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Através da reunião dos fiéis este amor transpõe todas as barreiras - sociais, raciais e
nacionais - de modo tão forte que distingue as pessoas como realmente diferentes das
demais: uma das razões pelas quais deve o cristão se recusar a pegar em armas, nas
guerras.[71]
Para o Islã o amor está ligado ao ódio: não se pode amar a Deus (Alá) ou aos outros,
sem com isto não odiar o mal. O amor humano distingue-se do amor divino, e este deve
estar inerente à fé do indivíduo - está de tal forma impregnado na doutrina islâmica que
constitui elemento essencial para a sua visão do mundo, nos aspectos teológicos,
místicos e éticos.[72]
Esta peculiar visão do amor prega que "a fé nada mais é do que o amor pelo amor de
Deus, e ódio pelo amor de Deus" e que "foi por amor que Deus criou o mundo".[73]
O Corão faz mais de oitenta menções ao amor ou seus sinônimos (carinho e afeto)[nota 6];
Dentre os diferentes tipos de amor, há aquele que busca a satisfação dos desejos, que é
temporal e carente de valor positivo; há, em contrapartida, o amor que tende à satisfação
do espírito e sentimental, tal como o pregado pelo sufismo, e que cabe a um número
reduzido de pessoas alcançar; finalmente há o amor ou afeto que tem papel familiar e
humano, em que um dos aspectos é a obtenção da felicidade comum entre os indivíduos,
as famílias e os grupos, bem como atingir a paz social - sendo portanto um tipo de amor
permitido pela religião, pela moral e pelos costumes. Segundo o Imã Shamsuddin Ibnul
Qayyem, "Existem vários tipos de amor. O maior e o mais virtuoso deles é o amor em
Alá e para Alá. Isto requer amar o que Alá ama, e amar a Alá e ao Seu Mensageiro."[74]
Finalmente, para o Islã o amor precisa ser iluminado: a razão precisa estar no domínio
pois, se o amor torna a pessoa negligente e parcial sobre o objeto amado, o amante fica
"cego e surdo". Por isso que o amor sagrado precisa ser inteligente e perspicaz, o que só
a razão permite ocorrer.[72]
No Candomblé cada manifestação da natureza torna-se uma área sob domínio de uma
figura dos Orixás, divindades que representam energia mas que, no imaginário social,
assume formas humanas e seus gêneros masculino e feminino - de tal forma que Oxum
será a deusa das águas doces, dona do amor e da fertilidade, personificada numa mulher
de fartos seios, corpo escultural e dócil de caráter.[80]
Para a construção sincrética do culto a Oxum ela é geralmente reverenciada como Nossa
Senhora da Candelária; a sua comida típica é o ipetê, servido em ritual próprio do
candomblé