente os grandes fazendeiros, além de causar impactos ambientais
ainda não bem mensurados no entorno do “Velho Chico”.

Desigualdade
O Brasil é um dos países mais ricos em recursos hídricos e abriga 12% de toda a água potável do
mundo. Esse precioso líquido, porém, não se distribui de maneira uniforme pelo território nacional. Cerca
de 72% das reservas encontram-se nos rios da Região Norte, que reúne menos de 5% da população
nacional. Em 2013, enquanto os nordestinos pediam chuva, as populações ribeirinhas dos rios da Bacia
do Amazonas torciam para que parasse de chover. No Amazonas, 26 municípios declararam situação de
emergência, incluindo a capital, Manaus.
No Sudeste, os desafios ligados à água são de outro tipo, relacionados às grandes metrópoles e à
falta de planejamento e manejo adequado, pois, para se tornarem potáveis para uso humano, as águas
precisam passar por um processo de tratamento. Como resultado, temos uma conta difícil de fechar. Mas,
mesmo em lugares em que há abundância, muitas vezes a população não recebe água tratada. Existem
propostas para garantir a oferta de água a todos os brasileiros, tornando o resultado desse cálculo mais
igualitário. Segundo especialistas, a solução passa por ações como o controle de uso das reservas,
monitoramento constante do meio ambiente, planejamento urbano eficiente, investimentos em cisternas,
construção de poços e de infraestrutura de distribuição de água tratada.
Um tanto da água potável não está à luz do sol, mas escondido em aquíferos, formações geológicas
subterrâneas. Os especialistas calculam que essas reservas guardam um volume 100 vezes maior que o
da água doce superficial existente no planeta. E o Brasil é privilegiado também nesse quesito, pois possui
27 aquíferos, incluindo um dos maiores do mundo: o Aquífero Guarani, que se espalha sob 1 milhão de
quilômetros quadrados, pelo subsolo de oito estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. O restante
está sob os territórios de Uruguai, Paraguai e Argentina. Há estudos apontando que o depósito reserva
37 mil quilômetros cúbicos de água, volume suficiente para abastecer, sozinho, a população brasileira por
muitos séculos. Mas ainda é difícil ter precisão nos cálculos, pois há poucas pesquisas a respeito.
O uso das reservas hídricas do subsolo requer planejamento. Os aquíferos abastecem rios e poços,
mas, se sua água for retirada num ritmo mais intenso do que o de reposição natural (que é muito lento),
o nível pode descer perigosamente. A poluição também ameaça os reservatórios: o Guarani corre risco
nos pontos em que a água aflora naturalmente à superfície. Já há sinais de contaminação por esgoto e
agrotóxicos, que chegam até o subsolo quando jogados por indústrias e fazendas e são absorvidos,
particularmente no Rio Grande do Sul e no interior de São Paulo.

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Os usos da água
Energia e água estão diretamente relacionadas. São elementos-chave para sistemas agrícolas,
fábricas e moradias, e condições básicas para atender às necessidades humanas em alimentação,
moradia e saúde.

Do meio ambiente à mesa


A água que sai das torneiras e chuveiros, ou mesmo a que ocupa a garrafinha nos supermercados, só
chega até nós porque existe uma rede de captação, distribuição e tratamento. A água é utilizada de
diversas formas, no nosso modo de vida atual, no qual ela é essencial para atender às necessidades
humanas em alimentação, moradia e saúde. Nem todos os brasileiros têm acesso a água de boa
qualidade. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012, apesar de 85,4%
dos domicílios contarem com rede geral de abastecimento, apenas 57% possuem rede de coleta. No
Norte, a taxa é de 13%.
Ainda que distribuída de maneira desequilibrada pelo território nacional, há abundância do recurso
vital: estima-se que o Brasil use menos de 10% do total de sua água doce disponível. A maior parte desse
uso ocorre na agricultura e na pecuária. Também em termos mundiais, a agropecuária é a maior
consumidora dos recursos hídricos: 70% da água captada no planeta destina-se às plantações e criações
de rebanhos. A indústria fica com outros 22%, e o uso doméstico, com apenas 8%. Mas essas
percentagens variam Segundo o desenvolvimento de cada nação. Em países menos desenvolvidos, o
volume absorvido pela agricultura pode ultrapassar os 80%, enquanto nos mais industrializados, não
passa de 30%.

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As regiões hidrográficas brasileiras
Para a gestão de políticas públicas, o Brasil é dividido em 12 regiões hidrográficas. O país é um dos
mais ricos em recursos hídricos. O clima e o regime de chuvas alimentam uma rede hidrográfica extensa,
formada por rios com grande volume de água. Com exceção das nascentes do Rio Amazonas, que se
abastecem com o derretimento das geleiras andinas, a origem das águas dos rios brasileiros são
basicamente as chuvas.

NO MUNDO

Tal como no Nordeste brasileiro, há diversos pontos do mundo em que a escassez hídrica é motivo de
êxodo da população e alvo de políticas públicas. Em termos globais, a oferta de água corre o risco de
entrar numa crise profunda, pressionada cada vez mais pelo crescimento demográfico, pelas mudanças
climáticas, pela contaminação de fontes e pelo desperdício. A crise é menos uma questão de insuficiência
real, e mais de mau gerenciamento do uso dos recursos hídricos. A falta de água afeta não só a saúde
humana, mas também o desenvolvimento socioeconômico da sociedade e o rumo das relações entre
nações.

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Diante do cenário em que a escassez hídrica atinge 11% da população mundial, a Unesco (entidade
da ONU voltada para a educação, a ciência e a cultura) declarou que 2013 é o Ano Internacional de
Cooperação pela Água. A iniciativa tem o objetivo de alertar para a necessidade de administrar melhor
as fontes de água, que estão sendo afetadas pelo aumento do consumo e pelo uso desequilibrado desse
recurso fundamental. As perspectivas são preocupantes: a ONU estima que, se as políticas em relação
à água não mudarem, 1,8 bilhão de pessoas estarão vivendo em zonas muito secas e dois terços da
humanidade estarão sujeitos a alguma restrição no acesso à água em 2025.

Crise silenciosa
O planeta já enfrenta uma crise de abastecimento de água, apesar de isso não significar que o líquido
esteja diminuindo. A água que circula por mares, rios e lagos, que está guardada nos depósitos
subterrâneos e nas calotas polares, como gelo, ou que circula em forma de umidade pela atmosfera, tem
um volume quase constante, que demora milhões de anos para ser alterado. Essa quantidade quase não
se altera pois a água está em eterno processo de reciclagem natural: evapora, desaba como chuva,
escorre para o fundo da terra e retorna para a superfície, de onde volta a evaporar, no chamado ciclo da
água. Por isso, a água é um recurso renovável.
Afora uma pequena parcela que, quando desmembrada pelos raios solares em hidrogênio e oxigênio,
deixa a atmosfera do planeta, a água que hoje usamos para matar a sede e para o banho é composta
das mesmas moléculas que formaram os mares em que nadaram os primeiros peixes, as chuvas que
molharam os dinossauros e o gelo que recobriu grandes partes do planeta nas eras glaciais. Mas um
recurso renovável não se mantém, necessariamente, inesgotável e com boa qualidade todo o tempo.
Tudo depende do equilíbrio entre a renovação e o consumo.
Existem fatores naturais que limitam o volume de água disponível para os seres humanos. Muitos
povos vivem em zonas áridas, e mesmo regiões ricas em recursos hídricos podem passar
esporadicamente por secas que afetam os mananciais. Isso sempre foi assim. A diferença, na situação
atual, é que enfrentamos uma ameaça de escassez crônica de proporções globais cuja grande causa é
a atividade humana. O consumo crescente e o desperdício, a contaminação dos mananciais e as
alterações climáticas que a Terra está passando desequilibram a relação entre a oferta e a demanda de
água doce em boas condições para o uso do ser humano.
Avaliar o volume total de água no planeta é uma ciência pouco exata. Os especialistas reconhecem
que muitos dados são pouco confiáveis e os números podem variar. Ainda assim, a estimativa sobre o
volume de água potável a que o homem tem acesso apresenta valores bem aceitos na comunidade
científica. Esses valores demonstram que, apesar de a Terra ter três quartos de sua superfície submersos,
a parcela de água à disposição da humanidade é, em relação ao volume total, muito pequena.
Do total de 1,39 bilhão de quilômetros cúbicos de água que revestem o globo, apenas 2,5% são de
água doce. Além disso, a maior parte da água doce não está ao alcance do homem – está congelada nas
geleiras e calotas polares ou escondida em depósitos subterrâneos. A quantidade de água a que o homem
tem acesso fácil – a superficial, de rios, lagos e pântanos – é de, no máximo, 0,4% da água doce existente
no mundo. Contamos com isso para matar a sede, cuidar da higiene, gerar energia e produzir alimentos
e bens industriais. No fim das contas, é água mais do que suficiente. Mas, segundo a ONU, uma a cada
nove pessoas no mundo não tem acesso à água potável em quantidade necessária para garantir sua
saúde, nem um padrão de vida que reflita um bom desenvolvimento social e econômico.

Causas da escassez
Se o problema não é a quantidade, então o que está causando uma crise global de água? A resposta
é a combinação de diversos fatores: o crescimento populacional, a expansão do consumo associada à
melhoria dos padrões de vida, mudanças alimentares, aquecimento do planeta e mau gerenciamento
estão aumentando as pressões sobre o abastecimento local e mundial de água. Essas variáveis passam
por mudanças rápidas e muitas vezes imprevisíveis. A população mundial cresce aceleradamente. Em
1950, éramos 2,5 bilhões de pessoas, e, em 2011, 7 bilhões. Segundo as estimativas da ONU,
passaremos a 8,3 bilhões em 2030 e a 9,3 bilhões em 2050. Os efeitos desse aumento populacional é
sentido em várias regiões.
O crescimento demográfico não significa apenas mais torneiras, descargas sanitárias e chuveiros nas
residências. Significa, principalmente, que as sociedades precisam gerar mais energia e produzir cada
vez mais, tanto no campo quanto nas fábricas. Os cálculos indicam que precisaremos de 60% a mais de
energia vindas de hidrelétricas e de outras fontes renováveis. O desenvolvimento industrial e
agropecuário é hoje responsável pelo consumo de 90% de toda água usada pela humanidade. E, quanto
mais rica é uma população, maior é o consumo de água por pessoa, tanto no uso doméstico quanto por

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meio de sua alimentação e seu modo de vida. Com mais gente, prevê-se que, em 2030, a demanda por
comida aumentará em 50% em todo o planeta.
A disparidade entre o consumo de água por ricos e pobres expressa uma perversa lógica de mercado.
À população carente sem acesso ao serviço de fornecimento de água restam duas tristes opções: ou
longas caminhadas diárias até poços e reservatórios, ou a compra de água de fornecedores particulares
– agueiros ou caminhões-pipa. Nas duas situações, os prejuízos econômicos e sociais são imensos:
estima-se que os africanos gastem 40 bilhões de horas a cada ano só no trabalho de coleta de água em
pontos distantes e de transporte para suas casas.

Mau gerenciamento
Talvez o maior exemplo de como a ação humana interfere na água disponível no planeta esteja na
Ásia Central, no Mar de Aral. Significa “mar das ilhas”, mas hoje pouco restou do corpo de água que dava
nome ao local. Encravado entre o Uzbequistão e o Cazaquistão, o Aral era o quarto maior lago do mundo
até 1960, ocupando uma área de 68 mil quilômetros quadrados – o equivalente a cerca da metade do
Ceará. Hoje, não restam nem 10% de sua área original. O desastre é fruto de projetos muito mal
concebidos na época da União Soviética: as águas dos Rios Amu e Syr, que alimentam o Aral, foram
desviadas para irrigar lavouras em extensões desérticas daquela parte do mundo. Em pouco tempo, o
lago começou a ver suas águas recuarem, numa dinâmica que não parou mais.
Além de supersaturada de sal, a água que resta está bastante poluída por agrotóxicos oriundos das
lavouras nas proximidades. Em condições tão adversas, todo o ecossistema do Aral ficou comprometido,
e o clima próximo tornou-se mais desértico. As antigas ilhas surgiram na paisagem como cumes de áridas
montanhas. A insalubridade afeta a saúde humana. Arrastada pelos ventos, a areia poluída do leito seco
espalha-se por quilômetros, afetando as populações. Como resultado, aumenta a incidência de doenças
respiratórias, de fígado e dos rins e os casos de câncer.
Os especialistas consideram impossível devolver ao Aral a configuração e as características de 50
anos atrás. Mais fácil é corrigir a salinidade e a polui- ção em algum bolsão, isoladamente. O Cazaquistão
realizou uma experiência no lago norte em 2005, construindo um grande dique para reter a água no que
restava do mar. Com a ação, o nível da água subiu e a salinidade caiu. Os peixes voltaram e, com eles,
a pesca – atividade econômica que garante a sobrevivência de comunidades locais. Para os lagos no sul,
as perspectivas não são tão boas. É que as obras, muito maiores, exigem dezenas de bilhões de dólares
e dependem de acordos difíceis de se concretizarem entre as nações que dividem a Bacia do Rio Amu.

Fontes de conflitos
O exemplo do Mar de Aral revela uma das facetas da crise global de água, pois as necessidades
econômicas acirram, cada vez mais, disputas pelo precioso líquido. O principal foco de briga está nos rios
e bacias compartilhados por dois ou mais países. Essa foi uma das motivações do Ano Internacional de
Cooperação pela Água. A palavra “cooperação” ganha um caráter estratégico: a ONU espera que as
sociedades desenvolvam mecanismos de ação compartilhada para manejar as fontes hídricas capazes
de gerar benefícios econômicos e melhorias no padrão de vida das populações envolvidas. Além disso,
o termo não deixa de ter um apelo pacifista, à medida que os conflitos pelo controle das fontes de água
são uma realidade em vários pontos do planeta.

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Um exemplo é o Rio Nilo, que, ao atravessar o Deserto do Saara, é a base da vida no Egito há milhares
de anos. Antes de atingir o território egípcio, suas águas atravessam diversos países, como o Sudão, a
Etiópia e o Quênia. As águas podem ser afetadas por barragens, uso excessivo ou poluição na parte
superior da bacia antes de chegar ao Egito. As políticas de gestão do Nilo, por isso, são assunto
importante na relação entre o Egito e seus vizinhos.
No mundo, existem mais de 200 aquíferos localizados em subterrâneos de mais de uma nação, como
o Guarani – que se estende sob o Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Há mais de 260 bacias
hidrográficas transnacionais, que abrangem 148 países e 40% da população mundial. Os especialistas
estimam que, se tais recursos não forem bem manejados em conjunto pelas nações envolvidas, pode-se
criar um contingente de 100 milhões de migrantes nas próximas duas décadas. Avaliam também que, no
século XXI, a água pode ser o principal deflagrador de guerras.
O Instituto Pacífico, especializado no tema, contabiliza mais de 50 episódios de confronto militar,
revoltas populares ou ataques terroristas relacionados ao acesso à água, entre 2000 e 2012.
O atual conflito na Síria tem como um dos panos de fundo a disputa pela água. Depois que Bashar al-
Assad assumiu, em 2000, passou a favorecer os grandes fazendeiros, que acumularam terra e extraíram
do subsolo a água sem qualquer controle, reduzindo as reservas hídricas do país. As dificuldades para
manter as lavouras acabou por expulsar pequenos agricultores do campo, e a seca que atingiu o país
entre 2006 e 2011 acentuou o êxodo rural. Os centros urbanos incharam, e o governo não conseguiu
prover serviços adequados a uma massa de crianças que chegava ao início da vida adulta com grande
descontentamento com a situação, quando o conflito começou.
Um dos casos mais persistentes de disputa pela água, que também envolve a Síria, é a tensão
permanente, há décadas, entre o país e Israel, na disputa pelas Colinas de Golã, região síria ocupada
militarmente pelos israelenses em 1967. Além da importância militar, em função de estarem em um
terreno elevado, as colinas abrigam as nascentes do Jordão, o principal rio da região. As águas do Jordão
são de uso vital para as populações da região, inclusive para palestinos, que dependem de Israel para
ter acesso a elas. A preocupação aumenta, pois o Rio Jordão vem perdendo volume de água, e as
margens do Mar Morto, onde ele deságua, estão recuando.

Questão de saúde
Uma das bases da vida humana, o acesso à água de boa qualidade está diretamente ligado à saúde.
A ONU considera que desenvolvimento socioeconômico e água são fatores interdependentes. Sem água,
não é possível sobreviver. Mas o excesso dela também atrapalha: enchentes forçam pessoas a deixarem
suas casas, além de transmitirem doenças. Sem água limpa, a população adoece. E sem saúde, as
crianças têm dificuldade em aprender e os adultos, em trabalhar. Forma-se um círculo vicioso: sem
trabalho e aprendizado, uma população permanece subdesenvolvida e pobre – o que contribui para mais
desinformação e maior incidência de doenças. Estima-se que, no mundo todo, mais de 700 milhões de
pessoas não tenham acesso à água potável e 2,3 bilhões careçam de esgoto tratado.
A água transmite ou está relacionada com a transmissão de diferentes tipos de enfermidades, divididos
em quatro grupos de acordo com os tipos de transmissão:
• Águas fluviais contaminadas: transmissão direta por meio da ingestão ou contato com água não
tratada. Exemplo: a diarreia, que mata mais de 2 milhões de pessoas a cada ano.
• Contaminação por falta de água: acontece quando a quantidade de água disponível não é suficiente
para a higiene pessoal. Exemplo: a diarreia.
• Doenças causadas por agentes patogênicos, pelo consumo de alimento contaminado ou pelo contato
interpessoal: são transmitidas por organismos que vivem na água ou precisam dela em seu ciclo de vida.
Exemplo: a esquistossomose, que afeta 200 milhões de pessoas a cada ano.
• Contaminação por hospedeiros: são transmitidas por insetos que têm seu ciclo de vida ligado à água.
Exemplos: a dengue, a febre amarela e a malária. Juntas, essas doenças causam 1,5 milhão de mortes
por ano no mundo.
As maiores vítimas das doenças são as crianças de países pobres e em desenvolvimento do total de
pessoas que morrem anualmente de diarreia, 90% têm abaixo de 5 anos. Mesmo quando não causa a
morte diretamente, a água contaminada provoca enfermidades que debilitam o indivíduo, tanto física
quanto mentalmente. É o caso da esquistossomose, que retarda o crescimento e afeta a capacidade de
aprendizagem das crianças.
Para quase todas as doenças, a contaminação poderia ser evitada com água limpa e uma rede de
tratamento de esgoto. A difusão de hábitos de higiene, o monitoramento de represas e o cuidado com a
limpeza de vegetações aquáticas e controle de pântanos também são mecanismos de combate à difusão
dessas enfermidades. Essas medidas fariam a mortalidade infantil diminuir drasticamente no mundo e,
como resultado, haveria o aumento da expectativa de vida da população mundial.

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A solução da crise de água em toda sua extensão – enfrentamento de secas, medidas contra a
desertificação e as enchentes, gerenciamento adequado das fontes hídricas – exige investimento maciço
de recursos com objetivo de ampliar o acesso universal aos serviços de fornecimento de água e
saneamento, além de acordos efetivos entre países para a cooperação no uso da água. Os especialistas
apontam também a necessidade de mudança nos padrões de produção e consumo, para evitar o
desperdício de água nas esferas doméstica, industrial e agropecuária.

CONFLITOS NO MUNDO

A disputa pela soberania sobre territórios e pela definição de novas fronteiras tem ocasionado
numerosos conflitos pelo mundo. Muitos desses conflitos também são gerados pelas divergências entre
povos de culturas diferentes.
Essas questões geradoras de instabilidades têm estado cada vez menos isoladas, repercutindo
mundialmente e influenciando questões econômicas, políticas e militares no atual mundo globalizado.
Estudaremos alguns dos principais conflitos no mundo e sua repercussão internacional.

Israel e a questão Palestina


Localizada no Oriente Médio, a região da Palestina tem sido palco de um dos conflitos de maior
repercussão em todo o mundo. Trata-se do confronto entre árabes e judeus pela posse dos territórios
ocupados por esses dois povos, cujas raízes são tão antigas quanto a própria ocupação daquelas terras.
Há cerca de 2000 anos a.C., os hebreus, que depois passariam a ser chamados de judeus, ocupavam
as terras da Palestina. Devido à sua posição geográfica, que a situa estrategicamente entre a Europa, a
Ásia e a África, essa região foi alvo de muitas disputas, e foi submetida ao domínio de vários reinos e
impérios. Os assírios e os babilônios, por exemplo, dominaram e escravizaram os hebreus séculos antes
da era cristã. Sob o domínio dos romanos desde o início da era cristã, os hebreus (judeus) foram expulsos
de suas terras e se dispersaram pelo mundo em um movimento conhecido como diáspora judaica.
Entre o século VII e o século XV, após a longa ocupação romana, a Palestina foi ocupada pelos povos
árabes, também chamados de palestinos, quase todos muçulmanos, que até o início do século XX
permaneceram na região sob o domínio do Império Turco-Otomano, quando passaram para o controle
do protetorado britânico.

O movimento sionista
Mesmo dispersos pelo mundo durante tanto tempo, os judeus preservaram sua identidade histórico-
cultural e sempre alimentaram o sonho de constituir um território judaico soberano e independente. No
final do século XIX, surgiu na Europa o movimento sionista, que defendia a imigração dos judeus para a
Palestina (antiga terra dos hebreus). Esse movimento propunha a criação de um Estado judeu nos
arredores do Monte Sião (daí a origem do nome sionismo), uma das colinas que cercam as terras da
cidade de Jerusalém, considerada santa para judeus, cristãos e muçulmanos.
Vítimas de perseguições e massacres sistemáticos, comunidades judaicas espalhadas em várias
partes do mundo se deslocaram, então, para aquela região, estabelecendo-se em colônias agrícolas e
em bairros judaicos. O movimento sionista se fortaleceu após a declaração de Balfour, em 1917, por meio
da qual os britânicos apoiaram o retorno dos judeus, caso a Inglaterra conseguisse derrotar o Império
Otomano eu, mesmo enfraquecido, ainda dominava a região.
Contudo, a imigração de judeus para a Palestina se intensificou ainda mais com a perseguição
promovida pelo regime nazista alemão, sobretudo durante a Segunda Guerra Mundial e nas décadas
seguintes.

A formação do Estado de Israel


Em meados da década de 1940, quando os judeus somavam quase um terço da população Palestina,
os britânicos decidiram abandonar o plano de construção do estado judaico, deixando tal tarefa a cargo
da ONU, que também herdou o imbróglio entre judeus e palestinos, eu entraram em conflito para disputa
daquele território. Muito pressionada pela comunidade judaica internacional e também com o apoio dos
Estados Unidos, que buscavam ampliar sua influência política na região, a Assembleia Geral da ONU
aprovou em 1947 a partilha da Palestina, criando dois Estados: um árabe e outro judaico.
Os territórios foram divididos de acordo com a população predominante em cada região. A cidade de
Jerusalém, considerada sagrada por judeus e árabes, permaneceu sob controle internacional. O plano,
porém, foi rejeitado pelos palestinos, que teriam de ceder parte de seus territórios para os judeus, o que
acirrou ainda mais os conflitos entre esses povos. Em 1948, os judeus declararam oficialmente a
independência do Estado de Israel, ocupando cerca de 56% de toda a Palestina.

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A reação árabe foi praticamente imediata. Na tentativa de impedir a implantação do novo Estado, os
exércitos dos países árabes vizinhos (Egito, Jordânia, Iraque, Líbano e Síria) declararam guerra a Israel.
Mais bem preparado e equipado militarmente, Israel derrotou as forças árabes pondo fim à primeira guerra
árabe-israelense.
Com a vitória, Israel ampliou seus domínios sobre os territórios palestinos. A área da Faixa de Gaza
passou a ser controlada militarmente pelo Egito, e a Cisjordânia, assim como a parte oriental de
Jerusalém, passaram a ser controlados pela Jordânia. Assim, o território reservado no início aos
palestinos praticamente desapareceu, levando-os a se refugiarem em várias localidades no entorno da
região. Desde então, os palestinos lutam pela criação de seu Estado, uma luta que atualmente é chamada
de “questão palestina”.
Foi nesse contexto que surgiram movimentos e organizações político-partidárias em defesa da criação
de um Estado Palestino, a exemplo da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), formada por
vários grupos paramilitares controlados pelos países árabes. Com o fortalecimento dos grupos radicais
dentro dessas organizações, como a organização política e militar Fatah (“conquista” em árabe), criada
em 1964, seus membros passaram a cometer atentados terroristas contra Israel.
Em 1967, temendo uma nova reação dos países árabes, Israel organizou um grande ataque militar,
que tomou, em menos de uma semana, a Faixa de Gaza e a península do Sinai, do Egito; a Cisjordânia
e Jerusalém, da Jordânia; e as colinas de Golã, da Síria. Após a Guerra dos Seis Dias, como esse conflito
ficou conhecido, Israel ampliou significativamente seu domínio territorial.
Em 1973, o Egito e a Síria tentaram recuperar os territórios que haviam sido perdidos na Guerra dos
Seis Dias, dando início a uma nova ofensiva militar a Israel. No dia do feriado religioso judaico conhecido
como Yom Kippur (Dia do Perdão), tropas egípcias e sírias atacaram Israel de surpresa, conseguindo
grande vantagem nos primeiros dias de conflito, ao que parecia ser uma vitória fácil sobre o exército
israelense.
Contudo, Israel teve uma rápida recuperação, impedindo o avanço das tropas egípcias e sírias. A fim
de amenizar a tensão latente na região, a ONU aconselhou a devolução dos territórios árabes ocupados
por Israel. No entanto, o governo israelense se recusou a isso, fato que resultou numa crise diplomática
entre Israel e a ONU e desgastou a imagem daquele país perante a opinião internacional. No final da
década de 1970, Israel e os países vizinhos assinaram os primeiros acordos que marcaram o início do
processo de paz entre árabes e israelenses. Por meio desses acordos, Israel devolveu a península do
Sinai ao Egito, que em troca reconheceu formalmente o direito de existência do Estado judeu, e também
parte das colinas de Golã à Síria.
Desde o final da década de 1980, a OLP abandonou a luta armada e o terrorismo para se empenhar
na construção do Estado Palestino buscando uma solução para a coexistência pacífica entre árabes e
israelenses na região. A OLP reconheceu oficialmente a existência do Estado de Israel, e este reconheceu
a OLP como legítima representante do povo palestino. As negociações de paz iniciadas naquela época,
os Acordos de Oslo (1993 e 1995), previam a retirada dos soldados e a devolução da maior parte da
Faixa de Gaza e da Cisjordânia aos palestinos. Nessa ocasião, foi criada também a ANP (Autoridade
Nacional Palestina), uma instituição estatal com a atribuição de administrar o futuro Estado palestino.
Impasses e divergências nas negociações, como o fato de Israel não aceitar o retorno dos refugiados
que vivem nos países vizinhos e nem de reconhecer a parte oriental da cidade de Jerusalém como futura
capital palestina, impediram avanços mais promissores no processo de paz. As negociações se tornaram
ainda mais difíceis após a vitória da direita conservadora, representada pelo partido Likud, nas eleições
israelenses de 2001. Na tentativa de inviabilizar a devolução dos territórios aos palestinos, Israel retomou
a construção de colônias judaicas em áreas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
A partir de então, os grupos extremistas árabes retomaram suas ações terroristas, promovendo
ataques contra Israel. Com o argumento de se proteger desses ataques, o governo israelense iniciou a
construção de uma barreira de segurança para isolar as comunidades judaicas e palestinas na
Cisjordânia. Embora o controle da Faixa de Gaza tenha sido transferido para a Autoridade Nacional
Palestina em 2005, o governo israelense vem aumentando a construção de assentamentos judaicos na
Cisjordânia. Assim, o conflito entre árabes e israelenses, que já se arrasta por mais de seis décadas,
ainda parece longe de ser solucionado.

A questão Basca
Há cerca de cinco mil anos, o povo basco habita uma área de quase 21 mil Km² entre o norte da
Espanha e o sudoeste da França. Os bascos vivem espalhados em quatro províncias espanholas: Álava,
Biscaia, Guipúzcoa e Navarra; e três províncias francesas: Labourd, Baixa Navarra e Soule. Ao longo dos
séculos, os bascos receberam poucas influências culturais ou de miscigenação de outros povos,

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preservando assim suas características biológicas, étnicas, culturais e linguísticas. O euskara, a língua
basca, é falado no cotidiano das famílias, nas escolas e no trabalho.
Assim como outras minorias étnicas espalhadas pelo mundo, os bascos alimentam um sentimento
nacionalista, ou seja, aspiram à conquista de soberania política e territorial em relação ao Estado ao qual
estão subordinados. A ideia de um país basco começou a surgir com o Partido Nacionalista Basco, criado
no final do século XIX. Havia um plano efetivo para a instituição do país basco em 1934, mas foi
interrompido pela ditadura (vigente entre 1939-1975) imposta na Espanha pelo governo do general
Francisco Franco. Nesse período, o Partido Nacionalista Basco foi considerado uma organização ilegal,
sofrendo censura e perseguição política, o que também se estendeu a povo basco, que foi impedido de
falar e ensinar sua língua nas escolas, assim como de hastear sua bandeira e promover manifestações
tradicionais de sua cultura.
Nesse contexto de forte repressão política, surgiu um movimento separatista em prol da libertação dos
bascos chamado Euskadi Ta Askatasuna ou “Pátria Basca e Liberdade”, mais conhecido como ETA,
criado em 1959 por dissidentes do Partido Nacionalista Basco. Nas décadas seguintes, o ETA passou a
defender a independência dos bascos por meio da luta armada, sobretudo com ações terroristas. Ao
longo de sua história, os ataques do ETA provocaram a morte de mais de 800 pessoas, entre políticos,
militares e civis, as maiores vítimas.
Em 2006, o ETA declarou cessar-fogo, mas a duração desse ato foi de poucos meses. Em dezembro
do mesmo ano, a organização promoveu o maior atentado terrorista de sua história. O episódio foi
marcado pela explosão de um carro-bomba em um dos terminais do aeroporto de Madri, que destruiu
parte das edificações e deixou dezenas de civis feridos e dois mortos. O uso da violência, no entanto,
comprometeu a imagem da organização perante a opinião PÚBLICA. O ETA perdeu prestígio e apoio
popular, enfraquecendo-se politicamente. Em 2011, a organização divulgou comunicado informando seu
fim definitivo. Ainda assim, a questão está longe de ser resolvida. Na Espanha, a esquerda nacionalista
continua se articulando para criar novas organizações supostamente comprometidas a usar apenas meios
pacíficos para atingir seus fins políticos. O governo espanhol, por sua vez, tem impedido a legalização de
tais organizações.

Os conflitos na Caxemira
Situada nas encostas da cordilheira do Himalaia, a região da Caxemira constitui um dos focos de maior
tensão geopolítica no Sul da Ásia, alvo de conflitos que se arrastam há mais de 60 anos. Desde que
deixaram de ser colônia do Império Britânico, em 1947, Índia e Paquistão disputam a posse da região,
que tem aproximadamente 220 mil quilômetros de extensão e abriga cerca de 12 milhões de pessoas.
Logo após a retirada dos britânicos, indianos e paquistaneses entraram em guerra pela posse da região.
O conflito terminou em 1948, quando o Paquistão ficou com um terço da Caxemira e Índia com dois
terços.
O Estado islâmico do Paquistão, no entanto, passou a reivindicar a anexação total da região ao seu
território, já que os muçulmanos compõem a grande maioria da população caxemire. Além de não estar
disposta a perder parte de seu território, a Índia ainda acusou o Paquistão de apoiar ações terroristas
realizadas por grupos extremistas islâmicos favoráveis ao separatismo.

2016: quais são e como está o desenrolar dos conflitos mundiais?36

O Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos (Council on Foreign Relations – CFR) publicou
um mapa interativo que indica os principais conflitos mundiais e seu atual status (piorando, não mudou
ou melhorando).
O mapa, que engloba conflitos por tipo: guerra civil, violência criminal, entre estados, instabilidade
política, sectarismo, disputa territorial, terrorismo transnacional e, ainda, conflitos não convencionais,
apresenta uma aba com tensões que possuem impacto direto com os interesses estadunidendes.
Entre as atuais situações, destacamos 8 conflitos considerados alarmantes e sem perspectiva de uma
resolução, sendo eles:

Conflito Nagorno-Karabakh
A população de Nagorno-Karabakh tem 95% de sua totalidade etnicamente armênia, porém o território
em que vivem é internacionalmente conhecido como parte do Azerbaijão. O conflito se resume a uma
disputa territorial que teve seu início em 1988 entre os dois países.
Apesar de um cessar-fogo oficial, as tensões e conflitos continuam na região.

36
27/04/2016 – Fonte: http://diplomaciacivil.org.br/2016-quais-sao-e-como-esta-o-desenrolar-dos-conflitos-mundiais/

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Talibã no Afeganistão
Atualmente o Talibã está em um momento de grande controle territorial desde o ataque às Torres
Gêmeas nos EUA (conhecido como o 11 de setembro, em 2011). O grupo continua a orquestrar explosões
suicidas em grandes cidades e a incertitude da situação tem afetado fortemente a economia afegã.

Guerra Civil na Síria


A atual crise na Síria já registra mais de 4,8 milhões de refugiados sírios ao longo de seus cinco anos
de conflito. O que começou com protestos contra o governo do presidente Assad, em 2011, logo se
transformou em uma guerra entre o governo sírio (apoiado pela Rússia, Irã, grupo Hezbollah e por um
partido libanês muçulmano) e grupos rebeldes anti-governo. O conflito ajudou, ainda, na expansão de
grupos extremistas na região, como o Estado Islâmico.

Guerra Civil no Sudão do Sul


Os conflitos começaram em 2013 entre soldados da guarda presidencial, transformando-se
rapidamente em uma disputa entre etnias. Desde o seu início, mais de 50 mil pessoas foram mortas e 1,6
milhões tiveram de deixar suas casas.
Com toda a violência, fazendeiros não conseguem mais plantar, causando uma redução de comida
em todo o país. O Conselho de Segurança da ONU declarou o país, em 2014, como na pior crise
alimentícia. Somado a isso, o Sudão tem uma das maiores taxas de crianças-soldado combatendo nos
dois lados do conflito.

Estado Islâmico no Iraque


Mais de duas milhões de pessoas vivem em áreas no Iraque sob o controle do grupo extremista. Em
2014 o EI avançou do Iraque à Síria e uma coalizão internacional, com mais de 60 países, participam de
ataques aéreos na região para derrotar o grupo.

Conflito curdo-turco
As tensões datam desde 1984. Os curdos que vivem na Turquia acusam os sucessivos governos de
suprimir sua cultura, como a proibição de sua língua na mídia e em livros, demandando independência.
Estima-se que vivam 14 milhões de curdos na Turquia (algo em torno de um quinto da população turca).

Guerra Civil na Líbia


Desde a morte de Muammar al-Gaddafi, em 2011, a Líbia busca reconstruir as instituições do estado
em meio ao crescimento de milícias rebeldes (incluindo integrantes do Estado Islâmico e jihadistas). Neste
período, mais de 430 mil pessoas tiveram de deixar suas casas.

Guerra do Iêmen
O país enfrenta uma insurgência liderada pelos Houthis, um grupo rebelde xiita, conhecido por se
revoltar contra governos sunitas. Em 2014 o grupo tomou o controle da capital, Sanaa, exigindo a redução
dos preços dos combustíveis e um novo governo. As conversas mediadas pela ONU entre militantes do
Houthi e o atual governo iemenita não chegaram a um acordo, levando o país a uma cisão entre xiitas e
sunitas.

Há, ainda, conflitos que aparentemente têm se mantido os mesmos, não se agravando mas também
não tendo uma solução imediata.
Entre eles, pode-se destacar o conflito sectarista no Líbano e em Myanmar, a militância islamista no
Egito, Paquistão e Rússia, a desestabilização do Mali, violência na República Centro-Africana, República
Democrática do Congo e México, conflitos na Ucrânia, conflito israeli-palestino, Boko Haram na Nigéria e
o grupo Al-Shabab na Somália.
A maior parte das tensões se concentram no norte e centro da África e no Oriente Médio, este último
sendo uma região conhecida por seus conflitos antigos e aparentemente sem solução.
Vale lembrar, ainda, que o continente americano vive conflitos diários de guerra às drogas, mas o CFR
dá destaque apenas à violência criminal no México (com altas taxas de mortalidade entre jornalistas),
decorrente, principalmente, pela guerra contra o narcotráfico.

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Questões

01. Segundo uma organização mundial de estudos ambientais, em 2025, duas de cada três pessoas
viverão situações de carência de água, caso não haja mudanças no padrão atual de consumo do produto.
Uma alternativa adequada e viável para prevenir a escassez, considerando-se a disponibilidade global,
seria:
(A) desenvolver processos de reutilização da água.
(B) explorar leitos de água subterrânea.
(C) ampliar a oferta de água, captando-a em outros rios.
(D) captar águas pluviais.
(E) importar água doce de outros estados.

02. A possível escassez de água é uma das maiores preocupações da atualidade, considerada por
alguns especialistas como o desafio maior do novo século. No entanto, tão importante quanto aumentar
a oferta é investir na preservação da qualidade e no reaproveitamento da água de que dispomos hoje.
A ação humana tem provocado algumas alterações quantitativas e qualitativas da água:
I. Contaminação de lençóis freáticos.
II. Diminuição da umidade do solo.
III. Enchentes e inundações.
Pode-se afirmar que as principais ações humanas associadas às alterações I, II e III são,
respectivamente:
(A) uso de fertilizantes e aterros sanitários / lançamento de gases poluentes / canalização de córregos
e rios.
(B) lançamento de gases poluentes / lançamento de lixo nas ruas / construção de aterros sanitários.
(C) uso de fertilizantes e aterros sanitários / desmatamento/impermeabilização do solo urbano.
(D) lançamento de lixo nas ruas / uso de fertilizantes / construção de aterros sanitários.
(E) construção de barragens / uso de fertilizantes / construção de aterros sanitários.

03. Considerando a riqueza dos recursos hídricos brasileiros, uma grave crise de água em nosso país
poderia ser motivada por:
(A) reduzida área de solos agricultáveis.
(B) ausência de reservas de águas subterrâneas.
(C) escassez de rios e de grandes bacias hidrográficas.
(D) falta de tecnologia para retirar o sal da água do mar.
(E) degradação dos mananciais e desperdício no consumo.

04. A falta de água doce no planeta será, possivelmente, um dos mais graves problemas deste século.
Prevê-se que, nos próximos vinte anos, a quantidade de água doce disponível para cada habitante será
drasticamente reduzida.
Por meio de seus diferentes usos e consumos, as atividades humanas interferem no ciclo da água,
alterando:
(A) a quantidade total, mas não a qualidade da água disponível no planeta.
(B) a qualidade da água e sua quantidade disponível para o consumo das populações.
(C) a qualidade da água disponível, apenas no subsolo terrestre.
(D) apenas a disponibilidade de água superficial existente nos rios e lagos.
(E) o regime de chuvas, mas não a quantidade de água disponível no Planeta.

05. As usinas hidrelétricas, apesar de serem consideradas eficientes, relativamente limpas e baratas,
correspondem a apenas 15% da produção de eletricidade no mundo. Isso acontece porque nem todos os
países possuem um potencial hidráulico para a implantação desse tipo de estrutura, além de haver
interesses econômicos voltados para outras fontes de energia.
Entre os requisitos básicos para a construção de barragens para usinas hidrelétricas, podemos
considerar como verdadeiros, EXCETO:
(A) A existência de rios não intermitentes.
(B) Áreas disponíveis para a construção de barragens.
(C) Cursos d’água preferencialmente em regiões planálticas.
(D) Disponibilidade imediata de combustíveis para abastecimento dos geradores e turbinas.

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06. “Benção ou flagelo? A usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, ainda divide opiniões em
Altamira, típica cidade amazônica encravada no centro do Pará.
Para 43% de seus moradores, segundo pesquisa do Datafolha, a cidade ficará melhor quando terminar
a construção da usina, em 2019. Outros 44% predizem que ela estará pior – um claro empate técnico
(…)”.
(LEITE, M. Usina hidrelétrica de Belo Monte divide as opiniões em Altamira. Folha de S. Paulo,
14/12/2013. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 28/02/2014).

Sobre a polêmica que envolve a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, assinale a alternativa
correta:
(A) A construção de Belo Monte vem sendo contestada por grupos ruralistas, que não admitem perder
suas terras pelas inundações provocadas pela barragem.
(B) O principal problema da construção dessa usina não está relacionado à demanda por energia, haja
vista que o Brasil já encontrou autossuficiência energética para os próximos 20 anos.
(C) A construção de Belo Monte coloca em vista o impasse da disputa entre desenvolvimento e
conservação do meio natural.
(D) A usina de Belo Monte gera polêmicas por gerar graves impactos ambientais, sobretudo aqueles
relacionados com a emissão de poluentes na atmosfera.

07. Índia e Paquistão disputam a região da Caxemira desde 1947. Os intensos conflitos armados entre
esses países os levaram a uma acirrada corrida armamentista que culminou com a sua entrada no grupo
de países detentores de armas nucleares. As causas dos conflitos na região da Caxemira estão
relacionadas
(A) ao imperialismo francês, que colonizou a região e juntou povos com diferentes religiões e culturas.
(B) A sua posição geográfica estratégica, localizada no sul da Índia, sendo a principal rota marítima
das grandes embarcações.
(C) As diferenças religiosas entre a Índia, de maioria hindu, e a região da Caxemira, de maioria
muçulmana.
(D) As rivalidades milenares entre povos paquistaneses, de origem báltica, e os indianos de origem
muçulmana.
(E) A presença de fartas reservas de petróleo, que torna a região estratégica para o desenvolvimento
da Índia.

08. No lugar do marido, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, Michelle Obama aproveitou
o discurso semanal da Casa Branca, no dia 10 de maio de 2014, para classificar como “ação
irresponsável” o sequestro de mais de 270 estudantes na Nigéria, há mais de três semanas. O discurso,
feito pela primeira vez pela mulher de Obama, aconteceu na véspera do Dia das Mães, no domingo.
Como mãe de duas adolescentes, a primeira-dama destacou a indignação que ela e o presidente sentem
pelo sequestro das estudantes em uma escola na aldeia de Chibok, no nordeste do país.
Com relação ao texto, o grupo terrorista que assumiu a responsabilidade pelo sequestro das jovens
nigerianas é a (o)
(A) Al Qaeda.
(B) Boko Haram.
(C) Hamas.
(D) Grupo Islâmico Armado (GIA).
(E) Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

09. A Caxemira é um dos focos de conflito na atualidade. Ela é o pivô de uma disputa entre os seguintes
países:
(A) China e Índia.
(B) Paquistão e China.
(C) Paquistão e Índia.
(D) Índia, Paquistão e Afeganistão.
(E) China, Índia e Paquistão.

10. No presente, observa-se crescente atenção aos efeitos da atividade humana, em diferentes áreas,
sobre o meio ambiente, sendo constante, nos fóruns internacionais e nas instâncias nacionais, a
referência à sustentabilidade como princípio orientador de ações e propostas que deles emanam. A
sustentabilidade explica-se pela

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(A) incapacidade de se manter uma atividade econômica ao longo do tempo sem causar danos ao
meio ambiente.
(B) incompatibilidade entre crescimento econômico acelerado e preservação de recursos naturais e de
fontes não renováveis de energia.
(C) interação de todas as dimensões do bem-estar humano com o crescimento econômico, sem a
preocupação com a conservação dos recursos naturais que estivera presente desde a Antiguidade.
(D) proteção da biodiversidade em face das ameaças de destruição que sofrem as florestas tropicais
devido ao avanço de atividades como a mineração, a monocultura, o tráfico de madeira e de espécies
selvagens.
(E) necessidade de se satisfazer as demandas atuais colocadas pelo desenvolvimento sem
comprometer a capacidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades nos campos
econômico, social e ambiental.

Respostas

01. Resposta: A.

02. Resposta: C.

03. Resposta: E.

04. Resposta: B.

05. Resposta: D.

06. Resposta: C.

07. Resposta: C.

08. Resposta: B.

09. Resposta: C.

10. Resposta: E.

Referências

SCALZARETTO, Reinaldo. Geografia Geral – Geopolítica. 4ª edição. São Paulo: Anglo.


http://www.boasaude.com.br/artigos-de-saude
http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/classes-sociais.htm

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