Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Abstract: Facing the work of Santo Agostinho it become hard do not aboard the
question of love, but what love means? And how does this same love manifest itself?
The understanding of love take places in broad way in Agostinho's philosophy, but in
a intrinsic way we can connect a comprehension of relationship among the eternity
lived by God and the form that creatures created by God, and that share a reality in
common, they can seek the same does having like tools what is accessible to you as
well in your reality as themselves, with use of those, they begin to see the possibility
of approach itself of your creator. The existing relationship amongst the desire,
charity and greed it's considered fundamental not only for that a divine approaching,
but so that from ourselves we can search freely the eternal love, those that are
possible if there is a good use of this relations.
1
Artigo apresentado à profa. Dra. Vera Lúcia Porto como requisito parcial da disciplina “Oficina de
Atividade Filosófica II” do curso de Filosofia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (FAFIC) do
curso de Filosofia na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
2
Discentes do 2º período do Curso de Filosofia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (FAFIC)
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
2
INTRODUÇÃO
que tudo o que há no mundo se pode perder, e de que o amor deste mundo (cobiça)
está sempre exposto ao perigo.
Lembro que a introdução é uma apresentação do seu trabalho;
Senti falta da problemática e do objetivo do seu trabalho;
Particularmente eu evito qualquer citações na introdução.
qualquer coisa de útil, que se pode encontrar no mundo, que se espera poder
possuir; [...]” (ARENDT, 1929, p.20).
Nessa conjuntura, é possível notar que o bem almejado pelo desejo é algo
que não está em posse daquele que está à almejá-lo, tal é pois a circunscrição dos
limites do desejo, como já o havia indicado Hannah Arendt “o caráter específico
deste bem é de não ser possuído” (ARENDT, 1929, p.17). É possível ver, na visão
da Autora ao analisar o conceito de amor em Santo Agostinho, o que se segue na
natureza do desejo após a posse dos bens, caso não seja o Sumo Bem. De tal
maneira, para Ela, após o sujeito entrar em posse do objeto do desejo o que
sucederia tal ato seria a transformação do desejo em medo de perder o bem,
“Imediatamente após ser possuído, o desejo acaba, a não ser que exista o perigo de
perder o que foi adquirido, nesse caso, o desejo de possuir (babendi) transforma-se
em medo [...]” (ARENDT, 1929, p.17). Tamanha disposição gera no homem o dilema
de seu desejo, pois deseja o bem para ser feliz, mas quando o possui passa a ter
medo de perdê-lo, trazendo para si inquietude, infelicidade.
Tal visão torna-se ainda mais acentuada diante da expectativa da morte física,
pois esta determina o fim da posse de todos os bens temporais. Assim, toda e
qualquer busca de felicidade que o homem pode ter nas coisas materiais criadas em
si é definitivamente frustrada pela eminente perspectiva de que tudo em algum
momento será perdido, posto que, ao entrar em posse do bem, segue o medo da
perda absoluta com a morte e, portanto, a inquietude que impede a realização do
homem, “[...] a vida visa qualquer coisa que, em princípio, não tem capacidade de
atingir visto que é determinada pela morte, e visa-a como qualquer coisa de que
poderia dispor.” (ARENDT, 1929, p.21).
Assim sendo, o desejo humano, para evitar tamanha frustração, deve buscar
um bem do qual não se possa perder a posse, que mesmo a morte não possa retirar
tal bem, para dessa maneira evitar o medo da perda, “Aí onde não se pode perder
nada, reina a segurança sem medo da posse. É esta ausência de medo que procura
o amor” (ARENDT, 1929, p.20).
Portanto, torna-se patente a necessidade da busca de um bem incorruptível,
imutável, maximamente perfeitíssimo e eterno, ou seja, o Sumo bem, aquele bem
que de modo algum tem a sua posse ameaçada por algum risco de perda. Contudo,
a busca da posse plena de tal bem faz com que o homem passe a projetar toda a
sua possibilidade de realização para além da vida, para o pós-vida. O ser humano
5
só pode entrar na posse plena do Sumo Bem (plena no sentido de toda a plenitude
humana, pois o Sumo Bem, Deus, sendo infinitamente maior que homem não pode
ser totalmente contido por este) após a morte e, portanto, só após a vida temporal é
que a existência humana pode entrar na perfeita felicidade e na integral realização
da própria existência.
De tal maneira, o mundo atual passa a ser encarado como uma “ainda não
vida”, a vida genuína está para além da existência temporal, pois esta sempre será
ameaçada pela perda causada com a morte e pela própria caducidade dos bens
temporais, “A vida terrestre é uma morte vivente (mors vitalis) ou então uma vida
morredoura (vita mortalis), uma vida posta à determinação da morte.” (ARENDT,
1929, p.19). Contudo, isso não exaure totalmente o sentido da vida presente; a partir
de tal perspectiva ela passa a ser encarada totalmente com base na relação que
estabelece com a busca do Sumo Bem, ela é encarada como meio de alcançar a
posse que garantirá ao homem a perfeita felicidade e passa a ser guiada com base
nessa busca, “É a partir do conceito de bem assim definido, a partir da eternidade,
que o mundo e a temporalidades são desvalorizados e relativizados.” (ARENDT,
1929, p.22).
De tal modo, será no direcionamento do amor ou, de outra maneira, do desejo
que estará a grande escolha humana para alcançar a felicidade. Quando o ser
humano opta pela busca do Sumo Bem e em referência à Ele põe todos os demais
bens, seu amor passa a ser essencialmente reto para o fim para o qual foi criado,
está em direção da felicidade, é denominado caridade (caritas); quando, porém,
detém-se nos bens perecíveis e os busca como fim definitivo, está em uma busca
desordenada, distanciando-se do fim para o qual foi criado, esse amor é cobiça
(cupiditas), “Tal como para o desejo, que só é determinado por aquilo que deseja,
Santo Agostinho determina a vida geralmente pelo objeto do seu desejo” (ARENDT,
1929, p.23).
2 CARIDADE (CARITAS)
6
Quiseste que a teus ministros que são necessários ao progresso dos fiéis
nesta vida, que esses mesmos fiéis propiciam o necessário para suas
necessidades temporais; obras valiosas de caridade, cujos frutos colherão
no futuro. vemos todas essas coisas, e todas são muito boas, porque tu as
contemplas em nós, tu que nos deste o Espírito, para que por ele
pudéssemos vê-las e amar-te nelas (CONFISSÕES Apud MARIA, 2017, p.
160).
forma de vontade, diferenciando-se apenas nas escolhas das ações, pois ambos
possuindo o amor em si, e este amor estando em sua forma ordenada, busca o
ponto de elo que existe entre a criatura e o criador ponto este que toma o nome de
bem. Logo, a finalidade do amor e a ordenação no reconhecimento do ser e como
este desejo ordenado lhe encaminha para a eternidade, a vida eterna que é
compartilhada com Deus, desejando assim, também por finalidade junto ao criador o
bem.
Assim sendo, a total entrega do homem a Deus consiste na realização do
desejo e do reconhecimento de si próprio para que ocorra a separação de si próprio
visando uma entrega plena a Deus para vislumbrar o amor que é o próprio Deus no
próximo, alcançando assim, o seu objetivo que é simplesmente o amor carregado de
todos os caracteres antes trabalhados, onde guiado pelo amor o homem sempre
comungar á Deus no eterno e também na temporalidade.” Como não há nada maior
que Deus, é a Ele que se deve amar com prioridade. “Todos os outros bens são
meios para se chegar a esse fim, o bem supremo” (VENCESLAU; PAULO, 2018, p.
2).
Assim sendo, pela ordem do equilíbrio amamos todas as coisas inferiores a
Deus, pois visamos a máxima superior que colocamos como prioridade e objetivo
que é o próprio Deus, pois, deve-se fruir daquilo que possui a suprema felicidade e
que se apresenta como fonte do nosso objetivo já que todas as outras coisas se
apresentam apenas como meios para este fim. Como não há nada maior que Deus,
é a ele que se deve amar com prioridade. Todos os outros bens são meios para se
chegar a esse fim, o bem supremo, colocado por Agostinho sendo um dos meios
para chegar a este bem é a caridade:
A caridade crê em tudo – pelo menos entre corações que ela unifica em si
por seus laços – por isso também eu, Senhor, me confesso a ti para que me
ouçam os homens. A eles não posso provar que falo a verdade; mas
crêem-me aqueles cujos ouvidos a caridade abre para mim (CONFISSÕES
apud MARIA, 2017, p. 92).
Pode-se notar que em relação a caridade esta apresenta diversos recursos que
nos leva a aproximação de Deus, da vida feliz e da eternidade, sendo ela interior ao
homem e lhe dando possibilidade de ordenação do seu amor que, a partir, desta
ordenação que fica claro a importância com que o amor pode ser visto em todo o
universo e tudo que por Deus foi criado, sendo assim, o amor ao próximo ganha
uma ampla esfera, pois, direcionando o amor às criaturas consideramos todos como
9
o próximo. Possibilitando ações objetivas e guiados pelo amor na busca pelo gozo
eterno, compreendendo que:
3 COBIÇA (CUPIDITAS)
A caridade e a cobiça diferem pelo o objeto que visam, e não pelo como de
o próprio visar. Descrevem desde logo a pertença a qualquer coisa e não à
atitude, habitus. O homem é aquilo que se esforça para atingir. O amor é a
mediação entre o que ama e aquilo que ama; o que ama nunca estará
isolado daquilo que ama, isso pertence-lhe. O que cobiça decidiu ele
próprio, através da sua cobiça, a sua corruptibilidade, enquanto a caridade,
visto que tende para a eternidade, tornar-se ela própria eterna
(ARENDT,1997, p.25).
em seu poder, o que significa que a cobiça está à mercê do que é desejado, o
que lhe escapa principalmente ao seu poder. A vida desejando as coisas do que
não é dona, que pode perder contra sua vontade (invictus omittere), dependendo
destas coisas; logo, perde deste modo a autonomia.
Para Santo Agostinho, o homem possui uma vontade que em si mesma não
tem nada a ver de bom ou ruim. Ela torna-se péssima ou boa de acordo com a
opção que o ser humano faz. O fio condutor que unirá as três partes não é
simplesmente o amor, mas sim o significado do amor, da importância do amor ao
próximo. O homem está sempre com medo de não possuir o objeto de seu
desejo, e no medo, o homem não pode ser livre. Apenas superando o amor como
desejo ele pode alcançar sua liberdade. Na busca por si, Agostinho se volta para
Deus: qual seria a afinidade entre o homem e Deus? E assim, ele pergunta? “O
que amo, quando amo o meu Deus?” (Confessiones X, 7, 11 apud Arendt p.25).
Aqui, o amor por Deus pode se relacionar com o amor próprio, pois o homem
pode amar a si mesmo da maneira correta amando sua própria essência.
Para Agostinho, o apego aos bens materiais é contrário ao preceito da
caridade e se torna um obstáculo para uma vida feliz. Quando ao invés de
compartilhar o excedente, o homem acumula riquezas, atrai para si dois grandes
problemas. O primeiro é a negação da ordem do amor e, por conseguinte, o
afastamento de Deus. Pois, se Deus está onde existe a caridade, aquele que não
pratica também não vivencia a presença de Deus. E o segundo são os próprios
males oriundos do acúmulo de bens e riquezas, que o afastam da vida feliz:
perspectiva, o amor também é encarado com uma visão moral, como fundamento
das ações humanas; é pelo que ama que o ser humano irá dirigir suas decisões; é a
partir do amor que se estabelecerá a hierarquia do valor dos seres como superiores
ou inferiores uns aos outros na ordem do amor; é mediante o amor que o homem
verá o mundo que o circunda e o dará sentido e finalidade a partir do objeto amado.
Assim sendo, é mediante o amor que o ser humano define o sentido de sua vida em
direção a um fim, um bem, e aplica os meios para atingir tal bem desejado.
Referências
AGOSTINHO, Santo. Confissões. 1. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1999. 416 p. ISBN
85-13-00848-6.
ALMEIDA, Frederico Soares de. O Amor como Elemento Fundamental na Ética de Santo
Agostinho. Pensar: Revista Eletrônica da FAJE, Minas Gerais, v. 5, n. 1, 12 set. 2014.
Disponível em: http://faje.edu.br/periodicos/index.php/pensar/article/view/2775. Acesso em:
15 abr. 2021.
COSTA, Marcos Roberto Nunes. Amor e paixões na filosofia moral de Santo Agostinho.
Civitas Avgvstiniana: Revista Internacional de Estudos Agostinianos, Porto/Portugal, v. 5,
2016. DOI 10.21747/civitas/52016a5. Disponível em:
http://193.137.34.194/index.php/civaug/article/view/2889/2639. Acesso em: 15 abr. 2021.
____ CONFISSÕES. São Paulo: Nova Cultura, 1999. Diálogo sobre a ordem, Lisboa:
Imprensa Nacional, 2000.