O documento discute três tipos de amor na filosofia clássica e cristã: (1) Philia refere-se à amizade e lealdade à família e comunidade segundo Aristóteles; (2) Ágape é o amor incondicional de Deus pelos homens e vice-versa na tradição judaico-cristã; (3) Eros envolve desejo e paixão.
O documento discute três tipos de amor na filosofia clássica e cristã: (1) Philia refere-se à amizade e lealdade à família e comunidade segundo Aristóteles; (2) Ágape é o amor incondicional de Deus pelos homens e vice-versa na tradição judaico-cristã; (3) Eros envolve desejo e paixão.
O documento discute três tipos de amor na filosofia clássica e cristã: (1) Philia refere-se à amizade e lealdade à família e comunidade segundo Aristóteles; (2) Ágape é o amor incondicional de Deus pelos homens e vice-versa na tradição judaico-cristã; (3) Eros envolve desejo e paixão.
Enquanto eros abarca desejo, a philia denota não somente amizade, mas a lealdade à família, à comunidade, ao trabalho, etc. Aristóteles (in: Ética a Nicômaco, Livro VIII) explica que é a ação que o agente pratica visando o bem de outro, ao invés de a si próprio; o filósofo exemplifica (in: Retórica, II 4) que "as coisas que fazem a amizade ser o que é: fazer gentilezas, fazê-las sem ser convidado, e não proclamar o fato de tê-las feito".[nota 7][18] Aristóteles relaciona coisas que a amizade não comporta, como as brigas, fofocas, personalidade agressiva ou injusta, etc. Assim,a pessoa que melhor será capaz de produzir uma amizade, e portanto o amor, é aquela de caráter bom e digno; o homem racional é o mais feliz e, portanto, é capaz de produzir a melhor forma de amizade que, contudo, é muito rara pois supõe uma amizade entre duas pessoas boas, "iguais em virtude". O pensamento aristotélico reflete as amizades baseadas no prazer ou em algum negócio - ao cabo dos quais a amizade se dissolve, sendo portanto de uma menor qualidade; a forma mais elevada de amor, para este pensador, principia no amor a si mesmo pois, sem uma base egoísta, a pessoa não será capaz de estender simpatia e carinho aos demais. Não é algo voltado ao auto-prazer ou imediatista, mas sim fruto da busca pelo nobre e virtuoso; ele vai além, dizendo que um homem virtuoso merece ser amado pelos que lhe estão abaixo, mas não está obrigado a devolver um amor igual - criando assim um conceito elitista ou perfeccionista; a despeito disto, mister haja uma reciprocidade na amizade e no amor, não necessariamente igual (a exceção seria o amor dos pais, que podem envolver um carinho unilateral).[18] Ágape Ver artigo principal: Ágape Ágape define o amor de Deus para com os homens, e dos homens para com Deus - sendo extensivo também para o amor fraternal a toda a humanidade; envolve elementos de eros e da philia, na medida em que procura por uma perfeição, uma paixão sem reciprocidade. Este conceito foi ampliado na percepção religiosa judaico-cristã, tal como está prescrito em Deuteronômio (6:5): "Amarás o Senhor teu Deus com todo o coração, e de toda a tua alma e com todas as tuas forças".[18] Agostinho de Hipona é um elo entre as ideias platônicas de eros e o ágape, pois como nele tal amor envolve paixão, admiração e desejos, que estão além dos cuidados e obstáculos terrenos. Tomás de Aquino, por sua vez, prende-se a tradição aristotélica da amizade, definindo Deus como o ser mais racional e, por conseguinte, o mais merecedor de amor, respeito e consideração.[18] Embora o amor universalista de ágape confronte o parcialismo de Aristóteles, Aquino coloca que há sim parcialismo quando devemos ser tolerantes com tudo; Kierkegaard, porém, não admite parcialidade no conceito de ágape. O próprio filósofo grego, em sua concepção, disse que "Não se pode ser um amigo de muitas pessoas, no sentido de ter amizade do tipo perfeito com eles, assim como não se pode ser no amor com muitas pessoas ao mesmo tempo (porque o amor é uma espécie de excesso de sentimento, e é da natureza disto que apenas pode ser sentida em direção a uma pessoa) ." [18]