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1. Parte teórica
Direito Administrativo
È um conjunto de normas/regras, apresentando-se em três categorias:
Comandos de Natureza Orgânica: regulam a organização da Administração
Pública que, estabelece as entidades e organismos que fazem parte; estrutura;
órgãos e serviços administrativos.
Comandos de Natureza Funcionais: regulam os modos como age a
Administração Pública (características; comandos; funcionamento).
Comandos de Natureza Relacional: relações que a Administração Pública
estabelece com outros sujeitos do Direito. Relações que de sujeitos públicos e de
sujeitos privados e por fim, as relações de dois sujeitos privados (agem com o
Ius Imperii), são os chamados particulares que desenvolvem atividades que o
Estado não quer, assumindo o papel de Administração Pública.
Entende-se por comandos um conjunto de normas, mas não se esgota nas normas visto
que, o direito não é composto apenas por atos abstratos mas também por atos concretos
que abrangem atos administrativos e por isso, entram na Ordem Jurídica.
Temos que entender que o Direito Administrativo vive numa tensão
permanente, já que, a Administração Pública deve prosseguir o interesse de todos,
nomeadamente o interesse público, entrando muitas vezes em conflito com os
Particulares, tendo por isso que arranjar um equilíbrio entre estas realidades. Por
exemplo: no caso da venda de um prédio rústico, é necessário para poder passar a
autoestrada destruir esse mesmo prédio, a Administração Pública defendendo o
interesse de todos poderá expropriar o prédio desde que trate devidamente da
indemnização. Nestas situações, poderá existir o Privilégio da execução prévia: a
Administração Pública pode agir primeiro e caso os particulares não gostarem do
resultado poderão recorrer aos Tribunais. Também poderá existir o Privilégio da
Executoriedade: um ato é executório e pode ser suspenso quando os casos não são
resolvidos, assim ele suspendia o ato da Administração por pensar que havia um
problema.
Estado
Conceito:
Elementos:
Dentro dos órgãos: a parte mais exigente são os órgãos colegiais e os órgãos de
controlo. Desta forma, devemos analisar com mais pormenor este tipo de órgãos.
Composição de Órgão Colegial: elemento abstrato dos elementos que farão parte do
órgão.
Constituição do Órgão Colegial: ato pelo qual titulares do órgão colegial se reúnem
pela primeira vez e dão inicio ao funcionamento desse mesmo órgão.
Reunião é diferente de Sessão: Numa reunião encontra-se os titulares dos orgaos para
deliberar; executar; consultar. Enquanto numa sessão é o periodo durante o qual podem
reuniur-se os orgaos colegiais intermenitentes. Uma sessao pode ter varias reunioes.
Atos e atas: as atas são documentos escritos onde se faz um relato daquilo que de
nuclear se verificou no decorrer da reunião. Os atos são as decisões tomadas.
Espécies de Competência:
Competências explícitas: competências previstas na lei.
Competências implícitas: um órgão tem uma determinada competência, mas
não está prevista na lei tem, portanto, de ser presumido que o órgão tenha a
determinada competência.
Termos da Competência:
Competência Livre: o órgão age livremente na realização do ato.
Competência Condicionada pela própria Lei: só age de acordo com a Lei.
Serviços Públicos
Conceito:
São organizações criadas no interior de cada Pessoa Coletiva, com o fim de
desempenhar as atribuições das pessoas coletivas sob a direção dos respetivos órgãos.
Ou seja, quem toma as decisões que vão veicular as Pessoas Coletivas são os seus
órgãos assim como são eles quem dirige as suas funções com o auxílio dos serviços, em
dois momentos:
Momento antecedente à deliberação: os Serviços Públicos ajudam na
preparação da organização.
Momento de execução da deliberação: não é o próprio órgão que executa. Ele
prepara anteriormente a decisão e os Serviços Públicos colocam em prática.
Tipo de Serviços:
Concentração e desconcentração
Conceito:
São soluções relativas à Organização Administrativa mas no âmbito da mesma pessoa
coletiva. Avalia-se as competências que estão concentradas ou desconcentradas, isto é, se
estão dividas entre os vários graus de hierarquia (diferentes órgãos ou agentes) ou se
encontram juntas (no mesmo órgão ou agente). Haja concentração ou desconcentração há
sempre poder de direção, poder de supervisão e poder disciplinar.
Vantagens: Desvantagens:
Eficácia Heterogeneidade
Celeridade Violação ao princípio da igualdade
Espécies:
Desconcentração a nível nacional, regional ou local.
Desconcentração a nível do Estado.
Desconcentração Absoluta: casos raros em que desaparece a Hierarquia.
Desconcentração Originária: decorre diretamente da norma.
Desconcentração Derivada: obviamente implica previsão normativa, mas não
resulta apenas da lei (delegação de poderes).
Delegação de Poderes
Conceito:
É um tipo desconcentração derivada. É o ato através do qual um órgão da Administrativa,
normalmente competente para decidir uma determinada matéria, permite de acordo com a
norma/lei que um outro órgão ou agente pratique atos administrativos sobre a mesma
matéria.
Portanto, temos um ato através do qual, um órgão pode permitir ao outro órgão ou agente,
nos termos previstos da lei, pratique um ato da competência desse órgão. A delegação de
poderes é sempre precária.
Poderes do Delegante:
Transferência do exercício (continua a ser titular, só não exerce).
Ele pode delegar condicionando o delegado (dando instruções ou ordens). Tal
tarefa só pode ser possível se o delegante mantiver a titularidade.
Os atos praticados por delegação devem ter sempre menção expressa da qualidade no uso
da delegação ou subdelegação (artigo 38º - CPA). A forma mais típica é a delegação
precária, já que pode ser livremente revogada, mas há outra forma: cessação de vigência,
isto é, caduca por decurso de tempo. No Caso da Administração Extraordinária caduca
por causa da finalidade (destinava-se apenas a uma prática). Ou seja, sempre que não há
um ato de vontade/de revogação, temos a caducidade. Ainda temos uma 3ª hipótese: pode
mudar-se o titular do órgão delegante ou o titular do órgão delegado. É uma escola
iminente “mudança de titularidade”.
Subdelegação:
É um regime próximo à delegação, em que o delegante pode autorizar o delegado a
subdelegar (artigo 36º - CPA).
Subdelegação subsequentes: a lei dispensa quer a autorização do delegante quer do
delegado. Entrega-as à livre decisão do subdelegado, o que significa que há uma maior
flexibilização, pois as competências são menores.
Devolução:
Não se presume, não se infere, tem de ser feita sempre a partir da lei. Os atos são
imputáveis às Pessoas Coletivas e não ao Estado. A diferença essencial é que aqui
temos o poder de superintendência (artigo 199º/f – CRP). Assim, temos presentes o
poder de direção, o poder de superintendência e o poder da tutela.
Superintendência:
Traduz-se no poder que é conferido ao Estado de definir os objetivos e portanto, de
guiar ou orientar a ação dessas pessoas coletivas. O que faz o Estado? Fixa os objetivos
a prosseguir mas não dá ordens. Assim, é necessário saber distinguir: diretivas
(orientações genéricas mas vinculativas) de recomendações (são meros conselhos,
sugestões dadas em matérias de relacionamento do Estado com a Administração Direta.
O poder de Direção é inerente à hierarquia, isto é, não precisa de estar prevista. Já no
poder de Superintendência não acontece o mesmo. Tem de estar prevista porque há
múltiplas formas de superintendência, ou seja, de explicar objetivos. Tudo depende da
sua natureza, isto é, da forma como foi explicada.
Centralização e descentralização
Existem vários sentidos para a expressão descentralização:
Descentralização política
Descentralização política administrativa
Descentralização administrativa
Graus de descentralização:
Tutela administrativa
A administração autónoma carateriza-se pela tutela de legalidade. Definimos tutela
como o conjunto de poderes, de intervenção de uma pessoa coletiva pública na gestão
de outra pessoa coletiva que em princípio é pública a fim de assegurar a legalidade ou
mérito da atuação dessa segunda pessoa coletiva, ou seja, temos uma pessoa (tutelar)
que fiscaliza a outra (tutelado). A tutela tem que estar prevista expressamente na lei.
Convém não confundir tutela com a hierarquia, pois a hierarquia é interna, não possui
duas pessoas coletivas públicas possui é dois órgãos.
Espécies de tutela:
Há que distinguir as principais espécies de tutela administrativa quanto ao fim e quanto
ao conteúdo.
Sistemas comparados
Modelo Britânico Modelo Francês
Separação dos poderes- o rei foi impedido Só em 1789 é que foi consagrado o
de resolver, por si ou por conselhos princípio da separação dos poderes, a
formados por funcionários da sua administração ficou separada da justiça, o
confiança, questões de natureza poder executivo ficou para um lado, o
contenciosa, por força da lei de abolição poder judicial para outro.
da Star Chamber, e foi proibido de dar
ordens aos juízes, transferi-los ou demiti-
los (1701).
Estado de direito- os direitos, liberdades e Estado de direito- enunciaram a
garantias dos cidadãos britânicos foram declaração dos direitos do homem e do
consagrados (1689), o rei ficou desde cidadão, cujo artigo 16º exige um sistema
então claramente subordinado ao direito, de garantia dos direitos.
em especial ao direito consuetudinário,
resultante de costumes sancionados pelos
tribunais.
Descentralização- praticou-se a distinção Defendem a centralização
entre a administração central e a
administração local.
Sujeição da administração aos tribunais A administração pública responde nos
comuns- a administração pública é tribunais administrativos
fiscalizada pelos tribunais comuns.
Subordinação da administração ao direito
comum
Execução judicial das decisões O privilégio da execução prévia
administrativas
Garantias jurídicas dos particulares
No entanto, para perceber bem estes princípios é importante que se estude os códigos do
procedimento administrativo anotado.
Atribuições do Estado
Atribuições de soberania
Atribuições económicas
Atribuições sociais
Atribuições educativas
Gestão do pessoal
Gestão do material
Gestão financeira
Funções jurídicas e de contencioso
Funções de arquivo e documentação
Estudos e planeamento
Previsão
Organização
Controlo
Relações públicas
Funções do Governo
Nos artigos 197º está presente a competência política do governo, no artigo 198º está
presente a competência legislativa do governo, no artigo 199º a competência
administrativa.
É um órgão colegial complexo, isto é, tem vários órgãos dentro de si com competências
diferentes que, podem ser órgãos singulares ou órgãos colegiais.
Primeiro-Ministro – Competências:
È um órgão útil mas não necessário. Pode ser substituído por um ministro. Colabora
com o Primeiro- Ministro e tem competências/ funções transversais e não setoriais, isto é,
não incidem sobre uma categoria).
Ministros- Competências:
Juridicamente são todos iguais, estão em pé de igualdade mas politicamente tem pesos
diferentes. O Ministro do Estado coloca esta Hierarquia em conflito pelo que foi
afastada da CRP. O que fazem?
Regulamentos;
São organizados em função das matérias. Estes conselhos de ministros especializados não
têm as competências do conselho de ministros geral. Não toma decisões, apenas nos casos
em que a Lei expressamente o refere ou até na delegação de poderes.
Gabinetes Industriais;
Serviços Executivos;
Administração Periférica
È o conjunto de órgãos ou serviços, que podem ser locais ou um conjunto de órgãos ou
serviços externos (fora do território). Não são Administração Autónoma porque são
Administração Direta do Estado (Pura direção).
É possível que a Administração Periférica quer local quer externa possa ser outros
serviços territoriais de outras Administrações Periféricas, podendo ter Administração
Indireta e Administração Autónoma.
Quando começa? Quando para além do Estado surgem entidades públicas com
personalidade jurídica própria, daí ser Administração Indireta. E é estadual porque tem
uma atividade de prossecução dos fins do Estado. Pode ainda ser, administração Indireta
Autárquica.
Institutos Públicos
Pessoas coletivas de tipo institucional, isto é, não territoriais, criadas para prosseguir os fins
do Estado e tendo carater não empresarial, ou seja, não são empresas já que não tem
finalidades lucrativas.
Serviços Personalizados.
Fundações Públicas.
Estabelecimentos Públicos.
Empresas Públicas
Organizações económicas criadas também pelo Estado ou por entidades públicas mas
com fins lucrativos. Destinam-se à criação de bens ou prestação de serviços destinados
ao mercado.
As Empresas Públicas têm quase sempre personalidade jurídica com a exceção de ser
transmitida do Direito Administrativo anterior para o Contemporâneo.
Não são todas iguais, dividem-se sobre a forma pública, isto é, direção pública e
empresa pública com forma privada (sociedades controladas pelo Estado). Como
consegue um controlo privado? O Estado tem maioria do capital ou tem determinados
direitos ou super ações, ou seja, ações douradas. Sendo assim, temos as EPE (Entidade
Pública Empresarial) como Empresa de forma pública, e as SA (Sociedades Anónimas)
como Empresa de forma Privada.
Estado
Regiões
Autarquias
As EPE são criadas e extintas por um decreto- lei, enquanto as SA são criadas por
moldes previstos na legislação comercial.
Poder de Superintendência.
Tem gestão privada pelo que se distinguem assim dos Institutos Públicos. Por exemplo:
no Regime Fiscal do Trabalho, Tribunais competentes para deliberar problemas da
Administração Pública. Não tem funcionários públicos, tem um regime quase igual aos
funcionários de competência privada. A Fiscalização é feita pelo Ministério das
Finanças. As Empresas Públicas são as realidades que apresentam um regime mais
diferenciado com o Estado.
Faculdades expropriativas;
Podem licenciar.
Administração Autónoma
Conceito:
Regiões Autónomas
Associações Públicas
Autarquias Locais
Associações Públicas:
Conceito:
São Pessoas Coletivas Públicas constituídas tipicamente por várias pessoas singulares e
menos frequentemente por colegiais. Não têm fins lucrativos. Está destinada a assegurar
autonomamente a prossecução de interesses públicos. Portanto, têm interesse e
finalidades públicas, são autónomas e não estão sujeitas à hierarquia, superintendência e
Estado.
Autarquia Local:
É obrigatória, não é uma escolha que o Estado possa fazer. Ele pode alterar e fazer
algumas desaparecer mas tem de existir uma Administração Local já que o Estado não
pode ser só Administração Central.
Conceito:
Regiões Administrativas
Municípios
Freguesias.
6. Funções das autarquias: administrativas e não políticas. Tem função normativa
(criam normas), têm poder regulamentar próprio, diversificado do Estado. Têm tutela de
legalidade e apenas esta, no sentido amplo. Uma forma de controlo do Estado em
relação às autarquias.
1. Vinculação por parte do Estado (soluções do Poder Local; Eleição de órgão
representativo; Funções – art. 3º).
CPA.
Municípios
Conceito:
Tipos de Municípios:
Grandes cidades (Porto e Lisboa).
Municípios Urbanos.
Municípios Rurais.
Municípios Mistos.
Órgãos Representativos:
Assembleia Municipal.
Assembleia Municipal e Parlamento Municipal: (uma parte dos órgãos são eleitos
mas outra em que não são eleitos). Têm uma composição híbrida. Existe dois modelos
de designação: os que são eleitos tem de ser por maioria em relação aos inerentes, e
também por inerência em que, um titular é escolhido para executar outro cargo também.
Têm também competência regulamentar (regulamentos externos e posturas municipais)
e ainda, função tributária.
Exercem funções executivas ou preparatórias. Tem natureza executiva para além das
múltiplas competências. O que o torna um órgão são as competências próprias. Dentro
do Município: serviços municipalizados e empresas públicas municipais – são empresas
criadas sobre proposta da Câmara Municipal, dotadas de autonomia administrativa e
financeira.
Serviços Municipais:
Caraterizam-se pelo facto de não terem personalidade jurídica. Tem autonomia mas não
vai até ao ponto de ter personalidade jurídica. São criados por deliberação da
Assembleia Municipal mas proposta pelo Governo.
Freguesias:
2. Parte Prática
Caso prático nº1
Nota: nos casos omissos da lei Administrativa em relação aos Órgãos Colegiais como
se faz? Como se supre as lacunas do Código do Procedimento Administrativo? Através
do Regimento da Assembleia da República, que é muito mais extenso e detalhado que o
CPA.
Caso prático nº 8
O Agente A delega no Agente B, o poder de praticar todos os atos x, enquanto
se verificar os pressupostos y. Meses mais tarde, A pratica um ato x. Mas o
Particular Z impugna-o, alegando com a incompetência de A, por não se ter
verificado a revogação da delegação em B.
Caso prático nº 9
Em julho de 2014 o governo em funções é demitido pelo presidente. Dois meses mais
tarde, na véspera da tomada de posse de um novo governo, um dos ministros
cessantes procede á contratação por tempo indeterminado e com remuneração de 5
mil euros mensais de dois novos assessores jurídicos para o seu Ministério. O novo
governo, após a tomada de posse revoga esses atos com fundamento na ilegalidade.
Segundo o artigo 195º/2, o Presidente da República só pode demitir o Governo quando
tal se torne necessário para assegurar o regular funcionamento das instituições
democráticas, ouvido o Conselho de Estado. É preciso questionar se o ato do Ministro é
válido, isto é, se é possível praticá-lo. Bom, o Ministro continua a praticar funções,
embora diferentes das que praticava anteriormente. Segundo o artigo 186º/5 – antes da
apreciação do seu programa pela Assembleia da República, ou após a sua demissão, o
Governo limitar-se-á à prática dos atos estritamente necessários. – Mas será que estes
atos praticados foram estritamente necessários? Não, porque o Ministro contratou dois
assessores por um tempo indeterminado a poucos dias da véspera do novo Governo
entrar. Mesmo sendo um caso urgente poderia certamente esperar uns dias, pelo que não
eram atos necessários.
Caso prático nº10
Na Revisão Constitucional de 2020 prossegue-se aos seguintes ajustamentos
constitucionais:
As principais opções urbanísticas e paisagísticas locais dependem de
parecer prévio do ministro do ambiente.
Nomeação dos Presidentes da Câmara Municipal passam a ser nomeados
pelo Ministro da Administração Interna.
Como se relaciona as autarquias com as funções do Estado? Ela é uma administração
autónoma (242º CPR). Quais são as faculdades que o Estado exerce sobre a autarquia?
O que se conclui do artigo 242º/2? Conclui-se que o Estado exerce tutela de mérito e
tutela de legalidade sobre a autarquia.
A proteção do artigo 281º visa impedir a revisão da CRP, e permitir apenas uma
verificação. Mas tal não era possível. Segundo o artigo 239º a CRP deixa aberto esta
questão dando duas opções e o Presidente da Câmara só pode ser nomeado através
dessas duas opções. Ainda segundo o artigo 288º os órgãos que são eletivos não podem
deixar de sê-lo. A partir do momento em que o Presidente da Câmara fosse escolhido
pelo Governo perderia autonomia.
Caso prático nº 11
A Câmara Municipal R delegou a Junta de Freguesia S a competência para a
manutenção das Escolas Secundárias existentes no respetivo território.
A Junta de Freguesia, por sua vez, delegou a competência de um respetivo
Presidente.
Segundo o artigo 23º/1 da LAL: constituem atribuições do Município a promoção e
salvaguarda dos interesses próprios das respetivas populações, em articulações com as
freguesias. Em primeiro lugar, é preciso saber quem tem competência para delegar
sobre aquela matéria: será a Câmara Municipal? Segundo o artigo 33º/l, esta é a
primeira fase (preparar) e é da atribuição da Câmara.
Da parte da Freguesia, qual o órgão competente para celebrar o contrato de delegação?
A Junta de Freguesia (art. 16º/i) numa primeira fase (preparar). Após o acordo com a
Câmara Municipal já se encontra numa fase mais avançada. Será possível delegar no
Presidente? De acordo com o artigo 17º, sim é e não há qualquer impedimento.