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VIII

VOCÁBULO FORMAL E A ANÁLISE MÓRFICA

Existe entre um vocábulo e outro, obrigatoriamente um espaço em branco porque cada


um é considerado uma unidade mórfica.

BLOOMFIED ( linguista norteamericano) foi quem estabeleceu que as unidades formais de


uma língua são de duas espécies:

1) FORMAS LIVRES

-constituem uma sequência que pode funcionar isoladamente como comunicação


suficiente. Ex: que vão fazer? estudar

2) FORMAS PRESAS

- só funcionam ligadas a outras. Ex: desfazer des+fazer

VOCÁBULO FORMAL

- quando um segmento fônico se individualiza em função de um significado que lhe


é atribuido na língua.

- é a unidade a que se chega, quando não é mais possível nova divisão em duas ou
mais formas livres.

Pode ser constituído de:

- uma forma livre indivisível. Ex: mar, luz, lápis

- de duas ou mais formas presas. Ex: im + pre + vis = ível

- de uma forma livre e uma ou mais formas presas. Ex: in + feliz

MATTOSO CAMARA Jr. introduziu um terceiro conceito

3) FORMAS DEPENDENTES

- não é livre, porque não pode funcionar isoladamente como comunicação


suficiente; não é presa porque pode se separar da forma livre a que se acha ligada: a)
entre ela e a forma livre pode se intercalar uma, duas ou mais formas livres. Ex: o livro, o
grande livro. b) pode mudar de posição em relação à forma livre a que está ligada. Ex:
canta-se / se canta
- são as partículas átonas: pronomes oblíquos átonos, artigo, preposições, que e
outras mais.

Justaposição = um vocábulo formal e dois vocábulos fonológicos

Locução = dois vocábulos formais e dois vocábulos fonológicos

Tempos compostos = um vocábulo mórfico + dois vocábulos fonológicos

substantivos compostos = um vocábulo mórfico + dois vocábulos fonológicos

VOCÁBULOS COMPOSTOS

Aglutinação =

- conceito meramente fonológico e diacrônico.

- passagem de dois vocábulos fonológicos a um único.

- é a perda da justaposição na história da língua.

Prefixação =

- é um processo para criar novos vocábulos formais.

- é composição porque os pefixos têm valor significativo de preposições. Ex: ex/e, in-/em,
super/sobre

- situa-se exclusivamente no plano mórfico.

Locução =

- conceito puramente mórfico

- pode flexionar o primeiro elemento. Ex: locução nominal = plural ( estradas de ferro);
locução adverbial = feminino ( novamente); locução verbal = pessoa e tempo ( tenho
cantado, tinham cantado)

- é o uso como unicidade formal superior de dois vocábulos mórficos. Ex: fala-se ( forma
livre + forma dependente = um vocábulo fonológico)

A locução se opõe ao vocábulo formal unitário.

ANÁLISE MÓRFICA

-é a depreensão das formas mínimas ou morfemas que constituem o vocábulo formal


unitário.

O princípio básico da análise mórfica = COMUTAÇÃO

ESTUD + a + O + mos

+ va + mos

+ re + mos

+ría + mos

+sse + mos

ALOMORFIA

- possibilidade de diferenças para o corpo fonológico de cada unidade mórfica elementar.

1) pode ser de natureza puramente mórfica, privativa da primeira articulação da


linguagem. Ex: re/ra;

2) pode depender da segunda articulação, como consequência das distribuições


imperativas que se verificam no plano fonológico. Ex: (2a. conj.)vend + e; (3a. conj.) part =
e = por causa da redução do e, o i escrito e é um alomorfe.

3) pode se dar neutralização no plano mórfico ( como dos fonemas) Ex: falaram (3a.
pessoa do plural do pretérito perfeito e 3a. pessoa do plural do pretérito mais que
perfeito)

A neutralização anula a oposição entre dois morfemas pelo aparecimento de um morfema


único.

Várias modalidades de morfemas gramaticais

1) Segmentais = são os que se constituem de um fonema ou de um grupo de fonemas.

2) Alternância = trata-se dentro do radical ou morfema lexical, de um segmento fonêmico (


em português uma vogal) que é distinto do que se encontra em forma oposta.

é morfêmica = avô / avó

é submorfêmica = porco/ porcos

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